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Curso de Elétrica Residencial e Predial

1
Resumo

A disciplina aborda os conceitos referentes à práticas teorias


em instalações elétricas Residenciais e Prediais usualmente
aplicados em baixa tensão, além da utilização de ferramentas.
O objetivo do curso é prover noções básicas de manuseio de
ferramentas, conhecimentos práticos referentes à instalações
elétricas básicas e proporcionar conhecimento referentes à
processos de execução de tarefas manuais específicas do
trabalho com eletricidade.

2
INDICE
INTRODUÇÃO................................................................................................... 4

HISTÓRIA DA ELETRICIDADE......................................................................... 5

O QUE É ELETRICIDADE................................................................................. 6

O QUE É TENSÃO ELÉTRICA........................................................ 7

O QUE É CORRENTE ELÉTRICA................................................... 8

LEVANTAMENTO DE CARGA ELETRICA........................................... 11

O QUE É PADRÃO DE ENTRADA................................................................... 12

QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO........................................................................... 17

DISJUNTOR DIFERENCIAL – RESIDUAL (DR)........................................................ 18


CIRCUITO DE DISTRIBUIÇÃO......................................................................... 20

SIMBOLOGIA.................................................................................................... 21

CONDUTORES DE PROTEÇÃO (FIO TERRA)................................................ 23

ESQUEMAS DE LIGAÇÃO................................................................................ 24

CÁLCULO DA CORRENTE ELÉTRICA EM UM CIRCUITO............................ 25

CÁLCULO DA POTÊNCIA DO CIRCUITO DE DISTRIBUIÇÃO...................... 27

DIMENSIONAMENTO DA FIAÇÃO E DISJUNTORES DOS CIRCUITOS....... 29

SEÇÃO DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO....................................................... 33

DIMENSIONAMENTO DE ELETRODUTOS...................................................... 35

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INTRODUÇÃO

Uma instalação elétrica é definida pelo conjunto de materiais e


componentes elétricos essenciais ao funcionamento de um circuito ou
sistema elétrico. As instalações elétricas são projetadas de acordo
com normas e regulamentações definidas, principalmente, pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT. A legislação
pertinente visa a observâncias de determinados aspectos, bem como,
Segurança, Eficiência, Qualidade Energética, etc. Com base nessas
características a disciplina de Práticas em Instalações Elétricas tem
como objetivo apresentar ao discente os diversos materiais
disponíveis e ferramentas necessárias para a execução de
instalações elétricas residenciais e prediais.

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História da Eletricidade

A descarga atmosférica também conhecida como raio, foi um dos primeiros contatos do
ser humanos com a eletricidade. Estes primeiros contatos dos homens com as
descargas atmosféricas foi ainda na pré-história, quando um raio cortou o céu de forma
instantânea e iniciou um incêndio em uma floresta. Esse foi o momento em que os
homens das cavernas descobriram o fogo e a
eletricidade, apesar de nessa ocasião eles terem utilizado apenas o fogo e não tinham
a minima ideia de que o raio era na verdade eletricidade.
Milênios depois, no século VI a.c, Tales de Mileto foi o primeiro cientista que se
interessou em estudar o fenômeno da eletricidade. Mileto descobriu por acaso que uma
pedra de âmbar que ele havia guardado no bolso de sua vestimenta estava atraindo
pequenos fiapos de lã e grãos. Este fenômeno de atração estava ocorrendo devido ao
atrito do âmbar com a vestimenta, que estava eletrizando o âmbar.
Grandes nomes da ciência são lembrados no decorrer das décadas como por
exemplo, Alessandro Volta, André-Marie Ampère, Georg Simon Ohm, Nicola Tesla,
Thomas Edison, Michael Faraday e Benjamin Franklin.
Benjamin Franklin deu início à vários experimentos científicos para comprovar as suas
teorias sobre a eletricidade. O estudo mais famoso depois do descobrimento da
energia elétrica foi quando ele descobriu as cargas positivas e negativas em raios, e
como estes fenômenos tinham sua origem elétrica.
Foi em 1752 empinando uma pipa durante a tempestade de raios que Benjamin
Franklin resolveu fazer um experimento. Neste experimento a pipa comum, feita de
seda e presa em uma linha que tinha uma chave de metal em sua extremidade. De
acordo com os documentos de Franklin, ele sabia dos perigos da experiência e dos
riscos desta experiência, que nos leva a imaginar que Franklin não fez a experiência
exatamente como ele havia descrito, porque poderia ter sido fatal.
Nikola Tesla foi um inventor sérvio que nasceu em 10 de julho de 1856 (Império
Austro-Húngaro) em uma cidade chamada Smiljan, que fica na atual região da Croácia.
Físico e engenheiro, ele ficou famoso devido às contribuições para o projeto do sistema
de eletricidade de corrente alternada.
Em 1882, Tesla descobriu o campo magnético rotativo - um princípio fundamental da
física que permitiu a criação de dispositivos que usam corrente alternada.
Outras invenções importantes de Tesla foram o motor de indução elétrica usado nas
indústrias e nos eletrodomésticos, o controle remoto, a transmissão via rádio, o sistema
de ignição usado nos carros, a Bobina de Tesla, entre outros. Foram mais de 40
registros de patentes nos Estados Unidos e 700 no mundo todo.

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O que é Eletricidade?

Eletricidade é o conjunto de fenômenos causados pela existência, interação e


movimento de cargas elétricas. É a energia derivada da energia potencial elétrica ou
energia cinética.

Existem dois tipos:


 Estático. Este tipo é produzido esfregando dois ou mais objetos e fazendo
fricção.
 Dinâmico. É o fluxo de carga através de um condutor.
Dois tipos de corrente podem transmitir energia elétrica:
 Corrente alternada (AC), na qual os elétrons vibram, mas não se movem.
 Corrente contínua (DC), na qual os elétrons se movem através do condutor.

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O que é Tensão Elétrica
Segundo o Sistema Internacional (SI), a unidade de tensão elétrica é o volt (V) e a
grandeza é representada pela letra V, em maiúsculo, para sinais contínuos e v, em
minúsculo, para sinais alternados

 Tensão continua – Quer dizer que ela não muda de polaridade


no tempo. Um exemplo é a pilha, que sempre será a mesma no
decorrer do tempo.
 Tensão alternada – A polaridade vai ser alternada de acordo
com a frequência. Numa tomada, por exemplo, a frequência
normal é de 60Hz, então significa que a tensão alterna 60 vezes
por segundo.

Fórmula de tensão elétrica


O potencial elétrico (V) é dado pela razão entre a energia potencial em um ponto (E p) e
o valor da carga (q).

A unidade do potencial no SI é o volt, que representa a energia de 1 joule fornecida a


uma carga de 1 coulomb inserida em determinado ponto.

Quando a carga é deslocada do ponto A ao ponto B, a força elétrica realiza um trabalho


para mudá-la de posição e, por isso, ocorre uma diferença de potencial elétrico (U).
O cálculo da tensão elétrica pode ser feito utilizando o trabalho realizado (T) e a carga
que o recebe (q).

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O que é Corrente Elétrica?
A corrente elétrica é o movimento de cargas elétricas, como os elétrons, que acontece
no interior de diferentes materiais, em razão da aplicação de uma diferença de
potencial elétrico. A corrente elétrica é a grandeza física que nos permite conhecer qual
é a quantidade de carga que atravessa a secção transversal de um condutor a cada
segundo..

Potência elétrica
É a medida do trabalho realizado por uma unidade de tempo.
A unidade de potência no sistema internacional de medidas é o watt (W), em
homenagem ao matemático e engenheiro James Watts que aprimorou a máquina à
vapor.
No caso dos equipamentos elétricos, a potência indica a quantidade de energia elétrica
que foi transformada em outro tipo de energia por unidade de tempo.
Por exemplo, uma lâmpada incandescente que em 1 segundo transforma 100 joule de
energia elétrica em energia térmica e luminosa terá uma potência elétrica de 100 W.

Fórmula da Potência Elétrica


Para calcular a potência elétrica utilizamos a seguinte fórmula:
P=U.i
Sendo,
P: potência (W)
i: corrente elétrica (A)
U: diferença de potencial (V)
Exemplo
Qual a potência elétrica desenvolvida por um motor, quando a diferença de potencial (ddp) nos
seus terminais é de 110 V e a corrente que o atravessa tem intensidade de 20A ?

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Solução:
Para calcular a potência, basta multiplicar a corrente pela ddp, sendo assim temos:
P = 20 . 110 = 2200 W
Frequentemente, a potência é expressa em kW, que é um múltiplo do W, de forma que
1 kW = 1000 W. Sendo assim, a potência do motor é de 2,2 kW.

FATOR DE POTÊNCIA

É a relação entre a energia que é entregue na instalação, e a energia que é convertida


em algum tipo de trabalho.
Há dois tipos de de potência:
Potencia aparente: é toda a potencia disponibilizada pela concessionáriade energia
para a instalação é a potência espontânea é medido em VA( volt-ampere).
Potência Ativa: è parte da potência aparente que é convertida nas maquinas e
equipamentos de trabalhoe que é utulizada para gerar movimento. Ex: luz.
Esta potência é medida em watts.
Potência Reativa: É a potência que não gera nenhum trabalho, é utilizada na
manutenção de campos eletromagnéticos nas estruturas das cargas indutivas, como
motores de indução, essa potência é medida em VAr volt ampere).

Cálculo do fator de potência: O fator de potência mostra e eficiência do uso da


energia entregue pela concessionária.

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A NBR 5410 traz no seu item 9.5.2.1, as diretrizes a respeito da previsão de
cargas de iluminação, sendo as principais:

a) Em cada cômodo ou dependência, no mínimo um ponto de luz, com 100


VA;

b) Em cômodos com área igual ou inferior a 6 m², no mínimo uma carga de


100 VA;
c) Em cômodos com área maior que 6 m², devemos prever 100 VA para os
primeiros 6 m² + 60 VA para cada aumento de 4 m² inteiros.
Calculando potência ativa (fator de potência)

(ILUMINAÇÃO):
Potência de iluminação aparente: 1080 VA
1080(VA) x 1 (fator de potência) = 1080 W
(TUG´S) :
Potência de tomadas aparente: 6900 VA
6900 (VA) x 0,8(fator de potência) = 5520 W
(TUE´S) :
Potência de tomadas aparente: 12100 VA
12100 (VA) x 1(fator de potência) = 12100 W
Cálculo da potência ativa TOTAL:
P = 1080 + 5520 + 12100
P = 18700 W

FATOR DE POTÊNCIA : ILUMINAÇÃO= 1,0


TOMADAS = 0,8

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LEVANTAMENTO DE CARGAS ELÉTRICAS

Para se instalar uma rede elétrica, é necessário, além de muitas outras coisas, um
levantamento de cargas elétricas do local. O levantamento de cargas é feito prevendo a
potência mínima de iluminação e tomadas a serem instaladas no local, para poder
determinar a potência total prevista para a instalação elétrica.

Levantamento da potência total

Para obter a potência total de uma instalação, será necessário calcular as potências
ativas e somá-las.

 Para a iluminação, deve-se multiplicar a potência calculada pelo fator de


potência, que será 1,0.
 Para as tomadas de uso geral o fator de potência será de 0,8.
 Para as tomadas de uso específico não será necessário realizar este cálculo,
pois o equipamento já vem mostrando a potência ativa (W).

Tipo de fornecimento e Tensão

A rede monofásica a dois fios (uma fase e um neutro).

A rede bifásica somente é instalada em Áreas rurais e é a três fios, composta de duas
fase e um neutro. Tensão em 127 e 220v (dependendo da região).

A rede trifásica é composta de quatro fios, são três fases e um neutro Rio de Janeiro
normalmente são três fase com tensão de 127 volts em cada uma, tendo uma melhor
distribuição de carga por fase, isto significa um melhor dimensionamento ou o
balanceamento da carga residencial.

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O que é padrão de entrada?

O padrão de entrada é o principal ponto de entrada de energia elétrica das unidades


consumidoras, sendo que o padrão de entrada é composto por um wattímetro que
também é conhecido como medidor de energia elétrica, um disjuntor e a caixa do
padrão. O wattímetro tem a função de realizar a medição de consumo da residência em
KWh (potência hora). Já o disjuntor tem a função primária de proteger a instalação
elétrica e também é um dispositivo de manobra externa da residência. A caixa do
padrão tem a função de proteger os componentes contra danos como por exemplo,
chuva, sol, contado involuntário das pessoas nos componentes etc.

Como dimensionar o padrão de entrada?

O primeiro passo é realizar o levantamento da quantidade de potência por


equipamento da residência, para saber qual será o disjuntor correto a ser usado no
padrão de entrada. Em casos que as residências não possuam projeto elétrico, esse
levantamento da quantidade de potência por equipamento pode ser feito através de
uma conversa com o cliente, realizando perguntas sobre quais os possíveis
equipamentos elétricos que serão utilizados na instalação. É importante saber se as
cargas da instalação são 127 Volts ou 220 Volts, pois caso a resposta seja 220 Volts o
padrão monofásico de 127 Volts estará descartado imediatamente

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DISJUNTOR GERAL
TRIFÁSICO
DIMENSÃO ILUMINAÇÃO TUG,S TUE
POTÊNCIA POTÊNCIA QT POTÊNCIA
COMODOS LADO A LADO B AREA (M2) PERIMETRO (M) (VA) QTD POTÊNCIA (VA) TOTAL(VA) DE ITEM (W) POTÊNCIA TOTAL
SALA 6 4 24 20 340 4 100 100
TORNEIRA
COZINHA 5 4 20 18 280 6 700 700 1 ELÉTRICA 5500W 6500
BANHEIRO 2,5 3 7,5 11 100 1 600 600 1 CHUVEIRO 6800W 6800
CORREDOR 1,5 3 4,5 9 100 1 100 100
SUITE
PRINCIPAL 5 5 25 20 340 5 1000 1000 1 CHUVEIRO 6800W 6800
SUITE 4 5 20 18 280 5 1000 1000 1 BANHEIRA 3500W 3500
QUARTO A 4 4 16 16 220 4 400 400
QUARTO B 4 4 16 16 220 4 400 400
1880VA 4300VA 23600
POTÊNCIA T.
ILUMINAÇÃO POT. TUG POT. TUE`S

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FATOR DE POTÊNCIA PARA CIRCUITO DE ILUMINAÇÃ = 1
POTÊNCIA ILUMINAÇÃO +TUG`S

POTÊNCIA TOTAL DE ILUMINAÇÃO = 1.880VA X 1 = 1.880W


1.880W+ 3440W=5.320W

FATOR DE POTÊNCIA PARA CIRCUITO TUG`S= 0,8

POTÊNCIA TOTAL TUG `S= 4.300VA X 0,8= 3.440W

TABELA DOS FATORES DE DEMANDA ILUMINAÇÃO E TUG`S


CIRCUITOS ILUMINAÇÃO E TUG`S

INSTAL
ADA FATOR DE
POTÊNCIA (W) DEMANDA
<1000 0,86
1001 a 2000 0,75
2001 a 3000 0,66
3001 a 4000 0,59
4001 a 5000 0,52
5001 a 6000 0,45
6001 a 7000 0,4
7001 a 8000 0,35
8001 a 9000 0,31
9001 a 1000 0,27
>10000 0,24

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POTÊNCIA TOTAL DE ILUMINAÇÃO E TUG`S = 5.320W
FATOR DE DEMANDA = 0,45
DEMANDA ILUMINAÇÃO E TUG`S= 5.320W X 0,45=2.394W

CIRCUITOS TUE`S
Nº DE CIRCUITOS FATOR DE DEMANDA
1 1
2 1
3 0,84
4 0,76
5 0,7
6 0,65
7 0,6
8 0,57
9 0,54
10 0,52
11 0,49
2 0,48
13 0,46
14 0,45
15 0,44
16 0,43
17 0,41
18 0,4
19 0,4
20 0,4
21 0,39
22 0,39
23 0,39
24 0,38
25 0,38

POTÊNCIA TOTAL TUE`S = 23.600W X 0,76=17.936W

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POTÊNCIA ILUMINAÇÃO + POTÊNCIA TUG`S = 5.320W

TOTAL= 23.256W

OBS: PASSAR VALOR DA DEMANDA PARA POTÊNCIA APARENTE (WA)

UTILIZAR FATOR DE POTÊNCIA DE 0,95 PARA CIRCUITOS DE ALIMENTAÇÃO


PRINCIPAL

DEMANDA (VA) = DEMANDA (W) / POR FATOR DE POTENCIA = 23.256W/0,95=


24.480VA

I demanda

Max= Demanda (va) ÷ √3X220V

I demanda

Max= 24.480VA ÷ √3X220V= 64,3A . OBS: DEVERÁ USAR UM DISJUNTOR ACIMA DESSE

VALOR E ESPECIFICAR O CABO DO CIRCUITO DE ENTRADA ATÉ O QDC.

UTILIZAR A TABELA 37 NBR 5410

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QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO

Toda a eletricidade que está dentro de uma instalação elétrica passa por um quadro
de distribuição. Ou seja, ele funciona como o coração da instalação elétrica, uma
vez que comanda todos os circuitos elétricos de uma residência.

Para realizar a instalação do quadro de distribuição, é necessário ter primeiro um


planejamento dos circuitos elétricos de toda a construção.

Nesse planejamento, estão previstos todos os circuitos que envolvem a instalação


do sistema de iluminação, tomadas, chuveiros, ar condicionado e outras
necessidades da construção que exigem o uso de energia elétrica.

O quadro de distribuição serve como conector entre a potência certa para cada
aparelho de acordo com o nível de carga que ele consegue suportar.

Disjuntor Termomagnético: O que é? O disjuntor termomagnético é um


dispositivo de proteção que tem como principal função desarmar e
seccionar circuitos, caso perceba uma corrente elétrica acima do seu
valor nominal ou uma corrente de curto circuito.

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Tipos de Disjuntores:

Os disjuntores de curva B são indicados para cargas resistivas com pequena


corrente de partida, por exemplo, aquecedores elétricos, fornos elétricos e lâmpadas
incandescentes e atuam em correntes de curto circuito de três a cinco vezes a sua
corrente nominal;
• Os disjuntores de curva C são indicados para cargas de média corrente de partida,
por exemplo, motores elétricos, lâmpadas fluorescentes e máquinas de lavar roupas
e eles atuam em correntes de curto-circuito de cinco a dez vezes a corrente nominal;
• Os disjuntores de curva D são indicados para cargas com grande corrente de
partida, por exemplo, transformadores BT/BT (baixa tensão), esses disjuntores
atuam para correntes de curto-circuito entre dez e vinte vezes a sua nominal.

DISJUNTOR DIFERENCIAL – RESIDUAL (DR)


O DR - Dispositivo Residual – possui o objetivo principal de proporcionar a proteção
de pessoas contra acidentes de origem elétrica e também ao patrimônio no caso de
incêndios.
Mesmo com esta grande finalidade e presentes há mais de 20 anos no Brasil,
apenas 21% das residências brasileiras utilizam o dispositivo, segundo a Abracopel
e o Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre).
Desde 2012, o dispositivo DR (Diferencial Residual) é obrigatório nos casos:
 Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em ambientes que
contenham chuveiro ou banheira;
 Em circuitos que alimentam tomadas localizadas em áreas externas à
edificação;
 Em circuitos que alimentam tomadas localizadas em áreas internas que
possam vir a alimentar equipamentos na área externa;
 Em circuitos que sirvam a pontos de utilização localizados em cozinhas,
lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais ambientes internos
normalmente molhados ou sujeitos a lavagens.

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Esquema de instalação do DR

O IDR se diferencia o DDR, pois ele não funciona como disjuntor, o que é o
caso do DDR. IDR atua somente em casos de corrente de fuga, não de curtos
circuitos. Já o DDR funciona como disjuntor e também em casos de corrente
de fuga.

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CIRCUITO DE DISTRIBUIÇÃO

Para o pleno funcionamento de uma instalação residencial vários cuidados devem


ser tomados, como o cumprimento de normas, correto dimensionamento de
componentes e cabos, escolha adequada de interruptores, tomadas e lâmpadas e
um ponto muito importante que é a distribuição dos circuitos da instalação.

É chamado de circuito o conjunto de pontos de consumo (pontos de luz e tomadas),


alimentados pelos mesmos condutores e ligados ao mesmo dispositivo de proteção.
Todos os circuitos iniciam-se no QDC (quadro de distribuição de circuitos) e
finalizam nos pontos de tomadas, iluminação e as demais cargas.

 Pontos de cozinha, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e


locais análogos devem ser atendidos por circuito exclusivamente destinado a
alimentação de tomadas desses locais.

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SIMBOLOGIA

As instalações elétricas residenciais são compostas por diversos elementos como


por exemplo, interruptores, tomadas, pontos de iluminação, condutores etc. Todos
esses elementos estão descritos no projeto elétrico residencial, de forma que
qualquer especialista na área da elétrica consiga interpretar o projeto.

21
CONDUTORES ELÉTRICOS

O condutor elétrico é um material que facilita a passagem de corrente elétrica


pelo seu interior. O condutor elétrico é um material que conta com uma baixa
resistência elétrica, ou seja, que possibilita a passagem de corrente elétrica pelo seu
interior com certa facilidade.

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CONDUTOR DE PROTEÇÃO FIO TERRA
O condutor de proteção - fio terra - tem uma importante função na instalação
elétrica, pois participa de vários momentos da segurança, como atuação de
dispositivos, minimização dos choques e até a melhora do funcionamento de
equipamentos eletrônicos.
As tomadas são dotadas de três pinos. Dois dos quais são fase ou fase e neutro, e o
terceiro, isolado dos primeiros, é o terra.

Onde o Fio Terra é Usado


O fio terra deve ser instalado em todas as tomadas e pontos de energia da casa,
independente do ambiente. Isto garante que qualquer equipamento que possua o fio
terra seja interligado ao sistema de aterramento.
O aterramento nas instalações elétricas atuais é um item obrigatório. Sua função
está na proteção dos equipamentos através da criação de um caminho para as
correntes de falta. Atuando assim nos dispositivos de proteção.
A principal função do aterramento, além da proteção de equipamentos, é evitar
choques elétricos. Afinal ele pode causar desfibrilação ventricular (parada cardíaca).
Nem todos os equipamentos necessitam do fio terra. Eles já possuem na sua
construção isolamento de suas carcaça, não colocando os usuários em risco de
choque.
Mas o pino de aterramento na tomada deve estar disponibilizado em toda a
residência. Os equipamentos que possuem o fio terra (condutor de proteção)
precisarão dele.
Tomadas
A tomada que aceita aterramento e tem conector para o fio terra é a tomada tripolar.
Ela possui três orifícios: o da fase mais o do neutro mais o orifício do terra.
Este é o padrão adotado por vários países e atualmente adotado por arquitetos na
construção da rede elétrica dos imóveis brasileiros. Até porque este é o padrão de tomada
tripolar indicada pelas normas da ABNT ( ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS).

23
ESQUEMAS DE LIGAÇÃO

24
CÁLCULO DA CORRENTE ELÉTRICA EM UM CIRCUITO
A corrente elétrica, também chamada de amperagem, é uma das grandezas que
temos dentro do estudo da eletricidade. Assim como a corrente, existem outras
grandezas fundamentais, que também são a base da eletricidade, que são: tensão
elétrica, potência elétrica e resistência elétrica. Através da combinação dessas
grandezas podemos encontrar umas às outras.
O que é corrente elétrica:
A corrente elétrica é denominada como movimento ordenado dos elétrons. Ela
surge através de uma diferença de potencial entre dois pontos, pois através dos
dessa diferença os elétrons fluirão de um ponto para outro através de um condutor.

Lei de ohm:
A lei de Ohm é a uma das leis mais importante da eletricidade, e é inegável que é a
fórmula mais aplicada nos cálculos elétricos. A importância de compreender a
utilização dessa lei é sem dúvida a base para quase todos os outros estudos e
aplicações da eletricidade.
Essa lei relaciona as três principais grandezas elétricas e demonstra como elas
estão ligadas, sendo elas a tensão elétrica, corrente elétrica e resistência elétrica. A
lei de ohm é bem simples, quando temos o valor de duas dessas grandezas é
possível encontrar a terceira variável, para isso basta usar uma fórmula que é:
V=R.I.

V: Tensão elétrica, dado em volts (V).


R: Resistência elétrica, dado em ohm (Ω).
I: Corrente elétrica, dado em ampere (A).

25
há várias maneiras de encontrarmos o valor da corrente elétrica, um deles é usando
o método de divisor de tensão para encontrar a tensão em cima de um dos
resistores e então usar a lei de ohm, dessa forma teremos a corrente em cima do
resistor, logo essa será a mesma corrente em todas as demais cargas.

Outra maneira é utilizando a associação de resistores em série para encontrar


a resistência total (Rt) do circuito, para isso, basta somar o valor das duas
resistências, então basta aplicar lei de ohm, dividindo o valor da tensão total
(Vt) do circuito pela resistência total do circuito, dessa forma teremos a
corrente total (It) do circuito e consequentemente a corrente em todas as
cargas, pois é a mesma em todo o circuito. Está segunda maneira é aqui
iremos usar, como mostra o exemplo abaixo:

Rt=R1+R2
Rt=270+330
Rt=600Ω
It=Vt/Rt
It=12/600
It=0,02A ou 20mA

26
Como calcular a potência do
circuito de distribuição?

Exemplo: S=2200VA, I=2200/220=10 A Para Calcular a corrente no circuito de


distribuição deve-se fazer uso dos fatores de demanda de iluminação, TUG e TUE.
Corrente muito elevada, isso deixará o cabo superdimensionado. Deve-se fazer uso
dos fatores de demanda de iluminação, tug e tue.
1 – Soma-se os valores das potências ativas de iluminação e pontos de tomadas de
uso geral (TUG).
Ex: Potência ativa de iluminação: 1060W
Potência ativa de TUG: 5510W
6570W
2 – Multiplica-se o valor calculado (6570W) pelo fator de demanda correspondente a
este valor.

3- Multiplica-se as potências dos pontos de tomada de uso específico (TUE) pelo


fator de demanda correspondente.
Ex:
1 Chuveiro de 5.500w.
1 Torneira de 5.000w

27
1 Máquina de Lavar 1.000W
11.500W X 0,84 = 9,66W

4- Soma-se os valores das potências ativas de iluminação de TUG e TUE já corrigidos e


pelos fatores de demanda encontrados.

2628W + 9,66= 2.637,66 / 0,92 = 2.867,02VA

De acordo com a Legislação Brasileira, o fator de potência mínimo


permitido é de 0,92.

Desta forma encontrado a potência do circuito de distribuição


efetua-se o cálculo do circuito de distribuição.

Fórmula: P= 2867,02
U= 127V
I= 22,57A

28
DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES
E DISJUNTORES DOS CIRCUITOS

Como dimensionar o disjuntor do circuito?


Por ela, é possível subdividir não só circuitos de iluminação, como tomadas de uso
geral e de uso específico. Para fazer o cálculo de disjuntores em cada circuito
elétrico, você deve fazer o cálculo de corrente total para, depois disso, determinar
qual é o disjuntor adequado.

Levantamento de cargas e divisão da instalação elétrica


A quantidade de circuitos de uma instalação elétrica depende, entre outros fatores,
de sua potência instalada e da potência unitária das cargas a serem alimentadas.

Além disso, há alguns critérios a serem adotados na distribuição dos pontos, e o


grau de flexibilidade da instalação futuras necessidades.

29
O que diz a norma sobre a divisão de circuitos elétricos:
No item 9.5.3.1 da norma, diz que todo ponto de utilização previsto para alimentar,
de modo exclusivo ou virtualmente dedicado, equipamento com corrente nominal
superior a 10 A deve constituir um circuito independente.

No item 9.5.3.2, faz referência aos pontos de tomada de cozinhas, copas, copas-
cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos, os quais devem ser
atendidos por circuitos exclusivamente destinados à alimentação de tomadas
desses locais.

a) A corrente de projeto (IB) do circuito comum (iluminação mais tomadas) não


deve ser superior a 16 A.

b) Os pontos de iluminação não sejam alimentados, em sua totalidade, por um só


circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação mais tomadas).

c) Os pontos de tomadas, já excluídos os indicados em 9.5.3.2, não sejam


alimentados, em sua totalidade, por um só circuito, caso esse circuito seja comum
(iluminação mais tomadas).

30
31
32
Seção Do Condutor de Proteção

Seção mínima do condutor de proteção: A seção de qualquer condutor de proteção


que não faça parte do mesmo cabo ou do mesmo invólucro que os condutores vivos
deve ser, em qualquer caso, não inferior a: a) 2,5 mm² se possuir proteção
mecânica b) 4 mm² se não possuir proteção mecânica.

O dimensionamento do condutor de proteção em uma instalação elétrica de baixa


tensão é apresentado na NBR 5410 em duas seções
O dimensionamento é tratado somente na seção 6.4.3 que trata dos condutores de proteção,
isto é verdade somente para o esquema de aterramento TT. Para os demais esquemas de
aterramentos, inclusive o mais usado que é o TN, este assunto também é tratado na seção
5.1.2.2.4 que trata do seccionamento automático da alimentação para proteção contra choques
por contato indireto, ou seja, a proteção supletiva. Portanto o dimensionamento do condutor de
proteção PE deve ser feito considerando as duas seções da norma a 5.1.2.2.4 e a 6.4.3.
No caso mais comum que é o uso do esquema TN o dimensionamento do condutor de proteção
para atender o critério do seccionamento automático da alimentação é tratado na alínea d da
seção 5.1.2.2.4.2. O dimensionamento deve ser realizado para que as características do
dispositivo de proteção e a impedância do circuito devam ser tais que, ocorrendo em qualquer
ponto uma falta de impedância desprezível entre um condutor de fase e o condutor de proteção
ou uma massa, o seccionamento automático se efetue em um tempo no máximo igual ao
especificado. A norma considera a prescrição do seccionamento automático da alimentação
atendida se a seguinte condição for satisfeita:

Zs . Ia ≤ Uo

onde:
Zs é a impedância, em ohms, do percurso da corrente de falta, composto da fonte, do condutor
vivo, até o ponto de ocorrência da falta, e do condutor de proteção, do ponto de ocorrência da
falta até a fonte;
Ia é a corrente, em ampères, que assegura a atuação do dispositivo de proteção num tempo no
máximo igual ao especificado;

Uo é a tensão nominal, em volts, entre fase e neutro, valor eficaz em corrente alternada.
Veja, Zs é a impedância do percurso da corrente de falta e o condutor de proteção faz parte do
percurso da corrente de falta, do ponto de ocorrência da falta até a fonte,

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logo o dimensionamento do condutor de proteção influencia no atendimento da relação Zs . Ia ≤
Uo.
A segunda seção onde são apresentadas prescrições relativas ao dimensionamento do condutor
de proteção é a 6.4.3, que é dedicada às prescrições relativa aos condutores de proteção, mais
especificamente na 6.4.3.1 que trata da determinação das seções mínimas destes condutores.
A seção mínima do condutor de proteção é determinada de forma que este condutor seja capaz
de suportar os esforços térmicos provocados pela corrente de falta presumida de uma
instalação. Para isto a norma apresenta dois caminhos, que o usuário pode escolher:
ü uma fórmula para que a seção mínima seja calculada, apresentada em 6.4.3.1.2, e
ü uma tabela para que a seção seja selecionada, apresentada em 6.4.3.1.3.
A fórmula apresentada pela norma é a seguinte:

onde:
S é a seção do condutor, em milímetros quadrados;
I é o valor eficaz, em ampères, da corrente de falta presumida, considerando falta direta;
t é o tempo de atuação do dispositivo de proteção responsável pelo seccionamento automático,
em segundos;
k é um fator que depende do material do condutor de proteção, de sua isolação e outras partes,
e das temperaturas inicial e final do condutor. A norma apresenta tabelas que indicam valores de
k para diferentes tipos de condutores de proteção.

Caso a aplicação da expressão resulte em seções não padronizadas, devem ser utilizados
condutores com a seção padronizada imediatamente superior.
Em alternativa ao método de cálculo de 6.4.3.1.2, a norma apresenta uma tabela para
determinação da seção mínima do condutor de proteção, que é a seguinte:

Seção dos condutores de fase Seção mínima do condutor


S de proteção
mm2 correspondente
mm2
S ≤ 16 S

16 < S ≤ 35 16

S > 35 S/2

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Quando a aplicação da tabela conduzir a seções não padronizadas, devem ser
escolhidos condutores com a seção padronizada mais próxima. A tabela acima é
válida apenas se o condutor de proteção for constituído do mesmo metal que os
condutores de fase.
O mais comum é que os usuários optem por usar a tabela e não a fórmula, para
simplificar a determinação da seção mínima. Mas as opções são apresentadas.
Aliás, o uso da tabela leva sempre a um valor da seção mínima maior ou igual ao da
fórmula, portanto o uso da fórmula poderá baratear a instalação.
Finalmente é importante ressaltar que a norma permite, em duas prescrições (na
nota de 5.1.2.2.3.6 e em 6.4.3.1.5), que se use um único condutor de proteção para
dois ou mais circuitos, desde que esteja instalado no mesmo conduto que os
respectivos condutores de fase, e que seja usada a seção do maior condutor de
proteção dos circuitos por ele compartilhado, seja calculado ou seja selecionado na
tabela.

Dimensionamento de Eletrodutos

De acordo com a norma NBR5410, a taxa máxima de ocupação de eletrodutos em


relação à área da seção transversal não deve ser superior a 53% para um
condutor ou cabo, 31% para dois condutores ou cabos e 40% para três ou
mais condutores ou cabos.

Nas instalações elétricas residências o eletroduto mais comum é o tipo


flexível corrugado. Fabricados normalmente em material PVC ou similar eles
possuem um custo baixo e uma boa maleabilidade e são encontrados nas
seguintes bitolas:

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