Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ..........................................................................................................................02
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................03
A ELETRICIDADE (Teoria Atômica, Corrente, Tensão, Resistência) ............................................04
CIRCUITOS ELÉTRICOS (Série, Paralelo, Resistência Equivalente)..............................................12
LEI DE OHM (Definição, Exemplos) .............................................................................................18
POTÊNCIA ELÉTRICA (Definição, Exemplo) .................................................................................23
MAGNETISMO (Definição) ..........................................................................................................24
ELETROMAGNETISMO (Definição) .............................................................................................25
O MULTÍMETRO (Utilização Geral de Multímetro) ....................................................................29
BATERIA (Acumulador de Energia) (Principais Funções, Partes Principais, Funcionamento,
Perda de Carga, Nível do Eletrólito, Classificação para Teste, Testes de Capacidade,
Especificações) ............................................................................................................................35
SISTEMA ELÉTRICO DO VEÍCULO (Sistemas de Partida, Partes Principais, Funcionamento
Princípios Teóricos, Precauções, Manutenção, Cuidados, Especificações Técnicas, Dados
para Funcionamento, Diagnóstico Elétrico, Observações) .........................................................45
SISTEMA DE CARGA (Partes Principais, Fundamentos Teóricos, Especificações Técnicas,
Diagnóstico Elétrico, Irregularidade/Causa ................................................................................59
SISTEMA DE IGNIÇÃO CONVENCIONAL (Finalidade, Partes Principais) ....................................73
SISTEMA DE IGNIÇÃO ELETRÔNICA (Finalidade, Partes Principais) ...........................................77
A eletricidade que a menos de um século era uma força misteriosa e assustadora, está se
convertendo com o avanço do conhecimento científico, em mais um importante instrumento de
desenvolvimento tecnológico.
O uso que dela faz o homem distingue o século atual de todas as épocas anteriores de sua
existência na terra.
A indústria automobilística, por exemplo, usa nos seus veículos um grande número de
componentes elétricos necessários ou acessórios, os quais sofrem continuamente modificações e
aperfeiçoamentos.
É portanto de suma importância para o técnico eletricista estar a par destas recentes
transformações; estar sempre se atualizando e que conheça esses componentes, circuitos e seus
princípios de funcionamento.
Tendo em vista esta necessidade, preparamos esta apostila procurando de maneira clara
e objetiva tomar mais fácil a compreensão dos princípios de funcionamento dos componentes e
sistemas elétricos do veículo.
Assimilando os tópicos contidos nesta apostila, você terá meios para executar com
eficiência e facilidade todos os serviços e reparos que se fizerem necessários.
Por se tratar de uma força invisível, o princípio básico de eletricidade é explicado na Teoria
Atômica.
Torna-se difícil então visualizar a natureza da força elétrica, mas é facilmente notável os seus
efeitos. A eletricidade produz resultados e efeitos perfeitamente previsíveis.
Para que possamos compreender melhor a eletricidade, observamos as seguintes definições:
MATÉRIA
É toda a substância, sólida, líquida ou gasosa que ocupa lugar no espaço.
MOLÉCULA
É a menor partícula, a qual podemos dividir uma matéria, sem que esta perca suas propriedades
básicas.
Ex: Quando dividimos um pó de giz até o momento em que ele ainda conserve suas propriedades
de pó de giz, tornando-se invisível a olho nu, mas visível com microscópios, temos então uma
molécula.
ÁTOMO
São as partículas que constituem a molécula. Podemos assim afirmar que um conjunto de átomos
constitui uma molécula, que determina uma parte da matéria.
É no átomo que se dá o movimento eletrônico (corrente elétrica). O átomo é composto por um
núcleo e partículas que giram a seu redor, em órbitas concêntricas, muito parecido com a
configuração dos planetas em torno do sol.
ELETRICIDADE ESTÁTICA
É o tipo de eletricidade que envolve cargas elétricas paradas. É gerada por atrito, pela perda de
elétrons durante o friccionamento. Por exemplo um bastão de vidro e lã de carneiro, choque ao
descer de um veículo, etc...
Alternada – Quando o fluxo de elétrons alterna de tempo em tempo (período) o seu sentido. Em
termos práticos é o tipo de corrente utilizada pelos sistemas elétricos de residências, indústrias,
etc. Limitaremos, no nosso caso, aprofundarmos somente em corrente contínua.
Contínua – Quando o fluxo de elétrons mantém constante o seu sentido ao longo do tempo. Os
sistemas elétricos dos automóveis utilizam corrente contínua para luzes, acessórios, etc., por este
motivo voltaremos nossa atenção para corrente contínua.
I (A)
T (S)
Para que exista este movimento de elétrons é necessário criar uma Diferença de Potencial
(Tensão) entre as pontas do circuito.
Uma caixa d’água fornece água sob pressão, enquanto que uma bateria estabelece a diferença de
potencial elétrico no circuito, “empurrando” eletricidade através dos fios.
Após estabelecida a diferença de potencial podemos agora verificar a semelhança entre o fluxo de
corrente elétrica e o fluxo de água.
Assim, quando 1 Ampére está presente em um fio, significa que uma quantidade definida de
eletricidade está fluindo através do fio a cada segundo.
Continuando a nossa analogia entre o circuito elétrico e o circuito hidráulico, vamos ver agora o
que é Resistência Elétrica.
Resistência Elétrica – Definida como oposição oferecida por uma substância (ou material) à
passagem de corrente elétrica através de si.
Assim como o redutor hidráulico reduz o fluxo de água em uma tubulação a resistência elétrica
limita a corrente elétrica.
Corrente
Corrente elétrica é a quantidade de cargas elétricas que flui através de um condutor num
determinado intervalo de tempo, ou ainda, a tendência para restaurar o equilíbrio elétrico num
circuito onde exista diferença de potencial (ddp).
A corrente elétrica num circuito é apresentada pela letra I e sua unidade de medida é o Ampère
(A).
Por definição 1 Ampère é a corrente que flui através de um condutor com resistência de 1 ohm
quando a diferença de potencial entre os seus terminais for igual a 1 volt.
Página 8 - SISTEMA ELÉTRICO
PARA SE MEDIR CORRENTE ELÉTRICA USA-SE O AMPERÍMETRO, LIGADO
SEMPRE EM SÉRIE COM O CIRCUITO CORRESPONDENTE
SENTIDO DA CORRENTE
O sentido convencional
da corrente elétrica,
num circuito é do polo
positivo para o polo
negativo
Tensão
Tensão elétrica é a diferença de potencial existente entre dois pontos distintos no circuito. Pode
ser definida também como a força impulsora ou pressão, que força a passagem da corrente
elétrica nos condutores.
Quando afirmamos que uma bateria tem 12 volts, estamos dizendo que a diferença de potencial
existente entre um polo e outro é de 12 volts.
A tensão pode ser representada pelas letras E, V ou U e sua unidade de medida é o volt (V).
Por definição, 1 volt é a diferença de potencial necessária para impelir 1 Ampere através de 1
ohm.
Resistência
A oposição que um condutor elétrico oferece à passagem da corrente elétrica é que denominou-se
Resistência Elétrica.
O que determina a resistividade (o) do material a ser utilizado em condutores é a sua quantidade
de elétrons livres. Os metais são os melhores condutores de corrente elétrica, destacando o
cobre, o alumínio, e a prata.
A resistência elétrica é representada pela letra R e sua unidade de medida é o ohm (Ω).
Um (1) ohm é a resistência que permite a passagem de uma corrente de 1 Ampere sob tensão de 1
volt.
Atenção: É importante
tomarmos cuidado para que
nunca liguemos um
ohmímetro num circuito com
corrente elétrica
CIRCUITOS ELÉTRICOS
Podemos considerar o circuito elétrico como o caminho para a passagem de eletricidade. Para
obtermos um circuito completo deveremos ter, no mínimo: uma fonte de energia (bateria), um
consumidor (lâmpada) e condutores fechando o circuito.
FONTE DE
ENERGIA
CIRCUITO
ELÉTRICO
CONSUMIDOR
Neste tipo de circuito simples, o fluxo de eletricidade (corrente) sai do polo positivo da bateria
passa pela lâmpada e retorna ao polo negativo através de cabos.
No caso dos circuitos dos automóveis, a corrente sai do polo positivo da bateria, passa pelo
consumidor e retorna para o polo negativo da bateria através do chassis e a carroceria que servem
como massa (terra) do circuito.
-CIRCUITO SÉRIE
-CIRCUITO PARALELO
-CIRCUITO MISTO (SÉRIE/PARALELO)
CIRCUITO SÉRIE
Em um circulo série temos os componentes ligados de maneira a existir um único caminho
contínuo para a passagem da corrente elétrica.
Então, se você interrompe o circuito em qualquer parte, toda a circulação de corrente no circuito é
interrompida.
4V + 5V + 3V = 12V
Se fizermos uma ligação em série de duas lâmpadas de 12 volts em uma bateria de 12 volts, as
lâmpadas acenderão fracamente. Se as lâmpadas forem idênticas cada uma delas receberá 6
volts, não atingindo então a intensidade luminosa nominal.
No caso do circuito série a resistência equivalente do circuito é a soma das resistências de cada
componente.
Req = 3Ω + 4Ω + 2Ω + 4Ω
Req = 13Ω
CIRCUITO PARALELO
O que caracteriza um circuito paralelo é a ligação de seus componentes de tal forma que exista
mais de um caminho para a passagem de corrente.
A corrente em um circuito paralelo – A corrente total fornecida pela fonte (bateria) é igual à soma
das correntes em cada ramo do circuito. Podemos explicar como: mais vias de passagem
possibilita mais passagem de corrente.
Isto quer dizer que o efeito provocado por uma lâmpada de 2 ohms, em termos de consumo de
corrente é o mesmo que o circuito de quatro lâmpadas (6Ω // 6Ω // 10Ω // 15Ω) em paralelo.
Req = Req =
Ex:
Para efetuar os cálculos de corrente e tensão em cada ponto do circuito entraremos em:
LEI DE OHM
A lei fundamental da eletricidade dinâmica é a Lei de Ohm. Ela relaciona: Tensão (V), Corrente (I)
e Resistencia (R); de maneira bastante simples. Várias de suas aplicações são executadas por nós
diariamente, até mesmo sem conhecê-la. Observemos o circuito abaixo:
No entanto, vimos que a corrente é também determinada pela resistência, ela é uma oposição ao
fluxo de corrente. Imaginando que a tensão permanece constante, verificamos que um aumento
no valor da resistência causará uma diminuição no valor da corrente. Então, resumindo podemos
observar:
ou
ou
I=V
R
Para exemplificar qual seria a corrente consumida pela lâmpada no circuito abaixo?
I=V
R
2A = 12V
R
R = 12V = 6Ω
2A
Qual é o valor da corrente que circula no circuito abaixo? E a queda de tensão em cada lâmpada?
V1 = ?
4Ω V2 = ?
V = R1 x I
V1 = 2Ω x 2A
V1 = 4V
V2 = VT – V1 = 12V – 4V = 8V
ou
V2 = R2 x I
V2 = 4Ω x 2A
V2 = 8V
I1 = Vt I1 = 12V I1 = 1,2A
R1 10Ω
I2 = Vt I2 = 12V I2 = 0,8A
R2 15Ω
I3 = Vt I3 = 12V I3 = 4,0A
R3 3Ω
Quando torna difícil o acesso a pontos para medição com instrumentos, a maneira mais fácil é
utilizar os cálculos matemáticos.
POTÊNCIA ELÉTRICA
Outra grandeza elétrica que podemos extrair da Lei de Ohm é a Potência Elétrica. O conceito de
Potência Elétrica é definido como a quantidade de trabalho elétrico realizado num segundo.
É a maneira pelo qual medimos o consumo de energia elétrica em um intervalo de tempo. Sua
unidade de medida é o watt, cujo símbolo é “W”.
O watt é definido como sendo o produto da tensão (V) pela corrente (I).
P=VxI
V=RxI
12V = R x 0,5A
R = 12V
0,5A
R = 24Ω
As relações entre Potência, Tensão, Corrente e Resistência estão todas descritas no diagrama
abaixo. Guardando em mente apenas as duas principais V = R x I e P = V x I, chegaremos
facilmente à qualquer de suas derivações:
MAGNETISMO
Os imãs podem ser encontrados de forma permanente, que retém a propriedade magnética por
tempo indeterminado, e também na forma de imã temporário, que tem duração limitada.
Os imãs possuem sempre dois polos magnéticos onde estão concentradas as forças de atuação:
Como as linhas de força partem sempre do polo norte para o polo sul, então polos de mesmo
nome se repelem e polos de nomes diferentes se atraem.
ELETROMAGNETISMO
Assim, se o condutor for enrolado na forma de uma bobina e receber uma pequena corrente
elétrica, obtém-se um forte campo magnético, devido à interação (soma) das linhas de força.
A outra propriedade é:
Este é o princípio básico de geração de energia elétrica através do movimento (Queda d’água,
Geradores a óleo combustível, alternadores, etc...). Esta propriedade é utilizada também na
construção de motores elétricos.
CORRENTE ELÉTRICA
Alternada – Quando o fluxo de elétrons alterna de tempo em tempo (período) o seu sentido. Em
termos práticos é o tipo de corrente utilizada pelos sistemas elétricos de residências, indústrias,
etc. Limitaremos, no nosso caso, aprofundarmos somente em corrente contínua.
I (A)
T (S)
Para que exista este movimento de elétrons é necessário criar uma Diferença de Potencial
(Tensão) entre as pontas do circuito.
TENSÃO X PRESSÃO
Uma caixa d’água fornece água sob pressão, enquanto que uma bateria estabelece a diferença de
potencial elétrico no circuito, “empurrando” eletricidade através dos fios.
Agora que conhecemos os conceitos básicos de corrente (A), Tensão (V) e Resistência (Ω), vamos
ver como devemos operar o nosso multímetro de forma a obter as medidas desejadas.
Até algum tempo atrás, os mostradores dos multímetros eram somente analógicos (ponteiro),
com a evolução eletrônica foram incorporados mostradores digitais (display). As vantagens dos
aparelhos digitais sobre os analógicos são: a precisão, a facilidade de leitura e a proteção de seu
circuito interno.
Caso o ponteiro do instrumento esteja deslocado do zero (O) existe um parafuso que possibilita
aferir.
Página 29 - SISTEMA ELÉTRICO
ATENÇÃO: Antes de iniciarmos qualquer medição, devemos conhecer O QUE
vamos medir e qual a GRANDEZA da medida
Ω – Introduzir os terminais de prova, preta no (-) e vermelho na posição (Ω) e posicionar o seletor
na função (Ω).
- No caso do secundário da bobina é inferior a 10.000 (10 kΩ) então a escala mais conveniente
seria a 10 kΩ (10.000Ω).
Agora podemos efetuar a leitura, observando que a medida deve ser tomada com o circuito
desligado (aberto).
1 kΩ 1.000Ω
10 kΩ 10.000Ω
100 kΩ 100.000Ω
1.000 kΩ 1.000.000Ω
Como já foi dito anteriormente, antes de iniciarmos qualquer medição devemos conhecer “O
QUE” vamos medir e “QUANTO” aproximadamente valerá esta medida. No caso da utilização do
multímetro na condição de voltímetro (para medição de tensão) devemos saber se trata de
Tensão Alternada (AC) ou Tensão Contínua (DC). Em alguns multímetros existe somente uma
posição para se conectar o terminal de prova vermelho (independente de se tratar de alternada
ou contínua).
O terminal de prova preto deverá ser inserido na indicação (-). O próximo passo é posicionar o
seletor para a posição correta.
Ex.:
a) Para medir a tensão da Rede Pública.
V = 220 V (Alternada)
Como se pode observar, as medidas são efetuadas em paralelo com o componente o qual deseja
conhecer sua D.D.P. (Diferença de Potencial) ou tensão.
- Em circuitos de corrente contínua (DC), devemos nos preocupar com a polaridade: Polo negativo
– (massa) preto (-); Polo positivo – vermelho (+).
1 mV 0.001 V
10 mV 0.010 V
100 mV 0.100 V
1 kV 1.000 V
Deve-se selecionar o amperímetro para corrente máxima (DC) e adaptar a escala depois de
conhecer, aproximadamente, o valor da corrente de dispersão.
Obs.:
1µA 0,000001 A
10 µ A 0,000010 A
100 µ A 0,000100 A
1mA 0,001 A
10 m A 0,010 A
100 m A 0,100 A
Logo, ao contrário do que comumente se acredita, as baterias não são depósitos de energia
elétrica mas sim de energia química, até que um circuito seja conectado em seus polos dando
origem a uma reação química que ocorre em seu interior, convertendo essa energia química em
elétrica que é então fornecida ao circuito.
Princípio de Funcionamento:
Construção:
As placas positivas e negativas são chapas semelhantes a uma peneira grossa coberta de material
ativo. O material ativo usado nas placas positivas é o peróxido de chumbo (Pb0 2) que lhe dá uma
coloração marrom escuro, nas placas negativas o chumbo esponjoso (Pb), de cor cinza.
Para a montagem do elemento entrelaça-se as placas positivas e negativas introduzindo entre elas
separadores isolantes, o que impede que ocorra curto entre as placas.
Esses jogos de placas montadas são chamados elementos da bateria e estão apoiados sobre
pontes, sem tocar no fundo da caixa.
Esses conjuntos são ligados entre si, em série, por uma tira metálica, sendo que os últimos polos
dos conjuntos externos projetam-se para fora da caixa e vão constituir os polos positivo e negativo
da bateria. Distingue-se o polo negativo do positivo:
Esse conjunto de placas (elementos) é imerso em solução de ácido sulfúrico e água (eletrólito) que
vai provocar a reação entre metais ativos das placas.
Quando a bateria está totalmente carregada a solução fica com aproximadamente 36% ácido e
64% água (por peso) e é dito que sua densidade é de 1,260 à temperatura de 26,5°C.
Densidade é o peso de um dado volume dividido pelo peso de um volume igual de água pura.
O peso específico da água pura é de 1,000: isto quer dizer que o eletrólito da bateria é de
1,260 vezes mais pesado que a água.
A medida da densidade da solução de uma bateria é um teste básico do seu estado e carga, pois a
densidade do eletrólito diminui quando a bateria está descarregada.
Funcionamento:
Entre o peróxido de chumbo das placas positivas, o chumbo das placas negativas e o eletrólito
ocorre uma reação química que provoca um desequilíbrio de cargas entre as placas, tornando-as
carregadas, uma positivamente e outra negativamente e assim permanecem até que possa
ocorrer o equilíbrio através de um circuito externo.
Os sulfatos (SO4) vão para as placas enquanto que os óxidos vão para o ácido.
Diz-se então que a bateria está descarregando. Enquanto isso ocorre, uma parte do eletrólito
rompe as ligações, desprende-se e deposita-se sobre as placas formando uma cobertura de sulfato
de chumbo, que será tanto maior quanto maior for a corrente que flui através da bateria.
AÇÃO QUÍMICA
BATERIA DESCARREGADA
Eventualmente essa sulfatação pode inibir as reações químicas, quando a bateria é dita
descarregada.
A característica mais importante da bateria é sem dúvida a capacidade de reversão das reações
químicas.
Desde de que haja um gerador de corrente elétrica, um dínamo ou alterador ligados em paralelo
com a bateria que provoquem o fluxo de corrente no sentido contrário, acontecerá a reação
química reversa que irá provocar uma diferença de potencial entre as placas, quando estiverem
devidamente carregadas.
AÇÃO QUÍMICA
CARREGAMENTO DA BATERIA
Cada elemento acumula aproximadamente 2,1 volts. Se conectarmos em série, 6 (seis) elementos
teremos uma bateria de 12,6 volts quando estiver totalmente carregada, e nesse caso, a
densidade do eletrólito será de 1,260.
Perda de carga:
As baterias armazenadas sofrem uma perda constante de carga, mesmo que não sejam solicitadas
para nenhum uso. Essa auto descarga como é chamada, varia em função da temperatura.
Por exemplo: Uma bateria à temperatura de 35°C poderá perder totalmente sua carga em pouco
mais de um mês, enquanto que uma bateria armazenada à temperatura de 10°C
pouco perderá em um ano.
Tanto a umidade como a sujeira sobre a bateria podem provocar uma fuga de corrente entre os
terminais da bateria e o chassis do automóvel, que provocam sua descarga.
Nível do eletrólito:
Uma pequena diminuição do nível do eletrólito da bateria, temporariamente pode ser considerada
normal, a evaporação e a ação química no processo de carga libertam átomos da água. Como por
exemplo: no processo de carga existe a eletrólise da água, que liberta átomos de hidrogênio e de
oxigênio que escapam pelos furos de respiros das tampas.
O nível do eletrólito da bateria deve ser verificado periodicamente (a cada 15 dias) e se necessário
ser corrigido. Para isso, deve-se adicionar SOMENTE água pura, até completar 1,5 cm acima das
placas, não confundir com a altura dos separadores.
Muitas baterias trazem na tampa uma marca do nível correto do eletrólito.
Classificação:
1 – Ampère x hora (A.h): este é o critério mais usado. Baseia-se na corrente que a bateria pode
fornecer constantemente durante 20 horas de descarga à temperatura de 26,5°C, sem que sua
tensão “caia” abaixo de 10,5 volts.
Por exemplo: Uma bateria que consegue fornecer 3 A continuamente durante 20 horas, é
classificada como bateria 60 A.h (3A x 20 horas = 60 A.h).
2 – Watt: Baseia-se na potência máxima que pode ser consumida a 18°C pelo motor de partida:
3 – Desempenho a frio: Baseia-se na corrente máxima que a bateria pode fornecer durante 30
segundos de partida, mantendo a tensão maior que 7,2 volts.
Testes:
O teste de densidade deve ser efetuado a temperatura de 26,5°C, observando aos seguintes
detalhes:
1 – Não adicionar água na bateria quando em teste. Se o nível do eletrólito necessitar de correção
a bateria deverá permanecer na carga por mais dez minutos, após adicionar água, em seguida
proceder ao teste;
2 – Não permitir que a boia do indicador toque no topo ou nas paredes do densímetro, o que
causaria falsa leitura de densidade.
As leituras das densidades de cada vaso não devem variar de 50 entre elas. Se isso acontecer a
bateria deverá ser substituída.
Testes de capacidade:
Consiste em determinar a corrente que a bateria consegue fornecer a um sistema, mantendo uma
tensão eficiente que permita manter em operação os demais sistemas elétricos.
- Atentar para que os contatos entre os polos da bateria e a garra dos cabos do aparelho estejam
bem conectados e que não produzam faísca;
- Antes de ligar os cabos, certificar-se de que o botão do reostato está na posição “desligada” (off);
Página 42 - SISTEMA ELÉTRICO
- Não aplicar carga de valor superior a 3 (três) vezes sua capacidade nominal em A.h.;
- Não exceder a 15 segundos os testes;
- Observar a temperatura, pois se esta estiver muito baixa a bateria apresentará uma capacidade
de descarga muito baixa. Especificações para testes:
- Após efetuado os testes a bateria deverá receber no mínimo 3 minutos de carga de um aparelho
externo;
- Se a bateria estiver no veículo, deve-se desligar os cabos antes de conectar o carregador, afim de
evitar danos no sistema de carga;
- Antes de conectar os cabos do carregador observe cuidadosamente as polaridades;
- Não deixe a carga ultrapassar 40 Amperes durante 3 minutos;
- Se a temperatura do eletrólito ultrapassar 50°C, desligue imediatamente o carregador;
- A tensão sobre a bateria não deve ultrapassar 15,5 volts, uma tensão superior indica defeito
interno na bateria;
- Sempre que houver tempo é aconselhável usar somente carga lenta, aplicada entre 5 a 15
Amperes durante até 24 horas (10% de sua capacidade nominal).
1 – Sistema de partida
2 – Sistema de carga
3 – Sistema de ignição
4 – Sistema de iluminação e sinalização
5 – Acessório
Não será visto ainda nesta apostila a parte referente a Dínamo quando tratamos sobre sistema de
carga, visto que os veículos são equipados com alternadores.
A parte referente a diagnose do sistema de ignição também não será enfocada, pois a apostila
dirige-se aos técnicos eletricistas.
SISTEMA DE PARTIDA
Finalidade:
Vencer a inércia e compressão do motor de combustão, fazendo-o atingir uma rotação para entrar
em funcionamento autônomo.
Partes principais:
Funcionamento:
O motor elétrico transforma energia elétrica em energia mecânica, por meio de efeitos
eletromagnéticos.
Princípios Teóricos:
Sempre que um condutor elétrico exposto a um campo magnético for percorrido por uma
corrente elétrica, atuará sobre ele uma força magnética com sentido determinado, que será
proporcional à intensidade do campo magnético e também à corrente que está fluindo através da
espira.
I = CORRENTE ELÉTRICA
O valor máximo da força magnética é atingido quando as linhas de ação da corrente elétrica e do
campo magnético estiverem em posições perpendiculares, sendo nula quando as mesmas
estiverem em paralelo.
Página 46 - SISTEMA ELÉTRICO
No motor o campo magnético é produzido nas bobinas de campo e flui através da carcaça, das
sapatas polares que as prendem e do induzido. O campo magnético produzido numa bobina é
proporcional ao número de espiras e à corrente elétrica que flui sobre a mesma.
A figura mostra as linhas de campo magnético produzidas pelas bobinas de campo fluindo através
das sapatas polares, induzido e carcaça, “saltando” pelo ar nos entreferros.
As linhas de campo magnético formam um circuito fechado e se conduzem muito bem através do
ferro.
No induzido sobre as espiras, que estão enroladas de forma que possam ser representadas por
uma espira rotativa, atua a força magnética que é transmitida através de eixo do induzido, haja
visto que as espiras encontrarem-se entre as ranhuras do mesmo.
IMÃ
REPRESENTAÇÃO
ESQUEMÁTICA DO
MOTOR ELÉTRICO DE
UMA ESPIRA
O campo magnético representado por um imã permanente “corta” a espira que é percorrida por
corrente elétrica, provocando um movimento de rotação na mesma.
Página 47 - SISTEMA ELÉTRICO
O sentido de rotação depende, como já vimos, do sentido do campo magnético e da corrente
elétrica. O campo magnético é fixo, mas a corrente elétrica deve ser invertida a cada meia volta
da espira. Para isso foi introduzido um comutador (composto pelo coletor e escovas), que
energisa somente as espiras que estão passando pelo ponto de maior aproveitamento (máximo
fluxo do campo magnético).
Também para maior aproveitamento, ou menor perda, o induzido é constituído por pacotes de
lâminas que minimizam a formação de correntes parasitas.
O motor de partida é constituído de espiras de fios relativamente grossos e com ligação em série
entre as bobinas de campo e o induzido. Assim permite maior passagem da corrente elétrica e ao
mesmo tempo uma corrente uniforme em qualquer ponto do circuito, o que contribui também
para um bom aproveitamento da energia elétrica.
Bateria Chave Magnética Bobinas de campo Induzido Bateria, (passando, via regra,
pelo coletor e escovas).
Página 48 - SISTEMA ELÉTRICO
A chave de ignição e partida, ou botão de partida, fecha o circuito de excitação da chave
magnética.
A chave magnética (automático da partida) tem como finalidade comutar altas correntes por meio
de correntes relativamente baixas e com o desenvolvimento da tecnologia a mesma também
auxilia no engrenamento do pinhão.
O solenóide é formado por duas bobinas, uma de chamada ou atração e outra de retenção.
Durante a atração se desenvolve uma força magnética mais elevada, responsável por parte do
engrenamento do pinhão através da alavanca de comando (haste ou garfo) e pelo fornecimento
do circuito principal da partida. Uma vez fechada a ponte de contatos, o enrolamento da bobina
de retenção produzindo força suficiente para manter o conjunto em funcionamento até a abertura
do circuito através da chave de partida.
DURANTE A ATRAÇÃO
O circuito de partida é desligado por ação da mola de retrocesso, quando se abre o circuito de
excitação através da chave de partida.
O curso do núcleo móvel é utilizado também para deslocar o pinhão no sentido axial do induzido,
que promove o engrenamento do pinhão.
Ao acionarmos a partida, a chave magnética desloca a alavanca de comando contra a ação de uma
mola, sem que o circuito de partida esteja fechado.
Bobina de chamada e
retenção energizadas/pinhão
engrena imediatamente.
Caso contrário, isto é, se houver coincidência de dente a alavanca de comando comprime a mola
de engrenamento do pinhão, até que a ponte de contatos da chave magnética se ligue. O pinhão
é forçado a girar e o engrenamento é feito por ação da mola.
Uma vez ligado os contatos da chave magnética, o induzido adquire um movimento rotativo e fuso
de avanço completa o engrenamento do pinhão, até que o mesmo se apoie em seu batente, no
eixo do induzido, completando-se com a segunda fase do engrenamento.
Alavanca de comando na
posição de avanço
máximo/bobina de chamada
desenergisada/corrente
principal circula, pinhão
totalmente engrenado/a
cremalheira é impulsionada.
Somente após desligada a chave de partida é que ocorre o desengrenamento do pinhão, por ação
da mola de retrocesso, que a mantém retraído mesmo em trepidações.
Precauções:
- Antes de ligar o motor de partida, levar a alavanca do câmbio em ponto morto. Nunca fazer o
motor de partida funcionar com marcha engrenada;
- Antes de acionar a partida novamente, esperar pelo menos meio minuto para permitir o
resfriamento nas peças e a recuperação da bateria;
- Não ligar a partida enquanto as peças ainda estiverem em movimento, para evitar danos à
cremalheira e ao pinhão;
- Se o motor de combustão não pegar após algumas tentativas, não insista, procure as causas e
elimine os inconvenientes.
Manutenção:
Antes de se efetuar qualquer serviço no motor de partida, desligue o condutor massa da bateria e
não coloque ferramentas sobre a mesma, para evitar curtos-circuitos.
O coletor deve se apresentar sempre limpo, liso e uniforme, com o isolamento (mica), entre as
lâminas e rebaixado, a fim de evitar mau contato entre as escovas e as lâminas.
Página 54 - SISTEMA ELÉTRICO
Se o coletor for trabalhado (torneado ou micas rebaixadas), torneá-las finalmente com passe fino.
Nunca usar lima ou lixa.
Cuidados:
Especificações Técnicas:
Tensão (V).................................. 12 12
Potência Nominal (KW).............. 0,8 0,95
Sentido de Rotação-lado pinhão. Direito Direito
Polos.......................................... 4 4
Comprimento mínimo das
escovas (mm)............................. 13 13
Folga axial do eixo induzido
(mm).......................................... 0,01-0,15 0,01-0,15
Diâmetro mínimo do coletor
(mm).......................................... 33,5 33,5
Distância do pinhão à
cremalheira (mm)...................... 2,5-3,0 2,5-3,0
NO VEÍCULO
Tensão....................................................... V – 11,5
Corrente.................................................... A 35-55
Rotação..................................................... rpm 6.000-9.000
Diagnóstico elétrico:
Se o problema não se revelar com diagnósticos elétricos, poderá estar ocorrendo inconvenientes
mecânicos, como:
O pinhão engrena, o
induzido gira, mas o - Embreagem (Roda livre) do pinhão patina.
volante não
Motor de partida continua - Chave de partida não desliga;
girando após desligar a - Chave magnética danificada;
chave de partida
Pinhão não desengrena - Mola de retrocesso fraca ou quebrada;
após a partida - Pinhão empastado.
Observações:
- O conjunto do pinhão e roda livre (Bendix) nunca deve ser lavado com solventes (gasolina,
querosene, etc);
- As buchas do motor de partida são porosas e devem ficar em banho de óleo (SAE 10 W)
lubrificante, no mínimo durante uma (1) hora e não necessitam de graxa;
- Os canais helicoidais e dentes do pinhão são lubrificados com graxa a base de lítio;
- O motor de partida deve ser montado limpo e livre de umidade para evitar a formação de
“ferrugem”;
- O coletor e escovas devem estar secos e limpos isentos de óleo ou graxa, para não ocasionar mau
contato depois de quente.
- O produto recomendado pela Bosch para limpeza de peças elétricas é o CLOROTHENE.
Finalidade:
Recompor a carga da bateria gasta durante a partida e fornecer energia elétrica aos componentes
elétricos durante o funcionamento do motor, mantendo uma carga constante para garantir o bom
funcionamento, bem como, uma maior vida útil de todos o sistema elétrico.
Partes principais:
Os alternadores (ou dínamo) são geradores que transformam energia mecânica fornecida pelo
motor em energia elétrica, utilizando-se para isso dos efeitos eletromagnéticos.
Fundamentos Teóricos:
- por atrito;
- reação química;
- por um campo magnético variável sobre um condutor.
Sempre que um condutor elétrico for “cortado” ou “corta” um campo magnético, aparece sobre
esse condutor uma corrente elétrica.
- Através de imãs permanentes que são criados a partir de materiais, como o aço enrijecido, que
tem a propriedade de reter o campo magnético quando submetido a ele;
- Através de eletroímãs, isto é, imãs criados por meio de corrente elétrica. Sempre que uma
corrente elétrica flui através de um condutor, aparece ao seu redor um campo magnético. As
linhas de campo magnético tem forma circular e podem ser visualizados como um cilindro cheio,
tendo a extensão do fio.
A intensidade desse campo depende da quantidade de corrente elétrica que flui sobre o condutor.
Quanto maior for a corrente elétrica, maior será a intensidade do campo magnético, contudo esse
campo é muito fraco e não pode ser usado para esse propósito. Se embobinarmos esse condutor
as linhas de força do campo magnético de cada espira se combinarão e se juntarão, formando um
campo mais denso e forte.
Lembrete:
O campo magnético é produzido no rotor pela bobina de excitação e as linhas de força magnética
fluem através do ferro com polos tipos garras, que envolvem e concatenam a bobina. Um dos
conjuntos de garras de um dos lados da bobina será considerado como polo sul.
Sobre o rotor está montado e estator com as bobinas enroladas e ligadas em “Estrela”, onde será
induzida a energia elétrica trifásica.
Por ser o alternador um gerador de corrente alternada foi necessário introduzir os diodos, que
tem por finalidade converter essa corrente em corrente contínua.
A principal característica dos diodos é permitir a passagem de corrente elétrica num único sentido,
ou seja, no sentido que indica o seu símbolo.
Os diodos são montados em chapas dissipadoras de calor que tem boa condutibilidade térmica,
pois os mesmos tem um limite de temperatura muito baixa: 130°C.
Cada fase da corrente alternada depois de passada pelos diodos fica convertida em corrente
contínua pulsante, um fenômeno que chamamos de retificação da corrente.
O uso dos diodos nos alternadores implicam numa série de cuidados, tais como:
Nos alternadores com nove diodos, a corrente de excitação do campo magnético é desviada do
seu próprio estator, retificada pelos diodos retificadores de excitação e os diodos negativos. Por
isso, seu início de funcionamento deve ser feito com uma pré-excitação externa, através da chave
de ignição e lâmpada indicadora de carga.
- 3 – Circuito de carga.
Nos alternadores estão fixados chapinhas com uma sequência de letras e algarismos que tem o
seguinte significado.
Exemplo de designação
OBSERVAÇÃO: Não confundir com o número do tipo que identifica os alternadores usados em
cada carro onde existem algumas diferenças, por exemplo: polia, tampa do lado dos diodos, etc.
Página 66 - SISTEMA ELÉTRICO
Nas características dos alternadores são três os pontos fundamentais:
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
Alternador - Bosch –
K1 14V ( ) 20
Tipo Unidade 35A 45A 55A
Resistência ôhmica do estator Ω 0,26-0,31 0,191-0,195 0,124-0,152
Resistência ôhmica do rotor Ω 3,06-3,74 3,06-3,74 2,61-3,19
Tensão de trabalho V 14 14 14
Corrente gerada a 14V 6000 RPM A 35 45 55
Rotação máxima admissível rpm 12.000 12.000 12.000
Relação de transmissão Motor: Alternador 1:2 1:2 1:2
Temperatura Máxima °C 130 130 130
Diâmetro mínimo do anel coletor mm 31,5 31,5 31,5
Comprimento mínimo das escovas mm 1,4 1,4 1,4
Este teste deve ser efetuado mediante uso do aparelho A 95859 (Voltímetro e amperímetro),
ligados de tal forma que o Voltímetro indique a tensão sobre a bateria e o amperímetro a corrente
de carga fornecida pelo alternador (Ver G 553 – Fl 01 do manual de reparações).
Os alternadores de um modo geral não exigem manutenção periódica, porém, limpeza e troca de
escovas a cada 40.000 Km aproximadamente. O desgaste máximo das escovas será indicado pela
lâmpada indicadora de carga.
A lâmpada piloto acende com a chave - Existe um ou mais diodos retificadores positivos
de ignição desligada (motor parado) queimados (em curto-circuito)
Como visto na teoria do eletromagnetismo, quanto maior a corrente que circula numa bobina,
maior será a intensidade do campo magnético produzido por ela. Esta variação de campo é que
causará a variação da tensão produzida no alternador.
Quando a tensão ultrapassar o valor máximo indicado, o regulador de tensão causará, segundo o
regime de funcionamento, uma redução ou interrupção total da corrente de excitação. A
excitação do alternador diminuirá e, consequentemente diminuirá a tensão produzida por ele.
Isso se passa com tanta rapidez, que a tensão do alternador fica praticamente ajustada a um valor
constante. Esta variação é tão rápida que ultimamente tem-se optado por reguladores
eletrônicos, por não possuírem contatos móveis que se desgastariam com o tempo.
REGULADOR ELETRÔNICO
O regulador eletrônico não possui contatos móveis, a tensão é regulada eletronicamente. Para
esse fim servem os diodos, transistores, resistores e capacitores montados numa placa de circuito
impresso. Não existe pois, nenhum componente sujeito ao desgaste mecânico, com exceção das
escovas.
Para isolarmos então o regulador do alternador, basta fazer uma ponte unindo D + e DF; quando
isto é feito, a corrente de excitação do alternador é máxima.
Finalidade: Produzir energia de alta tensão a partir da energia da bateria (baixa tensão), e
distribuí-la às velas, conforme a ordem de explosões do motor, formando entre seus eletrodos
uma faísca para inflamar a mistura.
1 – BATERIA
Inflamação da mistura
O Equipamento
O equipamento de ignição não deve ser visto como um equipamento autônomo, mas uma parte
do motor de combustão. Podemos comparar o sistema de ignição com o “coração do motor”, pois
a ele se atribui a responsabilidade de detonar a mistura do cilindro no tempo exato.
Esta interrupção da corrente elétrica no enrolamento primário é causada pela abertura dos
contatos do platinado.
Esta tensão será transferida para o secundário multiplicado por aproximadamente 100 vezes,
devido à relação entre o nº de espiras da bobina secundário/primário.
Esta tensão, em torno de 30.000 volts, é transferida para o distribuidor que a canaliza, no
momento devido para cada um dos cilindros do motor, passando pelo rotor (cachimbo).
À medida em que os ressaltos vão se sucedendo, o rotor também vai girando e, dessa forma, cada
um dos cilindros do motor vai recebendo a faísca na ordem correta.
Então, por exemplo, um motor de quatro cilindros, girando a 6.000 rpm estará exigindo da bateria
12.000 centelhas por minutos ou 200 por segundo. Isto significa dizer que o platinado tem um
tempo limitado para executar as suas funções e que precisa permanecer fechado um tempo
mínimo obrigatório.
Este tempo mínimo obrigatório é determinado pelo Ângulo de Permanência, que é definido como
o ângulo descrito pelo eixo do distribuidor, desde o fechamento do platinado até sua abertura.
Como podemos observar, o circuito abaixo não apresenta novidades quanto a formação da alta
tensão, através da bobina de ignição.
Por isso trataremos apenas dos componentes novos ou aqueles que sofreram alguma alteração.
1 – Imã permanente
2 – Enrolamento de indução com
núcleo
3 – Entreferro variável
4 – Rotor emissor de impulsos
(chaveta)
Vamos imaginar o eixo do distribuidor girando acoplado consigo o rotor emissor de impulsos.
Segundo os princípios de eletromagnetismo, a variação de um campo magnético cria num
condutor (ou espira), uma corrente elétrica.
Com o rotor emissor de impulsos (chaveta) em movimento, o intervalo existente entre as pontas
do rotor e as pontas do estator sofre modificações periódicas que alteram o fluxo magnético. Esta
modificação do fluxo induz no enrolamento de indução uma tensão alternada, de amplitude
proporcional à rotação (maior rotação maior amplitude).
Esta tensão alternada é então enviada à Unidade de comando que faz um tratamento do sinal,
comandando eletronicamente o ângulo de permanência, estabilizando e amplificando este sinal.
1 – Formador de impulsos
2 – Comando do ângulo de
Permanência
3 – Estabilizador
4 – Amplificador da corrente
de comando
5 – Etapa final
5 – A etapa final se incumbe de ligar e desligar a corrente que flui pelo primário da bobina de
ignição. Cada interrupção dos impulsos retangulares provoca uma interrupção da corrente
primária e consequentemente faíscas nas velas.
Obs.: - A pré resistência utilizada nos sistemas de ignição transistorizados, serve como uma queda
de tensão no primário da bobina, auxiliando sua dissipação térmica.
- Os Sistemas eletrônicos de ignição apresentam uma potência de ignição mais elevada do
que aquela apresentada pelos sistemas convencionais, portanto convém desligar o sistema
quando se pretende efetuar qualquer trabalho no equipamento de ignição.
▪ Esquemas elétricos
▪ Relé
▪ Cálculo de condutores
▪ Conectores
▪ Interruptor de luzes
No painel de instrumentos, bem como nas teclas de acionamento, existem símbolos para
identificar o componente que está sendo usado ou para alertar sobre eventuais problemas.
CENTRAL ELÉTRICA
Os bornes 53, 53a, 53b, 53e e 31 do motor do limpador do para-brisa servem para identificar o
local onde será montado o cabo elétrico, além disso, cada número/letra tem um significado:
Bornes Bornes
de Significado de Significado
ligação ligação
Saída positiva do comutador de
1 Sinal da bobina de ignição 50 ignição e partida para alimentação do
motor de partida
4 Alta tensão da bobina de ignição 53 Positivo do motor do limpador do
para-brisa
15 Saída positiva do comutador de 53a Posição automática de retorno do
ignição e partida motor do limpador do para-brisa
Saída positiva do comutador de Segunda velocidade do motor do
15a ignição e partida, protegida por 53b limpador do para-brisa
fusível
30 Positivo direto da bateria 53c Positivo da bomba do lavador do
para-brisa
30a Positivo direto da bateria, 53e Positivo intermitente do motor do
protegido por fusível limpador do para-brisa
31 Ponto massa negativo da bateria 54 Luz do freio
Positivo do relé dos indicadores Saída do interruptor das luzes para
49 de direção e luz de advertência 56 alimentação das luzes alta e baixa
(entrada)
br - branco
am - amarelo
ver - vermelho
li - lilás
az - azul
ve - verde
ci - cinza
mar - marrom
pr - preto
A – Os números inscritos em
quadradinhos identificam as
interrupções efetuadas para
evitar cruzamento dos cabos
elétricos e indicam o número
de circuito em que o cabo
continua.
Localizado o número do
circuito na parte inferior do
esquema, outro quadradinho
na mesma direção indica o
número de circuito onde
houve a interrupção.
B – Os esquemas elétricos
possuem todos os
acabamentos de um
modelo; portanto, o
veículo terá um ou outro
acabamento.
Exemplos:
c1 e c1 a – conector simples
– 1 borne (polo)
c2 – conector duplo – 2
bornes (polos)
c...
c20 – conector com 20
polos
D – Em alguns
componentes os
terminais são
identificados através de
números/letras como
por exemplo: 30, 56,
56a, 56b.
Exemplos:
Visando facilitar o seu trabalho no diagnóstico, para localizar defeitos, sugerimos que a sequência
abaixo seja seguida:
• Lâmpada defeituosa
• Fusível defeituoso
• Fio desconectado
• Contato oxidado
3 – Exame no consumidor
Aplicação
Funcionamento
a) Quando a corrente flui através da bobina de comando, que atua como eletroímã, a força
magnética da bobina atrai o contato de trabalho; com isso, a corrente de trabalho flui através do
mesmo.
b) Quando a corrente para a bobina de comando é desligada, não existe mais campo magnético, o
contato de trabalho abre-se devido a ação mecânica da mola e o fluxo da corrente de trabalho se
interrompe.
Corrente de comando 85 (+) Positivo ligado Corrente de trabalho 30 (+) Positivo permanente
86 (-) Negativo 87 Alimentação do consumidor
Página 93 - SISTEMA ELÉTRICO
Num relé de comando eletrônico, a alimentação (corrente) é feita pela linha 15 (via chave de
contato) e a massa é direta através da linha 31.
O impulso ou sinal para que o relé seja ativado vem do interruptor para o comando eletrônico
temporizado, que determina o período em que o mesmo deve permanecer ligado, alimentando o
consumidor.
Relés de comando eletrônico são usados no circuito dos indicadores de direção e advertência,
temporizador do limpador de para-brisa, plena potência para veículos com climatizador e
transmissão automática, etc.
Por medida de segurança, quando se instala algum acessório, é importante que a escolha do
condutor (fio) seja feita com critério, de acordo com a potência do consumidor, corrente, tensão,
etc.
Para que isso possa ser feito, fornecemos a seguir as tabelas de equivalência de condutores e do
cálculo para determinação dos mesmos.
Tabela de Equivalência
Exemplo:
Encontrar a bitola do condutor que deve ser utilizado para alimentar um consumo de 50 watts em
12 volts e que possua um comprimento de fiação de 5 metros.
Nas ilustrações a seguir aparecem alguns dos conectores usados nos chicotes elétricos dos
veículos VW:
Obs.: Os números gravados nos conectores referem-se às posições nos esquemas elétricos.
• Fusca
• Tipo II
Ligações
30 – positivo permanente
0 - -
Lanternas e painel
1 58 e 58b (via potenciômetro)
Lanternas
2 58 - 58b e 56 Painel
Faróis
30 – positivo permanente
• Santana X – positivo – interruptor de ignição
56 – alimentação dos faróis
• Passat 58 – alimentação da iluminação do porta-luvas
58b – alimentação da iluminação do painel
• Família BX 58L – alimentação das lanternas esquerda
58R – alimentação das lanternas direita
0 - -
Lanternas
1 58 - 58L - 58R - 58b Painel (via reostato)
Porta - luvas
Lanternas
2 58 – 58L – 58R – 58b Painel
X do 56 Porta-luvas
Faróis
0 - -
Lanternas
Painel
1 58 – 58L – 58R – 58b Farol de neblina
Porta-luvas
Reostato
Lanternas
Painel
2 58 – 58L – 58R – 58b Farol de neblina
56b – 56a Porta-luvas
Faróis
Reostato