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INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I.P.

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Resistividade elétrica e resistência elétrica


A resistividade elétrica de um determinado material é a resistência elétrica de 1
metro de comprimento desse material com uma secção de 1 metro quadrado.
Ela é representada pela letra grega ρ (ró).

A resistividade elétrica é uma grandeza que depende única e exclusivamente das


características intrínsecas do material, isto é, da sua estrutura atómica e molecular. Assim,
cada material tem o seu valor próprio (constante) de resistividade elétrica.

Pela definição de resistividade elétrica que é igual à resistência R de um material


que tem um metro de comprimento l num metro quadrado de secção. Logo temos:

No sistema internacional (S.I.) as grandezas exprimem-se:

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Na prática utilizamos:

Podemos ainda obter as seguintes expressões, a partir da expressão deduzida:

Variação da resistência com a temperatura


O aumento da temperatura, como é de esperar provoca, num material uma agitação
de atómica e molecular mais elevada que a verificada com temperaturas inferiores.
Conclui-se portanto, que o aumento da temperatura provoca o aumento da
resistência elétrica na generalidade dos materiais.
Definiu-se então o conceito de coeficiente de temperatura, o qual é representado
pela letra grega α (alfa).
Na tabela seguinte apresentam-se os coeficientes de temperatura para alguns
materiais condutores e ligas resistentes:

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A unidade do coeficiente de temperatura é o ºC-1


A expressão seguinte traduz a variação da resistência com a temperatura:

A partir da expressão anterior, deduz-se uma expressão semelhante para a


variação da resistividade com a temperatura:

É de salientar que R2 e ρ2 são sempre os valores finais em relação à temperatura


ambiente de 20ºC.
A variação da resistência dos materiais com a temperatura tem, evidentemente,
algumas consequências que nuns casos, podem ser consideradas inconvenientes e noutros
casos como aplicações. Por exemplos temos:
 Escolha de materiais para resistências;
 Variação dos enrolamentos das máquinas elétricas;
 Funcionamento das lâmpadas de incandescência.

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RESISTÊNCIAS ELÉCTRICAS FIXAS LINEARES


A resistência elétrica é um componente que opõe uma certa dificuldade à passagem da
corrente elétrica.
Funções que podem ser desempenhadas por resistências num circuito: limitadores de
corrente, divisores de tensão, atenuação, filtragem, polarização, carga, etc.
Tipos de resistências fixas: resistências aglomeradas (de grafite), resistências de camada
ou película (de carvão ou liga metálica) e resistências bobinadas (de fio de liga de metais:
cobre-níquel ou cobre-magnésio).

Código de cor das resistências

Cor 1º e 2º algarismo Multiplicador Tolerância


Preto 0 x1
Castanho 1 x10
Vermelho 2 x100
Laranja 3 x1000
Amarelo 4 x10 000
Verde 5 x100 000
Azul 6 x1 000 000
Violeta 7 x10 000 000
Cinzento 8 -----
Branco 9 -----
Dourado ----- x0,1 (*)  5%
Prateado ----- x0,01 (*)  10%
Sem cor ----- -----  20%
Nota: O valor obtido vem expresso em Ohm () (*) 3º anel dourado → R <10Ω ; 3º anel
prateado → R <1Ω

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Código de cor das resistências de precisão (5 ou 6 anéis)

Deve iniciar-se a leitura


pelo anel mais fino.

Coeficiente de
Cor 1º 2º e 3º algarismo Multiplicador Tolerância
temperatura (x10-6/ºC)
Preto 0 x1 200
Castanho 1 x10  1% 100
Vermelho 2 x100  2% 50
Laranja 3 x1000 25
Amarelo 4 x10 000 15
Verde 5 x100 000  0,5%
Azul 6 x1 000 000  0,25% 10
Violeta 7 x10 000 000  0,1% 5
Cinzento 8 ----- 1
Branco 9 -----
Dourado ----- x0,1
Prateado ----- x0,01
Nota: O valor obtido vem expresso em Ohm ()

No caso de resistências de precisão de filme metálico, encontra-se pintada um sexto anel que representa o
coeficiente de temperatura.
Nas resistências de filme, a cor de base do seu corpo determina o material que as constitui.
Filme de carbono Filme metálico Filme vítreo metalizado (VR) Filme metálico (MR) precisão
(CR) (SFR) Azul Verde-escuro
Bege Verde-claro

Valores comerciais das resistências


Série E6 (tolerância de 20%) 10 15 22 33 47 68
Série E12 (tolerância de 10%) 10 12 15 18 22 27 33
39 47 56 68 82
Série E24 (tolerância de 5%) 10 11 12 13 15 16 18
20 22 24 27 30 33
36 39 43 47 51 56
62 68 75 82 91
Os números mostrados nas séries são básicos já que os valores nominais são fornecidos em submúltiplos ou múltiplos
(base 10)
Exemplo: Na série E24, número básico 91
Valores nominais: 0,91Ω; 9,1Ω; 91Ω; 910Ω; 9K1; 91K; 910K; 9M1

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Código alfanumérico das resistências


R(Ohm), K(Quilo) ou M(Mega) são colocados no lugar da vírgula.
Ex. : Escrito no corpo da resistência Lê-se o seguinte valor
R33 0,33
2R4 2,4
47K 47K
8M2 8,2M
Potência de dissipação das resistências
Sempre que uma corrente passa através de uma resistência produz-se calor (perda de energia) que terá de ser
dissipado para o exterior, para que a resistência não sobreaqueça e queime.
A potência máxima de dissipação das resistências varia segundo o seu tamanho.
As resistências aglomeradas fabricam-se para 1/8W, 1/4W,
1/2W, 1W, 2W e 3W de dissipação.
As resistências de camada de carvão fabricam-se para
1/10W ou 1/8W, 1/4W, 1/3W, 1/2W, 2/3W, 1W, 1,5W e 2W.
As resistências de camada metálica fabricam-se
normalmente para 1/4W e 1/2W.
As resistências bobinadas fabricam-se desde 1W a várias
centenas ou milhares de Watt.
Potências de dissipação mais usuais das resistências.

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RESISTÊNCIAS ELÉCTRICAS NÃO


LINEARES
São resistências cujo valor varia com fatores externos
(temperatura, luz…).

Têm
O seu valor aplicações na
As resistências
NTC óhmico medição de
NTC são
(Coeficiente diminui à temperaturas,
de fabricadas à
Temperatura medida que a proteção de
base de óxidos
Negativo) temperatura circuitos,
semicondutores.
aumenta. estabilização
Termistências ou termistores

da tensão, etc.
Têm
aplicações
como
limitadoras da
intensidade da
As resistências corrente em
O seu valor
PTC são circuitos e
PTC óhmico
fabricadas à máquinas
(Coeficiente aumenta à
de base de elétricas, na
Temperatura medida que a
titanatos de proteção
Positivo) temperatura
bário e de destes mesmos
aumenta.
estrôncio. circuitos, e em
particular de
motores,
contra
temperaturas
exageradas.

O seu valor
óhmico varia
segundo a São utilizadas
luminosidade nos fotómetros
Foto-resistências

que incide As resistências das máquinas


LDR nela. Na LDR são à base fotográficas,
(Resistência obscuridade de sulfureto de na deteção de
Dependente
da Luz) apresenta cádmio, selénio, incêndios,
grande etc. controlo
resistência e automático de
com luz luzes, etc.
pequena
resistência.

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Utilizam-se
para proteger
São os circuitos e
resistências e aparelhos
Varístor ou Varistância

variam em contra as
função da As resistências sobretensões
tensão VDR são que surgem
VDR
(Resistência aplicada. O fabricadas à quando se
Dependente seu valor base de desligam
da Voltagem)
óhmico carboneto de circuitos
diminui silício. indutivos. São
quando também
aumenta a utilizadas nos
tensão. para-raios que
protegem as
linhas aéreas.

O seu valor Aplicam-se na


depende da medição da
indução do indução dos
Magneto resistências

campo campos
magnético magnéticos.
MDR (indução Aproximando
São constituídas
(Resistência magnética) ou afastando
Dependente por
do em que se um íman da
semicondutores.
Magnetismo) situam. MDR pode
A resistência interferir-se
aumenta com num circuito
o valor da sem deslocar
indução contactos
magnética. elétricos.

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RESISTÊNCIAS ELÉCTRICAS VARIÁVEIS

Potenciómetro variável

Ligação entre os terminais:

1 e 3  Resistência fixa.
2 e 3 ou 2 e 1  Resistência variável.
1, 2 e 3  Potenciómetro.

Os potenciómetros são de carvão ou de fio bobinado.

A variação da resistência pode ser linear (LIN ou A),


logarítmica (LOG ou B), anti logarítmica (C), logarítmica
lenta (T), logarítmica rápida (F) ou semi logarítmica (S).i

Código alfanumérico

R, K ou M são colocados no lugar da vírgula.


Ex:
Escrito no corpo do potenciómetro Lê-se o seguinte valor
R33 0,33
2R4 2,4
47K 47K
8M2 8,2M

Outros estão marcados só com números de três algarismos. O terceiro


algarismo corresponde ao número de zeros.
Ex: Escrito no corpo do potenciómetro Lê-se o seguinte valor
474 47 0000 = 470K
223 22 000 = 22K
102 10 00 = 1K
220 22

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Potenciómetro ajustável (Trim-pot)

Ligação entre os terminais:

1 e 3  Resistência fixa.
2 e 3 ou 2 e 1  Resistência variável.
1, 2 e 3  Potenciómetro. 
1
Os potenciómetros mais usados são os lineares e os logarítmicos. Para a regulação do volume do som
utilizam-se potenciómetros logarítmicos, para as correções de frequência (tonalidade) são preferidos os
lineares.

Medição e análise de resistências fora do circuito com um multímetro.

Com um multímetro analógico.


Se conhece o valor da resistência (através do código de cores ou do código alfanumérico) deverá selecionar o campo de medida
imediatamente acima desse valor.

 Selecionar o campo de medida de resistências.


 Ligar as pontas de prova ao multímetro.
 Curto circuitar as pontas de prova e ajustar o zero.
(Sempre que mudar de campo de medida terá que ajustar o zero).
 Se a resistência sobre teste der 0 a resistência está em curto-circuito ou o campo de
medida selecionado é muito superior ao valor da resistência a medir.
 Se a resistência sobre teste der  (infinito) a resistência está em aberto ou o campo de
medida selecionado é muito inferior ao valor da resistência a medir.

Com um multímetro digital.


Se conhece o valor da resistência (através do código de cores ou do código alfanumérico) deverá selecionar o campo de medida
imediatamente acima desse valor.

 Selecionar o campo de medida de resistências.


 Ligar as pontas de prova ao multímetro.
 Se a resistência sobre teste der 0 a resistência está em
curto-circuito ou o campo de medida selecionado é muito
superior ao valor da resistência a medir.
 Se a resistência sobre teste der  (infinito) a resistência
está em aberto ou o campo de medida selecionado é muito
inferior ao valor da resistência a medir.

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Cuidados complementares

Quando se pretender medir resistências de elevado


valor (aproximadamente 1 M ou mais) não se deve
tocar com as mãos nos terminais do componente, já
que colocaremos a resistência elétrica própria do
nosso corpo (que é elevada) em paralelo com a
resistência que se está a medir o que falseará o
resultado da medição.

Medição e análise de resistências no circuito


com um multímetro.

Desligar o circuito.
Não utilizar o multímetro para medir resistências que se encontram inseridas num circuito sob
tensão.
Se tiver que medir resistências que fazem parte de um circuito, é necessário antes, desligar o
circuito.

Componentes em paralelo com a resistência a medir.


A medição de resistências num circuito pode ser problemática, já que
frequentemente podem existir outras (resistências, indutâncias,
transformadores, semicondutores) em paralelo com a que se quer
medir.
Para combater o problema das resistências em paralelo deve-se
desligar um dos terminais da resistência a medir.
Junção PN em paralelo com a resistência a medir.
A maioria dos aparelhos de medida de resistências funciona com uma
tensão de teste que é superior à tensão de polarização direta de uma junção PN de silício (0,6 - 1
V) ou de germânio (0,2 - 0,4 V).

N
Qualquer junção PN polarizada diretamente que esteja em
P + paralelo com a resistência a medir pode colocar em
derivação a referida resistência da junção PN e fornecer
N
 uma leitura baixa.
_
N

P _ Um semicondutor polarizado inversamente (através das


pontas de prova) ficará com uma resistência muito elevada
N  e obtém-se assim uma leitura correta.

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Condensador
Consideremos duas placas condutoras paralelas A e B, denominadas armaduras,
separadas por um material isolante, denominado dielétrico.

Aplicando uma diferença de potencial (tensão) entre as placas, com potencial


positivo na placa A e potencial negativo na placa B, a placa A começa a ceder eletrões
para o polo positivo da fonte, carregando-se positivamente.
A placa B, simultaneamente, começa a atrair eletrões do polo negativo da fonte,
carregando-se negativamente, formando um fluxo de eletrões (corrente i).

Conforme aumenta a carga q armazenada nas placas, aumenta a diferença de


potencial v entre elas, fazendo com que o fluxo de eletrões diminua.

Após um determinado tempo, a carga armazenada atinge o seu valor máximo Q.


Isso ocorre quando a diferença de potencial entre as placas se iguala à tensão da fonte (v
= E), cessando o fluxo de eletrões (i = 0).

Esse dispositivo, com capacidade de armazenar cargas elétricas (energia


electroestática), é chamado de condensador, cujos símbolos mais comuns estão
representados abaixo.

Em geral, nos condensadores fabricados com placas condutoras separadas por um


dielétrico, a tensão pode ser aplicada aos seus terminais com qualquer polaridade.
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Porém, em alguns condensadores, como os eletrolíticos de alumínio ou de tântalo,


as placas devem ser polarizadas corretamente, caso contrário, eles podem danificar. Para
isso, o fabricante identifica o terminal positivo ou negativo no próprio encapsulamento,
por meio de sinais + ou -.
As funções que pode desempenhar num circuito são as de bloqueio (da
componente contínua de um sinal), filtragem (de determinadas frequências),
armazenamento de cargas elétricas, acoplamento ou desacoplamento (entre partes do
circuito eletrónico), correção do fator de potência do circuito, eliminação de ruídos, etc.

Capacitância x Características Elétricas

A capacidade de armazenamento de cargas elétricas é chamada de capacitância,


simbolizada pela letra C.
A capacitância é a medida da carga elétrica q que o condensador pode armazenar por
unidade de tensão vc.

Matematicamente:
q
C
vc
Por esta fórmula, a unidade de capacitância é coulomb/volt [C/V] ou simplesmente, farad
[F].

Comportamento elétrico do condensador

Vamos analisar o comportamento da tensão e da corrente no condensador.


Consideremos o seguinte circuito, com o interruptor S aberto e com o condensador
inicialmente descarregado, isto é vc = 0.

Fechando o interruptor no instante t = 0, a tensão entre as placas do


condensador cresce exponencialmente até atingir o valor máximo, isto é, vc = E.
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Com a corrente acontece o contrário. Inicialmente, com as placas do condensador


descarregadas, a corrente não encontra qualquer resistência para fluir, tendo um valor
máximo i = I, caindo exponencialmente até cessar, i = 0.
O período entre o fecho do interruptor e a estabilização da tensão é rápido, mas
não instantâneo, sendo denominado transitório.

Esse comportamento do condensador, leva-nos às seguintes conclusões:


I – Quando o condensador está totalmente descarregado, a fonte
examina-o como um curto-circuito (XC = 0). Por isso, vc = 0 e i = I.
II – Conforme as placas vão carregando e a tensão vc aumenta, a fonte
examina o condensador como se ele fosse uma reactância XC crescente, fazendo
com que a corrente i diminua.

III – Quando o condensador está totalmente carregado, a tensão entre as


placas iguala-se à fonte, vc = E, que o examina como um circuito aberto (XC =
∞). Por isso, i = 0.

Capacitância x Características físicas

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A capacitância de um condensador de placas paralelas, depende da área S [m2]


das placas, da distância d [m] entre elas e do material dieléctrico, que é caracterizado
pela sua permissividade absoluta, representada pela letra grega ε (epsílon), cuja unidade
de medida é farad/metro [F/m].
Matematicamente:
S
C  .
d
No vácuo, ε0 = 8,9 x 10 F/m. Para os demais materiais, essa característica pode
-12

ser dada em relação à permissividade do vácuo, conforme a tabela seguinte:


Dielétrico Permissividade – ε
[F/m]
Ar ε0
Polietileno 2,3. ε0
Papel 3,5. ε0
Baquelite 4,8. ε0
Mica 6. ε0
Porcelana 6,5. ε0

Condensadores elétricos
São basicamente constituídos por duas armaduras metálicas entre as quais existe um
material isolador ou dielétrico;
As funções que pode desempenhar num circuito são as de bloqueio (da componente
contínua de um sinal), filtragem (de determinadas frequências), armazenamento de
cargas elétricas, acoplamento ou desacoplamento (entre partes do circuito eletrónico),
correção do fator de potência do circuito, eliminação de ruídos, etc.

Série de valores básicos de condensadores:


 10; 12; 15; 18; 22; 27; 33; 39; 47; 56; 68 e 82;

Os múltiplos e submúltiplos decimais destes valores básicos permitem encontrar os


valores dos condensadores.
Exemplos:
 (para o número básico 10): 1pF – 10pF – 100pF – 1nF – 10nF – 100nF
– 1F – 10F – 100F – 1000F
 (para o número básico 22): 2,2pF – 22pF – 220pF – 2,2nF – 22nF –
220nF – 2,2F – 22F – 220F – 2200F

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 (para o número básico 47): 4,7pF – 47pF – 470pF – 4,7nF – 47nF –


470nF – 4,7F – 47F – 470F – 4700F

Código de cor dos condensadores de poliéster metalizado:

Exemplo: A tabela mostra como interpretar o código de cores do condensador .


No condensador "A", as 3 primeiras cores são, laranja, laranja e laranja,
correspondem a 33000pF, equivalendo a 33 nF. A cor branca, logo adiante, é referente
a ±10% de tolerância. E o vermelho representa a tensão nominal, que é de 250 volts.

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Código alfanumérico dos condensadores:

A marcação dos valores dos condensadores de menos de 10 pF é feita usando na “terceira


posição”, um algarismo “9”, cujo significado é: dividir por 10 o número formado pelos dois
algarismos anteriores.
Exemplos:
 Inscrito no condensador: 479  47:10 (em picofarad)  4,7pF
 Inscrito no condensador: 159  15:10 (em picofarad)  1,5pF

Tolerância:

Coeficiente de temperatura:
O coeficiente de temperatura "TC" define a variação da capacidade dentro de
uma determinada faixa de temperatura. O "TC" é normalmente expresso em % ou
ppm/°C (partes por milhão / °C). É usado uma sequência de letras ou letras e números
para representar os coeficientes.

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Na tabela abaixo estão alguns coeficientes de temperatura e as tolerâncias que


são muito utilizadas por diversos fabricantes de condensadores:

Outra forma de representar coeficientes de temperatura é mostrado abaixo. É


usada em condensadores que se caracterizam pela alta capacidade por unidade de
volume (dimensões reduzidas) devido a alta constante dielétrica.

Condensadores eletrolíticos
São condensadores com polaridade e de grande capacidade.
O valor indicado no componente é expresso geralmente em microfarad.
Os condensadores eletrolíticos podem ser de óxido de alumínio ou de óxido de tântalo.
O valor da capacidade e da tensão máxima de funcionamento estão geralmente escritos
no corpo do componente.

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Condensadores eletrolíticos de óxido de alumínio

Condensador eletrolíticos de tântalo

Capacidade: 10 F
Tensão máxima de trabalho: 25 Volt

Código de cores (Valor em micro farads)

Condensadores de capacidade variável


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Condensador variável metálico

Condensador variável mini (plástico) Condensador variável metálico


Ajustes feitos através de um botão giratório e que geralmente necessitam de serem
efetuados frequentemente.
O dielétrico usado no condensador variável metálico é o ar e no condensador
variável mini é usada uma finíssima película de plástico.

Condensadores ajustáveis (Trimmer)


Ajuste técnico feito através de uma chave de fendas e que se realiza geralmente
uma só vez

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Medição e análise de condensadores com um multímetro

Se dispomos de um capacímetro ou de um multímetro digital com escala de


capacidade,
Se conhece o valor da capacidade (através do código de cores ou do código
alfanumérico) deverá selecionar o campo de medida imediatamente acima desse valor.
Se não dispomos de um capacímetro ou de um multímetro com escala de
capacidade:
 Selecionar o campo de medida de resistências.
 Ligar as pontas de prova do multímetro aos terminais do condensador.
Respeitar a polaridade do condensador se for eletrolítico (de alumínio ou de
tântalo).
 Se a resistência do condensador sobre teste der 0 o condensador está em
curto-circuito.
 Se a resistência do condensador sobre teste der  (infinito) o condensador
está em bom estado (já que está a medir a resistência do dielétrico).

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