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Curso: Gestão de Equipamentos

Informáticos

1º Ano

Disciplina: Electrónica Fundamental

Módulo 1: Noções Básicas de Electricidade

Formador: Hélder Sampaio

UNIÃO EUROPEIA
FUNDO SOCIAL EUROPEU
Gestão de Equipamentos Informáticos Electrónica Fundamental

Módulo1: Noções básicas de electricidade

Duração do módulo: 18 horas (previsto)

Objectivos do módulo:

• Conhecer as diferentes formas de energia e sua interconversão.


• Conhecer a diferença entre energia e electricidade. Principio da conservação.
• Conhecer a estrutura atómica da matéria e os fenómenos electrostáticos.
• Estudo de circuitos eléctricos. Fontes de alimentação, cargas eléctricas e
canalização eléctrica.
• Estudo da força electromotriz, carga eléctrica, potencial eléctrico e diferença
de potencial.
• Conhecer os diferentes tipos de geradores de corrente.
• Estudo da corrente eléctrica e intensidade de corrente.
• Estudo da resistência eléctrica. Condutores e isoladores.
• Estudo da resistividade e coeficiente de temperatura.
• Conhecer os diferentes tipos de resistências.
• Estudo dos diferentes códigos de resistências.

Metodologia:

Nas aulas vão ser usados o projector multimédia para a explicação dos conceitos
necessários, e o quadro. Sempre que possível, será feita a comparação dos
conceitos com situações que todos conhecem.
Os alunos terão de participar activamente nas aulas, expondo as suas dúvidas e
mostrando os conhecimentos adquiridos. Em alguns capítulos, iram ser resolvidos
exercícios referentes à matéria leccionada.
Quanto às aulas de laboratório, e visto que neste módulo os conceitos ainda são
muito teóricos, nas primeiras aulas irá ser feito o reconhecimento do laboratório;
dos instrumentos de mediada; um inventário do material e explicadas as regras
que todos têm de cumprir para um bom funcionamento das mesmas aulas.

Escola Profissional de Felgueiras 1 Noções básicas de electricidade


Hélder Sampaio @ 2005
Gestão de Equipamentos Informáticos Electrónica Fundamental

Índice

1. Energia e Electricidade............................................................................................3
1.1. Conceito de energia.............................................................................................3
1.2. Princípio da conservação ....................................................................................3
1.3. Formas de energia e sua interconversão .............................................................3
1.4. Fontes de energia ................................................................................................4

2. Electrostática ............................................................................................................6
2.1. Introdução. Conceitos .........................................................................................6
2.2. Constituição da matéria.......................................................................................6
2.3. Electrização dos corpos.......................................................................................8
2.4. Forças de atracção e de repulsão.........................................................................9
2.5. Lei de Coulomb.................................................................................................10
2.6. O campo eléctrico .............................................................................................11

3. Circuito Eléctrico ...................................................................................................13


3.1. Noção de circuito eléctrico ...............................................................................13
3.2. Fonte de alimentação ........................................................................................14
3.3. Carga de um circuito.........................................................................................15
3.4. Canalização eléctrica ........................................................................................15
3.5. Circuito eléctrico – analogia hidráulica ............................................................15

4. Grandezas eléctricas fundamentais......................................................................20


4.1. Carga eléctrica ou quantidade de energia .........................................................20
4.2. Potencial ou tensão eléctrica.............................................................................20
4.3. Diferença de potencial ou queda de tensão.......................................................21
4.4. Força electromotriz ...........................................................................................22
4.4.1. Geradores de correntes...............................................................................23
4.5. Corrente eléctrica ..............................................................................................24
4.6. Intensidade de corrente eléctrica.......................................................................25
4.7. Resistência eléctrica..........................................................................................27

5. Resistividade...........................................................................................................29
5.1. Resistividade e efeito resistivo..........................................................................29
5.2. Variação da resistência com a temperatura.......................................................31
5.2.1. Coeficiente de temperatura ........................................................................31

6. Tipos de resistências ..............................................................................................34


6.1. Resistências lineares .........................................................................................34
6.1.1. Resistências fixas .......................................................................................35
6.1.2. Resistências variáveis ................................................................................37
6.2. Resistências não lineares...................................................................................39
6.3. Código de resistências.......................................................................................40
6.3.1. Código de cores..........................................................................................40
6.3.2. Código alfanumérico..................................................................................42

7. Bibliografia .............................................................................................................43

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1. Energia e Electricidade

1.1. Conceito de energia

Já aconteceu, certamente a todos nós haver dias em que nos cansamos com maior
facilidade do que o habitual. Dizemos então que nos sentimos “fracos”. Na verdade, o
que acontece então é que estamos com pouca energia, isto é, falta-nos “força” para
realizar determinados trabalhos ou tarefas.
Mas, afinal, o que é a energia, que não a conseguimos ver, ouvir ou sentir?
É verdade que os nossos sentidos não a detectam directamente, mas sabemos que ela
existe, através dos efeitos que ela produz.
Com efeito, a energia de um corpo é a capacidade que ele possui de produzir
trabalho. Existem muitas situações em que se manifesta a produção de trabalho.
Vejamos alguns exemplos: serrar uma tábua de madeira, levantar ou deslocar um
peso, edificar uma casa, andar de bicicleta, etc.
No fim de contas, o que acontece é a transferência ou interconversão de energia. Na
verdade, a energia existe sob diversas formas, conforme é do conhecimento geral.

1.2. Princípio da conservação

Nos processos de interconversão de energia, verifica-se sempre ao princípio da


conservação de energia, que nos diz o seguinte: “ Num sistema energético, não há
criação nem destruição de energia, mas apenas transformações e transferências de
energias, ou por outras palavras, a energia não se perde, não se cria e não se
destrói, simplesmente se transforma. ”

1.3. Formas de energia e sua interconversão

Existem diferentes formas de energia, nomeadamente a energia eléctrica, mecânica,


luminosa, química, nuclear e calorífica. Todas estas forças são interconvertíveis, ou
seja, podem transformar-se umas nas outras. Estas transformações podem ser
directas ou indirectas, isto é, entre o início e o final do processo de transformação
podem ou não aparecer formas intermédias de energia.

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Um exemplo de transformação indirecta é a produção de energia eléctrica a partir
da energia térmica, processo este que é a base de funcionamento das centrais
termoeléctricas. Neste tipo de transformação existem várias fases até que a energia
térmica se transforme em energia eléctrica. Assim, na primeira fase a energia térmica
é transformada em energia mecânica e só depois, numa segunda fase, esta energia
mecânica é transformada em energia eléctrica. A produção de energia eléctrica através
das centrais hidroeléctricas é também um exemplo de transformação indirecta de
energia, uma vez que a energia potencial da água acumulada nas barragens passa por
várias transformações até estar disponível sob a forma de energia eléctrica.
No caso da transformação directa de energia não existe nenhuma transformação
intermediária entre a energia inicial e a final. Um exemplo deste tipo de
transformação é o caso das pilhas, em que, a energia química é transformada
directamente em energia eléctrica.

1.4. Fontes de energia

Designam-se por Fontes de Energia ou Energias Primárias as origens das diferentes


formas de energia. Sendo assim, o sol, o mar, os rios, o carvão, o vento, o petróleo,
entre outros, são considerados fontes de energia. Com o relacionamento de algumas
destas energias disponíveis na natureza com as suas origens, surgem as diferentes
designações de tipos de energia:

• Energia Eólica – Energia mecânica proporcionada pela força do vento.

• Energia Solar – Energia radiante que provem do sol.

• Energia Hidráulica – Energia mecânica (cinética) resultante das águas em


movimento ou (potencial) quando armazenadas em
barragens.

• Energia das Marés – Energia mecânica proporcionada pelos caudais


associados às diferentes amplitudes das marés.

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• Energia Geotérmica – Energia calorífica libertada sob a forma de vapor,
com uma elevada pressão, em alguns pontos da crosta
terrestre.

• Biomassa - Energia química e calorífica proporcionada por lixos


ou efluentes orgânicos, industriais, agricultas ou
domésticos.

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2. Electrostática

2.1. Introdução. Conceitos

Neste capítulo vamos fazer uma pequena abordagem da Electrostática, com vista à
compreensão de alguns temas que mais tarde serão apresentados. Este é um assunto
que é desenvolvido geralmente na disciplina de Física, pelo que não faremos aqui um
desenvolvimento.
Importante é, contudo, distinguir os conceitos de Electrostática e de
Electrodinâmica, os quais abrangem as matérias que iremos abordar no seguimento.
A Electrostática é o ramo da Física que estuda a interacção de cargas eléctricas
estáticas (confinadas a uma determinada zona).
A Electrodinâmica é o ramo da Física que estuda os fenómenos relacionados com o
movimento da carga eléctrica. A corrente eléctrica, contínua ou alternada, faz parte
integrante deste capítulo da Física.
Antes de se abordarmos a interacção de cargas eléctricas estáticas, vamos recordar de
uma forma resumida a constituição da matéria.

2.2. Constituição da matéria

Conforme sabemos, qualquer material (condutor ou não) é constituído por moléculas


e estas por átomos. Os átomos têm um núcleo (central), constituído por protões e
neutrões, à volta do qual gravitam os electrões.
Os electrões têm carga negativa, os protões têm carga positiva e os neutrões não
possuem carga eléctrica. Deste modo, o núcleo tem carga positiva; os electrões, tendo
carga negativa, vão ser atraídos pelo núcleo.
Um átomo no estado neutro tem tantos electrões como protões, pelo que a sua carga
eléctrica total é nula. Os electrões das órbitas mais afastadas do núcleo são atraídos
por este com menor força, dada a maior distância ao núcleo. Daí que em determinados
materiais (condutores), estes electrões possam sair das suas órbitas, devido a acções
exteriores, tornando-se assim electrões livres. Os electrões livres determinam a
corrente eléctrica nos condutores, tema que iremos estudar no seguimento.

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+ Protão

- + -
+ - Electrão
+
Neutrão

Figura 1 - Estrutura de um átomo

Quando um átomo perde um electrão, ele fica com predominância de cargas positivas
e tem, por isso, o nome de ião positivo. Quando um átomo capta um electrão, ele fica
com predominância de cargas negativas e é então designado por ião negativo.
Se um corpo A perde vários electrões, fica carregado positivamente.
Se um corpo B ganha vários electrões, fica carregado negativamente.

Átomo + Electrão (ião negativo)

Átomo - Electrão (ião positivo)

Figura 2 - Iões positivos e negativos

+ + - -
+ + - -
A B

Figura 3 - Corpos carregados positivamente (A) e negativamente (B)

A carga eléctrica ou quantidade de electricidade Q de um corpo é o número de


electrões que o corpo tem em excesso ou em falta. A carga exprime-se, no Sistema
Internacional (S.I.), em Coulombs (C).

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Um Coulomb vale:

1 C = 6,25 × 1018 electrões

Um material condutor é, portanto, um material com muitos electrões livres; um


material isolador é um material praticamente sem electrões livres.
Vejamos de seguida qual a importância da perda e captura de electrões por parte dos
átomos dos materiais.

2.3. Electrização dos corpos

Todos nos recordamos das experiências efectuadas nas aulas de Física, que consistiam
em friccionar alguns objectos com um pano de lã seco. Quando friccionámos uma
esferográfica (em plástico), verificamos que ela atrai pequenos pedaços de papel
(corpos leves). O mesmo acontece quando friccionamos outros objectos isoladores,
como por exemplo: varas de vidro, varas de ebonite, que se encontravam inicialmente
no estado neutro, isto é, “não electrizados”.
A fricção destes objectos provoca a libertação de electrões da lã para a esferográfica
(ou para o ebonite) ou do vidro para a lã, ficando assim, tanto a esferográfica como a
vara de vidro, carregadas electricamente (ou electrizadas) na zona friccionada, uns
com carga positiva e outros com carga negativa. Este processo é designado de
electrização por fricção (ver figura 4).

Figura 4 - Electrização por fricção: a) O tubo de plástico fica carregado negativamente; b) O


tubo de vidro fica carregado positivamente.

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Ao aproximarmos a esferográfica ou a vara de vidro (depois de electrizados) do papel
(que se encontra no estado neutro), vão originar-se forças eléctricas de atracção que
fazem deslocar os pedaços de papel, em virtude de os corpos se encontrarem
diferentemente carregados.
Note-se, que se friccionássemos um material condutor (um metal, por exemplo), ele
também ficava carregado; no entanto, ele não atrairia os pedaços de papel visto que as
cargas se distribuíam por todo o corpo metálico, reduzindo praticamente a zero a força
atractiva.
Com um electroscópio de folhas, comprova-se que as cargas eléctricas da
esferográfica ou do vidro friccionados são de sinal contrário – o vidro fica carregado
positivamente e a esferográfica negativamente.
Em resumo, há substâncias que têm a propriedade de perderem electrões com
facilidade, ficando carregadas positivamente, e outras de os ganharem, ficando
carregadas negativamente.

2.4. Forças de atracção e de repulsão

Suponhamos então que temos dois corpos (A e B) em presença um do outro. Entre os


dois corpos podem acontecer três interacções diferentes:

1) Se os corpos tiverem cargas eléctricas do mesmo sinal, cria-se uma força


repulsiva entre eles.

2) Se os corpos tiverem cargas eléctricas de sinal contrário, a força criada será


atractiva.

3) Se os corpos estiverem descarregados, não existirá qualquer força entre eles.

r r
F1 A B F2
a)

r r
A F1 F2 B
b)

Figura 5 - Repulsão (a) e atracção (b) entre corpos carregados electricamente.

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r r
O corpo A exerce em B uma força F2 que é igual, em módulo, à força F1 exercida por
B em A.
Quando o corpo A se encontra carregado electricamente diz-se que se encontra a um
determinado potencial eléctrico V A .
O potencial eléctrico de um corpo é tanto mais elevado quanto maior for o número de
cargas e maior for a densidade de cargas (cargas por unidade de volume). Assim como
podemos ter corpos carregados positivamente, negativamente ou de carga nula,
também os seus potenciais eléctricos podem ser positivos, negativos ou nulos:

QA > 0 ⇒ VA > 0
QA < 0 ⇒ VA < 0
QA = 0 ⇒ VA = 0

2.5. Lei de Coulomb

No século XVIII, Coulomb conseguiu medir o valor da força (atractiva ou repulsiva)


exercida entre dois corpos carregados electricamente, tendo-a definido da seguinte
forma:

Lei de Coulomb – “A força eléctrica de atracção ou de repulsão que se exerce entre


dois corpos carregados electricamente, é directamente proporcional às respectivas
cargas eléctricas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas.”

Esta lei é então traduzida matematicamente, pela seguinte expressão:

1 Q⋅q
F= ⋅
4πε d 2

Q q
r d r
F F

A B

Figura 6 - A força atractiva ou repulsiva entre dois corpos é-nos dada pela lei de Coulomb

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Com:

F – força atractiva ou repulsiva (em newton - N)


ε – constante dieléctrica (ou permitividade) do meio (em farad por metro – F/m)
Q, q – cargas eléctricas (em coulombs - C)
d – distância entre cargas (em metros - m)

A constante dieléctrica do ar ou do vazio ( ε 0 ) vale: ε 0 = 8,85 × 10 −12 F/m.


A constante de outros meios é-nos dada em tabelas para o efeito.

Da expressão anterior, conclui-se facilmente que a força exercida entre cargas


eléctricas depende de três valores: a distância d e a carga de cada uma (Q e q). Deste
modo, a força exercida por Q e q depende não só da distância d como do valor de q.
Vamos, por isso, introduzir um novo conceito – o campo eléctrico – que vem
simplificar esta dependência entre grandezas.

2.6. O campo eléctrico

No ponto anterior, vimos que qualquer carga exerce na sua vizinhança uma acção
eléctrica que se traduzirá em forças eléctricas se outras cargas estiverem presentes.
É usual apresentar-se a seguinte definição de uma forma simples de campo eléctrico
produzido por uma carga Q – “Região do espaço onde a carga Q exerce a sua acção.”
O campo electrostático é o campo eléctrico produzido por cargas eléctricas em
repouso. É, por isso, um caso particular do campo eléctrico, que é mais geral e
abrange também os campos produzidos pelas cargas em movimento (no espaço e no
tempo).
A intensidade do campo eléctrico E, produzido por uma carga Q, num ponto
qualquer do espaço, é definida como a força aplicada à carga eléctrica unitária
positiva:

r
r F
E=
q

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Com:

E – intensidade do campo eléctrico (em newton/coulomb – N/C)


F – força aplicada (em newton - N)
q – carga eléctrica (em coulomb - C)
A partir da lei de Coulomb, obtemos uma nova expressão para a intensidade do
campo:

Q⋅q 1

E = = 4πε d ⇔
F 2

q q

1
Q
⇔ E= ⋅
4πε d 2

Q q
d r r
E F

A B

Figura 7 - Campo eléctrico no ponto B.


r
r F
Da figura 7, podemos concluir que o campo eléctrico no ponto B é igual a: E = .
q

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3. Circuito Eléctrico

3.1. Noção de circuito eléctrico

Entende-se por circuito eléctrico o conjunto constituído por um ou mais geradores


eléctricos que alimentam determinados dispositivos (receptores), em circuito
fechado.
Por definição, um circuito eléctrico é sempre fechado. No entanto, na prática utiliza-se
correntemente a expressão “circuito eléctrico aberto” sempre que o circuito foi aberto
(com um interruptor, por exemplo) e utiliza-se também a expressão “circuito eléctrico
fechado” para informar que o circuito eléctrico foi fechado.
Visto que qualquer uma das frases faz já parte do vocabulário quotidiano, vamos
utilizá-las tal e qual. Sendo assim, dizemos portanto:

a) O circuito está aberto – quando o interruptor K está aberto

b) O circuito está fechado – quando o interruptor K está fechado

Figura 8 - Circuito eléctrico: a) aberto; b) fechado.

Assim, podemos dizer que um circuito eléctrico é formado essencialmente pelas


seguintes partes:

o Fonte de alimentação
o Carga do circuito
o Canalização eléctrica

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3.2. Fonte de alimentação

As fontes de alimentação são geralmente constituídas por um gerador E, que é


representado graficamente por dois pequenos segmentos de recta paralelos (ver figura
8) e de diferentes tamanhos. A diferença do tamanho destes segmentos de recta deve-
se ao facto de ser necessário diferenciar os seus dois pólos ou terminais. Assim, o
segmento de recta de maior dimensão representa o pólo positivo e o de menores
dimensões o pólo negativo.
Existem diferentes tipos de geradores, e a grande diferença entre eles é o tipo de
corrente que eles são capazes de fornecer. Assim, temos os geradores de corrente
contínua (c.c.) e os geradores de corrente alternada (c.a.). Os primeiros produzem
uma corrente unidireccional, ou seja, num só sentido, enquanto que os geradores de
corrente alternada produzem uma corrente bidireccional ou alternada, isto é, uma
corrente que muda de sentido frequentemente.
Existem diferentes tipos de geradores de corrente contínua, os mais conhecidos são as
pilhas e as baterias de acumuladores, que convertem a energia química em energia
eléctrica. Temos ainda os dínamos que fazem a conversão da energia mecânica da
rotação do veio em energia eléctrica. As células fotoeléctricas, as piezoeléctricas e
os termopares são também um exemplo de geradores de corrente contínua, se bem
que de potência reduzida.
Os geradores de corrente alternada são também conhecidos por alternadores.
Apesar de falarmos nos geradores, não quer isto dizer que as fontes de alimentação
sejam necessariamente um gerador. As tomadas, transformadores-rectificadores de
corrente alternada em corrente contínua não são considerados geradores, e, no entanto
são fontes de alimentação.

Figura 9 - Exemplos de diferentes fontes de alimentação.

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3.3. Carga de um circuito

Na figura 8, temos representado uma carga de um circuito. O pequeno rectângulo da


figura representa uma resistência R de um qualquer receptor, alimentado pelo
circuito. Uma lâmpada de incandescência é um exemplo de um receptor de um
circuito. Ao receptor ou conjunto de receptores de um circuito, dá-se o nome de carga
eléctrica.

Receptor é qualquer aparelho ou dispositivo ou dispositivo que realiza a


transformação de energia eléctrica numa outra forma de energia.

3.4. Canalização eléctrica

Os fios condutores de ligação, designados de condutores permitem fazer a ligação


física e a passagem de corrente entre a fonte de alimentação e a carga eléctrica. Os
condutores são geralmente isolados, e formados por uma alma condutora em cobre,
que é revestida em toda a sua extensão por uma ou mais camadas de concêntricas de
PVC (policloreto de vinilo), que é uma matéria plástica com características isoladoras.

Ao conjunto de condutores eléctricos e possíveis tubagens que os protegem e


encaminham, dá-se o nome de canalização eléctrica.

3.5. Circuito eléctrico – analogia hidráulica

O funcionamento de um circuito hidráulico e a sua constituição é uma boa forma de


explicar o funcionamento de um circuito eléctrico, uma vez que existe uma
equivalência entre as grandezas dos dois sistemas. Vamos então analisar o circuito
hidráulico da figura 10. Este circuito é composto por dois reservatórios de água, o
reservatório A e o reservatório B indicados na figura, com diferentes níveis
hidrostáticos. Assim, ao reservatório A corresponde o nível de água N A e ao
reservatório B corresponde o nível de água N B . De salientar que o nível hidrostático
do reservatório A é superior ao do reservatório B.

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Tanto o nível N A como o nível N B é expresso pela respectiva distância ao solo, solo
este que serve de nível de referência. Sendo assim, os níveis N A e N B , são
designados de níveis absolutos, uma vez que o seu valor está referido ao solo, que é o
nível de referência, ou nível zero. A distância entre os níveis N A e N B , que é igual a
N A − N B , é então um valor relativo, uma vez que não é uma distância referida ao
nível zero. O sistema é ainda composto por uma canalização que liga os dois
reservatórios e por uma válvula, que consoante a sua posição permite ou não a
comunicação entre os dois reservatórios.

Figura 10 - Circuito hidráulico

Quando a válvula se encontra fechada, os níveis de água em ambos os reservatórios


mantêm-se inalteráveis. Quando se abre a válvula, os depósitos comunicam entre si. O
princípio dos vasos comunicantes diz que surgirá uma corrente de água entre os dois
reservatórios. No entanto, esta corrente é temporária, e pára assim que se igualem os
níveis de água dos reservatórios, isto é, N A = N B . Se pretendermos manter uma
corrente constante no circuito, teremos de recorrer a uma bomba hidráulica, uma vez
que como já foi dito anteriormente, ao fim de algum tempo, os níveis de água nos
reservatórios são iguais, o que faz com que não haja corrente entre os dois

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reservatórios. Assim, seria montada uma bomba hidráulica da forma indicada na
figura 11.

Figura 11 - Circuito hidráulico com bomba

Esta bomba caracteriza-se por desenvolver uma força, que é empregue na elevação da
água. Esta força cria e mantém um desnível constante entre os depósitos.
Como existe uma saída de água no reservatório B abaixo do nível de água N C , e se
essa água for bombeada para o reservatório A, existirá sempre uma diferença de níveis
de água e, consequentemente, existirá sempre fluxo de água através da válvula na
tentativa de igualar os níveis de água para um nível intermédio entre N A e N B , ou
seja, para N C .

O circuito hidráulico da figura 11 pode ser convertido no circuito eléctrico da figura


12, fazendo obviamente uma analogia entre o circuito hidráulico e o circuito eléctrico.
No entanto, temos que ter sempre ciente que a natureza dos dois circuitos é diferente.

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Figura 12 - Circuito eléctrico referente à analogia ao circuito hidráulico.

Vejamos de seguida, quais as analogias entre o circuito hidráulico da figura 11 e o


circuito eléctrico da figura 12:

¾ Bomba hidráulica – Gerador


A bomba hidráulica pode ser comparada a um gerador eléctrico E, que num circuito
eléctrico se comporta como uma bomba de electrões.

¾ Força da bomba – Força electromotriz

¾ Reservatórios – Pólos do gerador


Os reservatórios A e B podem ser associados, respectivamente, ao Pólo Positivo e
Pólo Negativo de um gerador.

¾ Níveis de água – Potenciais absolutos


Os níveis de água em A e em B são medidos pela respectiva distância ao solo (nível
zero), daí que se designem de Níveis Absolutos. Da mesma forma, no circuito
eléctrico, os níveis eléctricos em A (+) e B (-), tem a designação de Potenciais
Absolutos, uma vez, que são também referidos ao Potencial de Terra (nível zero).

¾ Diferença de níveis – Diferença de potencial (Potenciais relativos)


Da figura 11, vemos que nível de água em A é superior ao nível em B. Da mesma
forma, num circuito eléctrico dizemos que o terminal positivo (+) se encontra a um
Nível Eléctrico ou Potencial superior ao terminal negativo (-). À diferença de níveis,
quer hidrostáticos, quer eléctricos, dá-se o nome de Diferença de Potencial.

¾ Corrente da água – Corrente eléctrica

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Devido ao desnível verificado entre os dois reservatórios de água, vai existir uma
corrente de água entre eles. Da mesma forma, num circuito eléctrico, devido á
diferença de potencial entre os terminais, vai existir uma corrente eléctrica.

¾ Canalização hidráulica – Condutores eléctricos


No circuito hidráulico as tubagens são responsáveis pela condução da água, passando
esta pelas tubagens. De igual forma, num circuito eléctrico, os condutores são
responsáveis por fazer circular o fluxo de electrões que constitui a corrente eléctrica.

¾ Válvula – Interruptor e Resistência


A válvula V tem uma função que num circuito eléctrico pode ser desempenhada por
dois aparelhos distintos: o interruptor e K e a resistência R. Quando a válvula está
completamente aberta ou completamente fechada, equivale, respectivamente, às
posições On e Off de um interruptor. No entanto, a válvula pode estar numa posição
intermédia, em que nem está completamente aberta, nem completamente fechada.
Neste caso, vai haver uma estrangulação da secção da canalização, o que num circuito
eléctrico corresponde à introdução de uma resistência.

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4. Grandezas eléctricas fundamentais

4.1. Carga eléctrica ou quantidade de energia

Grandeza Unidade S. I. Abreviatura


Designação Símbolo
Carga eléctrica ou quantidade de
Q coulomb C
energia

Como já foi visto no capítulo da electrostática, o número em excesso ou defeito, num


corpo, define a carga eléctrica ou quantidade de electricidade. Que esse corpo
possui. Num corpo electrizado a grandeza desse número ultrapassa os milhares de
triliões, o que faz com que seja inadequada a sua expressão. Por isso foi escolhida a
unidade Coulomb para a sua representação.

1 C = 6,25 × 1018 electrões

4.2. Potencial ou tensão eléctrica

Grandeza Unidade S. I. Abreviatura


Designação Símbolo
Potencial ou tensão eléctrica V ou U volt V

O potencial eléctrico de um corpo é uma mediada do seu nível de electrização, e esta


medida reflecte além da carga eléctrica a sua densidade. Podemos distinguir dois tipos
diferentes de potenciais, os potenciais absolutos e os potenciais relativos.

¾ Potenciais absolutos
Quando se comparam os níveis de electrização com o potencial de terra, que é nulo
por convenção, estamos a falar de potenciais absolutos.

¾ Potenciais relativos
Quando se comparam os níveis diferentes níveis de potencial com base numa
determinada escala, podemos dizer que estes potenciais são potenciais relativos.

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4.3. Diferença de potencial ou queda de tensão

Quando temos dois corpos com potenciais diferentes, e estes são postos em contacto,
gera-se uma corrente eléctrica entre eles. Esta corrente eléctrica é definida unicamente
pela diferença de potencial ou de níveis eléctricos. Apesar de se gerar uma corrente
entre os corpos, esta não interfere em nada com os potenciais ou níveis absolutos de
cada um dos corpos.
A diferença de potencial, costuma-se representar unicamente pelas iniciais d.d.p., e
futuramente vamos usar esta abreviatura para nos referirmos a ela.
A unidade da d.d.p. é expressa em volt, uma vez que é a diferença de dois níveis de
tensão. Existem no entanto múltiplos e submúltiplos desta unidade que também vão
ser usados:

Múltiplos 1 KV (Kilo-volt) = 1× 10 3 V
1 mV (mili-volt) = 1 × 10 −3 V
Submúltiplos
1 μV (micro-volt) = 1 × 10 −6 V

A diferença de potencial representa sempre uma queda de tensão. Voltando à


analogia hidráulica, a água à medida que percorre a canalização vai perdendo a sua
pressão inicial, devido à resistência oferecida pela canalização. Da mesma forma, num
circuito eléctrico, a corrente ao atravessar um elemento resistivo, perde a sua tensão
eléctrica inicial. O circuito da figura 13 ilustra a distribuição dos potenciais eléctricos
ao longo de um circuito.

Figura 13 - Distribuição dos potenciais ao longo de um circuito.

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Vejamos então quais as quedas de tensão do circuito:

• Entre os pontos A e B: U AB = U A − U B

• Entre os pontos A e C: U AC = U A − U C

• Entre os pontos C e B: U CB = U C − U B

Os sentidos das quedas de tensão foram considerados em concordância com o sentido


da circulação de corrente no circuito (I). A queda de tensão entre os terminais A e B é
igual à tensão do gerador E, e por sua vez, é também igual à soma das quedas de
tensão em cada uma das resistências, ou seja, E = U AB = U AC + U CB .
Entre os pontos A e C está colocado um voltímetro, cuja função é medir a d.d.p. entre
os dois pontos. Este aparelho de medida, serve então para medir a d.d.p. e tem de ser
colocado em paralelo, entre os terminais correspondentes à queda de tensão que
queremos medir.

4.4. Força electromotriz

Grandeza Unidade S. I. Abreviatura


Designação Símbolo
Força electromotriz (f.e.m.) E volt V

Para que uma corrente eléctrica se possa manter num condutor, é necessário que a
diferença de potencial nos seus terminais se mantenha. Ora, isto só é possível se na
extremidade ligada ao potencial negativo, continuar a existir um excesso de electrões
e na extremidade positiva falta deles.
Um dispositivo capaz de realizar a tarefa de manter essa diferença de potencial
designa-se de gerador. As baterias e os dínamos são um exemplo de geradores.
Assim, a força electromotriz, que pode ser designada através da abreviatura f.e.m., é
uma característica própria de cada gerador e define-se como a força que cria e
mantém constante uma diferença de potencial entre os terminais de um gerador.
No caso de uma bateria, a f.e.m. indica a capacidade de transferir electrões que
chegam ao terminal positivo para o terminal negativo, onde se tornam disponíveis
para constituir a corrente eléctrica.

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A f.e.m. representa-se pela letra E, e é uma força que existe dentro de um gerador e
o seu sentido vai do pólo positivo para o pólo negativo, como é indicado na figura
abaixo, e coincide com o movimento dos electrões.

Figura 14 - Sentido da f.e.m.

4.4.1. Geradores de correntes

O gerador é, um aparelho que transforma em energia eléctrica outras formas de


energia, mantendo constante o valor da tensão eléctrica. Temos fundamentalmente
dois tipos de geradores: o gerador electrodinâmico ou rotativo, que transforma a
energia mecânica de rotação em energia eléctrica; o gerador electroquímico, que
transforma a energia química em energia eléctrica.
Os geradores electrodinâmicos podem produzir corrente contínua (c.c.) e são então
chamados de dínamos, ou produzir corrente alternada (c.a.) e serem chamados pelo
nome de alternadores.
O gerador electroquímico, só produz corrente contínua, portanto de um só sentido.
Existe, uma grande variedade destes geradores, no entanto, vamos considerar que se
dividem em dois grandes grupos: pilhas e baterias de acumuladores.
Além destes geradores, existe ainda um aparelho cada vez mais utilizado nos nossos
laboratórios que, não sendo um gerador, têm também a função de alimentar os
circuitos eléctricos, permitindo a regulação da tensão de saída. Estes aparelhos têm o
nome de fontes de alimentação. É evidente que os geradores também são fontes de
alimentação, mas na prática não é usual designá-los por esse nome.

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4.5. Corrente eléctrica

Quando dois corpos estão a potenciais diferentes e se unem através de um fio


condutor, existe um movimento de cargas eléctricas de um para o outro, fenómeno
que continua até que os corpos estejam ao mesmo potencial. Enquanto existir uma
d.d.p., os electrões (cargas eléctricas negativas) adquirem um movimento orientado
encaminhando-se, através do circuito exterior do gerador, desde o pólo negativo (onde
existem electrões em excesso) para o pólo positivo (onde existem electrões em
defeito). Vejamos, agora algumas considerações quanto ao sentido da corrente
eléctrica.

Figura 15 - Sentido real e convencional da corrente eléctrica.

O sentido real da corrente eléctrica é o sentido do fluxo de electrões, que no


circuito exterior vai desde o pólo negativo para o pólo positivo de um gerador.

O sentido convencional da corrente eléctrica é o oposto ao fluxo de electrões, que


no circuito exterior tem o sentido do pólo positivo para o pólo negativo de um
gerador. Esta convenção não traz qualquer alteração ao funcionamento do circuito, a
sua função é a de facilitar a sua compreensão. Voltando a fazer uma analogia ao
circuito hidráulico, em que temos um reservatório onde se formam bolhas de ar, é
indiferente dizer que as bolhas têm um sentido ascendente, ou que, é à agua que tem
um sentido contrário ao da bolhas. A vantagem de usar o sentido convencional, é que

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é fácil fazer uma analogia com a diferença de níveis, seja em sistemas sujeitos a
acções gravíticas, seja em sistemas com desníveis hidrostáticos, etc.

4.6. Intensidade de corrente eléctrica

Grandeza Unidade S. I. Abreviatura


Designação Símbolo
Intensidade de corrente eléctrica I ampere A

A corrente eléctrica é, como se sabe, o movimento orientado de electrões numa


determinada direcção e sentido. A quantidade de electrões em movimento varia de
circuito para circuito, de situação para situação, havendo por isso a necessidade de
medir a corrente de electrões.
Assim, define-se intensidade de corrente eléctrica I como a quantidade de
electricidade (ou de cargas eléctricas) Q que passam numa determinada secção de
um condutor, por unidade de tempo.
Matematicamente, temos a seguinte equação:

Q
I =
t

Em que:
I – intensidade de corrente (amperes - A)
Q – (quantidade de electricidade (coulombs - C)
t – tempo (segundos - s)
Para:
Q = 1 coulomb e t = 1 segundo
Temos que:
I = 1 ampere

O aparelho que permite medir esta grandeza é o amperímetro, que deve ser colocado
em série no troço do circuito onde se pretende conhecer a valor da corrente. Quanto
menor for a resistência interna do amperímetro, mais correcta é a leitura efectuada. A

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leitura num circuito sem ramificações pode ser feita em qualquer ponto, pois, a
intensidade de corrente é sempre a mesma.
Apesar, da corrente eléctrica se propagar de uma forma praticamente constante, o
mesmo, não acontece com a velocidade dos electrões, que ao contrário da corrente
eléctrica, se deslocam lentamente. A corrente eléctrica é o efeito de uma perturbação
que se desloca à velocidade da luz. Este efeito pode ser comparado ao choque em
cadeia de várias bolas de bilhar, como se ilustra na figura.

Figura 16 - Colisão de um conjunto de bolas de bilhar em fila.

Quando a primeira bola colide com as outras bolas dispostas em fila, as bolas
adquirem um movimento, no entanto, este movimento é muito mais lento que a
perturbação.
Fazendo a analogia das bolas de bilhar com a corrente eléctrica, os electrões têm uma
velocidade muito inferior à velocidade da luz, avançando apenas cerca de pouco mais
de um metro por cada hora.

Como todos sabemos, os diferentes receptores eléctricos absorvem diferentes valores


de corrente, uns mais elevados e outros mais reduzidos. Por comodidade na
representação matemática de alguns dos valores das grandezas, principalmente os
valores muito elevados e os valores muito reduzidos, utilizam-se frequentemente
múltiplos e submúltiplos na sua representação. Assim, vejamos quais os múltiplos e
submúltiplos mais usados:

Múltiplos 1 KA (Kilo-ampere) = 1× 10 3 A
1 mA (mili-ampere) = 1 × 10 −3 A
1 μA (micro-ampere) = 1 × 10 −6 A
Submúltiplos
1 nA (nano-ampere) = 1 × 10 −9 A
1 pA (pico-ampere) = 1 × 10 −12 A

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4.7. Resistência eléctrica

Grandeza Unidade S. I. Abreviatura


Designação Símbolo
Resistência eléctrica R ohm Ω

Quando um gerador alimenta uma lâmpada, um calorífero ou outro receptor eléctrico,


estes são percorridos por uma dada intensidade de corrente. Sabe-se que, apesar de
alimentados pela mesma fonte de alimentação, a intensidade de corrente é diferente de
receptor para receptor.

Qual será então a razão para este facto?


Bom, a explicação é simples: cada receptor oferece uma oposição diferente à
passagem da corrente eléctrica. Esta oposição, maior ou menor, tem a ver com o
material (condutor) do receptor e com as próprias dimensões (secção e comprimento)
do mesmo material.
A esta oposição do receptor à passagem de corrente dá-se o nome de resistência
eléctrica R. A resistência eléctrica é expressa em ohm (Ω).
Assim, quanto maior for a resistência eléctrica do receptor, tanto menor será a
intensidade de corrente que o percorre. Qualquer receptor tem resistência eléctrica.
Há, inclusive, receptores que têm o nome de resistências eléctricas que são bastante
utilizados em montagens eléctricas e nos mais diversificados circuitos e aparelhagens.
Não podemos, no entanto, confundir a grandeza “resistência eléctrica” com o receptor
“resistência eléctrica”.
A resistência eléctrica é representada pelos símbolos indicados na figura 17, onde
também se encontra representada a fotografia de uma resistência eléctrica usada nas
mais diversas montagens eléctricas.

Figura 17 - Resistência eléctrica: a) Simbologia; b)Fotografia.

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O número de electrões livres numa dada substância ou material determina a oposição


à passagem da corrente eléctrica. Os que têm menos electrões livres apresentam uma
maior resistência eléctrica, visto, disporem de um reduzido número de electrões
(portadores móveis de carga eléctrica), denominam-se de Isoladores. Por outro lado,
aqueles que têm muitos electrões livres, apresentam um valor de resistência eléctrica
reduzida e denominam-se de Condutores. Existem ainda outros materiais que não
pertencem a nenhum destes dois grupos, dado que, a separação entre os níveis de
energia que definem um condutor de um isolador á tão baixa que se consideram ser
Semicondutores. A tabela abaixo refere, nomeadamente, algumas destas substâncias.

Condutores Isoladores Semicondutores


Prata Vidro
Silício
Cobre Plástico
Germânio
Alumínio Cerâmica
Arsenieto de Gálio
Ouro Madeira

O valor da resistência eléctrica é normalmente expresso através de múltiplos (para


valores moderados e elevados) e submúltiplos (para valores de resistência muito
baixos). Bons condutores, apresentam valores baixos de resistência, na ordem das
dezenas de Ohm, enquanto que os maus condutores ou isoladores, apresentam valores
muito elevados de resistência, acima dos 5 MΩ. Os submúltiplos são apenas utilizados
nas tecnologias de fabrico de circuitos integrados. Na tabela abaixo, estão indicados
os múltiplos e submúltiplos dos valores de resistência eléctrica.

1 MΩ (Mega-ohm) = 1× 10 6 Ω
Múltiplos
1 KΩ (Kilo-ohm) = 1× 10 3 Ω
1 mΩ (mili-ohm) = 1 × 10 −3 Ω
Submúltiplos
1 μΩ (micro-ohm) = 1 × 10 −6 Ω

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5. Resistividade

5.1. Resistividade e efeito resistivo

A resistência que um material oferece à passagem de corrente eléctrica depende


directamente do material de que é feito. Assim, poder-se-á afirmar que cada
substância é caracterizada por um efeito resistivo específico. Além desta
característica, a resistência depende do comprimento, secção e da temperatura do
condutor. Daí que, quanto maior for o caminho que os portadores de carga terão
de atravessar, maior o valor da resistência, enquanto que, quanto maior for a
secção do condutor menor vai ser a resistência. À medida que a temperatura
aumenta na grande maioria dos condutores, o movimento aleatório dos electrões na
estrutura molecular dificulta cada vez mais o movimento orientado de electrões e,
deste modo, a resistência aumenta com a temperatura. Se o efeito da temperatura
poder ser desprezado (ou seja, admitindo que a temperatura é constante), a resistência
depende apenas de três factores, ou seja:

L
R=ρ⋅
S

Onde ρ (letra grega rhó) é uma característica do material de que é feito o condutor,
designada de Resistividade Específica, L é o comprimento do condutor em metros
(m) e S representa a secção do condutor em metros quadrados (m2). A resistência R
em ohm (Ω) é então a resistência apresentada por um condutor de comprimento L,
secção S e resistividade específica ρ. As unidades de ρ são determinadas tendo em
consideração que:
R ⋅ S ( Ω) ⋅ ( m 2 )
ρ= = = Ω⋅m
L m

Assim, a resistividade exprime-se pelo produto de uma unidade de resistência por


uma unidade de comprimento (Ω * m).

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Porém, esta unidade não é muito prática, por isso, normalmente em tabelas é expressa
Ω ⋅ mm 2
em (ohm, milímetro quadrado por metro). Esta unidade está em
m
conformidade com a forma como usualmente se exprime a secção dos cabos, que
normalmente, é em milímetros quadrados (mm2).

Na figura 18, ilustram-se as variáveis utilizadas para determinar a resistência eléctrica


de um condutor de secção rectangular e circular.

Figura 18 - Determinação da resistência de um condutor.

R⋅S
Da expressão ρ = podemos ainda explicitar cada uma das grandezas S, L ou R
L
em função das restantes, resultando as seguintes fórmulas equivalentes, que permitem
a resolução de vários problemas:

L R⋅S L
S =ρ⋅ L= R=ρ⋅
R ρ S

A resistividade específica de um material é normalmente especificada à temperatura


de 20º C. No cálculo de resistências de um condutor a outras temperaturas é utilizado
muitas vezes um coeficiente que traduz a variação da resistividade com a temperatura
e é normalmente especificado a percentagem do valor nominal. A tabela abaixo,
indica-nos os valores da resistividade eléctrica para alguns materiais condutores e
ligas condutoras (para o fabrico de resistências), à temperatura de 20º C.

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Resistividade a 20º C
Material
( Ω ⋅ mm 2 / m )

Prata ……………. 0,016


Cobre …………… 0,017
Ouro ……………. 0,024
Alumínio ……….. 0,028
Tungsténio …....... 0,055
Platina ………….. 0,11
Ferro ……………. 0,13
Chumbo ………… 0,21
Maillechort ……... 0,30
Manganina ……... 0,42
Constantan …….. 0,50
Ferro-níquel ……. 0,80
Crómio-níquel ….. 1,09
Carvão ………….. 10 a 80

5.2. Variação da resistência com a temperatura

Como é fácil de compreender, o aumento da temperatura provoca, num material, uma


agitação atómica e molecular mais elevada que a verificada a temperaturas inferiores.
Este facto conduz a que os electrões, sofram um maior número de choques do que em
condições em que as temperaturas são baixas. Havendo maior número de choques,
quer isto dizer que o material apresenta uma maior resistência eléctrica à condução da
corrente.
Conclui-se, portanto, que o aumento da temperatura provoca o aumento da resistência
eléctrica, na generalidade dos materiais. No entanto, existem alguns materiais
(poucos), cuja resistência diminui com o aumento da temperatura. De entre esses
materiais, temos como mais conhecidos, os carvões.
Vejamos então de que forma aumenta a resistência e resistividade com a temperatura.

5.2.1. Coeficiente de temperatura

Para se calcular com algum rigor a variação da resistência de um material com a


temperatura, definiu-se o conceito de coeficiente de temperatura, o qual é
representado pela letra grega α (alfa).

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Assim, define-se coeficiente de temperatura como a variação sofrida pela
resistência de 1 Ω de um determinado material, quando a sua temperatura
aumenta 1º C.
Na tabela abaixo, apresentam-se os coeficientes de temperatura para alguns materiais
condutores e ligas resistentes.

Coeficiente de
Material
temperatura (Ω/º C)
Prata ……………. 0,004
Cobre …………… 0,004
Alumínio ……….. 0,004
Ouro ……………. 0,004
Constantan …….. 0,00001
Cromoníquel …… 0,00005
Ferro-níquel ……. 0,0009
Maillechort ……... 0,0003
Mangarina ……… 0,00002
Carvão ………….. -0,0003

A unidade do coeficiente de temperatura é o ohm por grau centígrado (Ω/º C).


Como podemos ver na tabela, o carvão apresenta um coeficiente de temperatura
negativo, o que quer dizer que a resistência deste material diminui com o aumento da
temperatura, enquanto que nos restantes aumenta.
Como a resistência e a resistividade são grandezas directamente proporcionais,
podemos dizer que o aumento (diminuição) da primeira implica um aumento
(diminuição) na segunda.
A relação entre o valor de uma resistência R1 à temperatura t1 e o seu novo valor R2
à temperatura t 2 é a seguinte:

R2 = R1 [1 + α (t 2 − t1 )]

Os valores de R exprimem-se em ohm e os valores de t em graus centígrados. Se a


temperatura inicial for de 0 ºC, a fórmula anterior fica reduzida à seguinte expressão:

R = R0 (1 + α ⋅ t )

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Em que:
R0 - resistência a 0 º C
R – resistência à temperatura t

Podemos ainda referir que a variação da resistividade é directamente proporcional a


ρ 0 e à variação de temperatura Δt , o que matematicamente pode ser escrito pela
seguinte expressão:

Δρ = α ⋅ ρ 0 ⋅ Δt

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6. Tipos de resistências
As resistências eléctricas são fabricadas em formatos bastante diversificados, no
entanto, geralmente distinguimos dois tipos de resistências: as resistências lineares e
as resistências não lineares.

6.1. Resistências lineares

Uma resistência linear apresenta um valor constante, independentemente dos valores


da intensidade e de tensão aplicados. Quando aplicamos diferentes valores de tensão a
uma resistência linear, ela é percorrida por diferentes valores de intensidade, de tal
forma que o quociente U/I é constante e igual a R. A representação gráfica da função
U(I) para uma resistência linear é uma recta.

Figura 19 - Gráfico U(I) de uma resistência linear

U1 U 2 U 3
Para uma resistência linear temos: = = = R = constante.
I1 I2 I3

Este tipo de resistências são construídas usando ligas resistentes de grande


resistividade e baixo coeficiente de temperatura, como a manganina, cromoníquel,
nicrómio, etc. Como, os materiais que são usados na construção deste tipo de
resistências possuem uma grande resistividade, permite que se fabriquem resistências
de elevado valor óhmico recorrendo a pequenos comprimentos de fio. Por sua vez, o
baixo coeficiente de temperatura permite uma boa estabilidade do seu valor com as
variações da temperatura.
Dentro das resistências lineares, podemos ainda distinguir dois tipos: as resistências
fixas e as resistências variáveis.

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6.1.1. Resistências fixas

Existe uma grande variedade deste tipo de resistências, vejamos algumas delas:

… Resistências bobinadas: estas resistências foram as primeiras a aparecer no


mercado. São constituídas por fios de cobre-níquel, cobre-magnésio, etc.,
enrolados em suportes isoladores de porcelana ou vibra de vidro e protegidos
por esmalte, cimento ou tubo cerâmico. Tem, geralmente um coeficiente de
temperatura bastante baixo, uma baixa tolerância (≈ 1%) e baixo ruído. São
geralmente utilizadas em instrumentos de precisão.

Figura 20 - Resistência bobinada.

… Resistências aglomerado de carvão: apareceram no mercado para satisfazer a


necessidade de obtenção de resistências com valores de R elevados (mega-
ohms), com dimensões reduzidas. No entanto, também se constroem com
valores de resistência baixos. Possui uma grande gama de valores e é por isso
utilizada em bastantes equipamentos electrónicos. Consiste num aglomerado
de partículas de carvão ou de grafite com resina, que faz de aglutinante. São
resistências baratas e de pequenas dimensões, no entanto são bastante ruidosas.

Figura 21 - Resistência de aglomerado de carvão.

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O exterior é revestido da baquelite ou esmalte. Apresentam um coeficiente de
temperatura negativo. São muito sensíveis há humidade, oxidam com
facilidade e são muito instáveis.

… Resistências de película (filme) de carvão: esta resistência veio resolver o


problema da instabilidade das anteriores. São por isso mais precisas e menos
ruidosas. São constituídas por um depósito de uma fina camada de carvão
sobre um suporte isolante. O conjunto é revestido por baquelite ou protegido
apenas por esmalte ou verniz. Têm uma tolerância na ordem dos 5 % e são
fabricadas para baixas potências. Têm também a desvantagem da fraca
resistência à humidade e à oxidação.

Figura 22 - Resistência de película de carvão.

… Resistências de película (filme) metálica: esta resistência veio resolver o


problema provocado pelo coeficiente negativo das resistências de carvão.
Assim, estas resistências têm coeficientes de temperatura baixos e positivos. O
processo de fabrico é semelhante ao anterior: em vez da película de carvão,
têm uma película metálica que normalmente é depositada sobre uma camada
prévia muito fina de ouro, para facilitar o processo de aderência. O suporte é
geralmente cerâmico. As suas características são semelhantes às das bobinadas
(em termos de estabilidade, coeficiente de temperatura e precisão).

Figura 23 - Resistência de película metálica.

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… Resistências impressas: são resistência impressas directamente sobre placas


isolantes, vidros (pára-brisas dos automóveis, por exemplo), através de
películas resistentes com trajectos determinados. No caso dos automóveis são
utilizadas para desembaciar os vidros traseiros.

Figura 24 - Resistência impressa.

6.1.2. Resistências variáveis

Existem diferentes tipos de resistências variáveis, no entanto podemos resumi-las a


dois tipos fundamentais: reóstatos e caixa de resistências. A diferença entre estes
dois tipos, é que os reóstatos permitem variar a sua resistência de uma forma contínua,
enquanto que as caixas de resistências apenas permitem obter valores discretos de
resistência, isto é valores fixos.

… Reóstato de cursor: a variação da resistência faz-se pelo movimento de um


cursor que se desloca ao longo de um enrolamento de liga resistente, o
constantan ou o maillechort, feito sobre um cilindro de material isolante, como
porcelana. Este dispositivo pode ser utilizado como potenciómetro, em que a
ligação é feita usando os três terminais, ou como reóstato, em que apenas se
ligam dois terminais, um dos terminais das extremidades e o terminal do
cursor.

Figura 25 - Reóstato de cursor

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… Reóstato de pontos: consiste num enrolamento em fio resistente, disposto em


arco, com contactos intermédios acessíveis e seleccionáveis pelo maior ou
menor ou menor ângulo de deslocamento de uma manivela. Devido a estas
características, este dispositivo é usado no arranque de motores.

Figura 26 - Reóstato de pontos.

… Potenciómetro ou divisor de tensão: como já foi dito anteriormente, um


potenciómetro não é mais do que um reóstato, em que, a ligação é feita
utilizando os três terminais.

Figura 27 - Ilustração de um potenciómetro.

Na figura 28, ilustram-se as várias resistências intervenientes que se obtêm pela forma
de como este dispositivo é ligado e accionado.

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Figura 28 - Resistências intervenientes num potenciómetro.

Entre os terminais a e c, a resistência é sempre a mesma, que é a resistência máxima,


que é marcada no invólucro do potenciómetro. A função do cursor b é a de variar a
relação entre cada resistência parcial ( Rab e Rbc ) e a resistência total ( Rac ), que é

igual ao somatório das resistências parciais, ou seja, Rac = Rab + Rbc .

… Caixa de resistências: é constituída por várias resistências de valores


conhecidos, e por uma fiada de cavilhas. As cavilhas fazem com que a
corrente circule sobre elas sem passar pelas resistências, porem, quando uma
cavilha é retirada, a corrente é obrigada a circular pela resistência. Mediante a
retirada e introdução das cavilhas é possível obter diferentes valores de
resistências.

6.2. Resistências não lineares

Ao contrário das resistências estudadas anteriormente, estas resistências não variam


de uma forma linear, ou seja, a relação da tensão com a corrente não é linear. A
representação gráfica da função U(I) para uma resistência não linear é uma curva.

Figura 29 - Gráfico U(I) de uma resistência não linear.

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U1 U 2 U 3
Para uma resistência não linear temos: ≠ ≠ .
I1 I2 I3

Vejamos, resumidamente algumas destas resistências:

… Termistores: são resistências que dependem essencialmente da temperatura,


têm um coeficiente de temperatura elevado que pode ser positivo ou negativo.

… LDR (Light Dependent Resistors): são também chamadas foto-resistências,


pois, a sua resistência diminui com o aumento da intensidade da radiação
luminosa incidente.

… VDR (Voltage Dependent Resistors): também conhecias por varístores ou


varistâncais, e a sua resistência diminui com o aumento da tensão.

6.3. Código de resistências

Devido às dimensões reduzidas de algumas resistências, houve a necessidade de


definir um processo de identificar cada uma delas de uma forma simples. Foram então
criados os códigos das resistências.
Existem dois tipos de códigos: o código de cores e o código alfanumérico.

6.3.1. Código de cores

O código de cores consiste em atribuir uma cor a cada algarismo do valor da


resistência, bem como à sua tolerância. Existem códigos de 4 cores e códigos de 5
cores. O código de 4 cores é utilizado em resistências de baixa precisão (entre ± 5% e
± 20%). O código de 5 cores é utilizado em resistências de precisão (entre ± 1% e ±
2%).
As cores são marcadas no corpo da resistência, em faixas finas, em todo o seu
contorno. A primeira faixa corresponde ao 1º algarismo – é a que se encontra mais
próxima das extremidades do corpo da resistência. A segunda faixa corresponde ao 2º
algarismo, e no caso das resistências de 5 faixas, a terceira faixa corresponde ao 3º

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algarismo. A penúltima faixa corresponde então ao factor de multiplicação e a última
à tolerância. Podemos ter ainda o caso de resistências com apenas três faixas, e neste
caso a faixa da tolerância não é apresentada, o que quer dizer que a tolerância é de ±
20%. Este último tipo de resistências não é normalmente utilizado.

4 CORES 5 CORES

A A
B B
D C
E D
E
Cor Faixas A, B, C Faixa D Faixa E
Prata - 10 −2 ±10
Ouro - 10 −1 ±5
Preto 0 1 -
Castanho 1 10 ±1
Vermelho 2 10 2 ±2
Laranja 3 10 3 -
Amarelo 4 10 4 -
Verde 5 10 5 -
Azul 6 10 6 -
Violeta 7 10 7 -
Cinzento 8 10 8 -
Branco 9 10 9 -

Exemplos:

• Código de 4 cores:
1º Algarismo (faixa A) – vermelho → 2
2º Algarismo (faixa B) – violeta →7
3º Algarismo (faixa D) – laranja → 10 3
4º Algarismo (faixa E) – ouro → ±5 %
Obtemos, portanto: R= 27 × 10 3 Ω ± 5% = 27000Ω ± 5%

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Gestão de Equipamentos Informáticos Electrónica Fundamental

• Código de 5 cores:
1º Algarismo (faixa A) – amarelo →4
2º Algarismo (faixa B) – violeta →7
3º Algarismo (faixa C) – verde →5
4º Algarismo (faixa D) – prata → 10 −2
5º Algarismo (faixa E) – castanho → ±1 %
Obtemos, portanto: R= 475 × 10 −2 Ω ± 1% = 4,75Ω ± 1%

6.3.2. Código alfanumérico

Este código consiste em juntar uma letra (R- unidade; K – milhar; M - milhão) a
seguir a um algarismo ou entre dois algarismos (funciona como virgula), de modo a
formar o valor desejado. O código assim obtido é gravado no corpo da resistência.

Exemplos:

• 15R significa 15 Ω
• 2K3 significa 2,3 KΩ = 2 300 Ω
• 1M2 significa 1,2 MΩ = 1 200 000 Ω
• 5K significa 5 KΩ = 5 000 Ω

A tolerância é expressa directamente em números.


Exemplo: 2k3 ± 10% = 2 300 Ω ± 10 %.

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7. Bibliografia

[1] BADONI, Álvaro. Electrotecnia Teórica e Aplicada. Porto Editora, 1989.

[2] MATIAS, José Vagos Carreira. Electricidade – 1 – 10º Ano. Didáctica Editora,
1995.

[3] MATIAS, José Vagos Carreira. Tecnologias da Electricidade – 10º Ano – Vol. 1.
Didáctica Editora, 1995.

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Exercícios

1. Electrostática

1.1. Uma carga eléctrica Q1 de + 30 nC dista 15 cm, no ar, de uma outra carga
Q 2 com + 50 nC. Calcule:

a) A força de repulsão entre as duas cargas.


b) O campo eléctrico criado pela carga Q1 , à distancia de 15 cm.
c) O campo eléctrico criado pela carga Q 2 , à distancia de 15 cm.

R: a) 599,5 × 10 −6 N; b) 12 × 10 3 V/m; c) 20 × 10 3 V/m.

1.2. Duas cargas eléctricas, distando 12 cm entre si, no ar, exercem uma força
atractiva de 30 × 10 −5 N. Uma delas tem um valor de 20 nC.

a) Calcule o valor da outra carga.


b) Calcule os campos eléctricos criados por cada uma.

R: a) 24 nC; b) 1,5 × 10 4 V/m; 1,25 × 10 4 V/m.

1.3. Calcule o campo eléctrico criado por uma carga de 500 nC na superfície de
uma esfera, sabendo que a carga pontual se localiza no centro da esfera, nas
duas situações seguintes:

a) A esfera tem um raio de 5 cm.


b) A esfera tem um raio de 20 cm.

R: a) 18 × 10 5 V/m; b) 1,1 × 10 5 V/m.

1.4. Sabendo que a força repulsiva entre uma carga Q1 de + 25 nC e Q 2 de +


35nC é igual a 40 × 10 −5 N, quando estas se encontram no ar, calcule:

a) A distância a que se encontram as duas cargas.


b) O campo eléctrico criado por cada uma das cargas.

R: a) 14cm; b) 11,4 × 10 3 V/m; 16 × 10 3 V/m.

Nota: para a resolução dos exercícios, considere que a permitividade do ar é,


ε 0 = 8,85 × 10 −12 F/m.

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2. Resistividade

2.1. Para bobinar um electroíman, utilizaram-se 200 metros de fio de cobre com
0,34 mm2 de secção. Calcule:

a) A resistência eléctrica da bobina.


b) O diâmetro do fio utilizado.

R: a) 10 Ω; b) 0,658 mm.

2.2. Uma bobina de um relé tem uma resistência de 40 Ω. Sabendo que o diâmetro
do fio de cobre é de 0,1 mm, calcule:

a) O comprimento do fio.
b) O número de espiras da bobina, sabendo que cada espira tem um comprimento
de 5 cm.

R: a) 18,5 m; b) 370 espiras.

2.3. Pretende-se construir uma resistência de aquecimento, de 97 Ω, com fio de


cromoníquel. Para o efeito, utilizou-se 11,2 metros de fio. Calcule:

a) A secção do fio.
b) O diâmetro do fio.

R: a) 0,126 mm2; b) 0,4 mm.

2.4. Um reóstato de 85 Ω é construído com fio de constantan, de diâmetro igual a


0,5 mm. Calcule:

a) A secção do fio.
b) O comprimento do fio.

R: a) 0,1963 mm2; b) 33,4 m.

2.5. Uma resistência de precisão, em manganina, tem um valor de 50 Ω. É


constituída por 500 espiras, com fio de secção igual a 0,28 mm2. Calcule:

a) O comprimento do fio utilizado.


b) O perímetro de cada espira.

R: a) 35 m; b) 7 cm.

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2.6. Quantas vezes é que a resistência de um condutor de alumínio é maior que a


de um condutor de cobre de igual secção e comprimento?

R: 1,65.

2.7. Para medir o comprimento de um cabo enterrado, “shuntou-se” uma das


extremidades e, com um ohmímetro, mediu-se a resistência entre os dois
condutores, na outra extremidade. Sabendo que os condutores são em cobre, a
secção é de 10 mm2 e que o ohmímetro indicou 0,51 Ω, calcule a extensão do
cabo.

R: 150 m.

2.8. Sabendo que a resistividade do alumínio é ρ = 0,028(Ω ⋅ mm 2 / m) , exprima-a


em μΩ ⋅ cm .

R: 2,8 μΩ ⋅ cm

2.9. Exprima em μΩ ⋅ m a resistividade de uma determinada liga metálica cujo


valor é: ρ = 0,50(Ω ⋅ mm 2 / m) .

R: 0,50 μΩ ⋅ m .

2.10. Uma liga metálica tem de resistividade ρ = 50( μΩ ⋅ cm) . Qual o significado
desse valor?

R: Este valor diz-nos que …

2.11. Pretende-se construir um resistor para equipar o disco de um fogão eléctrico.


Para o efeito, vai ser usado um fio de liga maillechort, cuja resistividade é de,
ρ = 35,6( μΩ ⋅ cm) e 0,5 mm de diâmetro. Para se obter uma determinada
potência o resitor deverá ter uma resistência de 20 ohms. Qual o
comprimento do fio a utilizar?

R: 11 m.

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3. Variação da resistência com a temperatura

3.1. O enrolamento (em cobre) de um motor tem uma resistência de 1,5 Ω a 20 ºC.
Sabendo que, em funcionamento nominal do motor, a sua temperatura atinge
os 80 ºC, calcule:

a) A resistividade eléctrica do enrolamento a 80 ºC.


b) A resistência eléctrica do enrolamento a 80 ºC.

R: a) 0,021 Ω ⋅ mm 2 / m ; b) 1,86 Ω.

3.2. A resistência, em constantan, de um reóstato é de 120 Ω (a 20 ºC). Sabendo


que, sob 100 V, a temperatura aumentou para 50 ºC, calcule:

a) A resistência a quente.
b) O aumento percentual da resistência.

R: a) 120,036 Ω ; b) 0,03 %.

3.3. Um condutor de prata tem 100 metros de comprimento e 4 mm2 de secção.


Calcule:

a) A resistência a frio (20 ºC).


b) A temperatura atingida pelo condutor se a sua resistência aumentar para 0,45
Ω.
c) A resistência do condutor se a sua temperatura baixar para 5 ºC. Que conclui?

R: a) 0,4 Ω ; b) 51,25 ºC; c) 0,376 Ω.

3.4. Um fio de determinado material tem uma resistência de 10 Ω à temperatura


de 20 ºC. Calcule:

a) A resistência do fio, a 40 ºC, se o material for de:


1. Cobre; 2. Alumínio; 3. Manganina; 4. Constantan.
b) O quociente R2 / R1 , para cada material, e compare-os.

R: a1) 10,8 Ω ; a2) 10,8 Ω ; a3) 10,004 Ω ; a4) 10,002 Ω ; b) 1,08; 1,08; ≈1; ≈1.

3.5. Um condutor de cobre de secção igual a 2,5 mm2 tem de comprimento 60


metros. Calcule:

a) A resistência a frio do condutor (20 ºC).


b) A temperatura de funcionamento do condutor, supondo que a sua resistência
aumentou 0,05 Ω.

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c) A nova temperatura a que se encontra o condutor, supondo que a sua


resistência baixou para 0,39 Ω.

R: a) 0,408 Ω; b) 50,6 ºC; c) 19 ºC.

3.6. Um determinado dispositivo tem uma resistência de 30 Ω (a 20 ºC). Sabe-se


que, a 45 ºC, a sua resistência aumentou 225 mΩ. Determine a natureza do
material de que é constituído.

R: Maillechort.

3.7. Para medir a temperatura de funcionamento de uma bobina, mediu-se


inicialmente a sua resistência a frio (20 ºC) e depois a quente, isto é, depois
de ter estado em funcionamento. Obtiveram-se os seguintes valores:
R f = 30Ω e Rq = 33,84Ω . Sabendo que o fio é de cobre, calcule a
temperatura atingida pela bobina.

R: 52 ºC.

3.8. Um filamento de tungsténio de uma lâmpada tem uma resistência de 125 Ω à


temperatura de 1600 ºC. Qual é o valor dessa resistência à temperatura
ambiente (20 ºC)?

R: 14 Ω.

3.9. Um dínamo sofreu uma sobreelevação de temperatura de 43 ºC. Nesta


situação apresentava uma resistência interna de 0,53 Ω. Sabendo que os
condutores são em cobre, calcule a sua resistência à temperatura normal de
funcionamento.

R: 0,45 Ω.

3.10. Identifique o material utilizado na construção de um filamento de uma


lâmpada de incandescência que tem uma resistência de 150 Ω a uma
temperatura de 1200 ºC. A 0ºC a sua resistência é de 288,8 Ω.

R: Carvão grafítico.

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Tabelas

Resistividade a 20º C
Material
( Ω ⋅ mm 2 / m )

Prata ……………. 0,016


Cobre …………… 0,017
Ouro ……………. 0,024
Alumínio ……….. 0,028
Tungsténio …....... 0,055
Platina ………….. 0,11
Ferro ……………. 0,13
Chumbo ………… 0,21
Maillechort ……... 0,30
Manganina ……... 0,40
Constantan …….. 0,50
Ferro-níquel ……. 0,80
Cromoníquel ….. 1,09
Carvão ………….. 10 a 80

Tabela 1 - Resistividade dos materiais a 20 ºC.

Coeficiente de
Material
temperatura (Ω/º C)
Prata ……………. 0,004
Cobre …………… 0,004
Alumínio ……….. 0,004
Ouro ……………. 0,004
Constantan …….. 0,00001
Cromoníquel …… 0,00005
Ferro-níquel ……. 0,0009
Maillechort ……... 0,0003
Mangarina ……… 0,00002
Carvão grafítico ... -0,0004
Tungsténio ……... 0,005

Tabela 2 - Coeficiente de temperatura dos materiais.

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Regras a Cumprir Durante o Funcionamento das Aulas


Práticas de Laboratório

1. É da responsabilidade de cada aluno fazer, antecipadamente, a leitura do protocolo


de cada trabalho prático a ser efectuado no decorrer das aulas.

2. O protocolo dos trabalhos práticos deverá ser trazido para as aulas sendo
obrigatório, no mínimo, um por cada grupo de trabalho.

3. Recomenda-se um estudo individual de toda a fundamentação teórica que está na


base do trabalho prático.

4. Os elementos do mesmo grupo deverão colaborar, mutuamente, na implementação


dos circuitos e recolha de dados.

5. Recomenda-se que cada um dos utilizadores do laboratório trabalhe


silenciosamente respeitando, desta forma, o trabalho e concentração dos outros
colegas.

6. Não são permitidas “brincadeiras” com o material ou equipamento do laboratório.

7. O equipamento não deverá, em hipótese alguma, ser removido dos limites do


laboratório.

8. O aluno deverá notificar o formador de qualquer tipo de defeito detectado no


equipamento ou material manuseado.

9. O aluno não deverá abandonar a sala de aula sem, previamente ter efectuado uma
arrumação adequada de todo o material e equipamento utilizado no trabalho. As
bancadas deverão ser também limpas no final de cada aula.

10. No final de cada aula, ou na última prevista para a conclusão do trabalho, cada
grupo deverá obrigatoriamente entregar o respectivo relatório do trabalho prático.
A não entrega do relatório será devidamente penalizada.

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