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Análise e desenvolvimento de

sistemas
Infraestrutura em tecnologia da
informação

Professor: Fernando Silva Moraes


E-mail: fernando.moraes@faculdadecesusc.edu.br
Conteúdo programático

Aula 18 e 19 = Conhecimentos básicos sobre eletrônica, eletrotécnica, circuitos


analógicos e digitais.
Aulas 18 e 19 = Conhecimentos básicos sobre eletrônica, eletrotécnica,
circuitos analógicos e digitais

Com o desenvolvimento dos transistores e dos circuitos integrados, a


miniaturização dos componentes possibilitou o desenvolvimento dos primeiros
equipamentos de informática e dos computadores pessoais, que nasceram justamente
no auge do seu desenvolvimento. Por isso, todo o seu funcionamento é baseado na
eletrônica. Portanto, o conhecimento básico em eletrônica é fundamental para que você,
técnico, possa realizar a manutenção dos mais diferentes equipamentos.
O conhecimento em eletrônica básica abrange os princípios que regem a
eletricidade, o que é tensão e corrente elétrica, resistência e potência, o funcionamento
de componentes como resistores, capacitores, circuitos, além do conhecimento sobre
os materiais e suas condutividades.
ESTRUTURA ATÔMICA DA MATÉRIA
Quando o átomo foi descoberto, os
cientistas acreditavam que essa seria a menor
partícula em que a matéria poderia se dividir, e
por isso o seu nome ( A = não ; TOMO =
divisível). De um modo geral, para efeito dos
estudos em eletricidade, o átomo pode ser
dividido em duas partes distintas : o núcleo e o
orbital de elétrons. O núcleo é formado
basicamente por partículas carregadas
positivamente ( os prótons ) e por partículas
sem carga relevante, também chamadas
neutras ( os nêutrons ). O orbital de elétrons
ou simplesmente eletrosfera é composta pelos
elétrons que são partículas carregadas
negativamente. É basicamente na eletrosfera
que está a diferença entre , por exemplo, um
material condutor e um material isolante.
No material isolante os átomos estão fortemente ligados ao núcleo
por uma força de atração, de modo que não existem elétrons circulando
pela estrutura do material. Para romper-se com essa ligação entre
elétron e núcleo é necessário fornecer à estrutura muita energia, por
exemplo na forma de calor ou potencial elétrico. Quanto mais perto do
núcleo está o elétron, mais forte é a força que os une. Do mesmo modo,
quanto mais forte a atração entre elétron e núcleo, melhor o isolante
(com algumas ressalvas). Dizemos nesse caso que os elétrons têm um
nível de energia muito baixo.
No material condutor, os átomos das camadas superiores possuem
níveis de energia relativamente altos, desprendendo-se facilmente do
"laço" com o núcleo. Normalmente os metais possuem em sua última
camada (chamada camada de valência) elétrons livres que dão ao
material propriedades condutoras. Da mesma forma que no material
isolante, mas de maneira inversa, quanto mais afastado no núcleo está
o elétron, melhor condutor será o material.
TENSÃO, CORRENTE E RESISTÊNCIA ELÉTRICA

Tensão Elétrica: Podemos definir a tensão elétrica em um circuito como sendo a


diferença de potencial entre dois polos distintos. Em todo circuito elétrico é necessário a
existência de uma fonte de tensão (ou fonte de corrente em alguns casos, como
veremos mais adiante) para fornecer energia ao circuito.
No S.I (Sistema Internacional) a tensão elétrica, cujo símbolo é a letra U, é medido
em volts (V). Temos dois sistemas de tensão elétrica alternada e contínua.

Tensão alternada: É aquela que varia no tempo, ou seja, é o tipo de tensão que
descreve uma função que varia de valor com o passar do tempo. A mais comum das
tensões alternadas é a tensão senoidal, que assume uma infinidade de valores no
decorrer do tempo. É importante notar que uma tensão alternada oscila em uma
determinada frequência.
Tensão contínua: Pode ser definida como a tensão que descreve uma constante, ou
seja, seu valor não varia ao longo do tempo. Notar, portanto, que uma tensão contínua
não "tem" frequência.
Corrente elétrica: Podemos definir uma corrente elétrica como sendo o fluxo
ordenado de elétrons por um meio condutor. De fato, ao submetermos um material
condutor a uma diferença de potencial, os elétrons fluirão do ponto de maior
concentração de elétrons para o ponto de menor concentração com sentido ordenado.
O deslocamento dos elétrons pelo circuito recebe o nome de fluxo ( que é de fato a
corrente ). Esse fluxo pode ser chamado de fluxo convencional ou fluxo eletrônico.
No fluxo eletrônico a corrente flui do polo negativo da bateria para o positivo, pois é
o que ocorre realmente, afinal o polo negativo possui grande concentração de elétrons,
enquanto que o polo positivo é carente de elétrons. O fluxo ocorre justamente para
que haja um equilíbrio entre os polos.
No fluxo convencional a corrente flui do polo positivo para o negativo, de modo que
esse sentido não condiz com a realidade. No entanto, para efeito prático e didático o
fluxo convencional é largamente utilizado. No nosso caso, a partir de agora utilizaremos
o fluxo convencional, salvo menção
em contrário.
Resistência elétrica: Podemos definir resistência elétrica como sendo
um obstáculo à passagem da corrente elétrica oferecido por um circuito.
Em todo circuito elétrico existe uma resistência elétrica qualquer que
dificulta a passagem da corrente. Até mesmo um condutor de cobre possui
sua resistência à corrente. A resistência elétrica , cujo símbolo é a letra R,
é medida em Ohm ( Ω ). Na eletrônica possui dois tipos básicos de
resistência a em série e a em paralelo.
Resistência em série: A associação de resistências em série é feita de tal
modo que o fim de uma resistência fique interligado com o começo da
outra. Esse é um tipo de circuito que oferece um só caminho à passagem
da corrente elétrica.
Resistência em Paralelo: A associação de resistências em paralelo é feita
de tal modo que todas fiquem ligadas a um mesmo ponto ou "nó". Esse é
um tipo de circuito que oferece tantos cominhos à corrente elétrica quanto
forem as resistências associadas.
Resistências
Série Paralelo

Fórmula para cálculo de resistência


em série: Req = R1 + R2 + R3 + ... + Fórmula para cálculo de resistência em
Rn paralelo: Req = 1 / ( 1/R1 + 1/R2 + 1/R3 +
Logo calculando o exemplo acima: ...+ 1/Rn )
Req = 10 + 30 + 20 + 40 = 100 Ω Logo calculando o exemplo acima: Req =
1/ ( 1/10 + 1/30 + 1/20 + 1/40 ) = 4,8 Ω
Potência elétrica: Potência elétrica é a quantidade de energia elétrica que
é fornecida a um circuito elétrico a cada segundo ou, ainda, a quantidade de
energia que esse circuito converte em outras formas de energia, também a
cada segundo. A unidade de medida da potência elétrica, de acordo com o
Sistema Internacional de Unidades (SI), é o watt (W), que equivale a joules por
segundo (J/s).
A baixo temos alguns exemplos de equipamentos em consumo Watts:
* Um chuveiro elétrico dissipa, em média, 5 kW (Quilowatts) de energia
elétrica na forma de calor a cada segundo.
* Usinas hidrelétricas geram eletricidade a uma taxa de 30 MW (megawatts).
* Um chip de computador consome 1 mW (miliwatts) de energia elétrica.

1 Watt (W)

1 Kilowatt (KW) 1000 W 103

1 Megawatt (MW) 1000 KW 106

1 Gigawatt (GW) 1000 MW 109

1 Terawatt (TW) 1000 GW 1012


RESISTORES
Resistores são componentes elétricos destinados, em geral, a limitar a
intensidade da corrente elétrica. Normalmente, os resistores são conhecidos
pela sua capacidade de transformar energia elétrica em energia térmica.
Porém, nem sempre um resistor é idealizado com esse objetivo. Em todos os
aparelhos elétricos classificados como resistivos, a função do resistor é
promover o Efeito Joule. Exemplos: chuveiro elétrico, torradeira elétrica e
aquecedor elétrico.
CAPACITORES

Capacitor é um dispositivo capaz de acumular


cargas elétricas quando uma diferença de potencial é
estabelecida entre seus terminais. A capacitância dos
capacitores, por sua vez, é a medida de quanta carga
o dispositivo é capaz de acumular para uma
determinada diferença de potencial.
Os capacitores, geralmente, são produzidos de
forma simples, formados por duas placas condutoras
paralelas, chamadas de armaduras, que podem ou
não ser preenchidas com um meio altamente
dielétrico (isolante).
Os capacitores podem ser usados para outros
fins além da sua função principal, que é armazenar
cargas elétricas. Esses dispositivos podem ser usados
em circuitos alimentados por correntes elétricas
alternadas, quando se deseja a formação de uma
corrente elétrica contínua, como nos casos de
eletrodomésticos, como geladeiras, liquidificadores,
máquinas de lavar e etc.
DIODOS
Um diodo é um componente
eletrônico que permite a passagem da
corrente elétrica somente em um sentido.
Uma analogia simples que podemos fazer
é comparar um diodo a uma válvula que
só deixa a água fluir em um sentido, ou
seja, o diodo faz a mesma coisa com a
corrente elétrica.
O diodo é um componente com 2
terminais, onde o próprio símbolo
esquemático indica qual é a polaridade.
Se você observar o símbolo do diodo de
perto, será possível visualizar um
triângulo que forma uma pequena seta,
indicando em que sentido a corrente
elétrica é permitida.
CIRCUITOS ELETRÔNICOS
Entendemos por circuito como um trajeto fechado, sendo
que o fim também é o começo. O circuito elétrico é um circuito
fechado, com a ligação de diversos elementos, como por
exemplo resistores, diodos, indutores, fontes, linhas de
transmissão e interruptores, que permitem a passagem da
corrente elétrica.
Os circuitos eletrônicos representam um tipo de circuito
elétrico, utilizando mais alguns componentes eletrônicos que
realizam transformações nas grandezas elétricas, como por
exemplo os diodos e transistores.
Imaginemos agora a luz de sua casa, certamente está
conectada a uma fonte de energia elétrica em um circuito
elétrico, podendo ser ligada ou desligada. O circuito eletrônico
permite que você vá mais adiante, fazendo com que a corrente
elétrica seja controlada, podendo realizar diversas funções,
das mais simples como diminuir ou aumentar a luminosidade
ou realizar a comunicação com satélites. É isso que diferencia
os circuitos elétricos dos circuitos eletrônicos.
MATERIAIS CONDUTORES, NÃO CONDUTORES E
SEMICONDUTORES

Condutores e isolantes são materiais elétricos que se comportam de maneiras


opostas no que respeita à passagem de corrente elétrica.
Enquanto os condutores permitem a movimentação dos elétrons, os isolante
dificultam essa movimentação, ou seja, a passagem da eletricidade. É o mesmo que
dizer que os condutores conduzem as cargas, ou facilitam, a sua passagem e que os
isolantes a isolam.
Isso acontece em decorrência da estrutura atômica das substâncias, ou melhor,
dos elétrons que os materiais apresentam na sua camada de valência. A camada de
valência é aquela que fica mais distante do núcleo atômico.
Condutores: Nos materiais condutores, as cargas elétricas se movimentam com mais
liberdade em função dos elétrons livres presentes na sua camada de valência.
A ligação dos elétrons livres com o núcleo atômico é bastante fraca. Assim, esses
elétrons têm tendência para serem doados, movimentam-se e espalham-se facilitando a
passagem da eletricidade. São exemplos de condutores elétricos os metais em geral,
tais como cobre, ferro, ouro e prata.
Tipos de condutores:

Sólidos - também chamados de condutores metálicos, caracterizam-se pelo


movimento dos elétrons livres e pela forte tendência de doar elétrons;
Líquidos - também chamados de condutores eletrolíticos, caracterizam-se
pelo movimento de cargas positivas (cátions) e negativas (ânions). Essa
movimentação, em sentidos opostos, cria a corrente elétrica;
Gasosos - também chamados de condutores de terceira classe,
caracterizam-se pelo movimento de cátions e ânions. Mas, ao contrário dos
condutores líquidos, a energia é produzida através do choque entre as cargas
e não de forma isolada.

Não condutores: Nos materiais isolantes, também chamados de dielétricos,


verifica-se a ausência ou pouca presença de elétrons livres. Isso faz com que
os elétrons dos isolantes estejam fortemente ligados ao núcleo, o que inibe a
sua movimentação. São exemplos de isolante elétricos: borracha, isopor, lã,
madeira, plástico e papel, vácuo, vidro.
Semicondutores: Os materiais semicondutores são aqueles que podem se
comportam como um condutor ou como um isolante mediante as condições
físicas. Os exemplos mais comuns de semicondutores são silício e o germânio.
CIRCUITOS DIGITAIS

Circuitos Digitais (ou Circuitos Lógicos) são definidos como circuitos


eletrônicos que empregam a utilização de sinais elétricos em apenas dois
níveis de corrente (ou tensão) para definir a representação de valores binários.
Circuitos Lógicos baseiam seu funcionamento na lógica binária, que
consiste, que toda informação deve ser expressa na forma de dois dígitos
(tanto armazenada, como processada), sendo tais digítos, 0 (zero) ou 1 (um). A
partir daí surge intuitivamente à nomeação “digital” (dois dígitos). Este fato
auxilia para a representação de estados de dispositivos que funcionam em dois
níveis distintos, sendo estes: ligado/desligado (on/off), alto/baixo (high/low),
verdadeiro/falso (true/false) entre outros.
Circuitos Digitais apresentam diversas vantagens sobre Circuitos Analógicos, tais como:
Facilidade de projetar e armazenar informações;
Extensa programabilidade;
Maior exatidão e integração;
São menos afetados por ruídos originários de flutuações de tensão de
alimentação (causado pelo fato de que circuitos digitais não dependem do valor
exato da tensão elétrica recebida, e sim da diferença entre os níveis Alto e Baixo).
Todavia, os circuitos digitais apresentam também desvantagens, sendo elas: O
mundo é de natureza analógica, ou seja, valores contínuos com extensa variação de
frequência, com isso, todo circuito digital que lida com variáveis físicas de natureza
analógica necessita converter tal informação para o meio digital, para então processar,
e posteriormente fazer o fluxo inverso, converte da natureza digital para a analógica,
sendo este processo, em alguns casos, não benéfico.
Referências Bibliográficas

Fontes web:

http://dicionario.sensagent.com/Circuito%20digital/pt-pt/

https://www.todamateria.com.br/condutores-e-isolantes/

https://renataquartieri.com/wp-content/uploads/2015/03/fc3adsica-3-eletricidade-07-resistc3aancia-elc3a9trica1.pdf

http://gerson.luqueta.com.br/index_arquivos/eletronica.pdf

PISKE, Rafael Bender, Introdução a Informática: visando um Mundo da Máquina. Barauna Ebook, 2012 -EBOOK cap. 2 e 3.

TANENBAUM, Andrew S.Organização estruturada de computadores. 5. Ed. Rio de Janeiro:LTC, 2011

MONTEIRO, Mário A. Introdução à organização de computadores. 5. Ed.Rio de Janeiro: LTC, 2007..

ENGLANDER, Irv. A arquitetura de hardware computacional, software de sistema e comunicação em rede: uma abordagem da tecnologia da informação. 4.
Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.

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