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Operação

de Potência
Robert H.Miller

Traduçáo e Revisão Técnica


Engc Carlos Pinheiro S. B. Neto '
E n g x a n i Gutrnan '
E n g U m a d e u C. Caminha
ELETROBRÁS - Centrais EMtncas Brasileiras S.A.
-
Av. Presidente Vargas, 642 109 andar
Caixa Postal 1639
-
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Obra publicada com a colaboração do Fundo de Desenvolvimento Tecnológico
da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobrh, em co-edição com a Editora
McGraw-Hüi, Ltda.
O lançamento da tradução do livro "Power System Operation" do Engenheiro
Robert H. Milíer vem complementar a literatura técnica da área de operação de sistemas
de potência, pois aborda o assunto de forma precisa e inteligível, mesmo para aqueles que
não tenham formação universitária ou que estejam sendo iniciados nesta atividade. Assim,
recomenda-se sua utilização por operadores de instaiaçáo, despachantes de sistemas,
engenheiros de formação recente, estudantes de engenharia elCtrica e de escolas técnicas
de nível mddio.

- .. Esta publicação dá continuidade ao objetivo da ELETROBRÁS em colaborar


com a edição de livros técnicos, cuja carência é detectada em nosso mercado editoriaí e
traduz uma constante preocupação de nossa empresa com a capacitação do pessoal do
setor elétrico brasileiro.

JOSÉ MARCONDES BRITO DE CARVALHO


Diretor de Operação de Sistemas
ELETROBRÁS
.................................... XI
Prefácio à edição brasileira
Prefácio .............................................. XIII
Introdução ............................................. XV

Capítulo 1. Princípios b6sicos .................................. 1

Capítulo 2. Transferência de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Capítulo 3. Fluxo de reativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

capítulo .
4 Operação econômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Capítulo 5 . Controle de sistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .60
Capítulo 6. Contabilização de energia na operação interligada . . . . . . . . . . . . . . 73

Capítulo 7. MCtodos de telemedição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83


Capítulo 8. Confiabilidade de sistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95

Capítulo 9 . Proteção de sistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .113

Capítulo 10. Estabilidade de sistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130

.
Capítulo 11 Operação em extra alta-tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
IX
X Operaçüo de Sistemas de Potência

Apêndice 1. Introdução à trigonometna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157


Apêndice 2. Vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
Apêndice 3. Campos girantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .179

Apêndice 4. Controle de fluxo de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191 .

Solução dos problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .192


O principal objetivo da operação de um sistema de potência C o suprimento do
seu mercado de energia elCtrica, em obediência ?I trilogia de continuidade, qualidade e eco-
nomicidade do serviço, ou seja, a obtenção de um alto índice de desempenho na sua função
específica, através de menor número de interrupções, manutenção de adequados níveis de
tensão e freqüência e o atendimento da carga com custo incremental global mínimo.

.. .
Considerando-se que a gestão do sistema é feita com base na realização de ativi-
dades empresariais em que se situam, em um extremo a área de planejamento e no outro a
de operaçáo, permeadas por outras atividades como às de engenharia, administração e
econômico-financeiras, verifica-se que a área de operação assume um importante papel de
.. integração, ao promover a realimentação de informações para as demais áreas, no sentido
da otirnização de todo o conjunto.

E pois, muito importante que o pessoal vinculado à atividade de operação tenha


um perfeito conhecimento de suas responsabilidades específicas, a par de noções tão com-
pletas quanto possível, das suas interveniências com as demais áreas da empresa, e da im-
portância do seu trabalho no desempenho do sistema e conseqüentes reflexos no atendi-
mento aos consumidores.

Foi exatamente na tentativa de proporcionar essa visão de conjunto, tão neces-


sária, que surgiu o Livro "Power System Operation" - de autoria do engenheiro Robert H.
Miüer, da Pacific Gas and Electric Company, dos U.S.A. Sua forma concisa, precisa e.
enfática de expressar os conceitos, não C frequentemente encontrada em livros técnicos.

De fato, com linguagem didática e objetiva, e incorporando vários e oportunos


exemplos práticos, o autor desenvolve o tema desde os princípios básicos atC os conceitos
.-
xl
XII Operação de Sistemas de Potência

operativos de transferência de energia e de operação integrada de.sistemas, analisando os


principais fatores requeridos para a adequada, realização das atividades deste serviço.

Com essa compreensão, houve por bem a Diretoria de Operação de Sistemas


atribuit ao seu Departamento de Subtransmissão e Distribuição a incumbência da tradução
do referido texto e promover sua publicação em Ilngua portuguesa, ensejando a oportuni-
dade de que seus conhecimentos pudessem atingir um público apreciavelmente mais nu-
meroso.

Ao assumir tal encargo, os tradutores tiver'm a preocupação de manter o texto


do origitiiil qii:tnto posslvcl, utilizantlo, contiitlo, n tcrniiiiologin clc iiso cor-
1 % ) 1)rbxiiiio
rente no Brasil e, por vezes, atualkando alguns informes para as condições usuais em
nosso sistema elétrico. Assim, acreditamos que esta obra atenderá positiva e oportuna-
rnente aqueles que dela fízerem uso, em especial os operadores de instalações e despa-
chantes de sistema, a quem prioritariarnente foi dedicado o trabaiho pelo autor.

Por último, cabe-nos expressar reconhecimento a todos os companheiros do se-


tor elétrico que nos estimularam a realizar este trabalho e em especial, nossos agrade-
cimentos à Senhorita Lena Ferreira Lima e Henrique Lavoura Campos, pela datilografia, e
r'i Senhorita Neli Ferreira e Raimundo Anizio de Carvalho Silva pelo trabaiho de desenho
do texto original.

Os Tradutores:

Engo CARLOS PINHEIRO S. BASTOS NETO


Engc SANI GUTMAN
Engg AMADEU CASAL CAMINHA

ELETROBRÁS - Centrais Eldtricas Brasileiras S.A.

Setembro de 1987
Este livro foi preparado sob o patrocínio do "Western Systems Coordinating
Council", com a finalidade de se fornecer material útil aos despachantes e operadores de
sistemas de potência, no sentido de melhor entenderem os princípios de sua operação. O
uso extensivo da matemática foi evitado, porCm os fundamentos mínimos foram incluídos
no Apêndice.

Uma parte considerável do livro foi dedicada ao controle, economia e operação


interligada dos sistemas de potência. Ainda que estes tópicos sejam bem entendidos por
engenheiros, existe pouca informação disponível para os operadores de sistemas que não
tenham tido formação e m engenharia. As informações sobre os procedimentos para
Liberação de linhas e equipamentos foram deliberadamente evitadas, visto que essas
práticas variam para cada-empresa, e acredita-se que tais procedimentos possam ser
aprimorados pelas próprias empresas ou por acordo mútuo de operação interligada. O
texto foi revisado por várias pessoas participantes do "Westem Systems Coordinating
Council" e suas valiosas sugestões foram apreciadas. Agradecimentos particulares são
devidos aos srs. Wiiiian Bosshart, da Bonneville Power Adrninistration, Clyde Reikofski,
do United States Bureau of Reclamation, K. K. Dols, da Northern States Power
Company, por suas detalhadas revisões, sugestões e críticas construtivas ao texto, e ao Sr.
Harry McMasters, da Pacific Gas and Electric Company, por sua leitura criteriosa e
sugestões editoriais. Agradecimentos são também devidos às sras. Lorrete Hopson e
Esperanza Martinez, da Pacific Gas and ~ l e c t n cCompany, pela paciência em datilografar
o manuscrito original.

R. H. MILLER

m
Em sistemas de potência a energia elétrica é normalmente produzida pelo
-
processo de conversão eletromecânica. A energia m e c h c a usada para acionar os
geradores elétricos é desenvolvida de duas modalidades principais:
-
1. Pela conversão de energia térmica em energia mecânica através de turbinas a
vapor, turbinas a gás e motores diesel ou a gás.

2. Pela utilização da força das quedas de água para acionar turbinas hidráulicas.

Atualmente estão sendo desenvolvidos métodos de conversão direta para a produção de


eletricidade que incluem a magnetohidrodinâmica, a conversão termoelétrica e
termoiônica, e a geração química via células de combustível. A magnetohidrodinâmica 6 o
único desses processos que parece ser promissor quanto ao desenvolvimento de energia
elétrica em quantidades suficientemente grandes para aplicação em sistemas de potência.

-
As aplicações atuais utilizam, quase universalmente, geradores acionados por
turbinas a vapor ou hidráulicas, havendo ainda algumas aplicações de turbinas a gás. No
que concerne a um sistema elétrico, o método escolhido para produzir a energia elétrica 6
fundamentalmente baseado em fator econômico. A operação conjunta das gerações
- térmicas e hidráulicas existentes no mesmo sistema é comum e não apresenta maiores
problemas.

Qu& toda a energia elétrica C produzida em corrente alternada trifásica. A


maior parte do sistema de transmissão também é em corrente alternada, se bem que
existem algumas instalações de alta-tensão em corrente contínua, em serviço ou
planejadas. Quando 6 usada a.transrnissão em corrente contínua de alta-tensão, a geração e
-.
a distribuição funcionam com corrente alternada, através da aplicação de equipamentos de
.-
XV
- XVI Operação de Sktemas de Potência

- retificação e inversão para interligar as linhas de transmissão de corrente contínua aos


sistemas de corrente alternada.

Este texto abordará sucintamente alguns dos princípios envolvidos na operação


. de sistemas interligados, considerações econômicas para o intercâmbio de energia entre
_ sistemas, mttodos de controle e considerações sobre confiabilidade.
Antes que sejam discutidos os fatores que afetam o comportamento dos sistemas
de potência, será apresentada alguma teoria básica sobre os circuitos elétricos, visto que o
comportamento de todos os circuitos e máquinas é afetado pelos seus componentes. O
conhecimento destes conceitos fundamentais C essencial para que o comportamento do
I
sistema possa ser entendido. Todos os circuitos elétricos contêm resistência, indutância e
capacitância - a combinação e proporção destes elementos em um circuito determinam seu
desempenho.

A resistência pode ser defmida como o elemento que limita o fluxo de corrente
em um circuito. A energia elétrica que circula em um circuito contendo resistência é
convertida em energia térmica, proporcionalmente ao quadrado da corrente. A potência
(watts) consumida em um circuito contendo resistência 6 igual ao quadrado da corrente I
(ampères) vezes a resistência R (ohrns), ou seja .R (watts). O comportamento de um
circuito, contendo somente resistência, é mostrado na Figura l(a). O valor da resistência
em um circuito é funçáo da resistividade do material condutor. A resistência varia
inversamente com a área da secçáo reta do material e diretamente com seu comprimento e
resistividade. Os metais em sua maioria são relativamente bons condutores de eletricidade,.
isto é, possuem baixa resistividade.
I

Outros materiais, tais como a madeira, o vidro, ou a borracha, têm resistividade


muito alta e são classificados como isolantes. Os líquidos e os gases podem ter alta ou
baixa resistividade, dependendo da temperatura e de vários outros fatores.
2 Operaçúo de Sktemas de Potência

A indutância, que pode ser definida como o elemento de um circuito elétrico que
se opóe às variações de fluxo de corrente no circuito, armazena energia em um campo
magnktico quando a corrente cresce, e devolve energia ao circiiito quando a corrente é
rcdiizida. A quantidade de energia devolvida ao circuito scria cxiitnmcntc igiial A i

quanti<ladc d? energia armazenada se não houvesse pcrdas na rcsistzncia. O efeito da


indutância cm um circuito C atrasar as variações de corrente. A Figura ] ( h )mostra o efeito
da indutfincia em um circuito.

Chave \i / i

Tempo

-
'
. Chave
Bateria

-
C

1-=o
Tempo

Figura 1 Efeitos da resistência e da indutância na variação do fluxo de corrente. (a)Em um circuito


contendo somente resistência, quando a chave é fechada em T = O, a corrente se eleva
instantaneamente até seu valor final i, no ponto a, e quando a chave é aberta, no tempo b, ela
decresce imediatamente para zero; (h) em um circuito contendo indutância, quando a chave é
fechada em T = O, a corrente se eleva progressivamente por um período de tempo até que
alcance um valor final i, determinado pelas resistência e indutância do circuito. Quando a
chave é aberta, no tempo b, a corrente se rediiz a zero. durante um perfodo de tempo. também
- determinado pelas resistência e induthcia do circuito.

-- As bobinas de um circuito são funtlanicntalmente indutivas, mas sempre contêm


alguma resistência. O valor da indutância C fiinçáo do número de espiras e do material
usado no núcleo. O s materiais magnCticos, tais como o ferro, aumentam significativamente
-,
Princ(pws básicos 3

a indutância de uma bobina, quando comparada àquelas com núcleo de ar. Condutores
retiiíneos, tais como os de linhas de transmissão, também têm indutância proporcional ao
comprimento da linha, e aos diâmetro e espaçamento dos condutores. A indutância é fator -
muito importante na determinação do comportamento de linhas de transmissáo longas.

A capacitância C a propriedade dos circuitos elCtncos através da'qual a energia


elétrica é armazenada no meio isolante (dieldtnco). A capacitância elétrica existe quando
dois condutores são separados por dielétricos, tais como papel, ar, mica, porcelana, vidro
o u outro material isolante. O efeito da capacitância em um circuito é mostrado na
Figura 2.

T=O -
Tempo

(b)

Figura 2 Quando a chave 6 fechada, a corrente i atinge imediatamente um valor que é limitado somente
pela resistência do circuito, e, então, reduz-se a zero durante um período de tempo, como
indicado em ( b ) . S e a chave é aberta, depois que i atinge o ponto zero. não haverá variação, e
uma carga elétrica (energia eletrostática) será deixada nas placas do capacitor. Com dielémco
perfeito (sem perdas) a carga seria retida indefinidamente. E m circuito de corrente alternada,
no qual a tensão está continuamente variando, o efeito é de. alternativamente, carregar o
capacitor com uma polaridade, descarrcgd-10, e então recarregá-10 com a polaridade oposta.
4 Operação de Sistemas de Potência

Como observado anteriormente, todos' os circuitos elétrjcos contêm resistência,


indutância e capacitância. Em circuitos de corrente alternada, o efeito da indutância 6
retardar as variações no fluxo de corrente e, assim sendo, a corrente é chamada atrasada
com relação à tensão quando o circuito for predominantemente indutivo. Em circuitos que
contêm capacitância, a corrente requerida para carregar o dielétrico é máxima, quando a
taxa de variação da tensão é máxima, e se anula quando essa taxa é zero. O resultado é que
a corrente em um circuito fundamentalmente capacitivo 6 chamada adiantada com relação
à tensáo. Em circuito resistivo puro a corrente varia proporcionalmente B tensáo e, então,
a corrcntc c tcnsão ficam em fase. Estas condições são mostradas nos diagramas vetoriais
da Figura 3. Os circuitos mostrados na Figura 3 são ideais já que, como previamente
ol)scrvndo, todos os circuitos conteni rcalincntc rcsistericiri (R), indiitfincia (L) c
capacitância (C).

Figura 3 ( a ) Em circuito contendo somente resistência, a corrente c ;i tensáo estáo em fasc; (h) eni
circuito contendo somente indutância, a corrente fica atrasada dc 90" com relaqáo à tensáo; (c)
em circuito contendo somente capacitsncia, a corrente fica adiantada dc 90" com relação h
....
tcnsáo.

Em realidade, um circuito sempre conterá resistência e se a componente indutiva ,


-
(I,) for maior do que a componente capacitiva (C), a corrente estar6 em atraso coni relação
à tcnsão, mas com ângulo nenor do que 90". Ao mesmo tcnipo, se o circuito 6
predominantemente capacitivo, a corrente estará cm avanço com relaqlío à tcnsão, nias
com ângulo menor do que 90". Em outras palavras, indutância e capacitância tem efeitos
--
Princfpios básicos ' 5

opostos em um circuito e, a uma determinada frequência, os efeitos de indutância e


capacitância se anularão. Esta condiçáo é conhecida como ressonância. Ao sintonizar um
-
receptor de rádio, faz-se as suas bobinas e capacitores entrarem em ressonância na
frequência da estação recebida. Em condiçáo de ressonância, as reatâncias indutiva e
capacitiva igualam-se e a tensáo e corrente do circuito ficam em fase (fator de
potência = 1). Estas relações são mostradas graficamente na Figura 4.

Figura 4 (a)Se a reatância indutiva XL for maior do que a reatância capacitiva XC,a corrente está em
atraso de um ângulò 8 , com relação à tensão. A componente em fase Iin (projeção) é igual a
(I x co-seno 8 , ) ; e a componente fora de fase Iout é igual a (I x seno 8 , ). Co-seno 8, é o
fator de potência do circuito.

Figura 4 (b) Se a reatância capacitiva XC for maior do que a reatância indutiva XL,a corrente está em
avanço de um ângulo 8, com relação à tensão. A componente em fase Iin C igual 'a
(I x cosseno 8,) = (I x fator de potência).

I
Figura 4 (c) Se a reatância indutiva for igual à rearância capacitiva, as duas componentes se anulam. A
corrente está em fase com a tensáo e limitada pela resistência do circuito; o fator de
potência = 1.
6 Operaçáo de Skiternas de Potência

Os termos "reatância indutiva" e "reatância capacitiva" foram apresentados


anteriormente. Agora pode ser apropriado mencionar a diferença de comportamento
destas duas grandezas. Tanto a reatância indutiva quanto a capacitiva são medidas em
,
ohms, a mesma unidade usada para se medir a resistência.

Como anteriormente indicado, a indutância tende a atrasar a variação do fluxo


de corrente. Quando a frequência C aumentada, o efeito da indutância se eleva porque a
reatância indutiva varia diretamente com a frequência. A reatância XL C igual ao produto
de 277 vczes a freqüência vezes a indutância L, scndo L expresso em henrys; matcmatica-
mente:

XL = 2 n f L (ohms)

XL = 377 L (ohms)

Também foi indicado anteriormente que o efeito da corrente capacitiva depende


da taxa de variação da tensão. Conseqüentemente, a corrente capacitiva aumenta propor-
cionalmente com a freqüência, ou de outra forma a reatância capacitiva XC reduz-se
quando a corrente aumenta. A capacitância C medida em (farads). Matematicamente, a
reatância capacitiva C expressa como:

Xc = -
21rfC
ohrns

Para 60 Hz,

'

No caso de fator de potência unitário, como anteriormente mencionado, ocorre que:


\

Princ(pios básicos 7 -

Como todos os circuitos contêm resistência (R), reatância indutiva (XL) e I


I
reatância capacitiva (XC), os efeitos de todas estas grandezas são observados no fluxo de
corrente do circuito. O efeito total de R , XL e XC C chamado impedância (Z), tambCm
medida em (ohms). A impedância Z ts o vetor soma da resistência e das reatâncias do I

circuito. Isto está ilustrado na Figura 5.


i
A discussão anterior referiu-se sempre a sistemas monofásicos. No entanto, o
sistema de transmissão normal C trifásico, cujo estudo é algo mais complexo. !
1

Figura 5 Diagrama mostrando a impedância de um circuitacontcndo R, XLeXC.A impedância total t


sempre a raiz quadrada do quadrado da resistência mais o quadrado da diferença das
reatâncias indutivas e capacitivas, ou dRZ+ (XL- (ohms). Os engenheiros eletricistas
usam uma notação mais simples que, infelizmente, 15 chamada complexa e na qual se expressa
Z como [R + j (XL- XC)],onde j é igual à raiz quadrada de -1, ou j =
8 Operaçúo de Sktemas de Potência

Pode-se a f i a r que a potência (P) em um circuito trifásico C igual ao produto


de 6 vezes a tensão de linha (E), vezes a corrente da linha (I) e vezes o fator de potên-
cia (fp), ou seja P = 6 x E x I x fator de potência (watts).

P = f i x E x I x fp (watts)

Em um sistema conectado em estrela ou Y (ípsilon) pode-se mostrar que a


tcnsão entre fases EL C igual ao produto f i v e z e s a tensão (E) entre fase e terra (volts),
ou:

Em um sistema conectado em triângulo ou A (delta), a corrente de linha IL C


igual ao produto vezes a corrente de fase I (ampères), ou:

I, = 6 x I (ampères)

P O T ~ C IAP.4REiW'E,
AS ATNA E REATWA

A potência aparente (N), produto da corrente pela tensão, 6 igual ? i quadrá-


raiz
da da soma dos quadrados da tensão vezes a corrente em fase (h), mais a tensão vezes a
corrente fora de fase (Iout), ou:

onde,

,,
P = E x Iin = E1 cos 8 C a potência ativa (watts) e
,,,
Q = E x Iout = E1 sen 8 C a potência reativa (VAr)

Devido aos grandes valores utilizados nos sistemas de transmissão e distribuição


de energia elCtnca, são usualmente empregadas .as unidades kVA = 1.000 VA e
MVA = 1.000.000 VA. Um rdtodo mais simples de expressar a pptência aparente é:

N = E I = d ( w a t t ~+
) ~( v A ~ (VA)
)~
ou:

N = (VA)

A relação vetoriai dessas grandezas está mostrada na Figura 6.

PotBncla Ativa (kW)

E(l sen O , )
Aparente (kVA)

Figura 6 (a) Relaçáo das componentes ativa e reativa da potência de um circuito monofásico de fator de
potência em atraso (predominantemente indutivo).

Potenela PotBncla
Reatlva

Potbncla Ativa

Figura 6 (b)Relação das componentes ativa e reativa da potência de um circuito monofásico de fator dt
potência em avanço (predominantemente capacitivo).

A componente reativa da potência, isto C, a componente 90° fora de fase com


relação à componente ativa, C expressa em volt-ampères reativos (VAr). Ou em

1 kVAr = 1.000 VAr


1 MVAr = 1.000.000 VAr

O fator de potência (fp) de um circuito pode ser facilmente determinado pela


divisão da potência ativa pela potência aparente, ou:
potência ativa (W) - E1 cos 8 . =
Fator de potência (fp) = (* )
potência aparente (VA) EI
I0 Operaçao de Sisternm de Potência

Com relação aos diagramas da Figura 6, sempre que existir uma componente
reativa pode-se observar que a corrente'de linha será maior do que a corrente que existiria
se o fator de potência fosse unitário. Em outras palavras, a existência da componente
reativa (VAr) em um sistema elCtrico de corrente alternada provoca um incremento de
corrente, resultando em aumento das perdas.

Problemas

1. N o circuito mostrado na Figura l(a), admita quc a tcnsão da bateria seja 10 volts c a
resistência de 5 ohms. No instante a, imediatamente após o fechamento da chave, a
corrente no circuito será:
a ) Zero; c) 5 ampères;
b) 2 ampères; d) 1 ampère.

2. Imediatamente após a abertura da chave (Figura l(a)), a corrente:


a) Começa a declinar;
6) Será zero;
C) Será limitada pela resistência.

3. Na Figura I(&), caso a indutância seja de 2 henrys, a resistência de 2 ohms, e a tensão


da bateria de 10 volts, quando a chave C fechada e são estabelecidas as condições de
regime permanente, a corrente no circuito será:
'...
a) 112 ampère;
b) Limitada pela reatância indutiva no circuito;
c) 5 ampères.

4. Se o capacitor na Figura 2(a) tem uma capacidade de 10p F e a resistência é de 0,01


ohm, e a tensão da bateria for de 10 volts, imediatamente ap6s o fechamento da
chave a corrente no circuito será:
a) Limitada pela reaíância capacitiva;
b) 1.000 ampères;
c) 100 ampères;
6)9,9 ampères.

5. Depois que o capacitor da Figura 2(a)esteja completamente carregado, a corrente no


circuito será:
a) Limitada pela resistência do circuito; c) Zero.
h) 1 ampère;
Pridpios básicos 11

6. Se uma bobiia com reatância indutiva de 1.000 ohms, a 1.000 Hz, C conectada em
sCrie com um capacitor, a fim de que o circuito se tome ressonante a 1.000 Hz,o '

capacitor deveria ter uma reatância capacitiva de:


a) 1.000 ohms;
b) 100 ohms;
c ) 1 ohm.

7. Se o circuito mostrado na Figura 5 conttm urna resistência de 3 ohrns, uma reatância


indutiva de 5 ohms, e uma reatância capacitiva de 1 ohm, a irnpedância total do
circuito será:
a) 9 ohrns;
b) 3 ohms;
c ) 5 ohms;
4 Capacitiva.

8. Os instrumentos indicadores em um circuito de transmissão de 60 kV mostram 4.000


kW e 3.000 kVAr. A carga total do circuito, em kVA, será:'
a) 5.000;
b) 7.000;
c ) 1.000;
d) 4.000.

9. Se a potência reativa de um circuito está em atraso, o fator de potência do circuito


poderá ser melhorado por meio de:
a) Elevação da tensão;
b) Auinento da reatância indutiva do circuito;
C) ~ u k e n t o
da reatância capacitiva do circuito.

10. O fator de potência de um circuito C:


a) O seno do ângulo entre a corrente e a tensão do circuito;
b) A relação maior do que a unidade;
c) A relasão das reatâncias capacitiva e indutiva do circuito;
4 A relação da,potência real para a potência aparente do circuito.
TRANSMISSÃO DE ENERGIA

Num sistema elétrico o equipamento de geração é normalmente localizado a


alguma disthcia dos pontos de consumo. Conseqüentemente, 6 necessário transmitir a
energia dos locais onde a potência é produzida até os pontos onde ela é usada. I

A energia é transferida da geração para a carga por meio de linhas de


transmissão e de distribuição. Realmente não existe diferença entre as linhas de
transmissão e distribuição, exceto quanto aos níveis de tensão e à capacidade de transporte
de potência. As linhas de transmissão normalmente são capazes de transmitir grandes
quantidades de energia elétrica a distâncias relativamente longas e operar em altas-tensões
- da ordem de 60.000 a 500.000 volts. As linhas de distribuição transportam quantidades
limitadas de energia, a distâncias menores e, normalmente, operam em tensões da ordem
-
de 2.000 a 40.000 volts.

Em qualquer dos casos o problema C transferir energia elétrica, econômica e


confiavelrnente, de um lugar a outro. Este capítulo discutirá alguns dos fatores envolvidos
I
na transferência de energia nos sistemas elétricos.

A representação mais simples de um sistema elétrico considera uma máquina


motriz, um gerador e uma carga (Figura 7).
12
Transferência de energia 13

A máquina motriz aciona o gerador que produz energia elCtrica. Quando uma
carga, tal como uma lâmpada ou um motor, é conectada ao gerador, a energia se desloca
do gerador para a carga. Com o gerador acionado à velocidade constante e sem variação
de seu campo de excitação, qualquer acréscimo de carga provocará uma queda de rotação
no conjunto máquina motriz e gerador alCm de redução da tensão na carga. A fim de
retornar a velocidade e a tensão ao seu valor normal deve ser adicionada mais energia à -
máquina mo triz. -Y-'

Este raciocínio é análogo à necessidade de aumento de adrnissão'de combustível


no automóvel de forma a manter a velocidade para subir uma elevação. Assim, a energia -

produzida pelo gerador (watts, quilowatts ou megawatts) é função da carga a ser suprida -
I esta premissa C válida tanto para os sistemas de corrente alternada quanto para os de
corrente contínua. Quando dois ou mais geradores são colocados em paralelo, a divisão de
-
carga entre eles C função de diversos fatores que serão discutidos nos parágrafos
C
seguintes. /

D I V ~ S Ã O DA CARGA ENTRE GERADORES


No caso de corrente contínua, o controle de tensão do campo dos geradores
servirá para transferir carga de um gerador para outro. Naturalmente, o suprimento às
máquinas motrizes deve ser ajustado para fornecer a energia mecânica necessária ao
acionamento dos geradores sob as novas condiçóes de carga. A Figura 8 mostra, grafica-
mente, a variação na divisão de carga entre geradores de corrente contínua, atravks do
controle de campo.

MAQUINA MOTRIZ GERADOR MOTOR '


TURBINA A VAPOR
TURBINA HIDRAULICA
TURBINA A GAS
MOTOR DIESEL

Figura 7 Sistema elétrico simples com uma maquina motriz, gerador e carga.
14 Operação de Sistemasde Potência

1
Ger A (1) (2) '

I I Ger B

I +.
i
wn
i m

I
m

3w14 y W l 4 -
* W=CARGA TOTAL L
I

Figura 8 Representação gráfica da divisáo de carga entre geradores de corrente contínua..(I) com uma
carga W constante e com ambos os geradores ajustados para tensões iguais EA1 = EB1;
admitindo-se iguais as quedas de tensáo, as cargas são igualmente divididas, com W12 em
cada gerador; (2) com a tensáo do gerador A aumentada para EA2 e a tensáo do gerador B
reduzida para EB2,as cargas ficam divididas em três quartos no gerador A e um quarto no
gerador B.

O caso da corrente alternada é um pouco mais complexo. A potência somente


. pode ser distribuída entre os geradores pelo ajuste na admissão das máquinas motrizes. As
variaçóes de excitação (corrente de campo) provocarão circulação de corrente reativa en-
trc as mAquinas, porCm, não afetarão a divisão da potência ativa. Os ajustes da corrente de
campo, com fornecimento de potência constante às máquinas motrizes, alterarão o fator
... de potência dos geradores mas não afetarão o fornecimento da potência ativa. A Figura 9
representa o diagrama vetorial de um gerador monofásico de corrente alternada
funcionando sob diversas condições de excitação e desprezadas todas as quedas devidas A
inipc(1ância. . .. ,

Em resumo, a potência gerada por um gerador somente pode ser modifícada-


pela altera2ão-da-potên~ia-mecânica
- da mAqu&-a motriz. No caso de geradores de corrente
alternada, a atuação na corrente de campo altera a tensão, a corrente e as suas posições de
fase, redundando na variação da potência aparente (produto da tensáo e corrente), sem
afetar o fornecimento da potência ativa. Nos geradores de corrente continua, a variação
da tensão do campo transferirá a carga de um para outro gerador.
Transferência de energia 15

I
Deve ser enfatizado'que os diagramas vetoriais da Figura 3 estão simplificados
por se desprezar as quedas devidas à irnpedância, e servem para mostrar o efeito do
controle de campo sobre a defasagem entre a tensão e as correntes.

Figura 9 (a) Caso do fator de potência unitario. Tensão terminal ET1 e a corrente TI, em fase. A
potência fornecida ou de saída = ET1x 11 (watts).

Figura 9 fb) Caso do fator de potência em atraso (sobre-excitação). Corn a corrente de campo do gera-
dor aumentada, a tensão terminal E T €~aumentada al6m daquela do caso do fator de potência
unitário, e a corrente I2 também cresce, defasada em atraso. O produto da projeção de I2 no
VetOr tensão ET26 12a. Este valor de corrente, multiplicado pela tensão terminal da maquina,
é a potência ativa de saída c se identifica com o caso de fator de potência unitário. O produto
de I2 m m E$2 6 a potência parente (volt-amp8re) e 6 maior do que no caso de fator de potsn-
cia unitário. A potgncia ativa I? sempre determinada pela multiplicação da corrente de linha,
ou de armadura, pela tensão tenninal vezes o co-seno (fator de potência) do ângulo entre
corrente e tensão.

Figura 9 (c) Caso do fator de potência em avanço (subexcitação). Com a corrente de campo do gerador
reduzida, a tensão terminal ET3também se reduz, e a corrente Ig C aumentada, mas defasada
em avanço. Novamente o produto da tensão terminal pela componente em fase da corrente 6 O
mesmo do caso do fator de potência unitário.
ÂNGULOS DO ROTOR DA MAQU~NA
D E CORRENTE ALTERNADA

Como estabelecido anteriormente, a potência de saída de um gerador C


modificada somente pela aiteração da potência fornecida à máquina motriz. O efeito de se
aumentar a potência mecânica de acionamento de um gerador síncrono de corrente
alternada corresponde a avançar o rotor para uma nova posição em relação ao campo
girante do estator. (O conceito de campos girantes será discutido no Apêndice 3.) Ao
contrário, uma redução do suprimento de potência mecânica retardará o :rotor. N; caso
idcal de máquina sem perdas e a vazio, o campo do p610 do rotor passa'sob as bobinas da
armadura sem que haja deslocamento angular e sem potência de saída. Com o aumento do
suprimento de potência mecânica, o rotor avançará com relação ao estator e acarretará o
fornecimento de potência e1Ctric.a. Por outro lado, quando uma carga mecânica t aplicada
ao eixo da máquina, seu rotor se atrasará com relação ao estator, com conseqüente
absorção de potência e1Ctric.a e fornecimento de potência mecânica. Em outras palavras, o
ângulo do rotor com relação ao campo girante do estator determina se uma máquina
I
sfncrona opera como gerador ou motor. A Figura 10 ilustra estas condições.

Quanto maior o suprimento de energia mecânica a um gerador, maior o avanço


do ângulo do rotor e maior o fornecimento de energia elttrica. Quanto maior a carga
mecânica em um motor, maior o atraso do rotor e maior o consumo da energia elttrica.

Figura 10 (a) Ângulo do rotor em a t r h c o k relação h posição do enrolamento da armadura: energia I


el6tric.a
.. absorvida, e energia mecânica produzida (q5o motora). (6)Angulo zero do rotor:
sem consumo ou fornecimento elktrico ou mecânico. (c) Ângulo do rotor em avanço: ener-
gia mecânica absorvida e energia el6trica produzida (ação geradora).
Transferênciade energia I7

OPERAÇÁO EM PARALELO DE GERADORES SÍNCRONOS

Quando geradores síncronos estão operando em paralelo, para se aumentar ou


reduzir a Carga em uma das máquinas, C necessário aumentar ou reduzir o fornecimento de
energia mecânica à máquina motriz, cuja carga está sendo solicitada.

Como exemplo, admitamos dois geradores idênticos suprindo uma carga


constante e iguaimente dividida entre as duas máquinas. Se se deseja que a máquina A
assuma três quartos da carga e a máquina B apenas um quarto, a energia mecânica para a
máquina A deverá ser aumentada. Assim, a máquina A momentaneamente aumentará sua
velocidade de forma que o ângulo do rotor aumente de um valor suficiente para assumir a
nova carga. Simultaneamente, a energia mecânica da máquina B será reduzida e, momen-
taneamente, desacelerará até que o ângulo de seu rotor esteja atrasado para uma nova
posição correspondente à condição de carga desejada.

Como as máquinas são síncronas, elas girarão na mesma velocidade mCdia, com
acelerações e desaceleraçóes momentâneas necessárias para estabilizar a divisão de carga
desejada. Uma descrição completa do que ocorre eletricamente nas máquinas requer um
diagrama vetorial mostrando as quedas de irnpedância interna, corrente de sincronização,
tensões tenninal e de mãquina, o que estaria além do escopo desta discussão. Importante é
ressaltar que a máquina com o maior ângulo de rotor em avanço assumirá a maior parte da
carga elétrica.

Na prática, a divisão de carga entre máquinas depende das características de


velocidade dos reguladores das máquinas motrizes. A Figura 11 ilustra a divisão de carga
entre dois geradòres.

ESTABILIDADE
Como discutido anteriormente, se a energia mecânica fornecida à máquina
; motriz de um gerador síncrono C aumentada, o ângulo do rotor (ângulo de conjugado)
I
assume uma nova posição mais avançada que a anterior. Isto 6 verdade atE o ponto em que
o conjugado resultante da energia mecânica fornecida excede as forças magntticas que -
mantêm a máquina em sincronismo. Quando esta condição é atingida, a máquina perderá o
sincronismo com as outras máquinas que estejam operando em paralelo. A Figura 12
mostra esta relação.
18 Operação de Sistemas de Potência

VELOCIDADE
SEM CARGA
VELOCIDADE
SEM CARGA

I
W=CARGA TOTAL
I
Figura 11 Representação gráfica da divisão de carga entre geradores. Seja uma carga constante W, e
com os reguladores de arnbas as máquinas ajustados para as velocidades f, e fb, a vazio e
separadas. (I) Quando colocadas em paralelo, e com carga W, a atuaçáo dos reguladores :
provoca a queda da velocidade para a freqüência de operação fo. Neste ponto, as duas curvas
de velocidades se interceptam, com as máquinas compartilhando igualmente a carga. (2)
Com o regulador da máquina A ajustado para que sua velocidade a vazio corresponda a f, ,
o gerador assumirá 314 de W, na freqüência fo.Da mesma forma, com o regulãdor da rnz-
quina B ajustado, para que sua velocidade a vazio corresponda a fb, o gerador assumirá 114
W, na frec$ência operativa f,.

..
Figura 12 Curva típica do ângulo de potência de um gerador sfncr&o. Quando o ângulo de potência
aumenta, o fornecimento da máquina cresce ate um valor máximo. Depois deste ponto,
qualquer aumento de potência mecânica excederá o limite de estabilidade e a máquina
pcrderá o sincronismo com o sistema de potência, ao qual esteja conectada. Aumentando a
excitaçáo, cresce o ângulo de conjugado máximo a ponto de a máquina perder o
sincronismo, e, diminuindo a excitaçáo, reduz-se o ângulo de conjugado máximo para o
qual a mãquina perde o sincronismo.
Transferência de energia 19

O conceito de ângulo de potência em máquinas de corrente alternada tem sido


discutido por duas razões. Pela importância no entendimento do comportamento em um
sistema de potência, onde muitas máquinas são interligadas, e para compreensão dos
fluxos de potência em linhas de transmissão e entre sistemas interligados. O conceito
importante 6 que, quanto maior o ângulo de potência, maior c? o fluxo de potência, e existe
um limite máximo onde ocorre a instabilidade, ou a perda de sincronismo.

Quando uma carga C ligada a uma fonte de energia (um ou mais geradores) por
meio de uma linha de transmissão, a energia circula da fonte para a carga..Em sistema de
corrente alternada a reatância está sempre presente nas linhas de transmissão. A linha se
comporta como se fosse constituída de indutâncias-série e capacitâncias em paralelo
distribuídas por todo o seu comprimento e com uma componente resistiva em série
relativamente pequena.

A fim de se transmitir energia de uma fonte geradora para uma carga, atravCs de
um sistema de transmissão, é necessário que a corrente de carga circule através da
reatância resultante das indutâncias-sdrie da linha. Como resultado, haverá sempre uma
defasagem entre os terminais transmissor e receptor da linha. Assim, a diferença angular
na linha cresce quando o carregamento C aumentado. De forma idêntica ao carregamento
de geradores, a transferência de energia cresce até um valor máximo determinado pelo
comprimento da linha, diâmetro do condutor e espaçamenta entre fases, os quais afetam a
reatância da linha. Quando a capacidade de transferência máxima é atingida, qualquer
acrCscirno fará o ângulo de defasagem aumentar, atingindo uma região de instabilidade, a
qual será seguida por uma condição de perda de sincronismo. A variação do deslocamento
angular com a carga é mostrada na Figura 13.

. Os limites de estabilidade de uma linha podem ser aumentados, obedecendo-se a


alguns cuidados, pela adição de capacitores em sCrie que compensam a reatsncia-strie
indutiva da linha.

Na Figura 13 pode ser visto que se uma linha estiver com carregamento próxima
do limite de estabilidade e se for requerida que mais energia por ela circule, por exemplo,
após a perda de uma outra linha ou após uma falta, a defasagem angular entre os terminais
transmissor e receptor pode exceder ao limite de estabilidade.

Este fato d .relevante para se determinar a proteção usada em linhas longas, de


maneira que os re16 possam sentir os limites de estabilidade e operar antes que a
instabilidade ocorra.

Após uma perturbação no sistema eldtnco podem ocorrer oscilações durante as


quais os ângulos de potência das máquinas geradoras aumentam e diminuem dentro de um
20 Operapio de Sistemas de Potêtici(i

iritcr\~alode tempo determinado pela inCrcia das máquinas ligadas à linha. Em tais casos,
pode-se facilmente observar que as oscilações produzidas por uma perturbação podem
fazer a defasagem angular de uma linha exceder os limites de estabilidade, principalmente
nas linhas excessivamente carregadas. Este fato tambdm C considerado para se estabelecer
os limites de carregamento das linhas de traiisn~issão.

Iiigiira 13 Cnrnctcrísticns do ângulo de potência de uma linlia.

OPERAÇÁO EM PARALELO DE SISTEMAS DE POTÊNCIA


Quando dois ou mais sistemas são interligados, as linhas de interligaçiio
comportam-se como linhas de transmissão entre um oii mais geradores conectados a uma
carga, c o n ~ oanteriormente descrito. Neste caso, a geração total do sistema pode ser
considerada como se fosse concentrada em uma única mAquina e que cada sistema tenha
uma única carga equivalente.

Ao se transferir energia entre sistemas, o sentido do fluxo de potência serii a


partir do sistema de maior ângulo de potência equivalente em avanço.
Transferência de energia 21

Da mesma forma, como no caso de transferência de carga entre duas máquinas


visto anteriormente, quando se deseja aumentar o suprimento do sistema A para o sistema
B, a energia mecânica para as máquinas motrizes dos geradores do sistema A deve ser
aumentada e, simultaneamente, diminuída a dos geradores do sistema B. Como resultado
destas alterações o ângulo de potência do sistema A aumenta e o do sistema B reduz-se,
ocasionando um aumento da circulaçáo de energia em direção ao sistema B. Isto é
ilustrado na Figura 14.

Figura 14 (a) Energia fornecida aos geradores do sistema A = carga do sistema A + 100 MW. Energia
fornecida aos geradores do sistema B = carga do sistema B - 100 MW.

Figura 14 ( b )Energia fornecida aos geradores do sistema A = carga do sistema A + 200 MW. Energia
fornecida aos geradores do sistema B = carga do sistema B - 200 MW.
22 Operação de Sk!emu de Potência

Após perturbações no sistema, quando um sistema interligado perde carga ou


geração, normalmente ocorrem oscilações porque a energia cinética vinculada às inércias
dos sistemas são, alternativamente, liberadas ou armazenadas, até que as condições sejam
restabelecidas. Na área em que a energia armazenada C liberada, as máquinas se
desaceleram momentaneamente e, ao mesmo tempo, na área que recebe energia, as
máquinas se aceleram momentaneamente. Esta ação causa uma flutuação no fluxo de
potência nas linhas de interligação decorrente das oscilações da energia cinética entre os
sistcmas.

Nqrmalmente as oscilações diminuem e desaparecem com o passar do tempo.


I:ntrct;into, cni certos casos, as constantes de tempo do sistcma c dos equipanlentos de
controle podem ser tais que as oscilações aumentem com o tempo, até que o deslocamento
angular entre os terminais das linhas de interligação exceda os limites de estabilidade e a
aqáo do sistcma de proteção C requerida para separar os sistemas. Estudos dc estabilidade
transitória são realizados em computador para determinar o comportamento do sistema
sob condições transitórias e para definir as atuações dos sistemas de controle e proteção
necessárias para proteger o sistema sob tais condições. A estabilidade dos sistemas de
potência serã discutida com maior amplitude no Capítulo 10.

RARALELISMO DE UNIDADES E SISTEMAS


Quando unidades geradoras operam em paralelo, ou quando sistemas elétricos
silo colocados em paralelo, devem ser satisfeitas certas condiçóes a fiin de se impedir que
iim fluxo de potência excessivo, ou indesejável, ocorra no momento cm que são fechadas
R S chaves de paralelismo.

Requisitos similares tambCm devem ser satisfeitos se uma única unidade


gcrridora é colocada em paralelo com um sistema em operação, ou se dois sistemas isolados
siío postos em paralelo. No paralelismo de dois sistemas, no entanto, como as inércias são
muito maiores, cuidados especiais devem ser tomados para assegurar que as condições
apropriadas existam antes que a chave que realiza o paralelismo seja fechada. Ao se
efetuar o paralelismo de máquinas ou sistemas, quatro condições devem ser satisfeitas:

1) As seqüências de fase devem ser as mesmas;

2) A velocidade elétrica da máquina, ou de sistemas que estão sendo postos em


paralelo, deve ser igual à do sistema com que se realiza o paralelismo; ou seja,
devem estar na mesma freqüência;
Transferência de energia 23

3) A máquina e o sistema, ou os dois sistemas, devem estar em fase, isto é, a


diferença angular entre as fases correspondentes deve ser mínima ou nula;

4) No local do paralelismo, a tensão da máquina, ou do sistema que está sendo


posto em paralelo, deverá igualar-se com a tensão do sistema em operação.

A sequência de rotação de fases não C normalmente um problema do operador


do sistema, visto que tais sequências são determinadas previamente por ensaio e uma vez
que as conexões estejam realizadas corretamente, a seqüência é definitiva e somente pode
ser alterada se novamente forem mudadas as conexões de fase da máquina ou do
barramento, na subestação envolvida. No entanto, depois de o equipamento sofrer
manutenção, ou sempre que as conexóes sejam desfeitas, o operador do sistema deverá
certificar-se de que as verificações de seqüência de fase foram feitas novamente, antes de
tentar recolocar o equipamento em serviço. Nesta discussão admitir-se-á que as
seqüências de fase estão sempre corretas.

Quando uma unidade geradora é colocada em paralelo com um sistema, a inércia


da máquina é normalmente muito menor do que a do sistema. Além disto, a velocidade e a
tensão da máquina podem facilmente ser alteradas no sentido de se ajustar com a tensão e
velocidade do sistema.

A fim de que um operador possa observar as condições de sincronismo, são


instalados sincronoscópios, lâmpadas de sincronização e voltímetros, tanto para a máquina
quanto para o sistema. Um sincronoscópio é um dispositivo que produz um campo girante
proporcional à diferença de velocidade entre a máquina em consideração e o sistema. Ele é
construído de forma que a diferença angular de fase t indicada no mostrador do aparelho.
Conseqüentemente, quando a máquina está em fase com o sistema com o qual irá ser posta
em paralelo, ou quando os dois sistemas estão em fase, o ponteiro do sincronoscópio
permanece na posição correspondente ao deslocamento angular zero. As lâmpadas de
sincronização são conectadas entre os transformadores de potencial da máquina ou sistema
a ser posto em paralelo e os do sistema em operação, e indicam a diferença de tensão entre
as partes. Tais lâmpadas podem ser ligadas de forma a permanecer acesas ou apagadas,
quando existir a condição de concordância de fases. As conexóes simplificadas de um
sincronosc6pio'e das lâmpadas de sincronização são mostradas na Figura 15.

Se a m6quina mostrada na Figura 15 estiver girando a uma velocidade inferior à


síncrona, mesmo que a chave de sincronização seja fechada exatamente no instante em que
o sincronoscópio mostre a máquina estar em fase com o sistema, haverá um fluxo de
energia do sistema para a máquina, no sentido de acelerá-la ate atingir a velocidade
síncrona. Se a diferença de velocidade é significativa, a máquina poderá ser danificada,
24 OpernçAo de Sisremns cle Porência

A B C

CHAVE DO
PARALELISMO
2 3
W
a
W +
C) cn
V>

O
dII:
2

Figura 15 Diagrama simplificado dosdispositivos de sincronização. As tensões da máquina e da barra


são reduzidas a níveis adequados aos instrumentos, por meio de transformadores 'de
potencial. Os voltímetros VI e V2 servem para indicar a tensão da máquina e da barra do
sistema. As lâmpadas, como conectadas no diagrama. estarão apagadas, quando as condiçóes
de igualdade de fase existirem e piscarão a uma taxa igual à da diferença de freqüência, se a
velocidade da máquina for diferente da síncrona. O sincronoscópio indicará a diferença de
fases e girará em uma ou outra direção, dependendo de a máquina estar girando acima ou
abaixo da velocidade síncrona.

visto que pesadas correntes circularão em seus enrolamentos para désenvolver o


conjugado motor capaz de produzir a aceleração requerida. Quanto mais próximas estejam
as velocidades ou frequências da máquina e do sistema, menor será a perturbação quando
a chavc de sincronização for fechada, admitindo-se naturalmente que já exista adequada
indicação no sincronoscópio.

Se a máquina estiver com velocidade um pouco maior que a síncrona e se a


chavc de sincronização for fechada quando o sincronoscópio indicar uma concordância de
fase, cxistirá um fluxo de energia da máquina para o sistcma a fim de retardá-la até à
velocidade síncrona. Novamente, a quantidade de fluxo de energia é proporcional à
diferença de velocidades ou frequências.

Se a máquinp estiver com velocidade síncrona e existir indicação de diferença de


fases no sincronoscópio no momento em que a chave é fechada, pesadas correntes
circularão, seja para acelerar ou para retardar a máquina, de forma a ficar coerente com as
- condições de fase do sistema em operação.
Transferência de energia 25

O objetivo de ajustar a velocidade e a posição de fase quando da realização de


paraielismo de uma máquina com um sistema, ou entre sistemas, C garantir que haverá
reduzida ou nenhuma transferência de energia entre as partes envolvidas, no instante em
que a chave de paralelismo é fechada.

A razão de existência de circulação de corrente entre máquina e sistema, ou


entre dois sistemas, quando a chave de sincronização é fechada existindo uma diferença de
fases, está ilustrada no diagramavetoriai da Figura 16.

Figura 16 Diagramas vetoriais de tensões para as condições da msquina em relação ao sistema em


operação. (a) Em fase. As tensões da máquina e do sistemaem operação são iguais e em fase,
que são as condições corretas para o paralelismo. Se a chave de sincronização for fechada
sob esta condição não haverá perturbação; (b) máquina defasada em atraso. Se a maquina
está defasada em atraso, em relação ao sistema, as tensões do sistema e a diferença de tensão
resultante provocarão um fluxo de corrente do sistema para acelerar a maquina, a fim de
corrigir sua posição de fase, e levando-a para sua posiçáo correta; (c) máquina defasada em
avanço. Se a maquina está em avanço, com relação ao sistema, a diferença de tensão
provocará circulação de corrente de máquina para o sistema, a fim de levá-la para a posição
correta de fase.
' !
, . 26 0pe.ração de Sistemas de Potência

Deve ser salientado que se as tensões não se igualarem no momento em que a


chave de sincronização for fechada, ,existir8 um fluxo de reativo do sistema para a
máquina se a tensão do sistema for maior, ou da máquina para o sistema se a tensão da
máquina for a maior. Ainda que seja desejável a igualdade das tensões, C muito mais
importante compatibilizar a velocidade (freqüência) e a sequência de fases.

Problemas similares ocorrem quando C feito o paraleiismo entre sistemas, visto


que as inércias envolvidas podem ser muito maiores do que no caso de paralelisino entre o
sistcma e a máquina. Se a frequência e sequência de fases não estiverem cuidadosamente
igualadas, poderão surgir correntes excessivamente altas com ocorrência de possíveis
tlnnos. Dcslocamcntos angularcs quc são pcrfcitarncntc tolcrávcis no paralclismo de uma
máquina com o sistema podem, no entanto, causar a operação da prote~ãoou danos no
equipamento, no caso de dois sistemas serem postos em paralelo. A energia se deslocará
do sistema em avanço para o sistema em atraso e tenderá a acelerar o sistema atrasado e
desacelerar o adiantado. A grande diferença de inCrcia fará a corrente circulante ser muito
maior, ou então, que um fluxo excessivo permaneça por muito mais tempo do que quando
se põe em paralelo o sistema com uma simples unidade. Em qualquer dos casos, haverá
possibilidade para dano do equipamento ou desacoplamento do sistema, e por isso devem
ser feitos ajustes precisos da frequência e sequência de fases para que se tenha um paralelo
bem-sucedido nos sistemas.

Um outro problema no paralelismo entre sistemas C que o ponto de interligação


é normalmente distante dos pontos de geração. Conseqüentemente, os ajustes de frequên-
cia devem ser feitos por meio de ordem telefônica às usinas geradoras ou por equiparnento-
de controle remoto. Ainda que a freqüência de ambos os sistemas esteja muito próxima de
60 Hz, pode-se levar um tempo consideravelmente maior para se obter a sequência de fa-
ses correta para o sincronismo do que no caso do paralelismo de uma única máquina com o
sistema. Normalmente, o paralelismo C feito em usinas com operadores onde se dispõe de
sincronoscópio. Se o ponto de paralelisrno não dispuser de tal equipamento, deve ser
fornccidn a indicação rcrnota de sincronismo ao operador do sistema.

Atualmente, os equipamentos automáticos disponíveis não são bastante precisos


para permitir a sincronização automática entre grandes sistemas mas, rio entanto, têm
ocorrido algumás aplicações destes dispositivos para esta finaliaade. Deve ser observado
que os religadores automáticos dos dispositivos de verificação de sincronismo devem estar
bloqueados quando do paraleiismo entre grandes sistemas. Com as pequenas diferenças de
frequência que podem existir entre sistemas, a temporização do relC de verificaçáo de
sincronismo deve
.. permitir o fechamento dentro dos limites de ângulo de fase
(normalmente f 300) mesmo que exista um ângulo de fase entre sistemas que seja
inadequado para permitir um paralelismo bem-sucedido.
Transferência de energia 27

Um outro problema que requer a atenção do operador C a execução do


paralelismo envolvendo sistemas com longo anel de transmissão. Tal situação é ilustrada
na Figura 17.

Em casos como o ilustrado na Figura 17, se o anel é fechado com uma grande
diferença angular, o ângulo será imediatamente reduzido a zero, e os ângulos de potência
das máquinas próximas ao ponto de sincronismo podem ser submetidos a um drástico
ajustamento, o que pode resultar em sua danificação.

CHAVE

Figura 17 Diagrama de um sistema em anel longo. O ângulo de potência existente através da chave ser6
afetado pela geração e pelas cargas A e B. Um ângulo máximo de potência existirá se o
gerador A ou B assumir a carga total A e B. L'm ângulo mínimo ou zero existirá se a geração
em A assumir a carga A, e a geraçáo em B assumir a carga B.

O ângulo existente no ponto de fechamento pode ser ajustado alterando-se a


. .
geraçáo com atuação nas máquinas próximas a este ponto. Em tais casos, a geraçáo das
máquinas do lado em avanço é reduzida, enquanto a das máquinas do lado em atraso 6
aurnentadn, atC que o ângulo seja reduzido a um valor tal que o fechamento possa ser feito
com sucesso e segurança.
28 Operaçüo de Skternas de Potência

Deve ser novamente observado que estes ajustes afetam o Iliixo dc potencia dos
sistemas envolvidos, mas isto pode ser reajustado, até certo ponto, depois cliie o anel é
fechado.

Um outro método de efetuar o fechamento de um anel consistc cm seccioná-10


convenientemente, e depois fazer o fechamento final em um local onde o ângulo tio ponto
de abertura seja mínimo.

Em gcral, quando sincronizamos m5quinas ou colocamos sistcnias em paralelo, é


(Icse.j<ivclum mínimo de transferência de potência no momento de fechamento do paralelo.
Ap6s o fcchnmcnto da cliave, a transferência de energia se dará, seja pclo fornecimento de
-
energia mecânica pela máquina motriz ao gerador, seja pelo sistema com ângulo de
potência em avanço. Com o crescente número .de interligações entre sistemas, o
paralclisrno esta se tornando do maior interesse para os operadores e, na medida em que
estes sistemas se vão tornando maiores, os requisitos para um paralelismo correto
tornam-se mais rígidos.

Problemas

1. A distinção usual entre linhas de transmissão e de distribuição é:


a ) A quantidade de corrente transportada pelas linhas;
h) A tensão dc operagão;
r ) O diâmetro dos condutores.

2. Se a carga de um gerador isolado é aumentada, sem que se aumente a energia suprida


à sua máquina motriz:
( r ) O gcrí~dorscrá tlcsiicclcrndo;

3 h) O gcrndor scrá acelerado;


C) A tensão do gerador aumentará;
?
(i) A corrente de campo do gerador aumentará.

;,, 3. Quando dois geradores de corrente contínua são operados em paralelo e a corrente de
campo de um deles C aumentada, este:
a ) Assumirá menos carga;
h) Acelerará;
- c ) Assumir5 maior parte da carga;
d) Aquecerá.
Transferência de energia 29

i. 4. Quando dois geradores de corrente alternada sáo operados em paralelo, e a corrente


de campo de um deles 6 aumentada, este:
a) Assumirá a maior parte da carga;
b) Acelerará;
C ) Causará um fluxo de reativo entre as duas máquinas;
6) Assumirá menor porção de carga.

a 5. Variações na divisão de carga entre geradores de corrente alternada em paralelo são


realizadas por meio de:
a) Ajuste dos reguladores de tensão dos geradores;
b) Variação da energia fornecida às máquinas motrizes dos geradores;
c) Redução da freqüência do sistema;
6)Aumento da freqüência do sistema.

6. Quando a eneraa fornecida à máquina motriz de um gerador síncrono que opera em


paralelo com outro gerador C aumentada, o rotor do gerador:
a) Aumentará sua velocidade média;
b) Ficará retardado com relação ao campo girante do estator;
C ) AvançarA com respeito ao campo girante do estator.

7. Um gerador de corrente alternada opera com 100 A de corrente de campo. Se a


corrente de campo for aumentada para 125 A, com a mesma carga nas máquinas, ele:
a) Será menos apto para sair de sincronismo;
b) Será mais apto para sair de sincronismo;
c) OperarA com novo ângulo de conjugado;
6) Sobreaquecerá.

8. A diferença angular que ocorre entre os terminais das iinhas de transmissão em


corrente alternada é devida k
a) Reathcia das linhas;
b) Resistência das linhas;
c) Tensão de operação das linhas;
4 D i h e t r o do condutor.

9. Uma linha de transmissão está operando, para uma determinada carga, com
defasagem de 80" entre os terminais da linha. Se a carga for repentinamente
aumentada, o deslocamento angular:
a ) Diminuirá; c).Nãoserá afetado;
b) Aumentari; 6 ) Se tomará zero.
30 Operação de Sistemas de Potência

10. Quando a energia C transferida entre dois sistemas de potência, a energia circulará a
partir do sistema com:
a ) Maior ângulo de potência, em avanço;
b) Menor ângulo de potência, em atraso;
C ) Maior nível de tensão.

11. Dois sistemas de potência A e B estão operando em paralelo. Se o sistema A aumenta


sua geração para fornecer 100 MW ao sistema B, qual será o efeito se o sistema
B não reduzir simultaneamente sua geração?
a) A freqüência diminuirá; c) A freqüência aumentará;
b) A freqüência não variará; 6)A tensão do sistema B aumentará.

12. Quando se põe em paralelo uma unidade geradora e um sistema de potência, se o


sincronosc6pio indicar que a máquina tem velocidade menor que o sistema:
a ) A corrente de campo deve ser aumentada;
b) A energia da máquina motriz deveria ser um pouco aumentada;
C) A energia da máquina motriz deveria ser um pouco reduzida;
6) A chave de sincronização deveria ser fechada logo após indicação da diferença de
ângulo de fase ser igual a zero.

13. O sistema A deverá ser posto em paralelo com o sistema B. O sincronosc6pio na


chave de paralelismo está estacionário, com o sistema A em atraso de 90' com relação
ao sistema B. Então:
a) O sistema A deverá aumentar um pouco sua velocidade e ter a chave de,. * "

sincronização fechada quando a diferença de fases entre sistemas C próxima de


zero;
h) Ambos os sistemas deverão ajustar um pouco a velocidade e retornar h velocidade
noimal quando o sincronoscópio mostrar ângulo de fase zero 'entre sistemas;
c ) O sistema A deverá aumentar sua tensão;
c!) Os sistemas A e B deverão aumentar um pouco a velocidade.
. -.

-
14. Deseja-se fechar um anel longo, como indicado na Figura 17. O sincronosc6pio indica
que o lado do sistema A está 60° em avanço com relação ao lado do sistema B. A fim
de se reduzir o ângulo atrav6s da chave:
a ) O sistema A deverá aumentar a geraçáo e o sistema B reduzi-la;
b) O sistema B deverá aumentar a geração e nenhuma ação deverá ser tomada pelo
-
sistema A;
C ) O sistema A deverá reduzir a geração e o sistema B aumentá-la;
6)O sistema B deverá aumentar sua tensão.
FLUXO DE REATNOS

No Capítulo 1 mostrou-se que quando a corrente e a tensão não estão em fase, o


produto destas duas grandezas C expresso e& volt-ampères (VA). A potência ativa em um
circuito C o produto da corrente, vezes a tensão, vezes o co-seno do ângulo entre corrente
e tensão, no caso monofásico, ou seja:

Potência Ativa = P = E1 . cos 0 (cos 8 = fator de potência) (Figura 6Q)

Ou, no caso trifásico:

Potência Ativa = P = AEI


. cos 8
A potência reativa no caso monofásico serã:
Potência reativa = Q = E1 . sen 8

Ou, no.caso trifásico:


Potência reativa = Q = AEI.
sen 0

PERDAS DEVIDAS AO REATIVO

A potência reativa em VAr (volt-ampères reativos) em um sistema elt?tricm de


corrente alternàda sempre causa um aumento de corrente que resulta no aumento das
perdas. Isto ser6 mostrado a seguir.

Todas as linhas de transmissão e distribuição contêm resistência, indutância e


capacitância. A corrente que circula através da resistência estã em fase, e o produto da
32 Operação de Sistemas de Potência

corrente pela queda de tensão na resistência representa uma perda de potência no


condutor.

Perda de potência (watts) = E (queda de tensáo) x I (corrente de linha)

Como, pela Lei de Ohm:

Perda de potê'ncia = I x R x I = I ~ R
(watts)

Desta relação pode-se facilmente verificar que, duplicando-se a corrente em um


circuito, resulta urna perda de potência quatro vezes maior. Em um circuito com fator de
potência 0,5, a corrente será o dobro da que circularia caso o fator de potência fosse
unitário. Em linhas com cargas pesadas as perdas devidas ao fluxo de reativos podem
tornar-se muito significativas. Além disto, devido ao aumento de corrente em um circuito
com fluxo de reativos, a queda de tensão na resistência da linha é maior do que sena sob
fator de potência unitário.

Em uma linha de transmissão de corrente contínua, a tensão no terminal


receptor é sempre menor do que a tensão no terminal transmissor, sendo essa diferença
determinada pelo produto da corrente pela resistência da linha. Esta relação é a seguinte: a
tensão no terminal receptor é igual à tensão no terminal transmissor menos a queda de
tensáo na linha, sendo esta igual à corrente de linhas vezes a resktência da linha. De forma
matemática:

Onde: ER = tensão no terminal receptor (carga)


ES = tensão no terminal transmissor (fonte)
I = corrente da iinha
RL = resistência da linha

O caso da corrente alternada C muito mais complexo. A indutância de uma linha


é distribuída por todo o seu comprimento, e existe capacitância entre os condutores e
FIwz> de reativos 33

também entre os condutores c a terra. A capacitância é também distribuída ao longo da


linha. ASSA,-em uma linha com comprimento apreciável, e mesmo com uma carga de
fator de potência unitário, é necessário um fornecimento de reativo capacitivo para suprir
a corrente de carga capacitiva (ou em vazio) da linha. O valor dessa corrente capacitiva C
determinado pela reatância capacitiva da linha e ela sempre está em avanço com relação à
tensão. Por outro lado, quando a corrente circula atravCs da M a , do terminal transmissor
para o receptor, também encontra uma reatância indutiva.

No caso de cargas leves, a corrente capacitiva pode exceder a corrente de carga,


e a linha operará com fator de potência em avanço com relação ao terminal. transmissor.

O produto da corrente vezes a reatância capacitiva, da corrente vezes a


reatância indutiva, e da corrente vezes a resistência de linha produzem quedas ou
elevaçóes da tensão. Como estes produtos se somam vetoriaimente pode-se ter a tensão no
terminal receptor (carga) maior do que a no terminal transmissor. Quando a corrente de
carga aumenta, a queda de tensão através da reatância indutiva-série aumenta, enquanto a
corrente capacitiva permanece constante. Conseqüentemente, para uma determinada car-
ga, as componentes indutiva e capacitiva são iguais, e para qualquer aumento da carga, a
queda na reatância indutiva excederá o efeito da reatância capacitiva. Nestas condições, a
queda na linha excederá aquela que existiria se somente a resistência estivesse presente.

Como conseqüência da indutância e da capacitância da linha, uma linha de


transmissüo sempre requer um suprimento de reativo, que pode estar em avanço, em
condições de carga leve ou em atraso, em condições de carga pesada.

No terminal receptor de uma linha, o fator de potência é inteiramente


determinado pelo fator de potência das cargas ligadas à linha, incluindo os transfor-
madores de subestaçóes, que são indutivos e requerem reativo em atraso. Se a carga tiver
fator de potência diferente da unidade (não puramente resistiva), será requerido um
suprimento adicional de reativo. Com cargas pesadas e baixo fator de potência, os
requisitos de reativos (VAr) podem igualar ou exceder os requisitos da carga (watt).

COMPENSAÇÃO DE REATIVOS

Vários métodos são utilizados para suprir a necessidade de reativos em um


sistema elétrico. Compensadores ou geradores shcronos podem suprir reativos em avanço
(capacitivos) ou em atraso (indutivos). Capacitores podem ser conectados em paralelo com
as cargas, suprindo reativo em avanço, para compensar o fator de potência em atraso de.
34 Operaçáo de Sirtemas de Potência

motores ou outros equipamentos indutivos, bem como nos barrarnentos de subestações


para compensar os requisitos de reativo em atraso dos transformadores e das linhas.
Capacitores são também instalados nas linhas de distribuição, para compensar os requisitos
de reativo dos consumidores. Muitas dessas instalações são automaticamente comandadas
de modo que os capacitores são conectados à linha somente quando necessário.

Capacitores são, às vezes, conectados em s6ne na linha. Em tais casos a corrente


atravEs dos capacitores-série varia com a variação da corrente de carga e a elevação de
tensão no banco capacitor-série (IXC) possibilita eliminar a queda de tensão resultante da
rcatAncia indutiva-série (IXL) da linha. AICm de reduzir a regulação de tensão de uma
linha, o uso de capacitores-série pode substancialmente aumentar a estabilidade da linha,
pela redução do ângulo de fase entre os terminais transmissor e receptor.

Como anteriormente mencionado, durante as condições de carga leve, em uma


linha longa, a tensão no terminal receptor pode exceder a tensão no tenninal transmissor e,
em alguns casos, toma-se excessiva, conforme será discutido com maiores detalhes no
Capítulo 11. Para compensar estas condições, reatores em derivação são instalados nos
barrarnentos das subestaçóes ou no enrolamento terciário de bancos de transformadores.
Ao absorverem as correntes em atraso, os reatores em derivação compensam diretamente
as correntes em avanço, devidas ao efeito da corrente capacitiva da linha.

Capacitores-sCrie e em derivação e reatores em derivação são manobrados nos


circuitos em forma de degraus (blocos), quando necessário, para satisfazer aos requisitos
do sistema sob as condições de carga existentes.

A manobra desta fonte de reativo pode ser tanto manual quanto automática. Se
taisdispositivos são dcixados permanentemente cm operação, eles podem prejudicar em
vez de melhorar as condições de tensão.

Compensadores c geradores síncronos, como observado, podem suprir tanto


reativo cin avanço quanto em atraso, simplesmente ajustando-se a corrente de campo.
Compensadores síncronos são motores síncronos sem ter uma carga mecânica conectada.
Estas máquinas podem normalmente atingir seu valor nominal no fornecimento de reativo
em avanço (operação sobre-excitada), ou atingir 50% a 80% de seu valor nominal ao
absorver reativo em atraso (operação subexcitada). Ainda que existam presentemente
muitos compensadores síncronos instalados, a atual tendência de instalação destes
equipamentos C menor, tendo em vista que fontes equivalentes de reativos, tais como
capacitnrcs estdticos e reatores-shunt, podem ser adquiridos com menor custo. Além
disto, náo C necessária a manutenção para os dispositivos estáticos.
, Fluxo de reativos 35

GERADORES COMO FONTE D E REATIVOS


Provavelmente, a maior fonte de reativo controlável disponível para o operador
do sistema 6 o próprio equipamento de geração. Muitas máquinas são especificadas com
fator de potência diferente do unitário, por exemplo, 0,8. Isto significa que a potência
(MVA) nominal de um gerador de 100 MW equivale a 125 MVA. Admitindo-se que não
existem limitações, tais como tensão máxima ou mínima de barramento, a máquina será
capaz de suprir 75 MVAr a plena carga, sem exceder seus MVA nominais. Quando um
gerador está alimentando uma carga, a sua operação em avanço (subexcitado~para
absorver reativo em atraso pode ter limitações porque, com excitação reduzida, o ângulo
de potência alimenta e a máquina pode sair de sincronismo. O valor com que um gerador
pode operar em kubewitado)-é determinado, em grande parte, pelo tempo de
resposta do controle de tensão do campo. Máquinas modernas, com sistemas de controle
eletrônico de tensãd, amplidines etc., podem operar em avanço, com baixa excitação, com
muito maior' grau de segurança do que seria possível com máquinas equipadas com
reostatos ou com outros sistemas de controle de campo relativamente lentos.

Antes de encerrar o tema de suprimento de reativo por parte do equipamento de


geração, pode-se tabular a disponibilidade de potência reativa (VAr) para vários fatores
de potência em um gerador com carga de 100% MVA:

FATOR DE POTÊNCIA MW% MVAr %

1 ,o0 100 O
0.95 95 30
0,90 90 43
0,85 8.5 53
0,80 80 60
0.75 75 66
0,70 70 70
0,65 65 76
0.60 60 80

FLUXO DE REATIVOS DEVIDO A TENSÓES DESEQUILIBRADAS


Outro fator afetando o fluxo de reativos em um sistema de potência é a relação
de transformação dos enrolamentos dos transformadores nas subestações de um sistema
36 Operação de Sistemas de Potência

interligado.. A seleção adequada dos tapes dos transformadores pode reduzir


'
substan-
.--_ --/----y
ciahnente.. fluxo-indesejável de ..-.reativos. Por exemplo admitamos duas subestaçoes .
.
.-L

supridas
...-~ .. . ..
pela
. -.~
mesma
-
linha de
~-
transmissão em dta-tensão, e
--
operadas em paralelo no lado
do secu@l~,Se os tapes do transformadorde uma das subestações (A) são ajustados
--

para uma tensão secundária mais d t a (relação de espiras mais baixa) do que na outra
subestaçáo (B), então um fluxo reativo circulará a partir daquela subestaçáo com maior
tensáo, com um valor suficiente para causar uma queda de tensão na unpedância da linha
que interliga os secundários, tal que as tensões de linha e de barrarnento sejam iguais nas
subcstações de menor tensão. Isto C ilustrado na Figura 18.

Ilcvc-sc obscrvar quc o controlc do fluxo dc rcativo 6 gcralmeiitc um problcnia


local, em contraste com o controle do fluxo de potência, que é um problema do sistema.
Devido aos numerosos fatores interagentes, incluindo tapes do transformador,
capacitores, reatores, controle de tensão do gerador, e geração de reativo na linha de
transmissão, o não atendimento dos requisitos de reativo em uma área pode resultar em
baixa ou alta tensão naquela área, mas tendo reduzido efeito nas partes remotas do
sistema. Devido à diversidade de problemas, o aspecto econômico do controle automático
de tensão e reativos, conquanto seja possível, pode ser muito oneroso sob o ponto de vista
.de equipamentos de controle.

PARA
GERAÇAO

RELAÇAO SUBESTAÇ~O
A SUBESTAÇAO i3
EHV = 200kV EHV = 200kV
ELV = 1 00kV ELV = 95kV

EQUEDA = IXL = 5kV

PARA CARGA ' , L--C .var=I2X~/FASE PARA CARGA

Figura 18 Diagrama unifilar mostrando o fluxo de reativo devido a tensões desiguais nos barramentos
secundários das subestaçí>es conectadas em paralelo. Uma componente reativa da corrente
circulará da subestação A (aquela de maior tensáo) para a subestação B, limitada pela
reatância do circuito, com um valor capaz de causar uma queda de tensáo IXL igual
diferença de tensão entre as duas subestaçóes. O quadrado desta corrente vezes a reatância de
linha será o fluxo de reativo resultante da diferença de tensáo. Em um sistema trifásico, O
reativo total será 3r2Xk
F l u o de reatiws 37 --
Z

Sumário
Os itens seguintes sintetizam a precedente discussão sobre os fluxos de reativos:

1. A potência reativa é requerida em um sistema elétrico devido às reatâncias indutiva e


capacitiva das linhas e equipamentos do sistema, bem como das cargas dos
consumidores.

2. A potência reativa em excesso para atender os requisitos do sistema representa um


incremento de perda de potência.

3. As fontes de potência reativa podem ser usadas para limitar os fluxos de reativos
devidos às cargas com baixo fator de potência, bem como para controlar as tensões nos
barramentos das subestaçóes.

. 4.. O equipamento de geração, adequadamente operado, pode ser usado para suprir a
maior parte dos requisitos de reativos de um sistema.

5. A apropriada seleção dos tapes dos transformadores em subestações' interligadas -


minimizará o fluxo de reativos entre as subestações.

-
Problemas
1. A potência em um circuito monofásico de corrente alternada C o produto de:
a) Tensão vezes a corrente do circuito;
b) Tensão vezes a corrente, vezes o co-seno do ângulo entre tensão e corrente;
c) Tensão vezes a corrente, vezes o seno do ângulo entre tensão e corrente.
I

. 2. Quando existe um fluxo de reativo, as perdas são:


a) Reduzidas;
b) Não alteradas;
C) Aumentadas.

- 3. Em um circuito com carga leve, e com comprimento tal que a reatância capacitiva seja
apreciável, a tensão do lado receptor:
I
a ) É sempre menor que a tensão do lado transmissor;
b) Pode exceder a tensão do lado transmissor;
c) É sempre igual à tensão do lado transmissor.
38 Operação de Sktemas de Potência

4. Por que uma linha de traiismissáo em corrente alternada requer um fornecimento de


reativo?

5. Em uma linha de transmissão de alta-tensão, longa, para a condição de carga pesada, a


compensação de reativo pode ser suprida pela instalação de:
a ) Reatores indutivos-série;
h) Capacitores-sErie;
C) Reatores indutivos em derivação.

6. Quando geradores ou compensadores síncronos são usados para suprir reativ'o, o


rcativo cni avanso será produzido pelo:
a) Aumento da corrente de campo (excitação);
h) Rcduçáo da corrente de campo (excitação);
C) Aumcnto da velocidade das máquinas.

7. a) Com um gerador de 100 MVA, operando com fator de potência de 85% em avanço,
quantos MVAr serão produzidos?
O ) Para qual carga, em MW, deverá a máquina ser limitada a fim de que seus MVA
nominais não sejam ultrapassados?

8. O reativo C caracterizado pelo fato de sempre circular:


n ) Dos pontos demenor para maior tensão;
b) Sem ser afetado pelas tensões dos terminais de linhas;
C) DOSpontos dc maior para mcnor tcnsno.

9. No circuito mostrado na Figura 18, admita que existem 100 A circulando no circuito de
100 kV cntre as subestaç6e.s A e B. Determinar:
n ) A reatância indutiva (X L) por fase do circuito;
h) O total dc reativos (kVAr) suprido ao circuito nn subestaçáo A.
A operação de sistema requer supervisão permanente visando à segurança do
pessoal, do equipamento, e à continuidade do serviço, sem interrupção, aos usuários da
.
empresa de energia elétrica, com o menor custo possível. O problema do suprimento de
-
energia elétrica a baixo custo é influenciado por itens tais como: eficiência do equipamento
de geração, custo da instalação e custo do combustível para as usinas termoelétricas. Os
fatores envolvidos no custo de produção podem ser divididos em furos e variáveis.

CUSTOS FIXOS
Os custos fixos incluem os investimentos de capital, os juros sobre empréstimos, -
os salários, taxas, e outras despesas que são independentes da carga no sistema. Os
, responsáveis pela operação direta do sistema têm pequeno controle sobre estes custos.

-
Custos variáveis são aqueles afetados pelo carregamento das unidades geradoras
com diferentes taxas de combustível ou água, pelo controle das perdas causadas por fluxos
de reativos, pela combinação da operação de geração hidráulica e térmica para atender os
requisitos diários de carga e pela compra e venda de energia. Estes custos são
substancialmente controlados pelos operadores do sistema. Este capítulo discutirá os
-s

fatores da operação do sistema que podem ser controlados bem como os métodos usados -

para garantir que a energia gerada para atender a carga seja sempre produzida a um custo .

mínimo. A economia a ser alcançada pela operação adequada das fontes de energia pode
ser significativa e atingir valores diários elevados para os grandes sistemas elétricos.
40 Operação de Sistemas de Potência

Muitos sistemas têm diversas fontes alternativas de energia elétrica, tais como
usinas termelétricas convencionais,. nucleares, hidráulicas, de turbinas a gás, e também
fontes externas onde a energia pode ser comprada. O problema iundamental t a
determinação, a cada momento, da combinação exata entre as fontes e respectivas cargas
- de modo a resuitar no custo de produção global mínimo.

O combustível usado para as usina. térmicas pode ser gás natural, 61e0, material
niiclcar, ou carvão, com custos diferenciados e variáveis entre si. Além disto deve ser
--
incncionado que a carga em um sistema varia constantemente. I'or esta razão o problema
. clc opcraçáo econômica deve ser frequentemente reavaliado e, se necessário, a alocação
.. das cargas entre as diversas fontes de energia dcve seguir um reajustamento constante de
forma que os desvios da condição de operação mais econômica sejam sempre'minirnizados.

A disponibilidade de água para a geração hidráulica pode ter diferentes valores a


cada instante e, assim, o uso dessa energia deve estar integrado no suprimento do sistema a
fim de resultar no menor custo global.

O intercâmbio de energia entre sistemas interligados pode também ser vantajo-


samente aproveitado para minirnizar os custos de combustível quando existirem diferenças
significativas nos custos de geração entre estes sistemas.

Devido às diferentes características de cada tipo de fontes de energia, cada uma


delas será considerada individualmente. Esforços serão desenvolvidos para determinar as
bases dos procedimentos usados visando atingir a economia global, quando os diferentes
tipos de fontes de energia são utilizados simultaneamente. Inicialmente serão discutidas 9.-
-
bases para as usinas térmicas convencionais.

Um princípio físico bem estabelecido indica que, na medida em que crescem as


- diferenças de temperatura e pressão entre as entradas e saídas de um equipamento
térmico, tal como uma turbina a vapor, mais energia mecânica será desenvolvida para uma
mesma quantidade de energia ttrmica fomecida ao equipamento. Esta C a razão básica
para o uso de pressões e temperaturas cada vez mais elevadas nas modernas unidades
geradoras a vapor. A eficiência global das unidades tCrmicas é determinada medindo-se a
entrada de calor e a saída de energia elétrica e expressando-se os resultados para as várias
cargas sob forma de uma relação ou taxa. As curvas são chamadas de entrada-saída
Operação econômica 41

(input-output) e podem ser traçadas através dos resultados obtidos nos ensaios, sendo a
energia de entrada expressa em Btu (unidade térmica britânica), barris equivalentes de .
petróleo (Rep), ou milhar de pés cúbicos (Mcf) de gás. A energia será indicada em
quilowatts ou megawatts. A característica primordial destas curvas é que o consumo de
combustível cresce quando aumenta a saída de energia elétrica, mas não necessariamente
de forma linear. Tal curva é mostrada na Figura 19.

Figura 19 Curva de entrada-saída típica de uma unidade temelbtrica. A entrada pode ser expressa em
Btu, barris equivalentes de petróleo ou Mcf de gás (um barril equivalente de petróleo tem
.-
6.250.000 Btu, e um Mcf de gás pode variar, dependendo da fonte, mas é usualmente
próximo de 1.000.000 (Btu)).

Para cada unidade geradora são desenvolvidas curvas semelhantes. A partir


delas pode-se facilmente observar que as unidades mais eficientes desenvolvem uma
determinada quantidade de energia com menor consumo de combustível do que ocorreria .-

no caso de unidades de mais baixa eficiência. A primeira e óbvia conclusão C de se


despachar (carregar) primeiro as unidades mais eficientes para s6 depois despachar as
menos eficientes. Esta seria, naturalmente, melhor soluçáo do que despachar inicialmente
42 Operação de Sistemas de Potência

-
as unidades de baixa eficiência. A solução desejada C despachai as unidades disponíveis
para obter-se a energia solicitada sob menor custo possível. As técnicas para resolver este
- problema já foram desenvolvidas e estão tendo aplicação geral na indústria.
-
Consideremos, por exemplo, duas unidades t6nnicas A e B, de 100 MW cada,
cujas curvas de entrada-saída estão mostradas na Figura 20.

Figura 20 Curvas de entrada-saída para duas unidades térmicas típicas. Mesmo que o consumo de
combustível a vazio da unidade B seja maior do que o da unidade A , para cargas acima de 40
MW a entrada de energia ttrmica para a unidade B 6 menor do que 6 necess5no para
a unidade A.

TAXA OU RAZÃO INCREMENTAL


Pode ser demonstrado matematicamente que o consumo mínimo de combustível,
para uma dada carga de duas mAquinas, ocorrerá quando elas estiverem operando com
taxas incrementais iguais de calor. Como o combustível tem um custo, tal como centavos
Operaçüo econômica 43

por Btu, dólares por barril equivalente, ou centavos de dólar por Mcf, a afirmativa
anteriormente feita pode ser modificada para expressar que "o custo mínimo ocorrexá
quando os custos incrernentais sáo iguais".

O termo "incremental" significa simplesmente um pequeno aumento.


Naturalmente, quanto menor o incremento (aumento), mais precisa é a determinaçáo da
variação incremental. Uma taxa incremental é definida pela inclinação de uma curva
medida entre dois de seus pontos. Exemplos de determinação de taxas incrementais estão
mostrados na Figura 21.

Figura 21 Curva mostrando a determinação de variações incrementais. Para uma pequena . . parte da
curva pode-se consider5-la como uma linha reta. Os incrementos no eixo dos X, neste caso,
são de 10 a 20 entre os pontos 2 e 3, e de 30 a 40 entre os pontos 4 e 5. Seguindo-se a curva
entre os pontos 10 e 20, no eixo dos X, ter-se-á valores de 6 a 8 no eixo dos Y. A inclinação
desta porção da curva C a relação das diferenças, ou seja, (8 - 6) : (20 - 10), que 6 igual a ..
2110 = 0,2. Seguindo-se a curva de 30 a 40 no eixo dos X, ter-se-á, igualmente, 14 a 22, no'
eixo dos Y. A inclinação então é (22 - 14) :(40 - 30), que C igual a 81 10 = 0,8. Este m6tod0,
usando incrementos cada vez menores at6 que tendam a zero, é a base do cálculo diferencial.
Para. fins práticos de determinaçáo do custo incremental, um pequeno erro 6 introduzido ao
se utilizar incrementos razoavelmente pequenos. diferentes daqueles tendendo a zero.
44 Operação de Sistemas de Poté'ncia

A análise da Figura 21 mostra um metodo de determinação de taxa incrementai.


Admite-se que a curva seja constituída de segmentos lineares entre os pontos numerados,
tendo-se já calculado as taxas incrementais (inclinações) para os pontos B e D. A
inclinação em A seria '(6 - 4) : (10 - O) OU 2/10 = 0,2. No ponto C a inclinação seria
- (13-8);(30-20)0~5/10=0,5.

No ponto E a inclinação seria (36 - 22) : (50 - 40) = 14/10 = 1,4. A curva de
taxa incrementai C obtida locando-se os pontos determinados pelos cálculos anteriores,
--
corifornie mostrado na Figura 22.

"
Figiira 22 Curva mostrando a variação incremental de Y em relação aos aumentos de X, para a curva
mostrada na Figura 21.

-
Com os princípios que já foram apresentados para determinação das curvas de
taxaincrcmcntal, podc-sc usar este método para a operação dc unidades geradoras com
um custo mínimo de produção. Um procedimento para a alocação de cargas, a um custo
Operação econ6rnica 45

mínimo de combustível, entre duas unidades cujas curvas de entrada-saída são semelhantes
às mostradas na Figura 20, C indicado na Tabela 1. Visto que estarnos basicamente inte-
ressados em custos, as relações de consumo para as várias cargas serão convertidas em
dólares por hora. A taxa incremental, em d6lares por megawatt-hora, é então detennina-
da. É adotado um preço de US$0.35 por milhão de Btu.

A informação sobre a taxa incremental apresentada na tabela, para ambas as


máquinas, pode ser representada através de curvas, conforme mostrado nas Figuras 23 e
24. Se forem considerados períodos de uma hora, a escala vertical representa o custo
incremental, em dólares por megawatt-hora e a escala horizontal os megawatts, como
indicado na Figura 24.

Tabela 1 Procedimento para a determinação da alocação de carga para as duas unidades cujas curvas
são mostradas na Figura 20.

(1) (2) (3) (4) (5)


Carga Milhões Custo do combustível Custo para o Custo incremental
MW Btdh d6lareslh incremento de d6laresJMWh
[(2)x$0.35] carga d6laredh [(4) : (111

Unidade A

Unidade B

Com as informações mostradas nas Figuras 23 e 24 é possível determinar a


divisão apropriada de cargas entre as duas máquinas, de modo a obter um custo mínimo de
combustível. Admitamos que uma carga de 100 MW deva ser distribuída pelas duas
unidades. Várias combinações de carregamento podem ser feitas, mas o objetivo é suprir a
46 Operação de Sistemas de Potência
I
--
carga com um custo mínimo. A tabulação mostrada na Tabela 2 foi elaborada tomando-se
valores de pontos das curvas de custo in'cremental do combustível semelhante às mostra-
das na Figura 24, para comparar com as várias condições de carga e custos horários de
combustível, obtidos das curvas da Figura 23, onde o custo de combustível, em dólares por
hora, é indicado versu as cargas em megawatts (MW).

O 1O 20 30 40 50 60 70 80 90 1 O0
CARGA, MW

Figura 23 Curvas entrada-saida mostrando ciistos crn dólares por hor? versus carga em MW.

~a Tabela 2 pode ser visto que o custo mínimo de combustível


- (US$ 367,00/hora) ocorre quando a unidade A está despachada com 40 MW e a unidade B
. com 60 MW, a um custo incremeital de US$ 3.00 por MWh para cada máquina. Se
desejado, pode-se realizar tabulações similares àquelas da Tabela 2 para outros custos de
combustível, e o custo mínimo (taxa de combustível) será determinado coma anterior-
mente, constituindo uma prova do princípio de despacho de máquinas para iguais custos
incrementais.
,
Operação econômica 47 .

CARGA. MW

Figura 24 Curva de custo incremental para as unidades A e B.

Toma-se óbvio que, quando muitas unidades estão envolvidas, é impraticável a


solução do problema de despacho econômico por métodos manuais, porque muitas
variações de carga ocorreriam enquanto se estivesse resolvendo o problema para uma
determinada situação. Vários dispositivos foram desenvolvidos para auxiliar na solução
rápida do problema de despacho econômico, no caso de se ter várias unidades geradoras
envolvidas.

Provavelmente o dispositivo mais simples seja através de uma régua de cálculo


para despacho econômico. Em tal dispositivo, o custo incremental do combustível do
sistema é colocado na escala fixa. Elementos deslizantes (móveis) na régua são providos
para cada unidade. A calibração nos elementos móveis indica os valores de despacho das -
unidades em escala Iogarítmica. Cada um dos elementos móveis pode ser ajustado para o
custo do combustível por unidade, e um cursor móvel pode deslocar-se ao longo de todas
as escalas da rCgoa. Depois que a rCgua de cálculo C ajustada, as variações desejadas de
carga podem ser determinadas deslocando-se o cursor e lendo-se os despachos para as
unidades individuais, diretamente nas escalas, para obter-se o custo mínimo de
combustível. A régua de cálculo também dará o custo incremental do sistema, em
milésimos de dólar por quilowattlhora, ou em dólares por megawattlhora.
48 Operação de SIitemas de Potência

i
Tabela 2

Unidade A Unidade B
Custo total
Custo Custo do Custo Custo do do
Carga incremental combustível Carga iII~rtXnental combustível combustíve
do combustível do combustível
MW d6laresIMWh dólareslh MW d6lareslMWh d6lareslh dólareslh

0 1.55 73.00 1O0 4.85 365.00 438.00


10 1.75 83.00 90 4.38 322.00 405.00
20 2.10 101.00 80 3.90 280.00 38 1 .00
30 2.63 125.00 70 3.50 245.00 370.00
40 3.00 157.50 60 3.00 210.00 367.00

50 3.50 187.00 50 2.65 182.50 369.50


60 4.30 225.00 40 2.10 157.50 382.00
70 5.25 275.00 30 1.75 140.00 415.00
80 6.60 332.00 20 1.75 122.80 454.00
90 9.65 410.00 10 1.75 105.00 515.00
100 - 520.00 O 1.75 90.00 610.00

COMPUTADORES PARA DESPACHO ECONOMICO


Os computadorcs estão sendo largamente aplicados para solucionar problemas
de despacho econômico. Para esta finalidade são usados tanto os computadores analógicos
quanto os digitais, estes em número cada vez maior. A vantagem particular dos
computadores C que podem monitorar continuamente as solicitações de carga do sistema,
determinar a aiocação mais econômica de geração entre unidades, e enviar impulsos de
I
controle a fim de distribuir as cargas entre as unidades dentro dos valores desejados. O
controle via computador, adequadamente aplicado, pode atingir uma alocaçáo quase que
exata nos carregamentos das unidades para um custo mínimo de consumo de combustível.
Ao se aplicar computadores em tempo real (on line) na solução de problemas de despacho ,
!
econômico, as curvas de entrada-saída das unidades, bem como as curvas de taxa
I
incremental de combustível, são armazenadas no computador que calculará os despachos
desejados para as máquinas, usando um procosso similar aquele seguido na Tabela 2. i
Devido à alta velocidade com que os cálculos podem ser realizados em computador digital,
os problemas de despacho econômico podem ser resolvidos em intervalos de tempo muito
pequenos e, simultaneamente, o computador executa funções de controle do sistema.
Operação econ8mica 49

EFEITOS DE CUSTOS VARIAVEISDO COMBUST~VEL


Antes de concluir o problema do carregamento incremental das usinas térmicas,
mencionaremos os aspectos da variação dos custos do consumo de combustível. As formas
das curvas de entrada-saída e da taxa incremental do consumo de combustível não são
alteradas para diferentes tipos de combustíveis' ou para variações de seus custos.
Conseqüentemente, se as curvas incrementais são plotadas com o custo incremental na
escala vertical, a relação de custo do combustível a ser queimado, para o custo do .,

combustível para o qual as curvas foram traçadas, pode ser usada como um fator de
multiplicação. Este fator é empregado para corrigir as variaçóes do custo do combustível
para uma ou todas as unidades. Por este meio C possível resolver o problema do despacho
econômico para qualquer condição de custo de combustível.

Existe uma complicação adicional ao se contabilizar as perdas devidas à


transmissão de energia da geração até a carga. Isto será posteriormente discutido com
mais detalhes. No momento é suficiente estabelecer que as perdas de transmissáo podem '
-

ser avaliadas, e de fato o são, e seus efeitos usados como um fator multiplicador no custo
incremental do combustível de cada unidade, fornecendo um meio de se obter a economia
total, incluídas as perdas de transmissão.

A discussão anterior foi restrita ao despacho de usinas tknnicas convencionais a


combustível fóssil. As usinas nucleares apresentam um problema especial. Devido a vários
fatores, é normalmente desejável operar as unidades nucleares na base da carga do sistema
a plena carga durante todo o tempo. Conseqüentemente, não é necessário considerá-las
como &a fonte incremental para o sistema. No entanto, ao fornecerem uma quantidade
de energia que, de outra forma, seria suprida por unidade térmica convencional, as
unidades nucleares fazem com que estas outras unidades térmicas operem a um custo
incrementai reduzido.

Esta mesma condição acontece com as usinas geotCrmicas, que também não são
operadas incrementalmente, mas sim na base da carga do sistema.

A operaçáo de unidades hidráulicas em um sistema que também possui geração --


tCrmica constitui-se em uma extensão do problema de despacho econômico. Existem
50 Operação de Sistemas de Potência

muitas condições ligadas à operação hidráulica, tais como vazão não controlada e liberação
de água requerida para irrigação ou controle de enchentes, as quais retiram do operador
algumas das alternativas que teria' caso a água pudesse ser inteiramente usada como
desejado, para a finalidade de produc;ão de energia. No entanto, se um valor puder ser
atribuído para a água, usualmente em dólares por pé cúbico, as unidades hidráulicas
poderão ser operadas incrementalmente em conjunto com as unidades térmicas, para
atender a operação econômica global do sistema.

Por certo, o valor da água varia no decorrer do tempo, sendo menor no período
de altas vazões, durante e imediatamente após períodos chuvosos, e aumentado durante os
pcríodos de vazão baixa ou quando os reservatórios estão sendo deplecionados com taxas
de vazão controladas. Como cada pé cúbico de água que passa por uma usina hidráulica
pode desenvolver uma quantidade definida de energia, dependendo da altura de queda da
usina, a água é equivalente ao combustível, tal como gás ou óleo, para fins de produção de
energia elétrica.

Procedimentos para a operação integrada de geração hidráulica e térmica no


sistema com regime de geração a custo mínimo for* desenvolvidos e estão em pleno uso.
Este procedimento C denominado coordenação hidrotérmica.

Basicamente, em um programa de coordenação hidrotérmica. as curvas de


entrada-saída para cada unidade hidráulica são traçadas mostrando-sr, no gráfico pés
cúbicos por hora versus a carga em megawatts. A partir das curvas de entrada-saída são
obtidas as curvas de taxa incremental de água, em pés cúbicos por megawatts versus a
carga em megawatts, seguindo-se a mesma metodologia usada para usinas térmicas:

Um preço arbitrário em dólares por pé cúbico é atribuído à água.para cada


usina. Se for usada mais água, o preço dela C reduzido, e se usar menos água, seu p r q o C
aumentado. Pela adequada seleção de preços de água é que a quantidade exata de água
será usada durante qualquer período de tempo estabelecido. Nesta hipótese, as usinas
hidraúiicas então seguirão os requisitos de carregamento incremental do sistema,
permitindo obter-se o resultado desejado de custo mínimo global de consumo de
combustível.

O valor da água nos programas de coordenação hidro'térmica é normalmente


indicado pela letra grega gama ('r),para distingui-la da unidade térmica ondc o custo do
combustivel do sistema é designado pela letra grega lambda ( h ) .

A adequada integração da geração hidráulica com a térmica, para um custo


global mínimo, é bastante complexa e somente pode ser otirnizada com o uso de um
computador digital. Mesmo com um computador, o número de cálculos feitos para
Operação ecodmica 51

determinar a operação mais econômica pode ser tão grande que é requerido um tempo
considerável de computação na obtenção de uma solução correta para o problema.

Até agora a discussão tem-se centrado na determinação dos despachos a serem


programados para unidadks hidráulicas e térmicas a fim de se obter igual custo
incremental do combustível, visando um custo global mínimo da geração. Contudo, até
que as perdas na transmissão sejam consideradas, o problema está apenas parcialmente
resolvido.

Anteriormente foi mencionado que se as perdas na transmissão pudessem ser


avaliadas a priori, seu efeito poderia ser levado em conta como um multiplicador no custo
do combustível (ou no valor da água, para as hidrelétricas) a fim de compensar a energia
perdida na transmissão e obter um carregamento verdadeiramente econômico do sistema.

Nos capítulos sobre transferência de energia e fluxo de reativo foi>enfatizado


que todas as linhas de transmissão têm resistência, determinada pelo material do condutor,
sua bitola e o comprimento da linha. Indicou-se tarnbem que as perdas na transmissão, em
watts, era o produto do quadrado da corrente de linha vezes a resistência da linha ( I ~ R ) .
.-
No sistema mais elementar, constituído de uma unidade geradbra ligada a uma
carga através de uma linha de transmissão, a determinação das perdas por transmissão é
bastante simples. A Figura 25 ilustra este caso.

Figura 25 Sistema simples de transmissão composto por um único gerador ligado 3 carga por uma
linha que transporta 1 0 0 A e tem 10 ohms de resistência. A perda é igual a
(100)~x 10 = 100.000 watts ou 100 kW.
52 Operação de Sirternas de Potência

A perda na transmissão certamente requer que o gerador produza energia


suficicnte para suprir a carga e mais essas perdas. No exemplo citado, a carga
mais 100 kW.

A potência requerida para suprir as perdas deslocará a geração para um ponto


mais elevado na curya de custo incremental, resultando um aumento no custo de cada
quilowat Whora de energia.

~ u a n d oduas 'ou mais unidades geradoras são ligadas a uma carga através de
linhas de transmissão distintas, a alocação de carga entre as unidades será correta quando
forcrn iguais os custos incrementais, incluídos os cusios de suprimento de energia para as
' perdas na transmissão.

Novamente o problema toma-se mais complexo quando o número de geradores,


linhas, cargas e pontos de interligação é aumentado. Os mCtodos manuais para o cálculo de
fatores de perda tornam-se impraticáveis, sendo necessário apoiar-se em dispositivos de
computação analógica ou digital para determinar os efeitos das perdas na transmissão.

Nesta discussão não será realizado nenhum esforço para desenvolver a soluqão
matemática do problema de perda na transmissão. Para os fins desta discussão é suficiente
saber que uma equação de coordenação já foi desenvolvida para determinar o que é
. chamado de "fator de penalidade". O fator de penalidade é igual a 1/(1 - fator de perda), e
pode ser observado que, na medida em que cresce o fator de perda, o fator de penalidade
aumenta.

... Para se determinar os fatores de penalidade é necessário desenvolver um modelo


matemático do sistema. Após isso, recursos de computação analógicos ou digitais podem
ser utilizados para determinar os fatores de penalidade para qualquer condição de carga de
cada usina geradora ou fonte de interligação que alimente o centro de carga do sistema.

Quando os cálculos para o fator de penalidade não são feitos com auxílio de
computadores, poderá ser empregada uma régua de cálculo incremental. Por este meio as
curvas de custo incremental são ajustadas, para mais ou para menos, conforme requerido
pelo fator de penalidade, de forma que as unidades geradoras são despachadas em bases
estritamente competitivas de custo mínimo, e incluindo as perdas na transmissão.
I

Quando os computadores digitais são utilizados para o controle do sistema, os

-
cálculos do fator de penalidade são realizados frequentemente a intervalos de tempo
curtos e emitidos impulsos de controle de geração incluindo os fatores de penalidade
1
II

usuais, permitindo que a geração do sistema seja efetivamente mantida com a alocação do
despacho mais econômico entre unidades geradoras.
I
I
Operação econômica 53

Anteriormente demonstrou-se que o consumo mínimo de combustível ocorre


quando as unidades geradoras são operadas sob os mesmos custos incrementais. Para
demonstrar o efeito dos fatores de penalidade da transmissão, na divisão de carga entre
unidades geradoras, será apresentado um exemplo usando as duas máquinas anterior-
mente consideradas, porém, com um fator de penalidade de 1,2 para a unidade B e de 1,O -
para a unidade A.

Sob estas condições os valores mostrados nas curvas de entrada-saída e de custo


incremental da unidade B serão multiplicados por 1,2 e replotados. Desse modo as curvas
para a unidade B operando com o fator de penalidade admitido estão mostradas em linhas
tracejadas, nas Figuras 23 e 24. O efeito 6 elevar as curvas de entrada-saída e de custo
-
incremental. Se o fator de penalidade for menor do que 1, indica que as perdas do sistema
se reduziram devido ao aumento de carga na unidade B, e as curvas se deslocam para
baixo.

A tabulação comparativa para as novas condições operativas está mostrada na .-

Tabela 3. Esta tabela mostra que o custo múiimo de combustível (US$400/hora) ocorre . .

com 47 MW na unidade A e 53 M W na unidade B, com Um custo incremental de combus-


tível idêntico de US$3,30 por MWh.

Tabela 3

Unidade A Unidade B , Custo total


Custo Custo do
Carga incremental Custo do Carga incremental Custo do combustível
., do combustível combustível do combustível combustível
MW . d6lareslMWh . dólareslh MW dólares/MWh : dblares/h dólareslh

O 1.55 73.00 100 6.00 441.00 514.00'


1O 1.75 83.00 90 5.25 380.00 463.00
20 2.10 105.00 80 4.75 336.00 441.00
30 2.63 127.00 70 4.25 283.00 410.00
40 3 .OO 157.50 60 3.65 252.00 409.50
47 3.30 178.00 53 3.30 222.00 400.00

50 3.50 187.00 50 3.15 218.00 405.00


60 4.30 225.00 40 2.60 189.00 414.00
70 5.22 332.00 30 2.10 165.00 497.00
80 6.60 410.00 20 2.10 147.00 557.00
90 9.65 520.00 10 2.10 123.00 643.00
100 - - O 2.10 105.00 --
54 Operaçdo de Sktemas de Potência

I N T E R C ~ I ECONÔMICO
O DE ENERGIA
Outro problema encontrado pelo operador do sistema é determinar quando C
econdrnico comprar ou vender energia de outros sistemas. Sempre que a energia é
comprada e recebida por um sistema, sua geração própria para atender a carga C reduzida
proporcionalmente pela quantidade recebida. Da mesma forma, sempre que se vender
energia, a sua produção deve igualar a carga do sistema acrescida da quantidade vendida.

A discussão anterior demonstrou que quando a energia fornecida pelas unidades


- geradoras aumenta, têm-se os custos incrementais da unidade e do sistema (lambda)
aumentados, Da mesma forma, quando a energia 6 recebida de outro sistema, como a
produção da unidade B reduzida, o lambda do sistema diminui.

Quando a energia B vendida, o custo de produção adicional (incremental) deve


ser determinado para permitir uma base de preço para o possfvel comprador de energia.
Quando a energia é comprada, os custos de produção serão reduzidos e esta
economia tem um vaior que deve .ser determinado. O valor da economia em uma transação
de compra C chamado "valor decremental".'

As definições destes dois termos são as seguintes:

1. Custo incremental: é o custo adicional para se gerar um valor adicional de


energia.
.-.
2. Valor decremental: C o custo a ser economizado pela não geração de uma
quantidade de energia adicional.

Os custos são dados em miltsimos de dólar por quilowatthora ou dólares por


megawatthora.

O método para determinar o custo incremental de uma transação de venda é


tomar-se a média entre os custos incrementais dos sistemas existentes e o do novo sistema,
e propor este valor médio para o futuro comprador. Como exemplo, admitamos que o
-
custo do sistema seja de US$0,003 por kWh. Se 6 prevista unia venda de 100 MW, o custo
para a nova condição de carga do sistema poderá ser US$0,0035 por kWh. Então, o custo
+
incremental médio seria US$ (0,003 0,0035)/2 = US$0,00325 por kWh.

O processo inverso C usado quando é considerada uma compra de energia.


Admitamos que o custo do sistema seja de US$0,003 por kWh e se deseje comprar
100 MW de outro sistema. Esta quantidade de energia recebida deveria reduzir o custo do
sistema para US$0,0025 por kWh. O valor decremental (economia média) seria
(0,003 + 0,0025)/2 = US$0,00275 por kWh.

Ao se considerar transações envolvendo a compra ou venda de energia, como no


caso da determinação de como as unidades geradoras seriam despachadas para uma eco-
nomia máxima, o efeito das perdas na transmissão deve ser considerado. Do que se tem
salientado, para se determinar adequadamente como as unidades geradoras deveriam ser
despachadas, o custo incremental da unidade C multiplicado pelo fator de penalidade para
se calcular o valor da energia no centro de carga do sistema.

Quando a energia está sendo recebida de outro sistema, via linha de interligação,
6 tratada exatamente como se estivesse vindo de uma unidade geradora Iocalizada no
ponto de interligação. O preço no ponto de interligaçáo deve ser multiplicado pelo fator de
penalidade, para determinar-se o valor da energia comprada no centro de carga, e para
fms de comparação com aquele das unidades geradoras do sistema.

Quando se avalia uma venda de energia, o recíproco 6 verdadeiro. Nesse caso a


energia está sendo transmitida do centro de carga para o ponto de interligação do'sistema
comprador e se deseja determinar o valor da' energia no ponto de entrega. A fim de se
fazer essa determinac;ão, o valor da energia (custo incremental do sistema) no centro de
carga 6 dividido pelo fator de penalidade.

A seguir são mostrados exemplos para ambas as situações. Primeiro admitamos


um custo incremental do sistema de US$0,003 por kWh no centro de carga. Uma compra
de 100 MW está sendo considerada a um preço estabelecido de US$0,0026 por kWh. O
fator de penalidade entre o ponto de interligação e o centro de carga foi determinado
como sendo 1,15.

Para avaliar adequadamente a economicidade da compra proposta, será


necessário determinar tanto o custo da energia comprada no centro de carga quanto o
valor decremental da compra para o sistema. O custo no centro de carga seria
US$0,0026 x 1,15 = US$0,00299 por! kWh. Se a geração do sistema for reduzida de
100 MW, devido, à aquisição, e o custo do sistema diminuir para US$0,0027, o valor
decremental seria US$ (0,003 + 0,0027)/2 = US$0,00285 por kWh. Neste caso, não
existiria econoriia na aquisição da energia porque o custo da energia adquirida C maior do
'que o valor decremental da economia.
Uma outra situação poderia ser apresentada, onde um sistema com custo
incremental de US$0,003 por kWh na carga existente foi solicitado para suprir 100 MW
para outro sistema, cujo custo incremental C de US$0,0042 por kWh. Admitamos que o
custo incremental vendedor passou a ser de US$0,0035 por kWh com a carga adicional, e
56 Operação de Sistemas &Potência

que o fator de penalidade para o ponto de interligação seja 1;02, para os 100.MWde
fornecimento. O preço cotado deveria ser:

+
custo original novo custo
X
1
2 fator de penalidade

Para o sistema comprador o valor decrementai,será obtido como se segue.


Admitamos que sua geração seja reduzida de 100MW, o custo do sistema reduzido para
US$0,0038 por kWh e que o fator de penalidade do ponto de interligação para o centro de
carga seja 1,05. O valor decremental será US$ (0,0042 + 0,0038)/2 x 1,05 =
US$0,0042 por kWh. A diferença entre o valor decrementai do comprador e o custo in-
crementai do vendedor será US$0,0042 - 0,00318 = US$0,00102 por kWh.

Nas transações de compra e venda, do tipo descrito, C usual dividir a economia


obtida entre os sistemas comprador e vendedor. Em outras palavras, a média da soma do
valor decrementai do comprador e do custo incrementai do vendedor será determinada
como se segue:

Valor decrernentai do comprador = US$0,0042/kWh

Custo incremental do vendedor = US$0,00318/kWh

Media = + = US$0,00369/kWh
2

O sistema comprador deverá pagar US$0,00369 por kWh e economizar a


diferença entre o que custaria gerar a energia e o custo da energia comprada. Neste caso:
US$ (0,0042 - 0,00369) = US$0,0051 por kWh, o que representa, no suprimento de
100 MW,, urna economia de US$51,00 por hora. O vendedor deverá beneficiar-se do
mesmo montante.
Obviamente, quando existe diferença significativa entre custos no sistema, C
mutuamente desejdvel realizar transações do tipo aqui discutido. Estas são usualmente
denominadas iransaçóes de "economia de energia". A maioria dos acordos contratuais
para a economia de energia entre sistemas exige uma diferença mínima, tal como
US$0,005 por kWh, antes que tais transações sejam efetivadas.
Operação econ6mica 57

Esta premissa 6 adotada para se proteger dos erros de previsão de carga que
pode flutuar durante um período de transação, usualmente fixado como sendo de uma
hora. Além disto, a detemiinação dos custos incrementais e dos valores decrementais pode
não ser precisa e, a não ser que persista uma diferença significativa, poderá acontecer
prejuízo em vez de economia na transação.

Em alguns casos, em vez da média do custo incremental do vendedor e o valor


decremental do comprador, as vendas de energia são feitas pela multiplicação do custo
incremental do vendedor por uma percentagem fura, tal como 15%. Por exemplo, uma
venda poderia ser efetuada ao custo incremental do vendedor de US$0,003 por
kWh x 115% expresso como US$0,003 x 1,15 = US$0,00345 por kWh. Este método de
calcular o custo da energia é usado quando o comprador desconhece seu valor
decremental. Os contratos, às vezes, permitem transações por ambos os mCtodos.

Sumário '

Este capítulo pode ser sintetizado ao se enfatizar que o objetivo da operação de


um sistema de potência é produzir e transmitir energia para atender à carga do sistema a
um custo mínimo de produção, com adequada consideração acerca da segurança do
sistema. Este objetivo é alcançado quando toda a geração C operada a igual custo
incremental, consideradas as perdas na transmissão.

As usinas hidráulicas podem ser integradas na operação atribuindo-se um valor


à água e, então, despachando-as incrementalmente em concorrência com as usinas
térmicas.

Economia em custo de combustível pode ser alcançada pela cuidadosa adoção do


,

carrega&ento econômico (incremental) das unidades geradoras.

A compra e venda de energia pode também ser usada para minimizar os seus
custos de produção. Ao considerar tais transações, o custo da energia comprada deve ser
comparada em relação à economia que resultaria pela não produção da quantidade de
energia envolvida na compra.

Problemas \

1. Quando fontes alternativas de energia são disponíveis, para utilização em um Sistema


de potência, elas deveriam ser empregadas de tal forma que:
a ) A geração térmica seja mantida no mínimo;
6 ) As usinas mais eficientes sejam sempre despachadas no máximo;
C) O custo global de produção seja rninimizado.
58 Operaçãode Sistemas & Potência

2. Em uma usina geradora termel6trica a eficiência gl'obal6 aumentada quando:


a ) A pressão da caldeira 6 aumentada;
b) As diferenças entre a temperatura e pressão inicial, e a temperatura e pressão de
exaustão, são mantidas em seu máximo;
C ) A carga das unidades 6 aumentada.

3. Quando a carga de uma unidade t6rmica t? aumentada, o consumo de combustível:


a ) Aumenta;
b ) Não varia;
C ) Diminui.

4. As curvas de taxa incremental de calor, para unidades geradoras ttrrmicas, são usadas
para determinar:
a) O custo de combustível, em dólares por hora;
b) Os valores para os quais as unidades deverá0 ser despachadas para se obter custo
mínimo de combustível;
c) 0custo unitário da potência elétrica gerada.

5. Quando as unidades geradoras são despachadas com iguais custos incrementais:


a ) Resultará em custo mínimo de combustível;
b) Os custos de combustível serão máximos;
C) OS custos de combustível não são afetados.

6. Uma vantagem do uso do computador, no controle de unidades geradoras, t? que:


a) A saída de reativos das unidades 6 rninimizada;
b) Todas as unidades, sob controle do computador, serão despachadas com a mesma
carga;
c ) O carregamento das unidades ser6 frequentemente ajustado para mantê-las com
igual custo incremental de combustível.

- 7. Se o consumo de combustível de uma unidade, operando em paralelo com outras


unidades, 6 aumentado e 6,desejado manter o custo inicial do combustível, a carga na
unidade será:
a ) Aumentada;
b ) Mantida constante;
c) Reduzida.
8. Em um sistema de potência usando geração hidráulica e térmica, a proporção de
geração hidráulica pode ser aumentada:
q)Pelo aumento do preço (gama) da água;
b) Pela redução do preço da água;
c ) Pelo aumento das correntes de campo dos geradores hidráulicos.

9. Na operação econômica de um sistema de potência, o efeito do aumento do fator de


penalidade entre a usina geradora e o centro de carga do sistema é:
a) Reduzir a carga na usina geradora;
b) Aumentar a carga na usina;
c) Manter constante a carga da usina.

10. Em um sistema de potência, no qual as usinas geradoras são distantes do centro de


I
carga, o custo mínimo de combustível ocorre quando:
'
a) Iguais custos incrementais são mantidos nas barras da usina geradora;
b) Iguais custos incrementais são referidos ao centro de carga do sistema;
c ) Todas as unidades são operadas sob a mesma carga.

11. O sistema de potência A está considerando a compra de 100 MW do sistema B. O


custo do sistema A, sem compra, t de $0,004 por kWh e com a compra será de
$0,0035 por kWh. O custo do sistema B é $0,003 por kWh, sem a venda, e de $0,0035
por kWh, com a venda A economia obtida pelo s i s t e h A, ao adquirir os 100 MW do
sistema B, será:
a) $0,0035 por kWh;
b) $0,004 por kWh;
C ) $0,00031por kwh;
6)$0,00025 por kWh.
CONTROLE DE SISTEMAS

b 1

Uma das maiores responsabilidades dos despachantes e operadores é executar o


controle do sistema el6trico. Níveis de tensão, freqüência, fluxos nas interligaçóes, carre-
gamento de linhas e equipamentos devem ser mantidos dentro de faixas (Iimites) de segu-
rança a fim de garantir um atendimento satisfatório aos consumidores.

Os níveis de tensão, correntes nas linhas e carregamentos dos equipamentos


podem variar de local para local no sistema mas o controle independe das condições locais.
Por exemplo, a tensão do gerador C determinada pela corrente de campo de cada unidade.
Contudo, como foi dito anteriormente, se . as tensões dos geradores não fo-m
coordenadas, aparecerá um excesso de fluxo de reativo no sistema.

Similarmente, o carregamento de unidades geradoras térmicas é determinado


por controles de válvulas reguladoras e, nas unidades hidráulicas, C feito pelo controle das
válvulas de admissão de água. Cada tipo de máquina responderá individualmentede acor-
do com a energia fornecida à5 suas máquinas motrizes.

O carregamento de linhas de transmissão é afetado pela potência das unidades


geradoras, pelas cargas conectadas, pelo fluxo de potência em outros circuitos em paralelo
e por suas impedâncias relativas.

Assim, é importante que os operadores supervisionem continuamente as tensões


e os carregamentos das linhas em várias partes do sistema e atuem, quando necessário, va-
riando as tensões ou a geração, de modo a manter o sistema e os equipamentos operando
dentro dos limites nominais.
60
Controle de sistemas 61

Existem bibliografias suficientes sobre os reguladores de tensão, transformado-


res com dispositivos para mudanças automática de "tapes" (derivação) e sistemas de con-
trole de w g a dos geradores. Conseqüentemente, estes equipamentos não serão discutidos
em detalhes neste capítulo.

FATORES PARA CONTROLE DOS SISTEMAS


No controle de sistema de potência isolado, o parâmetro que afeta todo o siste-
ma é a freqüência e, em sistemas interligados, o fluxo de potência nas interligações. Outra
grandeza que poderia ser considerada como um guia valioso para a avaliação do desempe-
nho do sistema é o conhecimento do deslocamento angular, como apresentado no Capítulo
2 - "Transferência de Energia". Contudo, ainda não foram desenvolvidos equipamentos
para medir com precisão este deslocamento angular. i

I
Como dito anteriormente, quase todos os sistemas de potência são de corrente
alternada. Exceto para pequenas variações de freqüência decorrentes do aumento ou I

redução de geração para atender a variações da carga, com a conseqknte variação dos !
ângulos de potência, a freqüência é a mesma em todos os pontos do sistema, sendo a gran-
deza básica que pode ser medida e utilizada no controle das unidades geradoras. Outros-
sim, como a maioria dos geradores C síncrona, eles são mantidos girando com a mesma I
velocidade síncrona.

Assim, quando a freqüência do sistema aumenta ou diminui, os geradores


aumentarão ou diminuirão suas velocidades na mesma proporção. Isto significa que se a i
freqüência aumenta de 60 para 60,l Hz, todos os geradores interligados aumentarão suas
velocidades para operar em 60,l Hz. Naturalmente, a variação de velocidade será
1
determinada pelo número de pólos da máquina, de acordo com a fórmula:

n= -
120 (rpm)
f
P
onde:
n = número de rotações por minuto (rpm)
f = freqüência (HZ)
P = número de pólos

Por exemplo, a 60 Hz, uma máquina de dois pólos em (120x6012) = 3.600 rpm, e
a 60,l Hz, operará em (120 x 60,1)/2 = 3.606 rpm. Este exemplo c? típico para geradores
acionados por máquinas a vapor. Unidades hidráulicas operam em velocidades mais
reduzidas. Por exempo, uma máquina de 18 pólos opera em 400 rpm em 60 Hz e, a 60,l
62 . . Potência
Opemçãb de SUtemas a2

Hz, a velocidade aumentará para (120 x 60,1)/18 = 400,67 rpm. Deve ser enfatizado que,
embora as duas máquinas nos exemplos anteriores operem em velocidades diferentes, as
velocidades eldtricas são idênticas.

Corno.a freqtência é a mesma em todas as partes do sistema e 6 facilmente


medida, ela foi a primeira grandeza aplicada para o controle do sistema.

Os reguladores de velocidade dos geradores utilizam massas rotativas (tipo


regulador de watt). Elas atuam no sistema hidráulico a fim de abrir ou fechar as
válvulas de admissão das máquinas motrizes dos geradores. Esta ação aumenta ou reduz a
- entrada da energia (combustível em instalações térmicas ou água em hidráulicas) para
manter a velocidade (frequencia) em um valor desejado.

Para operar as máquinas em paralelo e com estabilidade, C necesdrio que os


--. reguladores de velocidade tenham uma característica de carga-freqüência inclinada.
.Assim, com o aumento da carga a velocidade diminui. As inchações das curvas caracte-
rísticas de carga-freqüência (estatismo) são expressas em percentagem (%) da variação da
velocidade em vazio e a plena carga Por exemplo, com ajuste de 5% (um ajuste usual), a
velocidade em vazio seria 105% da velocidade de plena carga Isto é mostrado grafica-
-- mente na Figura 26.

Como os geradores operando em paralelo não podem ter seus reguladores


ajustados separadamente, cada vez que ocorre uma variação na carga, o estatismo é ajus-
tado mediante uma série de testes e, então, mantido fixo. Em operação, o regulador movi-
menta o controle de velocidade para cima ou para baixo, para corresponder aos ajustes
desejados, como indicado nas curvas A e B da Figura 26.
Se os reguladores de velocidades forem ajustados a ,um estatismo zero, ou se
_ ajustados de modo que a característica de velocidade aumente com a carga, a operação seria
instável. Se uma máquina tem o ajuste de estatismo menor do que o das outras, e são ope-
radas em paralelo, com a queda de freqüência a máquina de menor estatismo assumirá
. ..
- proporcionalmentemais carga

Como os reguladores são constituídos de componentes hidráulicos e mecânicos,


6 necessária uma mudança significativa na velocidade do sistema para que os reguladores
possam sentir e providenciar uma açáo corretiva. Conseqüentemente, a c o q ã o é ligei-
ramente atrasada em reiação ao momento em que ocorre a alteração da velocidade (fre-
qüência). Dessa maneira, máquinas ou sistemas controlados somente por reguladores de
I I
I
I I
I '
1
I
I
I
I II
I
I !
I
I ' !
O 50 1O0

% CARGA, (MW)

Figura 26 Característica de carga-freqüência (estatismo) do regulador. Na curva. A o motor do


regulador de velocidade C ajustado de tal modo que a máquina 'isolada e a vazio gira à
velocidade de 105% e, a plena carga, ã velocidade de 100% (em relação L velocidade
sfncrona do sistema). A curva B mostra a condição da velocidade sfncrona para 50% de
carga. Neste caso, para a máquina isolada, a vazio, a velocidade seria de 102,5%.

velocidade possuem uma "banda morta" na ordem $: 0,02 ciclos. Em outras palavras, num
sistema de 60 Hz, a velocidade normal oscilará entre 59,98 Hz e 60,02 Hz.
Durante as perturbações no sistema ocasionadas por problemas em linhas ou
variações de carga, em sistemas usando apenas ação de reguladores de velocidade, os des-
vios de freqüência dependerão do porte do sistema e do valor da variação da carga ou da
geração.
Durante anos o controle por reguladores de. velocidade foi o único meio dispo-
nível para executar o controle da freqüência do sistema. Quando ocorre uma variaçáo de
carga num sistema operando com uma unidade isolada, a velocidade (freqüência) se esta-
bilizará num valor referente à nova condiçáo de carga. Por exemplo, se uma unidade com
a característica da Figura 26 estivesse operando em 60 Hz a plena carga ( 1 W o ) e a carga
fosse reduzida para 50%, a m5quina operaria mm excesso de velocidade (fkqüência),
64 Operação de Sbtemas de Pottncia

como indicado na curva A, at6 que o controle do regulador de velocidade fosse reajustado
de modo que operasse na curva B. ,

Como indicado no Capitulo 4 - "Operação Econômica" - significativas econo-


mias podcm ser obtidas no intercâmbio de energia entre sistemas, caso existam diferenças
-.
apreciáveis de custos de produção. Por esta e outras razões, que serão discutidas mais tar-
. .
de, existe grande interesse em desenvolver e planejar a interligação entre sistemas para
formar grandes conglomerados (pools) de sistemas interligados.

Embora existam diversas vantagens na interligação de sistemas, alguns requisi-


tos rígidos de controle de carga e frequência são impostos para tomar satisfatória a opera-
ção do "pooi". Asausência de um sistema preciso de controle de geração e de frequência,
. poderá ocasionar fluxos de potência indesejados nas interligações. Ademais, os efeitos das
perturbações em um dos sistemas podem se propagar nos outros sistemas vizinhos.

Um fator preponderante para o aprimoramento do sistema de controle foi re-


... sultante do desenvolvimento de processos industriais onde o controle preciso da freqüên-
cia tomou-se importante. Assiní, a-centralização do controle de carga-freqüência nos des-
pachos de carga tomou-se universal.

Quando sistemas são interligados, tanto os fluxos nas linhas de 'interligação


como a frequência devem ser controlados. A filosofia normalmente aceita para operação
de sistema interligado 6 que:

1. Cada sistema (área de controle) deve tet capacidade suficiente para atender
suas variações de carga com a frequência normal e com previsão de reserva
de geração e margem para regulação.
--
2. Cada sistema (área de controle) deve operar de modo a evitar transferência
.de responsabilidade de regulaçáo (mudanças na geração resultantes da varia-
ção de carga num sistema adjacente) para os sistemas vizinhos.

3. Cada sistema (área de controle) deve continuamente equilibrar sua geração


com a carga, de modo que o fluxo líquido (real) na interligação seja idêntico
aos valores programados, mais ou menos sua responsabilidade de freqüência
(Bias).
Controle de sistemas 65

MODALIDADES DE OPERAÇÃO INTERLIGADA


Em geral existem três modos de operação de sistemas interligados. São eles:
1. Frequência Constante (Flat Frequency - FF)
2 . Intercâmbio Constante (Flar Tie Line - FTL)
3. Intercâmbio e Frequência Constantes (Tie Line Wirh Frequency Bias - T L B )

Os sistemas isolados normalmente operam na niodalidade de frequência cons-


tante porque a frequência C a única grandeza afetada quando há variaçáo de carga. Quan-
do se interligam sistemas, eles devem operar numa mesma velocidade eldtrica (frequência)
e a mudança de velocidade num sistema refletirã em todos os sistemas interligados.

O sistema interligado onde somente a frqiiêntia C controlada, não existindo


qualquer controle sobre o fluxo nas linhas de interliga~ão,t denominado operando em
"Frequência Constante" (FF).

Num sistema que somente responde às variações de fluxo nas interligaçáes e não
atua nas variações de freqüência, mantendo o fluxo de potência programado na interliga-
çáo sem alterar as condições de frequência, C denominado como operação de "Intercâmbio
Constante (FTL).
Contudo, nenhum dos modos de operação anteriores satisfaz todas as três
condições previamente listadas como desejãvel para o sucesso da operação interligada. Em
cons'equência, a maneira universal para operas50 de sistemas interligados é a modalidade
de "~ntercâmbioe Freqüência Constantes" (TLB).
Na operação de intercâmbio-freqüência constantes (TLB) os sistemas respon-
\
derão tanto para as variações de frequência como para as de intercâmbio, de modo a
mantê-las nos seus valores programados.
A fim de tomar possível ao sistema responder às variações de frequência e de
intercâmbio, é necessário utilizar equipamentos que desenvolvam sinais de erro
proporcionais aos desvios destas grandezas com relação aos seus valores programados.
Na Figura 27 C mostrado um método de desenvolver tais sinais para os três sis-
temas interligados.
No diagrama pode ser visto que o fluxo nas interligações e a freqüência do sis-
tema estão disponíveis para os equipamentos de controle automático (CA) de cada sistema.
Cada um dos controles compara o fluxo total e a frequência programada com os valores
reais e gera um sinal de erro. Os sinais de erro são utilizados para formar os sinais de
controle para os reguladores das máquinas motrizes, os quais restauram os fluxos na inter-
ligação para o valor programado e a frequência para o valor normal; ou seja, reduz os
erros para zero.
66 Opernçáo de Sistema de Potência

Figura 27 Diagrama de três sistemas interligados com telemedições dos fluxos na.interligaçóese com
sinal de frequência aplicado aos controladores de cada sistema. (CA)

Qualquer fluxo na interligação, acima ou abaixo do valor programado, é desig-


-. nado "erro de intercâmbio". Isto significa que o sistema (ou área) não está produzindo
exatamente a quantidade de geração necessária para atender sua própria carga mais ou
menos seus valores programados para recebimento ou fornecimento de energia.

Se a frequência se desviar do valor desejado (60 Hz),a diferença entre o valor


desejado e o real. (medido)
. 6 denominada "erro de freqüência". Uma perda de geração ou
uma perturbação acarretará uma variação de frequência no sistema,.cujo valor depende do
--
porte do sistema (intrcia girante, carga conectada etc). O sinal de erro de frequência
enviado ao regulador de velocidade possibilita a ccrreção do desvio da freqüência. Esta
ação é denominada "Bias" e, usualmente, 6 designada em megawatts por décimo de ciclo.
O "Bias" C urna grandeza negativa, porque a inchação da curva característica do regula-
dor C negativa, isto C, a velocidade do gerador sob controle do regulador decresce com o
aumento da carga, como mostrado na Figura 26.

A Figura 28 mostra a variação do Bias versus a freqüência, para 50 MW e 100


M W por 0,l Hz.

Figura 28 Curvas mostrando a contribuição do Bias versus a freqüência, para 50 MW e 100 M W por
0,l Hz de variação de freqüência.
68 Operação de ~i.t&nasde Potência
-

A soma dos erros de fluxo de intercâmbio e de frequência pode ser expressa


matematicamente como a "Necessidade.de Área" ou "Erro de Controle 'de Área", como
se segue:

ECA = (Io - 11) - 10B(Fo - FI)


Onde:
ECA = erro de controle de área (necessidade de drea).
IO = intercâmbio programado, que normalmente tem sinal positivo para
fornecimento de potência (intercâmbio líquido, em MW, à frequência
normal).
I , = intercâmbio iíquido real (fluxo na interligação, em MW).
Fo = frequência desejada (programada), em Hz.
F1 = frequência real, em Hz.
R = Bias da área, em megawatt por 0,l ciclo (tem sempre valor negativo, devi-
do à inclinação negativa.da curva característica do Bias).
Como exemplo, suponhamos que o intercâmbio programado é de 200 MW
"cntrnrido" no sistema. O intercâmbio líquido (real) C 150 MW "entrando" no sistema.
A frequência programada C 60 Hz e a real C de 60,05 Hz. O Bias ajustado no controle é 50
MW/O,I F I Z . O Erro-de Controle de Área (ECA) scrb:

ECA = [- 200 - (-150)] - 10 x (-50) (60 - 60,05)


ECA = - 50 + 500 x (-0,05)
ECA = - 75 mW (excesso de geração)
Quando um sistema opera sob controle carga-freqüência (TLB), ele responde
tnrito aos dcsvios de intercâmbio como para os de frequência e auxiliamatendimento do
objctivo tle que cada área de controle deve ter sua geração ajustada à carga. Também
:iuxilia no restabelecimento da frequência numa área interligada quando ocorre perda de
gcraqáo ou de transmissão no sistema interligado.

O ajuste do valor Bias deve ser revisto periodicamente para garantir seu valor
correto. Por exemplo, a entrada em operação de uma máquina de grande porte aumenta
a in6rcia do sistema e necessita de um aumento no ajuste do Bias. .

Quando o valor do Bias C baixo, o sistema não responde satisfatoriamente para


assumir sua responsabilidade no controle total do sistema interligado durante as condições
de perturbação, transferindo esta responsabilidade de controle para outros sistemas. Se o
Bias 6 ajustado em valor muito elevado, acarreta um controle excessivo para todo o sis-
tema, resultando. também uma transferência de responsabilidade de regulação para os
sistemas adjacentes. Quando o Bias é corretamente ajustado à característica natural do
sistema, ele responderá de modo que o erro de controle de área Seja mantido mínimo, sem i:
2 I

impor transferência indesej6vel de responsabdidade de regulação aos sistemas vizinhos.

O sinal de erro de frequência utilizado no controle do sistema é resultante da


comparação da frequência do sistema versus uma freqüência-padrão que não é afetada
pela operação do sistema. As fontes de freqüência-padrão s50 normalmente constituídas I
I
por cristais de quartzo (idênticas às usadas para o controle de frequência de estações i
transrnissoras de rádio) e precisamente controlados por diapasão, ou sinais de rádio de I 1
freqüência-padrão emitidos por órgãos oficiais (por exemplo, no Brasil, pelo Observatório
Nacional).
A
Atravss do acúmulo dos desvios instantâneos de freqüência, é possível F
determinar o acúmulo de erro de tempo, o que é normalmente limitado em dois segundos
{
(adiantados ou atrasados). Quando o acúmulo do erro de tempo atinge o limite, ou outro
tempo convencionado por acordo, todos os sistemas interligados alteram a freqüência para
1
;
um valor predeterminado (usualmente 0,02 Hz), em uma dirqão que toma o erro de tem- i
po igual a zero. Por este meio a frequência de todo o sistema interligado retoma ao nor-
mal. Este assunto será discutido mais tarde no controle e correção de acúmulo de inter-
câmbios involuntános de energia.
/
'

1 t
4

'Os modernos equipamentos de controle de sistemas produzem impulsos, como -i1


acima descrito, para o controle de carga e frequência e também para alocação econômica L !
de geração, que foi discutida no Capítulo 4.

Tanto os sistemas de despacho ahalógicos como os digitais podem ser utilizados


para este fim. Os computadores digitais estão rapidamente suplantando os sistemas I
i I
analógicos por duas razões:
:i
1. Devido a sua capacidade de desenvolver trabalhos computacionais simultaneamente $ Ii
-.%

com os de controle do sistema.


3 1
2. Devido à relativa facilidade com que suas funções de controle podem ser expandidas
ou alteradas, requerendo apenas mudanças de programação. $1
8i
i i
-

70 Operação de Sistemas de Potência

Antes de concluir o assunto, 6 importante novamente ressaltar que os objetivos


do contrde do sistema são os seguintes:

1. Cada sistema deve ter suficiente capacidade para atender sua carga na
frequência desejada, com adequada reserva e margem de regulação;

2. Cada sistema deve operar de maneira a não impor transferência de


responsabilidade de regulação aos sistemas interligados;

3. Cada sistema deve fazer continuamente o balanço da sua carga com a


geração, dc modo qiie o intercâmbio líquido seja igual ao programado mais
ou menos sua responsabilidade de frequência (Bias).

- Problemas
-
I. Os reguladores para o controle de velocidade das unidades geradoras normalmente
propiciam:
a ) Uma característica de carga sob velocidade constante;
b) Um aumento de velocidade com o aumento de carga;
c) Um decrCscimo de velocidade com o aumento de carga.

2. Quando dois geradores de corrente alternada idênticos operam em paralelo, com


reguladores desbloqueados e uma das máquinas tem estatismo de 5% e a outra de
10%, a máquina com maior estatismo:
a ) Tenderá a absorver a maior parte da variação da carga;
h) Repartirá igualmente a carga com a outra máquina;
c ) Tenderá a absorver a menor parte da variaçáo da carga.

3. Nas instalações com controle de carga-freqüência, os sinais de erro são desenvolvidos


proporcionalmente ao erro da frequência. Se a frequência cai, o sinal de erro atuará
para:
a ) Aumentar a admissão nas turbinas dos geradores;
b) Reduzir a admissão nas turbinas dos geradores;
c) Aumentar a tensão nos geradores.
Controle de Ntemas 71

4. Quando dois ou mais sistemas operam interiigados, cada sistema:


a) Pode depender de outro sistema interligado para suprir suas necessidades de
reserva;
b) Deve prover suas prbprias necessidades de reserva;
c) Deve operar na modalidade de "Frequência Constante" (FF).

5. Quando sistemas interligados operam em "Controle de Carga-Freqüência" (TLB) eles


responderão:
a) Apenas às variações de Frequência;
b) Às variações de Frequência e de Intercâmbio;
c) Apenas às variações de Intercâmbio.

6. Um sistema A está operando em paralelo com outros sistemas e possui um valor de


Bias de 50 MW/O,l Hz. Na perda de geração de um dos sistemas que resulte numa
I
queda de freqüência de 0,03 Hz, o sistema A:
a) Proverá auxílio de 30 MW;
b) Não será afetado;
C)Fornecerá 15 MW de auxilio.

7. O Erro de Controle de Área é dado pela fórmula:


ECA = (hr 11) - 10B (Fo *Fl)
Onde:
ECA = erro de controle de área
I0 = intercâmbio programado
I1 = intercâmbio iíquido (real)
Fo = frequência desejada (Hz)
F1 = frequência real (Hz)
B = Bias(MW/O,l Hz)

Se o interchbio programado IO = 200 MW, "entrando" no sistema, o intercâmbio :


liquido I1 = 180 MW, também "entrando" no sistema, Fo = 60,O Hz, Fi = 59,9 Hz e
B = 150 MW/O,l Hz, o erro de controle de área será:
oa) + 130 MW;
b) Zero;
c) + 170 MW;
6) - 130 MW.
72 Operação de Sistemas de Potência

\
8. Se o Bias C futado em valor muito baixo, o sistema interligado responderá às
perturbações nos sistemas adjacentes com:
a) Mais do que sua participação em função do Bias;
b ) A resposta correta;
C ) Menos do que sua participação em função do Bias.

9. Se um sistema opera numa freqüência mCdia menor do que 60 Hz:


n) Nenhum erro de tempo será acumulado;
h) Existirá um valor acumulado de erro de tempo em atraso;
c ) Existira um valor acumulado de erro de tempo em avanço.

- 10. Quando um operador observa um acúmulo de erro de tempo, ele pode corrigi-lo:
a) Aumentando a geração no seu sistema;
h ) Reduzindo a geração no seu sistema;
C ) Coordenando a correção de erro de tempo com os outros sistemas interligados.
CO~WABILIZAÇÃO D E ENERGIA
NA OPERAÇÁO INTERLIGADA

A medição de energia el6trica fornecida aos consumidores e a comprada ou ven-


dida em sistemas interligados, tem importância preponderante na operação do sistema. A
energia fornecida aos consumidores deve ser acuradamente medida, de forma que cada
consumidor possa ser faturado pela quantidade de energia realmente recebida. A energia
transferida entre sistemas deve ser também convenientemente medida e contabilizada,
para garantir que os acordos programados estejam sendo observados.

Antes do desenvolvimento do wattímetro integrador, tarifas-padrão - determi-


nadas pelo número de lâmpadas ou de outras cargas ligadas - eram usadas para fins de
emissão da fatura. Não havia outro meio para determinar a quantidade de energia utilizada
pelo consumidor.

MEDIÇÁO DE ENERGIA
O watíímetro com di&o girante (indução) foi desenvolvido nos primórdios das
atividades da indústria elétrica e ainda 6 atualmente utilizado como meio de medição de
energia. Este dispositivo basicamente não se modificou, embora tenha tido alguns aperfei-
çoamentos em seu projeto e construção.

Os primeiros medidores tinham elementos de potencial (tensão) com enrola-


mentos de 115 V ou 230 V, e elementos de corrente determinados em função das aplica-
ções domiciliares da carga ligada.

73
74 Operação de Sistema de Potência

Quando aplicado para mediçáo de energia em altas tensões e correntes,


normais em sistemas de potência, ou com grandes máquinas, é necessário reduzir as
tensões e correntes para valores que o wattímetro possa operar. Para este fim são utiliza-
dos transformadores de potencial (TP) e de corrente (TC), com relações de espiras especí-
ficas entre os enrolamentos primários e secundários.

Os transformadores de potencial para aplicação em sistemas elktncos têm,


tipicamente, relações dos enrolamentos de 300:l para aplicações em 60 kV; 600-1 em
1 1.5 kV; I .200: 1 em 230 kV etc. Transformadores de potencial são normalmente conecta-
dos critrc fasc c tcrrri, dc forma quc a tcnsão fasc-fasc scja igiiai h indicada no incdidor
vezes a relação de transformação e vezes 1,73 (6). .Por exemplo: em um sistema de 115
kV com TP dc relação 600: 1 e indicação de 120 V no medidor, a tensão fase-fase (iinha)
real seria (120 x 600 x 1,73), ou 124.560 V (124,56 kV).

Os transformadores de corrente têm seus enrolamentos primários ligados em


série nas linhas onde as correntes estão sendo medidas. Os enrolamentos primános con-
sistem em um número reduzido de espiras de um condutor de diâmetro (bitola) adequado
para transportar a corrente máxima da linha. O cnrolarnento secundário consiste de con-
dutor de menor diâmetro, com maior número de espiras e com relações de espiras do en-
rolamento primário para o secundário, em ampères, expressas em relações como: 100.5,
6005, 1.000:5 etc. As relações de espiras reais nestes transformadores seriam, então, 20:1,
120:l e 200:l.

Todos os transformadores são na realidade dispositivos operados coG tensão.


Nos transformadores de corrente, com a corrente nominal de linha fluindo no enrolamento
priiiiário, existirá uma queda de tensão neste enrolamento, suficiente para induzir uma
tctisáo no enrolamento secundário e promover um fluxo corrente nominal no enrolamento
sccund,írio. Deve ser salientado que os enrolarnentos secundários do transformador de
corrcnte dcvcm estar sempre em circuito fechado através de seus terminais. Devido à rela-
ção elevada de espiras entre o secundário e o primário, tensões extremamente elevadas
poderão aparecer no enrolamento secundário, caso ele esteja aberto.

Existem vários arranjos de conexão para medição trifásica de energia.


Norrnalmcnte sáo utilizados tanto o método de 3 wattímetros como o de 2 wattímetros.
Estes métodos são normalmente bem descritos nos livros especializados e não serão aqui
discutidos. A discussáo será dirigida principalmente para a medição de energia sob alta9
tensões e correntes, utilizadas em sistemas elétricos que necessitem de transformadores de
instrunicnto (corrente ou potencial), como descrito anteriormente.
Contabilizuçáode energia na operação interiigada 75

E óbvio que quando são utilizados transformadores de corrente e de potencial, a


medida indicada deve ser multiplicada pelas relações de transformação de ambos os
transformadores, de forma a poder-se determinar a energia realmente fornecida.

Como exemplo, na instalação de medição indicada na Fi,wa 29, as leituras de


tensão e corrente devem ser multiplicadas por

para determinar a potência real do circuito em quilowatts (kW).Por exemplo, se a cor-


rente de carga for 4 A e a tensão 120 V, a potência no circuito, admitindo-se fator de po-
tência unitário, será 69,120 kW. I

Os amperímetros utilizados em circuitos com transformadores de corrente são


norm&nente calibrados para indicar a leitura real da corrente na linha levando-se em
consideração a relação de transformação do TC. Os voltímetros frequentemente indicam a
tensão no secundário do TP. De modo a obter-se a tensão real na linha é 'necessário
multiplicar a leitura antes indicada. pela relação de transformação do TP. Contudo, os
medidores podem ser calibrados para ler a tensão real da linha.

Mediaores para indicação de potência ativa (watt) e reativa (VAr) são


frequentemente instalados nos terminais de linhas de transmissão, de tal modo que os
operadores possam conhecer os fluxos de potência real e reativa e os efeitos no fluxo de
reativos devidos às variações da excitação de campo dos geradores ou de outros dispositi-
vos de controle de tensão.

Na medição de energia, o tempo é um fator importante. O produto da corrente,


tensão e fator de potência fornece a potência em um circuito somente no instante em que
as leituras estão sendo tomadas. Contudo, se a corrente e tensáo permanecem constantes
num período de tempo, tal como 1 (uma) hora, a energia usada ou transportada será a po-
tência indicada em watts (W) vezes 1 (uma) hora. Matematicamente, a expressão d a ener-
gia é:

potência (watts) x tempo (horas) = energia (watthoras)

Como um watthora C uma medida relativamente pequena, é usual indicar-se a energia em


quilowatthoras (kWh) ou em megawatthoras (MWh). Um quilowatthora = 1.000
watthoras e 1 megawatthora = 1.000.000 watthoras.
76 Operação de Sktemas de Potência

40015

. -
115 kV CARGA
FONTE
w

TERMINAIS DE
CORRENTE

MEDIDOn DE
ENERGIA

TERMINAIS
DE POTENCIAL

Figura 29 Sistema típico de instalação de medição tnfásica utilizando transformadores de corrente e


potencial.

A medição de energia C obtida com a utilização de wattlmetros integradores.


Esses medidores consistem basicamente de um motor elétrico cuja velocidade de rotação C
proporciorial à potência que flui no circuito. O eixo do rotor (disco) do motor é conectado.
;itr:ivc's dc conjunto de engrenagens ao mostrador do contador de energia. O wattímetro
sori1a todas a? potências instantâneas num período de tempo para indicar a energia
(potência x tempo) consumida por uma carga ou transportada num circuito, no período de
tcinlw considerado.

Conformc mencionado aiitcriormente, os medidores dc encrgia possucrn bobinas


de potencial e de corrente com capacidades relativamente pequenas e, em aplicações nos
sistemaq elétricos, eles são utilizados conjuntamente com transformadores de corrente e
,potcncinl. Aldm do-fator de multiplicação resultante dos transformadores, as engrenagens
do sistcrna do disco para o mostrador também introduzem um fator de multiplicaçáo.
AtravCs da adequada seleção do conjunto de engrenagens, o fator de multiplicação total
<
potlc vir a scr uma constante com um valor conveniente, tal como 1.000 ou 10.000.
-
A energia ,medida através dos medidores integradores é sempre obtida
.-
fazendo-se a diferença entre a leitura atual e a anterior, e multiplicando-se o resultado
pela constante do medidor.
Contabilização de energia no operação interUga& 77

A energia fornecida aos consumidores é normalmente determinada pela


integração dos valores medidos. Isto também é verdade na determinação da energia
produzida por geradores, onde são efetuadas as leituras diárias, semanais ou mensais, em
função do período de tempo desejado.

CONTRBIUZAÇÃO D E ENERGIA
EM SISTEMAS INTERLIGADOS
Um problema diferente ocorre na contabilização de energia entre sistemas
operando interligados. Os medidores de energia são instalados nos pontos de interligação,
normalmente afastados dos centros de operação. É possível, por certo, transmitir as
leituras por telemedição, mas aparecem outros problemas decorrentes de dlversas
categorias de energia que estão sendo transportadas na mesma linha de transmissão, ao
mesmo tempo. Por exemplo, sobra de energia e energia firme podem ser programadas
simultaneamente, ou energia para mais de um sistema pode ser transportada pela mesma
linha ao mesmo tempo. Os medidores não são capazes de distinguir as diferentes classes de
energia e indicá-las individuahente.

Em conseqüência, tem sido costume na operação de sistemas elétricos


interligados contabilizar e faturar a energia com base em valores programados para um
certo período de tempo. As leituras do medidor integrador são, então, utilizadas para
determinar se os valores previstos estão sendo ou não realizados.
Como exemplo, imaginemos um sistema em que 100 bIW de energia fume e 50
MW de energia econarnica são programados simultaneamente numa linha, num período de
1 (uma) hora. Se os valores programados são realizados, a medição no período de l(uma)
hora será de 150 MWh. Se, de fato, a medição foi de 147 MWh, o sistema supridor teve
uma deficiência de suprimento de 3 MWh.

Este caso deve ser tratado como se o sistema suprido realmente tivesse recebido
a energia programada de 150 MWh e a fatura deveria incluir este valor, com as tarifas
aplicáveis. Os 3 MWh de deficiência deveriam tomar-se parcela de contabilização deno-
minada "intercdnbio involuntáxio". Assim, esta parcela é mantida de forma a poder-se
considerá-la como decorrente de erros, para mais ou menos, inerentes aos ajustes dos dis-:
positivos de programação ou dos equipamentos de controle da interligação.

Mesmo quando não se verifica a programação de energia entre sistemas, o equi-


pamento de controle não é suficientemente preciso para manter o fluxo na interligação
com desvios no valor zero. Tarnbdm, quando existem vários circuitos, o fluxo da potência
78 Operação de Sistemas de Potêmia
,

-
se dividir entre os sistemas proporcionalmente às irnpedâncias d k linhas e ângulos de po-
tência, e pode existir um fluxo de potencia involuntário atravCs de um sistema que não
tenha sido programado para recebimento ou fornecunento de energia.
-
Como conseqüência das imprecisões dos dispositivos de controle da interliga-
$50, os intercâmbios involuntários podem acumular-se em cada sistema elCtrico interliga-
do. A forma como estes acúmulos podem ocorrer é mostrada na Figura 30.

/ SISTEMA \ .
PROGRAMADO: 100 MW
REAL: 105 MW

/ PROGRAMADO = O MW
REAL = 4 MW

Iiigiira 30 Diagrama de três sistemas interligados. O sistema A tem programado 100 MW para o siste-
ma C e.está fornecendo 105 MW. O sistema A tem programado 50 MW para o sistema B e ..
+
esta suprindo 47 MW. O sistemaA está acumulando 2 MWh de intercâmbio involunthio. I. ~.
O sistema B tem programado 50 MW com o sistema A e está recebendo 47 MW e tem pro-
gramado com o sistema C O MW e está recebendo 4 MW. O intercâmbio involuntário acu- !
mulado no sistcrna B é -1 MWh. O sistema C tem programado 100 MW com o sistcmad e 1.
está recebendo 105 MW, e tem programado.0MW com o sistema B e está fornecendo 4 MW.
O intercambio involuntário do sistema C está acumulado em -1 MWh. Contudo, o desvio I-
global de intercâmbio involuntário para o sistema interligado C zero. SistemaA (+2), siste- I --
ma B (-1) e sistema C(-1).
I-,
I .
Contabiuurçúode energia na operaçdo interligada 79

Não é permitida a acumulação de grandes valores de intercâmbio involuntário


para efeito de contabilização. Devem ser envidados esforços para que os acúmulos sejam
compensados de tempo em tempo, atravCs de ajuste no controlador da interligação, de
forma a receber ou fornecer uma parcela, um pouco maior ou menor que a programada
(dependendo se o intercâmbio involuntário é positivo ou negativo). Estas correções são
usualmente feitas junto com a correção do erro de tempo ou através de acordo mútuo
entre os sistemas. No caso mostrado na Figura 30, se o sistema C ajusta sua geração de
forma a receber realmente os 103 MW do sistema A e, se ao mesmo tempo, o fluxo na
interligação com sistema B passa para 5 MW, o sistema C equilibraria seu intercâmbio
involuntário a uma taxa de 2 MWh por hora (2 MWhIh).

Por convenção, o sinal do intercâmbio involuntário é negativo (-) quando indica


deficiência de geração, e positivo (+) para excesso de geraçáo.

Os contratos entre sistemas frequentemente estabelecem que os acúmulos de


intercâmbio involuntário devem ser compensados nos mesmos intervalos de tempo em que
eles ocorrem. Isto é, acúmulos de intercâmbios involuntários durante o período de ponta
do dia devem ser compensados durante um período de "ponta". Se este procedimento não
for observado, possibilitaria que os acúmulos de intercâmbio involuntários negativos
(deficiência de geraçáo) durante a ponta, quando os custos incrementais são mais elevados,
fossem reembolsados durante os períodos de excesso de geração; isto é, fora da "ponta",
quando os custos incrementais de geração são baixos. Este procedimento de compensação
de desvios resultaria numa perda para os sistemas que acumulassem desvios positivos
durante os períodos de ponta. Assim a compensação dos intercâmbios involuntários pode-
ria ser efetuada em dois períodos, tais como: 08h00 & 20h00 e 20h00 às 08h00.

Outro problema relacionado aos intercâmbios involuntários é o acúmulo de erro


de tempo. Se o equiparnento de controle do sistema for capaz de executar um controle
perfeito, a velocidade do sistema (frequência) é mantida e não haveria erro de tempo. Na
prática, o equipamento de controle não executa um controle adequado e, como resultado,
ocorre um desvio de frequência média em relação ao valor programado. Num período de
tempo correspondente a algumas horas, este desvio resultará em erro de tempo acumulado
proporcional ao erro de frequência médio. Por exemplo, se a frequência media fosse
60,01 Hz em uma hora, um erro de tempo de 0,60 segundos adiantado sena acumulado no
período.

Na operação interligada, naturalmente, todos os sistemas operam sincronizados


e qualquer erro de frequência será comum a todos os sistemas. Se apenas o erro de tempo
80 Operação de Sistemas de Potência

está sendo corrigido, todos os sistemas podem simultaneamente compensar a freqüência,


acelerando ou retardando, num período de tempo suficiente para corrigir o erro de tempo,
sem afetar o intercâmbio involuntário.

para limitar ou auxiliar a redução do intercâmbio involuntário em coordenação


com a correção do erro de tempo existem procedimentos específicos. Por exemplo, se
existe um intercâmbio involuntário positivo (excesso de geração) e um erro de tempo em
avanço, o sistema pode reduzir ligeiramente sua geração de forma a induzir um desvio em
dircc;áo inversa e. como resultado, reduzir a frequência m6dia da área, resultando numa
gradual redução do errc de tempo.

No caso acima, se o sistema tivesse um pequeno aumento de geração, tanto o


intercâmbio involuntário como o erro de tempo aumentariam.

Desta discussão visuaiiza-se que os sinais de intercâmbio involuntário e de erro


de tempo devem ser observados por ocasião da correção de ambas as grandezas.

A regra geral é a seguinte:

1. Se o intercâmbio involuntário é positivo (excesso de geração) e o erro de


tempo C avançado, os valores programados para a interligação podem ser
compensados pela redução de geração de maneira a reduzir os erros de
tempo e do intercâmbio involuntário;

2. Se o intercâmbio involuntário é negativo (deficiência de geração) e o erro de


tempo atrasado, a programação pode ser compensada na direção de auméntar
ligeiramente a geração de modo a reduzir o desvio de intercâmbio e o erro de
tcmpo.

Alguns sistemas elétricos possuem equipamentos automáticos de correção de


erro dc tempo, tanto em computadores analógicos como em digitais, que auxiliam a limitar
tanto os desvios de intercâmbio como os de tempo. À medida que estas instalações se
tornam mais comuns C possível minirnizar ambos valores.

A discussão anterior pode ser resumida como se segue:

1. Energia é a integração da potência instantânea no período de tempo e C


usualmente expressa em watthora, quilowatthora ou megawatthora:
Contabilizaçáo de energia na operação interiigada 81

2. A contabilização de energia na operação do sistema interligado é


normalmente feita considerando-se os valores programados como sendo
realmente fornecidos, e qualquer diferença entre o programado e o medido
como sendo o intercâmbio involuntário;

3. Um acúmulo positivo de intercâmbio involuntário indica excesso de geraçáo,


e o negativo indica deficiência de geração;

4. Atravks de adequada coordenação, tanto os desvios de intercâmbio como de


erro e tempo podem ser corrigidos ou rninirnizados.

Problemas
1. Uma instalação de medição para um ponto de interligaçáo de 115 kV entre dois
sistemas tem transformadores de corrente de 1005 em cada fase e transformadores de lr
potencial de 600:l conectados fase à terra. Admitindo fator de potência unitário, o
fator de multiplicaç~oque deveria ser usado para determinar a potência no circuito em
kW será:
a ) 360 b) 3.600 c) 207,8

2. Transações de intercâmbio entre sistemas elétricos são normalmente contabilizadas:


a ) Tomando a diferença na leitura do wattímetro no início e fim de cada período;
b) Tomando a média do suprimento no início e fim do período;
C) Considerando que o valor programado foi o valor fornecido.

3. Um sistema tem uma programação para compra de 200 MW por três horas. A
diferença nos medidores, entre o início e fim, indica que 595 MW foram realmente
adquiridos. Como resultado da redução da compra, o sistema deve:
a ) Ignorar a diferença;
-
, b ) Reduzir seu' pagamento para o sistema supridor;
c) Incluir o valor do desvio na conta de intercâmbio involuntário.
-
4. Quando um sistema elétrico pertencente a um sistema interligado gera potência em
excesso, acika da sua necessidade de área e do compromisso de programação da
interligaçáo, o sistema interligado terá reflexo de:
a) Reduzir a frequência e o intercâmbio para o sistema com o excesso de geração;
b) Elevar a frequência e o intercâmbio para o sistema com excesso de geraçáo;
c ) blevar a frequência e o intercâmbio do sistema com excesso de geração;
d)Reduzir a frequência e o intercâmbio do sistema com excesso de geração.
82 Operação de Sistemas de Potência

5. Os intercâmbios involuntários entre sistemas podem ser corrigidos pela compensação


da programação:
o ) Durante os períodos fora de ponta;
i; Durante os períodos correspondentes àqueles em que os desvios se acumularam;
C) Nos fms de semana.

6. Quando um intercâmbio involuntário com sentido positivo foi acumulado num sistema
c o erro de tcmpo é avançado, o sistema pode reduzir o desvio de intercâmbio e erro de
tcmpo por:
o ) Pcqucna rcduçáo da geraçio;
h) Pcqueno aumento da geraçio;
C) Aumento do Bias no equipamento de controle de carga e freqüência.

7. O equipamento de correção automática de erro de tempo atuará para reduzir a geração:


a) Sempre que o erro de tempo for em atraso;
O ) Sempre que o erro de tempo for em avanço;
C) Quando o erro de tempo é em atraso e existe uma acumulaçáo de intercâmbios

involuntários negativos;
d) Quando o erro de tempo é avançado e existe uma acumulação de intercâmbio
positivo.
A operação dos sistemas de potência requer que uma grande quantidade de
informações esteja continuamente disponível para os despachantes do sistema. Os sistemas
normalmente cobrem áreas geográficas relativamente grandes e, conseqüentemente,
pontos de geração, interligações com outros sistemas e grandes cargas podem estar
separadas por grandes distâncias. A medição remota em pontos estratégicos C usada a fim
de que as informações sobre cargas supridas, fluxos de reativos, tensões de barramento
etc., possam ser postas à disposição para fins de indicação ou de controle automático.
A indicação da medição feita à distância C chamada de "telemedição". Vános
métodos de telemedição foram desenvolvidos e estão em pleno uso nas concessionárias e
em indústrias.

Basicamente há dois tipos de sistemas de telemedição: "analógico" e "digital".


Na telemedição analógica uma tensão, corrente, ou freqüência, proporcional à grandeza a
ser medida, é gerada e transmitida por um canal de comunicação para o local de recepção,
onde o sinal recebido C introduzido em um medidor calibrado para indicar o valor da gran-
deza que está sendo medida, ou C enviado diretamente para um dispositivo de controle, tal
como um computador de despacho.

Na telemedição digital, o valor da grandeza a ser medida é convertido para um


código no qual a seqüência de pulsos transmitidos indica esse valor. Uma das maiores
vantagens da telemedição digital C que a precisão dos dados não 6 perdida na transmissão
de um local para outro. A precisão da telemedição será discutida posteriormente em maior
profundidade.
Opcraçc7o de Sistcrnns de Potência
-- - -

É interessante examinar os princípios básicos da tclcrncdic;ão antcs dc sc discutir


os vrírios tipos de telcrnctria.
I
i Em qualquer sistema de telcrnedição deve haver um transdutor, uin canal de
comunicaçiio, c um dispositivo remoto de indicaçáo ou de registro, ou ainda terminais dc
sí1ítl;i.

O rii:iis sirii)~lcs sislcrii~i (Ic Iclcii~ctli~áot;ilvcz scj;i íiciticlc. ciii qiic \i111
1n)tciici0iiictro 6 usíi<lo paríi gcrar urrin tcris5o proporcioiiíil 2 posiçiio tlo scii contiilo
rii(,vcl, o qtial podc scr movimcntíido por tinia b(>ia,uni rcssíilto, ou otitro tlispositivo coii-
trolado pelo processo ou função a scr medida. Um exemplo dc sistcnia tfc tclcmctliçáo
potcnciométrica é mostrado na Figura 3 1.

Ii Um sistema simples de telemedição, tal como mostrado na Figura 3 1, tem muitas


limitaqócs. O condutor da linha cntre os dispositivos transmissor c receptor está em série,
c a queda de tensão da linha dcve ser considerada a o se calibrar o dispositivo indicador no
tcrrninal rcccptor. A rcsistEncia da linha tunibCni sc tornít cxccssivri qulindo sc tcntÍi

i
!
I
trrirismitir indicaçóes a distâncias significativas. A tciiipcraturri toiiibdm a k t a n rcsistencia
(Ia liiilia, dc tal forma quc c5 afetada a intlicaçáo do voltínictro no rcccptor. Sistciiiíis ticstc
.tipo têm aplicação muito limitada e não podem ser praticaincntc iisados para longas
disthcias.

Figura 31 Sistema de telcmcdiçio simples usando um potenciometro para gerar uma tcnsáo
proporcional ao nível da bóia. O voltlmctro do terminal receptor podc ser calibrada para
indicar diretamente o nível no tanque.
M&todos& telernedição 85

TELEMEDIÇÁO P O R COMPRIMENTO DE ONDA

Um método mais prático de telemedição consiste em enviar uma sCne de pulsos


...
através de um circuito de comunicações. O transmissor C construído de tal modo que o
- comprimento do pulso é variado proporcionalmente ao valor de grandeza a ser medida.

No terminal do sistema, o receptor de telemedição converte os pulsos de


comprimento variável em tensão, corrente ou posição mecânica proporcional à grandeza
-.. original que está sendo medida. Um método comumente usado para gerar pulsos de
comprimento variável utiliza um excêntrico acionado por um .motor de velocidade
constante. Os contatos são fechados durante intervalos variáveis de tempo,.de acordo com
a posição de um braço que se move, mecânica ou eletricamente, em proporção ao valor da
grandeza a ser medida. Este sistema C ilustrado na Figura 32.

Com um sistema de telemediçáo tal como acima descrito, o período total para
cada seqüência de s&al ou não sinal é determinado pela velocidade de rotação do
excêntrico. Quando o valor a ser transmitido é zero, um pulso curto (sinal) será
transmitido com um período de não-sinal, até que a rótação do excêntrico tenha sido
completada. Quando o valor a ser transmitido C máximo, o excêntrico fecha os contatos
por um período de tempo que C determinado pela posição do contato móvel controlado
pelo transdutor, seguindo-se um curto período de não-sinal. O diagrama da Figura 33
mostra essas relações.

LlgaçBo Mecânica para


o Registrador

parao
Transdutor &tlilJ
Transmissor

Figura 32 Sistema de medição por comprimento de onda.


86 Operação de S i r t e m de Potência

Ciclo de Tempo

- - ----- -I -------7 -
I I
I I
I I
I I
I I
L I

Tempo
C

Figura 33 Diagrama de pulsos de sinal para o sistema de telemediçáo por comprimento de onda.
Partindo no tempo O com valor da grandeza mfnima a ser medida, o sinal é transmitido até o
tempo b, e então se terã "não-sinal" at6 o tempo d, quando um sinal é transmitido até o
tempo e , e "não-sinal" até o tempo g. Os tempos a-b e d-e são iguais. Esta seqüência
continua até que a grandeza que esta sendo telemedida varie.
Quando um valor máximo da grandeza 6 telemedida, um sinal será transmitido durante os
períodos a-c e d-f, e "não-sinal" durante c-d e f-g etc. Valores da grandeza entre zero e
.máximo deverão corresponder a sinais transmitidos com comprimento de onda aumentando
proporcionalmente at6 o valor máximo.

O sistema de medição por comprimento de onda C de melhor qualidade que o


sistema por corrente variável, já que a resistência da linha de comunicação não afeta
apreciavelmente o sinal. Basicamente, este e todos os sistemas que fazem uso de pulsos são
sistemas telegráficos. Os sinais de tais sistemas podem ser transmitidos sobre um par de
condutores, ou superpostos em uma onda portadora (carrier) para transmissão sobre
fio-piloto, linha de transmissão ou por microonda.

Urna das desvantagens do sistema de comprimento de onda é ser relativamente


lento. Os sistemas atualmente disponíveis requerem diversos segundos para um completo
ciclo do sinal. No entanto, para muitas finalidades, isto é inteiramente adequado e muitos
destes sistemas estão em serviço.

TELEMED~ÇÁO POR TAXA DE PULSO

Outro sistema básico de telemediçáo é por taxa de pulso ou à freqüência


varifivel. Em um tal sistema o número de pulsos ou ciclos transmitidos em um deterhinado
Métodos de telemediçtio 87

período de tempo varia proporcionalmente ao valor da grandeza que eitá sendo medida e
transmitida. Vários dispositivos podem ser usados para efetuar a variação da taxa de
pulso, tal como uma resistência variável (reostato) em um oscilador sintonizado à
resistência.

Um dos métodos usados para desenvolver uma taxa de pulso variável na


telemedição é, basicamente, a utilização de um elemento de medidor de energia com um
disco rotativo. O disco tem ranhuras na sua periferia ou furos em seu corpo. Um feixe de
luz passa através das ranhuras ou furos para uma fotocélula de modo q.ue, quando a luz
atinge a fotocélula, um sinal é desenvolvido.

,Como mencionado anteriormente, o disco do medidor de energia girará a uma


taxa proporcional à potência que circula no circuito do medidor. Sendo as bobinas de
potencial supridas com uma tensão constante, a taxa de rotação do disco dependerá
inteiramente do valor da corrente circulando nas bobinas de corrente, e pode ser feita
proporcional ao valor da grandeza que está sendo medido. Este método de telemedição é
ilustrado na Figura 34.

Foram também desenvolvidos outros dispositivos, que são totalmente


eletrônicos ou que usam amplificadores magnéticos. Nestes dispositivos' não existem
partes móveis e uma freqüência variável, ou taxa de pulso, é desenvolvida pela aplicação
ao dispositivo de uma tensão proporcional ao valor da grandeza que está sendo medida.

O o O
@ Lâmpada
O e

FotocBlula
L, ,r, Tempo
f

,--I
--
,-,--I
(b)

(a) r i-
nnnn.
Tempo ,
(c)

Figura 34 (a)Método para desenvolver uma taxa de pulso variAvel?com utilização de um elemento de
medidor de energia. Com o emprego de um disco girante os pulsos são produzidos a uma
taxa variável quando o feixe de luz é interrompido pela rotação do disco, cuja velocidade 6
proporcional ao valor que está sendo medido; (H Quatro ciclos de pulsos completos durante
o tempo t ; (c) Oito ciclos de pulsos no mesmo período de tempo.
88 Operaçáo de Sistema de Potência

TELEMEDIQ~OPOR AMPLITUDE DE PULSO


Outro mCtodo para telemedição consiste em se fazer variar a amplitude do sinal.
Este sistema não C normalmente usado devido ao nlído que aparece no circuito de
coniunicaçáo quando há uma variação de amplitude e que pode originar indicações
crroncas.

TELEMEDIÇÃO DIGITAL
Os mCtodos de telemedição atd aqui descritos foram do tipo anal6gico. Como
estabelecido previamente, o segundo tipo básico de telemediçálo emprega códigos digitais
para representar o valor da grandeza a ser transmitida pelo sistema de telemedição. Na
telernetria digital a combinação dos pulsos representa números ou letras correspondentes
aos valores medidos. Como em sistema telegráfico, a presença ou ausência de
sinal representa uma quantidade mínima de informação chamada "bit".

Diferentes códigos foram desenvolvidos, tais como o binário e o decimal


codificado para binário, os dois mais comumente usados. No código binário, os números
são expressos na base 2, em vez da base 10 usada no sistema numérico convencional. Na
notaçáo binária um número pode ser representado como uma seqüência de algarisnlos
"um" e "zero", que podem representar períodos de "sinal" e "não-sinal" em um circuito
dc comunicação. Para o desenvolvimento desta forma de notação recorda-se que: quaiquer
núrncro à potência zero 6 igual a 1, logo 2' = 1, e tambbm 21 = 2, 22 = 4,2" X etc. Na
riotaçáo binária os números de 1 até 10 aparecem corno indicado a seguir:

Esta tabela poderia ser expandida para representar qualquer número, tal que
uma scquência de "sinal" e "não-sinal", correspondente a uns e ~xros,pode ser
traiisrnitida como uma s6rie de "sinal" e "não-sinal". Códigos para sinais expressan4-
números binários apareceriam como na Figura 35.
Mktodos de telemedição 89

Tempo - (a)

Tempo (b)

Figura 35 Representação de números binários, por sinais, em um circuito de comunicação. (a)Sinal


representando o número binário 1; (b) Sinal representando o número binário 5.

Normalmente os sinais digitais usados em um sistema de telemedição são


produzidos eletronicamente por um conversor "análogo-digital", ainda que seja possível
produzi-los mecanicamente atravts de uma série de excêntricos ou por um grupo de reles
elktricos.

Os conversores "análogo-digitais" produzem os sinais digitais correspondentes


a uma tensão de alimentação que varia proporcionalmente com o valor a ser medido. No
receptor do sistema de telemedição, caso se deseje indicação ou registro, os sinais são
reconvertidos para uma tensão analógica por meio de um conversor dígito-analógico.

Onde for desejado fazer uso de tais sinais em computador digital, eles podem
ser aplicados diretamente ao computador para fins de impressão de valores, ou para
finalidade de controle, no caso de computadores de controle de processo. A representação
de um sistema de telemedição digital está mostrada na Figura 36.

Conversa CNuilo de Sinal


Transduior AnAlogo - Te14Tranmlu4r I
Dlgllal (Carrler ou
Microonda)

Indicador
Compumdor
de M d k r m

O
Converwr
-.
Dlglio
Rsglsuador
de MediçBo
Ana16gko

Figura 36 Diagrama em bloco do sistema de telemedição digital.


90 Opernçcío de Sistemas de Potência

Como a precisão não C reduzida na transmissão, a telemedição digital está


ganhando ampla aceitação. Em tais sistemas a precisão global é determinada pela precisão
dos transdutores e dos conversores análogo-digitais e dígito-analógicos usados no sistema.

REQUISITOS DE LARGURA DE FAIXA


Em qualquer sistema de comunicação a largura da faixa de freqüências
requerida para. transmitir informações é proporcional à quantidade de informações que
será transmitida em um dado tempo. Por exemplo, um circuito telegráfico manual exige
uma faixa de freqüência somente de O a 100 ciclos, aproximadamente; um canal telefônico
de voz exige uma faixa de, aproximadamente, 3.000 ciclos; e um canal de televisão requer
aproximadamente 6.000.000 ciclos de largura de faixa.

Isto tambCm é verdade em telemedição, onde se requer alta velocidade de


transmissão de informação, caso em que os canais de telemedição de banda larga são
necessários. Quando C usada a telemedição digital, os canais são especificados em "bits por
segundo", onde um "bit" C o menor elemento de informação (sinal ou falta de sinal). A
capacidade de taxa de-%itsde um circuito é determinada como se segue:

Palavra po;. - Caracteres Bits por


X X
minuto por palavra carac tere
= bits por segundo
60 segundos

Uma palavra C considerada ter seis caracteres, sendo cinco letras e um espaço.
Como um exemplo, admitamos 240 palavras por minuto: com seis caracteres por palavra e
9 bits por caractere, a "taxa de bit" será (240 x 6 x 9)/60 = 216 bitslsegundo.

TELEMEDIÇÁO POR CORRENTE PORTADORA

Para a. transmissão de sinais de telemedi~ãopara pequenas distâncias C normal-


mente econômico fazer-se uso de urna onda portadora sobre fios pilotos, linhas de trans-
missão, ou de sinais de microondas. Isto exige que os sinais a serem transmitidos sejam su-
perpostos h onda portadora (carrier). Este processo C chamado modulação, e faz o sinal
portador variar de acordo com as variações do sinal usado para modular a onda portadora.
A radiofonia convencional usa a "modulação em amplitude" onde a amplitude (potência)
do sinal é variada de acordo com a informação que está sendo transmitida.
Mbtodos de telemedição 91

O ruído devido às perturbações elétricas (estática) etc. afeta diretamente a


amplitude do sinal, e, nos circuitos em que o ruído é elevado, pode não ser possível
obter-se sinais úteis no terminal de recepção.

TELEMEDIÇÃO C O M MODULAÇÁO E M FREQUÊNCIA


E POR DESVIO DE FREQUÊNCIA
A modulação em freqüência faz a frequência da onda portadora variar de acor-
do com o sinal aplicado. Este método C usado em transmissão de alta qualidade, como no
rádio isento de ruído. Uma forma especial de modulação em frequência C usada pari a
transmissão, sem ruídos, de sinais de telemedição e de controle supemisório. Este mCtodo
é denominado "desvio de frequência". Como anteriormente descrito, os sinais de -

telemedição são usualmente uma série de pulsos. Com a utilização do desvio de frequência,
a presença de um pulso é indicada pela transmissão em uma frequência, e a ausência de um
pulso pela transmissão em outra frequência. As variaçóes de amplitude devidas ao ruído
ou outras causas têm pouco ou nenhum efeito sobre o sistema de desvio de frequência. A
-
transmissão por desvio de frequência é iiustrada na Figura 37.

Figura 37 Diagrama ilustrando o princfpio de telemediçáo por desvio de freqüência. O transmissor por
desvio de frequência opera próximo, mas não exatamente, h freqüência nominal fo, e
sempre com uma amplitude constante a. A presença de um pulso de telemediçáo é indicada,
quando o sinal está em f l , e ausência de um pulso em fp. O ruído apareceria como uma
variação em amplitude e não tem significado, visto que isso não contém informação.
92 Operação de Sistemas de Potência

Sumário
O rápido incremento da telemedição, do controle supervisório e aplicação dos
computadores na operação dos sistemas de potência aumentaram substancialmente o uso
da telemedição e a transmissão de sinais de controle nos sistemas de potência. Um
entendimento básico dos princípios envolvidos na transmissão de informação usada para
controle, indicação e operação dos sistemas de potência deveria ser útil para todas pessoas
envolvidas na operação destes sistemas. A discussão anterior não é de modo algum
completa, porém, servirá para tornar melhor entendidos os princípios usados em
telemedição e sinalização remota.

1. A telemetria analógica é realizada pela transmissão de sinais onde o valor da grandeza


a ser telemedido é convertido para: c
a) Pulsos de comprimento variável ou taxas de pulsos ou uma corrente proporcional à
quantidade medida;
b) Um código para cada valor da grandeza;
C ) Um sinal de microonda.

2. Os métodos de telemedição por corrente variável são:


a) Afetados pela resistência da linha;
b) Capazes de serem usados para grandes distâncias;
C ) Não afetados pela temperatura e comprimento da linha.

9
3. Nos sistemas de telemedição por comprimento de pulso, o comprimento dos pulsos:
a) Não é afetado pelo valor da grandeza a ser telemedida;
b) É proporcional ao valor da grandeza a ser telemedida;
C ) É tal que a telemediçáo é realizada sem alta velocidade. -.

4. Os sistemas de telemedição por taxa de pulso:


a) São mais vagarosos do que os sistemas de telemediçáo por comprimento de pulso;
b) Não são afetados por ruído no canal de comunicação;
c) São desenvolvidos fazendo o número de pulsos que estão sendo transmitidos variar
proporcionalm~ntecom a grandeza que está sendo telemedida.
Metodos de telemediçáo 93

5. Na te!emetria digital a grandeza que está sendo medida 6 convertida para:


a) Pulsos de comprimento variável;
b) Um código de seqüência de "sinal" e "náo-sinal", para cada valor da grandeza a
ser telemedida;
c ) Pulsos de amplitude variável.

6. Em um código binário o número 7 é representado por um período de "sinal" e.


"não-sinal" como se segue:
a) 01010
b) 00011
c) 00111

7. Um conversor análogo-digital produz:


a ) Um sinal analógico a partir da informação digital;
b) Sinais digitais s partir da informação analógica;
C ) Pulsos de comprimento variável proporcionais à grandeza a ser medida.

8. A telemedição digital é:
a) Menos precisa do que a telemedição analógica;
b) Não aplicável para controlar instalações de computador;
CJ Capaz de ser aplicada diretamente aos computadores de controle digital;

d)Suplantada pelos sistemas de telemedição analógica.

9. Quando a velocidade de sinalização é aumentada, a largura de faixa requerida:


a) Aumenta;
b) Diminui;
C) Não é afetada.

10. Na aplicação de corrente portadora para a transmissão de sinais de telemedição:


a ) A microonda 6 sempre usada;
b) É necessário usar a modulação em frequência;
c) Um sinalportador é levado a variar de acordo com a informação a ser transmitida.

11. A modulação em frequência é:


a ) Menos sujeita a ruído do que a modulação em amplitude;
b) Mais sujeita a ruído do que a modulação em amplitude;
C) Capaz de transmitir mais informação em uma mesma largura de faixa.
94 Operaçãode Sistemas de Potêncin

12. Quando o desvio de frequência C usado para transmitir sinais de telemedição:


a) O sinal de desvio de frequência C variado em amplitude na proporção da grandeza
que está sendo telemedida;
h) A freqüência C variada na proporção da grandeza que esrá sendo telemedida;
C ) A transmissão é feita, alternativamente, em urna ou outra frequência para indicar a

presença ou a ausência de um pulso de informação.


CONFIABILIDADE DE SISTEMAS

Manter a confiabilidade de serviço em um sistema de potência é uma das mais


importantes responsabilidades dos operadores e despachantes do sistema. Este assunto
deve receber uma grande atenção durante o projeto e a construção de equipamentos e
instalações de subestaçóes, linhas de transmissão e redes de distribuição de um sistema de
potência.

O equipamento de geração e de transformação é cuidadosamente projetado para


operar durante muitos anos, de forma confiável, e tem condições de projeto para suportar
a sobretensões transitórias devidas a descargas atmosféricas ou surtos de manobra. O
equipamento 6 também projetado para resistir às fadigas elétrica e mecânica que podem
ocorrer quando é submetido a elevadas correntes de falta.

No projeto do sistema planeja-se capacidade suficiente para as linhas e equipa-


',

mentos de subestações de maneira que as falhas do equipamento não resultem, normal-


mente, na interrupção & carga do consumidor, no caso de perda de urna linha, banco de
transformadores, disjuntor, ou problema similar.

Um critério de projeto normalmente usado C o de se prever para as instalações


meios e capacidade de suportar uma contingência simples, tal como a perda de uma linha,
um transformador, ou outra possível ocorrência. No projeto do sistema 1150 se prevê a
possibilidade de contingência múltipla devido ao custo excessivo de investimento e reduzi-
da probabilidade de dois eventos ocorrerem simultaneamente.

Depois que um sistema de potência é projetado e construído, é responsabilidade


dos operadores: operá-lo de modo que os limites de projeto não sejam ultrapassados, e
95
96 Operação de Sistemas de Potência

estarem alertas para as condições que possam ocorrer afetando a m a confiabilidade, al6m
de estarem prontos a entrar em ação para'evitar que situações de perigo possam acontecer.
Após um distúrbio, com perda do serviço ou indisponibilidade do equipamento, o operador
do sistema deverá proceder a sua recomposição, o mais proximamente possível para a
condição de operação normal, a fim de que a confiabilidade seja mantida no seu mais ele-
vado nível.

FATORES QUE AFETAM A CONFIABILIDADE


DO SISTEMA
Alguns dos principais fatores que afetam a confiabilidade do sistema são:

1. Capacidade de reserva;
2. Adequada capacidade de transmissão e transformação;
3. Habilidade de equilibrar carga e geração;
4. Pronto desligamento das linhas e equipamentos afetados e recomposição das
instalações;
5. Habilidade de retorno à operação do equipamento de geração;
6. Habilidade de operar equipamento, tal como disjuntores, sem dependência da
energia do sistema;
7. Habilidade de se estabelecer arranjos alternativos de linhas e equipamentos
de subestação, para se restaurar rapidamente o serviço de equipamentos não
afetados;
...
8. Interligações adequadas e confiáveis com outros sistemas;
9. Indicação confiável das condições do sistema e das comunicaçõés com usinas
e subestações importantes.

Esta lista de itens não é completa, mas cobre as principais categorias que devem
ser observadas a fim de garantir a operação confiável do sistema. Alguns dos itens listados
são definidos pelo projeto e não estão sob a responsabilidade direta dos operadores e des-
pachantes do sistema. A discussão seguinte tenciona indicar os fatores sobre os quais os
operadores do sistema podem. exercer controle direto, a fim de maxirnizar a
confiabilidade que pode ser dcançada com os recursos disponíveis';

RESERVA GIRANTE

A capacidade de geração disponível no sistema de transmissão que excede a car-


ga do sistema 6 chamada reserva girante, sendo o principal fator de segurança na operação
do sistema. A reserva girante que um sistema pretende ter C uma decisão política, baseada
Conjiabilidade de sistemas 97

em riscos e em fatores econbmicos. Depois de estabelecida a política de reserva ,+ante, os


operadores do sistema devem atender às solicitaçóes de carga, a ftm de que o sistema não
seja ameaçado por reserva inadequada. Devido ao custo do combustível consumido na
operação a vazio, no caso de se manter reserva excessiva, cabe aos operadores do sistema
evitar esta situação.

A reserva girante pode ser expressa como uma percentagem da ponta de carga
diária do sistema, ou ser baseada em riscos de perda da capacidade de geração que reai-
mente existe no sistema. A determinação da reserva girante como uma percentagem da
ponta de carga diária deixa muito a desejar, visto que pode não considerar os riscos reais
que existem no sistema. Além disto, particularr-ente nas usinas térmicas, as unidades nor-
malmente requerem várias horas, desde o momento em que são colocadas em serviço até
que estejam realmente disponíveis. Conseqüentemente, é necessário fazer-se as previsões
de carga, as quais podem conter erros. Se a carga for subavaliada, a percentagem da re-
serva girante no momento da ponta poderá ser menor do que a requenda pelo critério. Os
contratos de interligação, às vezes, têm previsão de penalidades por reserva girante inade-
quada.

Provavelmente, o método mais reaiístico de critério para especificação de


reserva girante C aquele baseado nos riscos, com considerações também para erro de
previsão de carga e requisitos de regulação. Os elementos de risco$onsideram a carga
concentrada na unidade mais pesadamente carregada ou a quantidade de energia que está
sendo recebida pelo sistema, se existirem linhas de interligação. Além do risco devido à
unidade ou a transferência de carga da interligação, deve ser feita uma provisão para erros
de previsão de carga e de regulação. Estes fatores são, geralmente, de 2% a 3% para cada
um. Em alguns casos, outro fator pode ser adicionado, com um valor arbitranamente
deten-ado, e que leva em consideração alterações de configuração não usuais do sistema
ou outras condições que poderiam resultar em risco maior do que o normal.

Um exemplo de cálculo da reserva girante requerida, nas bases mencionadas, é


ilustrado para o sistema B, na Figura 38.
98 Operação de Skremas de Potência

Sistema Sistema 300 MW Sistema

Figura 38 (a)Admitamos uma ponta de carga do sistema de 4.000 MW, com a unidade mais pesada-
mente c a g a d a de 350 MW, com 2% de erro da previsão de carga e 3% de erro por regula-
ção, e sem nenhuma configuração anormal no sistema.

Unidade mais pesademente carregada = 350 MW


Erro de previsão de carga = 80 MW ...(0,02x 4.000).
Erro por regulaçáo = 120 M W ...(0.03 x 4.000)
Fator de contlng6ncla = O
Reserva Glrante Requerida = 550 MW

Figura 38 (b) Admitamos o mesmo sistema e as cargas da maior unidade como em (a),em um fator de
contingencia arbitrário devido a uma configuração não usual no sistema de 100 MW.

Potbncla lfqulda importada = 500 M W


Erro de prevlsáo de carga = 80 M W
Erro por regulação = 120 M W
Fator de contlng8ncla = 1OOMW
Reserva Glrante Total = 800 MW

Outro fator que deveria estar sob contínua supervisiio do operador, com relação
à reserva girante, C sua locação e composição. No caso de perda de uma grande unidade,
pesadamente carregada, a frequência dependerá da proporção da perda de geração com
relação à geração total disponível, incluindo aquela dos sistemas interligados. Assim, é
desejável a restauração da freqüência a seu valor normal, tão cedo quanto possível e, no
caso de operação interligada, retomar as linhas de interligação ao esquema normal
rapidamente, a fim de evitar a ocorrência de instabilidade ou sobrecargas, além de não
tornar excessivos os intercâmbios involuntários,.e reduzir os efeitos de distiírbios na área
interligada.
As unidades geradoras possuem limites gluanto aos valores que podem dispor
para a tomada de carga. Com unidades hidráulicas, os valores de tomada de carga são
usualmente iimitados pelas taxas com que a água pode ser admitida nas tubulações; e, nas
unidades tkrrnicas, após ter sido usada a energia inicial armazenada nas caldeiras, com a
taxa de vapor que possa ser produzida para suportar a tomada de carga.

A percentagem de capacidade que pode ser assumida pelas v h unidadei ge-


radoras a vazio, pode ser determinada em categorias de tempo, tais como 5 segundos, 10
segundos, 30 segundos, 1 minuto, 5 minutos etc. Com tal determinação da disponibilidade
dessa reserva girante C possfvel prever-se, como o sistema responderá a distúrbios resul-
tantes de uma queda de frequêncisi.

Com interligaçóes de grmde porte, mesmo a perda de uma grande unidade


geradora, pesadammte carregada, não produzirá uma significativa queda de freqüência.
Em tais casos, o ângulo de potência do sistema que perdeu a geração se atrasa e há um
imediato fluxo de potência de outros sistemas interligados para o sistema com deficiência
de geração. Sendo a queda de freqüência de intercâmbio pequena ou nula, .o desvio de
programação nas linhas de interligação será a Gnica indicação de condições anormais. Os
sinais de controle de carga-freqüência,ou as ordens telefanicas para as usinas com capaci-
dade de reserva, são necessárias para restaurar a programação de intercâmbio ao normal.
Emtais casos, a resposta da reserva girante C um pouco mais lenta do que quando ocorre
uma significativa queda de frequênch

Um fator muito importante na manutenção da adequada reserva girante C tê-la


distribuída por diversas unidades em todo o sistema. Se a maior parte ou toda a reserva
estiver contida em uma grande unidade, a resposta total é limitada pelo grau em que aquela
unidade poderá assumir a carga. Quando a 'reserva está dividida entre várias unidades,
cada uma delas poderá fornecer sua contribuição na restauração do sistema às suas
condições normais, e toma-se reduzida a possibilidade de instabilidade, de abertura de
interligação, ou de sobrecarga em linha ou equipamento. Resumindo, pode-se dizer que a
reserva girante C um dos principais fatores para se manter a segurança do sistema de
potência. O valor de reserva girante, a ser considerado, é baseado em uma avaliação de
risco, sendo uma decisão política de nível gerencial. Depois que esta poiítica é estabele-
cida, a responsabilidade dos operadores C garantir que a política seja atendida e que a alo-
cação da reserva, entre as unidades disponíveis, C tal que será obtida resposta apropriada,
no caso de perda de geração ou de linhas de interligaçáo.
100 Operação de SLrtemns & Pot2ncia

CAPACIDADE DE TRANSMISSÃO
E DE TRANSFORMAÇÁO DO SISTEMA
A capacidade das linhas de transmissão e dos equipamentos de subestação são
fatores de projeto, e por isso não estão sob o controle dos operadores. No entanto, depois
. que as linhas e equipamentos são instalados e postos em serviço, o operador C responsável
por zelar que seus limites não sejam excedidos em operação normal. AtravCs de frequente
monitorização da carga e das condições de tensão nos vários pontos do sistema, o opera-
dor pode ser informado das condições reais e ajustar a geração, ou alterar arranjos, a fim
de evitar a ocorrência de condições de sobrecarga.

Os operadores de sistemas e de instalações devem estar familiarizados com os


valores nominais e de sobrecarga das instalações sob sua jurisdição. Alguns equipamentos,
particularmente transformadores, podem ser operados sob valores acima dos indicados na
placa, por determinados períodos de tempo, sem dano. Os dados dos equipamentos de ge-
ração são estabelecidos pelo fabricante e confirmados por ensaios operacionais após sua
instalação.

EFEITOS DA TEMPERATURA NO EQUIPAMENTO


O fator limitmte de carregamento em todos os equipamentos elétricos é a
clevac;áo de ternperatura.

As temperaturas máximas de operação dos equipamentos de geras50 e de


subestação são expecificadas pelos fabricantes e por informações oriundas de instituiçóe8
de operaçáo e de engenharia de sistemas. Se as temperaturas do ar ambiente sáo baixas 6
normalmente possível carr~gar-seos equipamentos corli maiores valores do que coiri
temperaturas mais elevadas.

Nos modernos equipamentos de geração térmica é possível ganhar apreciivel


capacidade, temporariamente, às expensas da eficiência, pela interrupção dos aquecedores
de água de alimentação. Em condições de emergência, a capacidade adicional, assim
obtida, pode evitar sobrecargas em outros equipamentos ou rejeição de cargas em
emergência.

Um outro item que deve estar sob a constante observação do operador é o fator
de potência do equipamento de geração. Se uma unidade está suprindo excesso de potência
-. C o n f i a b W e de sistemas 101

reativa (MVAR), sua capacidade (MVA) total poderá ser excedida, mesmo que a potência
ativa (MW) da carga esteja abaixo de seu valor nominal. Quando potência reativa em
avanço está sendo suprida, há urna crescente possibilidade de aquecimento das lâminas da
m a d u r a do gerador. Elementos sensores de temperatura, tais como detectores t4rmicos
de temperatura (RTD) ou termopares, são usualmente utilizados para monitorar tais
condições.

CAPACIDADE DAS LINHAS DE TRANSMISSÁO

A capacidade das linhas de transmissão é determinada pelo tipo do condutor, sua


bitola e comprimento da M a . Para linhas curtas somente o tipo e a bitola do condutor são
importantes, visto que o defasamento angular da linha,sob condições de carga pesada, não
C suficiente para causar um problema de estabilidade. Em tais linhas, o regime térmico do
condutor C o fator limitarte.

Nas linhas, cuja capacidade C limitada pelo regime tCrmico, são dados diferentes
valores para o verão e inverno. Os valores de verão são algo mais baixos de que os de
inverno devido às temperaturas ambientais serem mais elevadas.

Em linhas longas a capacidade C determinada mais pelos limites de estabilidade


do que pela capacidade térmica do condutor. Em tais linhas, os limites de estabilidade são
atingidos antes que a corrente do condutor alcance seu limite máximo.

Se o operador do sistema se familiariza com as capacidades das linhas e


subestaçóes, poder2 tornar as medidas necessárias, tanto em condições normais quanto nas
emergências, a fim de garantir que as capacidades não sejam excedidas ou, se necessário,
modificar as configurações por manobra ou mesmo rejeitar carga de forma a assegurar a
máxima confiabilidade de serviço.
-
EQWIL~BRIODE GERAÇÁO E CARGA
Quando um sistema de potência está operando h freqüência normal, com as
linhas de transmissão suprindo as cargas, geração e carga estarão equilibradas. Qualquer
aumento ou redução de carga deve ser seguido por uma variação de geração correspon-
dente, a fim de compatibilizar a nova condição de carga.
Ao operador do sistema são fornecidos vários dispositivos indicadores incluindo
a freqüência do sistema, telemedição dos 'fluxos de interligação, e controle do erro de kea,
a fim de que possa ser continuamente informado destes fatores. O equilíbrio de geração e
carga C responsabilidade básica do operador do sistema. Dispositivos tais como controle de
Confiabuidade de sistemas 103

Outro fator que pode ser usado para minimizar a possibilidade de colapso do
sistema, com o decllnio da frequência, 6 a abertura de linhas de interligação a uma
frequência predeterminada, caso o sistema esteja exportando energia. Se a energia estiver
sendo recebida, a abertura da interligação piorará a situação. A abertura da interligaçáo,
no momento da ocorrência, deverá ser, normalmente, uma última medida e somente ado-
tada se a frequência do sistema continua em deciínio.

Os contratos de intercâmbio e normas de operação emitidas pelas instituições


coordenadoras de sistemas normalmente cobrem este procedimento (no sistema arnerica-
no pelo Guia no 9 da North Amencan Power Systems Interconnection CO-ttee NAP-
SIC). Na maior varte dos casos, as interligações servem para estabilizar e limitar a queda
de frequência

Em um procedimento mais sofsticado, podem ser aplicadas a taxa de queda de


freqüência e a quantidade de carga a rejeitar. Re16 que são sensíveis à taxa de queda de
freqüência foram desenvolvidos, e estão sendo feitos trabalhos para suprir informações de
frequência a um computador central de controle, de modo que se possam analisar as varia-
ções de frequência e enviar impulsos de controle para rejeitar cargas, quando as condições
assim o exigirem.

Quando a freqüência é recuperada, a carga é religada em quantidades adequadas


para equilibrar a geração disponível. Em alguns casos, isto C feito, automaticamente,
através de relés e, em outros, manualmente. De qualquer forma C muito mais desejável
interromper uma parte da carga do sistema, por um curto' período de tempo, do que
pennitir que a frequência decline atC que o sistema entre em colapso.

O equiubrio da geração com a carga também C necessário no caso em que um


grande bloco de carga seja perdido, ou quando sejam abertas as linhas de interligação que
estão fornecendo energia. Em tais circunstâncias. a carga será menor do que a geração e a
frequência irá aumentar. A quantidade de elevação da frequência deve ser limitada,
porque é acompanhada por aumento da tensão e pode M ~ c a or equipamento do
consumidor, se não for limitada. A sobrefreqüência é menos danosa a um sistema de
potência do que a subfrequência. Quando a freqüência se eleva, um conjugado adicional C
requerido nas máquinas motrizes, a fim de limitar este aumento. No entanto, a elevação
total da frequência deve ser limitada em um nível predeterminado. Isto C normalmente
feito de forma manual pela redução da geração, caso a ação do regulador e do controle
automático não seja adequada.

Um principio importante a ser lembrado na operação de sistema de potência 6


que a geração e carga devem estar sempre equilibradas. Qualquer desequilíbrio resulta na
operador para proceder a recomposição do sistema à normalidade, ou tão próximo quanto
possível, no tempo mínimo.

Muitos tipos de problemas, tais como descargas em isoladores de linhas de


transmissão, são muitas vezes transitórios. O projeto do sistema de proteção, prtanto,
prevê religamento automático, após tal incidente. Ao contrário, as operações da prote@o
diferencial de um banco de transformadores ou do relC de neutro do gerador normalmente
indicam problemas mais sérios.

Para orientação dos operadores são normalmente fornecidos procedimentos que


indicam os passos a serem adotados após atuação de diferentes tipos de 'proteção, ou
depois de tentativas de religamento não bem-sucedidas. Os operadores deveriam estar
completamente familiarizados com tais procedimentos do sistema a fim de restaurá-lo, tão
próximo do normal quanto possível, e com o mínimo de atraso.

No caso de insucesso de religamento automático, ou depois que a atuação da


p r o t e o indicar problema no equipamento, este deve ser retirado do serviço e liberado
para reparos. Arranjos alternativos de barramentos de subestaçáo ou de linhas deverão ser
realizados a fim de suprir a carga interrompida, repondo em serviço o equipamento de
geração, e restaurando o programa de geração.

RETORNO A OPERAÇÃO DO EQUIPAMENTO DE GERAÇÁO


Depois que uma unidade geradora C retirada de operação pela proteção, oi
-. perdida devido a um problema em linha ou subestação, deverá ser prontamente colocadi
em serviço a fim de restaurar o programa de geração, caso a m6quina não tenha sido dani-
ficada.
Normalmente o retomo da unidade geradora não apresenta problemas
particulares, a não ser procedimentos de rotina que devem ser seguidos para colocá-la em
serviço. No entanto, se não houver energia disponível na usina geradora, recebida do
sistema ou de fontes locais, poderá ocorrer um longo atraso em se obter o retomo da
- unidade ao serviço.

.---
FATORES DE PROJETO AFETANDO A CONFIABILIDADE

Um grande esforço é despendido no projeto de usinas geradoras para fazê-las


tão confiáveis quanto possível, e garantir a máxima disponibilidade do equipamento em
serviço. Alguns dos meios usados para se aprimorar a confiabilidade são a instalação de
-
1-

I
A maior parte das informações aqui indicadas são normalmente descritas em
procedimentos de emergência que os operadores do sistema devem conhecer em profundi-
dade, a fim de que as instalações possam ser recolocadas em serviço e reiniciadas às opera-
ções normais, tão cedo quanto possível, no caso de grandes ocorrências no sistema.

O que foi dito anteriormente não é, no entanto, uma discussão completa de


todos os problemas de recuperação dos equipamentos geradores ou procedimentos de
emergência. Estes variam para cada instalação e sistema, e devem ser cobertos por infor-
mes e procedimentos detalhados desenvolvidos pelos Departamentos de Operação e de
Engenharia de cada sistema. Contudo, o assunto é de suprema importância para tomar
possfvel o melhor fornecimento de serviço, sob todas as condições de sistema.

OPERAÇÃO DE EQUiPAMEhTO SEM FONTE


NORMAL DE ENERGIA
Durante as emergências no sistema pode ser necessário operar equipamentos,
'.taiscomo disjuntores ou chaves acionadas a motor, quando não se dispõe de fontes nor-
mais de energia para sua operação.

Os disjuntores, sejam de tipos a 6le0, ar ou gás são fornecidos com mecanismos


para abertura ou fechamento quando desejado. Solenóides, dispositivos pneumáticos ou
componentes usando energia armazenada em molas comprimidas são usados para esta fi-
nalidade. A fim de tomar estes dispositivos independentes do sistema, são normalmente
previstos bancos de baterias com capacidade adequada para suprir energia para as diversas
operações de abertura e fechamento.

Com a possibilidade de que as fontes de bateria possam ser perdidas, por falha
em cabo ou outra razão, pode ser criticamente importante operar os disjuntores durante o
período desta falha. Meios de emergência para a operação de tais dispositivos podem ser
normalmente desenvolvidos. Alguns mecanismos de disjuntor operados a mola podem ser
operados manualmente para comprimir a mola de operação de fechamento do disjuntor.

Com disjuntores operados pneumaticamente, e sem disponibilidade de ar


comprimido, 6 possível usar um bujão de nitrogênio, temporariamente ligado ao sistema de
ar, a fim de operar os disjuntores.

Chaves a ar, operadas a motor, podem ser acionadas manualmente, seja


diretamente ou por atuação de mola.
Um fator importante C que, mesmo no caso de perda normal das fontes de
Na maior parte dos casos, com perda moderada de geração, a interligação de
sistemas reduzirá o valor da queda de frequência porque a percentagem da perda, com
relação à capacidade total interligada, C menor do que aquela caso o sistema operasse
isolado.

Distúrbios sCrios podem resultar em sobrecarga das linhas de interligação e, em


alguns casos, até em instabilidade, resultando em sua interrupção, o que pode levar à
operação em cascata da protqão e perdas de áreas maiores do que existiriam com sistemas
- operando independentemente. Algumas das medidas previamente discutidas podem
minimizar a possibilidade de tais perdas de sistemas interligados.

A manutenção de adequada reserva girante com capacidade de resposta rápida,


instalações com protqão de subfreqüência e apropriado ajuste da proteção das linhas de
interiigação normalmente evitam que as perturbações evoluam até a p r d a de grandes
áreas.

Os operadores estão em posição de monitorar o fluxo de interligação e outras


- condições de seus sistemas e, pela adequada observação e ação em emergência, podem
evitar ou amenizar os efeitos dos problemas. Se as condições do problema persistirem,
acompanhadas por declínio de freqüência, C desejável desligar linhas, caso a potência es-
teja sendo fornecida, e salvar pelo menos uma porção desta .área. Ao se manter uma por-
--
ção & área em serviço, em vez de permitir um colapso total, a operação normal poderá ser
restaurada muito mais rapidamente do que sena possivel após um colapso total da área.

Os acordos de interligação normalmente especificam requisitos mínimos de


reserva girante e configuram as condições de apoio mútuo. O conhecimento das
capacidades do sistema, dos dados de interligação, da reserva girante disponível, e de
outros aspectos operativos, é importante para que o operador possa adotar ação
apropriada durante as condições de emergência.

.. INDICAÇÁODAS CONDIÇÓES DO SISTEMA E COMUNICAÇÃO


Devido, à natureza do seu trabalho, os operadores devem apoiar-se em
-
dispositivos de comunicação e indicação para se manterem informados das condições de
,. seu sistema. Muitos dos locais-chave, tais como grandes usinas geradoras, pontos de
interiigação e grandes subestações de manobra, estão a grandes distâncias do operador do
I -._ sistema.

I .~ A fim de se prover ,o operador com informação das condições do sistema, as


I -. informações-chave são remotamente indicadas nos despachos de carga. Canais de controle
I.-.
1
2. A reserva girante C a capacidade de geração que:
a) É disponível para partida de unidades geradoras com turbinas a gás;
b) É sincronizada e está em linha, com capacidade superior à carga existente;
C)Tem o custo de combustível mais baixo.

3. A reserva girante a ser mantida em um sistema é:


a) Determinada pelo operador do sistema (despachante);
b) Uma decisão política;
c) Determinada pela quantidade de carga no sistema.
,

i
r
I
-
-

i . -.
4. Os riscos afetando os requisitos de reserva girante de um sistema, em complemento
ao das unidades mais pesadamente carregadas, incluem:
a) O valor líquido da energia importada;
6) O valor iíquido da energia exportada;
c) O período de tempo da ponta de carga diária.
I
1- 5. Imediatamente após uma perda de geração em um sistema de potência que está
I interligado com outros sistemas:
a) A freqüência cairá no sistema que perdeu geração;
i. b) A ação do regulador aumentará a carga em outras unidades geradoras;
I-. c) A energia fluirá para o sistema, atravCs das linhas de interligação, vinda de outros
I sistemas.
I -.

I-- 6. A reserva girante deverá:


I... a) Ser dividida entre unidades em vários pontos do sistema;
b) Sèr aiocada na maior unidade disponível;
I-
c) Ser reduzida durante as horas fora da ponta.
\-
I 7. As capacidades de transporte das linhas de transmissão são:
I a) Determinadas pelos operadores do sistema (despachantes);
I-.. b) Estabelecidas pelos fatores de projeto;
I.. c) Controladas pelo equipamento de controle carga-freqüência.
I
I-
8. Quando as temperaturas do ar ambiente são baixas, um banco transformador:
1-
a) Deve ser limitado a uma carga menor do que quando a temperatura do ar C elevada;
1 6) Tem a tensão secundária menor do que quando a temperatura do ar C alta;
I.. c) Pode ser carregado a um valor maior do que quando as temperaturas são altas.
1 ..
I -.

1-
PROTEÇÁO DE SISTEMAS

A proteção de linhas e equipamentos de sistemas é um campo especia1izado;e na


maioria dos sistemas a aplicação dos dispositivos de proteção é feita por um órgão
especialmente encarregado dessa função. Uma sucinta menção do sistema de protqão foi
feita no capítulo anterior, portanto, nenhuma tentativa será feita aqui para cobrir
completamente este assunto. Os princípios básicos de proteção serão expostos com a
finalidade de propiciar aos operadores um razoável conhecimento da atuação da proteção
que deve ocorrer sob várias condições do sistema. Informação mais completa é disponível
em textos de engenharia e publicações de fabricantes.

Em termos gerais, os sistemas de proteção monitoram condições do sistema tais


como fluxo de corrente, desequiiíbrio de corrente e tensão, igualdade de entrada e saída de
potência em um barrarnento ou banco de transformadores, corrente em ambas as
extremidades de enrolamentos .do gerador, temperatura, ou outras grandezas. Se as
condições são anormais, os relés de proteção sentem a anormalidade e fecham contatos em
um circuito alimentado por corrente contínua. Este circuito fornecerá energia para
operação de disjuntores visando desconectar do sistema a linha ou equipamento protegido.

As classes gerais de protqão são:

1.' Sobrecorrente (não-direcional e direcional)


2. Equilíbrio ou balanço de corrente
3. Sobretensão e subtensão
4. Distância [impedância, admitância (mho) etc.]
5. Potência
I13
Proteção de sistemas I15

móvel, eles mover50 com o elemento e podem, assim, fechar ou abrir circuitos de controle.
A bobina de operaçáo de tais relés pode ser conectada, seja em série com o circuito
monitorado para ser operado por fluxo de corrente, ou seja em derivaqão no circuito para
ser sensível variação de tensáo. Exemplos destes relés simples estão mostrados na Figura
39. Eles são usados frequentemente para a partida de motores ou para aplicações
auxiliares em instalações de sistemas de potência.

d-
'
Contatos
Fixos

-
Circuito
de
Controle

Bloco Isolante
Contatos
M6veis
Contatos
Fixos
-o
- Circuito
de
Controle

(Material Magnbtico)

(h)

Figura 39 Relés simples: (a) Um êmbolo de material magnético é colocado dentro de uma bobina de
fio condutor. Quando circula suficiente corrente na bobina, o êmbolo movimenta para cima
e os contatos móveis apóiam-se sobre os contatos fixos, fechando o circuito de controle; ( b )
i
Quando circula siificiefite corrente na bobina, o elemento móvel desloca-se em direção ao
núcleo magnético e os contatos móveis apóiam-se sobre os contatos fixos, fechando o cir-
cuito de controle. Colocando-se os contatos fixos no lado oposto do elemento móvel, o cir-
cuito de controle ficarã normalmente fechado e ser6 aberto quando o elemento for movi-
mentado.

I - Relés dos tipos anteriormente descritos podem ser usados para proteção de
circuitos em sistemas de potência, mas eles têm uma séria deficiência por serem incapazes
de propiciar retardo de tempo em sua operação. Quando circula suficiente corrente na
bobina do relé, seus contatos fecham instantaneamente. Por isso, este tipo de dispositivo é
usado como elemento instantâneo em sistemas de relés mais complexos.
Proteção de sistemas 117

curtos, de modo que o dano ao condutor da linha ou do equipamento é rnini-ado. Na


realidade, os relés de tempo inverso fazem uso de açáo,motora,onde o conjugado (torque)
do elemento motor S proporcional ao quadrado da corrente fluindo no circuito.
Conseqüentemente, para correntes apenas ligeiramente superiores aquelas necessárias a
iniciar a rotação do elemento motor, C requerido tempo consider8vel para que ele gire atC
a posiçáo em que. os.contatos se fecham. À medida que a corrente cresce, o elemento
rotativo (rotor) acelera mais rapidamente, reduzindo o tempo para o fechamento dos con-
tatos.

A 'construção usual de .um relé de sobreco~~ente de tempo inverso C algo


semelhante à de um medidor de energia, que já foi descrito anteriormente. O elemento
rotativo consiste em um disco metálico, não-magnético, usualmente de alumínio, com
bobinas de campo magnético colocadas próximas ao disco. A construção de re16 de
sobrecorrente, tipo disco de indução, está mostrada na Figura 40.

Características de tempo, representativas de relés de sobrecorrente tipo disco de


indução, estão mostradas na Figura 41.

RelCs de sobrecorrente do tipo descrito operarão sempre que a corrente no


circuito exceda o mínimo requerido para iniciar a rotação do disco do relé; eles não são
seletivos em relação à direção do fluxo de potência no circuito.

Figura 41 Curva característica típica de um rei6 & sobrecorrente d e tempo inverso, tipo disco de
indução. Em uma aplicação prática, com um transformador de 100: SA, 100A no circuito
promoveriam o fluxo de 5 A na bobina de corrente do relb e a atuação ocorreria em quatro
segundos, aproximadamente; com 200 A no circuito, o fluxo na bobina de corrente seria de
10 A e os contatos do relé fechariam em pouco mais de dois segundos. A curva de
temporizaçáo pode ser deslocada para cima ou para baixo ajustando-se a alavanca de tempo
(pelo ajuste do contato móvel) mostrada na Figura 40.
Proteção de sistemas 119

Usualmente, os relCs direcionais de corrente são conectados de tal forma que os


contatos direcionais fecharão para o fluxo de potência saindo do barramento da
subestação, mas permanecem abertos para o fluxo entrando na subestaçáo. Pelo uso deste
arranjo, a operação do relé pode ser confmada a um trecho de linha que está realmente
com defeito, sem provocar a ação do relC sobre outras linhas, mesmo que a corrente nelas
possa estar acima do valor mínimo requerido para promover o fechamento dos contatos do
elemento de corrente. Um exemplo de aplicação de relCs direcionais de sobrecorrente está
mostrado na Figura 43.

A B

Falta
V I

Contatos de Contatos de Contatos de Contatos de


Sobrecorrente Sobrecorrente Sobrecorrente Sobrecorrente
(Fechados) (Fechados) (Fechados) (Fechados)

-C--

Contatos
Dlrecionals
- Contatos
Dlrecbnals
Contatos
Dlreclonals
-----C-

Contatos
Dlrecbnals
(Abertos) (Fechados) (Fechados) (Abertos)

Figura 43 Diagrama simplificado da proteção direcional de sobrecorrente. (Nota: Por simplificação


os circuitos de corrente e potencial dos relés foram omitidos. Eles seriam conectados como
mostrado na Figura 42.) Admite-se uma falta na linha entre as estações A e B, no ponto
indicado. A potência fluirá para a estação A pela linha da esquerda e para estação B pela linha
da direita. Em ambos os casos a direção do fluxo de potência 6 tal que os elementos
direcionais dos relés dessas linhas extremas permanecerão abertos. Com suficiente valor de
corrente os contatos dos elementos de sobrecorrente fecharão, mas o circuito de disparo
(hip) não será ativado e os disjuntores 1 e 4 não desligarão. Na linha entre as estações A e B
haverá fluxo de corrente saindo das barras em direção à falta. Ambos os contatos direcional
e de sobrecorrente fecharão nos relés dos disjuntores 2 e 3, e quando esses disjuntores atua-
rem a linha será desenergizada, eliminando a falta do sistema.

É imediatamente visto que fluirá potência das barras nas subestaçóes remotas
supridoras das linhas das subestações A e B. Conseqüentemente, os contatos direcionais
dos relts protegendo os terminais dessas linhas fecharáo. Se os ajustes de corrente e
Proteção de sistemas 121

O conjugado desenvolvido no disco rotativo pelos enrolarnentos de corrente e de


potencial é proporcional ao fluxo de potência do circuito protegido, e características de
tempo inverso (i. é., o tempo para fechamento de contato é reduzido na medida em que o
fluxo de potência cresce) podem ser proporcionadas. Tais relks também podem ser
tornados direcionais, e eles atuarão para fluxo de potência em uma única direção,

Um método de proteção de linhas de transmissão largamente usado, e com muito


sucesso, 6 denominado "releamento de distância". É baseado no fato de que a queda de
tensão em qualquer circuito elétrico C proporcional à corrente e à irnpedância do mesmo.
Em conseqüência, se ocorre uma falta em uma linha, próxima ao barrarnento da
subestação, a corrente suprida à falta será maior doque se a falta fosse mais afastada da
subestação.
Um elemento de impedância 6 obtido fazendo-se uso de uma bobina energizada
por tensão, para contrapor-se, em uma viga de balanço, à força produzida por uma bobina
energizada por corrente proporcional à corrente de linha. Quando o elemento de
impedância C combinado com um elemento direcional, como previamente descrito, resulta
um relé que responde à direção do fluxo de potência e à distância (ipedância) at6 a falta.
Outros tipos de construção são usados para obtenção de relés que combinam em um s6
elemento as características direcional e de distância.
Na prática corrente, os relés de distância são construidos para fornecer uês
zonas de proteção. A primeira zona da subestação A 'inclui aproximadamente 90% da sec-
ção entre duas subestaçóes adjacentes A e B. A zona 2 cobre uma porção (i.C., os Úitimos
10%) da linha entre as subestações protegidas pela zona 1 e mais aproximadamente 25%
da próxima secção BC. Uma terceira zona C provida para cobrir o restante da linha, alCm
da proteção de segunda zona, e alcança aproximadamente 25% da próxima secção de linha
.CD fornecendo prowão de retaguarda para as primeira e segunda zonas. As zonas de
proteção acima descritas estão indicadas na Figura 44.

Uma ,das vantagens dos reKs de irnpedância 6 que eles proporcionam operago
de desligamento de alta velocidade pelos disjuntores, em ambos os extremos da M a , para
a maioria das faltas. Quando combinados com outros relCs em um esquema-piloto, eles
proverão quase simultaneamente a operação em ambos os t e k n a i s . Isto é particularmente
importante onde C utiiizado rcligamento de alta velocidade, já que um intervalo de tempo
(aproximadamente 12 a 20 ciclos), sem potência na linha, é requerido para que o ar no
ponto do arco (falta) possa desionizar, antes que o circuito seja reenergizado.
Proteção de & e m 123

Figura 45 Com uma falta na seqão de linha entre os disjuntores 3 e 4, como indicado, sinais carrier
seriam enviados pelo transmissor canier 2 para o receptor 1,e do transmissor canier 5 para
o receptor 6. Esses disjuntores seriam impedidos de atuação mesmo que a dirqão fosse cor-
reta para atuação em I e 6 . e a falta estivesse dentro da d i s h c i a protegida pela zona 2 dos
relés do disjuntor 6. Os sinais canier são bloqueados entre os disjuntores 3 e 4, j6 que a falta
está entre eles e próxima ao disjuntor 4. Os contatos da zona 2 no disjuntor 3, e os contatos
de primeira zona dos relés do disjuntor 4, promoverão instantâneo desligamento da secção
faltosa. Proteção de retaguarda com temporizaçáo 6 provida pelos elementos da zona 3 dos
re16 dos disjuntores I e 6.

RELEAMENTO POR COMPARAÇÁO DE FASES


Outro método de proteção de linha, usado para proporcionar alta velocidade de
operação, é o releamento por comparação de fases. Este sistema tem algumas vantagens
sobre os relés de impedância (distância), particularmente quando a compensação com
capacitores-série C utilizada em linhas longas. Com tal compensaçáo a impedância total da
iinha C menor com os capacitores-série em serviço do que quando eles estão fora de
serviço. TambCm, quando ocorre falta próxima aos capacitores, os relCs de impedância não
são capazes de distinguir corretamente a localização da falta. A compensação com
capacitores-série C usada frequentemente em linhas longas de extra alta-tensão
(375kV-750kV)e, conseqüentemente, um metodo que desempenhe apropriadamente sob
tais condições é requerido para estas instalações.

De fato, o sistema de relés por comparação de fases compara a corrente entran-


do em uma secção de linha e dela saindo. Sob operação normal essas correntes devem ser
iguais. Na eventualidade de uma falta, as correntes em ambos os extremos da linha não são
iguais, necessariamente, e a direção do fluxo de potência será invertida no extremo da
linha que tinha sido previamente receptor de potência.

Canais-piloto carrier ou canais-rádio de microondas são usados para transmitir a


posição relativa de fase das correntes nos dois extremos da linha, tal que isso possa
determinar se a falta C interna ou externa à secção de linha protegida. Se a falta é interna,
haverá emissão de um sinal do circuito eletrônico, associado com o sistema de relés, e
resultará atuação da proteção.
Proteção de &temas 125

. (Durante
11-12 = 0 Operaç30 '

$42 Normal)

e----
.. - 1
L
7-
-j- _
.
Figura 46 Esquema da protqáo diferencial simples para um transformador de dois enrolamentos. Os
secundários dos transformadores de corrente são conectados tal que a corrente circulará .
entre eles, e em operação normal, nenhuma corrente fluirá na bobina do re.16. Na
eventualidade de um defeito interno no transformador, a igualdade de correntes não mais
existirá e um fluxo de corrente circulará através da bobina do relC, provocando o
fechamento dos contatos e a atuação dos disjuntores para desenergizar o transformador.

Muitas variantes de proteção diferencial foram desenvolvidas para aplicações


especiais, mas basicamente todas elas operam sob os princípios ora descritos.

PROTEÇÁO D E NEUTRO ELEVADO ( O U D E TERRA)


Outro método de proteção frequentemente usado com unidades geradoras é o de
neutro elevado. Este mCtodo de proteção faz uso do fato que, sob condições normais de
operação, as tensões de fase de um gerador são aproximadamente bem equilibradas, e
conseqüentemente o potencial entre o terminal do neutro e a terra C próximo de zero.

Se ocorre um desequilíbrio, em conseqüência de defeito no enrolamento, a


tensão do neutro crescerá. Conectando-se o primário de um transformador em série com O
terminal de neutro do gerador, a tensão no secundário desse transformador será
proporcional à tensão do neutro. Esta tensáo C usada para provocar um fluxo de corrente
na bobina de um relé, e quando a corrente excede um mínimo predeterminado os contatos
do relé fecham e provocam a atuação do disjuntor do gerador. Esta forma de proteção está
ilustrada na Figura 47.
Proteção de sistemas 127

Como exemplo, na legenda da Figura 45, as corretas operações para o distúrbio


assumido foram apontadas. Foi dito que o disjuntor 6 deveria ser impedido de operar
devido ao bloqueio do sinal carrier emitido pelo transmissor 5. Contudo, se o disjuntor 6
operou, em adição aos disjuntores 3 e 4, pode-se suspeitar que o receptor 6 falhou na
recepção do sinal de bloqueio ou que o transmissor 5 falhou na sua transmissão. A
operação incorreta do disjuntor 6, por certo, deve ser investigada para determinar-se e
corrigir o erro.

No caso da proteção-piloto, quando se toma necessário remover o equipamento


carrier em um extremo de uma linha, por alguma razão, tal como no jampeamento de um
disjuntor, 6 prudente desativar também o carrier no terminal remoto.

Quando está sendo realizado trabalho em um equipamento protegido por relC


diferencial, como o jampeamento de um disjuntor em um grupo protegido por esquema
diferencial de barramento, pode ser necessário desativar essa proteção p u a evitar
operações incorretas do relC.

Muitos outros exemplos poderiam ser desenvolvidos, e a importância de


farniliarízar-se com a operação apropriada dos dispositivos de proteção, bem como as
precauções a serem tomadas para impedir operações erradas deveriam 'ser bastante
enfatizadas para todos os operadores do sistema.

Sumário
Vários outros métodos de proteção são usados em equipamentos, tais como os
relés de pressão em transformadores, os relCs de sobretemperatura em transformadores e.
geradores, os reles de perda de excitação em geradores, e outros. Informações adicionais
sobre tais dispositivos de proteção podem ser obtidas na liter.atura dos fabricantes.
Uma discussão completa da proteção de sistemas de potência está alem do
objetivo deste livro. A intenção foi propiciar alguma compreensão dos princípios básicos
usados em algumas das mais importantes e comumente utilizadas aplicações, visando dar
aos operadores um conhecimento dos tipos de equipamentos de proteção e ações que
poderiam ser esperadas das instala~õesde protqão no seu sistema. Tal conhecimento deve
tomar possível determinar quando ocorre, ou não, apropriada ação do rel6 durante as
condições de distúrbio.
Proteção de 129

7. Reles de irnpedância são combinados com bloqueio de carrier ou fip-piloto para:


a ) Prover alta velocidade de desligamento para faltas dentro de uma secção protegida
de linha;
b) Prover retardos de tempo controlados pelo camer ou fio-piloto;
c) Prover um sinal de que ocorreu a operação do reld.

8. Uma vantagem do relearnento por comparação de fases C que:


a) A ação do relé pode ser proporcionada para baixos valores da corrente de falta;
b) A ação correta do relC pode ser obtida quando há capacitores-sCrie na linha;
c) Eles operarão independentemente da direção do fluxo de potência.

9. A proteção diferencial de um gerador faz uso do princfpic, que, sob condições


normais:
a) A corrente no terminal neutro de um enrolarnento de fase C zero;
b) As correntes em cada enro1arnent.o de fase são iguais;
c ) As correntes em ambos os extremos dos enrolunentos de fases são iguais.

-
10. Quando um gerador de corrente alternada C protegido com uso de neutro elevado, em
condiçi5es de falta em uma fase:
a ) A tensão secundária do transformador de elevação do neutro toma-se zero;
b) A tensão secundária do transformador de elevação do neutro cresce;
c) As tensões de fase do gerador são equilibradas.
2. Transitória
3. Dinâmica

A cobertura plena desses tópicos está aldm do escopo deste livro. Contudo, será
feito um esforço para proporcionar uma base de compreensão de alguns fatores
envolvidos na estabilidade do sistema de tal modo que os operadores tenham alguma
.. percepção do assunto. Informação mais completa está disponível em livros especializados
e na literatura técnica.

ESTABILIDADE DE ESTADO PERMANENrE


A estabilidade de estado permanente poderia ser definida como a habilidade do
sistema elétrico manter o sincronismo entre as máquinas e 'as linhas externas de
interligação, em seguida a variações de carga relativamente lentas ou normalmente
esperadas. A estabilidade de estado permanente depende, em grande extensão, das
margens de capacidade de transmissão e geração e da eficiência dos dispositivos de
controle automático, particularmente dos reguladores automáticos de tensão dos
geradores. A afirmativa acima C também verdadeira para a estabilidade transitória e
dinâmica.

Conforme descrito no Capítulo 2 - "Transferência de Energia", sempre que a


carga de um gerador é aumentada, seu rotor avança com relação ao campo girante da
armadura, ou atrasa para reduções de carga. Normalmente a variação do ângulo do rotor
excede ligeiramente o limite, isto é, atrasa ou avança um pouco a mais. Até que a posição
de equiiíírio seja atingida, o rotor. continua a oscilar, em um caso estável, diminuindo os
percursos progressivamente até parar na posição correta para a nova condiçiio de carga.
Quando ocorre a parada do rotor na posição correta, após umas poucas e rapidamente
decrescentes oscilações, a máquina é estável, e as oscilações são ditas altamente
amortecidas. Exemplos de oscilações estáveis e instáveis são mostradas na Figura 48.

As oscilações do tipo descrito são geralmente muito rápidas para o regulador da


máquina corrigir. Contudo, os sistemas de excitação de ação rápida (reguladores de tensão
e excitatriz do gerador) podem sentir as variações de tensão que acompanham as oscila-
I
ções do rotor, e, então, reforçar ou enfraquecer o campo do gerador em um tempo capaz
de assegurar a operação estável.

AS condições acima descritas estão permanentemente presentes em um sistema


- de potência porque muitas cargas estão sendo ligadas e desligadas e todos os geradores
Estabilidade de slrtemas 133

Vários fatores afetam a estabilidade transitória de um sistema, entre eles a


capacidade da rede de transmissão do sistema e das linhas de intertigação aos sistemas
adjacentes, as características das unidades geradoras, incluindo a energia das partes
rotativas e as propriedades elétricas como as reatâncias transitórias, e as características de
saturação magndtica do material do estator e do rotor. Outro fator importante é a
velocidade com que as linhas e equipamentos fdtosos podem ser desligados e, com o
religamento automático das linhas de transmissão, quão rapidamente essas linhas podem
ser recolocadas em serviço. Como no caso da estabilidade em estado permanente, a
velocidade com que respondem os sistemas de excitação dos geradores 6 importante na
manutenção da estabilidade transit6ria. Os distúrbios são comumente acompanhados por
rápidas reduções na tensão do sistema, e uma restauração imediata da tensão ao normal C
importante na manutenção da estabilidade.

Como foi previamente afirmado, a estabilidade transitória 6 a habilidade de o


sistema manter-se em sincronismo durante o período que se segue a um distúrbio e antes
que os reguladores tenham tempo de atuar. Ordinariamente, a primeira oscilação dos

- - - - --

TemDO C

Figura 49 Exemplos de oscilações transitórias estáveis e instáveis de uma máquina síncrona em seguida
a súbito distúrbio. No caso estável, o ângulo do rotor aumenta até um valor máximo e depois
diminui. No caso instável o ângulo do rotor continua aumentando até que a maquina excede
sua posição-limite de recuperação e perde o sincronismo.
Estabilidade de Ntemas 135

Tempo 8 -
Figura 50 Exemplo de oscilações dinamicamente estáveis de uma mãquina síncrona, em seguida a um
distúrbio. Durante a primeira oscilação, a partir da ocorrência do distúrbio até o tempo
indicado pela linha tracejada a-a', os reguladores não têm tempo para atuar. Este é o período
em que a estabilidade transitória é importante. Após ocorrer a ação do regulador, o ângulo
do rotor da máquina variará com diminuição das oscilações até fixar-se em um novo ângulo
correspondente aos novos requisitos da carga. Este tempo pode estender-se desde cerca de
30 segundos até vários minutos, dependendo das inércias do sistema e das características dos
.. reguladores.

dos reguladores, as oscilações começarão a . aumentar até que a máquina perde o


sincronismo. Este tipo de situação pode ocorrer se o retardo de atuação de controle dos
reguladores for tal que, sentida a necessidade de aumento ou diminuição da energia
-.
fornecida, a ação C suficientemente retardada no tempo possibilitando aumentar em vez de
diminuir a próxima oscilação. Se uma tal condição existe, as oscilações do rotor da
máquina podem'continuar a repetir-se até que a máquina sai do sincronismo. A Figura 51
8. .
ilustra este caso.

No passado, as investigações de estabilidade incluíam somente a primeira oscila-


.- ção (transitória), e imaginava-se que se ela era estável, as oscilações amorteceriam. Até o
advento dos computadores digitais, com suas capacidades de cálculo em alta velocidade, os
estudos de estabilidade consumiam grande tempo. Atualmente, C comum desenvolver es-
2. A estabilidade de estado permanente C a habilidade de um sistema para:
a) Manter a freqüência exatamente em 60 Hz;
b) Manter o sincronismo entre as máquinas e as linhas externas de ligação;
c) Manter uma margem dereserva girante todo o tempo.

3. Quando um gerador shcrono está operando estavelmente e ocorre uma súbita


variação de carga, seu rotor:
a) Avança de sua posição com relação ao campo girante do estator;
b) Em nada é afetado;
c) Oscila decrescendo até ajustar-se em sua nova posição correta.

4. Quando o rotor de um gerador síncrono oscila devido a variações de carga, a ação


corretiva pode ser fornecida por:
a) Rápida ação dos reguladores de 'tensão;
b) Regulador do sistema;
c ) Redução manuai da corrente de campo.

5. A estabilidade transitória t a habilidade do sistema para:


a) Liberar energia pelas linhas de iriterligação a outros sistemas durante um distúrbio;
b) Manter-se em sincronismo, antes da ação do regulador, em seguida a um distúrbio
do sistema;
c) Manter um equiiíbrio constante entre o fornecimento de energia mecânica e o
suprimento de energia elCtrica.

6. A estabilidade transitória de um sistema de potência C afetado por:


a) Características das unidades geradoras;
b) Capacidade da rede de transmissão;
c) Velocidade com que as linhas faltosas podem ser desligadas;
d)Tudo acima

7. As características de estabilidade dinâmica são efetivas no período:


a) Imediatamente após a perda de carga ou de geração;
b) Em que está ocorrendo a ação do regulador;
c) Entre o tempo em que os reguladores começam a reagir e o equilíbrio de estado
permanente é restabelecido.

8. Quando um sistema C dinamicamente estável, as oscilações das máquinas síncronas,


em seqüência a uma súbita variação de carga:
a) Diminuirão com o tempo; c) Não alterarão.
b) Crescerão com o tempo;
OPERAÇÁO EM EXTRA ALTA-TENSÁO

Nos últimos anos houve urna grande quantidade de atividades na-indústria de


energia e16trica referente ?
construção
i de linhas e subestaçóes de extra alta-tensão (EAT).
A EAT usualmente abrange as linhas e equipamentos operando acima de 230 kV. Existe
uma considerável quantidade de instalações de transmissão em 345 kV, e mais
recentemente foram construídas linhas de transmissão de 500 kV e 750 kV. As pesquisas
prosseguem para a transmissão de potência em tensões at6 1.000 kV.

Na medida em que cresce a quantidade de energia a ser transmitida e as


distâncias entre os pontos de geração e consumo tomam-se maiores, C necessário aumen-
tar as tensões de transmissão. Os fatores que limitam a tensão de transmissão sáo: a
disponibilidade de equipamento de transformação, o isolamento da linha, e os dispositivos
de manobra (chaveamento) capazes de operar sob tensões extremamente altas.
Iniciando-se na década de 20 e continuando até o início dos anos 60, a tensão de
230 kV foi o máximo valor de transmissão usual nos grandes sistemas de potência e nas
principais interligaçóes entre sistemas. Com linhas de 230 kV e comprimentos com cerca
de uma centena de milhas (160 krn), a r n i h h a capacidade de carga C da ordem de 200 MW
a 300. MW, Com linhas mais curtas, nesta tensão, pode-se transferir atC 400 MW de
potência, ou mais.

Com a disponibilidade de unidades geradoras com capacidade de 500 MW a


1.000 MW, e com o crescimento dos sistemas de potência, toma-se desejável transmitir
ainda maiores quantidades de potência nas linhas de transmissão aldm da capacidade usual
dos sistemas de 230 kV.
139
- Operação em extra alta-te& 141

normalmente na linha C dissipada na atmosfera, resultando em perdas de energia. Esta


perda é denominada corona e, quando é suficientemente grande, se toma visível como uma
lurniniscência ao redor do condutor. Em adição A perda de potência resultante, há
componentes de alta frequência (rádio freqüência) associadas com a descarga corona e que
- causam rádio interferência.

Vários fatores afetam o nível de tensão sob o qual ocorrerão as descargas


corona. À medida que o diâmetro do condutor cresce, o potencial ao redor do condutor
decresce, possibilitando operar a linha sob tensáo mais alta sem corona-do que seria
possível com menor diâmetro do condutor.

Outro fator afetando o efeito corona C a rugosidade da superfície do condutor.


Qualquer aspereza produzirá pontos de alto gradiente de potencial que promovem
aumento da perda corona. Isso C também verdade se há pontas aguçadas ou ângulos vivos
nas ferragens das estruturas.

FEIXE DE CONDUTORES
- Como previamente mencionado, um m6todo de redução do potencial ao redor de
um condutor consiste em aumentar seu diâmetro. Sob 230 kV, os condutores com
aproximadamente uma polegada (2,5 cm) de diâmetro proporcionam nível de corona
satisfatoriamente baixo. Sob 500 kV ou acima, poderiam ser exigidos condutores com
diâmetro de várias polegadas para obter-se perdas corona razoavelmente baixas.
. Condutores com tais diâmetros seriam muito caros, e um problema adicional maior seria o
porte físico das estruturas para suportar o peso de tais condutores. Outro problema seria o
desenvolvimento de isoladores de suspensão capazes de suportar os condutores com
diâmetro e peso requeridos.

Verifica-se que quando dois ou mais condutores de bitola razoável são


colocados espaçados entre si de umas poucas polegadas e operados em paralelo, o "feixe"
-
de condutores comporta-se como um condutor de maior bitola, no que diz respeito ao
- gradiente de po&ncial atmosférico ao seu redor. Os gradientes de potencial de cada
, condutor paralelo interagem de tal modo que o gradiente composto (campo elétrico) é
I _ semelhante àquele que existiria com um condutor de diâmetro extremamente grande.

I-. Para aumentar as tensões de operação até a faixa de 500 kV a 750 kV,
, -. economicamente e com perdas corona e de rádio interferência toleráveis, são usados
1 ..
condutores em feixe.
--
Operação em extra alta-tenráo 143
..

Figura 52 Diagrama vetorial aproximado de uma linha de transmissão monofásica operando com fator
de potência atrasado. A tensão ER no terminal receptor é menor do que a t e n s o Eç no
terminal transmissor, como expresso pelo vetor soma das quedas de tensão através da
resistência e a reatância da linha. 8 6 o ângulo entre a corrente e a tensão no terminal da
subestação transrnissora, e 8 R C o ângulo entre a corrente e a tensáo no terminal da subesta-
ção receptara da linha. A diferença entre 8 s e 8 R 6 o ângulo de defasagem da linha.

Figura 53 Diagrama vetorial aproximado de uma linha.de transmikáo operando com fator de potência
adiantado. O vetor s o m das quedas de tensão na linha resulta em uma tensáo no terminal
receptor maior do que a tensão no terminal da subestação transmissora.
Operação em extra alta-tensão 145

Figura 54 Diagrama vetorial aproximado mostrando o efeito do uso de compensação de uma linha de
-. . transmissão com capacitores-série. 0 vetor ER1representa a tensão na receptara quando a
compensação com capacitares-lrie está em serviço,.e a linha tracejada ERP representa a
tensão na receptora sem a compensação com os capacitores-série.

de distribuição, e são conectados em série-paralelo. O número de unidades conectadas em


série é suficiente para suportar a máxima queda de tensão esperada atravCs dos
capacitores. O número de unidades em paralelo é determinado pela corrente normal
esperada na linha. Os capacitores-série devem ser operados sob a tensão de linha, e são
-
montados em plataformas com suficiente isolamento para suportar a tensáo fase-tena da
linha de transmissão.

A instalação de capacitores-série pode ser feita com todos os capacitores em um


único local. tal como no ponto médio da linha, ou com metade dos capacitores em cada
extremo da linha. Ambos os tipos de instalação estão em uso, e a decisão sobre onde
-. instalar os capacitores C tomada com base em considerações técnicas e econômicas. A
Figura 55 mostra um diagrama esquemático de ambos os tipos de instalação.

Na prática, a instalação de capacitores-série é consideravelmente mais


complicada do que a indicada na Figura 55. Dispositivos de chavearnento, jarnpearnento e
aterramento são incluídos em cada instalação, e centelhadores são colocados atravt?~dos
capacitores para funcionar caso a queda da tensão exceda um valor predeterminado, o que
- pode ocorrer durante as condições de distúrbio.
Operação em extra alta-tensão 147

Para compensar o crescimento da tensáo resultante das correntes de carga


capacitivas, são instaladas reatâncias indutivas entre a linha e a terra ou através dos
enrolamentos terciários de bancos de transformadores. Tais instalações absorvem corrente
em atraso e comgem a elevação de tensão que ocorre nas linhas sob condições de carga
leve.

Um reator-derivação para instalação fase-terra C semelhante ao enrolamento


primário de um transformador abaixador de alta-tensão, porém, sem o enrolarnento
secundário. Tais reatores são bobinados sobre um núcleo de f e v o e instalados em tanques
cheios de 6leo. O enrolarnento deve ter um suficiente número de espiras para fornecer a
reatância indutiva desejada. . .

Quando os reatores-derivação são instalados nos terciários de bancos de


transformadores, eles são- usualmente do tipo bobina com núcleo de ar, com suficientes
espiras para garantir a reatância desejada sob a tensão de operação.

A Figura 56 mostra os diagramas unifilares esquemáticos de ambos os tipos de


instalações.

, Disjuntor , Dlsjuntor I

0 0

m a
mo,

Figura 56 Diagramas unifilares esquemáticos de instalaçõescom reatores-derivação.


a) Reator com tensao plena e núcleo de ferro.
b) Reatores no enrolamento terciário de um banco de transformadores.
Operação em extra alta-tensão 149

Esta discussão considerou atb agora os sistemas de corrente alternada (C.A.).


Instalações de linhas de transmissão em corrente contínua (C.C.), operando na faixa de
500 kV a 750 kV, foram também construídas e outras estão planejadas. A primeira
transmissão de energia elétrica foi feita com corrente contínua Nos primórdios da indús-
tria elbtrica houve considerável controvérsia sobre os mdritos de sistemas C.C. versus
C.A. Com o desenvolvimento do transformador, foi possível elevar as tensões C.A. a tais
valores que quantidades relativamente grandes de energia puderam ser transmitidas,
economicamente, a distâncias considerbveis. Como resultado, quase toda transmissão em
alta- tensão tem sido feita por corrente alternada. A notável exceção ocorreu na Europa,
onde algumas instalações foram feitas em alta-tensão (aproximadamente 100 kV), em
corrente contínua, usando o sistema Thury. Neste caso os geradores C.C. foram
conectados em série, e as máquinas, montadas em plataformas isoladas, operadas na tensão
da linha, ou próximo.

O desenvolvimento de retificadores ri arco de mercúrio com controle de grade s .


de retificadores controlados de silício (RCS) tomou possível produzir corrente contínua
em altos níveis de potência, com grande eficiência, e sem os problemas dos comutadores
mecânicos exigidos nas máquinas rotativas.

A transmissão em alta-tensão C.C. é reaüzada pela operação dos retificadores. a


arco de mercúrio ou pelos RCSs em conexão série-paralelo, para desenvolver os níveis de
tensão desejados e as requeridas capacidades de condução de corrente.

Retificadores com controle de grade e RCSs podem ser usados para retificação
da corrente alternada em corrente contínua. Ajustando esses dispositivos em seqüência de
tempo apropriada,. eles podem ser usados como inversores para converter a corrente
contínua de volta à corrente alternada.

A Figura 57 mostra um diagrama esquemático simplificado de um


retificador-inversor usando retificadores com controle de grade.

Os retificadores com controle de grade, mosirados na Figura 57, estão


numerados na sua seqüência normal de disparo ou de condução. Quando os pulsos de
controle de grade são temporizados, tal que a válvula conduz no primeiro quadrante de um
Operação em extra alta-tensão 151

Como a geração e distribuição de energia é quase universalmente feita por


corrente alternada, o uso de linhas de transmissão de C.C. é limitada ao transporte de
grandes blocos de energia de uma localidade para outra, dentro de um sistema ou entre
sistemas. Em todas as aplicações de transmissão C.C., em alta-tensão, a tensão alternada é
elevada por transformadores convencionais antes da retificação. Só então é transmitida em
corrente contínua até um ponto onde é novamente invertida para corrente alternada e
passada pelos transformadores para obter o nível desejado de tensão em C.A.

Deve também ser salientado que se os retificadores e inversores são iguais, a


corrente C retificada ou invertida, como desejado, pela temporizaçáo dos pulsos nos
retificadores com controle de grade ou nos RCSs. A Figura 59 mostra um diagrama
esquemático simplificado de uma linha de transmissão C.C. entre dois sistemas de C.A.

SubestaçSo A Subestaçáo B

i& Retificador - Inversor


I
1
+ 350 kV

-- 111

- 350 kV
C.C. -1
111

Figura 59 Diagrama esquemático simplificado de uma linha de transmissão de 700 kV-C.C.


interligando duas subestaçóes C.A. Para haver fluxo de potência da subestaçáo A para a
subestaçáo B, o equipamento retificador-inversor na subestação A deve retificar para
produzir corrente contínua, e o equipamento da subestação B deve inverter para retomar a
corrente contínua em corrente alternada. Para haver fluxo da subestaçáo B para a subestaçáo
A, a operação d o equipamento retificador-inversor deve ser invertida.

OPERAÇÃO COM O SISTEMA ATERRADO


A maioria das linhas de transmissão C.C. em alta-tensão opera aterrada. Neste
arranjo, um dos condutores opera a um potencial positivo (tensão) igual à metade da
Operação em extra alta- tensão I53

Outra vantagem da transmissão C.C. C que os sistemas em paralelo não


necessitam operar em sincronismo, indispensável em sistemas C.A. A transferência de
potência C ajustada pelo aumento da tensão na subestação transmissora, como foi descrito
no Capítulo 2.

Como os sistemas C.C. operando em paralelo não precisam estar em


sincronismo, a interligação C.C. pode ser usada para transferir energia entre sistemas de
freqüências diferentes. Isto foi feito no Japão, onde um sistema de 60 Hz opera em
paralelo com um outro de 50 Hz, via uma interligação C.C. Nos Estados Unidos, contudo,
a transferência de energia entre sistemas normalmente não C um problema, porque quase
todos eles operam em 60 Hz.

DESVANTAGENS DA TRANSMISSÃOEM
CORRENTE C O ~ N U A
As principais desvantagens da transmissão em C.C. são o custo e a
I
complexidade do equipamento retificador-inversor. Este fator torna oneroso instalar
subestaçóes intermediárias em uma linha C.C., enquanto que, na transmissão em C.A., C
relativamente barato instalar bancos de transformadores em subestaçóes intem'ediánas, de
modo a satisfazer os requisitos de carga.

A escolha entre transmissão em C.A. ou em C.C. C determinada por fatores


econômicos e técnicos de modo a melhor ajustar as exigências de uma instalação
particular.

OPERAÇÁO EM PARALELO DE SISTEMAS DE


CORRENTE ALTERNADA E COM- NUA
As linhas de transmissão em C.A. e C.C. podem operar em paralelo quando
equipamentos apropriados são fornecidos para o controle do carregamento e divisão da
carga entre as linhas. Uma operação em paralelo de linhas de 500 kV-C.A. e 750 kV-C.C.
foi consumada quando foram completadas as instalações da "Pacific Intertie" entre os
Estados do Oregon e da Califórnia. (NT: à semelhança do Sistema Itaipu.)
I .-
Há pouca experiência na operação de linhas C.A. e C.C., desta maneira. A
primeira aplicação deste tipo foi a linha de 130 kV-C.C. entre Vancouver e a Ilha de
Vancouver, na Columbia Britânica. Conseqüentemente, é difícil proporcionar informações
sobre os problemas que poderiam ser encontrados quando este modo de operação tor-
nar-se mais comum.
- Operação em extra aba- tensüo 155

2. Quando o potencial elétrico de um condutor é aumentado:


a ) O gradiente de potencial ao redor do condutor cresce;
b) O gradiente de potencial ao redor do condutor diminui;
C ) As perdas por efeito corona são reduzidas.

3. As perdas por efeito corona são minimizadas quando:


a ) A bitola do condutor é reduzida;
6 ) Existem partes pontiagudas nas estruturas da linha;
C) É utilizado um condutor liso.

4. Quando dois condutores são "geminados":


a ) O gradiente de potencial no espaço entre eles é aumentado;
6 ) As perdas por efeito corona são eliminadas;
C ) O gradiente de potencial ao redor deles C equivalente ao que existiria com um
condutor de grande diâmetro.

5. Quando uma linha de transmissão longa é pesadamente carregada:


a ) A reatância distribuída da linha predomina;
b) A reatância indutiva e a resistência da linha fazem a tensáo no terminal da reccptora
ser menor do que a tensão no terminal da transmissora:
c ) As perdas por efeito corona são aumentadas.

6. Em uma longa linha de transmissão levemente carregada:


a ) A tensão no terminal da receptora pode exceder a tensão no terminal da
transrnissora;
b ) :A tensão no terminal da receptora sempre excede a tensão no terminal da trans-
rnissora;
c ) A corrente de carga capacitiva é reduzida.

7. Quando são usados capacitores-série em uma linha de transmissão:


a ) O ângulo de fase entre os terminais da transmissora e da receptora é aumentado
sob condições de carga pesada;
b ) O ângulo de fase entre os terminais da transrnissora e da receptora é diminuído sob
condições de carga pesada;
C ) A estabilidade da linha C enfraquecida.

8. A queda de tensão através de um banco de capacitores-série é proporcional:


a ) A tensão da linha; c ) À corrente circulando na linha.
6 ) A bitola do condutor da linha;
A trigonometria, que 6 a matemática de ângulos e triângulos, é usada
profundamente na análise de circuitos de corrente alternada. Um estudo completo do
assunto pode-se tornar bastante complexo, mas para a maioria dos problemas do dia-a-dia
da operação, as noções básicas e as aplicações simples da trigonometria podem ser um
grande auxího.

Os próximos parágrafos desenvolverão o assunto de forma suficiente para que


os princípios trigonométricos possam ser aplicados na solução de problemas elétricos
simples.

Quatro relações podem ser desenvolvidas e tabuladas de forma a tomar muito


simples a solução de triângulos. Por estranho que pareça, os triângulos aparecem
frequentemente em problemas envolvendo correntes, tensões, potências e fluxos de
reativo (VAr).

Se um círculo com raio de 1 unidade (polegada, pé, metro, milha etc.) é


desenhado e um triângulo retângulo C formado como o da Figura 60, as bases para duas
importantes funções trigonométricas (propriedades) podem ser rapidamente
desenvolvidas. O lado uc C a hipotenusa. Os outros dois lados são a projeção ab do raio, na
horizontal, e o lado bc é a conexão da projeção a b com o ponto c de intersecção da
hipotenusa com o círculo.
.-.. I . . -- m
. ,-
. _.

I.. I

É fácil notar que senos e co-senos se repetem em valores, mas são positivos ou
I

negativos, dependendo do quadrante do círculo em que estão localizados. A Figura 61


I mostra esta relação.
I
I

cos- Cos +
Sen- Sen-
Cos- Cos+

Figura 61 Relações dos sinais algébricos de senos e co-senos em vários quadrantes de um círculo.

I De maneira resumida será mostrado como os senos e co-senos pode& ser usados
I .. em problemas elCtncos, mas, antes, é recomendável desenvolver os outros dois princípios
I. básicos de relações trigonométricas. Novamente, traçaremos um círculo de raio unitário e
um triângulo tal que o lado oposto está localizado na extremidade e C perpendicular ao raio
I~
horizontal, como mostra a Figura 62.
I

Figura 62 Círculo com raio unitário e um triângulo com o lado oposto em ângulo reto com ab e tan-
genciando a circunferência do círculo. A d o entre o lado bc com o lado ab, bc/ab é a tan-
.
gente (tg) do ângulo 6 Tamòém, a razão entre ab e bc é a co-tangente (cotg) de 6 .
1.
Introdução d bigonomenia 161

Tabela 5 Tabela resumida das f u n ç k trigonom6tricas naturais

Sen Tg Cotg Cos Grau


0,ooOo 0,rn 1 ,m 90
0,0175 0,0175 52,2900 0,9998 89
0,0349 0,0349 28,6363 0,9994 88
0,0523 0,0524 19,081 1 0,9986 87
0,0698 0,0699 14,3007 0,9976 86
0,0872 0,0875 11,4300 0,9962 85
0,1045 0,1051 9,5144 0,9945 84
0,1219 0,1228 8,1443 0,9925 83
O,1392 0,1405 7,1154 0,9903 82
O,1564 0,1584 6,3138 0,9877 81
0,1736 0,1763 5,6713 0,9848 80
O,1908 0,1944 5,1446 0,9816 79
0,2079 0,2126 4,7046 0,9781 78
0,2250 0,2309 4,3315 0,9744 77
0,2419 0,2493 4,0108 0,9703 76
0,2588 0,2679 3,7321 0,9659 75
0,2756 0,2867 3,4874 0,9613 74
0,2924 0,3057 3,2709 0,9563 73
0,3090 0,3249 3,0777 0,951 1 72
0,3256 0,3443 2,9042 0,9455 71
0,3420 0,3640 2,7475 0,9397 70
0,3584 0,3839 2,6051 0,9336 69
0,3746 0,4040 2,4751 0,9272 68
0,3907 0,4245 2,3559 0,9205 67
0,4067 0,4452 2,2460 0,9135 66
0,4226 0,4663 2,1445 0,9063 65
0,4384 0,4877 2,0503 0,8988 64
27 0,4540 0,5095 1,9626 0,8910 63
28 0,4695 0,5317 1,8807 0,8829 62
29 . 0,4848 0,5543 1,8040 0,8746 61
30 . 0,5000 0,5774 1,7321 0,8660 60
31 0,5150 0,6009 1,6643 0,8572 59
32 0,5299 0,6249 1,6003 0,8480 58
33 0,5446 0,6494 1,5399 0,8387 57
34 0,5592 0,6745 1,4826 0,8290 56
35 0,5736 0,7002 1,4281 0,8192 55
36 0,5878 0,7265 1,3764 0,8090 54
37 0,6018 0,7536 1,3270 0,7986 53
38 0,6157 0,7813 1,2799 0,7880 52
39 0.6293 0,8098 1,2349 0.777 1 51
40 0,6428 0,8391 1,1918 0,7660 50
41 0,6561 0,8693 1,1504 0,7547 49
42 0,6691 0,9004 1,1106 0,7431 48
43 0,6820 0,9325 1,0724 0,7314 47
44 0,6947 0,9657 1,0355 0,7193 46
45 0,7071 1,m I ,0000 0,7071 45
Grau Cos Cotg Tg Sen Ângulo
Introdução d trigonometria 163
I

Naturalmente, o problema pode ser resolvido elevando ao quadrado as duas


quantidades e extraindo a raiz quadrada da soma, ou

+
kVA = ~ ( I c w ) ~ ( k v ~ r ) * (teoria dos triângulos)

Porém, isso pode ser feito de maneira mais simples atrav6s das tabelas tngonomdtricas,
como se segue:
kVAr
tg e =
kW

Da tabela, o ângulo cuja tangente é 0,6428 C aproximadamente 339. .4 potência. em


kVA pode ser obtida dividindo-se seja kW pelo co-seno, ou kVAr pelo seno de 3 3 O .

Pela tabela, o co-seno de 3 3 O é 0,8387 e o seno C 0,5446. Então:

kW 1.400
kVA = - = - = 1.670
cos 8 0,8387

kVAr 900
kVA = -sen 8
= -= 1.665
0,5446
I
Tabelas mais completas, mostrando frações de valores e ângulos, dariam respostas
idênticas com os dois métodos de cáiculo. Toma-se claro que o uso das tabelas
trigonométricas é muito mais simples do que calcular a raiz quadrada da soma dos
quadrados.

3. Podemos ter outro problema ligeiramente mais complexo. Se flui potência na barra
indicada na Figura 64, onde as linhas dispõem de medições de potência ativa e reativa, ..
mas não existe medição no banco de transformadores, pode-se calcular a carga (kW e
kVA) e o fator de potência no banco de transformadores.
Introdução d m'gonornehia 165

.-.

O ângulo 0 corresponde ao ângulo cuja tangente C:

Na tabela trigonométrica, na coluna tangente, o ângulo cuja tangente C 0,23 C,


aproximadamente, 13O. O co-seno de 1 3 O C 0,9744, de forma que o fator de potência é
97,44%.
Já que as potências ativa e reativa estão fluindo para a barra, o fator de potência é
atrasado.
A potência aparente kVA será a potência da carga (kW)dividida pelo co-seno (FP) do
\ ângulo 8 , ou

Escalas trigonomCtricas são também incluídas nas rCguas de cálculo, de


forma que é bastante simples achar as respostas para diversos problemas com estes
dispositivos. (N.T. Hoje também nas máquinas de calcular.)

Existe uma maior variedade de aplicações da tngonometria do que a apresentada


nesta seção, mas a simples introdução ao assunto facilita a resolução de diversos
problemas do dia-a-dia da operação de sistemas de potência.
-4-
Figura 65 a) A flecha indica um vetor de cinco unidades de comprimento indo para a direita, ou seja,
na dirqão positiva.

Figura 65 b) A flecha indica um vetor de cinco unidades de comprimento indo para a esquerda, ou seja,
na direção negativa.

Um exemplo normal em nossa vida seria determinar a distância de casa (ponto a)


que um homem estaria se caminhasse três milhas para o Norte (ponto b) e quatro milhas
para Leste (ponto c). Este problema C mostrado vetoriaimente na Figura 66.

APLICAÇÃO DE VETORES EM PROBLEMAS D E


SISTEMAS ELÉTRICOS
Nos problemas elCtricos envolvendo correntes, tensões, e potências (W ou VA),
uma das grandezas 6 normalmente utilizada como o vetor referência (horizontalmente,
para a direita) e as demais grandezas são expressas como vetores com um deslocamento
angular em relação à referência. Para as correntes e tensões o sistema vetonal C
considerado como sendo um sistema rotativo, com os vetores girando em direção contrária
ao movimento dos ponteiros do relógio, em velocidade síncrona. Na realidade, um
- diagrama vetorial de grandezas elCtricas C um retrato das condições que existem a cada
- instante. Como normalmente nos referimos a sistemas em 60 Hz, em 1/60 s um vetor
tensão ou corrente realizará uma rotação completa. Se, no tempo zero, o vetor tensão C
.-

Plotando-se a projeção vertical de um vetor rotativo em relação ao tempo, o


resultado será uma curva senoidal, como mostrado na Figura 68.

Tempo +
.~
.

-.

.-.

Figura 68 Diagrama mostrando.as projeções verticais de um vetor girante em vários ktervalos de tem-
po. A curva t a mesma que resultaria se os valores dos senos dos %igulosfossem plotados a
partir de um eixo horizontal. Como o vetor girante completará uma rotação em um &do
- tempo. o tempo pode ser expressado como um ângulo. Esta t uma pratica comum na enge-
nharia elttrica.

É baseado no conceito de rotação de vetores que os termos "atrasado" e


. "adiantado" são considerados em sistemas de potência. Como as correntes são
frequentemente defasadas no tempo em relação às tensks, devido à indutância ou
capacitância dos circuitos, o vetor corrente pode não chegar ao ponto zero no mesmo
instante em que o vetor tensão chega a este ponto.

Se a corrente chega mais tarde (caso indutivo), a corrente C dita "atrasada" em


relação à tensão, ou se chega à frente da tensão (caso capacitivo) C dita "adiantada" em
relação à' tensão. A tensão C normalmente utilizada como referência, porque a maioria dos
sistemas el6tricos C de tensão constante, embora tanto a corrente como a tensão possam
ser realmente utilizadas como referência Quando a corrente chega ao ponto de tempo
zero exatamente no mesmo instante que a tensão, dizemos que ela está "em fase"; se chega
na frente da tensão diz-se estar "fora de fase" (adiantada), e se chega depois, C? dita "fora
de fase" (atrasada). A Figura 69 ilustra estas condições.

-
Figura 69 a) Corrente e tensão em fase.
Figura 70 b) Diagrama vetorial da Figura (a),mostrando as componentes "em fase" e "defasada" de
90°.

Sabe-se que a potência ativa (W) é o produto da tensão vezes a corrente em


fase, e a potência reativa (VAr) C o produto da tensão vezes a componente da corrente
fora de fase. Utilizando informações da tngonometria, C um problema simples a
determinação destas componentes. A componente "em fase" C a corrente total vezes o
co-seno (fator de potência) do ângulo 0 ,e a componente "fora de fase" C a coriente total
vezes o seno do ângulo 9 . Da tabela das funçóes tngonom&ricas, o co-seno de 300 6
0,8660 e o seno 6 0,5000. A potência C, então, calculada como se segue:
Potência Ativa (W)= 120V x 15A x 0,8660 = 1.558,8 watts
Potência Reativa (VAr) = 120V x 15A x 0,5000 = 900,O VAr
Os vetores podem ser somados, subtraídos, multiplicados e divididos à
semelhança dos números escalares, mas certas regras devem ser observadas. Para a soma e
subtração, cada vetor deve ser separado em suas componentes horizontal e vertical, e estas
podem, então, ser adicionadas algebricamente, e o novo vetor resultante será determinado
pela soma das componentes.

Um exemplo prático seria várias correntes conhecidas saindo de um barramento,


conhecidos os. fatores de potência de cada uma delas. O problema, então, seria a
determinação & corrente total no enrolamento secundário do transformador que supre
esta carga total. O problema está ilustrado na Figura 71.

A solução do problema 6 apresentada a seguir. Os diagramas vetoriais dos cir-


cuitos são mostrados na Figura 72.

Já que temos as componentes, C fácil agora determinar a corrente total


resultante e seu ângulo de fase.
Vetores 173

19.32 arnp
E = 120 volts

5.18 arnp

Figura 72 c) Diagrama vetonal do circuito 3.


I3 (em fase) = 20 cos (-15')
= 20 x 0,9659 = 19,32A
IS (fora de fase) = 20 sen (-15')
= 20 x (-0,2588) = -.5,18A

A soma aigCbrica das componentes horizontais será:

8,66 + 14,l + 19,32 = 42,08 A


A soma algtbrica das componentes verticais será:

- 5,00 + 5,13 - 5,18 = - 5,05 A

(NO&: O sinal negativo da corrente indica que a corrente está "atrasada" em relação à
tensão.)

Podemos agora definir completamente a corrente total resultante cujo diagrama


vetoriai'&indicado na Figura 73.

. . -E = 1?0 volts

I = 5.05 arnp

Figura 73 Diagrama vetorial da corrente total com relação à tensão.


aplicação é bastante simples. Melhor do que representar isso cada vez p o r d - l , C costume
utilizar-se a letra j (os matemáticos usam a letra i, mas na simbologia eletrica esta letra 6
usada para a corrente). No problema cujos diagramas vetoriais estão indicados nas Figuras
72 e 73, esta forma de notação será aplicada como se segue:

1, = 0,66-j 5,OO
I2 = 14,lO + j 5,13
I3 = 19,32 - j 5,18
= 42,08 - j 5,05 (mesmo valor previamente determinado)

... A regra, pois, é reunir os termos horizontais (ativos) e verticais [reativosQ)] e


somar algebricamente seus termos horizontais e verticais. As somas serão as componentes
horizontais e verticais do vetor resultante. A magnitude e o ângulo do vetor resultante
serão facilmente determinados,'como demonstrado no exemplo acima.

Um problema normalmente encontrado pelos operadores de sistemas é a


determinação da carga total em MVA, quando as grandezas MW e MVAr são conhecidas.
A situação indicada na Figura 75 pode ser um exemplo.

O ângulo cuja tangente é 30/55 = 0,545 é 2g0. O fator de potência (cos 2g0) é
0,8746. Então:
-
MW -
~IVA = - - 55
- - 63 MVA.
FP 0,8746 '

Ou seja, o banco está operando com uma carga de 3 MVA acima de sua
capacidade normal especificada. Seu carregamento é, pois, de:
-

Figura 76 Comparação entrk.as formas retangular e polar de representação dos vetores.

Não faremos tentativa alguma para provar isso, mas se dois ou mais vetores são
convertidos para a forma polar, a resultante do produto deles pode ser obtida
multiplicando-se seus comprimentos e somando algebricamente os ângulos respectivos.

A Figura 77 ilustra isso.

Figura 77, O produto de dois vetores dados na forma polar é igual ao produto de suas magnitudes e um
ângulo que 6 a soma alg6brica dos ângulos dos vetores individuais.

-.
(Nota: A multiplicação e a divisão de vetores também podem ser feitas na forma
retangular,'mas esse caso C muito mais complicado.)
CAMPOS GIRAATES

Todas as máquinas el4tricas girantes (motores e geradores) utilizam o princfpio


de que quando um condutor 4 movimentado num campo magnético uma tensão será indu-
zi& (ação geradora), ou se um condutor percomdo por corrente eletrica C colocado num
campo magnCtico, uma força será produzida para deslocar o condutor para fora deste
campo (ação motora).
Em qualquer gerador polifásico, quando o emolamento de campo B deslocado,
aparecerão tensóes induzidas no emolamento da armadura daquelas bobinas adjacentes
(em frente) ao campo dos pólos, como mostrado na Figura 79.

ONDAS DE TENSÃO

As tensões induzidas nos enrolamentos de um gerador variam em magnitude


com a posição do campo dos pólos em relação aos enrolamentos da armadura, atingindo o
valor máximo quando o campo dos pólos está diretamente adjacente aos enrolamentos da
armadura, e valor zero quando o campo dos pólos está defasado de 900, e retomando ao
valor máximo i a polaridade inversa quando o campo oposto dos p6los passa novamente
pelo enrolamento.

A tensão resultante, se plotada em função do tempo, será conforme mostrada na


Figura 80.
Campos girantes 181

-1
Tensao d a Fase A
+1

-1

+I
-
o

Tensao da Fase B
\

360

-1
TensaodaFaseC

Figura 80 Representação das tensões induzidas nos enrolarnentos trifásiws, em relação ao tempo, de
umSgeradortrifásico de corrente alternada.

A letra grega phi ( q5 ) C usada convencionalmente para indicar o fluxo magnéti-


co. K C uma constante que depende das propriedades magn6ticas do ferro no circuito
magnktico, do número de espiras nas bobinas dos enrolamentos, e da freqüência do
circuito.

A letra "i" C utilizada para indicar o valor da corrente no circuito, em qualquer


instante.

DESENVOLVIMENTO DE CAMPOS GIRANTES


. Com as informações anteriores como referência, não
6 difícil mostrar que se as
tensões polifásicas são aplicadas aos enrolarnentos da armadura de um motor ou gerador,
- &mpos girantes 183

A coluna do seno da tabela trigonom6trica pode também ser utilizada, se


iembrarmos que a fase B está atrasada de 120" da fase A, e que a fase C está atrasada de
240° da fase A.

A tabela 6 a seguir fornece os valores de fluxo, para intervalos de 300, baseada


no valor máximo de 1 unidade.
Para cada ciclo de 3600 os valores são repetidos.
Tabela 6

Ângulos Valor de Valor de Valor de


Graus A B C

O O - 0,8660 +0,8660
30 +0,5000 - 1,000 +0,5oOO
60 +0,8660 - 0,8660 O
90 + 1,000 - 0,5000 - 0,5000
120 +0,8660 O - 0,8660
150 +0,5000 + 0,5000 - 1,000
180 O +0,8660 - 0,8660
210 - 0,5000 + 1,000 - 0,5000
240 - 0,8660 +0,8660 O .
270 - 1,000 + 0,5000 +0,5000
300 - 0,8660 O +0,8660
330 - 0,5000 +0,5000 +1,000
360 O - 0,8660 +0,8660

AtravBs da adição de vetores pode ser rapidamente determinado o valor do


fluxo resultante total e sua posição, conforme a Figura 82.

Se as adições vetoriais forem continuadas até 360°, será visto que o vetor campo
resultante (GT) continua a girar na velocidade elCtrica síncrona e com magnitude
constante.

CAMPOS GIRANTES
EM MAQUINAS DE CORRENTE ALTERNADA
O princípio do campo girante constante C muito importante para entender-se o
funcionamento das máquinas poiifásicas síncronas e de induçáo. No paraleiismo de um
gerador de corrente alternada com um sistema, é necessário ajustar o campo dos pólos
Campos girantes 185

desse gerador em uma posição tal que o campo girante da máquina produza tensões iguais
e em fase com as do sistema. Isto requer que a máquina esteja girando na mesma
velocidade elCtnca que o sistema. Somente quando existem estas condições C que se pode
fechar a chave do gerador. Este processo é conhecido como sincronização.

Quando um motor de indução polifásico 6 conectado a uma fonte polifásica, um


campo girante C produzido pelas correntes passando pelos enrolamentos da armadura. Este
campo girante passa varrendo os condutores.do rotor, induzindo tensões que acarretam
um fluxo de corrente nesses condutores. A reação dessa corrente de rotor e da armadura
produzirá um conjugado, forçando o movimento do rotor, que girará sempre com uma
velocidade ligeiramente mais baixa do que a do campo girante da armadura. '

Quando um motor síncrono polifásico t5 conectado a uma fonte de potência, seu


rotor será forçado a girar, inicialmente, por açáo semeihante à do motor de indução, como
descrito anteriormente. Contudo, quando o rotor se aproxima da velocidade nominal, uma
corrente C aplicada às bobinas do campo, e através de atração magnética o rotor C
acelerado até girar sincronamente com o campo girante da armadura.

A posição do campo girante da armadura, a qualquer instante, é usada como


referência na determinação dos ângulos de conjugado de uma máquina síncrona. Quando
atua como gerador, o rotor da máquina C acionado por uma fonte de potência externa
(máquina motriz), e enquanto essa força externa não exceder um valor máximo, o campo
do rotor estará ligeiramente adiantado em relasão ao campo girante da armadura. Essa
diferença angular é o ângulo de conjugado e aumenta quando a carga na máquina aumenta.
Se um dado valor máximo B ultrapassado, as forças magnéticas não serão mais capazes de
manter preso o rotor em sincronismo, e a máquina sairá do sincronismo com relação ao
sistema. A potência sincronizante é afetada pela corrente de campo, e C maior com
correntes de campo elevadas do que com correntes de campo reduzidas.

Quando uma tal máquina 6 utilizada como motor, e a carga mecânica C


aumentada, o campo da máquina atrasará com relação ao campo girante da armadura e o
ângulo de conjugado aumentará até que seja atingido um valor máximo, conhecido como
conjugado-limite. Qualquer carga acima do conjugado-limite causará a parada da
máquina. O conjugado-limite de um motor síncrono é deftnido como o conjugado máximo
sustentado que o motor desenvolverá sob velocidade síncrona durante um minuto, sob
tensão e freqüência nominais, e com excitação normal. Tanto para açáo como motor ou
como gerador, quando os ângulos de conjugado se aproximam do máximo, resultará um
Quando há dois ou mais circuitos paralelos para a potência fluir entre sistemas
de potência, ou dentro de um mesmo sistema, a carga se dividirá inversamente
proporcional às impedâncias desses circuitos. Por exemplo, se dois circuitos interligam as
barras das subestaçóes A e B, e se um dos circuitos tem uma impedância de 20 ' ms e
outro uma impedância de 10 ohms, o circuito com a irnpedância de 10 ohrns transportará
duas vezes mais corrente do que o circuito de 20 ohrns.

Em alguns casos uma linha de transmissão com maior capacidade de transmissão


pode ser mais longa e ter impedância mais alta do que uma linha curta com baixa
capacidade de transmissão. Se tais linhas estão operando em paralelo, a linha com menor
capacidade pode sobrecarregar-se antes que a capacidade da linha mais longa seja
alcançada.

Se a tensão na linha com maior impedância é aumentada ou reduzida atravts da


instalação de um transformador regulador de tensão, a divisão de carga entre as linhas não
será afetada, mas acarretará aumento no fluxo de reativos (VAr) com suas conseqüentes
perdas.

É bem entendido que os fluxos de potência numa linha são proporcionais à


diferença angular entre os terminais da linha. Isto nos dá um indício de como o problema
de controle da divisão de carga entre linhas paralelas pode ser realizado.

Os reguladores de tensão tipo induçáo ou tipo tapes consistem de um


enrolarnento de excitação e um enrolarnento-série. Nos reguladores de tensão, tipo
induçáo, o enrolamento-série movimenta-se em relação ao enrolarnento paralelo (shunt)
de excitação. A tensão induzida no enrolamento série é afetada pela posição angular do
rotor com relação ao estator. Devido a problemas mecânicos os reguladores de induçáo
187
Controle d e m o de potência 189
i .-.

i
Caso se utilize basicamente o mesmo dispositivo como um regulador de tensão
do tipo comutador de tapes e se energize o enroliunento de excitação com outra fase, a
tensão induzida no enrolamento-sCrie terá uma defasagem angular em relação à fase no
qual este emolarnento-série está ligado. A conexão de um transformador defasador, para
.~.. uma fase, está mostrada na Figura 85.

Na figura são mostradas apenas as conexões para uma fase, por simplicidade.
Pode ser visto que o enrolarnento-série da fase A C excitado pela tensão BC, que está 90°
defasada em relação à tensáo da fase A para o neutro. Conseqüentemente, quando o tape C
movimentado, a tensão no lado da fase controlada da instalação pode ser avançada para a
ponta A ou atrasada para o ponto R. Isto'pode ser visto facilmente no diagrama vetorial
t mostrado na Figura 86.

i . Figura 85 ~ i a ~ r &simplificado
a para uma fase de uma instalação de transformador defasador.
Ii:..
i
II
Como indicado na Figura 86, as tensões nos enrolarnentos-sCrie estão avança-
das, condíçáo esta que tende a provocar maior fluxo de potência na linha em que o
transformador defasador está instalado.
BIBLIOGRAFIA

SUGESTÁO PARA ESTUDO POSTERIOR

Cohn, Nathan (Leeds & Northrup Company): "The Use of Synchronized Time and Fre-
quency Standards to Improve Control of Interconnected Electric Power Systems"
(Talk to NAPSIC), february, 1969.
Crary, S. B.: "Power System Stability", vol. I, John Wiley & Sons, Inc., New York, 1945.
Federal Power Comrnission: "Prevention of Power Failures", vol. 11, .4dvisory.Committee
Report on Reliability of Bulk Electric Suply, June, 1967.
Robertson ánd Black: "Electnc Circuits and Machines", D. Van Nostrand Company,
. Inc., Princeton, N.J., 1949.
Steinberg and Smith: "Economy Loading of Power Plants and Electnc Stations", John
Wiley & Sons, Inc., New York, 1943.
Tang, K. Y.: "Alternating Current Circuits", International Textbook Company, Scranton,
Pa., 1940.
Westinghouse Electric Corporation: "Applied Protective Relaying".
Westinghouse Electric Corporation: "Silent Sentinels", 1940.
102 Operação de Sistemas de Potência

carga-freqüência e equipamento de despacho automãtico são fornecidos, a fim de equili-


brar geração e carga. Somente ap6s este .equilíbrio ser atingido C que se efetua o despacho
econômico da geração.

Para se manter sempre capacidade de geração suficiente para atender qualquer


condição de carga, com previsão para a perda da maior unidade geradora, mantém-se a
capacidade de reserva girante como previamente discutido. No entanto, se ocorrem sérios
problemas, 'tal como a perda de todas as linhas de interiigação, ou de uma usina geradora
inteira, devido a problemas no barramento, a geração resultante poderã não ser suficiente
para atender a carga do sistema.

Quando a geração é menor a frequência do sistema decrescerá. Toma-se de


extrema importância evitar-se a queda contínua da frequência. Particularmente em usinas
térmicas, dispositivos auxiliares tais como bombas de alimentação da caldeira, ventiladores
de sucção etc. devem operar à velocidade normal ou bem próxima a esta, para funcionar
adequadamente. Uma queda de frequência de mais de 5 Hz ou 6 Hz pode causar a perda
do serviço auxiliar da usina, e em conseqüência sua completa perda, reduzindo mais ainda
a geração disponível e aumentando a possibilidade de um colapso total do sistema.

Se o declínio da freqüência permanece é necessário equilibrar rapidamente a


carga e geração. Isto pode ser feito manualmente, pela pronta retirada de carga de consu-
midores em quantidade suficiente, para deter a queda da frequência e iniciar a restauração .
da frequência ao seu valor normal.

A rejeição de carga manual deixa muito a desejar, visto que normalmente exis-
tirã muito pouco tempo para que o operador avalie a situação e tome a apropriada ação
corretiva Conseqüentemente, está se tomando comum a instalação de relés de subfre-
qüência para, automaticamente, desligar carga em quantidade suficiente para
equilibrar a carga remanescente com a geração disponível. No desenvolvimento de
programas de rejeição de carga é usual que a retirada de carga seja feita em incrementos
compatíveis com a queda de freqüência. Por exemplo, se urna dada ocorrência pudesse
resultar na perda de 30% da geração, poderia decidir-se pela retirada de 35% da carga, em
esiágios; 5% da carga seriam retirados a 59 Hz e quantidades adicionais rejeitadas, caso
a frequência continuasse a declinar, até que os 35% totais sejam rejeitados em algumas
freqüências pré-selecionadas, tal como 58 Hz,57 Hz etc.

Os programas de rejeição de carga variam com a topologia dos sistemas, mas to-
dos são planejados de modo que o máximo de carga seja rejeitado, antes que a freqüência
seja reduzida a tal valor que os equipamentos auxiliares da usina sejam desligados e ocorra
um colapso total.
104 Operação de S~ternarde Potência

variação da frequência de seu nível normal ou no desvio da programação de intercâmbio.


A geração inadequada resulta em freqüência reduzida e excesso de geração em sobrefre-
qiiencia.

É importante evitar o deciínio de frequência, a fim de que os equipamentos


auxiliares das usinas não sejam perdidos causando maior desequillbrio de geração e carga,
o que pode resultar-em colapso total do sistema. A prática atual está tendendo para a utili-
zação de relCs de subfreqüência para rejeitar cargas durante períodos de queda de fre-
qüência. Após restabelecer a frequência, a carga pode ser restaurada, automática ou ma-
nualmente.

Na operação interligada, as linhas de interligaçáo ordinariamente ajudam a


manter a freqüência, mas se a potência estiver sendo exportada e houver o declinio da fre-
qüência, as condições poderão ser melhoradas pela abertura da interligação, porém, so-
mente como úitimo recurso, visto que esta ação resultará em que uma área adjacente já
deficiente se tome mais deficiente.

Na operação em regime de sobrefreqüência, resultante da perda de carga, pode


ser necessário retirar geração para restaurar o equilíbrio entre geração e carga.

A manutenção do equilíbrio entre geração e carga é responsabilidade


fundamental e contínua do operador do sistema (despachante de carga).

PERDA DE LINHAS O U EQUIPAMENTOS DEVIDO A FALHAS, _--


E RECOMPOSIÇÃO DAS ZNSTALAÇÓES
Uma das mais importantes medidas na manutenção da segurança do sistema de
potência é a rápida retirada de linhas ou equipamentos com problemas. Devido à
necessidade de pronta ação, normalmente são empregados dispositivos automáticos, eni
vez de operação manual.

O projeto e ajuste dos esquemas com relés de proteção é função dos grupos de
estudo da operação e de engenharia de sistema, não sendo comum que os operadores do
sistema tenham qualquer interferência sobre tal assunto. NoN'entanto,os operadores
devem estar atentos com relação aos dispositivos de protqão, e ao seu desempenho em
pontos importantes do sistema elétrico.

O conhecimento dos tipos de dispositivos de proteção.em uso, e dos trechos de


linhas e equipamentos protegidos, é importante para se determinar a natureza e alcance do
problema após uma operação da proteção. Tal informação deve fornecer indicações ao
106 Operação de Sistemas de Pot2ncia

excitatrizes de reserva, bancos de transformadores e dispositivos de controle operados a


bateria ou pneumaticamente com capacidade em energia armazenada para diversas
operações.

No caso .de um colapso total do sistema, no entanto, pode não ser possível retor-
nar uma usina ao serviço sem dispor de energia elétrica suficiente para suprir os serviços
auxiliares.
Em algumas usinas térmicas são preyistas pequenas unidades "auxiliares" que se
separam do sistema no'caso de elevadas quedas de freqüência e alimentam os equipamen-
tos auxiliares, tais como bombas de alimentação, ventiladores de sucção, bombas de 61eo
lubrificante, e -outros serviços essenciais à operação da usina, sob tensão e frequência
normais. Tais usinas são normalmente capazes de retomar à operação, sem grandes difi-
culdades, quando de uma completa separação ou colapso do sistema.

. A fim de aumentar a confiabilidade do sistema, muitas instalações são providas


com geradores a diesel, ou turbinas a gás, com capacidade suficiente para permitir a sua
partida. Tais unidades de partida são capazes de entrarem rapidamente em serviço, so-
mente com fontes de ar comprimido ou baterias, as quais são fomecicias como parte da
instalação.
As usinas hidrelttricas são, normalmente, menos complexas do que as tCrmicas e
se estivessem disponíveis os suprimentos de 61-20 para os mancais e energia para o sistema
de controle, poderão ser colocadas em serviço em tempo muito curto.
_ ,.'
Os componentes das usinas de um sistema são resultados de considerações de
projeto, e não estão ao alcance do operador. No entanto, ele deverá ser conhecedor dos
recursos para a partida, depois de um desligamento total, assim como das capacidades de
operação normal das várias instalações sob sua responsabilidade. Alguns dos fatores que o
operador deve ter conhecimento são:

1. Disponibilidade de recursos para partida de unidade "auxiiiar", a diesel, tur-


bina a gás, ou outra fonte;

2. L i a i de transmiSsão prioritárias para as usinas &I caso de ser necessário que


as mesmas recebam energia de retomo para a partida;

S. Fontes internas ao sistema que possam ser usadas para a partida de outras
usinas;

4. Procedimentos de manobra para garantir a energia de partida, nas usinas que


a requeiram, procedentes de fonte externa ou do próprio sistema da usina.
10% Operaçõode Sirtemasde Por&-

energia para a operação de um sistema, podem.ser frequentemente desenvolvidos métodos


para permitir a operação durante emergências. Os operadores que estão a par dos
procedimentos, em possíveis emergências, podem realizar a restauração cio serviço com
muito menos retardo do que se tivessem de esperar pelos reparos a sereh feitos no
equipamento. danificado, ou pelo retomo das condições do sistema normalidade.

ARRANJOS ALTERNATIVOS
Os arranjos normais das linhas de transmissão e de distribuição c a configuração
das linhas até o barrarnento das usinas pennitem a adequada divisão da carga garantindo
um risco mínimo no caso de falha em barrarnento ou banco de transformadores por ação
de proteção.
Durante as emergências, os operadores são frequentemente solicitados a
implantar arranjos altemativos das linhas e equipamentos da subestação, a fim de restaurar
o serviço, com o mínimo atraso. Procedimentos usuais são colocar linhas em paralelo,
através de uma barra auxiliar, ou usar os disjuntores de transferência de barra para
substituírem disjuntor que esteja danificado ou fora de serviço.

Às vezes, no caso de falta permanente em uma linha, esta pode ser seccionada,
ou ter suas conexões abertas em estruturas terminais;para restaurá-la ao serviço, pelo
menos em parte, at6 que os reparos possam ser feitos e o sistema retomado ao normal.

Não 6 possível cobrir-se todas as alternativas nesta breye discussão, mas"Ós


operadores podem analisar problemas potenciais e desenvolver procedimentos a serem
adotados em tais casos. Prática comum, na maior parte dos sistemas, é preparar procedi-
mentos-padrão de manobra para as várias contingências. No entanto, nunca é possível
prever-se todas as contingências e assim o profundo conhecimento do sistema ajudará o
operador a elaborar arranjos de emergência, quando surgir sua necessidade.

INTERLIGAÇÃO COM OUTROS SISTEMAS


A interligação com outros sistemas pode ser um auxílio significativo para um
sistema de potência durante um distúrbio. No caso de perda de um grande bloco de
',
geração, a energia fluird dos sistemas vizinhos para o sistema com geração deficiente. A
possibilidade de estabelecer apoio mútuo 6 um dos maiores incentivos para a interligação
de sistemas.
I I0 Operação de Sirtemas de Potência

telefônicos são fornecidos para o equipamento supervisório ou automático, e para contato


telefonico com os operadores em & i a s subestações do sistema e entre centros de opera-
ção dos sistemas interligados.

A confiabilidade da telemedição, do controle e dos canais de voz, B da maior im-


portância para a própria confiabiiidade do sistema. Vários meios de comunicação são usa-
dos. Às vezes, canais são alugados de companhias telefônicas, circuitos de onda portadora
são instalados nas linhas de transmissão, e sistemas privados de microondas são implanta-
dos pelas empresas.

A fim de garantir a confiabilidade da comunicação, é prática comum ter-se mais


do que uma via de comunicação para os principais pontos de geração, de manobra e de
interligação. Tais canais alternativos são normalmente orientados por diversas vias, a fim
de que a probabilidade de falha simultânea seja minimizada.

O suprimento de energia para estações e terminais repetidores de onda porta-


dora e microonda C feito independentemente do sistema de potência. Caso contrário, uma
fonte auxiliar de energia teria que ser fornecida para o serviço durante uma interrupção do
sistema.

Quando se toma cuidado adequado no projeto e montagem das instalações de


comunicação, o operador do sistema terá razoável garantia de que será capaz de manter
contato com os pontos-chzve, a qualquer momento, e será tarnbCm capaz de tomar as me-
didas necesyárias para-obter a meihor confiabilidade possível de seu sistema, através das
indicações da situação (estado) do sistema.

Sumário
Da discussão anterior toma-se evidente que é da mais alta importância a
confiabilidade do sistema de potência. Os responsbveis pelo projeto e operação dos
sistemas devotam uma grande atenção para este objetivo e investem somas substanciais
para garantir a confnbilidade, inclusive a das comunicações. Quando dispõe das instala-
ç6es indicadas nesta seção, 6 possível aos operadores executarem adequadamente suas
funções, mantendo segura e confdvel a operação de seus sistema$.

Problemas
1. Um dos fatores afetando a confiabilidade dos sistemas de potência 15
a ) Os níveis de tensão de transmissão do sistema;
b) A relação da geração hídrica para a térmica;
C) A margem de capacidade de reserva disponível.
112 Operação de Sistemas de Potência

9. A capacidade de transporte de carga de uma linha de transmissão longa:


a ) É sempre limitada pela bitola do condutor;
h ) Pode ser limitada pelas considerações de estabilidade;
c ) É reduzida pelas baixas temperaturas do ar ambiente.

10. Em um sistema de potência interligado, o equilibrio de geração e carga 6 indicado por:


a ) Frequência normal e energia fluindo para as linhas de interiigação;
h) Frequência normal e energia fluindo das linhas de interiigação;
c) Frequência normal e carga programada nas h h a s de interligaçáo.

11. No caso de uma grande perda de geração em uma área interligada, um operador de
sistema deverá:
a ) Abrir imediatamente as linhas de interligação com outros sistemas;
b) Abrir as linhas de interiigação se a energia estiver fluindo para fora de seu sistema;
c) Abrir as linhas de interligação, como um último recurso, com a energia saindo do
seu sistema e a frequência declinando.

12. Quando relés de subfreqüência são instalados em um sistema.de potência, deverão ser
ajustados a fim de que:
a) Ne-uma carga seja rejeitada att que a frequência se reduza a 56 Hz;
b) Ihcrementos de carga sejam rejeitados quando a frequência declinar;
C ) 30% da carga sejam rejeitados a 59 Hz.

13. Unidades "auxiliares" são, às vezes, instaladas em usinas térmicas para: .

a ) Suprir a iluminação da usina e pátio de manobras;


h) Manter carregadas as baterias da usina;
c ) Suprir energia aos equipamentos auxiliares da usina.

14. Quando um sistema opera interligado com outros sistemas, a perda de geração no
sistema causar&
a) Uma queda de frequência maior do que se o sistema fosse operado isoladamente;
h) Uma queda de freqüência menor . .. operado isoladamente;
do que se o sistema fosse
c) Fiuxo de energia saindo das linhas de hterligaçáo:
114 Operação de Sistemas de Potência

6. Diferencial
7. Equilíbrio ou balanço de fases
8. Comparação de fases
9. Sobrefreqüência e subfrequência
10. Temperatura

Em adição à lista acima, hã muitos relés especiais para aplicaqões particulares, e


em miiitos casos uma instalação de proteção pode incluir diversos tipos de relCs.

Para aplicações em sistemas de potência, os relés são usualmente projetados para


operar sob correntes e tensões relativamente baixas. Essas grandezas estão na ordem de 5
a 10 ampères para os enrolamentos de corrente e aproximadamente 115 volts para os
enrolamentos de tensão. Como as tensões e correntes encontradas nos sistemas de
potência são muito maiores do que as que podem ser diretamente aplicadas nos relis,
transformadores de potencial e de corrente, com relações de transformação conhecidas,
são usados para reduzir essas grandezas a valores adequados aos mesmos.
Transformadores de potencial e de corrente foram analisados no Capítulo 6.

Em qualquer eletromagneto a força magnética (campo) é proporcional à


corrente circulante na bobina, ao número de espiras da bobina, e às características do
material usado no núcleo. Conseqüentemente, se o mesmo núcleo magnético for usado,
uma bobina com dez espiras e 100 ampères fluindo nela produzirá o mesmo campó
magnCtico que uma bobina de 1.000 espiras e 1 ampère fluindo na bobina. Usando-se
muitas espiras de um condutor fino, um eletromagneto pode ser colocado em derivação em
uma linha e ser sensivel h variação de tensão. Com umas poucas espiras de condutor
grosso ele pode ser colocado em série no circuito e ser sensível à variação de corrente. A
maioria dos rel6s faz uso de eletromagnetos, se bem que há agora disponíveis relCs usando
transistores e circuitos lógicos, desempenhando as mesmas funções que os eletromagneti-
cos. Esta discussão será confinada aos relCs eletromagnéticos porque os princípios de
proteção são os .mesmos, tanto no releamento eletromagnético quanto nos chamados de
estado sólido (estáticos).

Provavelmente o tipo ,mais simples de relé é um solenóide (bobina de fio


condutor) com um elemento móvel de material magnético (ferro) colocado dentro da
bobina ou adjacente a ela. Quando circula corrente na bobina, é produzido um campo
magnético. Se circula suficiente corrente, o elemento móvel será movimentado na direção
da bobina. Quando são adicionados contatos elétricos, eletricamente isolados do elemento
116 Operaçüo de Sistemas de Potência

É usualmente desejável incorporar retardo de tempo (temporização) na p r o t e ç ã o


de circuitos, tal que após atingida uma corrente mínima selecionada, qualquer acrkscimo
na mesma fará o tempo de operaçáo do relé decrescer na medida em que a corrente cresce.
F o r a m desenvolvidos relés que promovem o fechamento dos contatos em tempo
inversamente proporcional ao quadrado da corrente no circuito.

Relés de sobrecorrente de tempo inverso permitem sobrecarga de curta duração


nos circuitos, porém, para faltas (curto-circuitos) onde circula corrente excessiva, os
contatos do relé são fechados para acionar os disjuntores em intervalos de tempo muito

Contato

Alavanca de Tempo

Magneto
Compensador
Amortecedor
de
Torque

I 1
Circuito
de
Corrente

Figura 40 Construção do relé de sobrccorrente tipo disco de indução. A corrente na bobina do p6lo
inferior produz um campo magnético que induz correntes parasitas no disco e também, por
açáo de transformador, nos pólos superiores. As correntes parasitas produzem açáo motora,
tenEendo a provocar a rotação do disco em oposição à força de restrição da mola. O freio
magnético tende a impedir a rãpida aceleração,do disco. O contato móvel pode ser avançado
ou afastado do contato fixo, variando-se o percurso de rotação do disco, o que afeta o tempo
de fechamento dos contatos.
118 Operação de Sistemas de Potência

RELES DIRECIONAIS
O próximo passo para propiciar seletividade na protqão de circuitos é tomar o
sistema de proteção sensível à dirqáo do fluxo de potência A dire@k do fluxo é obtida
pela adição de outro elemento ao reld. O segundo elemento é semelhante, em construção,
ao elemento de sobrecorrente de disco, mas é provido com ambas bobinas de corrente e de
potencial (tensão). Quando a potência circula em um sentido oposto, o disco tenta girar na
' direção de abertura dos contatos. (A rotação na direção de abertura 6 impedida por calços
mecânicos, exceto em relts bidirecionais e de balanço.) Pela conexão de contatos
direcionais no elemento de sobrecorrente obtem-se um relt sensível à corrente e à dirqão,
como mostrado na Figura 42.

Elemento de
Sobrecorrente

Translormador

Figura 42 Construção do relC direcional de sobrecorrente. Se os contatos do elemento


direcional estão fechados, o elemento superior (de sobrecorrente) gira para fechar
seus contatos sempre que a corrente no circuito secundário do transformador de
corrente exceder o valor mínimo q u e r i d o para vencer a força de resiriçgo da mola.
Os contatos do elemento inferior (direcional) fecharão quando as polaridades dos
circuitos de corrente e 'potencial forem tais que promovam a rotação do disco na
direç%oindicada. Com o fluxo de potência invertido, o conjugado do elemento dire-
cional tende a provocar a rotação do disco no sentido de abertura dos seus contatos.
Em conseqiiência, nenhum conjugado será produzido para girar o disco do elemento
de sobrecorrente, j6 que o circuito primário do compensador de conjugado ou de
torque está aberto.
120 Operação de S k t m de Potência

temporização dos reles estão coordenados apropriadamente, os reles mais próximos à falta
eliminarão normalmente o defeito, antes mesmo que os relCs em pontos mais remotos
possam operar, ainda que o fluxo de potência esteja na direção que permita o
desligamento. Contudo, na eventualidade de os relés do trecho defeituoso falharem no
desligamento dos disjuntores, devido a defeito nos contatos ou nos circuitos de controle,
ou ainda má função mecânica dos disjuntores, os disjuntores remotos podem atuar como
proteção de retaguarda. Em tais casos uma maior parte do sistema C afetada, mas danos
severios às linhas ou equipamentos podem ser minimizados..

PROTEÇÁO DE LINHAS PARALELAS


Em alguns casos duas linhas idênticas operam em paralelo entre subestações.
Nesta situação, sob condições normais, a corrente nas linhas paralelas será igual. As
conexões dos transformadores de corrente são feitas de tal modo que os relés manterão os
contatos na posição aberta quando existe igualdade de corrente e desenvolverão um
conjugado para fechamento dos contatos sempre que as correntes forem desiguais. Com
tal instalação de proteção, se uma linha sofre uma falta, as correntes serão desequilibradas,
a maior delas aparecendo na linha com defeito, e os contatos do relé de equilíbrio fecharão

-
muito rapidamente para desligar a linha faltosa.

Pelo uso. de uma combinação de relCs de equilíbrio ou de balanço e relCs


direcionais de sobrecorrente em um par de linhas, se, uma linha desliga, a linha
remanesceqte pode deixada em serviço com a proteção direcional de sobrecorrente, ate
que a operação paralela normal possa ser restabelecida.

A proteção de equilíbrio de linhas paralelas está sendo substituída por esquemas


de relés. que proporcionam proteção de alta velocidade a qualquer tempo, e não apenas
quando ambas as linhas estão em serviço.

Por vezes, a quantidade de fluxo de potência nas linhas deve ser mantida abaixo
de um limite máximo, e a proteção C proporcionada para fazer as linhas protegidas
desligarem por ação de ielés na hipótese de o fluxo de potência exceder o limite prefixado.
RelCs sensíveis,ao fluxo de potência são usados com essa finalidade. Os reles de potência
são semelhantes, em construção, ao elemento direcional dos relbs direcionais de
sobrecorrente, exceto que o contato móvel C impedido por uma mola.
122 Operação de Sistemas de Pot2nM

- 1 Zona 3 _i
- Zona 2

-Zona 1

Figura 44 Esquema mostrando as zonas de proteção de um re16 de impedância (disthcia) de três zonas.
Na primeira zona, entre o disjuntor 1 e a área hachurada, ocorrer6 operaçso instantânea. Na
segunda zona 6 introduzido algum retardo de tempo, e maior retardo ainda ocorre na terceira
zona. Relés similares s d a m instalados no disjuntor 2 para proteção em direção ao disjuntor
1. As outras secções de linha seriam protegidas semelhantemente.

Alta velocidade e seletividade adicional podem ser adicionadas à proteção pelo


provimento de esquemas "carrier" (onda portadora) ou de fio-piloto que impedirão a
atuação dos disjuntores para faltas fora da secção de linha protegida, mas garantirão -a- '

operação de alta velocidade para todas as faltas dentro da secção de linha. Como
previamente mencionado, a proteçáo de primeira zona dos relés de impedância
proporciona atuação simulthea em arnbas as extremidades de uma secção faltosa de linha,
sobre aproximadamente 90% de sua extensão.

Com bloqueio da corrente-carrier nos reles de impedância, os contatos da


primeira zona operam independentemente do carner. Os contatos do elemento de
temporização são curto-circuitados pelos contatos de disparo do carrier, permitindo
operação instantânea para faltas internas. O elemento de terceira.zona opera independen-
temente do carrier e proporciona proteção temporizada de retaguarda e detecçáo de falta
por controle de um sistema carrier ou outro canal-piloto.
Na eventualidade de uma falta em uma secção de linha, o sinal carrier é dispara-
do e imediatamente parado, seja pelos contatos direcional ou de distância, tal que, sem si-
nal carrier recebido no extremo afastado da linha, o desligamento do disjuntor C permitido.
A ação de bloqueio do carrier está ilustrada na Figura 45.
Para faltas externas, a posição de fase do sinal carner recebido em cada extremo
C tal que os sinais se cancelam, e os relés não desligam a secção da linha.

A discussão precedente não representa uma completa descrição dos métodos de


proteção de uma linha de potência, mas tenciona mostrar, brevemente, alguns dos
princípios comumente usados e algumas das vantagens e limitações associadas a esses
vários métodos de proteção de linhas. Informações mais completas, pertinentes ao assunto,
são disponíveis em livros especializados e literatura de fabricantes.

Antes de encerrar o assunto de proteção de sistemas deve ser feito menção


sobre alguns procedimentos usados para proteger barramentos e equipamentos de
subestações.

Um dos mais eficientes métodos de proteção de barramentos, bancos de


transformadores e unidades geradoras, utiliza os relCs diferenciais. Os esquemas de
proteção diferencial são baseados no princípio de que a potência entrando em um
barrarnento ou banco de transformadores, sob condições normais, é igual à potência de
saída. Com a conexão apropriada dos secundários dos transformadores de corrente, sob
condições normais, nenhuma corrente fluirá na bobina de corrente do relC. Sempre que
ocorre uma falta, o equjiíbrio de correntes não mais existe, e os contatos do rel6 fecharão;,
provocando a operação dos disjuntores para desenergizar o equipamento. O-princípioda
proteção diferencial para um transformador está ilustrado na Figura 46.

Os barramentos das usinas podem ser protegidos da mesma maneira.


Transformadores de corrente, de mesma relação, são conectados de tal forma que a soma
vetorial de todas as correntes fluirá através do rel6 diferencial de proteção de barrarnento.
Sob condições normais, a potência de entrada no barrarnento será igual à de saída, e o
vetor soma das correntes será nulo. Se ocorre uma falta na área protegida do barramento,
potência fluirá por ela e as correntes de entrada e saída não mais.seráo iguais, provocando
o fechamento dos contatos do rel6 e atuação .de todos os disjuntores conectados ao
barramento.

As unidades geradoras podem ser protegidas, de modo semelhante, pelo


balanceamento das correntes em ambos os extremos de cada enrolarnento de fase.
Desbalanço resultará de uma falta no enrolarnento, provocando a operação dos rel6s
diferenciais e a separação da máquina do sistema.
126 Operaçüo de Sistemas de Potência

Termlnals
do
Gerador

Clrailto

Disparo

Figura 47 Diagrama de proteção de neutro elevado de um gerador de corrente alternada. Sob


condiçóes normais (balanceadas), pouca ou nenhuma corrente circula no primário do trans-
formador de elevação do neutro. Durante condiçóes de desbalanço, fluirá corrente no
neutro, e haverá uma tensão induzida no secundário do transformador, proporcional h queda
de tensão através da impedgncia do primário. A tensáo secundária provoca um fluxo de
corrente na bobina do relé, e quando ela excede um mínimo predeterminado, os contatos do .,.- -
relC fecham para atuar o disjuntor do gerador.

OPERAÇ~ES~INCORRETAS DO
EQUIPAMENTO D E PROTEÇÁO
Uma boa compreensão dos princípios de operação dos dispositivos e dos
sistemas de proteção deve auxiliar um operador a determinar quando C obtida ou não a
atuação correta de um equipamento de proteção, durante as perturbações do sistema. Este
conhecimento é t&b6m importante na análise das falhas de operação dos dispositivos de
proteção. Uma revisão e análise das operações do dispositivo de proteção, em seguida a
um distúrbio, pode frequentemente auxiliar na determinação da causa do problema.

As operações do dispositivo de proteção devem ser tarnbCm revisadas para


determinar se algum dispositivo operou indevidamente ou se algum outro deixou de
funcionar como devia.
128 Operapio de ~ r r t & de Potência

Problemas

1. Um relC para uso em derivação em uma linha(i.é., sensível a variações de tensão) terá
sua bobina constituída por:
a) Poucas espiras de condutor grosso;
b) Muitas espiras de condutor fino;
c) Poucas esp&as de condutor fino.

2. RelCs de tempo inverso:


a) São sempre providos com contatos direcionais;
b) Requerem aumento de tempo para fechamento dos contatos quando a corrente na
bobina do relC cresce;
c) Requerem menor tempo para fechamento dos contatos quando a corrente na
bobina do relt cresce;
6) Requerem menor tempo para fechamento dos contatos quando a corrente na
bobina do relé diminui.

3. Com a inclusão de elementos direcionais em um rel8, os contatos direcionais fecharão


quando:
a) A corrente na bobina do elemento direcional excede um valor mínimo;
h) O fluxo de potência está em uma direção predeterminada;
c) Tensão C aplicada ao elemento direcional.

4. Ordinariamente os relés direcionais, para proteção de linhas, são conectados tal que .-..-
seus contatos fecharão para fluxo de potência:
a) Saindo da barra; c) Excedendo uma quantidade mínima.
b) Entrando na barra;

5. Quando relés de equilíbrio são usados para protqão de linhas paralelas e uma delas
.
tem uma falta, seus contatos fecharão para desligar a linha faltosa:
a) Após um retardo de tempo;
b) Imediatamente;
c) Quando a corrente na linha faltosa excede um mínimo.

6. Quando relés de distância são aplicados para proteger uma linha de transmissão, a
protqáo 8 :
a) Independente da irnpedância da falta;
b) Confmada à primeira zona de proteção;
C) Normalmente provida em três zonas.
ESTABILIDADE DE SISTEMAS
I

A operação estável de um sistema de potencia requer um ajuste contínuo entre a


energia mecânica fornecida 2s máquinas motrizes e as cargas el6tricas do sistema. A carga
varia continuamente quando a iluminação, os aparelhos, ou as máquinas elétricas são
ligadas e desligadas. A maioria das variações individuais de carga C pequena em relação ao
porte do sistema, mas cada aumento ou diminuição deve ser acompanhado por uma -
correspondente variaçáo no fornecimento de energia mecânica para as máquinas
acionadoras dos geradores elétricos do sistema.

Se. o fornecimento de energia mecânica não se ajusta rapidamente à carga


elétrica, a freqüência e tensão do sistema desviar-se-ão dos valores normais. __..

Existem condições mais severas quando ocorrem distúrbios em um sistema, tais -.

como uma falta em uma linha de transmissão, a perda de um gerador ou de um grande


bloco de carga.

A função do equipamento de controle, ou seja, a regulaçáo de velocidade, a


rcgulação de tensão dos geradores, e o controle de carga-freqüência da interligação, é
sentir os desvios da condição normal e atuar no sentido de restaurar a frequência e tensão
normais. Infelizmente, os dispositivos de controle não são perfeitos e, usualmente,
permitem oscilações (variações periódicas) em torno das condições desejadas. Na maioria
dos casos as oscilações diminuem com o tempo, e em tais situações o sistema é estável.

Na realidade, há três condições de estabilidade que devem ser consideradas:

1. Estado permanente
132 Operação de sktemas de Potência

interconectados devem ser continuamente reajustados em suas energias recebidas, ângulos


do rotor e excitação, para satisfazer hs condições correntemente existentes.

Tempo

Figura 48 Exemplos de oscilações estáveis e instáveis de um gerador sfncrono, após um aumento na


energia fornecida máquina motriz e com excitação de campo constante.

ESTABILIDADE TRANSIT~RIA

Uma situação mais severa ocorre quando um grande bloco de geração ou de


carga é perdido, ou ocorre uma falta em uma linha de transmissão. Em tais casos a
estabilidade transitória de um sistema deve ser adequada para absorver as variações relati-
vamente grandes que ocorrem. A estabilidade transitória C defuiida como a habilidade
de o sistema permanecer em sincronismo (anterior à ação de controle do regulador) em
seguida à ocorrência de um distúrbio no sistema.
,...

Imediatamente após a perda de geração ou de carga, o equiiíbrio entre o


fornecimento de energia mecânica e suprimento de energia elétrica não existe. Na
eventualidade de inadequado fornecimento de energia mecânica, a inCrcia dos rotores das
máquinas que permaneceram em serviço fornece, durante um curto período, a energia
neles armazenada e as máquinas começarão a desacelerar. Se a carga C perdida, a energia
mecânica fornecida excede a carga elétrica, e as máquinas começarão a acelerar.
134 Operação de Sistemas de Pot2ncia

rotores das máquinas ocorre dentro de, aproximadamente, um segundo após o distúrbio,
mas o tempo exato depende das características das máquinas e do sistema de transmissão.
Em seguida a este período, inicia-se a ação dos reguladores, e as condições de estabilidade
dinâmica tomam-se efetivas. Exemplos de estabilidade transitória para situações estáveis e
instáveis são mostrados na Figura 49.

Quando decorre suficiente tempo após um distúrbio, os reguladores das


máquinas motrizes reagem para aumentar ou diminuir o fornecimento de energia, como
possa ser requerido, visando restabelecer o equilíbrio entre a energia mecânica fornecida e
-
a carga elétrica existente. Isso ocorre, usualmente, em cerca de um a um e meio segundos
após o distúrbio. O intervaio de tempo em que os reguladores começam a reagir até que o
equilíbrio de estado permanente é restabelecido é o período em que as características de
estabilidade dinâmica de um sistema se tornam efetivas. A estabilidade dinâmica é a
habilidade de um sistema permanecer em sincronismo após a "oscilação inicial" (período
de estabilidade transitória) até que o sistema se tenha fmado na nova condição de
equilíbrio permanente.

Durante este período, os reguladores abrem ou fecham válvulas, conforme


requerido, para aumentar ou diminuir o fornecimento de energia As máquinas motrizes, e _*--
.
os controles de intercâmbio operam para restabelecer os fluxos normais de .interligação.
Usualmente, quando os reguladores sentem a queda de velocidade, eles atuam no sentido
de abrir as válvulas para admitir mais vapor para uma turbina térmica ou água para uma
unidade hidráulica e assim proporconar suficiente energia para deter a queda de velocida-
de (freqüência) e retomar o sistema à velocidade normal. Existe ainda uma condição de
desequilíbrio porque agora o bloco de energia fornecido excede a carga, e a velocidade
crescerã até um ponto além do normal, quando então os reguladores atuam novamente
para reduzir a energia fornecida. Em conseqüência, ocorrerão oscilações da energia
fornecida e dos ângulos de rotor das máquinas. Se o sistema é dinamicamente estável, as
oscilações serão amortecidas, isto é, reduzidas em amplitude, e após umas poucas oscila-
ções o sistema será fixado na condição de equilíbrio permanente com o fornecimento de
energia igual à carga elétrica do sistema. Isto está ilustrado na Figura 50.

É possível ter-se condições transitoriamente estáveis, porgm, dinamicamente


instáveis. Imediatamente após o distúrbio, os rotores das máquinas ultrapassarão com
sucesso a primeira oscilação (antes da ação dos reguladores), e então, após iniciada a ação
tudos ao longo de várias oscilações para assegurar-se de que o sis'tema 6 estável e que as
oscilações diminuirão com o tempo ate atiiigir uma condição de estado permanente.

Perfodo

I Transit6r'0 I

a Tempo

Figura 51 Exemplo de uma condição transitoriamente estável, porém, dinamicamente instável. Du-
rante o perfodo transitório (primeira o s c i l a ç ~ )o ângulo da máquina atingiu um mtlximo
e restabeleceu. Durante o período da ação do regulador as oscilações crescenw de novo com
o tempo, e se elas continuarem a máquina sairá do sincronismo.

Sumário

Os operadores não podem fazer muito a respeito de estabilidade, j6 que 6s


reguladores de tensão e de velocidade, e as redes de transmissão constituem
responsabilidade do projetista do sistema. Contudo, no dia-a-dia da operação, e1e.i podem-
evitar algumas condições que poderiam conduzir a uma operaçáo instável, tal como
operando as máquinas com fraca excitação ou carregando as linhas de transmissão e de
interconexão próximas a seus limites estáveis, com insuficiente margem para recuperação
bem-sucedida, nos casos de distúrbios transitórios.

Problemas . .. _

1. Se o fornecimento de energia mecânica para as máquinas motrizes dos geradores de


um sistema de não se ajusta As variações de carga:
a) As perdas do sistema crescerão;
b) A freqüência do sistema diminuirá; .
C) A freqüência e tensão do sistema desviar-se-ão dos valores normais.
138 Operação de SLItemas de Potência

9. Se um sistema de potência C transitoriarnenteestável:


a) Ele será sempre dinamicamente estável;
h) Ele pode ser dinamicamente instável;
C) Ele nunca oscilará alCm da primeira oscilação.

10. Quando um sistema de potência C dinamicamente instável:


a) As oscilações podem crescer ate que as unidades geradoras saiam- de sincronismo
ou que se desliguem aslinhas de iherconexáo;
b) A ação do regulador não tem efeito;
c) O fornecimento de energia para o sistema sempre excede sua carga elétrica.
140 Opera~ãode Sirtemas de Potência

Quando se tomou evidente que mais altas-tensões. de transmissão seriam


requeridas, os fabricantes de eq*pamentos elCtricos e as empresas concessionárias
iniciaram projetos de pesquisa para desenvolver equipamentos de manobra e de
transformação, alCm de métodos de isolamento e construção de linhas, capazes de operar -
na faixa de 500 kV a 700 kV.

Basicamente, as linhas e equipamentos de EAT seguem as mesmas leis elt?tricas


válidas para tensões mais baixas. Os circuitos de EAT tamb6m contêm resistências,
indutâncias e capacitâncias que estão presentes em todos os circuitos elCtricos. -

REQUISITOS ESPECIAiS PARA EAT

Os problemas que exigiram solução antes que a transmissão em EAT se tomasse -


.praticável foram: -
7

1. A limitação das perdas por efeito corona e as técnicas para manter a rádio
interferência sob valores toleráveis; y

2. O desenvolvimento de disjuntores capazes de interromper correntes -.


extremamente altas sob os nlveis de tensão de operação;
- -,

3. Métodos eficientes para proteção de linhas e equipamentos;

4. -Odesenvolvimento adequado de chaves de manobra e outros dispositivos


para linhas e subestaçóes.
\

DESCARGAS POR EFEITO CORONA -

Quando um condutor 6 submetido a um potencial elétrico (tensão), o meio


-
isolante ao seu redor (o ar, no caso de linhas aéreas) toma-se ionizado. O campo eletrico
ao redor de um condutor pode ser medido a várias distâncias do condutor. Quando tais
medições. são feiias em ângulo reto com relação ao condutor, constata-se que a tensão em ~-
pontos equidistantes do espaço decresce, na medida em que a distância ao condutor cresce.
A carga elétrica no espaço entre dois pontos denomina-se gradiente de potencial.
-
Se bem que o ar seja aproximadamente um isolante perfeito, sob baixas tensões, -
à medida que o gradiente & potencial cresce as moléculas de ar se tomam ionizadas e
condutoras. Quando o potencial de ionizaçáo é excedido, a corrente que fluiria
142 Opemçúo de S~temasde Potência

Durante muitos anos os disjuntores automáticos usados em sistemas de


transmissão de energia foram os de grande volume de 61eo. Nos níveis denominados EAT,
os disjuntores a 61eo tomam-se impraticáveis e foram desenvolvidos interruptores que
operam no potencial de linha, sobre colunas de isoladores. Com a fmaiidade de
interromper tensões iguais ou superiores a 500 kV são usualmente conectados vários
interruptores em série. Para extinguir os arcos resultantes, quando é interrompido um
circuito de potência, ar seco ou um gás sob alta pressão (como o hexafluoreto de
enxofre-SF6) são usados em lugar do 61eo isolante.

No Capitulo 2 foi salientado que uma linha de transmissão, alCm da resistência


do condutor, contém sempre indutância em sCne e capacitância em derivação (shunt).
Quando a carga da linha cresce, a queda de tensão devida ao fluxo de corrente nas
reatâncias indutivas EXL = IXL toma-se apreciável, resultando em uma tensão na
subestação receptora consideravelrnente menor que a tensão na subestação transmissora.
Também, como a corrente através de uma indutância 6 atrasada (ver Figura l), o ângulo
de fase entre os terminais das subestações transrnissora e receptora da linha pode atingir o
limite de estabilidade muito antes de ser atingida a capacidade máxima de carga da linha. A.
Figura 52 mostra um diagrama vetorial aproximado de uma linha de transmissão em qug a
corrente está atrasada com relação A tensão.

Este diagrama é aproximado, já que a indutância e a capacitância de uma linha


de transmissão são distribuídas ao longo de seu comprimento, e uma representação exata
de urna linha é consideravelrnente mais complexa do que a indicada na Figura 52.
Contudo, esta figura serve para indicar o efeito da reatância indutiva de uma linha.

Como foi citado previamente, existe capacitância entre os condutores da linha e


entre eles e a .terra. Quando--uma linha está com carga leve, sua corrente de carga
capacitiva pode exceder a corrente de carga do consumidor e resultar em urna operação da
linha com fator de potência adiantado. Em tais casos, a tensão no terminal receptor
crescerá, e pode exceder a tensão do terminal da subestação transrnissora da linha. Esta
condição está indicada no diagrama vetorial aproximado mostrado na Figura 53.

Nas linhas w m condutores em feixe as capacitâncias envolvidas são maiores do


que aquelas de linhas com condutores singelos, resultando em aumento da corrente de
I44 Operação de S h t m de Potência

carga capacitiva. AlCm disso, na medida em que a tensão da linha aumenta, tambCm cresce
a componente capacitiva #*VAI.) da' mesma. Por exemplo, em uma linha de 500 kV com
condutores geminados, é exigido um suprimento de reativo capacitivo de
aproximadamente 2.000 kVAr por milha.

Se uma linha longa C levemente carregada, sua tensão na subestaçáo receptora


será superior h tensão da subestaçáo transmissora. Se, ao contrário, ela for pesadamente
carregada, a tensão na receptora será consideravelmente menor do que a da transmissora.
Quando a tensão sob carga leve C excessiva, o isolamento pode ser ronipido ou o
equipamento de regulação na subestação receptora pode não responder convenientemente,
resultando condições indesejáveis de tensão para o consumidor.

Quando uma linha longa é pesadamente carregada e sua tensão na receptora cai
excessivamente, tarhbCm o equipamento de regulação de tensão pode não funcionar
adequadamente, resultando tensão reduzida para o consumidor.

COMPENSAÇÁO D A R E A T ~ COM
A CAPACITORES-SÉRIE
Com a finalidade de minirnizar as condições adversas acima mencionadas, os
capacitores-série e reatores-derivação são usados frequentemente em longas
linhas de EAT.
..,.

Quando são instalados capacitares-série em uma linha, a queda de tensão na


reatância capacitiva-sCrie é proporcional à corrente de linha, e a queda reativa-capacitiva
C oposta vetorialrnente h queda através da reatância indutiva da linha. O resultado é uma
redução na regulação de tensão no terminal da subestação receptora da linha. Isso está
indicado no diagrama vetorial da Figura 54.

Pode ser visto na Figura 54 que a tensão na receptora, com a compensação com
capacitores-série em serviço @RI), C consideravelmente maior do que a que existiria sem
a compensação (ERZ).'Tarnòém deve ser notado que o ângulo de defasagem entre os
terminais transmissor e receptor da linha 6 reduzido quando são usados os capacitores-
-série. De fato, os capacitares-série "encurtam" eletricamente a linha, e com isso C
posslvel aiimentar mais carga sim a instabilidade que poderia ocorrer se não houvesse a
compensação.
..
Os capacitares-drie utilizados na compensação de linhas de alta-tensão são
montados em bancos semelhantes aos usados para correção de fator de potência em linhas
146 Operação de Sistemas de Potência

Dlsjuntor Dlsjuntor
Barramento
Barrarnento
Subestaçao
A Subestaçao
B

Figura 55 a) Capacitares-série instalados no meio da linha.

Barramento Barramento
Subeslaçao SubestaçAo
A I3

Figura 55 b) Linha com metade dos capacitares-drie instalados em cada extremidade.

COMPENSAÇÃO DE REATÂNCIA COM REATORES-DERIVAÇÁO

Como foi citado anteriormente neste capftulo, sob condições de carga leve a
corrente de carga capacitiva da linha pode provocar tensões excessivas no terminal da
subestação receptora de uma linha longa de alta-tensão. Esta situação C exatamente oposta
àquela que ocorre sob condições de carga pesada, onde os capacitores-série são usados
para a compensação. Deve ser recordado, da discussão no Capítulo 1, que o efeito da
reatância indutiva é oposto ao da reatância capacitiva.
148 Operação de Sistemas de Potência

Como indicado na Figura 56, os reatores-derivação são providos com


dispositivos de manobra tal que eles podem ser ligados ou desligados, como requerido,
para compensar as condições de tensão indesejáveis...Tipicamente, reatores de alta-tensão
(por exemplo, 500kV) podem ter 35 a 40 MVAr cada. Reatores são limitados em tamanho
pela quantidade de corrente indutiva que pode ser manobrada na tensão do terciário, e têm
comumente cerca de 15 MVAr cada.

Um outro fator que deve ser mencionado em conjunto com as linhas de EAT é
que, quando a compensação com capacitores-série é usada, os re16 de distância
(impedância) comuns, como os discutidos no Capítulo 9, não podem ser usados
eficazmente. Sob condições de falta tais reles podem não ser capazes para distinguir a
localizaçáo da falta e falhar no desligamento, provocando um atraso na desenergização do
circuito. Relés de comparação de fase, também vistos no Capítulo 9, são frequentemente
usados para a proteção de linhas de EAT, pois são capazes de prover proteção seletiva de
alta velocidade que tanto eliminam a falta rapidamente, como ainda auxiliam a estabilidade
do sistema de potência, ou das interligaçóes com outros sistemas.

Surnúrio

A discussão precedente sobre linhas EAT em corrente alternada pode ser


resumida como segue:

1. A operação em EAT ainda segue as leis básicas da eletricidade;


2. Nestas tensões são requeridas técnicas especiais para reduzir os gradientes de
potencial visando minimizar as perdas por efeito corona e r6dio interferência;
3. Devido aos maiores valores dos comprimentos dab'linhas, das cargas e das
correntes de carga capacitivas, 6 frequentemente necessário usar
compensação com capacitores-série ou reatores-derivação, para manter a'
estabilidade da linha e a tensão na subestaçáo receptora dentro cios limites
desejados;
4. O uso de capacitores-sCrie requer consideração especial da proteção em
comparação com as linhas convencionais de mais baixa-tensão.
150 Operaçáo de Sistemas de Potência

ciclo C.A., há atuação como retificador. Se o pulso de controle t? temporizado para a


válvula conduzir no segundo quadiante do cicio C.A., há o funcionamento como inversor.
Essa função de temporizaçáo está mostrada na Figura 58.

Figiira 57 Diagrama esquemático simplificado de circuito, tipo Ponte de Graetz, usado em instalações
retificadoras-inversoras, para sistemas de transmissão C.C. em alta-tensão.

Figiirr 58 Representação de um ciclo de controle para instalação retificadora-inversora. Quando o


pulso.de disparo é iniciado no primeiro quadrante OOa90°, a válvula atua como um retifi-
cador. Quando C iniciado no segundo quadrante 90' a 180°, ela atua como um inversor.
proporcionando uma salda C.A. a partir de uma entrada C.C. A quantidade de potência
fluindo através do retificador ou inversor é controlada pela temporização do disparo do
pulso.
152 Operação de Sistemas de Potência

tensáo linha-para-linha, e o outro condutor opera a um potencial negativo igual à metade


da tensão linha-para-linha, Sob condição normal equilibrada, pouca ou nenhuma corrente
circula pela terra. Na eventualidade de um defeito, tal como arco em isolador ou
danificação de um condutor, contudo, a linha pode ser operada com capacidade reduzida,
apenas com o condutor positivo ou negativo em serviço e com a terra servindo para
completar o circuito.

PROBLEMAS DE CORROSÃO
Quando uma linha C.C. é operada s6 com um condutor e retomo pela terra, a
corrente no solo pode provocar corrosão em tubulações de gás, sistemas de água, cabos de
comunicações, e outras instalações subterrâneas. Este problema C semelhante aos
existentes em cidades com sistemas de transporte sobre trilhos, os quais usualmente
operam aiimentados por um condutor de 600 volts C.C. em relação à terra,
aproximadamente. O retorno da corrente é feito atravts dos trilhos e da terra. Várias
medidas são tomadas para eliminar ou rninirnizar a corrosão resultante da operação da via
férrea. Tais medidas incluem o uso de retificadores conectados 5 tubulação subterrânea
pare colocá-los num pz~tencialigual e oposto àquele devido às correntes de terra do
sistema ferroviário. Linhas de C.C. em alta-tensão podem apresentar problemas mais
severos devido à magnitude das correntes de terra envolvidas.

VANTAGENS DA TRANSMZSSÃOEM C O R R E N E CONT~NUA


Vários fatores favorecem a transmissão de grandes blocos de energia a longas
disthcias, por meio de corrente contínua em alta-tensão. As linhas de C.A. são
especificadas para a chamada "tensáo eficaz". O pico de tensão' de uma onda 6
aproximadamente igual a 1,4 vezes a tensão eficaz, de tal modo que uma linha especificada
para operar e m , 500 kV realmente deve ser isolada para suportar (1,4 x 500) ou seja,
700 kV entre fases. A máxima tensão fase-terra é aproximadamente de 405 kV ou seja,
(700/1,7) kV. Uma linha de 700 kV-C.C. operando aterrada, como antes discutido,
funciona com 350 kV positivos e 350 kV negativos com relação à terra. Em conseqüência,
C requerido um menor nível de isolamento em corrente contínua.
Na transmissão C.C. não há efeitos de reatâncias capacitiva e indutiva, e a perda
na linha C t<da devida à sua resistência.
154 Operação de Sirrernas de Porência

Com base em um trabalho feito pelo "Edison Electric Institute AC-DC


l<cscnrcli I,:iboratoryn, de Philadelfia, USA, conclui-se q u e diversas vantagens rcsultaráo
da opcração em paralelo de linhas C.A. e C.C. Elas seriam as seguintes:

1. O fluxo de potência em uma linha C.C. pode ser ajustado e pennanecer


independente do ângulo de potência ou das tensões do sistenia, dentro de
limites razoáveis;
\

2. A potência desejada pode ser entregue pela linha C.C. a um barrarnento de


C.A. sem aumentar apreciavelmente o nível de curto-circuito no barramento.

3. Para uma linha bipolar C.C., isto C, uma linha operando aterrada e com um .
condutor positivo e outro negativo com relação à terra, a confiabilidade da
incsnia C equivalente ao de uma linha C.A., de circuito duplo. Isso é
vcrtlatlciro porque cada pólo pode continuar a operar quando o outro 6
-*
colocado fora de serviço devido a defeitos na linha ou nos filtros terminais.

No momento, todos os projetos de instalação de transmissão em C.C. são para


linhas com dois terminais. Disjuntores convencionais de C.A. são usados nos lados C.A.
do equipamento retificador-inversor. Uma razão pela qual linhas multiterminais de C.C.
não estão sendo instaladas é que não são disponíveis os disjuntores C.C. de alta-tensão. A
transmissão de C.C. em alta-tensão será provavelmente limitada a linhas com dois
terminais, até que sejam desenvolvidos os disjuntores C.C. satisfatóri6s.
....

Em resumo, a transmissão de C.C., em alta-tensão, apresenta vantagens em


alguns casos, e pode ser usada para. transmitir grandes blocos de energia, a longas
distâncias. A operação em paralelo de sistemas C.A. e C.C. pode ser efetivada quando são
fornecidos os dispositivos de controle convenientes.

1. Linhas e Equipamentos de EAT:


o) Não seguem as mesmas leis eléiricas que são válidas para mais baixas tensões;
h) Contêm somente indutância e capacitância;
C ) Scguem as mesmas leis elCtricas que são válidas para mais baixas tensões.
156 Operação de SLrternas de Potência
!

9. Reatores em derivação (shunt) são instalados nos terminais de longas linhas de


transmissão de alta-tensão para:, .
a ) Aumentar a tensão terminal sob condições de carga pesada;
b) Compensar as elevações de tensão provocadas pelas correntes de carga capaci-
tivas, sob cargas leves;
C) Compensar o fator de potência das cargas conectadas.

10. Quando é usada a transrnissáo EAT em C.C.:


n) A cnergia é gerada por geradores C.C.;
b) A energia C.A. é retificada na tensão de transmissão;
c) 'São necessárias máquinas rotativas com comutadores mecânicos.

1 I. Nos terminais das linhas de transmissão EAT em C.C. a retificação ou a inversão são
realizadas por:
a ) Retificadores a arco de mercúrio com controle de grade ou de silício controlado;
h) Uso de capacitores-skrie; c) Instalações de motor-gerador.

12. Quando um sistema de transhssão C.C. C aterrado, com um condutor positivo e


outro condutor negativo em relação à terra, a quantidade de corrente circulando para
a terra é:
a)Proporcional à tensão da linha; 6)Proporcional à corrente da linha;
C) Proporcional ao desequiiíòrio de corrente nos dois condutores.

13. Em uma linha de transmissão C.C. a máxima tensão fase-terra é: .


a) Igual ao pico de tensão de uma linha de transmissão C.A. de mesma tensão
nominal; , .

h) Menor do que o pico de tensão de uma linha de transmissão C.A. de mesma tensão
nominal;
C) Maior do que o pico de tensão de uma iinha de transmissão C.A. de mesma tensão
nominal.

14. Em uma linha de transmissão C.C.:


a ) Os efeitos das reatâncias indutiva e capacitiva são maiores do que em uma iinha de
transmissão C. A. de mesmas características;
h) É necessário que os terminais da transmissora e da receptora operem em
sincronismo;
C) Não há efeito-devido a reatâncias capacitiva e indutiva.

15. A escolha entre transmissão C.A. e C.C. é determinada:


a ) Por fatores tdcnicos e econômicos;
b) Pelo diâmetro dos condutores; c) Pela tensão de operação.
158 OpernçBo de Sistemas de Porêncin
----. .-- --- - ------

L..

I
Figura 60 Círculo com raio de 1 unidade e o triângulo retdngiilo abc inserido nele. O ângulo entre os
lados ab e ac C indicado pela letra grega teta ( 6 ). Por defini~áo,o comprimento do lado hc I. .
do triângulo, dividido pelo comprimento da hipotenusa ac, 6 denominado seno (abreviado I
1
scn) do ângulo, ou ,~

bc I
Sen 8 = -
ac

Tambkm, o lado adjacente ao centro nh, dividido pela hipotenusa ac, é denominado
co-seno (abreviado cos), ou
ab
Cos 8 = -
ac

Se um círculo é desenhado em escala razoavelmente grande num papel gráfico,


com auxíiio de um transferidor, seria bastante simples determinar os senos e co-senos para
vários ângulos. De maneira a dispensar este procedimento, foram desenvolvidas tabelas
indicando estes valores. Por observação, algumas propriedades básicas dos senos e
co-senos podem ser determinadas:

a ) Se 0 = O", o lado bc do triângulo é O e o seno de O é 0; tambdm para = O", o lado


(>hé 1 e o co-seno d e 6 é 1.

h) Para 6 = 45", os lados ab e bc são iguais e medem 0,707 unidades de compri&ento de


modo que a 45", sen 6 e cos 8 são iguais e valem 0,707.

c) Para 8 = 90i, o lado ab é O e o lado hc é 1; de modo que sen 6 = 1 e c o s 8 = 0.

(I) Para 8 = 135" (=90 + 45), sen 8 = 0,707 e cos 8 = -0,707

,J) Para 8 = 225", sen 6 = - 0,707 e cos 8 = - 0,707.

R ) Para O = 270°, sen 6 - -1 e cos 6 == 0.

h ) Para 6 = 315", sen 8 = - 0,707 e cos 8 -. 0,707.


160 Operação de Sktemac de Potência

9 Se 8 = O", o lado bc é O e a relação bc/ab é O, ou para 8 = .O, tg 8 = O. Contudo, a


razão ab/bc é infinita (110 = oo'),. e cotg 8 = m .

J) Se 0 = 45", a b e bc são iguais, de forma que tg 8 = 1 e cotg 19 = 1.

I , Para 8 = 90°, o lado bc seria infinito e o lado a b permaneceria igual a 1, de modo que , .

a relação bc/ab seria oo . / l ou tg 8 = 00 .


Os valores das tangentes e co-tangentes repetem-se variando apenas os sinais
algébricos em função dos quadrantes. Os sinais são mostrados na Figura 63.
900

Figura 63 Relações dos sinais alg6bricos de tangentes e co-tangentes em vários quadrantes do clrculo.

E lógico que se a tangente é a relação bc/ab e a co-tangente é ab/bc, sendo a


tangente conhecida, a co-tangente pode ser obtida tomando-se o inverso da tangente, ou
cotg = lltg.

Agora que as quatro principais relações trigonométricas foram definidas,


poderemos aplicá-las nos problemas elétricos mais comuns. Ainda pode ser enfatizado que
a$ relações definidas se aplicam para qualquer dimensão de circulo ou triângulo. Assun, se
os scnos, co-senos, tangentes ou co-tangentes são conhecidos, podem ser usados como
multiplicadores ou divisores de um triângulo retângulo para se determinar os lados
desconhecidos; reciprocamente, dados os lados de um triângulo retângulo, qualquer uma
das relaçõcs pode ser detcrminada. De modo a não ser necess6rio determinar estas
relaçóes através de medidas em um círculo por meio de transferidor e papel gráfico, uma
tabcla-resumo de funções trigonométricas é apresentada na Tabela 1. Para usar esta tabcla
basta ler os ângulos compreendidos entre O0 e 45O de cima para baixo (no lado esquerdo), e
para os ângulos entre 45O e 90° de baixo para cima (no lado direito). Os títulos das colu-
nas, em cima e embaixo, indicam a função de cada coluna.

As frações de grau (minuto e segundo), ou partes decimais e centesimais, são


possíveis de serem obtidas através de tabelas. Para a finalidade deste manual, a Tabela 1 C
adequada.
162 Opemçáo de Sktemas de Potência

Seguem-se alguns exemplos de aplicações:

I. A carga em um circuito 6 de 1.500 ~ V Ae, o fator de potência C 78% atrasado


(indutivo).
Qual C a carga em kW, e quantos kYAr estão sendo supridos A barra? O fator de
potência C realmente o co-seno do ângulo entre a potência aparente (kVA) e a potência
ativa (kW).
Com os conhecimentos da trigonometna o problema C simples.
a) kW = kVA x cos 8
kW = kVA x fator de potência
kW = 1.500 x 0,78
kW = 1.170

h) kVAr = kVA x sen 8

Agora, utilizaremos a tabela trigonom6trica. O co-seno de 39" é 0,7771, o valor mais


próximo a 0,78 (tabelas mais completas fornecem valores mais exatos). Portanto o
ângulo entre kVA e kW 6, aproximadamente, de 3 9 O .

O seno de 399 6 0,6293, de forma que:


kVAr = 1.500 x 0,6293
kVAr = 944,95
ou, arredondando, 945 kVAr.

2. Se as medições de potências ativa (W) ereativa (VAr) são fornecidas, sendo a carga do
circuito de 1.400 kW e 900 kVAr (capacitivo), responder:
Qual C a potência total da carga em kVA e o fator de potência do circuito?

Um diagrama dos valores pode ser mostrado abaixo:


164 Operação de Sistemas de Potência

1 .O00 kW

500 kVAr
- -
- 900 kW

400 kVAr

kW = ? fp = ?
kVAr = ?

Icigiira 64 Diagrama unifilar de fluxo de potencia de três circuitos e no banco de transformadores dn


subestaçáo.

Já que as potências ativas (watt) fluem em direção à subesta~ãonos três circuitos, elas
podem ser somadas diretamente, ou seja:

potência ativa total (kW) = 1.000 + 2.000 + 900 = 3.900 kW ....

A potência reativa (kVAr) pode ser somada algebncarnente:

potência reativa total (kVAr) = 500 + 800 - 400 = 900 kVAr


Com uma carga da subestação de 3.900 kW e 900 kVAr C bastante simples determinar
a carga total em kVA e o fator de potência.

3.900 kW

900 kVAr
VETORES

Engenheiros eletricistas usam vetores na solução de vários tipos de problemas


em sistemas de corrente alternada. Não existe complexidade com relação aos vetores, e
uma introdução ao simbolismo -dos mesmos pode ter valor para os operadores na
compreensão do comportamento dos sistemas e circuitos elCtricos.

Um vetor é meramente um meio de indicar uma grandeza e uma direção. A


grandeza pode representar forças, ventos, grandezas elCtricas ou qualquer coisa
mensurável.

Os matemáticos fazem distinção entre grandeza escalar, que atua apenas em,
magnitude, e grandeza vetorial que tem magnitude e direção. Por exemplo, seis maçãs &
uma dúzia de ovos são grandezas escalares, mas um vento de 16 km por hora, soprando do
Norte, C uma grandeza vetorial.

Por convenção, quando um vetor C representado por uma linha horizontal indo.
para a direita C considerado positivo, quando a linha horizontal vai para a esquerda, é
negativo; uma linha vertical indo para cima C positiva, indo para baixo é negativa.

A notação da direção de um vetor C feita através de uma flecha no final da linha


derivada do ponto de origem. Na Figura 65 estão ilustrados exemplos.

Na verdade, os vetores podem ir em qualquer direção no espaço. A


representação tridirnensional C um pouco mais complexa, mas, felizmente, para problemas
de sistemas em corrente alternada, são necessárias apenas duas dirnensóes.
. , .. -.

Assim, esta discussão será limitada a duas dimensões.


1 Norte

Figiira 66 Representação vetorial do caminho percomdo e a localizaçáo final, quando o homem anda
três milhas para o Norte e quatro milhas para Leste. A distância final de casa pode ser deter-
minada como se segue:

Determina-se a distância mas ainda tem-se que determinar a direção para definir plenamente
o vetor dando a posição final. Da trigonometria sabemos que o lado do triângulo bc dividido
pelo lado ac c? a tangente do ângulo 8 ,ou

Na coluna da tangente, na tabela das funções trigonom6tricas, o ângulo de tangente 1.33 6 ,


aproximadamente, 53O. A localização final do homem está agora plenamente definida pela
distância de cinco milhas sob um ângulo de 53O Nordeste.
horizontal para a direita, em 11240 s será vertical para cima (90°);em 11120 s será
horizontal em direção negativa (180°); em 1/80 s será vertical para baixo (2700); e em
1/60 s estará novamente na posição inidal (00)e repetirá esta seqüência. A rotação do
vetor está ilustrada na Figura 67. 1

Figura 67 Diagrama indicando a rotação do vetor no sistema elétrico de 60 Hz.


I 70 Operação de Sistemas de Potência

Figura 69 b) Corrente adiantada em relação h tensão (capacitiva).

Figura 69 c) Corrente atrasada em relação tensão (indutiva).

Um problema pratico pode ser a determinação das potências ativa e reativa


(watts, VAr) de um circuito monofásico quando são conhecidas a corrente, a tensão, e o
ângulo entre elas. Sabemos que a potência ativa (W) C a tensão vezes a corrente em fase, e
a potência rsativa (VAr) é a tensão vezes a corrente defasada de 90°. Seja um circuito de
120 volts, predominantemente indutivo, com circulação de corrente de 15 A, atrasada de
30'. O diagrama vetorial pode ser representado como na Figura 70.

Figura 70 a) Diagrama vetorial do circuito contendo resistência e indutância.


I 72 Operação de Sistemas de Pottncia

I total

Circuito 1 Clrculto 3
i O amp 30' 20 amp 15'
Atrasado Atrasado
circuito 2
15 amp 20'
Adlantado

Figura 71 Três circuitos com correntes e ângulos conhecidos.

volts

Figura 72 a) Diagrama vetonal do circuito 1

1, (em fase) = 10 x cos (-300)


= 10 x 0,866 = 8,66
I1 (fora de fase) = 10 x sen (-309
= 10 x(- 0.5) = - 5,OA

14,l amp

Figura 72 b) Diagrama vetorial do circuito 2


I2(em fase) = 15 x cos 20'
= 14,lA
I2 (fora de fase) = 15 x sen 20°
= 5,13A
1 74 Operaçüo de Sktemas de Potência

O ângulo B T é aquele cuja tangente é 5,05142,08 = -0,1190. Da tabela das


funções trigonométricas o ângulo cuja tangente é 0,1190 C, aproximadamente, 6O (poderia
ser interpolado para um valor mais preciso). O co-seno de 6" é 0,9945, de forma que a
corrente total será 42,0810,9945 = 42,3 A, atrasada 6O.

A potência ativa (W) total suprida aos três circuitos seria o produto da
componente da corrente total (em fase), multiplicada pela tensão, ou seja,

A potencia rcativa (VAr) total seria o produto da componciite rcntiva total dn


corrente, multiplicada-pela
.
tensão, ou

5,05 x 120 = 606,O VAr

NOMEROSCOMPLEXOS
Os engenheiros eletricistas, utilizam uma notação muito simples para descrever
os vetores correntes, tensão e impedância, mas infelizmente ela é denominada "complexa".

Se um vetor A, de comprimento unitário, na direção positiva, é multiplicado por


(-I), ele não será alterado em seu comprimento, mas terá sua direção invertida (rotação de-. '

180°), como indicado na Figura 74.

Figura 74 Diagrama ilustrando a inversão da direção de vetores quando multiplicados por (-1).

Se podemos determinar um número que multiplicado or ele mesmo se torna


igual a (-11, seremos capazes de girar o vetor de 90°. C o m o d x fi= -1, isso fica
comprovado, m a i . 6 é denominado um número "imaginário" ou "complexo". Contudo,
considerando-se ficomo um dispositivo (operador) para rotação de vetores em 90°, sua
176 Operação de Sistemas de Pot@ncia

Barramento
de Geraçao

I Banco Elevador
BOMVA

Figura 75 Diagrama unifilar de uma usina com três unidades geradoras e um banco de transformadores ,
elevadores de 60 MVA. O problema C determinar a carga do banco em MVA.

UNIDADE 1: 1 5 M W + / I 0 MVAr

UNIDADE 2: 20 MW +/ 5 MVAr

UNIDADE 3: 2 0 M W + j 1 5 MVAr
- - -- - - - - -

CARGA TOTAL: 55 MW + / 30 MVAr

E DIVZSÃODE VETORES
MULTIPL~CAÇÁO .
Embora os tipos de problemas encontrados pelos operadores não necessitem a
utilização frequente deste procedimento, vetores podem ser facilmente multiplicados ou
divididos.

Um vetor descrito por

pode ser representado na sua forma polar por 5m0. significa que o vetor tem cinco
Isto
unidades de comprimento sob um ângulo de 37O no sentido anti-horário, em relação à
horizontal, conforme mostrado na Figura 76. -
178 Operação dtSktermsde Potência

O processo inverso pode ser utilizado na divisão de vetores. Isto 6, divide-se


uma magnitude pela outra, e toma-se a diferença algebrica dos ângulos. No problema
anterior, .se dividirmos o vetor resultante ( 2 0 W 0 ) pelo vetor componente (41- 15O),
obteremos o vetor original ( 5 mo):

Em circuitos trifásicos, o vetor tensão de uma fase C considerado como a


referência (horizontal, para a direita) e os outros vetores são expressos em relação a ele,
como mostrado na Figura 78.

Fase C = - 50+)86,60
= 1o o l / t o O

Fase A = 1 0 0 + p
1200 = 10 0 E

Fase B = -50-j86.60
=1 0 0 ~ 0

Figura 78 Representação vetonal de um sistema trifásico equilibrado.

Este resumo não fornece meios completos para cobrir todo o assunto relativo
aos vetores. Entretanto, estas informações são consideradas suficientes pafa atender os
operadores na solução dos problemas mais frequentemente encontrados na operação de
sistemas.
180 Operação de Sistemas de Potência

Figura 79 Representação simples de um gerador trifásico de corrente alternada. Com o campo na posi-
ção indicada, as tensões serão induzidas no enrolamento da fase A, indicada por AA'. Com o
movimento do campo, as peças polares passam pelas bobinas adjacentes dos outros enrola-
mentos das fases BB' e C C ,induzindo tensóes nestes enrolamentos, na sqiiência de tempo.

-
As ondas de tensão mostradas na Figura 80 possuem forma idêntica aquelas que
seriani produzidas se a função seno fosse plotada com seus valores na ordenada (vertical) e
com os ângulos (graus) na abcissa (horizontal). É por esta razão que as ondas de tensão
normais de corrente alternada são referidas como "ondas senoidais".

ONDAS DE FLUXO . .

Sabe-se que a corrente fluindo num circuito com impedância e freqüência


constantes é diretamente proporcional à tensão imposta ao circuito. Conseqüentemente, se
as ondas d e tensão são senoidais, as correntes que fluem nos circuitos associados ser50
tarnbCm curvas senoidais (admitindo a carga com irnpedância linear), e o valor da corrente
será igual ao da tensão, em cada instante, dividido pela irnpedância.do circuito.

Quando a corrente flui num circuito é criado um campo magnético, dcvido ao


fluxo da corrente, que é diretamente proporcional ao valor de corrente; ou seja, o campo
magnético (fluxo) C:
I82 Operaçno de Sirtemas de Potência

será produzido um campo magndtico girante de magnitude constante, e qiie este campo
girará sincronicamente (ou seja, na mesma velocidade eldtnca) com o sistema. Isto é, uma
máquina bobinada para NP = 2 pólos elCtncos produzirá um campo girante de
n = 3.600 rpm; com 4 pólos, de 1.800 rpm etc., num sistema de f = 60 Hz.

Para demonstrar o' desenvolvimento do campo constante, e girando


sincronicamente, consideremos um circuito tal que o valor máximo da corrente produzir6
um campo (fluxo) máximo de 1 unidade. Neste caso, podemos desenhar ondas senoidais,
similares às da Figura 80, como ondas de fluxo, conforme a Figura 81.

Considerando-se que o valor máximo de cada curva é 1, se as curvas mostrando


as onda? de fluxo foram cuidadosamente desenhadas em escala, os valores para vários
ângulos, digamos com 30° de intervalo, podem ser diretamente lidos nas curvas senoidais,
para cada fase.
I

Fase A - Onda de Fluxo r$ A

-1 5

_ ...
Fase 0 -Onda de Fliixo B

Fase C - Onda de Fluxo (f) C

O 90 180 270 360

~ i b r a81 Representação dos valores instantâneos de fluxo (campo magnético) desenvolvido nos enro-
lamentos da armadura de uma máquina trifásica de corrente alternada (motor ou gerador).
184 Operação de S&temas de Potência

Figura 82 Diagramas vetoriais de fase e campos magntticos resultantes, em intervalos de 30°, da fase
A , desde 0' até 180'.
186 Operação de ~isternasde Potência 7

excessivo aquecimento' O conceito de ângulos de conjugado para ação como gerador e


motor C mostrado na Figura 83. ' -

aa' - Eixo do Campo da Armadura


bb' - Eixo do Campo do Rotor

Figura 83 a ) O campo dos pólos do rotor está atrasado em relação posição do campo girante da arma-
dura por a graus. Energia elttrica C absorvida, e energia mecânica C produzida (açgo coma '

motor). h) O fingulo do rator 6 TETO, ncnhutnn cncrgia mecânica E absorvida, e nenhuma


cncrgia C produzida. c) O campo do rotor é acionado h frente do campo girante da armadura
por um ângulo devido ao fornccirncnto dc energia mecânica, c energia elétrica 6 produzi-
da (ação como gerador).
188 Operução de Sistemas de Potência

são algo limitados em tamanho e são normalmente utilizados nas linhas de distribuição. A
discussão a seguir será restrita aos reguladores do tipo comutador de tapes.

O enrolamento de excitação é conectado ern uma fase e o eniolamento-drie é


ligado ao condutor de linha da mesma fase.

A Figura 84 apresenta um diagrama simplificado de um regulador de tensão


iiionofásico, tipo comutador de tapes.

R
/-.o I

Tensáo de Entrada n Tensao de Salda


nap D ~ - . , I ~ A " Regulada

I I

Figiira 84 Diagrama simplificado tlc um transformador regulador de tensão rnonof6sic0, tipo comuta-
dor de tapes.

Sc controlcs automáticos sáo dcvidarncntc aplicados, o contato móvcl


rnovcr-se-á para cima em direção ao tape (derivação) marcado R, de modo a aumentar a
tensão, ou para baixo em direção ao tape L, para reduzir a tensão. No tape central,
marcado 0,o regulador não terá efeito algum. Na prática, o regulador 6 consideravelmente
mais complexo do que o indicado no diagrama porque existe um enrolamento intercam-
biador (ponte) nos contatos móveis, de forma que eles podem mover-se de tape em tape,
sem interrupção do circuito e sem causar um curto-circuito direto entre os tapes.
190 Operaçüo de Sivemas de Potência

Figura 86 Diagrama vetorial mostrando o efeito d o defasador.


Com o enrolamento-série excitador da fase A energizada pela tensáo BC, a tensáoAA1 C in-
-
duzida no emolamento-série da fase A e avançará a tensão fase A neutro de OA para OA'
por um ângulo .
Do mesmo modo, a tensáo da fase B seria avançada pela energização do
enrolamento-série da fase B com a tensão CA, e a fase C pela excitação do enrolamento-série
com a tensão AB.

Através da inversão de polaridades nos enrolamentos-strie, as tensões podem


ser atrasadas, resultando que a Linha conduziria uma carga reduzida.

Pela aplicaçáo de dispositivos de controle adequados a uma instalação de


trririsforrnadores defasadores, o fluxo de potência riunia linha operando em paralelo com
oiitrns pode ser controlado, como se dcsejar.

No tocante à construção atual, embora o transformador defasador seja similar


ao transformador regulador de tensão, os problemas de isolamento são mais complexos.
Corno o enrolamento de excitação C energizado por tensão de fase diferente daquela em
que o enrolamento-série está ligado, o isolamento entre o enrolamento de excitação e o
enrolamento-série deve ser capaz de suportar a tens50 plena entre fases. TarnbCni são
reqiieridas buchas para tensão plena em ambas as extremidades do enrolamento de
excitação, ainda que no transformador regulador de tensáo uma das extremidades do
enrolamento seja normalmente operada sob potencial do neutro ou da terra.
.-\

SOLUÇÁO DOS PROBLEMAS

Capítulo 1
1- 6); 2. (b); 3. (C);4. (b); 5. (C);6. (b); 7. (C); 8. (a); 9. (C); 10. (d)
Capítulo 2
1. (b); 2.(a); 3. (c); 4. (c); 5. (b); 6. (C); 7. (a); 8. (a); 9. (b); 10. (a); 11. (c); 12. (b);
13. (b); 14. (c)
Capítiilo 3
1. (b); 2. (C);3. (b); 4. Devido As reatâncias no circuito; 5. (b); 6. (a); 7. (a) 53, (b)
85; 8. (c); 9. (a) 50 ohms (b) 1.500 kVAr
Capítiilo 4
I . (C);2. (b); 3. (a); 4. (b); 5. (a); 6. (c); 7. (c); 8. (b); 9. (b); 10. (b); 11. (d)
Capítulo 5
1. (C); 2. (C); 3. (a); 4. (b); 5. (b); 6. (C);7. (a); 8. (c); 9. (b); 10. (C)
Capltulo 6
1. (C);2. (c); 3. (C);4. (C);5. (b); 6. (a); 7. (d)
Capltulo 7
1. (a); 2. (a); 3. (b); 4. (c); 5. (b); 6. (C);7. (b); 8. (C);9. (a); 10. (c); 11. (a); 12. (c)
Capítulo 8
i, -.
I . (C); 2. (b); 3. (b); 4. (a); 5. (c); 6. (a); 7. (b); 8. (C);9. (b); 10. (C); 11. (C); 12.
2
(b); 13. (c); 14. (b) g,< ,
Capítulo 9 o l
W i .
w
i. (b); 2. (c); 3. (b); 4.(a); 5. (b); 6. (C); 7. (a); 8. (b); 9. (b); 10. (b) 4
2 , ~-

Capítulo 10 U.
3 ; .
I. (C);2. (b);3. (C);4. (a); 5. (b); 6. (d); 7. (c); 8. (a); 9. (b); 10. (a)
Capítulo 11
O t
".
2
-
1. (C);2. (a); 3. (C);4. (C);5. (b); 6. (a); 7. (b); 8. (c); 9; (b); 10. (b); 11. (a); 12. (c); 8 : ~
o
13. (b); 14. (c); 15. (a) :i -
192 - -

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