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de Potência
Robert H.Miller
McGraw-Hiii
São Paulo
Rua Tabapuá, 1.105, Itaim-Bibi
CEP 04533
(01 1) 881-8604 e (011) 881-8528
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Obra publicada com a colaboração do Fundo de Desenvolvimento Tecnológico
da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobrh, em co-edição com a Editora
McGraw-Hüi, Ltda.
O lançamento da tradução do livro "Power System Operation" do Engenheiro
Robert H. Milíer vem complementar a literatura técnica da área de operação de sistemas
de potência, pois aborda o assunto de forma precisa e inteligível, mesmo para aqueles que
não tenham formação universitária ou que estejam sendo iniciados nesta atividade. Assim,
recomenda-se sua utilização por operadores de instaiaçáo, despachantes de sistemas,
engenheiros de formação recente, estudantes de engenharia elCtrica e de escolas técnicas
de nível mddio.
capítulo .
4 Operação econômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Capítulo 5 . Controle de sistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .60
Capítulo 6. Contabilização de energia na operação interligada . . . . . . . . . . . . . . 73
.
Capítulo 11 Operação em extra alta-tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
IX
X Operaçüo de Sistemas de Potência
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191 .
.. .
Considerando-se que a gestão do sistema é feita com base na realização de ativi-
dades empresariais em que se situam, em um extremo a área de planejamento e no outro a
de operaçáo, permeadas por outras atividades como às de engenharia, administração e
econômico-financeiras, verifica-se que a área de operação assume um importante papel de
.. integração, ao promover a realimentação de informações para as demais áreas, no sentido
da otirnização de todo o conjunto.
Os Tradutores:
Setembro de 1987
Este livro foi preparado sob o patrocínio do "Western Systems Coordinating
Council", com a finalidade de se fornecer material útil aos despachantes e operadores de
sistemas de potência, no sentido de melhor entenderem os princípios de sua operação. O
uso extensivo da matemática foi evitado, porCm os fundamentos mínimos foram incluídos
no Apêndice.
R. H. MILLER
m
Em sistemas de potência a energia elétrica é normalmente produzida pelo
-
processo de conversão eletromecânica. A energia m e c h c a usada para acionar os
geradores elétricos é desenvolvida de duas modalidades principais:
-
1. Pela conversão de energia térmica em energia mecânica através de turbinas a
vapor, turbinas a gás e motores diesel ou a gás.
2. Pela utilização da força das quedas de água para acionar turbinas hidráulicas.
-
As aplicações atuais utilizam, quase universalmente, geradores acionados por
turbinas a vapor ou hidráulicas, havendo ainda algumas aplicações de turbinas a gás. No
que concerne a um sistema elétrico, o método escolhido para produzir a energia elétrica 6
fundamentalmente baseado em fator econômico. A operação conjunta das gerações
- térmicas e hidráulicas existentes no mesmo sistema é comum e não apresenta maiores
problemas.
A resistência pode ser defmida como o elemento que limita o fluxo de corrente
em um circuito. A energia elétrica que circula em um circuito contendo resistência é
convertida em energia térmica, proporcionalmente ao quadrado da corrente. A potência
(watts) consumida em um circuito contendo resistência 6 igual ao quadrado da corrente I
(ampères) vezes a resistência R (ohrns), ou seja .R (watts). O comportamento de um
circuito, contendo somente resistência, é mostrado na Figura l(a). O valor da resistência
em um circuito é funçáo da resistividade do material condutor. A resistência varia
inversamente com a área da secçáo reta do material e diretamente com seu comprimento e
resistividade. Os metais em sua maioria são relativamente bons condutores de eletricidade,.
isto é, possuem baixa resistividade.
I
A indutância, que pode ser definida como o elemento de um circuito elétrico que
se opóe às variações de fluxo de corrente no circuito, armazena energia em um campo
magnktico quando a corrente cresce, e devolve energia ao circiiito quando a corrente é
rcdiizida. A quantidade de energia devolvida ao circuito scria cxiitnmcntc igiial A i
Chave \i / i
Tempo
-
'
. Chave
Bateria
-
C
1-=o
Tempo
a indutância de uma bobina, quando comparada àquelas com núcleo de ar. Condutores
retiiíneos, tais como os de linhas de transmissão, também têm indutância proporcional ao
comprimento da linha, e aos diâmetro e espaçamento dos condutores. A indutância é fator -
muito importante na determinação do comportamento de linhas de transmissáo longas.
T=O -
Tempo
(b)
Figura 2 Quando a chave 6 fechada, a corrente i atinge imediatamente um valor que é limitado somente
pela resistência do circuito, e, então, reduz-se a zero durante um período de tempo, como
indicado em ( b ) . S e a chave é aberta, depois que i atinge o ponto zero. não haverá variação, e
uma carga elétrica (energia eletrostática) será deixada nas placas do capacitor. Com dielémco
perfeito (sem perdas) a carga seria retida indefinidamente. E m circuito de corrente alternada,
no qual a tensão está continuamente variando, o efeito é de. alternativamente, carregar o
capacitor com uma polaridade, descarrcgd-10, e então recarregá-10 com a polaridade oposta.
4 Operação de Sistemas de Potência
Figura 3 ( a ) Em circuito contendo somente resistência, a corrente c ;i tensáo estáo em fasc; (h) eni
circuito contendo somente indutância, a corrente fica atrasada dc 90" com relaqáo à tensáo; (c)
em circuito contendo somente capacitsncia, a corrente fica adiantada dc 90" com relação h
....
tcnsáo.
Figura 4 (a)Se a reatância indutiva XL for maior do que a reatância capacitiva XC,a corrente está em
atraso de um ângulò 8 , com relação à tensão. A componente em fase Iin (projeção) é igual a
(I x co-seno 8 , ) ; e a componente fora de fase Iout é igual a (I x seno 8 , ). Co-seno 8, é o
fator de potência do circuito.
Figura 4 (b) Se a reatância capacitiva XC for maior do que a reatância indutiva XL,a corrente está em
avanço de um ângulo 8, com relação à tensão. A componente em fase Iin C igual 'a
(I x cosseno 8,) = (I x fator de potência).
I
Figura 4 (c) Se a reatância indutiva for igual à rearância capacitiva, as duas componentes se anulam. A
corrente está em fase com a tensáo e limitada pela resistência do circuito; o fator de
potência = 1.
6 Operaçáo de Skiternas de Potência
XL = 2 n f L (ohms)
XL = 377 L (ohms)
Xc = -
21rfC
ohrns
Para 60 Hz,
'
Princ(pios básicos 7 -
P = f i x E x I x fp (watts)
I, = 6 x I (ampères)
P O T ~ C IAP.4REiW'E,
AS ATNA E REATWA
onde,
,,
P = E x Iin = E1 cos 8 C a potência ativa (watts) e
,,,
Q = E x Iout = E1 sen 8 C a potência reativa (VAr)
N = E I = d ( w a t t ~+
) ~( v A ~ (VA)
)~
ou:
N = (VA)
E(l sen O , )
Aparente (kVA)
Figura 6 (a) Relaçáo das componentes ativa e reativa da potência de um circuito monofásico de fator de
potência em atraso (predominantemente indutivo).
Potenela PotBncla
Reatlva
Potbncla Ativa
Figura 6 (b)Relação das componentes ativa e reativa da potência de um circuito monofásico de fator dt
potência em avanço (predominantemente capacitivo).
Com relação aos diagramas da Figura 6, sempre que existir uma componente
reativa pode-se observar que a corrente'de linha será maior do que a corrente que existiria
se o fator de potência fosse unitário. Em outras palavras, a existência da componente
reativa (VAr) em um sistema elCtrico de corrente alternada provoca um incremento de
corrente, resultando em aumento das perdas.
Problemas
1. N o circuito mostrado na Figura l(a), admita quc a tcnsão da bateria seja 10 volts c a
resistência de 5 ohms. No instante a, imediatamente após o fechamento da chave, a
corrente no circuito será:
a ) Zero; c) 5 ampères;
b) 2 ampères; d) 1 ampère.
6. Se uma bobiia com reatância indutiva de 1.000 ohms, a 1.000 Hz, C conectada em
sCrie com um capacitor, a fim de que o circuito se tome ressonante a 1.000 Hz,o '
A máquina motriz aciona o gerador que produz energia elCtrica. Quando uma
carga, tal como uma lâmpada ou um motor, é conectada ao gerador, a energia se desloca
do gerador para a carga. Com o gerador acionado à velocidade constante e sem variação
de seu campo de excitação, qualquer acréscimo de carga provocará uma queda de rotação
no conjunto máquina motriz e gerador alCm de redução da tensão na carga. A fim de
retornar a velocidade e a tensão ao seu valor normal deve ser adicionada mais energia à -
máquina mo triz. -Y-'
produzida pelo gerador (watts, quilowatts ou megawatts) é função da carga a ser suprida -
I esta premissa C válida tanto para os sistemas de corrente alternada quanto para os de
corrente contínua. Quando dois ou mais geradores são colocados em paralelo, a divisão de
-
carga entre eles C função de diversos fatores que serão discutidos nos parágrafos
C
seguintes. /
Figura 7 Sistema elétrico simples com uma maquina motriz, gerador e carga.
14 Operação de Sistemasde Potência
1
Ger A (1) (2) '
I I Ger B
I +.
i
wn
i m
I
m
3w14 y W l 4 -
* W=CARGA TOTAL L
I
Figura 8 Representação gráfica da divisáo de carga entre geradores de corrente contínua..(I) com uma
carga W constante e com ambos os geradores ajustados para tensões iguais EA1 = EB1;
admitindo-se iguais as quedas de tensáo, as cargas são igualmente divididas, com W12 em
cada gerador; (2) com a tensáo do gerador A aumentada para EA2 e a tensáo do gerador B
reduzida para EB2,as cargas ficam divididas em três quartos no gerador A e um quarto no
gerador B.
I
Deve ser enfatizado'que os diagramas vetoriais da Figura 3 estão simplificados
por se desprezar as quedas devidas à irnpedância, e servem para mostrar o efeito do
controle de campo sobre a defasagem entre a tensão e as correntes.
Figura 9 (a) Caso do fator de potência unitario. Tensão terminal ET1 e a corrente TI, em fase. A
potência fornecida ou de saída = ET1x 11 (watts).
Figura 9 fb) Caso do fator de potência em atraso (sobre-excitação). Corn a corrente de campo do gera-
dor aumentada, a tensão terminal E T €~aumentada al6m daquela do caso do fator de potência
unitário, e a corrente I2 também cresce, defasada em atraso. O produto da projeção de I2 no
VetOr tensão ET26 12a. Este valor de corrente, multiplicado pela tensão terminal da maquina,
é a potência ativa de saída c se identifica com o caso de fator de potência unitário. O produto
de I2 m m E$2 6 a potência parente (volt-amp8re) e 6 maior do que no caso de fator de potsn-
cia unitário. A potgncia ativa I? sempre determinada pela multiplicação da corrente de linha,
ou de armadura, pela tensão tenninal vezes o co-seno (fator de potência) do ângulo entre
corrente e tensão.
Figura 9 (c) Caso do fator de potência em avanço (subexcitação). Com a corrente de campo do gerador
reduzida, a tensão terminal ET3também se reduz, e a corrente Ig C aumentada, mas defasada
em avanço. Novamente o produto da tensão terminal pela componente em fase da corrente 6 O
mesmo do caso do fator de potência unitário.
ÂNGULOS DO ROTOR DA MAQU~NA
D E CORRENTE ALTERNADA
Como as máquinas são síncronas, elas girarão na mesma velocidade mCdia, com
acelerações e desaceleraçóes momentâneas necessárias para estabilizar a divisão de carga
desejada. Uma descrição completa do que ocorre eletricamente nas máquinas requer um
diagrama vetorial mostrando as quedas de irnpedância interna, corrente de sincronização,
tensões tenninal e de mãquina, o que estaria além do escopo desta discussão. Importante é
ressaltar que a máquina com o maior ângulo de rotor em avanço assumirá a maior parte da
carga elétrica.
ESTABILIDADE
Como discutido anteriormente, se a energia mecânica fornecida à máquina
; motriz de um gerador síncrono C aumentada, o ângulo do rotor (ângulo de conjugado)
I
assume uma nova posição mais avançada que a anterior. Isto 6 verdade atE o ponto em que
o conjugado resultante da energia mecânica fornecida excede as forças magntticas que -
mantêm a máquina em sincronismo. Quando esta condição é atingida, a máquina perderá o
sincronismo com as outras máquinas que estejam operando em paralelo. A Figura 12
mostra esta relação.
18 Operação de Sistemas de Potência
VELOCIDADE
SEM CARGA
VELOCIDADE
SEM CARGA
I
W=CARGA TOTAL
I
Figura 11 Representação gráfica da divisão de carga entre geradores. Seja uma carga constante W, e
com os reguladores de arnbas as máquinas ajustados para as velocidades f, e fb, a vazio e
separadas. (I) Quando colocadas em paralelo, e com carga W, a atuaçáo dos reguladores :
provoca a queda da velocidade para a freqüência de operação fo. Neste ponto, as duas curvas
de velocidades se interceptam, com as máquinas compartilhando igualmente a carga. (2)
Com o regulador da máquina A ajustado para que sua velocidade a vazio corresponda a f, ,
o gerador assumirá 314 de W, na freqüência fo.Da mesma forma, com o regulãdor da rnz-
quina B ajustado, para que sua velocidade a vazio corresponda a fb, o gerador assumirá 114
W, na frec$ência operativa f,.
..
Figura 12 Curva típica do ângulo de potência de um gerador sfncr&o. Quando o ângulo de potência
aumenta, o fornecimento da máquina cresce ate um valor máximo. Depois deste ponto,
qualquer aumento de potência mecânica excederá o limite de estabilidade e a máquina
pcrderá o sincronismo com o sistema de potência, ao qual esteja conectada. Aumentando a
excitaçáo, cresce o ângulo de conjugado máximo a ponto de a máquina perder o
sincronismo, e, diminuindo a excitaçáo, reduz-se o ângulo de conjugado máximo para o
qual a mãquina perde o sincronismo.
Transferência de energia 19
Quando uma carga C ligada a uma fonte de energia (um ou mais geradores) por
meio de uma linha de transmissão, a energia circula da fonte para a carga..Em sistema de
corrente alternada a reatância está sempre presente nas linhas de transmissão. A linha se
comporta como se fosse constituída de indutâncias-série e capacitâncias em paralelo
distribuídas por todo o seu comprimento e com uma componente resistiva em série
relativamente pequena.
A fim de se transmitir energia de uma fonte geradora para uma carga, atravCs de
um sistema de transmissão, é necessário que a corrente de carga circule através da
reatância resultante das indutâncias-sdrie da linha. Como resultado, haverá sempre uma
defasagem entre os terminais transmissor e receptor da linha. Assim, a diferença angular
na linha cresce quando o carregamento C aumentado. De forma idêntica ao carregamento
de geradores, a transferência de energia cresce até um valor máximo determinado pelo
comprimento da linha, diâmetro do condutor e espaçamenta entre fases, os quais afetam a
reatância da linha. Quando a capacidade de transferência máxima é atingida, qualquer
acrCscirno fará o ângulo de defasagem aumentar, atingindo uma região de instabilidade, a
qual será seguida por uma condição de perda de sincronismo. A variação do deslocamento
angular com a carga é mostrada na Figura 13.
Na Figura 13 pode ser visto que se uma linha estiver com carregamento próxima
do limite de estabilidade e se for requerida que mais energia por ela circule, por exemplo,
após a perda de uma outra linha ou após uma falta, a defasagem angular entre os terminais
transmissor e receptor pode exceder ao limite de estabilidade.
iritcr\~alode tempo determinado pela inCrcia das máquinas ligadas à linha. Em tais casos,
pode-se facilmente observar que as oscilações produzidas por uma perturbação podem
fazer a defasagem angular de uma linha exceder os limites de estabilidade, principalmente
nas linhas excessivamente carregadas. Este fato tambdm C considerado para se estabelecer
os limites de carregamento das linhas de traiisn~issão.
Figura 14 (a) Energia fornecida aos geradores do sistema A = carga do sistema A + 100 MW. Energia
fornecida aos geradores do sistema B = carga do sistema B - 100 MW.
Figura 14 ( b )Energia fornecida aos geradores do sistema A = carga do sistema A + 200 MW. Energia
fornecida aos geradores do sistema B = carga do sistema B - 200 MW.
22 Operação de Sk!emu de Potência
A B C
CHAVE DO
PARALELISMO
2 3
W
a
W +
C) cn
V>
O
dII:
2
Em casos como o ilustrado na Figura 17, se o anel é fechado com uma grande
diferença angular, o ângulo será imediatamente reduzido a zero, e os ângulos de potência
das máquinas próximas ao ponto de sincronismo podem ser submetidos a um drástico
ajustamento, o que pode resultar em sua danificação.
CHAVE
Figura 17 Diagrama de um sistema em anel longo. O ângulo de potência existente através da chave ser6
afetado pela geração e pelas cargas A e B. Um ângulo máximo de potência existirá se o
gerador A ou B assumir a carga total A e B. L'm ângulo mínimo ou zero existirá se a geração
em A assumir a carga A, e a geraçáo em B assumir a carga B.
Deve ser novamente observado que estes ajustes afetam o Iliixo dc potencia dos
sistemas envolvidos, mas isto pode ser reajustado, até certo ponto, depois cliie o anel é
fechado.
Problemas
;,, 3. Quando dois geradores de corrente contínua são operados em paralelo e a corrente de
campo de um deles C aumentada, este:
a ) Assumirá menos carga;
h) Acelerará;
- c ) Assumir5 maior parte da carga;
d) Aquecerá.
Transferência de energia 29
9. Uma linha de transmissão está operando, para uma determinada carga, com
defasagem de 80" entre os terminais da linha. Se a carga for repentinamente
aumentada, o deslocamento angular:
a ) Diminuirá; c).Nãoserá afetado;
b) Aumentari; 6 ) Se tomará zero.
30 Operação de Sistemas de Potência
10. Quando a energia C transferida entre dois sistemas de potência, a energia circulará a
partir do sistema com:
a ) Maior ângulo de potência, em avanço;
b) Menor ângulo de potência, em atraso;
C ) Maior nível de tensão.
-
14. Deseja-se fechar um anel longo, como indicado na Figura 17. O sincronosc6pio indica
que o lado do sistema A está 60° em avanço com relação ao lado do sistema B. A fim
de se reduzir o ângulo atrav6s da chave:
a ) O sistema A deverá aumentar a geraçáo e o sistema B reduzi-la;
b) O sistema B deverá aumentar a geração e nenhuma ação deverá ser tomada pelo
-
sistema A;
C ) O sistema A deverá reduzir a geração e o sistema B aumentá-la;
6)O sistema B deverá aumentar sua tensão.
FLUXO DE REATNOS
Perda de potê'ncia = I x R x I = I ~ R
(watts)
COMPENSAÇÃO DE REATIVOS
A manobra desta fonte de reativo pode ser tanto manual quanto automática. Se
taisdispositivos são dcixados permanentemente cm operação, eles podem prejudicar em
vez de melhorar as condições de tensão.
1 ,o0 100 O
0.95 95 30
0,90 90 43
0,85 8.5 53
0,80 80 60
0.75 75 66
0,70 70 70
0,65 65 76
0.60 60 80
supridas
...-~ .. . ..
pela
. -.~
mesma
-
linha de
~-
transmissão em dta-tensão, e
--
operadas em paralelo no lado
do secu@l~,Se os tapes do transformadorde uma das subestações (A) são ajustados
--
para uma tensão secundária mais d t a (relação de espiras mais baixa) do que na outra
subestaçáo (B), então um fluxo reativo circulará a partir daquela subestaçáo com maior
tensáo, com um valor suficiente para causar uma queda de tensão na unpedância da linha
que interliga os secundários, tal que as tensões de linha e de barrarnento sejam iguais nas
subcstações de menor tensão. Isto C ilustrado na Figura 18.
PARA
GERAÇAO
RELAÇAO SUBESTAÇ~O
A SUBESTAÇAO i3
EHV = 200kV EHV = 200kV
ELV = 1 00kV ELV = 95kV
Figura 18 Diagrama unifilar mostrando o fluxo de reativo devido a tensões desiguais nos barramentos
secundários das subestaçí>es conectadas em paralelo. Uma componente reativa da corrente
circulará da subestação A (aquela de maior tensáo) para a subestação B, limitada pela
reatância do circuito, com um valor capaz de causar uma queda de tensáo IXL igual
diferença de tensão entre as duas subestaçóes. O quadrado desta corrente vezes a reatância de
linha será o fluxo de reativo resultante da diferença de tensáo. Em um sistema trifásico, O
reativo total será 3r2Xk
F l u o de reatiws 37 --
Z
Sumário
Os itens seguintes sintetizam a precedente discussão sobre os fluxos de reativos:
3. As fontes de potência reativa podem ser usadas para limitar os fluxos de reativos
devidos às cargas com baixo fator de potência, bem como para controlar as tensões nos
barramentos das subestaçóes.
. 4.. O equipamento de geração, adequadamente operado, pode ser usado para suprir a
maior parte dos requisitos de reativos de um sistema.
-
Problemas
1. A potência em um circuito monofásico de corrente alternada C o produto de:
a) Tensão vezes a corrente do circuito;
b) Tensão vezes a corrente, vezes o co-seno do ângulo entre tensão e corrente;
c) Tensão vezes a corrente, vezes o seno do ângulo entre tensão e corrente.
I
- 3. Em um circuito com carga leve, e com comprimento tal que a reatância capacitiva seja
apreciável, a tensão do lado receptor:
I
a ) É sempre menor que a tensão do lado transmissor;
b) Pode exceder a tensão do lado transmissor;
c) É sempre igual à tensão do lado transmissor.
38 Operação de Sktemas de Potência
7. a) Com um gerador de 100 MVA, operando com fator de potência de 85% em avanço,
quantos MVAr serão produzidos?
O ) Para qual carga, em MW, deverá a máquina ser limitada a fim de que seus MVA
nominais não sejam ultrapassados?
9. No circuito mostrado na Figura 18, admita que existem 100 A circulando no circuito de
100 kV cntre as subestaç6e.s A e B. Determinar:
n ) A reatância indutiva (X L) por fase do circuito;
h) O total dc reativos (kVAr) suprido ao circuito nn subestaçáo A.
A operação de sistema requer supervisão permanente visando à segurança do
pessoal, do equipamento, e à continuidade do serviço, sem interrupção, aos usuários da
.
empresa de energia elétrica, com o menor custo possível. O problema do suprimento de
-
energia elétrica a baixo custo é influenciado por itens tais como: eficiência do equipamento
de geração, custo da instalação e custo do combustível para as usinas termoelétricas. Os
fatores envolvidos no custo de produção podem ser divididos em furos e variáveis.
CUSTOS FIXOS
Os custos fixos incluem os investimentos de capital, os juros sobre empréstimos, -
os salários, taxas, e outras despesas que são independentes da carga no sistema. Os
, responsáveis pela operação direta do sistema têm pequeno controle sobre estes custos.
-
Custos variáveis são aqueles afetados pelo carregamento das unidades geradoras
com diferentes taxas de combustível ou água, pelo controle das perdas causadas por fluxos
de reativos, pela combinação da operação de geração hidráulica e térmica para atender os
requisitos diários de carga e pela compra e venda de energia. Estes custos são
substancialmente controlados pelos operadores do sistema. Este capítulo discutirá os
-s
fatores da operação do sistema que podem ser controlados bem como os métodos usados -
para garantir que a energia gerada para atender a carga seja sempre produzida a um custo .
mínimo. A economia a ser alcançada pela operação adequada das fontes de energia pode
ser significativa e atingir valores diários elevados para os grandes sistemas elétricos.
40 Operação de Sistemas de Potência
Muitos sistemas têm diversas fontes alternativas de energia elétrica, tais como
usinas termelétricas convencionais,. nucleares, hidráulicas, de turbinas a gás, e também
fontes externas onde a energia pode ser comprada. O problema iundamental t a
determinação, a cada momento, da combinação exata entre as fontes e respectivas cargas
- de modo a resuitar no custo de produção global mínimo.
O combustível usado para as usina. térmicas pode ser gás natural, 61e0, material
niiclcar, ou carvão, com custos diferenciados e variáveis entre si. Além disto deve ser
--
incncionado que a carga em um sistema varia constantemente. I'or esta razão o problema
. clc opcraçáo econômica deve ser frequentemente reavaliado e, se necessário, a alocação
.. das cargas entre as diversas fontes de energia dcve seguir um reajustamento constante de
forma que os desvios da condição de operação mais econômica sejam sempre'minirnizados.
(input-output) e podem ser traçadas através dos resultados obtidos nos ensaios, sendo a
energia de entrada expressa em Btu (unidade térmica britânica), barris equivalentes de .
petróleo (Rep), ou milhar de pés cúbicos (Mcf) de gás. A energia será indicada em
quilowatts ou megawatts. A característica primordial destas curvas é que o consumo de
combustível cresce quando aumenta a saída de energia elétrica, mas não necessariamente
de forma linear. Tal curva é mostrada na Figura 19.
Figura 19 Curva de entrada-saída típica de uma unidade temelbtrica. A entrada pode ser expressa em
Btu, barris equivalentes de petróleo ou Mcf de gás (um barril equivalente de petróleo tem
.-
6.250.000 Btu, e um Mcf de gás pode variar, dependendo da fonte, mas é usualmente
próximo de 1.000.000 (Btu)).
-
as unidades de baixa eficiência. A solução desejada C despachai as unidades disponíveis
para obter-se a energia solicitada sob menor custo possível. As técnicas para resolver este
- problema já foram desenvolvidas e estão tendo aplicação geral na indústria.
-
Consideremos, por exemplo, duas unidades t6nnicas A e B, de 100 MW cada,
cujas curvas de entrada-saída estão mostradas na Figura 20.
Figura 20 Curvas de entrada-saída para duas unidades térmicas típicas. Mesmo que o consumo de
combustível a vazio da unidade B seja maior do que o da unidade A , para cargas acima de 40
MW a entrada de energia ttrmica para a unidade B 6 menor do que 6 necess5no para
a unidade A.
por Btu, dólares por barril equivalente, ou centavos de dólar por Mcf, a afirmativa
anteriormente feita pode ser modificada para expressar que "o custo mínimo ocorrexá
quando os custos incrernentais sáo iguais".
Figura 21 Curva mostrando a determinação de variações incrementais. Para uma pequena . . parte da
curva pode-se consider5-la como uma linha reta. Os incrementos no eixo dos X, neste caso,
são de 10 a 20 entre os pontos 2 e 3, e de 30 a 40 entre os pontos 4 e 5. Seguindo-se a curva
entre os pontos 10 e 20, no eixo dos X, ter-se-á valores de 6 a 8 no eixo dos Y. A inclinação
desta porção da curva C a relação das diferenças, ou seja, (8 - 6) : (20 - 10), que 6 igual a ..
2110 = 0,2. Seguindo-se a curva de 30 a 40 no eixo dos X, ter-se-á, igualmente, 14 a 22, no'
eixo dos Y. A inclinação então é (22 - 14) :(40 - 30), que C igual a 81 10 = 0,8. Este m6tod0,
usando incrementos cada vez menores at6 que tendam a zero, é a base do cálculo diferencial.
Para. fins práticos de determinaçáo do custo incremental, um pequeno erro 6 introduzido ao
se utilizar incrementos razoavelmente pequenos. diferentes daqueles tendendo a zero.
44 Operação de Sistemas de Poté'ncia
No ponto E a inclinação seria (36 - 22) : (50 - 40) = 14/10 = 1,4. A curva de
taxa incrementai C obtida locando-se os pontos determinados pelos cálculos anteriores,
--
corifornie mostrado na Figura 22.
"
Figiira 22 Curva mostrando a variação incremental de Y em relação aos aumentos de X, para a curva
mostrada na Figura 21.
-
Com os princípios que já foram apresentados para determinação das curvas de
taxaincrcmcntal, podc-sc usar este método para a operação dc unidades geradoras com
um custo mínimo de produção. Um procedimento para a alocação de cargas, a um custo
Operação econ6rnica 45
mínimo de combustível, entre duas unidades cujas curvas de entrada-saída são semelhantes
às mostradas na Figura 20, C indicado na Tabela 1. Visto que estarnos basicamente inte-
ressados em custos, as relações de consumo para as várias cargas serão convertidas em
dólares por hora. A taxa incremental, em d6lares por megawatt-hora, é então detennina-
da. É adotado um preço de US$0.35 por milhão de Btu.
Tabela 1 Procedimento para a determinação da alocação de carga para as duas unidades cujas curvas
são mostradas na Figura 20.
Unidade A
Unidade B
O 1O 20 30 40 50 60 70 80 90 1 O0
CARGA, MW
Figura 23 Curvas entrada-saida mostrando ciistos crn dólares por hor? versus carga em MW.
CARGA. MW
i
Tabela 2
Unidade A Unidade B
Custo total
Custo Custo do Custo Custo do do
Carga incremental combustível Carga iII~rtXnental combustível combustíve
do combustível do combustível
MW d6laresIMWh dólareslh MW d6lareslMWh d6lareslh dólareslh
combustível para o qual as curvas foram traçadas, pode ser usada como um fator de
multiplicação. Este fator é empregado para corrigir as variaçóes do custo do combustível
para uma ou todas as unidades. Por este meio C possível resolver o problema do despacho
econômico para qualquer condição de custo de combustível.
ser avaliadas, e de fato o são, e seus efeitos usados como um fator multiplicador no custo
incremental do combustível de cada unidade, fornecendo um meio de se obter a economia
total, incluídas as perdas de transmissão.
Esta mesma condição acontece com as usinas geotCrmicas, que também não são
operadas incrementalmente, mas sim na base da carga do sistema.
muitas condições ligadas à operação hidráulica, tais como vazão não controlada e liberação
de água requerida para irrigação ou controle de enchentes, as quais retiram do operador
algumas das alternativas que teria' caso a água pudesse ser inteiramente usada como
desejado, para a finalidade de produc;ão de energia. No entanto, se um valor puder ser
atribuído para a água, usualmente em dólares por pé cúbico, as unidades hidráulicas
poderão ser operadas incrementalmente em conjunto com as unidades térmicas, para
atender a operação econômica global do sistema.
Por certo, o valor da água varia no decorrer do tempo, sendo menor no período
de altas vazões, durante e imediatamente após períodos chuvosos, e aumentado durante os
pcríodos de vazão baixa ou quando os reservatórios estão sendo deplecionados com taxas
de vazão controladas. Como cada pé cúbico de água que passa por uma usina hidráulica
pode desenvolver uma quantidade definida de energia, dependendo da altura de queda da
usina, a água é equivalente ao combustível, tal como gás ou óleo, para fins de produção de
energia elétrica.
determinar a operação mais econômica pode ser tão grande que é requerido um tempo
considerável de computação na obtenção de uma solução correta para o problema.
Figura 25 Sistema simples de transmissão composto por um único gerador ligado 3 carga por uma
linha que transporta 1 0 0 A e tem 10 ohms de resistência. A perda é igual a
(100)~x 10 = 100.000 watts ou 100 kW.
52 Operação de Sirternas de Potência
~ u a n d oduas 'ou mais unidades geradoras são ligadas a uma carga através de
linhas de transmissão distintas, a alocação de carga entre as unidades será correta quando
forcrn iguais os custos incrementais, incluídos os cusios de suprimento de energia para as
' perdas na transmissão.
Nesta discussão não será realizado nenhum esforço para desenvolver a soluqão
matemática do problema de perda na transmissão. Para os fins desta discussão é suficiente
saber que uma equação de coordenação já foi desenvolvida para determinar o que é
. chamado de "fator de penalidade". O fator de penalidade é igual a 1/(1 - fator de perda), e
pode ser observado que, na medida em que cresce o fator de perda, o fator de penalidade
aumenta.
Quando os cálculos para o fator de penalidade não são feitos com auxílio de
computadores, poderá ser empregada uma régua de cálculo incremental. Por este meio as
curvas de custo incremental são ajustadas, para mais ou para menos, conforme requerido
pelo fator de penalidade, de forma que as unidades geradoras são despachadas em bases
estritamente competitivas de custo mínimo, e incluindo as perdas na transmissão.
I
-
cálculos do fator de penalidade são realizados frequentemente a intervalos de tempo
curtos e emitidos impulsos de controle de geração incluindo os fatores de penalidade
1
II
usuais, permitindo que a geração do sistema seja efetivamente mantida com a alocação do
despacho mais econômico entre unidades geradoras.
I
I
Operação econômica 53
Tabela 3. Esta tabela mostra que o custo múiimo de combustível (US$400/hora) ocorre . .
Tabela 3
I N T E R C ~ I ECONÔMICO
O DE ENERGIA
Outro problema encontrado pelo operador do sistema é determinar quando C
econdrnico comprar ou vender energia de outros sistemas. Sempre que a energia é
comprada e recebida por um sistema, sua geração própria para atender a carga C reduzida
proporcionalmente pela quantidade recebida. Da mesma forma, sempre que se vender
energia, a sua produção deve igualar a carga do sistema acrescida da quantidade vendida.
Quando a energia está sendo recebida de outro sistema, via linha de interligação,
6 tratada exatamente como se estivesse vindo de uma unidade geradora Iocalizada no
ponto de interligação. O preço no ponto de interligaçáo deve ser multiplicado pelo fator de
penalidade, para determinar-se o valor da energia comprada no centro de carga, e para
fms de comparação com aquele das unidades geradoras do sistema.
que o fator de penalidade para o ponto de interligação seja 1;02, para os 100.MWde
fornecimento. O preço cotado deveria ser:
+
custo original novo custo
X
1
2 fator de penalidade
Media = + = US$0,00369/kWh
2
Esta premissa 6 adotada para se proteger dos erros de previsão de carga que
pode flutuar durante um período de transação, usualmente fixado como sendo de uma
hora. Além disto, a detemiinação dos custos incrementais e dos valores decrementais pode
não ser precisa e, a não ser que persista uma diferença significativa, poderá acontecer
prejuízo em vez de economia na transação.
Sumário '
A compra e venda de energia pode também ser usada para minimizar os seus
custos de produção. Ao considerar tais transações, o custo da energia comprada deve ser
comparada em relação à economia que resultaria pela não produção da quantidade de
energia envolvida na compra.
Problemas \
4. As curvas de taxa incremental de calor, para unidades geradoras ttrrmicas, são usadas
para determinar:
a) O custo de combustível, em dólares por hora;
b) Os valores para os quais as unidades deverá0 ser despachadas para se obter custo
mínimo de combustível;
c) 0custo unitário da potência elétrica gerada.
b 1
I
Como dito anteriormente, quase todos os sistemas de potência são de corrente
alternada. Exceto para pequenas variações de freqüência decorrentes do aumento ou I
redução de geração para atender a variações da carga, com a conseqknte variação dos !
ângulos de potência, a freqüência é a mesma em todos os pontos do sistema, sendo a gran-
deza básica que pode ser medida e utilizada no controle das unidades geradoras. Outros-
sim, como a maioria dos geradores C síncrona, eles são mantidos girando com a mesma I
velocidade síncrona.
n= -
120 (rpm)
f
P
onde:
n = número de rotações por minuto (rpm)
f = freqüência (HZ)
P = número de pólos
Por exemplo, a 60 Hz, uma máquina de dois pólos em (120x6012) = 3.600 rpm, e
a 60,l Hz, operará em (120 x 60,1)/2 = 3.606 rpm. Este exemplo c? típico para geradores
acionados por máquinas a vapor. Unidades hidráulicas operam em velocidades mais
reduzidas. Por exempo, uma máquina de 18 pólos opera em 400 rpm em 60 Hz e, a 60,l
62 . . Potência
Opemçãb de SUtemas a2
Hz, a velocidade aumentará para (120 x 60,1)/18 = 400,67 rpm. Deve ser enfatizado que,
embora as duas máquinas nos exemplos anteriores operem em velocidades diferentes, as
velocidades eldtricas são idênticas.
% CARGA, (MW)
velocidade possuem uma "banda morta" na ordem $: 0,02 ciclos. Em outras palavras, num
sistema de 60 Hz, a velocidade normal oscilará entre 59,98 Hz e 60,02 Hz.
Durante as perturbações no sistema ocasionadas por problemas em linhas ou
variações de carga, em sistemas usando apenas ação de reguladores de velocidade, os des-
vios de freqüência dependerão do porte do sistema e do valor da variação da carga ou da
geração.
Durante anos o controle por reguladores de. velocidade foi o único meio dispo-
nível para executar o controle da freqüência do sistema. Quando ocorre uma variaçáo de
carga num sistema operando com uma unidade isolada, a velocidade (freqüência) se esta-
bilizará num valor referente à nova condiçáo de carga. Por exemplo, se uma unidade com
a característica da Figura 26 estivesse operando em 60 Hz a plena carga ( 1 W o ) e a carga
fosse reduzida para 50%, a m5quina operaria mm excesso de velocidade (fkqüência),
64 Operação de Sbtemas de Pottncia
como indicado na curva A, at6 que o controle do regulador de velocidade fosse reajustado
de modo que operasse na curva B. ,
1. Cada sistema (área de controle) deve tet capacidade suficiente para atender
suas variações de carga com a frequência normal e com previsão de reserva
de geração e margem para regulação.
--
2. Cada sistema (área de controle) deve operar de modo a evitar transferência
.de responsabilidade de regulaçáo (mudanças na geração resultantes da varia-
ção de carga num sistema adjacente) para os sistemas vizinhos.
Num sistema que somente responde às variações de fluxo nas interligaçáes e não
atua nas variações de freqüência, mantendo o fluxo de potência programado na interliga-
çáo sem alterar as condições de frequência, C denominado como operação de "Intercâmbio
Constante (FTL).
Contudo, nenhum dos modos de operação anteriores satisfaz todas as três
condições previamente listadas como desejãvel para o sucesso da operação interligada. Em
cons'equência, a maneira universal para operas50 de sistemas interligados é a modalidade
de "~ntercâmbioe Freqüência Constantes" (TLB).
Na operação de intercâmbio-freqüência constantes (TLB) os sistemas respon-
\
derão tanto para as variações de frequência como para as de intercâmbio, de modo a
mantê-las nos seus valores programados.
A fim de tomar possível ao sistema responder às variações de frequência e de
intercâmbio, é necessário utilizar equipamentos que desenvolvam sinais de erro
proporcionais aos desvios destas grandezas com relação aos seus valores programados.
Na Figura 27 C mostrado um método de desenvolver tais sinais para os três sis-
temas interligados.
No diagrama pode ser visto que o fluxo nas interligações e a freqüência do sis-
tema estão disponíveis para os equipamentos de controle automático (CA) de cada sistema.
Cada um dos controles compara o fluxo total e a frequência programada com os valores
reais e gera um sinal de erro. Os sinais de erro são utilizados para formar os sinais de
controle para os reguladores das máquinas motrizes, os quais restauram os fluxos na inter-
ligação para o valor programado e a frequência para o valor normal; ou seja, reduz os
erros para zero.
66 Opernçáo de Sistema de Potência
Figura 27 Diagrama de três sistemas interligados com telemedições dos fluxos na.interligaçóese com
sinal de frequência aplicado aos controladores de cada sistema. (CA)
Figura 28 Curvas mostrando a contribuição do Bias versus a freqüência, para 50 MW e 100 M W por
0,l Hz de variação de freqüência.
68 Operação de ~i.t&nasde Potência
-
O ajuste do valor Bias deve ser revisto periodicamente para garantir seu valor
correto. Por exemplo, a entrada em operação de uma máquina de grande porte aumenta
a in6rcia do sistema e necessita de um aumento no ajuste do Bias. .
1 t
4
1. Cada sistema deve ter suficiente capacidade para atender sua carga na
frequência desejada, com adequada reserva e margem de regulação;
- Problemas
-
I. Os reguladores para o controle de velocidade das unidades geradoras normalmente
propiciam:
a ) Uma característica de carga sob velocidade constante;
b) Um aumento de velocidade com o aumento de carga;
c) Um decrCscimo de velocidade com o aumento de carga.
\
8. Se o Bias C futado em valor muito baixo, o sistema interligado responderá às
perturbações nos sistemas adjacentes com:
a) Mais do que sua participação em função do Bias;
b ) A resposta correta;
C ) Menos do que sua participação em função do Bias.
- 10. Quando um operador observa um acúmulo de erro de tempo, ele pode corrigi-lo:
a) Aumentando a geração no seu sistema;
h ) Reduzindo a geração no seu sistema;
C ) Coordenando a correção de erro de tempo com os outros sistemas interligados.
CO~WABILIZAÇÃO D E ENERGIA
NA OPERAÇÁO INTERLIGADA
MEDIÇÁO DE ENERGIA
O watíímetro com di&o girante (indução) foi desenvolvido nos primórdios das
atividades da indústria elétrica e ainda 6 atualmente utilizado como meio de medição de
energia. Este dispositivo basicamente não se modificou, embora tenha tido alguns aperfei-
çoamentos em seu projeto e construção.
73
74 Operação de Sistema de Potência
40015
. -
115 kV CARGA
FONTE
w
TERMINAIS DE
CORRENTE
MEDIDOn DE
ENERGIA
TERMINAIS
DE POTENCIAL
CONTRBIUZAÇÃO D E ENERGIA
EM SISTEMAS INTERLIGADOS
Um problema diferente ocorre na contabilização de energia entre sistemas
operando interligados. Os medidores de energia são instalados nos pontos de interligação,
normalmente afastados dos centros de operação. É possível, por certo, transmitir as
leituras por telemedição, mas aparecem outros problemas decorrentes de dlversas
categorias de energia que estão sendo transportadas na mesma linha de transmissão, ao
mesmo tempo. Por exemplo, sobra de energia e energia firme podem ser programadas
simultaneamente, ou energia para mais de um sistema pode ser transportada pela mesma
linha ao mesmo tempo. Os medidores não são capazes de distinguir as diferentes classes de
energia e indicá-las individuahente.
Este caso deve ser tratado como se o sistema suprido realmente tivesse recebido
a energia programada de 150 MWh e a fatura deveria incluir este valor, com as tarifas
aplicáveis. Os 3 MWh de deficiência deveriam tomar-se parcela de contabilização deno-
minada "intercdnbio involuntáxio". Assim, esta parcela é mantida de forma a poder-se
considerá-la como decorrente de erros, para mais ou menos, inerentes aos ajustes dos dis-:
positivos de programação ou dos equipamentos de controle da interligação.
-
se dividir entre os sistemas proporcionalmente às irnpedâncias d k linhas e ângulos de po-
tência, e pode existir um fluxo de potencia involuntário atravCs de um sistema que não
tenha sido programado para recebimento ou fornecunento de energia.
-
Como conseqüência das imprecisões dos dispositivos de controle da interliga-
$50, os intercâmbios involuntários podem acumular-se em cada sistema elCtrico interliga-
do. A forma como estes acúmulos podem ocorrer é mostrada na Figura 30.
/ SISTEMA \ .
PROGRAMADO: 100 MW
REAL: 105 MW
/ PROGRAMADO = O MW
REAL = 4 MW
Iiigiira 30 Diagrama de três sistemas interligados. O sistema A tem programado 100 MW para o siste-
ma C e.está fornecendo 105 MW. O sistema A tem programado 50 MW para o sistema B e ..
+
esta suprindo 47 MW. O sistemaA está acumulando 2 MWh de intercâmbio involunthio. I. ~.
O sistema B tem programado 50 MW com o sistema A e está recebendo 47 MW e tem pro-
gramado com o sistema C O MW e está recebendo 4 MW. O intercâmbio involuntário acu- !
mulado no sistcrna B é -1 MWh. O sistema C tem programado 100 MW com o sistcmad e 1.
está recebendo 105 MW, e tem programado.0MW com o sistema B e está fornecendo 4 MW.
O intercambio involuntário do sistema C está acumulado em -1 MWh. Contudo, o desvio I-
global de intercâmbio involuntário para o sistema interligado C zero. SistemaA (+2), siste- I --
ma B (-1) e sistema C(-1).
I-,
I .
Contabiuurçúode energia na operaçdo interligada 79
Problemas
1. Uma instalação de medição para um ponto de interligaçáo de 115 kV entre dois
sistemas tem transformadores de corrente de 1005 em cada fase e transformadores de lr
potencial de 600:l conectados fase à terra. Admitindo fator de potência unitário, o
fator de multiplicaç~oque deveria ser usado para determinar a potência no circuito em
kW será:
a ) 360 b) 3.600 c) 207,8
3. Um sistema tem uma programação para compra de 200 MW por três horas. A
diferença nos medidores, entre o início e fim, indica que 595 MW foram realmente
adquiridos. Como resultado da redução da compra, o sistema deve:
a ) Ignorar a diferença;
-
, b ) Reduzir seu' pagamento para o sistema supridor;
c) Incluir o valor do desvio na conta de intercâmbio involuntário.
-
4. Quando um sistema elétrico pertencente a um sistema interligado gera potência em
excesso, acika da sua necessidade de área e do compromisso de programação da
interligaçáo, o sistema interligado terá reflexo de:
a) Reduzir a frequência e o intercâmbio para o sistema com o excesso de geração;
b) Elevar a frequência e o intercâmbio para o sistema com excesso de geraçáo;
c ) blevar a frequência e o intercâmbio do sistema com excesso de geração;
d)Reduzir a frequência e o intercâmbio do sistema com excesso de geração.
82 Operação de Sistemas de Potência
6. Quando um intercâmbio involuntário com sentido positivo foi acumulado num sistema
c o erro de tcmpo é avançado, o sistema pode reduzir o desvio de intercâmbio e erro de
tcmpo por:
o ) Pcqucna rcduçáo da geraçio;
h) Pcqueno aumento da geraçio;
C) Aumento do Bias no equipamento de controle de carga e freqüência.
involuntários negativos;
d) Quando o erro de tempo é avançado e existe uma acumulação de intercâmbio
positivo.
A operação dos sistemas de potência requer que uma grande quantidade de
informações esteja continuamente disponível para os despachantes do sistema. Os sistemas
normalmente cobrem áreas geográficas relativamente grandes e, conseqüentemente,
pontos de geração, interligações com outros sistemas e grandes cargas podem estar
separadas por grandes distâncias. A medição remota em pontos estratégicos C usada a fim
de que as informações sobre cargas supridas, fluxos de reativos, tensões de barramento
etc., possam ser postas à disposição para fins de indicação ou de controle automático.
A indicação da medição feita à distância C chamada de "telemedição". Vános
métodos de telemedição foram desenvolvidos e estão em pleno uso nas concessionárias e
em indústrias.
O rii:iis sirii)~lcs sislcrii~i (Ic Iclcii~ctli~áot;ilvcz scj;i íiciticlc. ciii qiic \i111
1n)tciici0iiictro 6 usíi<lo paríi gcrar urrin tcris5o proporcioiiíil 2 posiçiio tlo scii contiilo
rii(,vcl, o qtial podc scr movimcntíido por tinia b(>ia,uni rcssíilto, ou otitro tlispositivo coii-
trolado pelo processo ou função a scr medida. Um exemplo dc sistcnia tfc tclcmctliçáo
potcnciométrica é mostrado na Figura 3 1.
i
!
I
trrirismitir indicaçóes a distâncias significativas. A tciiipcraturri toiiibdm a k t a n rcsistencia
(Ia liiilia, dc tal forma quc c5 afetada a intlicaçáo do voltínictro no rcccptor. Sistciiiíis ticstc
.tipo têm aplicação muito limitada e não podem ser praticaincntc iisados para longas
disthcias.
Figura 31 Sistema de telcmcdiçio simples usando um potenciometro para gerar uma tcnsáo
proporcional ao nível da bóia. O voltlmctro do terminal receptor podc ser calibrada para
indicar diretamente o nível no tanque.
M&todos& telernedição 85
Com um sistema de telemediçáo tal como acima descrito, o período total para
cada seqüência de s&al ou não sinal é determinado pela velocidade de rotação do
excêntrico. Quando o valor a ser transmitido é zero, um pulso curto (sinal) será
transmitido com um período de não-sinal, até que a rótação do excêntrico tenha sido
completada. Quando o valor a ser transmitido C máximo, o excêntrico fecha os contatos
por um período de tempo que C determinado pela posição do contato móvel controlado
pelo transdutor, seguindo-se um curto período de não-sinal. O diagrama da Figura 33
mostra essas relações.
parao
Transdutor &tlilJ
Transmissor
Ciclo de Tempo
- - ----- -I -------7 -
I I
I I
I I
I I
I I
L I
Tempo
C
Figura 33 Diagrama de pulsos de sinal para o sistema de telemediçáo por comprimento de onda.
Partindo no tempo O com valor da grandeza mfnima a ser medida, o sinal é transmitido até o
tempo b, e então se terã "não-sinal" at6 o tempo d, quando um sinal é transmitido até o
tempo e , e "não-sinal" até o tempo g. Os tempos a-b e d-e são iguais. Esta seqüência
continua até que a grandeza que esta sendo telemedida varie.
Quando um valor máximo da grandeza 6 telemedida, um sinal será transmitido durante os
períodos a-c e d-f, e "não-sinal" durante c-d e f-g etc. Valores da grandeza entre zero e
.máximo deverão corresponder a sinais transmitidos com comprimento de onda aumentando
proporcionalmente at6 o valor máximo.
período de tempo varia proporcionalmente ao valor da grandeza que eitá sendo medida e
transmitida. Vários dispositivos podem ser usados para efetuar a variação da taxa de
pulso, tal como uma resistência variável (reostato) em um oscilador sintonizado à
resistência.
O o O
@ Lâmpada
O e
FotocBlula
L, ,r, Tempo
f
,--I
--
,-,--I
(b)
(a) r i-
nnnn.
Tempo ,
(c)
Figura 34 (a)Método para desenvolver uma taxa de pulso variAvel?com utilização de um elemento de
medidor de energia. Com o emprego de um disco girante os pulsos são produzidos a uma
taxa variável quando o feixe de luz é interrompido pela rotação do disco, cuja velocidade 6
proporcional ao valor que está sendo medido; (H Quatro ciclos de pulsos completos durante
o tempo t ; (c) Oito ciclos de pulsos no mesmo período de tempo.
88 Operaçáo de Sistema de Potência
TELEMEDIÇÃO DIGITAL
Os mCtodos de telemedição atd aqui descritos foram do tipo anal6gico. Como
estabelecido previamente, o segundo tipo básico de telemediçálo emprega códigos digitais
para representar o valor da grandeza a ser transmitida pelo sistema de telemedição. Na
telernetria digital a combinação dos pulsos representa números ou letras correspondentes
aos valores medidos. Como em sistema telegráfico, a presença ou ausência de
sinal representa uma quantidade mínima de informação chamada "bit".
Esta tabela poderia ser expandida para representar qualquer número, tal que
uma scquência de "sinal" e "não-sinal", correspondente a uns e ~xros,pode ser
traiisrnitida como uma s6rie de "sinal" e "não-sinal". Códigos para sinais expressan4-
números binários apareceriam como na Figura 35.
Mktodos de telemedição 89
Tempo - (a)
Tempo (b)
Onde for desejado fazer uso de tais sinais em computador digital, eles podem
ser aplicados diretamente ao computador para fins de impressão de valores, ou para
finalidade de controle, no caso de computadores de controle de processo. A representação
de um sistema de telemedição digital está mostrada na Figura 36.
Indicador
Compumdor
de M d k r m
O
Converwr
-.
Dlglio
Rsglsuador
de MediçBo
Ana16gko
Uma palavra C considerada ter seis caracteres, sendo cinco letras e um espaço.
Como um exemplo, admitamos 240 palavras por minuto: com seis caracteres por palavra e
9 bits por caractere, a "taxa de bit" será (240 x 6 x 9)/60 = 216 bitslsegundo.
telemedição são usualmente uma série de pulsos. Com a utilização do desvio de frequência,
a presença de um pulso é indicada pela transmissão em uma frequência, e a ausência de um
pulso pela transmissão em outra frequência. As variaçóes de amplitude devidas ao ruído
ou outras causas têm pouco ou nenhum efeito sobre o sistema de desvio de frequência. A
-
transmissão por desvio de frequência é iiustrada na Figura 37.
Figura 37 Diagrama ilustrando o princfpio de telemediçáo por desvio de freqüência. O transmissor por
desvio de frequência opera próximo, mas não exatamente, h freqüência nominal fo, e
sempre com uma amplitude constante a. A presença de um pulso de telemediçáo é indicada,
quando o sinal está em f l , e ausência de um pulso em fp. O ruído apareceria como uma
variação em amplitude e não tem significado, visto que isso não contém informação.
92 Operação de Sistemas de Potência
Sumário
O rápido incremento da telemedição, do controle supervisório e aplicação dos
computadores na operação dos sistemas de potência aumentaram substancialmente o uso
da telemedição e a transmissão de sinais de controle nos sistemas de potência. Um
entendimento básico dos princípios envolvidos na transmissão de informação usada para
controle, indicação e operação dos sistemas de potência deveria ser útil para todas pessoas
envolvidas na operação destes sistemas. A discussão anterior não é de modo algum
completa, porém, servirá para tornar melhor entendidos os princípios usados em
telemedição e sinalização remota.
9
3. Nos sistemas de telemedição por comprimento de pulso, o comprimento dos pulsos:
a) Não é afetado pelo valor da grandeza a ser telemedida;
b) É proporcional ao valor da grandeza a ser telemedida;
C ) É tal que a telemediçáo é realizada sem alta velocidade. -.
8. A telemedição digital é:
a) Menos precisa do que a telemedição analógica;
b) Não aplicável para controlar instalações de computador;
CJ Capaz de ser aplicada diretamente aos computadores de controle digital;
estarem alertas para as condições que possam ocorrer afetando a m a confiabilidade, al6m
de estarem prontos a entrar em ação para'evitar que situações de perigo possam acontecer.
Após um distúrbio, com perda do serviço ou indisponibilidade do equipamento, o operador
do sistema deverá proceder a sua recomposição, o mais proximamente possível para a
condição de operação normal, a fim de que a confiabilidade seja mantida no seu mais ele-
vado nível.
1. Capacidade de reserva;
2. Adequada capacidade de transmissão e transformação;
3. Habilidade de equilibrar carga e geração;
4. Pronto desligamento das linhas e equipamentos afetados e recomposição das
instalações;
5. Habilidade de retorno à operação do equipamento de geração;
6. Habilidade de operar equipamento, tal como disjuntores, sem dependência da
energia do sistema;
7. Habilidade de se estabelecer arranjos alternativos de linhas e equipamentos
de subestação, para se restaurar rapidamente o serviço de equipamentos não
afetados;
...
8. Interligações adequadas e confiáveis com outros sistemas;
9. Indicação confiável das condições do sistema e das comunicaçõés com usinas
e subestações importantes.
Esta lista de itens não é completa, mas cobre as principais categorias que devem
ser observadas a fim de garantir a operação confiável do sistema. Alguns dos itens listados
são definidos pelo projeto e não estão sob a responsabilidade direta dos operadores e des-
pachantes do sistema. A discussão seguinte tenciona indicar os fatores sobre os quais os
operadores do sistema podem. exercer controle direto, a fim de maxirnizar a
confiabilidade que pode ser dcançada com os recursos disponíveis';
RESERVA GIRANTE
A reserva girante pode ser expressa como uma percentagem da ponta de carga
diária do sistema, ou ser baseada em riscos de perda da capacidade de geração que reai-
mente existe no sistema. A determinação da reserva girante como uma percentagem da
ponta de carga diária deixa muito a desejar, visto que pode não considerar os riscos reais
que existem no sistema. Além disto, particularr-ente nas usinas térmicas, as unidades nor-
malmente requerem várias horas, desde o momento em que são colocadas em serviço até
que estejam realmente disponíveis. Conseqüentemente, é necessário fazer-se as previsões
de carga, as quais podem conter erros. Se a carga for subavaliada, a percentagem da re-
serva girante no momento da ponta poderá ser menor do que a requenda pelo critério. Os
contratos de interligação, às vezes, têm previsão de penalidades por reserva girante inade-
quada.
Figura 38 (a)Admitamos uma ponta de carga do sistema de 4.000 MW, com a unidade mais pesada-
mente c a g a d a de 350 MW, com 2% de erro da previsão de carga e 3% de erro por regula-
ção, e sem nenhuma configuração anormal no sistema.
Figura 38 (b) Admitamos o mesmo sistema e as cargas da maior unidade como em (a),em um fator de
contingencia arbitrário devido a uma configuração não usual no sistema de 100 MW.
Outro fator que deveria estar sob contínua supervisiio do operador, com relação
à reserva girante, C sua locação e composição. No caso de perda de uma grande unidade,
pesadamente carregada, a frequência dependerá da proporção da perda de geração com
relação à geração total disponível, incluindo aquela dos sistemas interligados. Assim, é
desejável a restauração da freqüência a seu valor normal, tão cedo quanto possível e, no
caso de operação interligada, retomar as linhas de interligação ao esquema normal
rapidamente, a fim de evitar a ocorrência de instabilidade ou sobrecargas, além de não
tornar excessivos os intercâmbios involuntários,.e reduzir os efeitos de distiírbios na área
interligada.
As unidades geradoras possuem limites gluanto aos valores que podem dispor
para a tomada de carga. Com unidades hidráulicas, os valores de tomada de carga são
usualmente iimitados pelas taxas com que a água pode ser admitida nas tubulações; e, nas
unidades tkrrnicas, após ter sido usada a energia inicial armazenada nas caldeiras, com a
taxa de vapor que possa ser produzida para suportar a tomada de carga.
CAPACIDADE DE TRANSMISSÃO
E DE TRANSFORMAÇÁO DO SISTEMA
A capacidade das linhas de transmissão e dos equipamentos de subestação são
fatores de projeto, e por isso não estão sob o controle dos operadores. No entanto, depois
. que as linhas e equipamentos são instalados e postos em serviço, o operador C responsável
por zelar que seus limites não sejam excedidos em operação normal. AtravCs de frequente
monitorização da carga e das condições de tensão nos vários pontos do sistema, o opera-
dor pode ser informado das condições reais e ajustar a geração, ou alterar arranjos, a fim
de evitar a ocorrência de condições de sobrecarga.
Um outro item que deve estar sob a constante observação do operador é o fator
de potência do equipamento de geração. Se uma unidade está suprindo excesso de potência
-. C o n f i a b W e de sistemas 101
reativa (MVAR), sua capacidade (MVA) total poderá ser excedida, mesmo que a potência
ativa (MW) da carga esteja abaixo de seu valor nominal. Quando potência reativa em
avanço está sendo suprida, há urna crescente possibilidade de aquecimento das lâminas da
m a d u r a do gerador. Elementos sensores de temperatura, tais como detectores t4rmicos
de temperatura (RTD) ou termopares, são usualmente utilizados para monitorar tais
condições.
Nas linhas, cuja capacidade C limitada pelo regime tCrmico, são dados diferentes
valores para o verão e inverno. Os valores de verão são algo mais baixos de que os de
inverno devido às temperaturas ambientais serem mais elevadas.
Outro fator que pode ser usado para minimizar a possibilidade de colapso do
sistema, com o decllnio da frequência, 6 a abertura de linhas de interligação a uma
frequência predeterminada, caso o sistema esteja exportando energia. Se a energia estiver
sendo recebida, a abertura da interligação piorará a situação. A abertura da interligaçáo,
no momento da ocorrência, deverá ser, normalmente, uma última medida e somente ado-
tada se a frequência do sistema continua em deciínio.
.---
FATORES DE PROJETO AFETANDO A CONFIABILIDADE
I
A maior parte das informações aqui indicadas são normalmente descritas em
procedimentos de emergência que os operadores do sistema devem conhecer em profundi-
dade, a fim de que as instalações possam ser recolocadas em serviço e reiniciadas às opera-
ções normais, tão cedo quanto possível, no caso de grandes ocorrências no sistema.
Com a possibilidade de que as fontes de bateria possam ser perdidas, por falha
em cabo ou outra razão, pode ser criticamente importante operar os disjuntores durante o
período desta falha. Meios de emergência para a operação de tais dispositivos podem ser
normalmente desenvolvidos. Alguns mecanismos de disjuntor operados a mola podem ser
operados manualmente para comprimir a mola de operação de fechamento do disjuntor.
i
r
I
-
-
i . -.
4. Os riscos afetando os requisitos de reserva girante de um sistema, em complemento
ao das unidades mais pesadamente carregadas, incluem:
a) O valor líquido da energia importada;
6) O valor iíquido da energia exportada;
c) O período de tempo da ponta de carga diária.
I
1- 5. Imediatamente após uma perda de geração em um sistema de potência que está
I interligado com outros sistemas:
a) A freqüência cairá no sistema que perdeu geração;
i. b) A ação do regulador aumentará a carga em outras unidades geradoras;
I-. c) A energia fluirá para o sistema, atravCs das linhas de interligação, vinda de outros
I sistemas.
I -.
1-
PROTEÇÁO DE SISTEMAS
móvel, eles mover50 com o elemento e podem, assim, fechar ou abrir circuitos de controle.
A bobina de operaçáo de tais relés pode ser conectada, seja em série com o circuito
monitorado para ser operado por fluxo de corrente, ou seja em derivaqão no circuito para
ser sensível variação de tensáo. Exemplos destes relés simples estão mostrados na Figura
39. Eles são usados frequentemente para a partida de motores ou para aplicações
auxiliares em instalações de sistemas de potência.
d-
'
Contatos
Fixos
-
Circuito
de
Controle
Bloco Isolante
Contatos
M6veis
Contatos
Fixos
-o
- Circuito
de
Controle
(Material Magnbtico)
(h)
Figura 39 Relés simples: (a) Um êmbolo de material magnético é colocado dentro de uma bobina de
fio condutor. Quando circula suficiente corrente na bobina, o êmbolo movimenta para cima
e os contatos móveis apóiam-se sobre os contatos fixos, fechando o circuito de controle; ( b )
i
Quando circula siificiefite corrente na bobina, o elemento móvel desloca-se em direção ao
núcleo magnético e os contatos móveis apóiam-se sobre os contatos fixos, fechando o cir-
cuito de controle. Colocando-se os contatos fixos no lado oposto do elemento móvel, o cir-
cuito de controle ficarã normalmente fechado e ser6 aberto quando o elemento for movi-
mentado.
I - Relés dos tipos anteriormente descritos podem ser usados para proteção de
circuitos em sistemas de potência, mas eles têm uma séria deficiência por serem incapazes
de propiciar retardo de tempo em sua operação. Quando circula suficiente corrente na
bobina do relé, seus contatos fecham instantaneamente. Por isso, este tipo de dispositivo é
usado como elemento instantâneo em sistemas de relés mais complexos.
Proteção de sistemas 117
Figura 41 Curva característica típica de um rei6 & sobrecorrente d e tempo inverso, tipo disco de
indução. Em uma aplicação prática, com um transformador de 100: SA, 100A no circuito
promoveriam o fluxo de 5 A na bobina de corrente do relb e a atuação ocorreria em quatro
segundos, aproximadamente; com 200 A no circuito, o fluxo na bobina de corrente seria de
10 A e os contatos do relé fechariam em pouco mais de dois segundos. A curva de
temporizaçáo pode ser deslocada para cima ou para baixo ajustando-se a alavanca de tempo
(pelo ajuste do contato móvel) mostrada na Figura 40.
Proteção de sistemas 119
A B
Falta
V I
-C--
Contatos
Dlrecionals
- Contatos
Dlrecbnals
Contatos
Dlreclonals
-----C-
Contatos
Dlrecbnals
(Abertos) (Fechados) (Fechados) (Abertos)
É imediatamente visto que fluirá potência das barras nas subestaçóes remotas
supridoras das linhas das subestações A e B. Conseqüentemente, os contatos direcionais
dos relts protegendo os terminais dessas linhas fecharáo. Se os ajustes de corrente e
Proteção de sistemas 121
Uma ,das vantagens dos reKs de irnpedância 6 que eles proporcionam operago
de desligamento de alta velocidade pelos disjuntores, em ambos os extremos da M a , para
a maioria das faltas. Quando combinados com outros relCs em um esquema-piloto, eles
proverão quase simultaneamente a operação em ambos os t e k n a i s . Isto é particularmente
importante onde C utiiizado rcligamento de alta velocidade, já que um intervalo de tempo
(aproximadamente 12 a 20 ciclos), sem potência na linha, é requerido para que o ar no
ponto do arco (falta) possa desionizar, antes que o circuito seja reenergizado.
Proteção de & e m 123
Figura 45 Com uma falta na seqão de linha entre os disjuntores 3 e 4, como indicado, sinais carrier
seriam enviados pelo transmissor canier 2 para o receptor 1,e do transmissor canier 5 para
o receptor 6. Esses disjuntores seriam impedidos de atuação mesmo que a dirqão fosse cor-
reta para atuação em I e 6 . e a falta estivesse dentro da d i s h c i a protegida pela zona 2 dos
relés do disjuntor 6. Os sinais canier são bloqueados entre os disjuntores 3 e 4, j6 que a falta
está entre eles e próxima ao disjuntor 4. Os contatos da zona 2 no disjuntor 3, e os contatos
de primeira zona dos relés do disjuntor 4, promoverão instantâneo desligamento da secção
faltosa. Proteção de retaguarda com temporizaçáo 6 provida pelos elementos da zona 3 dos
re16 dos disjuntores I e 6.
. (Durante
11-12 = 0 Operaç30 '
$42 Normal)
e----
.. - 1
L
7-
-j- _
.
Figura 46 Esquema da protqáo diferencial simples para um transformador de dois enrolamentos. Os
secundários dos transformadores de corrente são conectados tal que a corrente circulará .
entre eles, e em operação normal, nenhuma corrente fluirá na bobina do re.16. Na
eventualidade de um defeito interno no transformador, a igualdade de correntes não mais
existirá e um fluxo de corrente circulará através da bobina do relC, provocando o
fechamento dos contatos e a atuação dos disjuntores para desenergizar o transformador.
Sumário
Vários outros métodos de proteção são usados em equipamentos, tais como os
relés de pressão em transformadores, os relCs de sobretemperatura em transformadores e.
geradores, os reles de perda de excitação em geradores, e outros. Informações adicionais
sobre tais dispositivos de proteção podem ser obtidas na liter.atura dos fabricantes.
Uma discussão completa da proteção de sistemas de potência está alem do
objetivo deste livro. A intenção foi propiciar alguma compreensão dos princípios básicos
usados em algumas das mais importantes e comumente utilizadas aplicações, visando dar
aos operadores um conhecimento dos tipos de equipamentos de proteção e ações que
poderiam ser esperadas das instala~õesde protqão no seu sistema. Tal conhecimento deve
tomar possível determinar quando ocorre, ou não, apropriada ação do rel6 durante as
condições de distúrbio.
Proteção de 129
-
10. Quando um gerador de corrente alternada C protegido com uso de neutro elevado, em
condiçi5es de falta em uma fase:
a ) A tensão secundária do transformador de elevação do neutro toma-se zero;
b) A tensão secundária do transformador de elevação do neutro cresce;
c) As tensões de fase do gerador são equilibradas.
2. Transitória
3. Dinâmica
A cobertura plena desses tópicos está aldm do escopo deste livro. Contudo, será
feito um esforço para proporcionar uma base de compreensão de alguns fatores
envolvidos na estabilidade do sistema de tal modo que os operadores tenham alguma
.. percepção do assunto. Informação mais completa está disponível em livros especializados
e na literatura técnica.
- - - - --
TemDO C
Figura 49 Exemplos de oscilações transitórias estáveis e instáveis de uma máquina síncrona em seguida
a súbito distúrbio. No caso estável, o ângulo do rotor aumenta até um valor máximo e depois
diminui. No caso instável o ângulo do rotor continua aumentando até que a maquina excede
sua posição-limite de recuperação e perde o sincronismo.
Estabilidade de Ntemas 135
Tempo 8 -
Figura 50 Exemplo de oscilações dinamicamente estáveis de uma mãquina síncrona, em seguida a um
distúrbio. Durante a primeira oscilação, a partir da ocorrência do distúrbio até o tempo
indicado pela linha tracejada a-a', os reguladores não têm tempo para atuar. Este é o período
em que a estabilidade transitória é importante. Após ocorrer a ação do regulador, o ângulo
do rotor da máquina variará com diminuição das oscilações até fixar-se em um novo ângulo
correspondente aos novos requisitos da carga. Este tempo pode estender-se desde cerca de
30 segundos até vários minutos, dependendo das inércias do sistema e das características dos
.. reguladores.
FEIXE DE CONDUTORES
- Como previamente mencionado, um m6todo de redução do potencial ao redor de
um condutor consiste em aumentar seu diâmetro. Sob 230 kV, os condutores com
aproximadamente uma polegada (2,5 cm) de diâmetro proporcionam nível de corona
satisfatoriamente baixo. Sob 500 kV ou acima, poderiam ser exigidos condutores com
diâmetro de várias polegadas para obter-se perdas corona razoavelmente baixas.
. Condutores com tais diâmetros seriam muito caros, e um problema adicional maior seria o
porte físico das estruturas para suportar o peso de tais condutores. Outro problema seria o
desenvolvimento de isoladores de suspensão capazes de suportar os condutores com
diâmetro e peso requeridos.
I-. Para aumentar as tensões de operação até a faixa de 500 kV a 750 kV,
, -. economicamente e com perdas corona e de rádio interferência toleráveis, são usados
1 ..
condutores em feixe.
--
Operação em extra alta-tenráo 143
..
Figura 52 Diagrama vetorial aproximado de uma linha de transmissão monofásica operando com fator
de potência atrasado. A tensão ER no terminal receptor é menor do que a t e n s o Eç no
terminal transmissor, como expresso pelo vetor soma das quedas de tensão através da
resistência e a reatância da linha. 8 6 o ângulo entre a corrente e a tensão no terminal da
subestação transrnissora, e 8 R C o ângulo entre a corrente e a tensáo no terminal da subesta-
ção receptara da linha. A diferença entre 8 s e 8 R 6 o ângulo de defasagem da linha.
Figura 53 Diagrama vetorial aproximado de uma linha.de transmikáo operando com fator de potência
adiantado. O vetor s o m das quedas de tensão na linha resulta em uma tensáo no terminal
receptor maior do que a tensão no terminal da subestação transmissora.
Operação em extra alta-tensão 145
Figura 54 Diagrama vetorial aproximado mostrando o efeito do uso de compensação de uma linha de
-. . transmissão com capacitores-série. 0 vetor ER1representa a tensão na receptara quando a
compensação com capacitares-lrie está em serviço,.e a linha tracejada ERP representa a
tensão na receptora sem a compensação com os capacitores-série.
, Disjuntor , Dlsjuntor I
0 0
m a
mo,
Retificadores com controle de grade e RCSs podem ser usados para retificação
da corrente alternada em corrente contínua. Ajustando esses dispositivos em seqüência de
tempo apropriada,. eles podem ser usados como inversores para converter a corrente
contínua de volta à corrente alternada.
SubestaçSo A Subestaçáo B
-- 111
- 350 kV
C.C. -1
111
DESVANTAGENS DA TRANSMISSÃOEM
CORRENTE C O ~ N U A
As principais desvantagens da transmissão em C.C. são o custo e a
I
complexidade do equipamento retificador-inversor. Este fator torna oneroso instalar
subestaçóes intermediárias em uma linha C.C., enquanto que, na transmissão em C.A., C
relativamente barato instalar bancos de transformadores em subestaçóes intem'ediánas, de
modo a satisfazer os requisitos de carga.
I.. I
É fácil notar que senos e co-senos se repetem em valores, mas são positivos ou
I
cos- Cos +
Sen- Sen-
Cos- Cos+
Figura 61 Relações dos sinais algébricos de senos e co-senos em vários quadrantes de um círculo.
I De maneira resumida será mostrado como os senos e co-senos pode& ser usados
I .. em problemas elCtncos, mas, antes, é recomendável desenvolver os outros dois princípios
I. básicos de relações trigonométricas. Novamente, traçaremos um círculo de raio unitário e
um triângulo tal que o lado oposto está localizado na extremidade e C perpendicular ao raio
I~
horizontal, como mostra a Figura 62.
I
Figura 62 Círculo com raio unitário e um triângulo com o lado oposto em ângulo reto com ab e tan-
genciando a circunferência do círculo. A d o entre o lado bc com o lado ab, bc/ab é a tan-
.
gente (tg) do ângulo 6 Tamòém, a razão entre ab e bc é a co-tangente (cotg) de 6 .
1.
Introdução d bigonomenia 161
+
kVA = ~ ( I c w ) ~ ( k v ~ r ) * (teoria dos triângulos)
Porém, isso pode ser feito de maneira mais simples atrav6s das tabelas tngonomdtricas,
como se segue:
kVAr
tg e =
kW
kW 1.400
kVA = - = - = 1.670
cos 8 0,8387
kVAr 900
kVA = -sen 8
= -= 1.665
0,5446
I
Tabelas mais completas, mostrando frações de valores e ângulos, dariam respostas
idênticas com os dois métodos de cáiculo. Toma-se claro que o uso das tabelas
trigonométricas é muito mais simples do que calcular a raiz quadrada da soma dos
quadrados.
3. Podemos ter outro problema ligeiramente mais complexo. Se flui potência na barra
indicada na Figura 64, onde as linhas dispõem de medições de potência ativa e reativa, ..
mas não existe medição no banco de transformadores, pode-se calcular a carga (kW e
kVA) e o fator de potência no banco de transformadores.
Introdução d m'gonornehia 165
.-.
Figura 65 b) A flecha indica um vetor de cinco unidades de comprimento indo para a esquerda, ou seja,
na direção negativa.
Tempo +
.~
.
-.
.-.
Figura 68 Diagrama mostrando.as projeções verticais de um vetor girante em vários ktervalos de tem-
po. A curva t a mesma que resultaria se os valores dos senos dos %igulosfossem plotados a
partir de um eixo horizontal. Como o vetor girante completará uma rotação em um &do
- tempo. o tempo pode ser expressado como um ângulo. Esta t uma pratica comum na enge-
nharia elttrica.
-
Figura 69 a) Corrente e tensão em fase.
Figura 70 b) Diagrama vetorial da Figura (a),mostrando as componentes "em fase" e "defasada" de
90°.
19.32 arnp
E = 120 volts
5.18 arnp
(NO&: O sinal negativo da corrente indica que a corrente está "atrasada" em relação à
tensão.)
. . -E = 1?0 volts
I = 5.05 arnp
1, = 0,66-j 5,OO
I2 = 14,lO + j 5,13
I3 = 19,32 - j 5,18
= 42,08 - j 5,05 (mesmo valor previamente determinado)
O ângulo cuja tangente é 30/55 = 0,545 é 2g0. O fator de potência (cos 2g0) é
0,8746. Então:
-
MW -
~IVA = - - 55
- - 63 MVA.
FP 0,8746 '
Ou seja, o banco está operando com uma carga de 3 MVA acima de sua
capacidade normal especificada. Seu carregamento é, pois, de:
-
Não faremos tentativa alguma para provar isso, mas se dois ou mais vetores são
convertidos para a forma polar, a resultante do produto deles pode ser obtida
multiplicando-se seus comprimentos e somando algebricamente os ângulos respectivos.
Figura 77, O produto de dois vetores dados na forma polar é igual ao produto de suas magnitudes e um
ângulo que 6 a soma alg6brica dos ângulos dos vetores individuais.
-.
(Nota: A multiplicação e a divisão de vetores também podem ser feitas na forma
retangular,'mas esse caso C muito mais complicado.)
CAMPOS GIRAATES
ONDAS DE TENSÃO
-1
Tensao d a Fase A
+1
-1
+I
-
o
Tensao da Fase B
\
360
-1
TensaodaFaseC
Figura 80 Representação das tensões induzidas nos enrolarnentos trifásiws, em relação ao tempo, de
umSgeradortrifásico de corrente alternada.
O O - 0,8660 +0,8660
30 +0,5000 - 1,000 +0,5oOO
60 +0,8660 - 0,8660 O
90 + 1,000 - 0,5000 - 0,5000
120 +0,8660 O - 0,8660
150 +0,5000 + 0,5000 - 1,000
180 O +0,8660 - 0,8660
210 - 0,5000 + 1,000 - 0,5000
240 - 0,8660 +0,8660 O .
270 - 1,000 + 0,5000 +0,5000
300 - 0,8660 O +0,8660
330 - 0,5000 +0,5000 +1,000
360 O - 0,8660 +0,8660
Se as adições vetoriais forem continuadas até 360°, será visto que o vetor campo
resultante (GT) continua a girar na velocidade elCtrica síncrona e com magnitude
constante.
CAMPOS GIRANTES
EM MAQUINAS DE CORRENTE ALTERNADA
O princípio do campo girante constante C muito importante para entender-se o
funcionamento das máquinas poiifásicas síncronas e de induçáo. No paraleiismo de um
gerador de corrente alternada com um sistema, é necessário ajustar o campo dos pólos
Campos girantes 185
desse gerador em uma posição tal que o campo girante da máquina produza tensões iguais
e em fase com as do sistema. Isto requer que a máquina esteja girando na mesma
velocidade elCtnca que o sistema. Somente quando existem estas condições C que se pode
fechar a chave do gerador. Este processo é conhecido como sincronização.
i
Caso se utilize basicamente o mesmo dispositivo como um regulador de tensão
do tipo comutador de tapes e se energize o enroliunento de excitação com outra fase, a
tensão induzida no enrolamento-sCrie terá uma defasagem angular em relação à fase no
qual este emolarnento-série está ligado. A conexão de um transformador defasador, para
.~.. uma fase, está mostrada na Figura 85.
Na figura são mostradas apenas as conexões para uma fase, por simplicidade.
Pode ser visto que o enrolarnento-série da fase A C excitado pela tensão BC, que está 90°
defasada em relação à tensáo da fase A para o neutro. Conseqüentemente, quando o tape C
movimentado, a tensão no lado da fase controlada da instalação pode ser avançada para a
ponta A ou atrasada para o ponto R. Isto'pode ser visto facilmente no diagrama vetorial
t mostrado na Figura 86.
i . Figura 85 ~ i a ~ r &simplificado
a para uma fase de uma instalação de transformador defasador.
Ii:..
i
II
Como indicado na Figura 86, as tensões nos enrolarnentos-sCrie estão avança-
das, condíçáo esta que tende a provocar maior fluxo de potência na linha em que o
transformador defasador está instalado.
BIBLIOGRAFIA
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quency Standards to Improve Control of Interconnected Electric Power Systems"
(Talk to NAPSIC), february, 1969.
Crary, S. B.: "Power System Stability", vol. I, John Wiley & Sons, Inc., New York, 1945.
Federal Power Comrnission: "Prevention of Power Failures", vol. 11, .4dvisory.Committee
Report on Reliability of Bulk Electric Suply, June, 1967.
Robertson ánd Black: "Electnc Circuits and Machines", D. Van Nostrand Company,
. Inc., Princeton, N.J., 1949.
Steinberg and Smith: "Economy Loading of Power Plants and Electnc Stations", John
Wiley & Sons, Inc., New York, 1943.
Tang, K. Y.: "Alternating Current Circuits", International Textbook Company, Scranton,
Pa., 1940.
Westinghouse Electric Corporation: "Applied Protective Relaying".
Westinghouse Electric Corporation: "Silent Sentinels", 1940.
102 Operação de Sistemas de Potência
A rejeição de carga manual deixa muito a desejar, visto que normalmente exis-
tirã muito pouco tempo para que o operador avalie a situação e tome a apropriada ação
corretiva Conseqüentemente, está se tomando comum a instalação de relés de subfre-
qüência para, automaticamente, desligar carga em quantidade suficiente para
equilibrar a carga remanescente com a geração disponível. No desenvolvimento de
programas de rejeição de carga é usual que a retirada de carga seja feita em incrementos
compatíveis com a queda de freqüência. Por exemplo, se urna dada ocorrência pudesse
resultar na perda de 30% da geração, poderia decidir-se pela retirada de 35% da carga, em
esiágios; 5% da carga seriam retirados a 59 Hz e quantidades adicionais rejeitadas, caso
a frequência continuasse a declinar, até que os 35% totais sejam rejeitados em algumas
freqüências pré-selecionadas, tal como 58 Hz,57 Hz etc.
Os programas de rejeição de carga variam com a topologia dos sistemas, mas to-
dos são planejados de modo que o máximo de carga seja rejeitado, antes que a freqüência
seja reduzida a tal valor que os equipamentos auxiliares da usina sejam desligados e ocorra
um colapso total.
104 Operação de S~ternarde Potência
O projeto e ajuste dos esquemas com relés de proteção é função dos grupos de
estudo da operação e de engenharia de sistema, não sendo comum que os operadores do
sistema tenham qualquer interferência sobre tal assunto. NoN'entanto,os operadores
devem estar atentos com relação aos dispositivos de protqão, e ao seu desempenho em
pontos importantes do sistema elétrico.
No caso .de um colapso total do sistema, no entanto, pode não ser possível retor-
nar uma usina ao serviço sem dispor de energia elétrica suficiente para suprir os serviços
auxiliares.
Em algumas usinas térmicas são preyistas pequenas unidades "auxiliares" que se
separam do sistema no'caso de elevadas quedas de freqüência e alimentam os equipamen-
tos auxiliares, tais como bombas de alimentação, ventiladores de sucção, bombas de 61eo
lubrificante, e -outros serviços essenciais à operação da usina, sob tensão e frequência
normais. Tais usinas são normalmente capazes de retomar à operação, sem grandes difi-
culdades, quando de uma completa separação ou colapso do sistema.
S. Fontes internas ao sistema que possam ser usadas para a partida de outras
usinas;
ARRANJOS ALTERNATIVOS
Os arranjos normais das linhas de transmissão e de distribuição c a configuração
das linhas até o barrarnento das usinas pennitem a adequada divisão da carga garantindo
um risco mínimo no caso de falha em barrarnento ou banco de transformadores por ação
de proteção.
Durante as emergências, os operadores são frequentemente solicitados a
implantar arranjos altemativos das linhas e equipamentos da subestação, a fim de restaurar
o serviço, com o mínimo atraso. Procedimentos usuais são colocar linhas em paralelo,
através de uma barra auxiliar, ou usar os disjuntores de transferência de barra para
substituírem disjuntor que esteja danificado ou fora de serviço.
Às vezes, no caso de falta permanente em uma linha, esta pode ser seccionada,
ou ter suas conexões abertas em estruturas terminais;para restaurá-la ao serviço, pelo
menos em parte, at6 que os reparos possam ser feitos e o sistema retomado ao normal.
Sumário
Da discussão anterior toma-se evidente que é da mais alta importância a
confiabilidade do sistema de potência. Os responsbveis pelo projeto e operação dos
sistemas devotam uma grande atenção para este objetivo e investem somas substanciais
para garantir a confnbilidade, inclusive a das comunicações. Quando dispõe das instala-
ç6es indicadas nesta seção, 6 possível aos operadores executarem adequadamente suas
funções, mantendo segura e confdvel a operação de seus sistema$.
Problemas
1. Um dos fatores afetando a confiabilidade dos sistemas de potência 15
a ) Os níveis de tensão de transmissão do sistema;
b) A relação da geração hídrica para a térmica;
C) A margem de capacidade de reserva disponível.
112 Operação de Sistemas de Potência
11. No caso de uma grande perda de geração em uma área interligada, um operador de
sistema deverá:
a ) Abrir imediatamente as linhas de interligação com outros sistemas;
b) Abrir as linhas de interiigação se a energia estiver fluindo para fora de seu sistema;
c) Abrir as linhas de interligação, como um último recurso, com a energia saindo do
seu sistema e a frequência declinando.
12. Quando relés de subfreqüência são instalados em um sistema.de potência, deverão ser
ajustados a fim de que:
a) Ne-uma carga seja rejeitada att que a frequência se reduza a 56 Hz;
b) Ihcrementos de carga sejam rejeitados quando a frequência declinar;
C ) 30% da carga sejam rejeitados a 59 Hz.
14. Quando um sistema opera interligado com outros sistemas, a perda de geração no
sistema causar&
a) Uma queda de frequência maior do que se o sistema fosse operado isoladamente;
h) Uma queda de freqüência menor . .. operado isoladamente;
do que se o sistema fosse
c) Fiuxo de energia saindo das linhas de hterligaçáo:
114 Operação de Sistemas de Potência
6. Diferencial
7. Equilíbrio ou balanço de fases
8. Comparação de fases
9. Sobrefreqüência e subfrequência
10. Temperatura
Contato
Alavanca de Tempo
Magneto
Compensador
Amortecedor
de
Torque
I 1
Circuito
de
Corrente
Figura 40 Construção do relé de sobrccorrente tipo disco de indução. A corrente na bobina do p6lo
inferior produz um campo magnético que induz correntes parasitas no disco e também, por
açáo de transformador, nos pólos superiores. As correntes parasitas produzem açáo motora,
tenEendo a provocar a rotação do disco em oposição à força de restrição da mola. O freio
magnético tende a impedir a rãpida aceleração,do disco. O contato móvel pode ser avançado
ou afastado do contato fixo, variando-se o percurso de rotação do disco, o que afeta o tempo
de fechamento dos contatos.
118 Operação de Sistemas de Potência
RELES DIRECIONAIS
O próximo passo para propiciar seletividade na protqão de circuitos é tomar o
sistema de proteção sensível à dirqáo do fluxo de potência A dire@k do fluxo é obtida
pela adição de outro elemento ao reld. O segundo elemento é semelhante, em construção,
ao elemento de sobrecorrente de disco, mas é provido com ambas bobinas de corrente e de
potencial (tensão). Quando a potência circula em um sentido oposto, o disco tenta girar na
' direção de abertura dos contatos. (A rotação na direção de abertura 6 impedida por calços
mecânicos, exceto em relts bidirecionais e de balanço.) Pela conexão de contatos
direcionais no elemento de sobrecorrente obtem-se um relt sensível à corrente e à dirqão,
como mostrado na Figura 42.
Elemento de
Sobrecorrente
Translormador
temporização dos reles estão coordenados apropriadamente, os reles mais próximos à falta
eliminarão normalmente o defeito, antes mesmo que os relCs em pontos mais remotos
possam operar, ainda que o fluxo de potência esteja na direção que permita o
desligamento. Contudo, na eventualidade de os relés do trecho defeituoso falharem no
desligamento dos disjuntores, devido a defeito nos contatos ou nos circuitos de controle,
ou ainda má função mecânica dos disjuntores, os disjuntores remotos podem atuar como
proteção de retaguarda. Em tais casos uma maior parte do sistema C afetada, mas danos
severios às linhas ou equipamentos podem ser minimizados..
-
muito rapidamente para desligar a linha faltosa.
Por vezes, a quantidade de fluxo de potência nas linhas deve ser mantida abaixo
de um limite máximo, e a proteção C proporcionada para fazer as linhas protegidas
desligarem por ação de ielés na hipótese de o fluxo de potência exceder o limite prefixado.
RelCs sensíveis,ao fluxo de potência são usados com essa finalidade. Os reles de potência
são semelhantes, em construção, ao elemento direcional dos relbs direcionais de
sobrecorrente, exceto que o contato móvel C impedido por uma mola.
122 Operação de Sistemas de Pot2nM
- 1 Zona 3 _i
- Zona 2
-Zona 1
Figura 44 Esquema mostrando as zonas de proteção de um re16 de impedância (disthcia) de três zonas.
Na primeira zona, entre o disjuntor 1 e a área hachurada, ocorrer6 operaçso instantânea. Na
segunda zona 6 introduzido algum retardo de tempo, e maior retardo ainda ocorre na terceira
zona. Relés similares s d a m instalados no disjuntor 2 para proteção em direção ao disjuntor
1. As outras secções de linha seriam protegidas semelhantemente.
operação de alta velocidade para todas as faltas dentro da secção de linha. Como
previamente mencionado, a proteçáo de primeira zona dos relés de impedância
proporciona atuação simulthea em arnbas as extremidades de uma secção faltosa de linha,
sobre aproximadamente 90% de sua extensão.
Termlnals
do
Gerador
Clrailto
Disparo
OPERAÇ~ES~INCORRETAS DO
EQUIPAMENTO D E PROTEÇÁO
Uma boa compreensão dos princípios de operação dos dispositivos e dos
sistemas de proteção deve auxiliar um operador a determinar quando C obtida ou não a
atuação correta de um equipamento de proteção, durante as perturbações do sistema. Este
conhecimento é t&b6m importante na análise das falhas de operação dos dispositivos de
proteção. Uma revisão e análise das operações do dispositivo de proteção, em seguida a
um distúrbio, pode frequentemente auxiliar na determinação da causa do problema.
Problemas
1. Um relC para uso em derivação em uma linha(i.é., sensível a variações de tensão) terá
sua bobina constituída por:
a) Poucas espiras de condutor grosso;
b) Muitas espiras de condutor fino;
c) Poucas esp&as de condutor fino.
4. Ordinariamente os relés direcionais, para proteção de linhas, são conectados tal que .-..-
seus contatos fecharão para fluxo de potência:
a) Saindo da barra; c) Excedendo uma quantidade mínima.
b) Entrando na barra;
5. Quando relés de equilíbrio são usados para protqão de linhas paralelas e uma delas
.
tem uma falta, seus contatos fecharão para desligar a linha faltosa:
a) Após um retardo de tempo;
b) Imediatamente;
c) Quando a corrente na linha faltosa excede um mínimo.
6. Quando relés de distância são aplicados para proteger uma linha de transmissão, a
protqáo 8 :
a) Independente da irnpedância da falta;
b) Confmada à primeira zona de proteção;
C) Normalmente provida em três zonas.
ESTABILIDADE DE SISTEMAS
I
1. Estado permanente
132 Operação de sktemas de Potência
Tempo
ESTABILIDADE TRANSIT~RIA
rotores das máquinas ocorre dentro de, aproximadamente, um segundo após o distúrbio,
mas o tempo exato depende das características das máquinas e do sistema de transmissão.
Em seguida a este período, inicia-se a ação dos reguladores, e as condições de estabilidade
dinâmica tomam-se efetivas. Exemplos de estabilidade transitória para situações estáveis e
instáveis são mostrados na Figura 49.
Perfodo
I Transit6r'0 I
a Tempo
Figura 51 Exemplo de uma condição transitoriamente estável, porém, dinamicamente instável. Du-
rante o perfodo transitório (primeira o s c i l a ç ~ )o ângulo da máquina atingiu um mtlximo
e restabeleceu. Durante o período da ação do regulador as oscilações crescenw de novo com
o tempo, e se elas continuarem a máquina sairá do sincronismo.
Sumário
Problemas . .. _
1. A limitação das perdas por efeito corona e as técnicas para manter a rádio
interferência sob valores toleráveis; y
carga capacitiva. AlCm disso, na medida em que a tensão da linha aumenta, tambCm cresce
a componente capacitiva #*VAI.) da' mesma. Por exemplo, em uma linha de 500 kV com
condutores geminados, é exigido um suprimento de reativo capacitivo de
aproximadamente 2.000 kVAr por milha.
Quando uma linha longa é pesadamente carregada e sua tensão na receptora cai
excessivamente, tarhbCm o equipamento de regulação de tensão pode não funcionar
adequadamente, resultando tensão reduzida para o consumidor.
COMPENSAÇÁO D A R E A T ~ COM
A CAPACITORES-SÉRIE
Com a finalidade de minirnizar as condições adversas acima mencionadas, os
capacitores-série e reatores-derivação são usados frequentemente em longas
linhas de EAT.
..,.
Pode ser visto na Figura 54 que a tensão na receptora, com a compensação com
capacitores-série em serviço @RI), C consideravelmente maior do que a que existiria sem
a compensação (ERZ).'Tarnòém deve ser notado que o ângulo de defasagem entre os
terminais transmissor e receptor da linha 6 reduzido quando são usados os capacitores-
-série. De fato, os capacitares-série "encurtam" eletricamente a linha, e com isso C
posslvel aiimentar mais carga sim a instabilidade que poderia ocorrer se não houvesse a
compensação.
..
Os capacitares-drie utilizados na compensação de linhas de alta-tensão são
montados em bancos semelhantes aos usados para correção de fator de potência em linhas
146 Operação de Sistemas de Potência
Dlsjuntor Dlsjuntor
Barramento
Barrarnento
Subestaçao
A Subestaçao
B
Barramento Barramento
Subeslaçao SubestaçAo
A I3
Como foi citado anteriormente neste capftulo, sob condições de carga leve a
corrente de carga capacitiva da linha pode provocar tensões excessivas no terminal da
subestação receptora de uma linha longa de alta-tensão. Esta situação C exatamente oposta
àquela que ocorre sob condições de carga pesada, onde os capacitores-série são usados
para a compensação. Deve ser recordado, da discussão no Capítulo 1, que o efeito da
reatância indutiva é oposto ao da reatância capacitiva.
148 Operação de Sistemas de Potência
Um outro fator que deve ser mencionado em conjunto com as linhas de EAT é
que, quando a compensação com capacitores-série é usada, os re16 de distância
(impedância) comuns, como os discutidos no Capítulo 9, não podem ser usados
eficazmente. Sob condições de falta tais reles podem não ser capazes para distinguir a
localizaçáo da falta e falhar no desligamento, provocando um atraso na desenergização do
circuito. Relés de comparação de fase, também vistos no Capítulo 9, são frequentemente
usados para a proteção de linhas de EAT, pois são capazes de prover proteção seletiva de
alta velocidade que tanto eliminam a falta rapidamente, como ainda auxiliam a estabilidade
do sistema de potência, ou das interligaçóes com outros sistemas.
Surnúrio
Figiira 57 Diagrama esquemático simplificado de circuito, tipo Ponte de Graetz, usado em instalações
retificadoras-inversoras, para sistemas de transmissão C.C. em alta-tensão.
PROBLEMAS DE CORROSÃO
Quando uma linha C.C. é operada s6 com um condutor e retomo pela terra, a
corrente no solo pode provocar corrosão em tubulações de gás, sistemas de água, cabos de
comunicações, e outras instalações subterrâneas. Este problema C semelhante aos
existentes em cidades com sistemas de transporte sobre trilhos, os quais usualmente
operam aiimentados por um condutor de 600 volts C.C. em relação à terra,
aproximadamente. O retorno da corrente é feito atravts dos trilhos e da terra. Várias
medidas são tomadas para eliminar ou rninirnizar a corrosão resultante da operação da via
férrea. Tais medidas incluem o uso de retificadores conectados 5 tubulação subterrânea
pare colocá-los num pz~tencialigual e oposto àquele devido às correntes de terra do
sistema ferroviário. Linhas de C.C. em alta-tensão podem apresentar problemas mais
severos devido à magnitude das correntes de terra envolvidas.
3. Para uma linha bipolar C.C., isto C, uma linha operando aterrada e com um .
condutor positivo e outro negativo com relação à terra, a confiabilidade da
incsnia C equivalente ao de uma linha C.A., de circuito duplo. Isso é
vcrtlatlciro porque cada pólo pode continuar a operar quando o outro 6
-*
colocado fora de serviço devido a defeitos na linha ou nos filtros terminais.
1 I. Nos terminais das linhas de transmissão EAT em C.C. a retificação ou a inversão são
realizadas por:
a ) Retificadores a arco de mercúrio com controle de grade ou de silício controlado;
h) Uso de capacitores-skrie; c) Instalações de motor-gerador.
h) Menor do que o pico de tensão de uma linha de transmissão C.A. de mesma tensão
nominal;
C) Maior do que o pico de tensão de uma iinha de transmissão C.A. de mesma tensão
nominal.
L..
I
Figura 60 Círculo com raio de 1 unidade e o triângulo retdngiilo abc inserido nele. O ângulo entre os
lados ab e ac C indicado pela letra grega teta ( 6 ). Por defini~áo,o comprimento do lado hc I. .
do triângulo, dividido pelo comprimento da hipotenusa ac, 6 denominado seno (abreviado I
1
scn) do ângulo, ou ,~
bc I
Sen 8 = -
ac
Tambkm, o lado adjacente ao centro nh, dividido pela hipotenusa ac, é denominado
co-seno (abreviado cos), ou
ab
Cos 8 = -
ac
I , Para 8 = 90°, o lado bc seria infinito e o lado a b permaneceria igual a 1, de modo que , .
Figura 63 Relações dos sinais alg6bricos de tangentes e co-tangentes em vários quadrantes do clrculo.
2. Se as medições de potências ativa (W) ereativa (VAr) são fornecidas, sendo a carga do
circuito de 1.400 kW e 900 kVAr (capacitivo), responder:
Qual C a potência total da carga em kVA e o fator de potência do circuito?
1 .O00 kW
500 kVAr
- -
- 900 kW
400 kVAr
kW = ? fp = ?
kVAr = ?
Já que as potências ativas (watt) fluem em direção à subesta~ãonos três circuitos, elas
podem ser somadas diretamente, ou seja:
3.900 kW
900 kVAr
VETORES
Os matemáticos fazem distinção entre grandeza escalar, que atua apenas em,
magnitude, e grandeza vetorial que tem magnitude e direção. Por exemplo, seis maçãs &
uma dúzia de ovos são grandezas escalares, mas um vento de 16 km por hora, soprando do
Norte, C uma grandeza vetorial.
Por convenção, quando um vetor C representado por uma linha horizontal indo.
para a direita C considerado positivo, quando a linha horizontal vai para a esquerda, é
negativo; uma linha vertical indo para cima C positiva, indo para baixo é negativa.
Figiira 66 Representação vetorial do caminho percomdo e a localizaçáo final, quando o homem anda
três milhas para o Norte e quatro milhas para Leste. A distância final de casa pode ser deter-
minada como se segue:
Determina-se a distância mas ainda tem-se que determinar a direção para definir plenamente
o vetor dando a posição final. Da trigonometria sabemos que o lado do triângulo bc dividido
pelo lado ac c? a tangente do ângulo 8 ,ou
I total
Circuito 1 Clrculto 3
i O amp 30' 20 amp 15'
Atrasado Atrasado
circuito 2
15 amp 20'
Adlantado
volts
14,l amp
A potência ativa (W) total suprida aos três circuitos seria o produto da
componente da corrente total (em fase), multiplicada pela tensão, ou seja,
NOMEROSCOMPLEXOS
Os engenheiros eletricistas, utilizam uma notação muito simples para descrever
os vetores correntes, tensão e impedância, mas infelizmente ela é denominada "complexa".
Figura 74 Diagrama ilustrando a inversão da direção de vetores quando multiplicados por (-1).
Barramento
de Geraçao
I Banco Elevador
BOMVA
Figura 75 Diagrama unifilar de uma usina com três unidades geradoras e um banco de transformadores ,
elevadores de 60 MVA. O problema C determinar a carga do banco em MVA.
UNIDADE 1: 1 5 M W + / I 0 MVAr
UNIDADE 2: 20 MW +/ 5 MVAr
UNIDADE 3: 2 0 M W + j 1 5 MVAr
- - -- - - - - -
E DIVZSÃODE VETORES
MULTIPL~CAÇÁO .
Embora os tipos de problemas encontrados pelos operadores não necessitem a
utilização frequente deste procedimento, vetores podem ser facilmente multiplicados ou
divididos.
pode ser representado na sua forma polar por 5m0. significa que o vetor tem cinco
Isto
unidades de comprimento sob um ângulo de 37O no sentido anti-horário, em relação à
horizontal, conforme mostrado na Figura 76. -
178 Operação dtSktermsde Potência
Fase C = - 50+)86,60
= 1o o l / t o O
Fase A = 1 0 0 + p
1200 = 10 0 E
Fase B = -50-j86.60
=1 0 0 ~ 0
Este resumo não fornece meios completos para cobrir todo o assunto relativo
aos vetores. Entretanto, estas informações são consideradas suficientes pafa atender os
operadores na solução dos problemas mais frequentemente encontrados na operação de
sistemas.
180 Operação de Sistemas de Potência
Figura 79 Representação simples de um gerador trifásico de corrente alternada. Com o campo na posi-
ção indicada, as tensões serão induzidas no enrolamento da fase A, indicada por AA'. Com o
movimento do campo, as peças polares passam pelas bobinas adjacentes dos outros enrola-
mentos das fases BB' e C C ,induzindo tensóes nestes enrolamentos, na sqiiência de tempo.
-
As ondas de tensão mostradas na Figura 80 possuem forma idêntica aquelas que
seriani produzidas se a função seno fosse plotada com seus valores na ordenada (vertical) e
com os ângulos (graus) na abcissa (horizontal). É por esta razão que as ondas de tensão
normais de corrente alternada são referidas como "ondas senoidais".
ONDAS DE FLUXO . .
será produzido um campo magndtico girante de magnitude constante, e qiie este campo
girará sincronicamente (ou seja, na mesma velocidade eldtnca) com o sistema. Isto é, uma
máquina bobinada para NP = 2 pólos elCtncos produzirá um campo girante de
n = 3.600 rpm; com 4 pólos, de 1.800 rpm etc., num sistema de f = 60 Hz.
-1 5
_ ...
Fase 0 -Onda de Fliixo B
~ i b r a81 Representação dos valores instantâneos de fluxo (campo magnético) desenvolvido nos enro-
lamentos da armadura de uma máquina trifásica de corrente alternada (motor ou gerador).
184 Operação de S&temas de Potência
Figura 82 Diagramas vetoriais de fase e campos magntticos resultantes, em intervalos de 30°, da fase
A , desde 0' até 180'.
186 Operação de ~isternasde Potência 7
Figura 83 a ) O campo dos pólos do rotor está atrasado em relação posição do campo girante da arma-
dura por a graus. Energia elttrica C absorvida, e energia mecânica C produzida (açgo coma '
são algo limitados em tamanho e são normalmente utilizados nas linhas de distribuição. A
discussão a seguir será restrita aos reguladores do tipo comutador de tapes.
R
/-.o I
I I
Figiira 84 Diagrama simplificado tlc um transformador regulador de tensão rnonof6sic0, tipo comuta-
dor de tapes.
Capítulo 1
1- 6); 2. (b); 3. (C);4. (b); 5. (C);6. (b); 7. (C); 8. (a); 9. (C); 10. (d)
Capítulo 2
1. (b); 2.(a); 3. (c); 4. (c); 5. (b); 6. (C); 7. (a); 8. (a); 9. (b); 10. (a); 11. (c); 12. (b);
13. (b); 14. (c)
Capítiilo 3
1. (b); 2. (C);3. (b); 4. Devido As reatâncias no circuito; 5. (b); 6. (a); 7. (a) 53, (b)
85; 8. (c); 9. (a) 50 ohms (b) 1.500 kVAr
Capítiilo 4
I . (C);2. (b); 3. (a); 4. (b); 5. (a); 6. (c); 7. (c); 8. (b); 9. (b); 10. (b); 11. (d)
Capítulo 5
1. (C); 2. (C); 3. (a); 4. (b); 5. (b); 6. (C);7. (a); 8. (c); 9. (b); 10. (C)
Capltulo 6
1. (C);2. (c); 3. (C);4. (C);5. (b); 6. (a); 7. (d)
Capltulo 7
1. (a); 2. (a); 3. (b); 4. (c); 5. (b); 6. (C);7. (b); 8. (C);9. (a); 10. (c); 11. (a); 12. (c)
Capítulo 8
i, -.
I . (C); 2. (b); 3. (b); 4. (a); 5. (c); 6. (a); 7. (b); 8. (C);9. (b); 10. (C); 11. (C); 12.
2
(b); 13. (c); 14. (b) g,< ,
Capítulo 9 o l
W i .
w
i. (b); 2. (c); 3. (b); 4.(a); 5. (b); 6. (C); 7. (a); 8. (b); 9. (b); 10. (b) 4
2 , ~-
Capítulo 10 U.
3 ; .
I. (C);2. (b);3. (C);4. (a); 5. (b); 6. (d); 7. (c); 8. (a); 9. (b); 10. (a)
Capítulo 11
O t
".
2
-
1. (C);2. (a); 3. (C);4. (C);5. (b); 6. (a); 7. (b); 8. (c); 9; (b); 10. (b); 11. (a); 12. (c); 8 : ~
o
13. (b); 14. (c); 15. (a) :i -
192 - -