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1º Ano
UNIÃO EUROPEIA
FUNDO SOCIAL EUROPEU
Gestão de Equipamentos Informáticos Electrónica Fundamental
Objectivos do módulo:
Metodologia:
Nas aulas vão ser usados o projector multimédia para a explicação dos conceitos
necessários, e o quadro. Sempre que possível, será feita a comparação dos
conceitos com situações que todos conhecem.
Os alunos terão de participar activamente nas aulas, expondo as suas dúvidas e
mostrando os conhecimentos adquiridos. Em alguns capítulos, iram ser resolvidos
exercícios referentes à matéria leccionada.
Quanto às aulas de laboratório, e visto que neste módulo os conceitos ainda são
muito teóricos, nas primeiras aulas irá ser feito o reconhecimento do laboratório;
dos instrumentos de mediada; um inventário do material e explicadas as regras
que todos têm de cumprir para um bom funcionamento das mesmas aulas.
Índice
1. Energia e Electricidade............................................................................................3
1.1. Conceito de energia.............................................................................................3
1.2. Princípio da conservação ....................................................................................3
1.3. Formas de energia e sua interconversão .............................................................3
1.4. Fontes de energia ................................................................................................4
2. Electrostática ............................................................................................................6
2.1. Introdução. Conceitos .........................................................................................6
2.2. Constituição da matéria.......................................................................................6
2.3. Electrização dos corpos.......................................................................................8
2.4. Forças de atracção e de repulsão.........................................................................9
2.5. Lei de Coulomb.................................................................................................10
2.6. O campo eléctrico .............................................................................................11
5. Resistividade...........................................................................................................29
5.1. Resistividade e efeito resistivo..........................................................................29
5.2. Variação da resistência com a temperatura.......................................................31
5.2.1. Coeficiente de temperatura ........................................................................31
7. Bibliografia .............................................................................................................43
1. Energia e Electricidade
Já aconteceu, certamente a todos nós haver dias em que nos cansamos com maior
facilidade do que o habitual. Dizemos então que nos sentimos “fracos”. Na verdade, o
que acontece então é que estamos com pouca energia, isto é, falta-nos “força” para
realizar determinados trabalhos ou tarefas.
Mas, afinal, o que é a energia, que não a conseguimos ver, ouvir ou sentir?
É verdade que os nossos sentidos não a detectam directamente, mas sabemos que ela
existe, através dos efeitos que ela produz.
Com efeito, a energia de um corpo é a capacidade que ele possui de produzir
trabalho. Existem muitas situações em que se manifesta a produção de trabalho.
Vejamos alguns exemplos: serrar uma tábua de madeira, levantar ou deslocar um
peso, edificar uma casa, andar de bicicleta, etc.
No fim de contas, o que acontece é a transferência ou interconversão de energia. Na
verdade, a energia existe sob diversas formas, conforme é do conhecimento geral.
2. Electrostática
Neste capítulo vamos fazer uma pequena abordagem da Electrostática, com vista à
compreensão de alguns temas que mais tarde serão apresentados. Este é um assunto
que é desenvolvido geralmente na disciplina de Física, pelo que não faremos aqui um
desenvolvimento.
Importante é, contudo, distinguir os conceitos de Electrostática e de
Electrodinâmica, os quais abrangem as matérias que iremos abordar no seguimento.
A Electrostática é o ramo da Física que estuda a interacção de cargas eléctricas
estáticas (confinadas a uma determinada zona).
A Electrodinâmica é o ramo da Física que estuda os fenómenos relacionados com o
movimento da carga eléctrica. A corrente eléctrica, contínua ou alternada, faz parte
integrante deste capítulo da Física.
Antes de se abordarmos a interacção de cargas eléctricas estáticas, vamos recordar de
uma forma resumida a constituição da matéria.
+ Protão
- + -
+ - Electrão
+
Neutrão
Quando um átomo perde um electrão, ele fica com predominância de cargas positivas
e tem, por isso, o nome de ião positivo. Quando um átomo capta um electrão, ele fica
com predominância de cargas negativas e é então designado por ião negativo.
Se um corpo A perde vários electrões, fica carregado positivamente.
Se um corpo B ganha vários electrões, fica carregado negativamente.
+ + - -
+ + - -
A B
Todos nos recordamos das experiências efectuadas nas aulas de Física, que consistiam
em friccionar alguns objectos com um pano de lã seco. Quando friccionámos uma
esferográfica (em plástico), verificamos que ela atrai pequenos pedaços de papel
(corpos leves). O mesmo acontece quando friccionamos outros objectos isoladores,
como por exemplo: varas de vidro, varas de ebonite, que se encontravam inicialmente
no estado neutro, isto é, “não electrizados”.
A fricção destes objectos provoca a libertação de electrões da lã para a esferográfica
(ou para o ebonite) ou do vidro para a lã, ficando assim, tanto a esferográfica como a
vara de vidro, carregadas electricamente (ou electrizadas) na zona friccionada, uns
com carga positiva e outros com carga negativa. Este processo é designado de
electrização por fricção (ver figura 4).
r r
F1 A B F2
a)
r r
A F1 F2 B
b)
QA > 0 ⇒ VA > 0
QA < 0 ⇒ VA < 0
QA = 0 ⇒ VA = 0
1 Q⋅q
F= ⋅
4πε d 2
Q q
r d r
F F
A B
Figura 6 - A força atractiva ou repulsiva entre dois corpos é-nos dada pela lei de Coulomb
No ponto anterior, vimos que qualquer carga exerce na sua vizinhança uma acção
eléctrica que se traduzirá em forças eléctricas se outras cargas estiverem presentes.
É usual apresentar-se a seguinte definição de uma forma simples de campo eléctrico
produzido por uma carga Q – “Região do espaço onde a carga Q exerce a sua acção.”
O campo electrostático é o campo eléctrico produzido por cargas eléctricas em
repouso. É, por isso, um caso particular do campo eléctrico, que é mais geral e
abrange também os campos produzidos pelas cargas em movimento (no espaço e no
tempo).
A intensidade do campo eléctrico E, produzido por uma carga Q, num ponto
qualquer do espaço, é definida como a força aplicada à carga eléctrica unitária
positiva:
r
r F
E=
q
Com:
Q⋅q 1
⋅
E = = 4πε d ⇔
F 2
q q
1
Q
⇔ E= ⋅
4πε d 2
Q q
d r r
E F
A B
3. Circuito Eléctrico
o Fonte de alimentação
o Carga do circuito
o Canalização eléctrica
Esta bomba caracteriza-se por desenvolver uma força, que é empregue na elevação da
água. Esta força cria e mantém um desnível constante entre os depósitos.
Como existe uma saída de água no reservatório B abaixo do nível de água N C , e se
essa água for bombeada para o reservatório A, existirá sempre uma diferença de níveis
de água e, consequentemente, existirá sempre fluxo de água através da válvula na
tentativa de igualar os níveis de água para um nível intermédio entre N A e N B , ou
seja, para N C .
¾ Potenciais absolutos
Quando se comparam os níveis de electrização com o potencial de terra, que é nulo
por convenção, estamos a falar de potenciais absolutos.
¾ Potenciais relativos
Quando se comparam os níveis diferentes níveis de potencial com base numa
determinada escala, podemos dizer que estes potenciais são potenciais relativos.
Quando temos dois corpos com potenciais diferentes, e estes são postos em contacto,
gera-se uma corrente eléctrica entre eles. Esta corrente eléctrica é definida unicamente
pela diferença de potencial ou de níveis eléctricos. Apesar de se gerar uma corrente
entre os corpos, esta não interfere em nada com os potenciais ou níveis absolutos de
cada um dos corpos.
A diferença de potencial, costuma-se representar unicamente pelas iniciais d.d.p., e
futuramente vamos usar esta abreviatura para nos referirmos a ela.
A unidade da d.d.p. é expressa em volt, uma vez que é a diferença de dois níveis de
tensão. Existem no entanto múltiplos e submúltiplos desta unidade que também vão
ser usados:
Múltiplos 1 KV (Kilo-volt) = 1× 10 3 V
1 mV (mili-volt) = 1 × 10 −3 V
Submúltiplos
1 μV (micro-volt) = 1 × 10 −6 V
• Entre os pontos A e B: U AB = U A − U B
• Entre os pontos A e C: U AC = U A − U C
• Entre os pontos C e B: U CB = U C − U B
Para que uma corrente eléctrica se possa manter num condutor, é necessário que a
diferença de potencial nos seus terminais se mantenha. Ora, isto só é possível se na
extremidade ligada ao potencial negativo, continuar a existir um excesso de electrões
e na extremidade positiva falta deles.
Um dispositivo capaz de realizar a tarefa de manter essa diferença de potencial
designa-se de gerador. As baterias e os dínamos são um exemplo de geradores.
Assim, a força electromotriz, que pode ser designada através da abreviatura f.e.m., é
uma característica própria de cada gerador e define-se como a força que cria e
mantém constante uma diferença de potencial entre os terminais de um gerador.
No caso de uma bateria, a f.e.m. indica a capacidade de transferir electrões que
chegam ao terminal positivo para o terminal negativo, onde se tornam disponíveis
para constituir a corrente eléctrica.
A f.e.m. representa-se pela letra E, e é uma força que existe dentro de um gerador e
o seu sentido vai do pólo positivo para o pólo negativo, como é indicado na figura
abaixo, e coincide com o movimento dos electrões.
Q
I =
t
Em que:
I – intensidade de corrente (amperes - A)
Q – (quantidade de electricidade (coulombs - C)
t – tempo (segundos - s)
Para:
Q = 1 coulomb e t = 1 segundo
Temos que:
I = 1 ampere
O aparelho que permite medir esta grandeza é o amperímetro, que deve ser colocado
em série no troço do circuito onde se pretende conhecer a valor da corrente. Quanto
menor for a resistência interna do amperímetro, mais correcta é a leitura efectuada. A
Quando a primeira bola colide com as outras bolas dispostas em fila, as bolas
adquirem um movimento, no entanto, este movimento é muito mais lento que a
perturbação.
Fazendo a analogia das bolas de bilhar com a corrente eléctrica, os electrões têm uma
velocidade muito inferior à velocidade da luz, avançando apenas cerca de pouco mais
de um metro por cada hora.
Múltiplos 1 KA (Kilo-ampere) = 1× 10 3 A
1 mA (mili-ampere) = 1 × 10 −3 A
1 μA (micro-ampere) = 1 × 10 −6 A
Submúltiplos
1 nA (nano-ampere) = 1 × 10 −9 A
1 pA (pico-ampere) = 1 × 10 −12 A
1 MΩ (Mega-ohm) = 1× 10 6 Ω
Múltiplos
1 KΩ (Kilo-ohm) = 1× 10 3 Ω
1 mΩ (mili-ohm) = 1 × 10 −3 Ω
Submúltiplos
1 μΩ (micro-ohm) = 1 × 10 −6 Ω
5. Resistividade
L
R=ρ⋅
S
Onde ρ (letra grega rhó) é uma característica do material de que é feito o condutor,
designada de Resistividade Específica, L é o comprimento do condutor em metros
(m) e S representa a secção do condutor em metros quadrados (m2). A resistência R
em ohm (Ω) é então a resistência apresentada por um condutor de comprimento L,
secção S e resistividade específica ρ. As unidades de ρ são determinadas tendo em
consideração que:
R ⋅ S ( Ω) ⋅ ( m 2 )
ρ= = = Ω⋅m
L m
R⋅S
Da expressão ρ = podemos ainda explicitar cada uma das grandezas S, L ou R
L
em função das restantes, resultando as seguintes fórmulas equivalentes, que permitem
a resolução de vários problemas:
L R⋅S L
S =ρ⋅ L= R=ρ⋅
R ρ S
Resistividade a 20º C
Material
( Ω ⋅ mm 2 / m )
Coeficiente de
Material
temperatura (Ω/º C)
Prata ……………. 0,004
Cobre …………… 0,004
Alumínio ……….. 0,004
Ouro ……………. 0,004
Constantan …….. 0,00001
Cromoníquel …… 0,00005
Ferro-níquel ……. 0,0009
Maillechort ……... 0,0003
Mangarina ……… 0,00002
Carvão ………….. -0,0003
R2 = R1 [1 + α (t 2 − t1 )]
R = R0 (1 + α ⋅ t )
Δρ = α ⋅ ρ 0 ⋅ Δt
6. Tipos de resistências
As resistências eléctricas são fabricadas em formatos bastante diversificados, no
entanto, geralmente distinguimos dois tipos de resistências: as resistências lineares e
as resistências não lineares.
U1 U 2 U 3
Para uma resistência linear temos: = = = R = constante.
I1 I2 I3
Existe uma grande variedade deste tipo de resistências, vejamos algumas delas:
Na figura 28, ilustram-se as várias resistências intervenientes que se obtêm pela forma
de como este dispositivo é ligado e accionado.
4 CORES 5 CORES
A A
B B
D C
E D
E
Cor Faixas A, B, C Faixa D Faixa E
Prata - 10 −2 ±10
Ouro - 10 −1 ±5
Preto 0 1 -
Castanho 1 10 ±1
Vermelho 2 10 2 ±2
Laranja 3 10 3 -
Amarelo 4 10 4 -
Verde 5 10 5 -
Azul 6 10 6 -
Violeta 7 10 7 -
Cinzento 8 10 8 -
Branco 9 10 9 -
Exemplos:
• Código de 4 cores:
1º Algarismo (faixa A) – vermelho → 2
2º Algarismo (faixa B) – violeta →7
3º Algarismo (faixa D) – laranja → 10 3
4º Algarismo (faixa E) – ouro → ±5 %
Obtemos, portanto: R= 27 × 10 3 Ω ± 5% = 27000Ω ± 5%
• Código de 5 cores:
1º Algarismo (faixa A) – amarelo →4
2º Algarismo (faixa B) – violeta →7
3º Algarismo (faixa C) – verde →5
4º Algarismo (faixa D) – prata → 10 −2
5º Algarismo (faixa E) – castanho → ±1 %
Obtemos, portanto: R= 475 × 10 −2 Ω ± 1% = 4,75Ω ± 1%
Este código consiste em juntar uma letra (R- unidade; K – milhar; M - milhão) a
seguir a um algarismo ou entre dois algarismos (funciona como virgula), de modo a
formar o valor desejado. O código assim obtido é gravado no corpo da resistência.
Exemplos:
• 15R significa 15 Ω
• 2K3 significa 2,3 KΩ = 2 300 Ω
• 1M2 significa 1,2 MΩ = 1 200 000 Ω
• 5K significa 5 KΩ = 5 000 Ω
7. Bibliografia
[2] MATIAS, José Vagos Carreira. Electricidade – 1 – 10º Ano. Didáctica Editora,
1995.
[3] MATIAS, José Vagos Carreira. Tecnologias da Electricidade – 10º Ano – Vol. 1.
Didáctica Editora, 1995.
Exercícios
1. Electrostática
1.1. Uma carga eléctrica Q1 de + 30 nC dista 15 cm, no ar, de uma outra carga
Q 2 com + 50 nC. Calcule:
1.2. Duas cargas eléctricas, distando 12 cm entre si, no ar, exercem uma força
atractiva de 30 × 10 −5 N. Uma delas tem um valor de 20 nC.
1.3. Calcule o campo eléctrico criado por uma carga de 500 nC na superfície de
uma esfera, sabendo que a carga pontual se localiza no centro da esfera, nas
duas situações seguintes:
2. Resistividade
2.1. Para bobinar um electroíman, utilizaram-se 200 metros de fio de cobre com
0,34 mm2 de secção. Calcule:
R: a) 10 Ω; b) 0,658 mm.
2.2. Uma bobina de um relé tem uma resistência de 40 Ω. Sabendo que o diâmetro
do fio de cobre é de 0,1 mm, calcule:
a) O comprimento do fio.
b) O número de espiras da bobina, sabendo que cada espira tem um comprimento
de 5 cm.
a) A secção do fio.
b) O diâmetro do fio.
a) A secção do fio.
b) O comprimento do fio.
R: a) 35 m; b) 7 cm.
R: 1,65.
R: 150 m.
R: 2,8 μΩ ⋅ cm
R: 0,50 μΩ ⋅ m .
2.10. Uma liga metálica tem de resistividade ρ = 50( μΩ ⋅ cm) . Qual o significado
desse valor?
R: 11 m.
3.1. O enrolamento (em cobre) de um motor tem uma resistência de 1,5 Ω a 20 ºC.
Sabendo que, em funcionamento nominal do motor, a sua temperatura atinge
os 80 ºC, calcule:
R: a) 0,021 Ω ⋅ mm 2 / m ; b) 1,86 Ω.
a) A resistência a quente.
b) O aumento percentual da resistência.
R: a) 120,036 Ω ; b) 0,03 %.
R: a1) 10,8 Ω ; a2) 10,8 Ω ; a3) 10,004 Ω ; a4) 10,002 Ω ; b) 1,08; 1,08; ≈1; ≈1.
R: Maillechort.
R: 52 ºC.
R: 14 Ω.
R: 0,45 Ω.
R: Carvão grafítico.
Tabelas
Resistividade a 20º C
Material
( Ω ⋅ mm 2 / m )
Coeficiente de
Material
temperatura (Ω/º C)
Prata ……………. 0,004
Cobre …………… 0,004
Alumínio ……….. 0,004
Ouro ……………. 0,004
Constantan …….. 0,00001
Cromoníquel …… 0,00005
Ferro-níquel ……. 0,0009
Maillechort ……... 0,0003
Mangarina ……… 0,00002
Carvão grafítico ... -0,0004
Tungsténio ……... 0,005
2. O protocolo dos trabalhos práticos deverá ser trazido para as aulas sendo
obrigatório, no mínimo, um por cada grupo de trabalho.
9. O aluno não deverá abandonar a sala de aula sem, previamente ter efectuado uma
arrumação adequada de todo o material e equipamento utilizado no trabalho. As
bancadas deverão ser também limpas no final de cada aula.
10. No final de cada aula, ou na última prevista para a conclusão do trabalho, cada
grupo deverá obrigatoriamente entregar o respectivo relatório do trabalho prático.
A não entrega do relatório será devidamente penalizada.