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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2 PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE .............................. 5

2.1 Funções................................................................................................ 5

2.2 Princípio da Entidade ........................................................................... 8

2.3 Princípio da Continuidade .................................................................... 8

2.4 Princípio da Oportunidade .................................................................... 9

2.5 Princípio do Registro pelo Valor original............................................... 9

2.6 Princípio da Atualização Monetária ...................................................... 9

2.7 Princípio da Competência .................................................................... 9

2.8 Princípio do Conservadorismo ou Prudência ..................................... 10

3 TERCEIRO SETOR .................................................................................. 11

3.1 O Marco Regulatório .......................................................................... 12

3.2 Terceiro setor no Brasil ...................................................................... 14

3.3 Qualificações e titulações das entidades do terceiro setor ................. 17

3.4 Diferenças existentes entre associação e fundação .......................... 20

3.5 Como funcionam entidades do terceiro setor? ................................... 20

3.6 Demonstrações contábeis .................................................................. 23

3.7 Prestação Contas ............................................................................... 25

4 CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ..................... 26

4.1 Método de Equivalência Patrimonial .................................................. 27

4.2 Técnicas de Consolidação ................................................................. 28

4.3 A consolidação no exercício social ..................................................... 29

5 ELABORAÇÃO E PUBLICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


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5.1 Balanço patrimonial ............................................................................ 31

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5.2 Demonstração do resultado ............................................................... 32

5.3 Sociedades anônimas ........................................................................ 33

6 OPERAÇÕES ENTRE MATRIZ E FILIAL ................................................. 33

6.1 Escrituração Centralizada .................................................................. 34

6.2 Escrituração descentralizada ............................................................. 35

7 BALANÇO DE ABERTURA ...................................................................... 36

8 CISÃO, FUSÃO E INCORPORAÇÃO DE SOCIEDADES ........................ 38

8.1 CISÃO ................................................................................................ 39

8.2 FUSÃO ............................................................................................... 40

8.3 Incorporação ...................................................................................... 41

8.4 Compensação de prejuízos na incorporação, fusão e cisão .............. 41

8.5 Quais são as suas principais diferenças? .......................................... 41

9 DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADE .................................... 42

9.1 Liquidação .......................................................................................... 43

9.2 Procedimentos contábeis ................................................................... 44

9.3 Procedimentos tributários ................................................................... 44

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 46

11 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 47

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE

Fonte: fortestecnologia.com.br

A Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio, objetivando


representá-lo graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer normas para sua
interpretação, analisar e auditar e também servir como instrumento básico para a
tomada de decisões de todos os setores envolvidos com a empresa.
Podemos concluir assim que é a ciência que estuda a prática, controla e
interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro de
demonstrações, com o fim de oferecer informações sobre a composição do
patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão das
mesmas.

2.1 Funções

As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar,


analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade
econômica ou social que a empresa exerce no contexto econômico.
• Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor
monetário;
• Organizar: um sistema de controle adequado à empresa;
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• Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio
de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa;
• Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de
apuração dos resultados obtidos pela empresa;
• Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os
pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e
alertando para eventuais problemas.
A Contabilidade, enquanto ciência que estuda o patrimônio das entidades,
encontra aplicações em todas estas, independentemente do tipo, ramo de atividade,
segmento econômico ou localização geográfica. Assim, a identificação do campo de
aplicação da Contabilidade também pode ser analisada através da definição do
patrimônio, como o conjunto de bens, direitos e obrigações relacionados a uma
pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos.
A ideia de que a Contabilidade do setor público é diferente do setor privado ou,
ainda que a Contabilidade de uma entidade filantrópica é diferente da entidade
privada, não é correta, pois cada entidade, dentro do seu ramo de atividade e das
suas peculiaridades apresenta especificidades próprias, só encontradas naquele
segmento, ou seja, em uma entidade filantrópica a Contabilidade será exercida
observando toda a legislação que envolve este tipo de entidade.
Se compararmos a Contabilidade pública com a Contabilidade privada,
observaremos que enquanto a pública não tem objetivo de apurar resultados (lucros),
a privada tem. O conjunto de bens da área pública recebe um tratamento contábil
específico, enquanto na área privada esses mesmos bens recebem outro tratamento.
Note-se que enquanto no setor público os bens não são depreciados e corrigidos
monetariamente, no setor privado estes bens têm objetivos de gerar resultados, ou
seja, são realizados através da depreciação e são corrigidos monetariamente para
manter o seu valor atualizado.
Muitos outros exemplos poderiam ser expostos para demonstrar que a
Contabilidade é igual em qualquer entidade, tendo como diferença entre elas as
especificidades de cada entidade. Assim, concluímos que independentemente do tipo
de atividade, do setor, da entidade, etc., a Contabilidade tem a mesma finalidade, o
mesmo objetivo e utiliza-se das mesmas técnicas e métodos para registrar e controlar
os patrimônios das entidades.
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A entidade econômico-administrativa é o patrimônio de propriedade pública ou
privada, que tem como elementos indispensáveis: o trabalho, a administração e o
patrimônio, e tem finalidades: sociais, econômicas e socioeconômicas.
Sociais: que possuem a riqueza como meio para atingir seus fins.
Exemplo: associações beneficentes, educacionais, esportivas, culturais e
religiosas
Econômicas: são as que têm a riqueza como meio e fim e têm como objetivo
aumentar seu patrimônio, obtendo lucro.
Exemplo: empresas mercantis.
Socioeconômicas: que possuem a riqueza como meio e fim, porém o aumento
do patrimônio que possuem serve para beneficiar toda a comunidade.
Exemplo: instituto de aposentadorias e pensões e fundações.
A Contabilidade distingue-se em duas grandes ramificações: a pública e a
privada.
Contabilidade Pública: ocupa-se com o estudo e registro dos fatos
administrativos das pessoas de direito público e da representação gráfica de seus
patrimônios, visando três sistemas distintos: orçamentário, financeiro e patrimonial,
para alcançar os seus objetivos, ramificando-se conforme a sua área de abrangência
em federal, estadual, municipal e autarquias.
Contabilidade Privada: ocupa-se do estudo e registro dos fatos administrativos
das pessoas de direito privado, tanto as físicas quanto as jurídicas, além da
representação gráfica de seus patrimônios, dividindo-se em civil e comercial.
• Contabilidade Civil: é exercida pelas pessoas que não têm como objetivo final
o lucro, mas sim o instituto da sobrevivência ou bem-estar social. Divide-se em:
• Contabilidade Doméstica: exercida pelas pessoas físicas em geral,
individualmente ou em grupo.
• Contabilidade Social: usada pelas pessoas que têm como objetivo final o bem-
estar social da comunidade, tais como: clubes, associações de caridade,
sindicatos, igrejas, etc.
• Contabilidade Comercial: é exercida pelas pessoas que exploram atividades
que objetivam o lucro. Divide-se em:
• Contabilidade Mercantil: usada por pessoas com objetivo social de compra e
venda direta de mercadorias. Exemplo: Supermercados, sapataria e açougues.
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• Contabilidade Industrial: exercida por pessoas que têm como objetivo social a
produção de bens de capitais ou de consumo, através do beneficiamento ou da
transformação de matérias-primas, do plantio, da criação ou extração de
riquezas. Exemplo: Indústria de móveis, pecuária, agricultura.
• Contabilidade de Serviços: é usada pelas pessoas que têm como objetivo
social a prestação de serviços. Exemplo: Estabelecimento de ensino,
telecomunicações e clínicas médicas.
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade determinam o "modo de
operação”, daqueles que a exercem profissionalmente, com o objetivo de criar um alto
grau de uniformidade e compreensão em seus resultados nos demonstrativos.
Sem esses princípios seria uma confusão total se cada empresa considerasse
um conjunto de regras diferentes para a elaboração do seu balanço, impossibilitando
o usuário externo entender de forma clara o que ocorre com a empresa.
A homogeneidade completa é impossível, pelas próprias características
diferenciadas entre as diversas empresas, seus setores econômicos, suas atividades
distintas e também pelo fato dessa mesma contabilidade ser ainda uma área em
evolução.

2.2 Princípio da Entidade

Afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um


patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, ou seja, o patrimônio da
entidade jamais se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso
de sociedade ou instituição.

2.3 Princípio da Continuidade

Salvo exceções, a continuidade das atividades operacionais de uma entidade


será por tempo indefinido.
A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o
valor ou o vencimento dos passivos.

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A contabilidade, portanto, analisa e vê a empresa como algo em movimento
continuado com investimentos, consumos, reinvestimentos e assim por diante.

2.4 Princípio da Oportunidade

Este princípio enfatiza a necessidade de registro e relato das variações no


patrimônio da entidade, no momento em que elas ocorrem e com a extensão correta.
A preocupação básica é que devem estar reconhecidas nos registros contábeis todas
as variações patrimoniais de uma entidade, para que as informações contábeis
espelhem a atuação do patrimônio em determinado período advém daí a necessidade
da utilização de documentação hábil e comprobatória de todas as transações.

2.5 Princípio do Registro pelo Valor original

Esse princípio determina os componentes do patrimônio que são incorporados


nos registros contábeis pelo preço de aquisição ou pelo custo de fabricação e não
pelo valor de mercado, sempre expressos em moeda corrente do país.

2.6 Princípio da Atualização Monetária

Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser


reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos
valores dos componentes patrimoniais.

2.7 Princípio da Competência

Este princípio demonstra que as receitas e despesas são atribuídas na


apuração do resultado, de acordo com o período que ocorrem e não quando são
recebidos ou pagos.

Podemos citar como exemplo: Através desse princípio, a Folha de Pagamento


dos operários relativa ao mês de dezembro, mesmo que na prática o pagamento só

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seja efetuado nos primeiros dias do mês de JANEIRO, o fato gerador da despesa é o
serviço prestado pelos operários e não o pagamento do salário.

2.8 Princípio do Conservadorismo ou Prudência

Determina a adoção do menor valor para o Ativo e do maior para o Passivo,


sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
Este princípio impõe a escolha que resulte em um menor patrimônio líquido.
O Princípio da Atualização Monetária foi revogado pela Resolução CFC nº
1.282/10. Confira
Com a revogação da Resolução 750/1993, que ditam os Princípios da
Contabilidade, a partir de 2017 passou a valer a Resolução 1.374/2011 – NBC TG
Conceitual para Elaboração de Relatório Contábil e Financeiro.
Porém, mesmo com a revogação da Resolução 750/1993 os princípios de
contabilidade não deixaram de existir. Os princípios, na verdade, não foram
eliminados e sim diluídos nos diversos CPCs.
Conforme publicação pelo próprio CFC (Conselho Federal de Contabilidade)
em novembro de 2016 o comunicado “Revogação da Resolução nº 750/1993: contexto
e considerações” o fato de ter revogado a resolução não extingue os princípios
contábeis:

“Revogar a Resolução nº 750/1993, porém, não significa que os Princípios de


Contabilidade estejam extintos. A revogação das resoluções visa à unicidade
conceitual, indispensável para evitar divergências na concepção doutrinária
e teórica, que poderiam comprometer aspectos formais das Normas
Brasileiras de Contabilidade (NBCs)” (FUTIDA, Honório 2017)

Com isso, os Princípios de Contabilidade, sob o ponto de vista das Estruturas


Conceituais dos setores privado e público, passaram a ser comportados dentro das
normas específicas, respectivamente, a NBC TG Estrutura Conceitual (Resolução nº
1.374/2011) e NBCTSP EC.
Assim, entende-se que a Resolução 750/1993, que tratava de forma compilada
os princípios contábeis, numa só resolução, a partir de 2017, os mesmos serão
tratados em CPCs específicos.

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Dessa forma é necessário observar que os princípios contábeis referidos na
Resolução 750/1993 não foram abolidas e sim remanejadas para a Resolução
1.374/2011 – NBC TG Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil
e Financeiro, que entrou em vigor a partir de 2017.

3 TERCEIRO SETOR

Fonte: toledoprudente.edu.br

O Terceiro setor é formado por associações e entidades sem fins lucrativos, e


é classificado como terceiro setor, em sociologia. O termo é de origem americana,
Third Sector, muito utilizado nos Estados Unidos, e o Brasil utiliza a mesma
classificação.
A sociedade civil é dividida em três setores, primeiro, segundo e terceiro. O
primeiro setor é formado pelo Governo, o segundo setor é formado pelas empresas
privadas, e o terceiro setor são as associações sem fins lucrativos. O terceiro setor
contribui para chegar a locais onde o Estado não conseguiu chegar, fazendo ações
solidárias, portanto possui um papel fundamental na sociedade.
Existem várias organizações que fazem parte do terceiro setor, como as ONGs
(Organizações Não Governamentais) e OSCIPs (Organizações da Sociedade Civil de

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Interesse Público). O terceiro setor é composto quase que, em sua totalidade, de mão
de obra voluntária, pessoas que trabalham e não recebem remuneração para isso.

O Terceiro Setor é o conjunto de organismos, organizações, ou instituições


sem fins lucrativos, dotados de autonomia e administração próprias que
apresentam como função e objetivo principal atuar voluntariamente na
sociedade civil, visando o seu aperfeiçoamento. PAES (2010 apud MOTA,
Gleison, 2019),

Podemos citar cinco principais características comuns, dessas organizações:


1. Oriundas da iniciativa privada;
2. Não possuem fins lucrativos;
3. Institucionalizadas, ou seja, são legalmente constituídas;
4. Auto administradas, e
5. Possuem algum grau de participação voluntária.

O terceiro setor é mantido com iniciativas privadas e até mesmo incentivos do


Governo, com repasse de verbas públicas. As entidades do terceiro setor têm como
objetivo principal melhorar qualidade de vida dos necessitados, sejam ele crianças,
adultos, animais, meio ambiente, e etc.

O Terceiro Setor é composto por organizações de natureza “privada” pois são


criadas por iniciativa particular, mas que se diferem das organizações do
Segundo Setor por não visarem o lucro e são estritamente dedicadas a
consecução de objetivos sociais ou públicos, embora não sejam integrantes
do governo (administração estatal), (FRANÇA, et al., 2015 apud MOTA,
Gleison, 2019).

As fundações, associações, instituições do terceiro setor estão muitas vezes


envolvidas com obras de filantropia. É importante referir que as empresas que têm
responsabilidade social também podem contribuir para uma sociedade mais
equilibrada e justa.

3.1 O Marco Regulatório

Durante anos, o Brasil enfrentou dificuldades na regulamentação das relações


entre as organizações do terceiro setor (popularmente chamadas de ONG’s) e a
administração pública, pois não existiam normas gerais que regulassem de forma
padronizada as parcerias que eram firmadas entre a administração pública e essas

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organizações. Em outras palavras, não existia uma lei que tratasse especialmente
sobre essas parcerias.
Mesmo com a expansão do número de organizações privadas prestadoras de
serviço público e o aumento considerável de serviços por elas prestados, as parcerias
eram reguladas de forma desigual, baseando-se somente no artigo 116 da Lei de
Licitações que dispõe de forma bem genérica sobre parcerias.
A ausência da norma geral regulamentadora comprometeu durante muitos
anos o trabalho realizado pelas organizações do terceiro setor, pois não era possível
verificar com transparência as verbas que recebiam, a forma como as entidades
prestavam contas para a administração pública e a qualidade dos serviços prestados.
Para resolver a questão da regulamentação das parcerias, foi instituído um
grupo de trabalho com número igual de representantes do governo e das referidas
organizações, para a elaboração de um marco regulatório que servisse como regra à
celebração de parceiras entre a Administração Pública e as organizações privadas
sem fins lucrativos prestadoras de serviço público.
Assim, em 01/08/2014, foi aprovada a Lei nº 13.019/2014, conhecida como o
Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC), que estabelece e
regula no âmbito jurídico as parcerias entre a Administração Pública e as
Organizações da Sociedade Civil (nome formal atribuído às organizações privadas
prestadoras de serviço público), para trabalhar em cooperação mútua em busca de
interesse público e recíproco.

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3.2 Terceiro setor no Brasil

Fonte: br.pinterest.com

A primeira entidade sem fins lucrativos identificada na história brasileira foi a


Santa Casa de Misericórdia, fundada em 1543, em Santos (SP), com o apoio da Igreja
Católica, organização ainda existente nos dias de hoje.
Porém, a formação do “terceiro setor” com o modelo atual, com a participação
ativa da sociedade civil em parceria com a Administração Pública, é um resultado do
século XX e está intimamente ligada à alteração da forma de se sistematizar as
atividades estatais.
Ao longo da história, é possível perceber que a intervenção mínima do Estado,
como funcionava o Estado liberal, não era eficaz para garantir as demandas sociais.
Além disso, a intervenção estatal máxima, característica do Estado social, também
não atendia às necessidades da sociedade civil.
Dessa forma, com a concepção de que a maneira de organizar as atividades
estatais deveria ser alterada é que surge o Estado Democrático de Direito, em que,
assim como a sociedade civil, a Administração Pública também está sujeita às regras
do direito, mais precisamente das Constituições.
Uma das principais características do Estado Democrático de Direito é a grande
importância das constituições. Através da Constituição de 1988, conhecida como a
“Constituição cidadã”, que garante liberdades concretas, a dignidade da pessoa
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humana e os direitos fundamentais, o Estado se abriu para a participação ativa da
sociedade civil em suas decisões, promovendo uma verdadeira colaboração entre o
público e o privado.
A atuação conjunta entre o Estado e a sociedade civil possibilita que os serviços
públicos sejam desempenhados de forma mais eficiente, além de tornar a atividade
administrativa os serviços prestados pelo Estado mais democrática.
O terceiro setor, como indicado anteriormente, formado por organizações
privadas sem fins lucrativos, prestadoras de serviços públicos, se ajusta perfeitamente
ao contexto do Estado Democrático de Direito, já que é uma das formas em que a
sociedade se mostra ativa.

Imagem da Santa Casa de Misericórdia de Santos

Existem grandes trabalhos prestados por organizações do terceiro setor, como


por exemplo: projetos de implantação de programas ambientais realizados pela SOS
Mata Atlântica; o projeto de auxílio a empresas que buscam uma gestão socialmente
responsável, realizado pelo Instituto Ethos; e os projetos de difusão de educação e
cultura realizados pela Inspetoria São João Bosco.
É muito comum também a participação de organizações do terceiro setor na
área de saúde, por exemplo, a Associação Saúde Criança que visa reestruturar
famílias de crianças com doenças crônicas e vítimas de discriminação social e a

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Organização Médicos Sem Fronteiras, que leva cuidados de saúde para pessoas
afetadas por graves crises humanitárias.
A redefinição do papel do Estado está intimamente ligada às múltiplas crises,
como a crise fiscal (perda de crédito por parte do Estado), crise da forma de
administrar o Estado (excesso de burocracia), a perda da confiança na capacidade do
Estado em gerar o bem-estar social, fomentar o progresso econômico, resguardar o
meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da sociedade civil. Diante desses
problemas, a solução encontrada foi dar mais espaço à iniciativa privada, mantendo a
participação do Estado somente nas atividades em que esta não fosse capaz de
desenvolver um papel relevante.
O Estado permanece como responsável pela execução das tarefas de interesse
geral, mas não é o único responsável, existindo também a contribuição dos entes
privados e da sociedade civil através de suas próprias ações. O terceiro setor está
ligado à participação ativa da sociedade nas atividades de interesse público.
O surgimento das entidades do terceiro setor nos países em desenvolvimento
está ligado tanto à iniciativa de países centrais, agências internacionais e
organizações não-governamentais do hemisfério norte, quanto às crises que
ocasionaram a redefinição do papel do Estado.
A globalização econômica e cultural proporcionou um aprofundamento das
relações entre países centrais e países periféricos, o que fica evidente, por exemplo,
quando as ONGs do norte global financiam as ONGs do sul global. Basta basear-se
no caso do Greenpeace, uma organização não-governamental que atua em vários
países.
A mudança do perfil do mercado vem ocorrendo desde que foi tomada
consciência a respeito da responsabilidade social das empresas em que, é necessário
que ela assume dentro da sociedade um papel que vá além da geração de riquezas.
A empresa passou a ser considerada não mais como um negócio, mas como uma
entidade com papel cidadão, ou seja, ela deve ser uma empresa-cidadã.
Dessa forma, a empresa assume uma posição proativa de contribuir e
encaminhar soluções para problemas sociais. Tal empresa assume um compromisso
ético, dedica tempo e recursos materiais para desenvolver o bem comum. A atuação
das empresas-cidadãs se baseia normalmente em atividades de utilidade pública por

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meio da criação de uma fundação ou instituto, colaborando, assim, com o
desenvolvimento do terceiro setor.
O papel importante de assistir às necessidades que o sistema não consegue
suprir por completo, encontram nas iniciativas de terceiro setor o meio de serem
atendidas. Mas, em razão das várias possibilidades de atuação, há organizações
distintas dentro do segmento do Terceiro Setor.

3.3 Qualificações e titulações das entidades do terceiro setor

As associações e fundações podem receber outras classificações quando


preenchem todos os requisitos para isso ou mesmo como nome fantasia especificado
dentro do estatuto: entidade, organização de base comunitária, ONG, centro de
pesquisa, organização sem fins lucrativos, instituto. Já outros nomes são qualificações
ou titulações dadas pelo Poder Público como utilidade pública, organização da
sociedade civil de interesse público (OSCIP), organização social, etc.
Segue o significado de algumas qualificações ou titulações, adquiridos
facultativamente ou não para que possam obter benefícios como incentivos fiscais,
credibilidade, imunidades tributárias, recursos públicos, etc. Cada uma das
classificações abaixo é regida por legislação específica que a entidade deve
obedecer.

Organização não-governamental (ONG)

Entidades sem fins lucrativos, estas são definidas por atuação que podem
variar o segmento (saúde, educação, cidadania, direitos humanos e outros), com
diferentes qualificações legais e formais. No Brasil, para conferir a seriedade de uma
ONG, um dos recursos é avaliar se ela possui títulos de Utilidade Pública Municipal,
Estadual e/ ou Federal. Uma das características é a não-remuneração dos ocupantes
de cargos de diretoria, conselhos fiscais, deliberativos e consultivos, por exemplo.
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)

Esta qualificação foi conferida pelo Ministério da Justiça e é atribuída a


associações que possuem atuação estadual e federal, o que confere a elas maior

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facilidade na obtenção de recursos públicos e privados. Isso porque para uma
iniciativa possuir o título de OSCIP ela precisa garantir que suas contas estão em dia
e em conformidade com a legislação vigente no país.

Qualificação como Organização Social (OS)

São entidades formadas por pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos. Essa qualificação não é um direito ou opção, mas elas são qualificadas de
acordo com determinados critérios de conveniência e aprovação do Poder Público,
regulamentadas pela lei nº 9637/98.
Essas organizações podem ser de saúde, culturais, ensino, pesquisa científica,
desenvolvimento tecnológico, proteção ao meio ambiente, atividades que são
desenvolvidas pelo Poder Público.

Título de Utilidade Pública Federal (TUPF)

É uma declaração regulamentada pela lei nº 91/35 e os decretos 50.517/61 e


3415/00. Ela é outorgada pelo Ministério da Justiça a entidades que tem um
importante valor social e de utilidade pública. A entidade deve cumprir todos os
requisitos para fazer jus a esse título. Para obtê-lo, é preciso promover atividades de
pesquisa científica ou educação, arte e cultura ou atividades filantrópicas.
Seguindo essas regras, a entidade poderá receber descontos no Imposto de
Renda, auxílios e doações, realizar sorteios autorizados pelo Ministério da Justiça,
etc. Além dessa titulação existem os títulos de Utilidade Pública Municipal (UPM) e
Utilidade Pública Municipal Estadual (UPE).

Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEAS)

O CEAS é regido pela art. 203 da Constituição Federal, pela lei 8.212/91, lei
8742/93, decreto 2536/98 e pela resolução CNAS nº 177/00. Esse título é dado pelo
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), órgão ligado ao Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, às entidades que atestarem atividades
de assistência social como proteção à família, infância, adolescência, velhice e

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maternidade, amparo de crianças e adolescentes carentes, ações de inclusão de
pessoas com necessidades especiais, assistência gratuita à área educacional ou de
saúde, inserção no mercado de trabalho, atendimento e assessoramento aos
beneficiários da Lei Orgânica da Assistência Social e defender os direitos. A entidade
que possui esse certificado adquire benefícios como isenção da cota patronal do
INSS, mas para isso ela deve cumprir todos os requisitos dispostos na legislação que
o regula.

Institutos

Se enquadram nesta categoria iniciativas do Terceiro Setor cujo o foco de


atuação seja a pesquisa científica para qualificação tecnológica da população ou
mesmo a filantropia. Também pode ter essa atribuição as fundações de direitos
privados, desde que não haja titulares, proprietários ou acionistas.

Fundações

Já neste segmento, encaixam-se as instituições com foco no Terceiro Setor que


atuam com a finalidade de acumular recursos para financiamento de projetos. É
comum a instituição de fundações que atuem na área científica, social ou cultural.

Entidade beneficente

Nesta categoria são abrangidas as associações que exercem trabalho direto


de filantropia, como abrigos (seja para crianças ou idosos) entre outras frentes. Em
linhas gerais, são atuações que contribuem sem quaisquer custos aos variados
setores da sociedade, diferentemente das entidades sem fins lucrativos que abrangem
desde faculdades até times de futebol. As entidades beneficentes, por exercerem
atividades que geram lucro, na maioria das vezes, atendem a interesses próprios dos
que se associam a elas.

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3.4 Diferenças existentes entre associação e fundação

De acordo com Código Civil, as associações são como uma união de pessoas
que se organizam para fins não econômicos, promovida para um determinado
objetivo, seja de ordem beneficente, científica, artística, desportiva, política, entre
outros.
Porém, a lei não proíbe o desempenho de atividades econômicas pela
associação, desde que seja para atender o objetivo, ou seja, atender à sociedade, a
luta por uma causa, etc. Além disso, não tem a possibilidade de perder a categoria de
associação, mesmo no caso de realizar negócios para manter e/ou aumentar o
patrimônio, desde que o lucro não seja direcionado aos associados.
Já as fundações são instituições formadas pela constituição de um patrimônio,
que servirá para fins de caridade ou beneficentes. Ou seja, o patrimônio é uma
exigência no momento da constituição. Portanto, uma das maiores diferenças para as
associações é que, ao invés do núcleo central ser o indivíduo, é o patrimônio, além de
serem administradas por um Conselho de Curados, Diretoria e Conselho Fiscal.
• De acordo com a lei, as fundações só podem ter fins morais, culturais, de
assistência ou religiosos.
• Nas associações, os sócios podem alterar a finalidade institucional com o
decorrer do tempo. Porém, nas fundações o fim a que se dedicarão deve ser
permanente.
• O Ministério Público faz um acompanhamento das atividades desenvolvidas
pelas entidades. No caso das fundações, o controle é muito mais intenso,
existindo até uma obrigação anual de remessa de relatórios contábeis e
operacionais. Já para as associações, esse controle não é tão rígido.

3.5 Como funcionam entidades do terceiro setor?

A estrutura patrimonial definida pela Lei das Sociedades por Ações (Lei
6.404/1976) é a base da contabilidade do terceiro setor, entretanto, algumas
adaptações devem ser feitas e dizem respeito, principalmente, à nomenclatura de
algumas contas a serem utilizadas.

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Patrimônio Líquido x Patrimônio Social
• Lucro ou Prejuízo Exercício x Superávit ou Déficit Exercício
• Lucro ou Prejuízo Acumulado x Superávit ou Déficit Acumulado
Aplicam-se a essas entidades os Princípios Fundamentais de Contabilidade,
bem com as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações. Técnicas e
Comunicados técnicos, editados pelo Conselho Federal de Contabilidade.
A escrituração contábil deve respeitar o Regime de Competência, o Princípio
da Entidade e o Regime do Registro por Valor Original e o determinado nas NBC.
Plano de Contas (ou Elenco de Contas) é o conjunto de contas, previamente
estabelecido, que norteia os trabalhos contábeis de registro de fatos e atos inerentes
à entidade, além de servir de parâmetro para a elaboração das demonstrações
contábeis. A montagem de um Plano de Contas deve ser personalizada, por empresa,
já que os usuários de informações podem necessitar detalhamentos específicos, que
um modelo de Plano de Contas geral pode não compreender.
A sustentabilidade das ações e projetos tem como principal fonte financeira as
doações de pessoas físicas ou financiamento por empresas privadas ou
governamental (como, por exemplo, a opção explicada no artigo 9º da Lei nº 9.790).
O órgão público responsável pelo monitoramento dos diversos tipos de
instituições de terceiro setor é o Ministério Público. Ele tem a missão de avaliar as
documentações obrigatórias que, periodicamente, são entregues pelas instituições de
terceiro setor para apresentar:
• Origens e aplicações de recursos;
• Superávit e déficit da instituição;
• Balanço e patrimonial;
• Mutações do patrimônio líquido social.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, bem como o Conselho Nacional
de Assistência Social são responsáveis em conceder algumas certificações às
instituições de terceiro setor que cumpram todos os requisitos e, por consequência,
recebam o título e tenham acesso a direitos a partir dele.
• Título de Utilidade Pública Federal, Estadual e/ou Municipal;
• CEBAS – Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social.
As políticas contábeis adotadas devem proporcionar informação relevante,
confiável, comparável e compreensível. As entidades do terceiro setor devem realizar
21
evidenciações de informações adicionais, quando as julgarem insuficientes para
permitir que os usuários compreendam o impacto de determinadas transações e
outros eventos.
Há vários fatores que, ao serem avaliados, ajudam a discernir sobre a
confiabilidade de uma instituição. Ao voltar a atenção sobre eles, cidadãos com a
intenção de doação podem se sentir mais seguros para contribuir.
História
O primeiro ponto é a trajetória da instituição. Trabalhos sérios se mantêm ao
longo e décadas e são específicos quanto às necessidades sociais pelas quais atuam,
ou seja, o posicionamento quanto a missão que cumprem na sociedade, os valores
sob os quais trabalham e a visão que buscam alcançar.
Idoneidade
Ser transparente quanto as contas e os resultados das ações praticadas é
determinante para estabelecer um relacionamento de confiança. Sinal disso é a
divulgação das exigências legais e certificações listadas, de relatórios financeiros, de
canais efetivos para contato, de quais ações recebem aplicação das contribuições e
meios de acompanhamento da utilização dos recursos devem ser verificados.
Trabalho
Outro indicador fundamental é avaliar os projetos e campanhas em andamento
e em projeção. Onde e como eles acontecem, bem como o impacto que causa em
número de beneficiados e se equipe de atuação possui os profissionais adequados.
Atenção também para as parcerias firmadas, além das figuras públicas que apoiam a
instituição.
Segurança ao doador
Uma das principais fontes de sobrevivência para as instituições do Terceiro
Setor são as doações, por isso o processo para que sejam concretizadas precisa
cumprir alguns requisitos para merecer a confiança ao doador, principalmente em
canais online. A página precisa ter:
• Poucas e simples etapas para efetivar a doação;
• Clareza sobre a destinação do recurso;
• Dados da instituição (CNPJ e demais registros oficiais);
• Divulgação de canais para contribuir e tirar dúvidas;
• Segurança dos dados do doador (serviços de pagamento confiáveis).
22
3.6 Demonstrações contábeis

As demonstrações contábeis, que devem ser elaboradas pela entidade sem


finalidade de lucros, são:
Balanço Patrimonial: Define-se como balanço patrimonial o levantamento que
se faz dos ativos e passivos da entidade. Como ativos, entendem-se bens e direitos
que possam ser convertidos em valores monetários. Já os passivos são obrigações e
dívidas. E ambos são fatores fundamentais para compreender o patrimônio da
organização e, consequentemente, fazer um balanço fidedigno. O balanço
patrimonial, necessariamente, deve representar o retrato da entidade em uma data
específica. Por isso, diz-se que se trata de uma demonstração estática. Ou seja,
apresenta a situação contábil, financeira e econômica da entidade em um momento
exato. É importante acrescentar ainda que o balanço deve apresentar um "resultado
de patrimônio líquido". Esse valor é a diferença entre total de ativos e os passivos e é
ele que serve como principal critério para determinar a situação em que se encontra
um negócio.
Demonstração do Superávit ou Déficit do Período: O artigo 187 da Lei nº
6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações), instituiu a
Demonstração do Resultado do Exercício.
A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal
apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de
operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses.
De acordo com a legislação mencionada, as entidades deverão na
Demonstração do Resultado do Exercício discriminar:
• A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os
abatimentos e os impostos;
• A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços
vendidos e o superávit bruto
• As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas,
as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
• O superávit ou déficit operacional, as outras receitas e as outras despesas;
• O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o
imposto;

23
• O superávit ou déficit líquido do exercício.
Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados em
obediência ao princípio da competência:
As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua
realização em moeda; e os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,
correspondentes a essas receitas e rendimentos.
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Social (DMPLS): A
DMPLS é uma demonstração completa e abrangente, já que evidencia a
movimentação de todas as contas do patrimônio líquido durante o exercício social, de
acordo com a ITG 2002/2012 do CFC, as entidades sem fins lucrativos são obrigadas
a apresentar a mesma.
Demonstração do Fluxo de Caixa: A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)
substitui à Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). A DFC já
se consolidou como um instrumento de "prestação de contas" e de gerenciamento dos
recursos financeiros nas entidades em questão, muito mais do que a DOAR. São duas
as formas de apresentação do fluxo de caixa. A forma decorrente do método direto e
do método indireto.
Notas Explicativas: É muito comum nas entidades sem fins lucrativos, a
presença de voluntários, prestando relevantes serviços, principalmente nas áreas
educacional e de assistência social.
Com a regulamentação desse tipo de serviço (Lei 9.608/98), formalizado
através de um contrato regulando as relações da entidade com o voluntário, ficou mais
fácil identificar e avaliar, em termos quantitativos, a contribuição dessas pessoas para
com a entidade.
Nesse sentido, entende-se que as notas devam contemplar, também, o serviço
voluntário, informando, por exemplo, a quantidade de voluntários, o total de horas
empregadas, o número de pessoas atendidas pelos voluntários, quanto representaria
em termos monetários (Reais) se a entidade tivesse que desembolsar esses valores
e outras informações análogas.
Merece destaque também "a evidenciação dos recursos sujeitos a restrições
ou vinculações por parte do doador". A própria NBC T - 10.19 (item 10.19.2.6) tratou
de dar tratamento contábil diferenciado para "as receitas de doações, subvenções e
contribuições recebidas para aplicação específica".

24
Trata-se de um sistema contábil muito difundido em vários países,
especialmente nos Estados Unidos da América, denominado de Contabilidade de
Fundos. Por esse sistema, os recursos recebidos para atender atividades ou projetos
específicos devem ser mantidos e controlados separadamente (em fundos), valendo-
se das restrições impostas pelos doadores externos à entidade ou mesmo observando
restrições impostas pelos órgãos diretivos da entidade. Pode-se ter, então, em uma
entidade, vários tipos de "fundos" como, por exemplo, "Fundo para Imobilização",
"Fundo de Bolsas", "Fundo de Pesquisas", etc. O ideal seria que, nesses casos, a
entidade apresentasse as Demonstrações Contábeis valendo-se dessa tecnologia.

3.7 Prestação Contas

Fonte: sindiconet.com.br

A principal finalidade das organizações do terceiro setor é buscar maneiras de


suprir as necessidades da sociedade, sendo assim é essencial à apresentação da
prestação de contas, na qual tem sido chamada de accountability
Uma das principais obrigações dos administradores das Entidades de Interesse
Social é prestar contas, primeiramente, ao próprio órgão deliberativo da entidade, e,
por fim, ao Poder Público por meio dos diversos órgãos governamentais, de acordo
com a natureza jurídica, registros, títulos e certificados que pleiteiem ou possuam.
“Prestação de contas” é o conjunto de documentos e informações disponibilizados
25
pelos dirigentes das entidades aos órgãos interessados e autoridades, de forma a
possibilitar a apreciação, conhecimento e julgamento das contas e da gestão dos
administradores das entidades, segundo as competências de cada órgão e
autoridade, na periodicidade estabelecida no estatuto social ou na lei.”

“O conjunto de documentos, relatórios contábeis (Demonstrações Contábeis


convencionais, acompanhadas das respectivas notas explicativas e parecer
de auditoria independente), informações estatísticas, indicadores financeiros
e econômicos, de produtividade e qualidade, comparando a metas
(orçamentos) com os resultados alcançados etc.” Olak e Nascimento (2010, p.
158 apud FERNANDO DA ROCHA et al., 2015.)

A entidade, na prestação de contas, deve observar quais são as exigências


específicas de cada órgão, para que não encaminhe elementos aquém ou além do
necessário.

4 CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A consolidação das demonstrações financeiras foi uma importante inovação


introduzida pela Lei 6.404/76, que estabeleceu normas em relação à obrigatoriedade,
aos procedimentos e aos registros de ajuste pertinentes.
Consolidar consiste em agrupar as demonstrações contábeis das empresas
controladas às demonstrações da controladora. Segundo a FIPECAFI.

O objetivo da consolidação é apresentar aos leitores, principalmente


acionistas e credores, os resultados das operações e a posição financeira da
sociedade controladora e suas controladas, como se o grupo fosse uma única
empresa que tivesse uma ou mais filiais ou divisões. Isso permite uma visão
mais geral e abrangente e melhor compreensão, do que inúmeros balanços
isolados de cada empresa. (FIPECAFI apud MIRANDA MACHADO et al.,
2004)

Esse tipo de demonstração é utilizado, nos Estados Unidos há cerca de um


século. Em outros países iniciou-se bem mais tarde, aparecendo na legislação inglesa
apenas em 1947, na alemã em 1965, no Japão em 1976 e na francesa em 1985.Em
inúmeros países não há obrigatoriedade de consolidação nem normatização sobre o
assunto.
Pode-se afirmar que, no Brasil, houve uma evolução nesse sentido é possível
notar que em inúmeros lugares a consolidação é compulsória sempre que se possui

26
uma controlada. No Brasil isso hoje é exigido pela CVM às companhias abertas. Em
outros países, por outro lado, pode-se dizer que há inclusive atraso em relação ao
Brasil.

4.1 Método de Equivalência Patrimonial

A equivalência patrimonial é o método que consiste em atualizar o valor contábil


do investimento ao valor equivalente à participação societária da sociedade
investidora no patrimônio líquido da sociedade investida, e no reconhecimento dos
seus efeitos na demonstração do resultado do exercício.
O valor do investimento, portanto, será determinado mediante a aplicação da
porcentagem de participação no capital social, sobre o patrimônio líquido de cada
sociedade coligada ou controlada.
Instrução n.º 247/96 da CVM, em seu artigo 5º, determina que esse método
deve ser aplicado nas seguintes situações:
I- O investimento em cada controlada, e
II- O investimento relevante em cada coligada e/ou sua equiparada, quando a
investidora tenha influência na administração ou quando a porcentagem de
participação, direta ou indireta da investidora representar 20% (vinte por cento) ou
mais do capital social da coligada.
Estão obrigadas a proceder à avaliação de investimentos pelo valor de
patrimônio líquido as sociedades anônimas ou não que tenham participações
societárias relevantes em:
a) sociedades controladas;
b) sociedades coligadas sobre cuja administração a sociedade investidora
tenha influência;
c) sociedades coligadas de que a sociedade investidora participe com 20%
(vinte por cento) ou mais do capital social.
De acordo com o disposto nos parágrafos 1º e 2º do artigo 243 da Lei
6.404/1976 (Lei das S/A), consideram-se coligadas as sociedades quando uma
participa, com 10% ou mais, do capital da outra, sem controlá-la e controlada a
sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é

27
titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância
nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
Por força da Lei 11.638/2007, a partir de 01.01.2008, a obrigatoriedade de
avaliar pelo método da equivalência patrimonial atinge os investimentos em coligadas
sobre cuja administração tenha influência significativa, ou de que participe com 20%
(vinte por cento) ou mais do capital votante, em controladas e em outras sociedades
que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.
O termo "sobre cuja administração tenha influência" pode ser entendido da
seguinte forma:
a) a empresa investidora tem só 15% do capital, mas é ela quem fornece a
tecnologia de produção e designa o diretor industrial ou o responsável pela área de
produção;
b) a investidora tem só 15% de participação, mas é a responsável pela
administração e finanças, sendo a área de produção de responsabilidade dos outros
acionistas.
Observe-se, também, que as companhias abertas e instituições financeiras
deverão avaliar pelo método de equivalência patrimonial os investimentos relevantes
feitos no conjunto de coligadas, mesmo que a porcentagem de participação no capital
da investida coligada seja inferior a 20%, e ainda que não haja influência na
administração da coligada.
O valor do investimento será apurado mediante a aplicação da porcentagem de
participação da sociedade investidora no capital social da sociedade investida, sobre
o valor do patrimônio líquido desta, diminuído dos resultados não realizados.

4.2 Técnicas de Consolidação

É necessário que haja uniformidade entre as práticas contábeis da controladora


e das controladas, assim como uma adequação do período contábil, ou seja, não deve
haver defasagem de data de encerramento do exercício social das empresas
consolidadas, embora a legislação brasileira permita uma diferença de até 60 dias. No
entanto, se fatos relevantes ocorrerem nesse período, faz-se necessário seu
reconhecimento, ainda que extra contábil.

28
O artigo 250 da Lei nº 6.404/76, determina que das demonstrações financeiras
consolidadas deverão ser excluídas: participações de uma sociedade em outra; saldos
de quaisquer contas entre as sociedades; as parcelas dos resultados do exercício,
dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo dos estoques ou do ativo permanente
que corresponderem a resultados, ainda não realizados, de negócios entre as
sociedades.

4.3 A consolidação no exercício social

A aquisição do controle de empresas ocorre, evidentemente, ao longo dos


exercícios sociais. As empresas não esperam o primeiro dia do ano para fazer seus
investimentos. Assim, no período em que ocorre a aquisição do controle de empresas,
alguns cuidados devem ser tomados ao se efetuar a consolidação, conforme
apresentado a seguir.
Consolidação do Balanço
O balanço terá tratamento normal, ou seja, consolidam-se os valores linha a
linha, porque ao adquirir o controle de uma entidade, há que se demonstrar o total dos
ativos e passivos que estão sob controle comum na data da consolidação.

Consolidação da DRE
As contas de resultado são um ponto que merece maior atenção quando
ocorrem aquisições e vendas de empresas controladas, uma vez que a consolidação
da demonstração do resultado deverá conter as contas da controladora durante todo
o exercício social. No entanto, as da controlada devem se referir somente ao período
compreendido entre a data da aquisição do controle e a data da consolidação, pois
somente os resultados deste período é que foram controlados pela empresa
adquirente, uma vez que os resultados anteriores à data da aquisição fizeram parte
do patrimônio líquido adquirido. Da mesma forma, quando ocorrer a venda, essas
contas serão consolidadas do início do exercício até a data da alienação da
controlada.
A DMPL não sofre influências nesse aspecto, uma vez que o patrimônio líquido
da controlada, via de regra, é eliminado na consolidação.

29
Um aspecto importante é a necessidade de elaboração das demonstrações
contábeis da empresa controlada na data da aquisição. Com isso, é possível
determinar se houve ágio/deságio na operação, pela comparação entre o valor pago
e o valor patrimonial das ações, e também separar o resultado anterior à aquisição e
o posterior a ela, já que somente este último será consolidado.
Uma análise comparativa apresenta a evolução do patrimônio, das receitas e
das despesas de uma entidade, ao longo dos períodos. Esta comparação se dá
através da análise horizontal, também chamada análise de tendências, uma vez que
possibilita inferir sobre as tendências futuras. É importante considerar que o ocorrido
nos últimos períodos não necessariamente voltará a acontecer no futuro. No entanto,
se fatos anormais ou extraordinários não ocorrerem, a possibilidade de uma evolução
relativamente semelhante à dos anos anteriores é grande.

5 ELABORAÇÃO E PUBLICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Para melhor atendimento dos usuários da informação contábil, a organização


deverá apresentar suas demonstrações contábeis (também usualmente denominadas
“demonstrações financeiras") de acordo com as normas regulamentares dos órgãos
normativos.

Fonte:contabeis.com.br

Segundo o IBRACON (NPC 27), "As demonstrações contábeis são uma


representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em

30
determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo
nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer
informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro
de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de
decisões. As demonstrações contábeis também mostram os resultados do
gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe são confiados."
Tais informações, juntamente com outras constantes das notas explicativas às
demonstrações contábeis, auxiliam os usuários a estimar os resultados futuros e os
fluxos financeiros futuros da entidade.
• As demonstrações contábeis incluem os seguintes componentes:
• Balanço Patrimonial;
• Demonstração do resultado;
• Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, podendo ser
substituído pela demonstração das mutações do patrimônio líquido;
• Demonstração dos fluxos de caixa;
• Demonstração do valor adicionado, se divulgada pela entidade; e
• Notas explicativas, incluindo a descrição das práticas contábeis.
De acordo com o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada
exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das
demonstrações do exercício anterior.

5.1 Balanço patrimonial

Conforme Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187) e Normas Brasileiras
de Contabilidade, o Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo
Patrimônio Líquido.
O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos
controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros,
originados de eventos ocorridos.

O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações


para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua
liquidação.
31
O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu
valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor
do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a
Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por
Passivo a Descoberto.

5.2 Demonstração do resultado

O artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades


por Ações) instituiu a Demonstração do Resultado do Exercício.
Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal
apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de
operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses.
De acordo com a legislação mencionada, as empresas deverão na
Demonstração do Resultado do Exercício discriminar:
• A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os
abatimentos e os impostos;
• A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e
serviços vendidos e o lucro bruto;
• As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas
operacionais;
• O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
• O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão
para o imposto;
• As participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de
instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que
não se caracterizem como despesa;
• O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do
capital social.
Após ter efetuado todos os lançamentos de encerramento do exercício, no livro
diário, devem ser transcritos também o balanço patrimonial e a demonstração do
32
resultado do exercício, além da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados,
com a data e assinatura dos administradores e do responsável pela contabilidade,
com respectivo CRC.

5.3 Sociedades anônimas

Observar que, no caso de S/A, além do balanço patrimonial e da demonstração


do resultado, há necessidade de publicar, conforme Lei 6.404/76:
• A demonstração da mutação do patrimônio líquido;
• As origens e aplicações de recursos (para exercícios encerrados até
31.12.2007);
• A demonstração dos fluxos de caixa (para exercícios encerrados a partir
de 01.01.2008);
• A demonstração do valor adicionado - DVA (para exercícios encerrados
a partir de 01.01.2008) e
• As notas explicativas.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), através do Ofício Circular CVM nº
01/2007, estabeleceu regras para as normas contábeis pelas Companhias Abertas,
incluindo as informações obrigatórias na publicação das demonstrações financeiras.

6 OPERAÇÕES ENTRE MATRIZ E FILIAL

Fonte: soregistros.com.br

33
De acordo com o art. 252 do RIR/99 e a ITG 2.000, aprovada pela Resolução
CFC nº 1.330/11 - Da Escrituração Contábil de Filiais, a escrituração contábil de matriz
e filiais poderá ser centralizada ou não centralizada. Portanto, a entidade que possuir
filiais poderá optar por uma ou outra forma de escrituração.
Na hipótese de manter a escrituração descentralizada, ao final de cada mês, o
resultado de cada uma das filiais deverá ser incorporado na escrituração da matriz e
o Livro Diário das filiais funcionará como um diário auxiliar.
A escrituração de matriz e filiais observará as necessidades e possibilidades
particulares de cada empresa.
Os meios de processamento eletrônico de dados atuais possibilitam a
alimentação à distância de sistemas centralizados, e a discussão da centralização ou
descentralização fica bastante diluída. Tudo vai depender do grau de sofisticação do
sistema de processamento eletrônico de dados, das políticas de controle
estabelecidas pela direção da empresa, assim como do modelo de negócio que exige
maior ou menor nível de controle ou autonomia das unidades.
Muito se fala em vantagens e desvantagens de se manter ou não a escrituração
centralizada. Levando-se em conta que algumas obrigações acessórias e
recolhimentos de tributos são centralizados, o controle dessas obrigações fica muito
mais simplificado quando a contabilidade é feita também de forma centralizada.
Por outro lado, por ocasião de uma fiscalização ou da apresentação dos
registros contábeis aos órgãos públicos por qualquer outro motivo, a centralização
poderá trazer algum contratempo, uma vez que os registros estarão sob a guarda da
matriz e quando a verificação ocorrer em uma filial, será necessário apresentar a
escrituração completa quando a fiscalização fizer vistas apenas aos registros de um
estabelecimento.

6.1 Escrituração Centralizada

Na escrituração centralizada de matriz e filiais, o plano de contas é único e terá


desdobramentos que possibilitarão o agrupamento de cada estabelecimento. Há
também a possibilidade de cada filial funcionar como uma unidade de centro de
custos, quando o sistema utilizado possibilita esse controle.

34
As possibilidades de desdobramentos vão depender da versatilidade do
software de contabilidade utilizado, pois o número de dígitos das contas, os níveis
possíveis de grupos, subgrupos, contas e subcontas, assim como a utilização ou não
de códigos específicos por centros de custos variam de programa para programa.
Quanto maior for a necessidade de acumulação em subgrupos, contas e
subcontas, maior será a quantidade utilizada de níveis até chegar à rubrica específica
que receberá o lançamento.
Normalmente, a administração financeira é centralizada, mesmo assim
mantém-se algumas contas de disponibilidades para as filiais, como por exemplo,
contas-correntes bancárias e caixa. Quando a administração financeira também for
descentralizada, não há o que se discutir quanto à necessidade de abertura de contas
distintas para matriz e filiais.

6.2 Escrituração descentralizada

Ocorre quando a contabilização é realizada por estabelecimento, ou seja, cada


filial, sucursal ou agência possui seus próprios livros de escrituração comercial e neles
faz a apuração do resultado contábil e o levantamento das demonstrações financeiras
de cada dependência da empresa. Nessa hipótese, deverá haver incorporação dos
resultados de cada filial, ao final de cada mês, na escrituração da matriz; nesta será
feita a consolidação das demonstrações levantadas por todas as filiais.
Cabe observar que, na contabilidade descentralizada, cada filial é tratada como
uma entidade à parte, ou seja, como se fosse outra empresa, pois registra todas as
operações, apurando o seu resultado e levantando suas demonstrações financeiras.
Descentralização Parcial: A matriz poderá optar por descentralizar apenas a
contabilização dos estoques, disponível, contas a pagar e a receber, ficando, por
exemplo, a contabilização do ativo permanente de forma centralizada, isto é,
controlado pela sede, ou ainda descentralizar apenas a contabilização dos
movimentos de disponibilidades, permanecendo na matriz os demais controles
contábeis das filiais.
Existem empresas em que as filiais preparam todo o processo contábil, porém
a escrituração, propriamente dita, é realizada pela matriz, através do envio, pelas
filiais, dos lançamentos por via eletrônica ou postal. É bastante comum que as filiais

35
se responsabilizem pela guarda dos documentos e pelos registros contábeis, ficando
a escrituração das operações a cargo da matriz.
O objetivo é efetuar todos os registros contábeis por estabelecimento
(contabilidade completa por filial com a escrituração dos livros Diário e Razão), para
obter controle, informações e todas as demonstrações contábeis de cada
estabelecimento e, por conseguinte, da pessoa jurídica como um todo. Para tanto, na
matriz, pode-se utilizar contas como Participações ou Contas Correntes entre matriz
e filiais.
A classificação dessas contas correntes entre matriz e filiais pode ser efetuada
no realizável e exigível a longo prazo, tendo em vista que representam direitos e
obrigações entre ambas.

7 BALANÇO DE ABERTURA

Entende-se por balanço de abertura a implantação de saldos contábeis, de


modo manual, vindos de outro escritório à nossa contabilidade
(responsabilidade). Todas e quaisquer empresas ao mudar de escritório
(contador) seja qual for o período letivo, têm por necessidade a confecção do
balanço de abertura. Tal balanço visa dar continuidade nos afazeres
contábeis. (SILVA, Juliano 2016)

O denominado "Balanço de Abertura" é aquele que transcreve os saldos


contábeis patrimoniais do exercício anterior.
Ocorrendo a mudança de regime tributário, de Lucro Presumido para Lucro
Real, a pessoa jurídica que não manteve escrituração contábil fica obrigada a realizar
levantamento patrimonial no dia 1º de janeiro seguinte ao do último período-base em
que foi tributada pelo Lucro Presumido, a fim de proceder a balanço de abertura e
iniciar a escrituração contábil (parágrafo único do artigo 19 da Lei 8.541/1992).
Esta situação também pode ocorrer na hipótese de empresa optante pelo
Simples Nacional que não mantenha Contabilidade, somente o livro caixa.
Pode ocorrer também que, por motivos de perda de dados ou destruição de
arquivos, fichas, livros e demais documentos contábeis, a empresa não tenha
condições de reconstituir sua escrita, sendo obrigada a levantar um balanço para
reiniciar sua escrituração fiscal a partir de determinada data.
O levantamento patrimonial deverá incluir todos os bens do ativo, o Patrimônio
Líquido e as obrigações.
36
No ativo deverão ser inventariados: o dinheiro em caixa e em bancos, as
mercadorias, os produtos, as matérias primas, as duplicatas a receber, os bens do
ativo permanente, etc., incluindo-se os valores relativos à depreciação dos bens do
Imobilizado, como se tivessem sido contabilizados nos períodos anteriores.
No passivo deverão ser arroladas todas as obrigações e no Patrimônio Líquido
o capital registrado e a diferença (devedora ou credora) do ativo menos o passivo
exigível e Capital Social.
O prejuízo eventualmente apurado em levantamento patrimonial realizado não
poderá ser compensado na apuração do Lucro Real, tendo em vista tratar-se de
prejuízo meramente contábil.
O balanço de abertura é uma conta meramente transitória da qual será, em
tese, a contra partida de todos os lançamentos a serem escriturados. Sendo uma
conta transitória, ao final dos lançamentos implantados, essa conta (balanço de
abertura) há de zerar. Se restar saldo nessa conta, algo ficou errado.
Essa conta normalmente é cadastrada no Passivo Não Circulante (plano de
contas) das empresas. Todavia, “pode sofrer tanto lançamentos a débito quanto
lançamentos a crédito”.
Sua escrituração de abertura se dá ao primeiro dia, útil ou não, da nova
responsabilidade técnica e, sua escrituração de fechamento também.

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8 CISÃO, FUSÃO E INCORPORAÇÃO DE SOCIEDADES

Fonte:sergionfroes.jusbrasil.com.br

A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu


patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes,
extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou
dividindo-se o seu capital, se parcial a cisão (artigo 229 da Lei 6.404/1976).
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar
sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações (artigo 228 da
Lei 6.404/1976). Note-se que, na fusão, todas as sociedades fusionadas se
extinguem, para dar lugar a formação de uma nova sociedade com personalidade
jurídica distinta daquelas.
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas
por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações (artigo 227 da Lei
6.404/1976). Na incorporação a sociedade incorporada deixa de existir, mas a
empresa incorporadora continuará com a sua personalidade jurídica.

O valor do acervo a ser tomado nas operações deverá ser definido pelo valor
contábil ou de mercado (artigo 21 da Lei 9.249/1995).

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A pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu patrimônio absorvido deverá
levantar balanço específico para esse fim. O balanço deverá ser levantado até 30 dias
antes do evento.
No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado,
que optar pela avaliação a valor de mercado, a diferença entre este e o custo de
aquisição, diminuído dos encargos de depreciação, amortização ou exaustão, será
considerada ganho de capital, que deverá ser adicionada á base de cálculo do IRPJ
e da CSLL devidos no balanço que servirá para o evento (parágrafo 2ºdo artigo 21 da
Lei 9.249/1995).

Diante de um mercado cada vez mais globalizado, empresas precisam


reorganizar suas estruturas para se manter competitivas perante a
concorrência seja se unindo com outras entidades seja transferindo o seu
patrimônio. Os processos que possibilitam esses atos são conhecidos como
fusão, cisão e incorporação. (FERRERA, Rodrigo 2018).

Entrega da declaração DIPJ


A pessoa jurídica deverá apresentar a declaração de rendimentos (DIPJ)
correspondente ao período transcorrido durante o ano-calendário, em seu próprio
nome, até o último dia útil do mês subsequente ao do evento.

8.1 CISÃO

Cisão é a operação pela qual uma sociedade transfere parcelas do seu


patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes,
extinguindo-se a sociedade cindida, se houver versão de todo seu patrimônio, ou
dividindo-se o seu capital, se parcial a versão (artigo 229 da Lei 6.404/1976).
Os procedimentos legalmente previstos para cisão estão contemplados nos
mesmos dispositivos que regulam a incorporação e a fusão, quais sejam, os artigos
223 a 234 da Lei 6.404/1976.
É pacífico o entendimento de que a cisão, a exemplo da incorporação e da
fusão, pode ocorrer com sociedades de qualquer tipo, não se restringindo às
sociedades por ações, embora em qualquer caso deva ser observada a disciplina legal
estabelecida na Lei das S/A.

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Descrita no art. 229 da LSA, essa modalidade ocorre quando uma entidade
transfere parcelas de seu patrimônio a uma ou mais sociedades que foram
constituídas para esse fim. Ela também se subdivide, em dois tipos:
• Total: quando há cisão total do seu patrimônio, ocasionando a sua
extinção;
• Parcial: transfere-se parte do patrimônio, havendo subsistência da
empresa cindida.

8.2 FUSÃO

Fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar
uma nova, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.
A diferença entre fusão e incorporação é que na incorporação desaparecem as
sociedades incorporadas, mas a incorporadora, uma sociedade preexistente,
permanece com a sua vida normal, enquanto na fusão desaparecem todas as
sociedades fusionadas e surge uma sociedade nova.
Para uma contabilização adequada, partimos do princípio de que o resultado
do exercício apurado individualmente pelas duas empresas extintas o foi de forma
completa: com depreciações, provisões ajustadas, receitas e despesas alocadas por
regime de competência etc.
Prevista no art. 225 da LSA e art 1.119 do CC, essa ferramenta permite que
duas ou mais empresas se unam para dar origem a uma nova organização, que
sucederá todos os direitos e obrigações das originais. Assim, as empresas anteriores
deixam de existir, permanecendo somente a recém-criada.
Na maioria dos casos, a administração da nova empresa fica a cargo dos
gestores das originais ou da que era maior entre elas. A fusão ainda se subdivide em
cinco subtipos:
• Horizontal: as empresas fundidas são do mesmo setor;
• Vertical: são de negócios diferentes, mas se complementam;
• Conglomeração: as atividades das empresas são totalmente distintas;
• Extensão de mercado: produzem o mesmo produto, mas operam em
mercados diferentes;

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• Extensão de produto: as empresas têm produtos relacionados e operam
no mesmo mercado.

8.3 Incorporação

Estipulada no art. 227 da LSA e no art. 1.116 do CC, a incorporação consiste


na absorção de uma ou várias empresas por outra, ocorrendo a extinção das
primeiras. A sociedade incorporadora absorve, assim, todos os direitos e obrigações
da incorporada.
Quais são as vantagens de cada uma dessas modalidades?
De forma geral, os três processos podem garantir benefícios relacionados ao
desempenho econômico das empresas. Entre eles, estão:
• A diminuição ou eliminação de concorrentes;
• A minimização de custos;
• O aumento das oportunidades de crescimento no mercado;
• A diversificação dos negócios;
• Mais acesso a financiamentos.

8.4 Compensação de prejuízos na incorporação, fusão e cisão

A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá


compensar prejuízos fiscais da sucedida.
No caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar os seus
próprios prejuízos fiscais, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio
líquido (Decreto-lei 2.341/87, artigo 33, parágrafo único).
Os procedimentos legalmente previstos para a fusão são os mesmos da
incorporação, que estão contemplados nos artigos 223 a 234 da Lei 6.404/1976.

8.5 Quais são as suas principais diferenças?

É muito importante que os administradores entendam as diferenças basilares


entre os modelos, pois suas peculiaridades impactam direta e praticamente a
sociedade.
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Entre a fusão e as demais modalidades, a principal diferença reside no fato de
que nela há criação de uma nova empresa, formada a partir do patrimônio das antigas,
que são extinguidas.
Já na cisão pode ou não haver essa extinção de uma empresa, que segmenta
uma parcela de seu patrimônio. Já na incorporação, há a compra da totalidade de uma
empresa de menor porte por outra maior nesse caso, portanto, a incorporadora já
operava no mercado com objetivos próprios.
Há ainda outros institutos que também não devem ser confundidos com a
fusão, cisão e incorporação. São eles:
Aquisição de empresas: quando um comprador adquire grande parte da
participação de uma empresa;
Transformação: aqui a sociedade altera o seu tipo societário, passando de
LTDA. para S.A., por exemplo;
Joint venture (empreendimento conjunto): quando há associação de
sociedades com fins comerciais, dividindo suas obrigações, lucros e
responsabilidades.

9 DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADE

A dissolução constitui um conjunto de atos objetivando a extinção de uma


sociedade. Para tanto, faz-se necessário o cumprimento de procedimentos legais,
contábeis e tributários, a seguir resumidamente destacados.
As hipóteses de dissolução decorrem:

I - De pleno direito:
a) pelo término do prazo de duração;
b) nos casos previstos no estatuto;
c) por deliberação da assembleia-geral;

Nota: é necessária a aprovação de acionistas que representem metade, no


mínimo, das ações com direito a voto, se maior quórum não for exigido pelo estatuto
da companhia cujas ações não estejam admitidas à negociação em bolsa ou no
mercado de balcão, para deliberação de dissolução da companhia.
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d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembleia-geral
ordinária, se o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte;
Nota: não se aplica esta hipótese pela subsidiária integral mediante aquisição,
por sociedade brasileira, de todas as suas ações
e) pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.

II - por decisão judicial:


a) quando anulada a sua constituição, em ação proposta por qualquer
acionista;
b) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por
acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social;
c) em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei;

III - por decisão de autoridade administrativa competente, nos casos e na forma


previstos em lei especial.
Bases: artigos 206 e 251 da Lei 6.404/1976.

9.1 Liquidação

Após a dissolução da sociedade, a mesma entra em processo de liquidação.


Liquidação é o conjunto de atos destinados à realizar o ativo, pagar o passivo
e destinar o saldo que houver para procede-se à partilha imediata pelos sócios dos
haveres sociais e à transmissão global de todo patrimônio para um ou mais sócios.
Resumindo seria vender os bens à vista, receber todos os seus direitos e pagar todas
as suas obrigações.
A Liquidação corresponde ao período que antecede a extinção da pessoa
jurídica, após ocorrida a causa que deu origem à sua dissolução, onde ficam
suspensas todas as negociações que vinham sendo mantidas como atividade normal,
continuando apenas as já iniciadas para serem ultimadas.
A Liquidação pode ser voluntária (amigável) ou forçada (judicial).
A sociedade em processo de Liquidação, não poderá ser mais representada
pelos seus administradores, sendo necessário a presença de um outro personagem

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para a gestão da Liquidação, que é a pessoa do liquidante. (Código Civil, arts. 51 e
208 da Lei 6.404/1976).
Em todos os atos ou operações necessárias à liquidação, o liquidante deverá
usar a denominação social seguida das palavras “em liquidação” - art. 212 da Lei
6.404/1976.
A liquidação fará levantar de imediato, em prazo não superior ao fixado pela
assembleia geral ou pelo juiz, o balanço patrimonial da sociedade; realizará o ativo;
pagará o passivo e partilhará o remanescente entre os acionistas.

9.2 Procedimentos contábeis

Procedimentos contábeis a serem tomados para proceder à dissolução e


liquidação de uma sociedade:
Levantar o Balanço Patrimonial da sociedade a ser dissolvida, apurando-se,
assim, a situação patrimonial na data da dissolução.
Encerrar os livros da sociedade em dissolução, baixando-se todos os valores
ativos e passivos, transferindo-os para a mesma sociedade em liquidação. Assim
estará dissolvida a sociedade.
Proceder à abertura dos livros da sociedade em liquidação, a qual receberá
por transferência os valores ativos e passivos da sociedade dissolvida.
Proceder os registros correspondentes à liquidação (realização do ativo e
pagamento das obrigações).
Apurar o resultado da liquidação.
Encerrar os livros da sociedade em liquidação, efetuando as respectivas
partilhas.

9.3 Procedimentos tributários

Apura-se, no balanço final, o imposto de renda e os demais tributos devidos,


na data respectiva, cumprindo-se também os requisitos necessários (como entrega
da ECF e outras obrigações acessórias).

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Os sócios são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes às
obrigações tributárias, resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou
infração de lei, contrato social ou estatutos.
A extinção da sociedade dá-se quando a liquidação da mesma tiver sido
concluída, sendo necessário requerer o encerramento do registro na Junta Comercial
e nos demais órgãos fiscalizadores e/ou reguladores (Receita Federal, Receita
Estadual, Prefeitura Municipal, entre outros).

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10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CPC - Comité de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamentos Técnicos Emitidos


pelo CPC. Disponível em: <www.cpc.org.br>.

FERNANDO DA ROCHA, Luis et al. Modelo Análise da Evidenciação Contábil das


Prestações de Contas de Entidades do Terceiro Setor de um Escritório da Zona
Sul da Cidade de São Paulo. XXII Congresso Brasileiro de Custos, [S. l.], p. 1-16, 11
nov. 2015.

FERREIRA, Rodrigo. Fusão, cisão e incorporação: entenda como funcionam os


processos. Contábeis, [S. l.], p. 1-11, 10 ago. 2018.

FUTIDA, Honório. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS: O QUE MUDOU APÓS A


REVOGAÇÃO DA RESOLUÇÃO 750/1993. AFIXCODE, [S. l.], p. 1-6, 5 jul. 2017.

Grazzioli, Airton e outros, Manual Procedimento para 3º. Setor, Conselho Federal
de Contabilidade, Fundação Brasileira de Contabilidade e Associação de
Procuradores e Promotores de Justiça de Fundações e Entidades de Interesse Social,
2015.

LUCIO SANTOS DA SILVA, Juliano. Balanço de abertura e principais


orientações. Ciências Contábeis, [S. l.], p. 1-11, 11 out. 2016.

MIRANDA MACHADO, Itamar et al. Demonstrações consolidadas pró-forma:


Importância avaliada em um caso real. Revista Contabilidade & Finanças, [S. l.], p.
1-13, 15 jan. 2004.

MOTA, GLEISON. Organizações do Terceiro Setor. Administradores, [S. l.], p. 1-7,


17 abr. 2019.

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11 BIBLIOGRAFIA

Ribeiro, O. M. Contabilidade avançada. 3. ed. atual. São Paulo: Saraiva, 2012. xvii,
438 p. ISBN 9788502125209.

Neves, S., Viceconti, P. E. V. Contabilidade avançada e análise das


demonstrações financeiras. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

Santos, J. L.; Schmidt, P.; Fernandes, L. A. Contabilidade Avançada: aspectos


societários e tributários. 4. ed.. São Paulo: Atlas, 2015.

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