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Prática Profissional II (ADM)

UNIDADE 1
Para início de conversa

Olá, caro(a) aluno(a), tudo bem?

É um imenso prazer estar com você em mais um módulo de conhecimento.

Hoje tenho o prazer de compartilhar um pouco da minha experiência profissional e também do meu
conhecimento acadêmico.

As empresas, como você já estudou, estão em um sistema aberto e complexo, realizam constantes trocas
com o meio, influenciam e são influenciadas por fatores externos.

Logo, o profissional da área de administração e o empreendedor, além da versatilidade e da visão


sistêmica, precisam conhecer suas ferramentas de trabalho, de tal forma que suas atividades agreguem
valor e contribuam para o alcance dos objetivos organizacionais.

Ao longo desta disciplina, vamos abordar as principais teorias da administração com uma dinâmica
bastante lúdica, pois o conteúdo será apresentado com exemplos que apontam a aplicabilidade do
conhecimento que você está adquirindo.

Além disto, o material possui um corte transversal sobre os principais assuntos relacionados à prática da
administração, meu objetivo é ampliar a sua visão em relação à gestão de um negócio!

Você verá que os assuntos abordados nas disciplinas de Empreendedorismo e Prática Profissional II
serão novamente apresentados neste material, desta vez com uma dinâmica prática e com maior nível de
aprofundamento.

Bons estudos!

Orientações da Disciplina

Caro(a) aluno(a),

Apresento a seguir os assuntos que serão abordados nas unidades da disciplina Prática Profissional II:

UNIDADE I – O DESAFIO DE EMPREENDER EM UM CENÁRIO DE MUDANÇAS


• Inovação:
Revisão do conceito de inovação incremental e de ruptura
O aprendizado organizacional e inovação sob a perspectiva do MEG (Modelo de Excelência da Gestão)
Jugaad: “Fazendo muito com pouco”
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• O empreendedor:
Sustentabilidade e Responsabilidade Social
O intraempreendedor

UNIDADE II – GESTÃO DE QUALIDADE APLICADA ÀS ORGANIZAÇÕES


• As etapas do desenvolvimento do produto
• Como garantir a confiabilidade dos processos através da metodologia Seis Sigma
• Padronização
• Certificação de qualidade e reconhecimentos voltados à qualidade

UNIDADE III – AVALIAÇÃO DA PERFORMANCE DO NEGÓCIO


• Matriz Ansoff
• Gerenciamento pelas Diretrizes
• Gerenciamento da Rotina do Dia a Dia
• Net Promoter Score: “A pergunta final”
• Estratégias de Marketing:
Canibalização de produtos
Marketing verde
• Sustentabilidade: o papel social das organizações

UNIDADE IV – O EMPREENDEDOR E O ADMINISTRADOR NA BUSCA DE MELHORIA CONTÍNUA


DAS ORGANIZAÇÕES
• Reestruturação de Processos
• Metodologia Canvas
• BPM
• A importância da consultoria externa e suas limitações

Palavras do Professor

Prezado(a) aluno(a),

Peço para que você lembre-se da última vez em que precisou fazer um exame de sangue. Agora, lembre-se
da última vez em que você precisou chamar um eletricista para realizar algum reparo em sua residência.
Agora vou pedir para você “refinar” estas lembranças!

Certamente o profissional que coletou o seu sangue utilizou luvas de proteção, tinha em mãos uma seringa
adequada aos seus vasos sanguíneos, após a coleta, ele identificou o material coletado, não foi este o
processo realizado?
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E o eletricista? Antes de iniciar o conserto, é bem provável que ele tenha desligado o disjuntor,
interrompendo o fluxo de corrente elétrica; ele também deveria estar utilizando um sapato especial, para
evitar o risco de um choque elétrico ou um curto circuito.

Sua maleta deveria estar repleta de alicates, fitas isolantes, chaves de fenda, dentre outros. Após a
realização do serviço, acredito que ele tenha realizado algumas checagens para identificar se o problema
foi resolvido. Também é possível que este profissional tenha utilizado um multímetro ou um equipamento
similar para medir a voltagem e/ou a corrente elétrica.

Agora, peço para que você avalie as atividades do administrador e do empreendedor dentro de uma
organização. Assim como os profissionais que citei, temos uma série de ferramentas ao nosso dispor e
uma imensa variedade de problemas a serem resolvidos.

Eis a questão, qual a ferramenta mais adequada para cada problema? O eletricista sabe quando deve
utilizar um alicate de corte, a chave de fenda comum ou a do tipo “estrela”. O técnico em enfermagem
também sabe qual agulha utilizar em um bebê e qual utilizar em um adulto. Este conhecimento foi adquirido
através de conhecimento teórico e prático.

Meu objetivo ao longo desta disciplina é apresentar uma série de situações inerentes a uma organização
e as ferramentas que o gestor tem ao seu dispor para resolver os problemas que surgem a cada dia!

Para isto, nossos estudos permearão os conceitos de inovação, passarão pelas práticas de desenvolvimento
de produtos, certificações de qualidade, conceitos de gestão mercadológica e chegará às ferramentas de
melhoria contínua.

Fique atento

Este material que você está lendo agora é um guia de estudos que irá norteá-lo no estudo da disciplina
de Prática Profissional II. Também teremos questionários, leituras complementares, dentre outros. Desta
forma, “fique ligado” nos recursos que estão disponíveis no seu portal:

Guia de estudos: há um guia para cada unidade (quatro guias). Oriento que você leia todos os guias com
bastante atenção, pois o conteúdo será abordado nas atividades e avaliações.

Vídeos: para cada unidade há um ou mais vídeos. Eles foram preparados com bastante cuidado para que
sejam objetivos e abordem os pontos principais da unidade em questão. Será um imenso prazer poder
expressar através da minha voz e imagem os assuntos que escrevi nos guias de estudos! Recomendo que
você os assista do início ao fim. Ah! Não me deixe “falando só”, viu?! Preste bastante atenção nos vídeos!

Leitura complementar: ao longo do guia de estudos, eu citarei algumas fontes de leituras (livros, sites,
artigos, dentre outros). Eu avisarei quando a leitura for obrigatória para que você direcione maior atenção
ao conteúdo tendo em vista que ele poderá ser abordado nos questionários e avaliações da disciplina.

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Desafio colaborativo: trata-se de um fórum no qual você irá expressar a sua opinião, baseada na teoria
aprendida, e também poderá (deverá, acredito que seja o melhor termo!) interagir com os seus colegas.

Tutor: ele(a) está à sua disposição para tirar dúvidas, esclarecer algum ponto da disciplina que você
venha a ter dificuldades para assimilar.

Biblioteca virtual: sabe aquele momento em que você tem uma dúvida em um determinado assunto e
sente que precisa de uma segunda “visão” a respeito? Ou quem sabe, você gostou tanto de um assunto
que sentiu a curiosidade de aprofundar seus conhecimentos. Lá na Biblioteca Virtual você irá encontrar
títulos que irão te ajudar neste processo de desenvolvimento.

Viu? Não faltam fontes de conhecimento para o seu desenvolvimento.

Então vamos lá? Mãos à obra!

1. INOVAÇÃO

A inovação é uma importante diretriz nas organizações. Diante de um ambiente cada vez mais imprevisível
e diversificado, o grande desafio é gerar crescimento e inovação com recursos cada vez mais escassos.

Desta forma, a “fórmula da inovação” tradicionalmente utilizada: caros projetos de Pesquisa e


Desenvolvimento de Produtos (P&D), processos de inovação rígidos que partiam da alta administração e
eram absorvidos pelos níveis mais baixos estão passando por um processo de adaptação!

Guarde essa ideia!

É isto mesmo, caro(a) aluno(a), a volatilidade do mercado exige do empreendedor um maior nível de
criatividade, ao passo que, os recursos disponíveis são cada vez mais limitados, é o que chamamos de
“fazer mais com menos”.

A vantagem competitiva está associada à capacidade das organizações inovarem em seus produtos e
processos. Estamos na Era do Conhecimento, ou seja, é necessário que o capital intelectual da organização
seja direcionado ao atendimento das necessidades do público-alvo com baixo custo, flexibilidade e
qualidade.

Inovar é criar algo novo. Mas você sabe a diferença entre inovação incremental e de ruptura?

A inovação incremental é aquela em que há uma melhoria, um aperfeiçoamento de um produto ou um


processo já existente. Vou citar um exemplo, as baterias dos celulares tiveram sua performance melhorada
com o passar do tempo. As primeiras baterias duravam apenas duas horas, hoje algumas baterias já
duram cerca de dois dias. Através da tecnologia, o produto já existente foi melhorado considerando a
necessidade do público-alvo.

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Fonte: http://sereduc.com/3qbm6Z

Já a inovação de ruptura, representa uma quebra de paradigma em algo que não existe. Algo novo é
criado. Assim, a inovação de ruptura também pode ser chamada de inovação radical. Trata-se de uma
inovação que revolucionada um determinado mercado, pois introduz um novo produto ou uma solução por
meios diferentes dos habituais.

Exemplo

Vou utilizar como exemplo de inovação radical, os tablets. Os usuários destes produtos prezam pela
portabilidade, navegabilidade, peso leve e facilidade no transporte. Até então, não tínhamos um
equipamento com estas características!

Acrescento que normalmente os produtos frutos da inovação de ruptura são lançados no mercado com
preços altos e um desempenho razoável. Posteriormente, sofrem inovações incrementais de modo que
sua performance seja melhorada, seus custos de produção e preços sejam reduzidos.

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Fonte: http://sereduc.com/v4meou

Destaco que nem sempre é fácil classificar nas organizações se uma inovação é de ruptura ou incremental,
contudo é uma tarefa extremamente necessária, pois é preciso identificar o impacto da inovação nas
estratégias organizacionais e sua representatividade nos ganhos e no fluxo de caixa.

Além disto, para inovar as empresas dependem de informações que estão dentro dela e fora, no
macroambiente, logo se espera que o empreendedor e sua força de trabalho, caso haja, possuam uma
visão sistêmica do negócio.

Logo, o processo de inovação é baseado em uma relação de interação entre os contextos sociais, pois
uma inovação tem como objetivo atender a uma demanda da sociedade; mercadológicos e econômicos
tendo em vista que nesta relação de troca acontece mediante a circulação de capital.

Para que as organizações gerem vantagem competitiva, alguns velhos conceitos precisam ser
“chacoalhados”. Não se pode condicionar o processo de inovação a uma área da organização, ao setor
de Pesquisa e Desenvolvimento, por exemplo. Assim, temos uma nova perspectiva, em que há uma
valorização do conhecimento e do capital intelectual de tal forma que toda a força de trabalho, além
das competências necessárias para desempenhar suas atividades de rotina, possua a capacidade de
identificar, reportar e implantar melhorias em suas áreas.

Falo isto porque nem todas as empresas possuem capital para contratar engenheiros, designers e outros
profissionais para integrar um núcleo de desenvolvimento de produto. Tal circunstância não implica em
desuso das técnicas de planejamento e desenvolvimento de produtos.

Deixo bastante claro que a metodologia de desenvolvimento de produtos deve ser aplicada garantindo
o sucesso da estratégia empresarial. Este assunto será abordado na segunda unidade desta disciplina.

Estamos falando do aprendizado organizacional. Dentre as tantas vertentes da literatura, escolhi a linha
de raciocínio do MEG - Modelo de Excelência da Gestão para tratarmos deste assunto.

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??? Você sabia?

O MEG fornece uma série de diretrizes, que podem e devem ser aplicados em empresas
dos mais diversos portes e segmentos de atuação, cujo objetivo é a melhoria contínua
dos seus processos, atendimento às necessidades da sociedade e, por fim e não menos
importante, o aumento da lucratividade do negócio.

Fonte: http://sereduc.com/6FSDEt

Como você pode ver na figura acima, os oito Fundamentos da Excelência do MEG são:

1. Pensamento sistêmico;
2. Aprendizado organizacional e inovação;
3. Liderança transformadora;
4. Compromisso com as partes interessadas;
5. Adaptabilidade;
6. Desenvolvimento sustentável;
7. Orientação por processos;
8. Geração de valor.

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Como você pode ver, o fundamento “Aprendizado organizacional” faz a conexão dos demais fundamentos
do MEG. Com isto, podemos dizer que o MEG preza pela busca e alcance de um novo patamar de
conhecimento nas organizações por meio do compartilhamento de experiências, percepção, reflexão e
avaliação dos processos pela força de trabalho. Além disto, preza por um ambiente propício à criatividade,
a experimentação e implementação de novas ideias que possam gerar um diferencial competitivo às
organizações.

Praticando

Agora você deve estar se perguntando: Tenho a minha empresa, como posso colocar em prática o
fundamento Aprendizado Organizacional? Como esta teoria se aplica a minha realidade? Ou então, você
pode estar pensando, como posso colocar em prática este fundamento na empresa na qual trabalho?

O primeiro ponto, caro(a) aluno(a), é importante que a sua força de trabalho esteja capacitada. Isto mesmo!
É necessário que sua equipe esteja “por dentro” das principais novidades do seu segmento, que conheça
ferramentas e teorias que podem ser aplicadas no seu dia a dia.

Visite as Páginas

Prezado(a) aluno(a), com o acesso à internet, temos ao nosso dispor uma infinidade de
fontes de informação e cursos gratuitos. Deixo abaixo alguns links de cursos gratuitos
nos quais você pode ampliar o seu leque de conhecimentos e também pode direcioná-
los aos seus colaboradores, caso atue como empreendedor.

SEBRA EAD FUNDAÇÃO BRADESCO ENDEAVOR

Além da capacitação, é importante que haja um ambiente que possibilite a inovação e o aprendizado. Para
isto, cito alguns pontos importantes:

• Os dirigentes devem compartilhar informações com seus colaboradores: é importante que


todos conheçam a missão, a visão, a estratégia do negócio, as metas e os resultados. Só assim é possível
que a força de trabalho (todos os níveis organizacionais, estratégico, tático e o operacional), direcionem
suas forças para alcançar os objetivos organizacionais.

• Os dirigentes devem ampliar os seus conhecimentos e aplicá-los na organização: este


conhecimento pode ser adquirido através de cursos acadêmicos, cursos livres, participação em feiras e
congressos, cursos on-line, dentre outros. Em suma, trata-se do constante investimento em conhecimentos
que auxiliem os dirigentes na gestão da empresa.
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• Identificação de oportunidades de inovação em fontes externas: é importante que se esteja
atento às tendências de mercado que podem afetar o negócio. Vou citar um exemplo, nos últimos anos
tivemos um “boom” no uso de smartphones, com isto, os fabricantes destes aparelhos perceberam
que havia um segmento paralelo que poderia ser explorado, trata-se do segmento de acessórios. Logo,
passaram a produzir fones de ouvido, capas de celulares, óculos 3D, dentre outros.

• Incentivo para que os colaboradores apresentem ideias que se convertam em inovações:


muitas vezes o colaborador que está em contato com o cliente ou na linha de produção tem uma ideia
que pode “mudar” o negócio, contudo, não tem a abertura para falar desta ideia. Quando uso o termo
“abertura” me refiro aos canais de comunicação, participação em reuniões e livre acesso aos superiores
hierárquicos. As oportunidades de inovação devem ser incentivadas formalmente, de forma que as ideias
apresentadas pela força de trabalho possam ser convertidas em inovação incremental e de ruptura.
Destaco que estas melhorias podem acontecer no serviço ou produto final que é entregue ao cliente e
também podem estar relacionados aos processos organizacionais.

Exemplo

Numa das empresas na qual dei consultoria, identifiquei que os colaboradores tinham várias ideias,
contudo não tinham acesso ao seu superior hierárquico para apresentá-las.

Tratava-se de uma empresa de pequeno porte do ramo de móveis planejados para indústria. Por questões
contratuais e éticas não posso citar nomes ou dar maiores detalhes, contudo você irá perceber a
aplicabilidade do fundamento do MEG que acabei de explicar.

Após algumas análises do ambiente organizacional implantei o programa “O meu negócio”, a ideia chave
deste programa foi envolver toda a força de trabalho nos objetivos organizacionais, tendo como princípio
o fundamento do Aprendizado Organizacional e Inovação.

Seguem abaixo as ações implementadas:

1. O setor de RH ficou responsável por comunicar o programa aos colaboradores, implementar e manter
o plano de incentivo que citarei mais à frente.

2. Foi instalada no pátio fabril da empresa uma caixa de acrílico e junto dela havia um cartaz chamado
“Minhas contribuições”. Os colaboradores poderiam a qualquer momento escrever sugestões de melhoria
nos processos e produtos da empresa em um papel e depositarem na caixa.

3. Mensalmente a caixa deveria ser aberta em uma reunião conduzida pelo dirigente da empresa. Ele
era o responsável por ler as sugestões nesta reunião e realizar um brainstorming, ou seja, refinar as ideias
apresentadas.

4. Nestas reuniões mensais o dirigente relembrava à equipe a missão e a visão da empresa. Além disto,
apresentava os resultados do mês anterior e o quão próximo à empresa estava das metas propostas para
o ano.

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5. Neste encontro o empreendedor deveria apresentar a sua força de trabalho as melhorias que
implantou na empresa no último mês considerando os cursos ou outros meios de capacitação no qual
participou recentemente.

6. Os colaboradores que tivessem suas ideias implementadas receberiam uma bonificação financeira
conforme descrito no plano de incentivo apresentado pelo setor de RH.

Agora vou contar para você a melhor parte da história, os resultados! Destaco os três principais ganhos
da empresa com este projeto que implantei nesta organização:

a) Após um congresso realizado no Rio Grande do Sul, o gestor da empresa adquiriu um equipamento que
aumentou a capacidade produtiva da empresa.

b) Uma ideia de mudança de layout na linha de produção dada por um colaborador, além de eliminar os
riscos de acidente, contribuiu para a eficiência operacional.

c) Um colaborador havia trabalhado como eletricista em uma indústria anteriormente, e nesta época
sentia a necessidade de um tipo de bancada que além de ser isolada eletricamente fosse resistente aos
impactos mecânicos. Esta bancada era vendida apenas por dois fornecedores, um europeu e outro norte
americano. Logo a relação custo-benefício nem sempre era viável, além disto, as barreiras do idioma e
alto tempo de entrega faziam com que ele trabalhasse na época com uma bancada improvisada.

Diante disto, escreveu esta sugestão de produto na caixa de “Minhas sugestões”. A ideia foi bem
recebida pelo dirigente da empresa na reunião mensal, posteriormente o produto foi desenvolvido e
quando lançado no mercado foi bem recebido, pois além do baixo custo, os clientes poderiam dar detalhes
na especificação, ou seja, o produto era personalizado. Com isto, a lucratividade do negócio aumentou.

Dicas

Destaco que você irá estudar no final desta unidade sobre o intraempreendedor. Logo,
recomendo que você guarde na sua memória o conteúdo desta leitura para que possa
fazer a relação com este novo conceito mais à frente!

Você conhece o conceito de inovação ou engenharia frugal?

Não? Vou explicar a seguir.

Guarde essa ideia!

A inovação frugal ou engenharia frugal é um tipo de inovação baseada no processo de redução de custos
e mitigação de recursos que não são essenciais em um bem durável. Ficou complicado? Não se preocupe,
vou dar mais detalhes!

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Nossa sociedade é marcada pela desigualdade social, de um lado temos poucas pessoas com muito
dinheiro, do outro, temos muitas pessoas com pouco dinheiro. Acontece que por um tempo as empresas
estavam focadas em atender às necessidades das pessoas com maior renda e “deixando de lado” o
público das classes mais baixas.

Acontece que todos nós temos necessidades que precisam ser supridas, alimento, vestuário, abrigo,
água potável, etc., e como vimos, não há um equilíbrio social que permita que todos tenham acesso aos
mesmos produtos e serviços.

Pensando no público de baixa renda, surge a inovação frugal, ou engenharia frugal, cujo objetivo é
simplificar produtos, tornando-os acessíveis às classes mais baixas.

Exemplo

Vou citar um exemplo, na imagem abaixo, a renda de um morador de um dos apartamentos é “n” vezes
superior quando comparada a de um morador da comunidade vizinha. O espaço do apartamento é
planejado, ou seja, há um lugar para a máquina de lavar, outro para o fogão e assim por diante.

Vamos para as semelhanças, tanto o morador do apartamento como o morador da casa simples da
comunidade precisam utilizar roupas limpas, correto?

Agora eu pergunto: Será que o morador de baixa renda possui condições financeiras para adquirir uma
máquina de lavar de alta performance, que lave e seque as roupas? Será que cabe uma máquina de lavar
potente em sua residência? Será que o consumo de energia elétrica de uma máquina de lavar cabe em
seu orçamento mensal?

Fonte: http://sereduc.com/J9vRnM
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Foi pensando nesta parcela da população que estava “à margem” do mercado, que muitas empresas
passaram a produzir produtos mais simples com menor custo e menor preço de venda. Neste caso, como
produto similar à máquina de lavar, temos os populares “tanquinhos” que apesar de não terem funções
mais avançadas como a secagem de roupas atende à necessidade de lavar roupas com baixo esforço
manual.

Fonte: http://sereduc.com/VSjm6f

O foco da empresa que realiza o processo de engenharia frugal é alcançar a população que está na base
da pirâmide possibilitando que estas pessoas usufruam de produtos e serviços que antes não tinham
acesso, reduzindo assim as desigualdades sociais e possibilitando a integração social.

Seguindo esta linha de raciocínio apresento a você um novo termo para o seu dicionário: Jugaad é uma
palavra de origem hindu que significa “um conserto inovador, uma solução improvisada com base na
engenhosidade e inteligência”.

Leitura complementar

No livro “A inovação do improviso” os autores Radjou, Prabhu e Ahuja, explicam por que menos é mais na
construção de riquezas e resultados.

Para os autores a inovação jugaad está apoiada em seis princípios. São eles:

1. Buscar oportunidade na adversidade


As restrições do meio ambiente devem ser encaradas pelo empreendedor jugaad como um fator
condicionante à inovação. As inovações improvisadas, na maioria das vezes, surgem em países com baixa
infraestrutura e poucos recursos. É o caso da inovação jugaad de Kanak Das, um indiano que cansou
de andar de bicicleta “aos solavancos” provocados pelos buracos nas estradas e resolveu utilizar esta
adversidade ao seu favor.
Kanak improvisou um dispositivo na sua bicicleta de modo que o impacto provocado pelos buracos se
converta em energia de aceleração.
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Fonte: http://sereduc.com/VtPDKC

2. Fazer mais com menos


Sabemos que os recursos naturais estão cada vez mais escassos. Estamos pagando um alto preço pela
exploração ambiental desmedida provocada pelo homem desde a Revolução Industrial. Diante disto, todas
as empresas, de microempresas a grandes companhias, precisam reutilizar e recombinar os recursos que
já utilizam. Vou citar como exemplo a Safaricom que lancou em 2007 um serviço chamado M-PESA no
Quênia.
A empresa percebeu que no Quênia apenas 10% da população tinha acesso aos serviços bancários,
contudo, 50% da população possuía aparelhos celulares. Com os recursos já disponíveis, as redes
telefônicas, a empresa criou um serviço de SMS que permite que as pessoas paguem contas, poupem e
transfiram dinheiro pelo celular sem precisar de uma conta bancária!

Fonte: http://sereduc.com/AaZFdU

3. Pensar e agir com flexibilidade


Os inovadores jugaad questionam constantemente o status quo das coisas e este comportamento acaba
os direcionado à inovação. Muitas empresas de comunicação impressa, jornais e revistas, se viram em
apuros mediante a expansão e a velocidade das informações com o surgimento da internet. Não foi o caso
da NYTC (New York Times Company) que, em vez se se amedrontar e for “engolida” pelos blogs e redes
sociais decidiu se reinventar.
A empresa criou um departamento de Pesquisa e Desenvolvimento no qual busca se antecipar às
tendências de consumo e tecnologia. Dentre os produtos desenvolvidos, destaca-se o vínculo do site da
companhia com o Google Earth no qual permite que o leitor veja no mapa o local citado nas notícias.

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As empresas, independente do seu tamanho, localidade ou segmento de atuação, precisam ser flexíveis
de modo a identificar as mudanças no contexto social e se adaptarem que continuem atendendo às
necessidades do seu público-alvo.
4. Manter a simplicidade
Steve Jobs foi um dos mestres da simplicidade no desenvolvimento de produtos. Jobs acreditava que era
necessário dizer “não” a uma série de coisas para garantir que a empresa não tome o caminho errado ou
tente fazer demais.
5. Incluir os marginalizados
O termo “marginalizados” está relacionado às pessoas que estão às margens do mercado comum, a
exemplo dos consumidores de baixa renda que optam em comprar um tanquinho em vez de uma máquina
de lavar de última geração e os quenianos que passaram a ter acesso aos serviços bancários mediante a
proposta de valor entregue pela Safaricom.
6. Seguir seu coração
É impossível falar de inovação e empreendedorismo sem citar este “lado emocional”. Os empreendedores
utilizam a intuição, a emoção e a empatia para iniciar e tocar seu negócio.

Nos guias das próximas unidades abordaremos um livro que está bastante relacionado com este princípio
jugaad, trata-se do livro “O segredo de Luísa”. Nele o autor Fernando Dolabela conta como uma jovem
estudante de odontologia percebe que sua felicidade não está nos consultórios, e sim na cozinha. Este
livro é um clássico quando o assunto é empreendedorismo e desenvolvimento de produto, mas não fique
ansioso, em breve iremos conhecer esta história mais de perto.

Para Refletir

Nas disciplinas anteriores você aprendeu que o termo empreendedorismo significa resolver um problema
ou uma situação complicada. Para isto, o empreendedor deve possuir uma série de características e
também buscar o seu constante desenvolvimento.

A atual conjuntura econômica do nosso país torna cada vez mais árdua a tarefa de empreender, contudo,
como já estudamos as adversidades devem ser uma mola propulsora à inovação.

Uma das vertentes para que o empreendedor tenha sucesso atualmente é o investimento em práticas
sustentáveis e sociais. Mas não se preocupe, estudaremos este assunto nos próximos tópicos deste guia
de estudos.

2. O EMPREEENDEDOR COMO AGENTE SOCIAL

Caro(a) aluno(a), você já parou para pensar sobre o impacto das organizações na sociedade? As empresas,
como você já sabe, estão inseridas em um ambiente, desta forma, sua existência impacta nos seus
fornecedores, clientes, acionistas, bancos, governos, na natureza, concorrentes, dentre outros.

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Logo podemos dizer que a responsabilidade de uma empresa está relacionada ao seu poder de modificar
algo. Se você observar, verá que a missão de uma organização traz consigo a sua reponsabilidade enquanto
agente social. Veja os casos abaixo:

ExemploS

Casas Bahia:
A empresa tem como missão realizar os sonhos de seus consumidores, oferecendo acesso facilitado ao
crédito e trabalhando com um modelo de gestão focado na simplicidade, no respeito e na dedicação total
aos colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros comerciais. Fonte: http://institucional.casasbahia.com.
br/empresa/nossa-historia

Natura:
Nossa missão é promover o bem estar bem. Fonte: http://www.natura.com.br/a-natura/sobre-a-natura

Hospital Samaritano São Paulo:


Somos comprometidos com a segurança e assistência à saúde, eficiência operacional e alto desempenho,
respeito à diversidade e acolhimento diferenciado, atuando com responsabilidade social. Fonte: http://
samaritano.com.br/institucional/missao-visao-e-valores/

Para Resumir

Você percebeu? Cada missão traz consigo o propósito da organização na sociedade. A importância do
papel social da organização também se estende em uma visão legal.

Desta forma, as empresas são consideradas como instituições sociais, pois são responsáveis por abastecer
a sociedade com seus bens e serviços, gera emprego e renda, além disto, geram receita ao Estado através
das tributações.

Percebemos então que as empresas tomaram para si a responsabilidade de proporcionar o bem-estar da


população. Logo, a responsabilidade social está atrelada ao compromisso da organização em relação à
sociedade expressa através de atitudes que afetem de modo amplo um segmento em específico.
Com isto, a organização assume um papel moral que busca o desenvolvimento sustentável. Em linhas
gerais, podemos considerar a responsabilidade social como qualquer ação que contribua para a melhoria
da qualidade de vida da sociedade.

A Constituição de 1988, também chamada de Carta Magna, foi o marco para garantir a função social da
propriedade. Em seu artigo 5º está descrito o seguinte:

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“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[…]
XXII - é garantido o direito de propriedade
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social”.

Veja este outro artigo em que a Constituição aborda a função social da propriedade:

“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre


iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios:
[...]
II - propriedade privada
III - função social da propriedade”.

Estes dois artigos nos mostram a intervenção do Estado com o propósito de garantir que os interesses
sociais e coletivos sejam preservados, e por consequência, que a ordem econômica do país seja mantida.

Visite as Páginas

Recomendo que você acesse o link e leia a Constituição Federal


na íntegra. Esta leitura não é obrigatória, contudo, o conteúdo
ampliará a sua visão em relação às organizações no contexto
social. Clique aqui para acessar.
Além da Constituição Federal, trouxe para você um trecho do
Código Civil no qual define quem pode ser empresário.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação
de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística,
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Recomendo também que você acesse o link e leia o Código
Civil na íntegra. Esta leitura não é obrigatória, contudo, você irá
aprender sobre as classificações das sociedades empresariais e
suas particularidades. Clique aqui para acessar.

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Para Refletir

Muitas vezes, caro(a) aluno(a), um novo negócio surge da necessidade do empreendedor e não do mercado.
Por exemplo, algumas pessoas ao serem demitidas optam em abrir um negócio e iniciar sua jornada no
empreendedorismo.

Contudo, é importante que este profissional busque conhecimentos e apoio junto às instituições como
o SEBRAE, de tal forma que o negócio além de gerar recursos para o empreendedor seja sustentável,
impactando positivamente no meio onde está inserida. Além disto, a visão do empreendedor precisa ser
ampliada de modo que consiga enxergar e atender às necessidades de um segmento alvo.

O conceito de sustentabilidade está apoiado no tripé das perspectivas ambientais, sociais e econômicas.
Um negócio que visa o lucro do acionista, mas destrói o meio ambiente e não paga o salário dos
colaboradores em dia não pode ser considerado como um negócio sustentável, pois um dos pilares não
está equilibrado.

Fonte: http://sereduc.com/Fe3mxd

Estamos na Era da Economia da Sustentabilidade na qual preza pela produção continuada e o consumo de
bens e serviços, de modo que haja desenvolvimento econômico com as condições ambientais preservadas.
É necessário que a interferência do homem no meio ambiente não comprometa o acesso das gerações
futuras aos recursos ambientais!

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Veja o vídeo!

Sugiro que você assista ao vídeo “A história das coisas” (Duração


00:21:17). Nele você irá verificar a importância da sustentabilidade
para os negócios e para a sociedade. Este vídeo é obrigatório, pois
seu conteúdo poderá ser abordado nas atividades ou avaliações
desta disciplina. Depois volte aqui, pois estamos chegando ao fim
do conteúdo desta unidade. Clique aqui para assistir.

Para Refletir

De forma complementar trago para você, caro(a) aluno(a), a visão do filósofo brasileiro Mario Sérgio
Cortella quanto à ética organização, fator diretamente relacionado ao tripé da sustentabilidade.

Caso você não o conheça, Mario Sergio Cortella (Londrina, 5


de março de 1954) é um filósofo, escritor, educador, palestran-
te e professor universitário brasileiro mais conhecido por divul-
gar com outros intelectuais como Clóvis de Barros Filho, Lean-
dro Karnal, Renato Janine Ribeiro e Luiz Felipe Pondé, questões
sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea. Fonte:
http://sereduc.com/hetVXR

No livro “Qual é a tua obra”, Cortella afirma que as empresas que querem optar por sua perenidade,
ou seja, as que querem ser duráveis precisam estabelecer uma forte relação entre a ética e a visão
estratégica do negócio. O autor traz a ética venerada nos livros de filosofia para o dia a dia das organizações,
apontando que empresas que optam por mão de obra infantil ou não registram a carteira de trabalho de
seus colaboradores estão fadadas ao fracasso. Segundo o autor, os temas: transparência na gestão,
responsabilidade social, ética empresarial e governança corporativa vieram à tona nos últimos anos por
dois fatores.

O primeiro é que muitas empresas precisaram abrir o seu capital e ficaram submissas aos controles
governamentais acerca de sua lisura e honestidade.

Guarde essa ideia!

Quando uma companhia decide abrir seu capital quer dizer que ela vai deixar de ser uma sociedade
fechada (cujos títulos circulam de forma particular) para ser uma empresa que negocia seus títulos de
forma aberta. Caso você tenha lido o Código Civil brasileiro, viu que há um tópico da lei destinado às
particularidades da Sociedade Anônima.

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O segundo fator é que em sociedades democráticas o lema “fazemos qualquer negócio” já não é mais
aceito, ou seja, estamos enquanto consumidores, preocupados a respeito da origem dos produtos que
consumidos, da atuação das empresas em relação ao meio ambiente e à sociedade.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) existem 168 milhões de crianças trabalhadoras
em todo o mundo. O mapa abaixo elaborado pela consultoria britânica Maplecroft, aponta a concentração
deste problema. Vemos que o problema da mão de obra infantil não está concentrado apenas nos países
subdesenvolvidos, ao passo que vemos muitos países desenvolvidos sinalizados na cor vermelha.

Fonte: http://sereduc.com/niDAvM

A OIT estima que o boicote dos consumidores às empresas que utilizam mão de obra infantil pode reduzir
a exploração da mão de obra infantil.

Para Resumir

As empresas que se envolvem em crimes ambientais, que não cumprem os seus prazos, que não cumprem
a legislação trabalhista têm vida curta no atual contexto social. Neste sentido, vem à tona o comportamento
e a ação da empresa em relação aos seus stakeholders (partes interessadas).

Diante disto, as ações de responsabilidade social só podem existir dentro do que consideramos como
padrões éticos de comportamento, de forma que o resultado da equação: o que eu quero e o que o outro
precisa, seja positivo para ambos os lados e não afete negativamente terceiros.

Peter Drucker, considerado o pai da administração, afirma que o desempenho econômico é a principal
responsabilidade de uma empresa. Uma organização que tem constantes prejuízos, que utiliza seu capital
de forma irresponsável, que agride ao meio ambiente e não paga seus impostos, é irresponsável, pois não
cumpre a sua função na sociedade.

Compete ao empreendedor, direcionar os seus esforços para que a missão da sua empresa seja alcançada.
Além do empreendedor, as pessoas que compõem a organização também devem assumir este papel,
estamos falando do intraempreendedor.

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Intraempreendedor

O intraempreendedor é aquele colaborador que observa constantemente o seu local de trabalho e está
satisfeito, pois acredita que é possível encontrar uma maneira melhor de fazer as coisas.

É através dele que as inovações acontecem e ocorrem, os custos baixam e a qualidade aumenta. O grande
desafio para os empreendedores está em fazer aumentar o número de colaboradores com este tipo de
visão no seu quadro de funcionários.

Guarde essa ideia!

Caro(a) aluno(a), sempre que falo do intraempreendedor, gosto de usar a expressão “dor de dono”. Parece
estranho, mas você vai entender:

Imagine que você está passando pelo pátio da sua empresa e vê que a tinta utilizada para pintar as peças
está sendo desperdiçada devido a um furo na mangueira que leva a tinta até os jatos. Imediatamente você
irá lembrar-se do custo desta matéria-prima e irá mover todos os meios para eliminar este desperdício.

O colaborador que tem “dor de dono” também terá esta atitude, ele se vê como dono dos seus processos
e sabe que a manutenção da sua renda está condicionada à existência da organização, portanto, fará de
tudo para que não haja desperdícios.

Leitura obrigatória

Prezado(a) aluno(a), recomendo que você leia a matéria disponível


na página do administradores.com e identifique a relação do
intraempreendedorismo com a competitividade das organizações.
Esta leitura é obrigatória, pois seu conteúdo poderá ser abordado
nas atividades e avaliações desta disciplina. Clique aqui para
acessar.

Palavra Final

Olá, aluno(a)!

Chegamos ao final da primeira unidade da disciplina Prática Profissional II. Espero que o conteúdo visto
até o momento tenha sido proveitoso para o seu desenvolvimento acadêmico e profissional.

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Antes de fazer uma breve revisão do que foi apresentado nesta unidade, quero trazer para você dois
conceitos que muitas vezes são empregados como sinônimos, mas possuem significados diferentes, me
refiro ao crescimento econômico e ao desenvolvimento econômico. O crescimento econômico é o aumento
da capacidade produtiva de uma economia que é medido a partir do Produto Interno Bruto (PIB).

Já o desenvolvimento econômico está diretamente relacionado à qualidade de vida da população e pode


ser medido através de indicadores voltados à educação, saúde, renda, pobreza, dentre outros.

Destaco que o crescimento e o desenvolvimento econômico não estão relacionados, ou seja, um país
pode ter um alto PIB e permanecer uma desigualdade social gritante tendo em vista que o crescimento
econômico só favoreceu uma parcela pequena da população.

Tratando-se de responsabilidade social, competem às organizações, privadas e públicas empenharem


esforços para que o meio ambiente seja preservado, as relações mercadológicas sejam pautadas na ética
e que haja uma busca constate na melhoria de vida da população.

Para que este contexto filosófico que apresentei agora aconteça na prática, compete ao empreendedor
e ao o profissional da área de administração, aplicarem todo o conhecimento disponível, de forma que,
os recursos disponíveis sejam utilizados de forma eficiente e que os colaboradores se sintam como parte
importante da organização tendo sua capacidade intelectual preservada e estimulada pela alta gestão.

Além disto, a inovação deve estar presente no dia a dia das organizações. É através de melhorias incrementais
e de ruptura que os processos e produtos são melhorados com vistas a atender satisfatoriamente os
clientes internos e externos.

Vimos também que o Modelo da Excelência da Gestão preza pelo intraempreendedorismo ao passo que
orienta os gestores a estimularem sua força de trabalho a propor melhorias, bem como, os orienta a
divulgar e persistir na busca de resultados positivos da organização através da transparência na gestão
corporativa.

Você estudou também sobre o conceito do jugaad. Viu que existe uma grande parcela da população
mundial que não consegue ter acesso há alguns serviços básicos e com um pouco de criatividade e
improviso, muitos empreendedores estão lucrando em segmentos de mercado que são desprezados pelo
mercado tradicional.

O conceito do jugaad, como você viu, está bastante relacionado à sustentabilidade. A ideia central é
fazer mais com menos de forma que a sociedade seja cada vez mais igual, equilibrando o tripé: meio
ambiente, economia e sociedade.

Ufa! Vimos muitos assuntos nesta unidade e só estamos começando! Na próxima unidade, você irá
aprender sobre as fases de desenvolvimento de um produto!

Depois que você leu todo o material no guia de estudo, links sugeridos e livro-texto, agora você pode fazer
as atividades disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para consolidar o aprendizado.

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Lembre-se:
Caso você tenha alguma dúvida, entre em contato com o seu tutor. Ele está à sua disposição para orientá-
lo(a).

Encontramos-nos na próxima unidade.

Até lá!

Referências Bibliográficas

Neste guia citei alguns trechos dos livros abaixo. Recomendo a leitura destes livros de forma complementar,
e não obrigatória.

Qual a tua obra: inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética.


Mario Sérgio Cortela. Editora Vozes, 2013. 21ª edição.

A inovação do improviso: jugaad inovation. Por que menos é mais na construção de riquezas e
resultados. Navi Radjou, Jaideep Prabhu Simone Ahuja. Editora Campus, 2012.

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