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Gestão de projetos
1ª Edição
Brasília/DF - 2018
Autores
Antonio Ney
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático....................................................................................................................................... 4
Introdução.............................................................................................................................................................................. 6
Capítulo 1
Natureza e Desenvolvimento do Conceito de Projeto...................................................................................... 7
Capítulo 2
Avaliação de Viabilidade e Risco de um Projeto..............................................................................................24
Capítulo 3
Estrutura de Administração de um Projeto........................................................................................................41
Capítulo 4
Gerenciamento do Tempo.........................................................................................................................................52
Capítulo 5
Gerenciamento dos Recursos Humanos e das Comunicações..................................................................... 67
Capítulo 6
Gerenciamento de Custos e de Aquisições.........................................................................................................80
Referências...........................................................................................................................................................................91
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também,
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem,
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio.
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas
conclusões.
4
Organização do Livro Didático
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Saiba mais
Sintetizando
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
5
Introdução
Esta disciplina é imprescindível e fundamental para o exercício das funções do administrador.
Ela permite ao aluno não só conhecer e entender o que é um Projeto, mas, também, conhecer
as ferramentas e instrumentos que vão permitir ao profissional planejar, monitorar, controlar
e avaliar/interferir em um Projeto. O aluno deve ser capaz de, no final do curso, trabalhar em
diversos projetos, independentemente de ser público ou privado. A concepção da disciplina não
é difícil de entender; entretanto, podem existir dificuldades a serem vencidas para o domínio do
conhecimento em Projeto. Este conhecimento desenvolvido na disciplina permitirá ao aluno
utilizar diversos softwares ligados a Projeto tendo em vista que a teoria fundamental de todos os
programas computacionais de Gerenciamento de Projeto está inserido na disciplina.
Objetivos
6
CAPÍTULO
NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO
CONCEITO DE PROJETO 1
Apresentação
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
O que é um projeto
Bassis (2009, p. 5) afirma que a palavra Projeto (Project) vem da língua inglesa com o significado
de empreendimento.
7
CAPÍTULO 1 • NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO
Diante dessa importância têm-se as seguintes definições de projeto por organizações e autores
diversos:
» Project Management Institute (PMI) (apud MULCAHY, 2009, p. 21): “Um projeto é um
empreendimento temporário, com um início e fim, e cria um produto, serviço ou
resultado exclusivo”.
» PMBOK – PMI (apud BASSIS, 2009, p. 6): “Os projetos são temporários, possuindo um
início e um fim definidos, são planejados, executados e controlados, entregam produtos,
serviços ou resultados exclusivos, desenvolvidos em etapas e continuam por incremento
com uma elaboração progressiva, sendo realizados por pessoas e possuem recursos
limitados”.
» Antônio Cesar Amaru Maximiano (apud BASSIS, 2009, p. 6): “Um projeto é um
empreendimento finito, com objetivos claramente definidos em função de um problema,
oportunidade ou interesse de uma pessoa ou organização”.
» Carl V. Limmer (apud BASSIS, 2009, p. 6): “... é um conjunto de atividades necessárias,
ordenadas logicamente e inter-relacionadas, que conduzem a um objetivo predeterminado,
atendendo-se a condição de PRAZO, CUSTO, QUALIDADE e RISCO”.
» Hermano Thiry Cherques (apud BASSIS, 2009, p. 6): “Uma organização transitória, que
compreende uma sequência de atividades dirigidas à geração de um produto ou serviço
singular em um tempo dado”.
NBR no 8402 E NBR ISO no 10006: Diretrizes para a Qualidade no Gerenciamento de Projetos
(apud BASSIS, 2009, p. 6): “Processo único, consistindo em um grupo de atividades coordenadas e
controladas com datas para início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme
requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos”.
Analisando essas definições, encontram-se vários pontos em comum entre elas. O primeiro
ponto se refere à duração, pois fica claro que um projeto é temporário, finito e com início e fim
predeterminado. Assim, um trabalho rotineiro, comum, sem previsão de término, não corresponde
a um projeto, ou seja, a existência de operação de uma equipe de manutenção telefônica não
tem o significado de um projeto.
Em outro ponto fica claro que um projeto implica a criação de um produto, serviço ou resultado
exclusivo, ou seja, são objetivos claramente definidos (em consonância com um problema ou
interesse pessoal) e predeterminados.
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NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO • CAPÍTULO 1
Outro ponto corresponde que um projeto é planejado, executado e controlado com um conjunto
de atividades, ordenadas e em sequência, desenvolvidas em etapas progressivas, mas com
recursos limitados.
Finalmente, o último ponto importante implica que para a execução de um projeto é fundamental
a existência e o envolvimento de um time cuja organização é transitória.
Outro exemplo foi a construção do novo Maracanã. A obra levou dois anos e meio para terminar.
Entretanto, cabe ressaltar que para se ter sucesso na empreitada é necessária a existência de
uma gestão de projeto que busque eficácia e eficiência, ou seja, ter efetividade para alcançar os
objetivos dentro dos prazos e recursos previstos.
A eficácia corresponde à situação na qual o resultado (meta) foi alcançado, ou seja, corresponde
a “fazer a coisa certa”.
Exemplo: a meta era levantar uma parede em um mês, e, ao final desse mês, a parede está
levantada e pronta. Em resumo, o construtor foi eficaz.
Imagine que para construir a parede citada anteriormente estava previsto um orçamento de
R$ 2.000,00; com as ações para obter os resultados, gastei R$ 4.000,00 para construí-la no prazo.
Não fui eficiente porque gastei o dobro dos recursos disponíveis, embora tenha sido eficaz por
realizar no prazo.
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CAPÍTULO 1 • NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO
O primeiro é o de concepção (criação) e os demais podem ser, ao longo do ciclo, para analisar
mercados e concorrentes.
A autora destaca que existem vários tipos diferentes de ciclos de vida de projetos e que isso
depende do setor envolvido. Ela apresenta um exemplo que se refere à construção, englobando
viabilidade, planejamento, design, produção, entrega e ativação.
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NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO • CAPÍTULO 1
Uma metodologia para projeto pode ser composta por quatro fases: Iniciação do Projeto;
Organização e Preparação; Execução do trabalho do Projeto e Encerramento, segundo o Guia
PMBOK, Quarta Edição apud Nocêra (2010, p. 14).
Em resumo, Nocêra (idem) destaca cada uma destas fases com o produto de seu final:
Fases Produto
Iniciação do Projeto Termo de Abertura de Projeto
Organização e Preparação Plano do Gerenciamento do Projeto
Execução do trabalho do Projeto Entregas aceitas
Encerramento do Projeto Documentos do Projeto arquivado
Nocêra (2010, p. 14), baseado no Project Management Institute (PMI), fala que o gerenciamento
de projetos “é realizado por meio de aplicação e integração de processos de gerenciamento de
projetos.”
Na visão de Bassis (2009, pp. 16-17), o projeto possui duas dimensões: a primeira é a de
Planejamento (documentos formais do projeto), enquanto a outra, ele denomina de Gestão
(atividades de gestão de projeto).
As fases que comentamos com relação a Nocêra podem ser estabelecidas da seguinte forma:
» Iniciação.
» Planejamento.
» Execução.
» Monitoramento e Controle.
» Encerramento.
Entretanto, cabe destacar que não existem processos que sejam eventos distintos ou fechados
em si. Eles ocorrem se sobrepondo continuamente ao longo de todo o projeto.
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CAPÍTULO 1 • NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO
A etapa de Iniciação corresponde a uma série de processos necessários para definir um novo
projeto, bem como obter a autorização formal para o início dele.
A etapa seguinte (de Planejamento) é constituída por processos que vão estabelecer ações para
alcançar os objetivos e metas.
Desde o início do ciclo, devem ser previstos o Monitoramento e o Controle de todos os processos,
avaliando e propondo as ações corretivas necessárias a ser retomado o rumo correto para se
alcançar os objetivos traçados. Essa etapa vai até o encerramento do projeto.
A etapa de Encerramento corresponde aos processos que vão finalizar o próprio projeto.
Bassis (2009), ao apresentar a sua proposta de gerenciamento de projeto relaciona o seu ciclo
ao Planejamento e Gestão, enquanto Nocêra relaciona às quatro fases (Iniciação do Projeto;
Organização e Preparação; Execução do trabalho do Projeto e Encerramento). Assim, podemos
comparar essas propostas ao ciclo de vida descrito anteriormente no quadro a seguir. É importante
deixar claro que, embora todos levem aos mesmos objetivos, eles têm as seguintes diferenças:
Este Livro Didático adotará, para efeito didático, as etapas do ciclo descrito acima e em negrito
no quadro.
Um projeto pode ser dividido em vários Subprojetos, o que facilita o planejamento, a execução,
e o monitoramento e controle, segundo Nocêra (2010), Bassis (2009) e outros autores.
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NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO • CAPÍTULO 1
O gerenciamento de projetos trabalha com três recursos essenciais para a vida de uma organização:
Pessoas, Processos e Sistemas de Informações.
No grupo das Pessoas estão incluídas aquelas que pensam/decidem o projeto; aquelas que
executam o projeto obtendo os resultados, e aquelas que têm interesse no projeto.
O Sistema de Informações leva aos registros do planejamento e dos recursos aplicados por
cada elemento no projeto, bem como permite acompanhar o cronograma e planos do projeto.
Assim, ele (sistema) permite que sejam monitorados três elementos essenciais para o sucesso:
a Informação, a Comunicação e o Compromisso.
As informações permitem trabalhar os planos com relação ao que fazer, quando e por quanto,
bem como acompanhar (controlar).
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CAPÍTULO 1 • NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO
A garantia de atender aos requisitos técnicos do produto ou serviço é outro benefício para a
existência do gerenciamento.
O cliente tem a possibilidade de observar se a organização está preparada para executar o projeto,
bem como verificar se o planejamento do projeto está em consonância com as suas necessidades
e pretensões.
Outro benefício é a possibilidade de verificar se a execução dos trabalhos estão ocorrendo dentro
dos requisitos e padrões de qualidade estabelecidos.
O cliente pode constatar se os objetivos traçados para os projetos estão sendo atingidos. Ao final,
pode a satisfação ser alcançada com os desempenhos e resultados obtidos.
Internamente, o gerenciamento do projeto permite que a equipe saiba exatamente o que realizar,
quando e como fazer, e a integração da própria equipe que fica “focada” nos objetivos do projeto.
Cada membro da equipe tem o aumento do orgulho profissional pelo aumento de confiança na
execução do trabalho.
14
NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO • CAPÍTULO 1
A alta administração tem que demonstrar o seu interesse, participar ativamente e proporcionar
o apoio necessário para a realização do projeto. Assim, a escolha de um competente e experiente
gerente do projeto é um passo fundamental para o sucesso do projeto.
O gerente e a equipe do projeto devem planejar com cuidado, dedicando o tempo adequado,
não só na elaboração do planejamento, mas, também, no orçamento e nos cronogramas.
Juran, um dos grandes nomes da Gestão da Qualidade Total, afirma, em sua obra, que a grande
diferença entre os americanos e os japoneses na execução de um projeto é que os japoneses
levam mais tempo planejando do que executando e isso provoca menos erros, ou seja, menor
retrabalho, levando a execução do projeto a ter menor prazo e custo.
É óbvio que o sistema de avaliação e controle dos recursos do projeto tem que estar adequado
e em consonância com o planejamento de modo que permita a monitoração e o controle do
planejado para que as ações corretivas sejam tomadas a tempo.
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CAPÍTULO 1 • NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO
Finalmente, a comunicação no decorrer do projeto tem que estar integrada a um sistema de modo
que todos os envolvidos no projeto tenham conhecimento adequado do andamento do mesmo.
Nocêra apresenta, também, os fatores de avaliação de sucesso de um projeto. Esses fatores são
primordiais, pois representam o desempenho do projeto. Vejamos em primeiro lugar a eficácia
que irá corresponder ao cumprimento do projeto dentro dos prazos e custos previstos, bem
como o produto do projeto atendendo aos requisitos de qualidade e desempenho esperados.
A eficiência é verificada com o produto ou serviço do projeto entregue atendendo aos objetivos
e metas estabelecidos pela organização com o lucro desejado sendo alcançado.
Em terceiro lugar tem que ser observado se o cliente e as partes interessadas ficaram satisfeitos
com o resultado do projeto.
O Gerente de Projeto
O escritório para o gerenciamento de projeto deve ser uma estrutura, função ou unidade
organizacional onde a equipe de projeto irá trabalhar a coordenação e o gerenciamento do projeto.
O escritório pode fornecer/executar várias funções de suporte para o gerenciamento de projetos.
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NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO • CAPÍTULO 1
É importante deixar claro que enquanto o gerente de um projeto vê apenas o projeto sob
sua responsabilidade, o escritório engloba todos os portfólios, programas e projetos sob sua
governança. O escritório apoia a alta administração.
Antes de prosseguir, cabe registrar que, para o sucesso do projeto, todas as partes interessadas
têm que ser identificadas, bem como as suas necessidades e expectativas. O gerente deve verificar
as influências dessas partes e definir como se entender com os stakeholders (BRASIL, 2011).
A figura a seguir apresenta a relação entre os vários elementos e relacionamentos que envolvem
um projeto.
Gerentes
Gerentes de Operacionais
Portfólios
Gerentes
Gerentes Funcionais
de
Programas
Patrocinado
r Fornecedo-
res /
Escritórios Parceiros
EQUIPE DO PROJETO
de
Projetos
Gerente
do
Equipe de Projeto
Gerencia-
mento CLIENTES
do Projeto
Outros
Interessados
Outros
PROJETO
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CAPÍTULO 1 • NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO
Lembramos que o gerenciamento é composto por cinco fases de processos: Iniciação, Planejamento,
Execução, Monitoramento e Controle.
O guia destaca nove áreas de conhecimento para alcançar o desempenho esperado do Projeto:
Vamos imaginar que o projeto seja pintar um auditório. Ao se executar o trabalho de pintura,
constata-se a necessidade de corrigir um vazamento d’água que exigirá abrir a parede, corrigir o
vazamento, fechar, emassar e pintar toda a área atingida do auditório. Tal serviço não constava
do escopo inicial.
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NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO • CAPÍTULO 1
Como falamos em prazo, temos que destacar a importância do gerenciamento do tempo, pois
esse é fundamental para o cumprimento dos prazos. Entretanto, a identificação de atividades
(já comentado) e as estimativas de suas durações devem ser elaboradas com extremo cuidado
ao se planejar o projeto.
» mais otimista;
» mais pessimista.
Outra área que deve ser observada é a do gerenciamento de risco e este começa desde a fase de
estudo da viabilidade econômica/planejamento até o encerramento do projeto.
Finalmente, a área de gerenciamento de aquisições deve ser olhada com extremo cuidado, pois
aquisições erradas e mais caras podem levar ao insucesso por falta de qualidade, retrabalhos,
falta de cumprimento de prazos e custos.
Tabela 2. Grupos x Processos
GRUPO PROCESSOS
Análise de Viabilidade de Projetos
Iniciação
Termo de Abertura de Projeto
Escopo
Cronograma
Custos
Qualidade
Planejamento Equipe
Comunicação
Análise de Risco
Planejamento de Aquisições e Contratações
Plano de Gerenciamento do Projeto
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CAPÍTULO 1 • NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO
GRUPO PROCESSOS
Orientação e Execução do Projeto
Gerenciamento da Execução
Execução
Dados e Informações
Documentação
Monitoramento e Controle do Trabalho do Projeto
Monitoramento e
Aceite de Entregas
Controle
Gerenciamento de Mudanças
Encerramento de Aquisições e Contratações
Encerramento
Encerramento do Projeto
O grupo de Iniciação é uma fase que tem o propósito de verificar e analisar a viabilidade técnica
e financeira do projeto. Identificar as oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos para a
realização do projeto, ou seja, ver o cenário que envolve o projeto.
As vantagens e desvantagens que o projeto apresenta para a organização, bem como colocar um
olhar sobre a viabilidade técnica, financeira e dos recursos em geral para realizar o projeto têm
que ser observadas e analisadas.
É primordial ser analisado se a organização tem efetivas condições de realizar o projeto com
relação aos recursos de infraestrutura e facilidades que possui, identificando as limitações que
envolvem a mão de obra e os materiais. Por exemplo, a organização tem um guindaste capaz de
levantar peças acima de 50 toneladas? O material em estoque atende à especificação do material
dos desenhos?
Após ser concluída a Análise de Viabilidade do Projeto, terá que ser elaborado o Termo de Abertura
de Projeto. O Termo de Abertura é constituído pela justificativa, objetivos, cenário, declaração
do escopo de produtos e serviços, requisitos de alto nível a serem atendidos, prazos, custos,
principais premissas e restrições, riscos de alto nível, equipe e infraestrutura para a execução
do projeto, data de início e folha de aprovação.
A etapa de Planejamento começa com a construção do Escopo e, para isso, a Análise de Viabilidade
do Projeto e o Termo de Abertura de Projeto servirão de base para a realização desta etapa.
Na verdade, o escopo escreve exatamente a obra ou serviço a ser atendido com o projeto. Nele
tem que constar todas as atividades e tarefas a serem feitas com a especificação técnica, normas
e procedimentos a serem atendidos.
20
NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO • CAPÍTULO 1
É em função do escopo que será elaborado o Cronograma. Este é construído pela identificação
das atividades específicas para a entrega do projeto, pela estimava da duração, pela identificação
de dependência entre elas (atividades) e pelos levantamentos de todos os custos, incluindo
recursos humanos e materiais necessários para a realização das diversas atividades.
Deve ser esclarecido que nenhum serviço ou obra não prevista no Escopo deve ser executada
sem a existência de um aditamento. Este (aditamento) terá que ser negociado com os clientes e
partes interessadas. O aditamento poderá alterar cronogramas, prazos e custos. Assim, o escopo
tem que ser bem “amarrado”, pois ele tem o papel contratual do projeto.
» a segunda se refere à garantia da qualidade das obras e serviços feitos, bem como das
aquisições e contratações realizadas. Para alcançar tal objetivo (garantia da qualidade), são
desenvolvidos planos para verificar testes, ensaios, inspeções, normas e procedimentos
a serem atendidos em cada etapa.
» a documentação técnica;
Nessa etapa deve ser pensada a Equipe do Projeto, sua constituição, atribuições e responsabilidades,
bem como o seu processo de operação. O importante é a identificação de membros que sejam
competentes tecnicamente, comprometidos e sensibilizados com o projeto.
No planejamento tem que ser idealizado em detalhes o processo de Comunicação. Como ele
será realizado? Como irá coletar dados e informações? Como serão desenvolvidos os diversos
comunicados e avisos? É óbvio que todo o processo de comunicação e de relacionamento entre
chefes/subordinados, entre pares terá que ser pensado e definido, inclusive em termos dos
documentos de informação, entre a equipe de projeto e os departamentos da organização.
O grupo de Planejamento deve promover uma Análise de Riscos de forma semelhante ao que foi
elaborado na época da Análise de Viabilidade do Projeto. As incertezas e os riscos têm que ser
olhados com bastante critério, pois pode implicar sérios prejuízos. A probabilidade de um fato
ocorrer tem que ser analisada, bem como o impacto que pode trazer para o projeto.
21
CAPÍTULO 1 • NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO
Exemplo: vamos imaginar que um estaleiro se proponha a construir um iate em seis meses.
Definidos contrato, escopo e cronograma, você constata que o fabricante do motor está fixando
em sete meses a entrega dele (motor). Ora, a organização não entregará o iate em seis meses e,
com isso, a probabilidade de prejuízos é grande, pois provavelmente existe penalidade pelo atraso.
Esse risco de não cumprimento de prazo já deveria ter sido visto desde o estudo de viabilidade.
Agora, é procurar o cliente e renegociar o prazo para fugir da penalidade prevista.
Finalmente, o produto dessa fase, o Plano de Gerenciamento do Projeto, tem que ser entregue,
aprovado pela alta administração e divulgado devidamente. Ele será a direção a ser seguida na
execução do projeto.
Provavelmente, o Plano de Gerenciamento do Projeto não acontecerá como está escrito no papel,
mas ele é fundamental, pois permitirá chegar ao final por meio das correções devidas que sofrer.
A Execução nasce com a Orientação promovida pela Equipe de Projeto em que é importante
detalhar e esclarecer todo o Plano de Gerenciamento do Projeto a ser cumprido.
A execução deve ser realizada de acordo com as normas e os procedimentos definidos em ordens
de serviço. A utilização de material terá que estar em consonância com os requisitos previstos.
O gerenciamento da execução deve ser a luz do Plano de Gerenciamento do Projeto, mas, para
isso, é necessário que as informações e dados coletados na execução tenham realidade e fidelidade
ao executado, bem como sejam oportunos e adequados ao tempo.
Nos setores operativos, a documentação não recebe a atenção devida. Entretanto, essa postura
não é adequada tendo em vista que não ficam registrados os problemas e soluções dadas na obra,
bem como impede levantar informações para responder a questões externas com cliente ou
partes interessadas. Assim, as ocorrências, o registro de eventos positivos e negativos ocorridos,
os Relatórios de Acompanhamento de Projetos (RAP) e documentos com dados e informações
técnicas devem ser analisados, arquivados e lançados na Planilha de Lições Aprendidas. Exemplo:
tiramos da construção de navios da mesma série em um estaleiro, pois isso nos permite observar
que o primeiro navio da série tem um gasto de recursos humanos mais elevado do que o segundo
e deste o terceiro tendo em vista que as falhas/erros de desenhos, o retrabalho e outros problemas
diminuem. Assim, ao registrar as lições aprendidas, tais imperfeições de construção podem ser
antecipadas nas construções seguintes.
22
NATUREZA E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PROJETO • CAPÍTULO 1
Resumo
23
CAPÍTULO
AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO
DE UM PROJETO 2
Apresentação
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
Preâmbulo
24
AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO • CAPÍTULO 2
Dentro do estudo técnico é fundamental avaliar as relações entre as pessoas envolvidas no projeto
(definição de tarefas/atividades, quantidades, compromissos e responsabilidades).
A viabilidade financeira corresponde a uma análise econômica, devendo ser vista a relação
custo-benefício.
No primeiro momento, deve ser desenvolvido um inventário sobre o projeto com a utilização de
um questionário estruturado com cuidado para se consolidar o conhecimento sobre o projeto.
Com relação a investimentos, devem ser observados os equipamentos e máquinas que serão
compradas ou utilizadas da organização, custos e instalações.
A energia, o óleo e os materiais de consumo devem ser estudados e levantados com as quantidades
consumidas por hora e/ou pela quantidade produzida.
A comercialização inicia-se com a verificação se a capacidade produzida pela organização atende ao nível
da produção a ser vendida, conforme planejamos. Embora o texto dessa primeira etapa seja direcionado
para um produto, o procedimento é o mesmo para os casos de serviços ou obras.
25
CAPÍTULO 2 • AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO
O olhar sobre as épocas de maior e de menor produção a ser vendida tem que ser analisada.
Esse levantamento tem o propósito de garantir se o preço do produto dá para pagar os custos
de produção e de comercialização do produto. É uma visão de cenário.
Questionamentos sobre em que mercado vender, como o produto será distribuído, fretes,
marketing, concorrentes, embalagens e o preço que pode ser aceito no mercado têm que ser feitos.
A legislação e os impostos não devem ser esquecidos, tendo em vista o impacto que provocam
no projeto.
Em resumo, esse início de estudo é marcado pela obtenção de informações e dados que permitam
identificar se o ambiente institucional tem condições de realizar o projeto.
A análise do clima político e organizacional deve estar incluída nessa etapa, de modo a identificar
possíveis oportunidades e entraves, bem como os impactos dos resultados do projeto sobre as
rotinas da organização.
O cenário interno e externo deve ser esmiuçado com intuito de verificar os stakeholders do
projeto, desde os patrocinadores ou mantenedores até as pessoas que são favoráveis ou não a
sua realização.
A demanda do projeto deve ser analisada para que a identificação das necessidades fique
esclarecida. Todos os dados e informações possíveis de serem utilizados têm que ser obtidos.
É importante destacar que nessa fase não se possui o projeto técnico/estrutural detalhado do
produto ou serviço. Um exemplo é a construção de uma plataforma de exploração de petróleo
ou de um novo navio, a AVP será baseada nos projetos de concepção. Um elemento importante
é levantar o histórico de obras semelhantes construídas, seus gastos e informações estatísticas
existentes para servir de base.
Em função das previsões de gastos de recursos humanos, equipamentos, materiais e outros recursos
impactantes do projeto, devem ser verificados os impactos e as disponibilidades registradas
no planejamento estratégico/tático da organização tendo em vista identificar contratações de
pessoal, compras de equipamentos, materiais e outras ações.
As diversas opções de realização do projeto devem ser levantadas com as suas vantagens e
desvantagens. Assim, não pode ser negligenciada a viabilidade técnica, pois esta envolve a
tecnologia necessária a ser usada e a capacidade da organização, em termos físicos e de pessoal
para trabalhar no projeto.
Viabilidade financeira
Outro ponto a ser pensado na AVP se refere à viabilidade financeira, pois a disponibilidade
orçamentária para a execução do projeto, bem como a possibilidade de utilizar recursos financeiros
oriundos de outras fontes, tem que ser analisada (parcerias, convênios e empréstimos).
26
AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO • CAPÍTULO 2
Para cada opção identificada, deve ser apresentada a relação custo x benefício das soluções
identificadas.
Chamamos a atenção para o cuidado com prazos de fornecimento dos diversos fornecedores.
Um exemplo simples é aquele do estaleiro que consegue construir uma lancha em seis meses,
mas o fornecimento do motor da lancha pode levar sete meses.
Outro exemplo corresponde ao uso de um material cuja especificação técnica obriga a comprar
em outro país, tendo em vista que não é fabricado no Brasil e, com isso, os preços de compra
podem comprometer o projeto. Esse fato é relevante, tem que ser registrado e constar na AVP,
porque ele é impactante no projeto e os contratos serão firmados em função desta realidade.
Vamos imaginar um projeto de abertura de uma escola privada de nível médio para 1.500 alunos.
Os cursos a serem oferecidos são realizados em horário integral sem turno noturno.
Você sendo o gerente do projeto irá, em primeira etapa, realizar o inventário sugerido. Para a
segunda etapa, é fundamental a elaboração das contas. Entretanto, o inventário feito na primeira
etapa tem que identificar as decisões de natureza estratégica de modo que o trabalho se inicie.
Inicialmente, o gerente deve construir a Estrutura Analítica do Projeto (EAP), que veremos
posteriormente. De posse da EAP temos uma estrutura que facilita a análise. A princípio, nesse
caso, vamos considerar três áreas diferentes: área Técnico-Pedagógica, área de Gestão escolar e
área de Integração escola-comunidade para identificação de atividades e levantamento dos custos.
A etapa seguinte corresponde a identificar para cada área as atividades envolvidas, prazo de
início e término, responsáveis na equipe de projeto, beneficiários e o produto final. Vamos ver
um exemplo.
27
CAPÍTULO 2 • AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO
Fonte: Autor.
Lembramos que qualquer ação ou ordem deve conter descrição clara, responsável e
prazo. A importância do beneficiário está na justificativa do motivo pelo qual faremos
tal atividade.
O gerente do projeto pode utilizar técnicas para a coleta de dados e informações como: entrevistas
com interessados; grupos de discussão; workshops; formulários; brainstorming, mapas mentais
e diagramas de atividades.
Não estão todas as atividades da área técnico-pedagógica na Tabela 3, mas elas terão que aparecer
nas tabelas da área. Depois de todas as atividades identificadas, passamos para a avaliação dos
custos. Assim, para a área técnica-pedagógica, obteve-se a seguinte tabela para o planejamento
de custos.
28
AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO • CAPÍTULO 2
Fonte: Autor.
O mesmo procedimento temos que tomar com relação à área de gestão escolar e de integração
escola-comunidade.
Fonte: Autor.
Para a terceira área de integração escola-comunidade chegamos à conclusão de que não seria
necessário nenhum serviço nesse momento. Observe que ao levantar essas contas, estamos
também definindo o orçamento. Essa etapa não exige grandes especialistas, mas a atenção na
29
CAPÍTULO 2 • AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO
obtenção dos dados e informações, bem como uma participação ativa e comprometida da equipe
inicial de elaboração do projeto é uma condição essencial.
Vamos abrir um parênteses para deixar claro que para cada caixa do projeto temos que identificar
as necessidades e avaliar o que fazer e os seus custos. Damos um exemplo da estimativa feita
para o item de código P-030 da Tabela 4 (veja que está em cinza). Faremos outra tabela para
demonstrar como deve ser estruturada e montada a avaliação de cada caixa.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Do exposto, tais custos devem ser incluídos nos custos de funcionamento da escola. Assim,
anualmente, teremos uma parcela de:
30
AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO • CAPÍTULO 2
Lembramos que o nosso projeto é o funcionamento de uma escola. Assim, temos que acrescentar
os custos recorrentes:
Fonte: Autor.
31
CAPÍTULO 2 • AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO
Cabe ressaltar que é importante a identificação dos custos fixos e dos custos variáveis para que
possamos calcular o ponto de equilíbrio, com o qual podemos identificar o número mínimo de
alunos que a escola deverá ter, de modo a evitar prejuízo, ou seja, com um ponto de equilíbrio
de 1.100 alunos para não termos lucro ou prejuízo. Em quantidades de alunos inferiores teremos
prejuízos.
O valor da mensalidade dependerá do mercado/comunidade, pois ele poderá não ter condições
de pagar ou número suficiente de alunos, o que torna o projeto inviável.
O relatório final deve apresentar o projeto com as suas características, objetivos, justificativa, os
estudos técnicos e econômicos, bem como o escopo, orçamento e cronogramas. É obrigatória
a análise de custo-benefício.
Finalmente, na AVP têm que constar parecer e recomendações para a continuidade ou não do
projeto.
Dentro do estudo da AVP, nos casos em que estamos preparando propostas para concorrências
de serviços, obras ou produtos, teremos que definir todas as entregas. Assim, o levantamento das
necessidades do projeto junto às partes interessadas e o maior detalhamento possível do projeto
tem que ser elaborado, de modo que possamos construir o orçamento do projeto. A utilização
de uma Estrutura Analítica de Projeto (EAP) é imprescindível, pois permite pensar em todos os
pontos fundamentais para a construção do escopo e do orçamento do projeto.
Definido o escopo do projeto, é fundamental ser estimado o orçamento para cada item constante
do escopo, conforme já fizemos na seção anterior do capítulo. Os eventos ou marcos de entrega
do projeto devem ser identificados, bem como a época e as condições de entrega.
Voltamos a repetir que para a construção do orçamento é fundamental estimar todos os custos
dos recursos humanos (habilitações/especialidades e carga horária de participação de cada tipo
32
AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO • CAPÍTULO 2
de profissional no projeto), materiais e outros necessários para que cada atividade do projeto
seja executada. Devem ser agregadas à estimativa todas as atividades individuais ou pacotes de
serviços executados por terceiros, ou seja, tem que ser observado com muito cuidado tudo o
que estiver relacionado a cada atividade. A planilha orçamentária deve ser montada com tais
dados e informações.
» conclusão da alvenaria;
Um método também bastante usado, mas que pode gerar discussão se refere à utilização de
percentuais como marco, mas estabelecendo marcos físicos que podem ser avaliados se foram
atingidos. Para efeito de conhecimento, elaboramos a seguir um exemplo de cronograma
físico-financeiro.
Cronograma Físico-Financeiro
Atividades Custos (R$) Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5
Preparação do canteiro de obras 2.000,00 2.000
para o serviço 100%
INFRAESTRUTURA
5.000,00 2.500 2.500
Escavação
50% 50%
10.000,00 2.500 2.500 5.000
Fundação
25% 25% 50%
SUPERESTRUTURA
2.000,00 1.000 1.000
Preparação das formas
50% 50%
3.000,00 1.500 1.500
Armadura
50% 50%
5.000,00 2.500 2.500
Concretagem
50% 50%
ALVENARIA E ACABAMENTO
10.000,00 2.500 5.000 2.500
Alvenaria
25% 50% 25%
10.000,00 10.000
Acabamento
100%
Total Mensal XXXXXXX 2.000
Total Acumulado 47.000,00 2.000 8.500 15.000 11.500 10.000
Fonte: Autor.
33
CAPÍTULO 2 • AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO
Lembramos que em vez de percentual deveríamos ter marcos ou eventos fáceis de verificar se
foram realizados. Exemplo para a primeira atividade (preparação do canteiro de obras para o
serviço) poderia ser o canteiro pronto.
Vamos aproveitar o nosso exemplo da criação/implantação de uma escola e mostrar como fica
um cronograma físico-financeiro naquele projeto.
Observe no exemplo que o pagamento deve estar atrelado aos produtos ou marcos estabelecidos
na relação de atividades. Fizemos a relação de atividades para as consultorias e os produtos
eram relatórios descrevendo as metodologias. Assim, o pagamento de cada parcela depende da
entrega do material, produto ou serviço.
Finalmente, veja que no primeiro ano estão apenas as atividades de infraestrutura e as consultorias,
tendo em vista que essas devem ficar prontas para a fase de acabamento do prédio da escola.
Equipamentos
Auditório
Sala de informática
Sala de CAD
Laboratório de
Matemática
Laboratório de
Química
Laboratório de Física
Mobiliário
Capacitação 0,00
Serviços 0,00
Equipamentos 0,00
Total 0,00
Fonte: Autor.
34
AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO • CAPÍTULO 2
Equipamentos
Laboratório de
15.270 20.000 35.270
Matemática
Laboratório de
20.000 28.000 48.000
Química
Fonte: Autor.
Outro ponto importante corresponde ao fato de você estar elaborando uma AVP e que esse
documento servirá de base para a alta direção da empresa estabelecer e negociar os preços e o
cronograma final do projeto com os seus clientes. Assim, a utilização de métodos de seleção de
projetos é usar modelos econômicos.
O uso de modelos econômicos para a seleção de projetos também é interessante de ser aplicado
na AVP.
35
CAPÍTULO 2 • AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO
Gerenciamento de risco
Normalmente, no verão, temos a época de chuvas e, por segurança, não se deve trabalhar em
andaimes, pois existe um grande risco de quedas. Determinada obra deveria terminar em uma
semana de janeiro, entretanto, choveu todos os dias da semana e a obra atrasou.
Determinado navio só pode docar em um dique na época em que a maré está alta, pois, caso
contrário, ele pode encalhar. Entretanto, tal fato não foi observado pelo estaleiro e programaram
a docagem em uma data em que esta não poderia ser realizada em virtude de o dia ser de maré
baixa. Em resumo, atraso nos trabalhos.
Um MBA de alto nível, preço elevado, aluga local apropriado numa região de baixo poder aquisitivo
ou de grande risco de segurança que não tem curso semelhante. Entretanto, o curso se torna um
grande fracasso por falta de aluno.
Uma pessoa programa as suas férias de janeiro para Orlando (EUA), sonhando mergulhar em
parques aquáticos com golfinhos. Janeiro é inverno nos Estados Unidos e esta pessoa, ao chegar,
constata que os parques aquáticos estão fechados por causa do frio.
O que essas quatro histórias de fracassos têm em comum? A resposta é simples, em nenhum dos
casos foi realizada uma análise dos riscos. Você concorda com esta resposta?
» Identificar os Riscos.
36
AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO • CAPÍTULO 2
Identificar os Riscos é um processo fundamental, tendo em vista que ele permite identificar os
riscos e as suas características, permitindo documentar tal situação. Na verdade, esse processo
deve ser pensado e tratado por todo o grupo de planejamento ainda na época da AVP.
O risco pode acontecer ou não, mas normalmente existe a tendência da preocupação dos gerentes
só com as ameaças. Mulcahy afirma que, em 90% dos casos, as ameaças são identificadas,
investigadas e eliminadas no gerenciamento de riscos.
É importante pensar nos fatores de riscos para analisá-los; com isso, é preciso determinar a
probabilidade de ocorrência do risco; o impacto e o valor do risco sobre o projeto; o momento
esperado para que o risco ocorra e a frequência prevista para a sua ocorrência.
O grupo que monitora e controla o projeto tem que ter a preocupação e o comprometimento
com os riscos.
» riscos técnicos;
» riscos residuais.
37
CAPÍTULO 2 • AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO
Os riscos residuais são aqueles que continuam após as respostas a riscos terem sidos implementadas,
segundo Nocêra (2010).
Um bom caminho para a identificação de riscos é a pesquisa aos registros de projetos similares
anteriores, buscando identificar problemas e fatores de riscos, e ouvir profissionais e envolvidos
que viveram experiências semelhantes.
» Risco do Negócio e
» Risco Puro (segurável). Este último se refere a lesões corporais, incêndio, furto e outros.
» Papéis e responsabilidades.
» Categorias de riscos.
» Formatos de relatórios.
» Acompanhamento.
38
AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO • CAPÍTULO 2
O Plano de Gerenciamento de Risco deve ser divulgado e, nos casos necessários, o pessoal
envolvido deve ser treinado e preparado para determinadas situações.
A probabilidade de um fato ocorrer pode ser expressa em uma escala entre 0 (nunca ocorrer) a
1 (sempre ocorrer) ou em termos percentuais em que 100% corresponde à probabilidade de o
risco sempre ocorrer.
» alta;
» média; ou
» baixa.
» criar pesos sobre as categorias, sendo 3 para alta; 2 para média e 1 para baixa;
Árvores da Decisão
Trata-se de uma ferramenta excelente para dar suporte à análise de riscos. As árvores de decisão,
segundo Portny (2012, p. 167),
“são diagramas que ilustram diferentes situações que podem ocorrer à medida
que seu projeto se desenrola, a probabilidade de cada situação ocorrer e as
consequências para seu projeto caso elas aconteçam”.
39
CAPÍTULO 2 • AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE E RISCO DE UM PROJETO
Vamos imaginar que temos três lojas de venda de simuladores para ensino de eletrônica e você,
como comprador de uma escola, está na dúvida de onde comprar, tendo em vista que o preço
dos simuladores é igual nas três lojas (R$ 5.000,00 na data combinada de entrega).
Eles propuseram receber um incentivo pela entrega adiantada e estabeleceram uma multa para
a entrega atrasada.
A experiência tem demonstrado que há 40% de chance de que a empresa A entregue atrasado;
que há 30% de chance para a entrega em atraso da empresa B, e que o atraso na empresa C ocorre
em cerca de 35%. Dentro do prazo (em média), as probabilidades são de 30%, para A; 45%, para
B, e 30% para C, e finalmente, as chances adiantadas são 30% para A; 25%, para B, e 35%, para C.
MEMÓRIA DE CÁLCULO
PREÇO
LOJA ENTREGA PREÇO (R$) CÁLCULO RESULTADO
ESPERADO
Adiantada 6.000 0,30 x 6.000 1.800
A No prazo 5.000 0,30 x 5.000 1.500 4.700
Atrasada 3.500 0,40 x 3.500 1.400
Adiantada 7.500 0,25 x 7.500 1.875
B No prazo 5.000 0,45 x 5.000 2.250 5.325
Atrasada 4.000 0,30 x 4.000 1.200
Adiantada 8.000 0,35 x 8.000 2.800
C No prazo 5.000 0,30 x 5.000 1.500 5.700
Atrasada 4.000 0,35 x 4.000 1.400
Fonte: Autor.
Podemos construir a árvore constante a seguir, que facilita a visão do problema e a tomada de
decisão.
Essa análise sugere que se pode esperar um preço de R$ 4.700,00 com 60% de chances de a loja A
entregar no prazo; um preço de R$ 5.325,00 com 70% de a loja B atender no prazo, ou um preço
de R$ 5.700,00 com 65% de chance para a loja C cumprir o prazo.
Resumo
40
CAPÍTULO
ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO DE
UM PROJETO 3
Apresentação
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
Preâmbulo
41
CAPÍTULO 3 • ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO DE UM PROJETO
Na verdade, dividimos em partes e hierarquizamos nosso projeto. Veja que usamos um “código”
em todo o exemplo. Esses códigos caracterizam a divisão que demos ao projeto, pois tudo ligado
à área Técnico-Pedagógica (área 1 e nível 1) leva a inicial “P”. Assim, a Técnico-Pedagógica tem
partes como: Infraestrutura (PI-1), Consultoria (C-1), Equipamentos (PE-1).
Equipamentos
PE-010 Auditório
Sala de informática com 10 postos de trabalho
PE-011
incluindo hardware e software
PE-012 Sala de CAD com 10 postos de trabalho
PE-013 Laboratório de Matemática
PE-014 Laboratório de Química
PE-015 Laboratório de Física
PE-016 Mobiliário
A vantagem dessa divisão é que ela ajuda a não esquecer alguma tarefa ou fato importante.
A denominação dada a este procedimento, melhor estrutura, é Estrutura Analítica do Projeto
(EAP) – (Work Breakdown Structure (WBS)).
É fundamental deixar claro que a EAP tem que definir todo o escopo do projeto, bem como conter
100% do trabalho definido pelo escopo. Assim, é importante destacar a importância da EAP
42
ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO DE UM PROJETO • CAPÍTULO 3
com todo o projeto. Pela matriz a seguir, podemos ver que a EAP deve mostrar uma hierarquia
completa do projeto, tornando mais fácil ver como uma entrega se relaciona à outra.
Gerenciamento de
ESTRUTURA Estimativa
Riscos
ANALÍTICA DO
Gerenciamento de PROJETO Orçamento
Qualidade
Custos Cronograma
Pessoal
Fonte: Autor.
Para a criação de uma EAP deve-se tomar o cuidado de elaborar o primeiro nível completo antes
de se promover divisões para outro nível.
Cada nível da EAP é uma parte e divisão menor do nível de cima (anterior). A divisão de cada
nível pode ser diferente um do outro, pois a necessidade de maior detalhamento é diferente. Os
níveis devem ser numerados.
Exemplo:
NOME DO
PROJETO
1 2
43
CAPÍTULO 3 • ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO DE UM PROJETO
» o Dicionário da EAP;
O Dicionário de EAP fornece uma descrição do trabalho que deve ser feito para cada
pacote de trabalho da EAP, inclusive podendo servir de autorização e documento para
monitoração/controle do projeto.
Um exemplo simples e significativo é dado por Nocêra (2010, p. 77), conforme podemos ver na figura a seguir.
44
ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO DE UM PROJETO • CAPÍTULO 3
técnicas que desenvolvem atividades que geraram produtos como documentos normativos,
documentos técnicos e desenhos. Ainda no primeiro nível temos a área de Suprimento, que
também é subdividida no seu segundo nível e tem pacotes no terceiro nível que geram pedidos
de compra; o mesmo ocorre na Construção Civil, pois temos atividades que geram serviços e,
finalmente, a Montagem que implica atividades que geram serviços.
Um projeto pode ser muito complexo e tomamos como exemplo alguns produtos como um:
» navio (submarino) que tem 600 mil itens diferentes. Assim, qualquer um desses projetos
é complexo sob o ponto de vista logístico e do número de componentes para fabricação
e montagem, pois os itens têm que ser corretamente especificados e planejados para
que estejam no local e momento certo. O sucesso do empreendimento depende de uma
descrição correta do escopo.
O escopo deve descrever o produto, materiais e serviços necessários para construção e montagem,
bem como estabelecer as deliverables (entregas) que sejam necessárias para a entrega final.
Ao iniciar a criação da EAP, é importante dividir todas as atividades e entregas sob dois focos:
externo (de acordo com os clientes) e interno (quando uma tarefa de um setor é concluída e
passa para outro setor da instituição). Os conceitos dos focos externo e interno são provenientes
e devem ser trabalhados no Gerenciamento da Qualidade. Na realidade, estamos falando de
clientes externos e internos.
É interessante destacar que a Marinha Americana chega a ter um EAP padrão para cada tipo
de projeto. O Militar Handbook (MIL-HDBK-881) estabelece alguns WBS padrões (ARTHOU,
2010, p. 9).
Resumindo, a EAP permitirá estabelecer uma organização lógica que promove a relação entre
todos os elementos do projeto e quais são as diversas etapas no decorrer do ciclo de vida do
Projeto.
45
CAPÍTULO 3 • ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO DE UM PROJETO
Uma EAP muito detalhada e subdividida por diversos níveis representa uma dificuldade maior para
o gerenciamento. Assim, em um projeto na sua fase de concepção, a EAP tem poucos níveis porque
muitas decisões ainda não foram tomadas. (ARTHOU, idem).
Na fase do projeto básico, o detalhamento é ampliado tendo em vista que várias decisões já foram
tomadas, ou seja, a EAP é ampliada ao longo do ciclo de vida do projeto conforme as incertezas vão
desaparecendo e novos níveis da estrutura podem aparecer (ARTHOU, idem).
A Marinha Americana estabeleceu, e foi copiada por outras marinhas, a divisão do navio por
área de especialização, a saber:
» 100 – Estrutura;
» 200 – Propulsão;
» 300 – Eletricidade;
» 700 – Armamento.
Alguns estaleiros ainda acrescentam dois outros grupos: um de projetos e outro de serviços gerais
do próprio estaleiro, não diretamente relacionados com o navio.
46
ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO DE UM PROJETO • CAPÍTULO 3
Vamos observar uma EAP padrão sugerida para a construção naval. Em primeiro lugar, vamos
constatar que esta EAP possui níveis diferentes:
O primeiro nível seria o próprio navio que deve receber o número 001, enquanto o segundo nível (é
o seu desdobramento) vem numerado com 100, 200, 300, 400, 500 e 600, de acordo com o citado
anteriormente. Exemplo: o grupo 100 é de Estrutura.
Vamos, para efeito de exercício, pegar uma foto de um navio que possui os seguintes itens
principais: 1. Proa; 2. Bulbo; 3. Âncora; 4. Casco; 5. Hélice; 6. Popa; 7. Chaminé; 8. Ponte; 9.
Convés principal.
Exemplo
Descrição de partes do navio Classificação
1. Proa 111. Chapeamento
2. Bulbo 111. Chapeamento
581. Movimentação e guarda de
3. Âncora
âncoras
4. Casco 111. Chapeamento
5. Hélice 245 Propulsores
6. Popa 111. Chapeamento
47
CAPÍTULO 3 • ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO DE UM PROJETO
É lógico que tal divisão será ampliada com a subdivisão de cada item. É importante observar que
antes de atribuirmos tal divisão como já exemplificado no navio, a EAP deveria ser construída
identificando os elementos do navio e classificando na tabela fornecida.
Observe:
01
111
Chapeamento
» Estrutura funcional apresenta uma organização por funções cuja vantagem principal
é dispor de pessoas com uma elevada especialização nas funções e com grupos
especializados nessas funções sem interesse em competir por causa da especialização,
mas tem a desvantagem da dificuldade de participar e de se comprometer com atividades
fora de suas funções. Um risco nesse tipo de estrutura corresponde à possibilidade de
duplicidade na realização de atividades por setores diferentes.
48
ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO DE UM PROJETO • CAPÍTULO 3
49
CAPÍTULO 3 • ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO DE UM PROJETO
Fonte: <https://www.bing.com/images/search?q=organograma+matricial+exemplo&view=detailv2&id=C5DC99A982C9D7
ED96C5A9A840E8C62D08B7A564&selectedindex=3&ccid=ns7oTsfN&simid=608048300911364591&thid=OIP.M9ecee84
ec7cdbbf591a09330d1bdc4a1o0&mode=overlay&first=1>
As organizações dos escritórios de projeto também podem ser estruturadas por tais tipos de
estruturas, mas o modelo matricial é mais interessante e útil, tendo em vista ter o tratamento
funcional e a preocupação com os projetos em que a empresa está envolvida.
O nível de autoridade que os gerentes de projetos têm em função de uma estrutura matricial pode
ser Fraco, Forte ou Balanceado. No primeiro (Fraco), segundo Portny (2012), o gerente de projeto
tem pouca autoridade sobre os membros da equipe. O papel dele se torna praticamente o de
um coordenador ou supervisor, tendo em vista que seu poder de tomada de decisão é mínimo.
No segundo nível – Forte –, o papel do gerente é o de uma autoridade, muitas vezes, destacada
dos próprios membros da equipe. O seu trabalho é único e corresponde ao de gerenciar o
projeto. Finalmente, temos o nível balanceado que permite ao gerente de projeto ter autoridade
administrativa sobre os membros da equipe e, em parte do tempo, ele orienta, coordena e facilita
o projeto.
50
ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO DE UM PROJETO • CAPÍTULO 3
Nôcera (2010) apresenta uma tabela que compara três tipos de organização para projetos. Cabe
destacar que o tipo centralizado não faz parte do tipo apresentado na tabela. A organização por
Projeto corresponde ao trabalho apenas para atender ao projeto.
Estrutura da
Matricial
organização
Funcional Por Projeto
Características do
Fraca Balanceada Forte
projeto
Autorização do Pouca ou Baixa e Alta a quase
Limitada Moderada a alta
gerente do projeto nenhuma moderada total
Disponibilidade de Pouca ou Baixa e Alta a quase
Limitada Moderada a alta
recursos nenhuma moderada total
Quem controla
Gerente Gerente Gerente de Gerente de
o orçamento do Misto
funcional funcional Projetos Projetos
projeto
Cargo do gerente do Tempo
Tempo parcial Tempo Integral Tempo Integral Tempo Integral
projeto parcial
Equipe
administrativa do Tempo
Tempo parcial Tempo parcial Tempo Integral Tempo Integral
gerenciamento do parcial
projeto
Resumo
51
GERENCIAMENTO DO TEMPO
CAPÍTULO
4
Apresentação
São apresentadas formas para a estimativa de duração das atividades e de cálculos de folgas
para a rede PERT-CPM.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
Introdução
Neste capítulo vamos estudar o CPM (Critical Path Method – Método do Caminho Crítico),
surgido em 1957, e o PERT (Program Evaluation and Review Technique – Técnica de Avaliação e
Controle de Programas) que nasceu em 1958, ou seja, o famoso PERT-CPM.
Você pode encontrar este assunto sob várias outras denominações, como Método de Diagrama
de Precedência (MDP) ou com a denominação de acordo com o nome de um software.
52
GERENCIAMENTO DO TEMPO • CAPÍTULO 4
Em primeiro lugar, você, aluno, deve dominar o conhecimento do que seja Atividade, Duração
e Evento.
Atividade é uma ação que tem duração e demanda recursos (humanos, materiais e financeiros)
para a sua realização.
Duração: cada atividade ou tarefa tem uma duração. A estimativa da duração de cada atividade/
tarefa deve ser feita considerando a duração mais otimista (O); a duração mais provável (M) e
a duração mais pessimista (P).
D = (P + 4M + O) / 6
Evento é o objetivo de uma atividade, ou seja, é o ponto de chegada, e será o ponto de início de
outra atividade. É importante destacar que um evento não consome recursos de nenhuma espécie.
Exemplos de Atividades:
» Comprar pão na padaria. Esta ação é uma atividade porque se gasta o recurso financeiro
e humano para realizá-la. O evento é recebimento do pão, ele não consome recursos;
» Instalar a esquadria da janela do quarto. Observe, temos outra atividade, pois existe
uma ação e esta irá consumir recursos humanos e financeiros. O evento será a janela
instalada, ou seja, pronta para uso.
Uma atividade, para ocorrer, muitas vezes, depende de outra atividade predecessora, ou seja, para
“comprar o pão” temos que “caminhar de nossa casa até a padaria”. Assim, segunda atividade
(comprar o pão) é dependente da primeira (caminhar de nossa casa até a padaria). Do mesmo
modo, a instalação da esquadria da janela depende da prontificação da esquadria.
O primeiro passo para a construção da rede PERT é a elaboração de uma lista com todas as
atividades e as suas interdependências. O passo seguinte é a estimativa de duração de cada
atividade listada de modo semelhante à tabela a seguir. Nesta tabela denominamos as atividades
por letras e atribuímos a duração em dias.
53
CAPÍTULO 4 • GERENCIAMENTO DO TEMPO
A forma mais comum de representar uma rede é o Diagrama de Setas. Onde a atividade é
representada por uma seta e o evento por um círculo, conforme a figura a seguir.
Número
do
evento
Atividade
A construção da rede da tabela acima é simples. Observe que você irá lançar após o evento “Início”
(nº 1) cada atividade de acordo com a sua predecessora. Assim, a atividade (A) é colocada após o
evento (1) ligadas por uma seta que representa a própria atividade. O mesmo é feito com relação
a (B) e (C). As atividades A, B e C irão terminar nos eventos de nos 2, 3 e 4.
Para as atividades (D), (E) e (F) o início será em 2, 3 e 4 e terminarão em 5, 6 e 7. Esses três eventos
(5, 6, 7) corresponderão ao início das atividades G, H e I, que terão seu encerramento na atividade
8. Veja o Diagrama de Setas na figura a seguir.
54
GERENCIAMENTO DO TEMPO • CAPÍTULO 4
A D G
I B E H T
C F I
Nesse modelo, colocamos o início (I) e o fim (T) e os retângulos são as atividades. As setas servem
para indicar o caminho e as dependências.
No exemplo, falamos que tínhamos três caminhos para alcançar o término do Projeto. Vamos
calcular a duração de cada caminho:
Os três caminhos têm que ser realizados, em paralelo, para a conclusão do projeto e os três
caminhos possuem durações diferentes. Assim, o caminho crítico é o número 1 (A-D-G)
tendo em vista que é aquele caminho que leva mais tempo. A gerência do projeto tem que
acompanhar em detalhe as atividades desse caminho. Ele não pode atrasar porque vai atrasar
todo o projeto.
O caminho crítico é aquele que não pode ter atraso, tendo em vista que, ocorrendo o atraso, o
projeto ou serviço irá atrasar na mesma proporção, pois não existe nenhuma folga, ou seja, se o
atraso do caminho foi de dois dias, o projeto atrasará dois dias. Assim, o gestor do projeto deve
se preocupar com esse caminho e colocar todos os esforços e recursos para a sua execução.
Veja: o segundo caminho ficou com uma folga de dois dias (22 – 20) e o terceiro ficou com sete
dias, tendo em vista que 22 – 15 = 7. Os três caminhos têm que ser concluídos para a entrega do
produto ou serviço do Projeto.
55
CAPÍTULO 4 • GERENCIAMENTO DO TEMPO
O importante, nesse momento, é saber como é montada a rede, e que você tem que estimar a
duração de cada atividade e, por fim, identificar as predecessoras (quem depende de quem).
PROJETO DE UM PASSEIO
Código da Duração
Descrição da Atividade Predecessora Responsável
Atividade (minutos)
C. Retirar o B. Encher
dinheiro do o tanque
banco t=20
t=20
E. F. Dirigir ao
H.
Carregar o local do
A. Decidir qual Passeio
carro passeio
o passeio a ser t=2
realizado t= 60
I
t=15 T
t=30
G. Cozinhar
ovos e comidas D. Preparar os
t=15 lanches
t=10
Na lista de atividades do projeto incluímos o responsável pela atividade, ou seja, qualquer atividade
em um projeto tem que ter um responsável. Viu como é fácil montar considerando descrição de
cada atividade ou usando letras?
56
GERENCIAMENTO DO TEMPO • CAPÍTULO 4
O caminho crítico é o primeiro, tendo em vista que este dura 135 minutos.
Podemos comprovar o caminho crítico em função da definição de Prado, pois, para cada evento
que envolve as atividades na rede, a diferença entre as datas tarde e cedo é zero.
Casarotto Filho et al. (2006, p. 63) apresentam as seguintes conceituações a respeito da concepção
da rede PERT-CPM:
UDI (Última Data de Início): é a última data possível para iniciar uma atividade
sem alterar a programação. É igual ao tarde do evento final menos a duração da
atividade.
FT (Folga Total): é o atraso máximo em uma atividade sem alterar o prazo máximo
para o seu término. É igual ao tarde do evento final menos o cedo do evento inicial,
menos duração da atividade.
FL (Folga Livre): é o atraso máximo em uma atividade sem alterar a data mais
cedo de início da atividade seguinte. É igual ao cedo do evento final menos o cedo
do evento inicial, menos a duração da atividade.
57
CAPÍTULO 4 • GERENCIAMENTO DO TEMPO
Um modelo de cálculo:
IMC TMC
Nome da Atividade
A Data mais cedo é calculada indo da esquerda para a direita para cada caminho. Assim, começamos
lançando Zero no primeiro quadrado superior da primeira atividade (IMC) da atividade e somamos
20, que é a duração da atividade ao zero para obter a primeira data mais cedo (TMC) a ser colocado
no segundo quadro da atividade. Transferimos os 20 minutos para o primeiro quadro da segunda
atividade (IMC) e somamos mais 20 para obter o valor da segunda data mais cedo. Este procedimento
deve ser seguido até a última atividade. Observe que a última data tem que ser 135.
0 20 20 40 40 55 75 135
55 75
0 20 20 40 40 55 55 75 75 135
535
3
Vamos tomar o caminho de volta; colocamos 135 no último quadro na parte inferior (TMT) e
subtraímos 60. O resultado é 75. Colocamos no último quadro da atividade anterior. Vamos fazer
essa caminhada em sentido contrário até chegar a zero.
58
GERENCIAMENTO DO TEMPO • CAPÍTULO 4
Ora, o mesmo resultado que a parte superior? Como pode a data mais tarde de término ser igual
à data mais cedo? Este caminho é o crítico, por isso, tudo igual. A explicação é simples. Cada
caminho não pode ser calculado separadamente da rede a que ele pertence.
Vamos começar pelo caminho acima feito (C – B – E – F – H). Assim, nas atividade C (retirar
o dinheiro do banco) e atividade B (encher o tanque) não tem novidade, como feito acima.
Entretanto, temos que agora passar para outro caminho. Vamos seguir (A – E – F – H).
» 40 da atividade;
» 30 da atividade A, ou
» 25 da atividade D.
Vamos escolher o de maior valor, ou seja, 40. A partir daí, calculamos as atividades E, F e H, em
sequência.
20 40
0 20
C. Retirar o
dinheiro do B. Encher o
banco tanque
t=20 t=20
0 20 20 40
40 55 55 75
0 30 75 135
F. Dirigir ao
E. Carregar o local do
A. Decidi carro H. Passeio
passeio
r qual
I o t = 15 t=20
t = 60
passei
oa
ser 40 55 55 75 75
40 135
10 realiz
ado
t=30
0 15 15 25 T
G. Cozinhar
ovos e D. Preparar os
comidas lanches
t=15 t=10
15 30 30 40
59
CAPÍTULO 4 • GERENCIAMENTO DO TEMPO
Agora, faremos o caminho de retorno para obter a data mais tarde (linha debaixo) que a atividade
pode ser realizada.
Primeiro, colocamos 135 no último quadro da parte inferior da atividade 8. A seguir, temos 135
– 60 = 75. Esta duração é colocada no primeiro quadro da atividade H.
Repete-se o 75 no último quadro da atividade F. Tira-se 20 e fica-se com 55, valor do primeiro
quadro da atividade F.
O valor 40 será repetido nos últimos quadros da atividades nas atividades B (encher o tanque);
A (decidir sobre o passeio a ser feito) e D (preparar os lanches).
A partir daí, subtraindo em cada atividade o valor da duração, encontramos os valores para todos
os primeiros quadros das atividades que faltam.
Observe que, no primeiro caminho (C – B – E – F – H), os valores das datas mais cedo e das datas
mais tarde são iguais, ou seja, a folga em todo o caminho é zero. Este é o caminho crítico, pois
jamais poderá ser atrasado, tendo em vista que o projeto também atrasará.
A linha vermelha é o caminho crítico, pois observe que não existe folga. O Diagrama de Setas não é
conveniente para a apresentação de todas as datas. Assim, estas (datas) e folgas são apresentadas
em forma tabela:
60
GERENCIAMENTO DO TEMPO • CAPÍTULO 4
Tabela de Datas
Datas Folgas
Atividades Duração
IMC TMC IMT TMT Total Livre
C 20 0 20 0 20 0 0
B 20 20 40 20 40 0 0
E 15 40 55 40 55 0 0
F 20 55 75 55 75 0 0
H 60 75 135 75 135 0 0
A 30 0 30 10 40 10 10
G 15 0 15 15 30 15 0
D 10 15 25 30 40 15 15
Gráfico de Gantt
Vamos elaborar um quadro-resumo da rede elaborada de modo que fiquem claras as atividades e as suas
durações:
Dirigir ao local do
6 20 55 75 Caminho Crítico
passeio
8 Passeio 60 75 135 Caminho Crítico
61
CAPÍTULO 4 • GERENCIAMENTO DO TEMPO
A partir desse quadro podemos montar um cronograma que leva o nome de Gráfico de GANTT.
Ele servirá para demonstrar de modo mais fácil o planejamento para a realização do projeto.
Como pode ser visto, o gráfico facilita a visão do que tem que ser feito e ajuda no acompanhamento.
PROJETO DE UM PASSEIO
Descrição da
D Unidade: MINUTOS
Atividade
0 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 135
3. Retirada 20 P
dinheiro R
1. Decisão P
30
passeio R
P
7. Cozinhar 15
R
2. Encher o P
20
tanque R
P
4. Preparação
10
lanches R
P
5. Carregar o
15
carro
R
6. Direção ao P
20
passeio R
P
8. Passeio 60
R
As atividades (1); (7) e (4) têm uma duração que é menor do que o gráfico acusa. Isso é um
indicativo de folga, inclusive de custo.
Atualmente, uma série de softwares, como o MS Project, ajuda a estruturar essas redes de
planejamento, inclusive disponibilizando possibilidades de utilização de todos os tipos de
recursos necessários ao projeto.
É importante destacar que cada atividade da rede pode ser quebrada em tarefas, criando redes em
níveis diferentes, mas redes interligadas. Podemos atribuir para atividade ou tarefa os recursos
humanos, materiais, custos etc., necessários para que elas sejam realizadas.
62
GERENCIAMENTO DO TEMPO • CAPÍTULO 4
» Nível 1: rede estratégica (em nível de direção). A rede possui macroatividades estabelecidas
em nível em contrato.
» Nível 2: rede gerencial, em nível de gerente da obra, construída em função das ordens
de serviço para a execução das atividades do projeto.
Monitoramento/Controle
O gerente do projeto deve constituir uma equipe para que, por meio do monitoramento das
atividades realizadas, faça o levantamento das atividades realizadas ou não, bem como o
levantamento dos gastos dos recursos utilizados, a atualização das redes e a preparação de
relatórios. Esses visam verificar se as atividades estão acontecendo de acordo com o que foi
planejado na rede PERT-CPM e se as metas do projeto estão sendo atingidas de modo adequado.
O monitoramento é uma etapa importante para desenvolver o controle.
De posse desse controle, é possível definir as ações corretivas para que o projeto aconteça dentro
do prazo com os recursos planejados.
Histogramas
A rede PERT-CPM permite que sejam identificados os recursos humanos que serão aplicados no
projeto, tendo em vista que para cada atividade/tarefa podemos alocar os recursos necessários.
Assim, a rede permite somar os recursos para cada momento do projeto.
Inicialmente, para efeito didático, consideraremos o mês com quatro semanas e cinco dias
efetivos (úteis) de trabalho e sem feriados.
É importante deixar claro que a aplicação dos recursos humanos é pequena no início, vai crescendo
ao longo do projeto até um máximo, e decresce até o seu final quando essa necessidade é menor.
A tabela a seguir dá uma ideia do planejamento de um projeto para cinco meses de realização e
com a utilização de um máximo previsto de 2.500 homens-hora.
63
CAPÍTULO 4 • GERENCIAMENTO DO TEMPO
No começo pode ser constatado que se aplica, diariamente, nas semanas 1, 2 cerca de 10
homens-hora por dia. Observe que nas semanas 3 e 4 o valor é de 15. Na primeira semana do
segundo mês existe um aumento para 20 HH/dia. Assim, ela irá crescendo até o patamar de 50
HH/dia da primeira semana até a quarta semana do terceiro mês.
A partir desse ponto, a quantidade começa a cair, provavelmente porque estamos nos aproximando
do final do projeto e a necessidade de recursos diminui para o seu fechamento.
Observe o histograma que elaboramos em função do quadro acima. Visualmente, o analista pode
ver de forma mais clara e fácil a distribuição que consta da tabela.
O gerente do projeto deve ter o histograma como uma ferramenta para a tomada de decisão e
mantê-lo atualizado conforme o serviço vai acontecendo.
64
GERENCIAMENTO DO TEMPO • CAPÍTULO 4
A ferramenta de maior utilidade é a famosa Curva “S” que cruza a mão de obra acumulada e o
tempo de execução do projeto. Essa curva nasce da aplicação diária dos recursos humanos e
facilita o acompanhamento do projeto, tendo em vista que trabalha com os recursos humanos
acumulados.
A curva planejada deve ser atualizada conforme o projeto for sendo realizado e apropriados os
recursos humanos.
A curva real serve para analisar se os gastos estão em consonância com o previsto e, principalmente,
com o andamento da obra.
65
CAPÍTULO 4 • GERENCIAMENTO DO TEMPO
Um exemplo simples: sem ligações com a curva anterior, o projeto tem duração de 20 semanas
e na décima semana teríamos 50% da obra realizada e um gasto previsto de 1.275 HH. No caso,
se o projeto, fisicamente, chegou a 40% e o gasto de HH está em 1.400 HH, o gerente do projeto
deve tomar as providências, pois o projeto não está caminhando bem.
Essas curvas podem e devem ser anexadas aos cronogramas físico-financeiros dos projetos.
Resumo
» Como estimar a duração e folga de uma rede PERT-CPM, bem como a construção de
Gráfico de GANTT, histogramas e as Curvas “S”.
66
CAPÍTULO
GERENCIAMENTO DOS RECURSOS
HUMANOS E DAS COMUNICAÇÕES 5
Apresentação
Neste capítulo, vamos elaborar a comunicação interpessoal, bem como a utilização dessas
ferramentas para o controle e para a tomada de decisão.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
As atividades de recursos humanos devem ser formais e documentadas pelo gerente de projeto.
Acrescenta-se que o gerenciamento de RH é realizado, incluindo, principalmente, o grupo de
processos de execução. O gerente de projeto deve possuir os papéis e responsabilidades de todo
o pessoal envolvido no projeto, bem como ter em mente e estar continuamente preocupado com
a melhoria de competências dos membros da sua equipe.
67
CAPÍTULO 5 • GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS E DAS COMUNICAÇÕES
O ideal, como visto, é uma estrutura matricial e os projetos devem ser construídos pela equipe
de projeto, coordenado e liderado pelo gerente de projeto. Finalmente, é importante deixar claro
que a seleção, o desenvolvimento e o acompanhamento dos membros da equipe têm que ser
realizados com antecedência.
Rita Mulcahy (2009, p. 305) apresenta uma tabela importante sobre o gerenciamento de recursos
humanos que reproduzimos a seguir.
Fonte: Mulcahy
É importante destacar de saída que, para o gerenciamento de projetos, é preciso criar um sistema
de reconhecimento e recompensas para a área de recursos humanos.
- Garantir que você tem um plano de projeto claro e viável para alcançar os
objetivos de sua execução.
68
GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS E DAS COMUNICAÇÕES • CAPÍTULO 5
Já Mulcahy (2009) descreve uma longa lista de funções para os papéis que o gerente de projetos:
69
CAPÍTULO 5 • GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS E DAS COMUNICAÇÕES
As descrições de Portny (2012) e de Mulcahy deixam claro que os papéis do gerente de projeto
são imprescindíveis para se alcançar e cumprir os objetivos do projeto.
Temos que acrescentar que o gerente de qualquer projeto tem que ser uma pessoa com vasta
experiência profissional (um sênior, como é dito) com conhecimento gerencial/técnico e o
espírito de liderança/motivação para o exercício do cargo.
Portny (2012, p. 184) ainda define três tipos de pessoas para trabalhar no gerenciamento de projeto:
70
GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS E DAS COMUNICAÇÕES • CAPÍTULO 5
Mulcahy (2009) destaca que os membros da equipe realizam o trabalho do projeto. As equipes
de projeto são alteradas durante os trabalhos, principalmente nas fases de execução, tendo em
vista a variação da necessidade de habilitações/especialistas profissionais diferentes no decorrer
do tempo e das etapas de trabalho do projeto.
Os gerentes funcionais são aqueles que detêm os recursos humanos em determinado departamento
funcional, como produção, engenharia, materiais, inspeções e testes etc. Assim, os gerentes
funcionais gerenciam o trabalho técnico que trabalham em um projeto. As funções principais
dos gerentes funcionais são:
- Informar o gerente de projetos sobre outros projetos que podem ter impacto
neste projeto.
A concepção dos gerentes funcionais, na visão de Portny (2012), é a de supervisores diretos dos
membros da equipe e de gerentes de nível superior e de pessoas responsáveis pelas principais
unidades de negócio da empresa.
Já para Mulcahy, a concepção dos gerentes funcionais tem uma amplitude maior que acaba
englobando a concepção de gerentes de nível superior.
» das funções e das responsabilidades que cada integrante da equipe deve possuir;
71
CAPÍTULO 5 • GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS E DAS COMUNICAÇÕES
O gerente do projeto deve criar uma Matriz de Responsabilidades em que, para cada membro
da equipe, deve estar relacionada a cada atividade (idem).
Gerente do Projeto
Resp. Engenharia
Básica Resp. Compras Resp. Administração do
Equipamentos Canteiro
Resp. Montagem
Eletromecânica
Membros da equipe
Atividade
Luíza Márcia Roberta
Receber o aluno X
Recolher a documentação do aluno X
Lançar os dados e informações para a matrícula
X
no computador
Imprimir a folha de matrícula X
Receber do aluno a folha de matrícula assinada X
Conferir os dados da folha de matrícula X
Arquivar X
Fonte: Autor.
72
GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS E DAS COMUNICAÇÕES • CAPÍTULO 5
É importante destacar que o gerente do projeto deve procurar desenvolver e integrar as atividades
da equipe com todas as atividades do projeto.
A formação é o estágio no qual a equipe será constituída, enquanto a desordem irá ocorrer
no momento do trabalho em parceria (conjunto), e que o gerente deve ficar atento e
resolver. A normatização é o estágio no qual o gerente soluciona o conflito e desenvolve o bom
relacionamento da equipe. O desempenho é o estágio no qual a equipe executa com eficácia
e eficiência o projeto. O gerente deve ter um olhar sobre cada membro da equipe. A liberação
é o estágio final do projeto, encerrado, e a equipe é desfeita, mas é fundamental o registro das
lições aprendidas.
73
CAPÍTULO 5 • GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS E DAS COMUNICAÇÕES
Comunicação interpessoal
Mensagem
EMISSOR Codificação Decodificação RECEPTOR
Meio
Ruído
Feedback
Resposta
Numa empresa, a comunicação oficial deve ser estabelecida com cuidado e com oportunidade
de modo a evitar ou minimizar a possibilidade de ruídos que podem promover sérios prejuízos
ao projeto. Assim, a interação cara a cara ou por escrito tem que ser desenvolvida para que
a comunicação esteja compartilhada e disponibilizada oportunamente para as tomadas de
decisão/ação.
O gerente de projeto deve estabelecer quando e como usar um e-mail; que tipo de informação
deve estar por escrito; quando e como documentar discussões informais; como estabelecer
relatórios e reuniões agendados regularmente para registrar e rever progressos, bem como
endereçar problemas especiais que surgirem (PORTNY, 2012, p. 221).
As principais barreiras que o gerente de projeto tem que procurar solucionar são: a dificuldade de
expressão; as suposições; o medo de expressar; a demora/atraso na comunicação e a utilização
de uma linguagem inadequada para o receptor.
O gerente do projeto como emissor tem que tomar cuidado e evitar a timidez; o medo de
expressar a sua opinião; o desinteresse pelo que os outros têm a dizer (a incapacidade no ouvir);
74
GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS E DAS COMUNICAÇÕES • CAPÍTULO 5
Inicialmente, temos que destacar que as comunicações podem ser: verbais ou escritas e formais
ou informais. Assim, uma comunicação escrita formal implica o uso dos Planos de Gerenciamento
de Projeto; Termo de Abertura do Projeto; Relatórios de Acompanhamento do Projeto, cartas,
informativos, memorandos etc.
Na comunicação escrita informal temos o uso de bilhetes manuscritos e de e-mail. Esse último
tem crescido bastante nos últimos anos e acelerado diversos processos que antes demandavam
tempo. Entretanto, os cuidados com a segurança das informações têm que ser bastante ampliadas.
A comunicação verbal formal ocorre nas palestras, apresentações e eventos similares, enquanto
a verbal informal aparece nas conversas e reuniões.
Identificar as partes interessadas deve ser trabalhado pelo grupo de processos de iniciação;
o planejar das comunicações é atribuição do grupo de processos de planejamento; distribuir
informações e gerenciar as expectativas das partes interessadas são trabalhadas pelo grupo de
processos de execução e o relatar do desempenho é responsabilidade do grupo de processos de
monitoramento e controle. Cabe acrescentar que o gerente de projeto tem o papel de gerenciar
todos os grupos na execução do gerenciamento.
Identificar as partes interessadas é uma das atividades de iniciação do projeto e tem que ser
trabalhada nessa fase. Ela deve integrar o processo de desenvolvimento do Termo de Abertura
do Projeto. Assim, o gerente tem que ter o foco em identificar as partes, procurando estabelecer
as características, os requisitos, as expectativas e a influência de cada interessado no projeto
(aqui, ver os pontos positivos e negativos). O registro de tais informações pelo gerente de projeto
é imprescindível, elas deverão ser utilizadas para a definição do escopo do projeto.
75
CAPÍTULO 5 • GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS E DAS COMUNICAÇÕES
Mulcahy (2009, p. 352) apresenta uma tabela sugerindo o registro das partes interessadas.
Departamento/ Chefe
Impacto
Informações de
Classificação
Expectativas
Funções no
Influências
Requisitos
contato
Projeto
(1 a 5)
Nome
Cargo
Resp.
ID
1
2
3
4
Como entrada para a identificação das partes interessadas temos: Termo de Abertura do Projeto;
Contratos; Fatores ambientais e Ativos de Processos organizacionais.
O gerente de projeto tem que estabelecer uma estratégia para a comunicação e o relacionamento
com as partes interessadas.
» por quê;
» emissor/receptor;
» método de comunicação;
» quando;
» frequência.
Como documento de saída temos o Plano de Gerenciamento das Comunicações com a descrição
do processo e tabela de eventos de comunicação.
76
GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS E DAS COMUNICAÇÕES • CAPÍTULO 5
A distribuição das mensagens deve estar de acordo com o plano de gerenciamento das
comunicações, pois para cada parte interessada exige um nível de informação, fruto do que o
interessado precisa saber, como e quando.
Finalmente, a fase de relato de desempenho. Aqui deve ser pensado todo o tipo de relatórios de
acordo com o porte do projeto e das necessidades em função do plano de gerenciamento das
comunicações.
Os pesquisados informam que 93,3% dos entrevistados são de empresas de capital privado e
53,3% de multinacional. É interessante observar que 53,3% são empresas prestadoras de serviço
e 46,7% das indústrias. O que chama a atenção é que no curso não havia ninguém oriundo do
Comércio.
Gouveia e outros apresentam uma tabela reproduzindo os ramos de atividades de tais alunos:
RAMO DE ATIVIDADE
Informática/Tecnologia da Informática 20,0%
Engenharia 13,3%
Alimentos 13,3%
Petroquímica/Petróleo 13,3%
Energia 6,7%
77
CAPÍTULO 5 • GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS E DAS COMUNICAÇÕES
RAMO DE ATIVIDADE
Borracha/Plástico 6,7%
Automobilística 6,7 %
Agroindústria/Pecuária/Pesca 6,7 %
Eletrônica/Eletroeletrônica/Eletrodomésticos 6,7 %
Público 6,7 %
Esse quadro serve para perceber a importância do Gerenciamento de Projetos com relação aos
diversos ramos de atividade da indústria e da prestação de serviço.
Os resultados a seguir servem para verificar o tratamento dado pelos diversos gestores de projetos
ao gerenciamento que apresentamos.
RESULTADOS DA PESQUISA
Na maioria Não
Em todos os Em alguns Em Nenhum
ASPECTOS ESPECÍFICOS dos Projetos Informado
Projetos (%) Projetos (%) Projeto (%)
(%) (%)
Identificação das Partes
46,6 20,0 20,0 6,7 6,7
Interessadas
Classificam as partes Interessadas 33,3 20,0 26,7 13,3 6,7
Planejam o Gerenciamento das
46,6 13,3 13,3 20 6,7
Comunicações
Elaboram um Plano de
33,3 13,3 20,0 26,7 6,7
Gerenciamento das Comunicações
Definem e consideram o processo
46,6 20,0 13,3 13,3 6,7
de distribuição de informações
A empresa provê os meios de
46,6 26,7 13,3 6,7 6,7
comunicações necessários
Definem e consideram as
estratégias de abordagem das 33,3 26,7 13,3 20,0 6,7
Partes Interessadas
Revisam periodicamente as
estratégias de abordagem das 20,0 20,0 26,7 26,7 6,7
partes interessadas.
Relatam periodicamente o
46,6 33,7 0 6,7 13,3
desempenho do projeto
Trabalham com modelos pré-
estabelecidos para os relatórios de 46,6 26,7 13,3 0 13,3
desempenho
Aplicam indicadores de
46,6 40,0 0 0 13,3
desempenho aos projetos
Formulam e comunicam previsões
20,0 46,6 13,3 6,7 13,3
de desempenho
Gouveia e outros (2009) fazem a conclusão afirmando que as comunicações ficam evidenciadas
pela importância para o sucesso do projeto e que grande parte dos problemas aparece por causa
das comunicação.
78
GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS E DAS COMUNICAÇÕES • CAPÍTULO 5
Outro fator que os autores apontam está direcionado para a preocupação e aderência aos processos
de gerenciamento das comunicações. Entretanto, são altamente preocupantes os baixos números
de gerentes de projeto que fazem a utilização de previsões de desempenho.
Resumo
79
CAPÍTULO
GERENCIAMENTO DE CUSTOS E DE
AQUISIÇÕES 6
Apresentação
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
Gerenciamento de custos
Agora que conhecemos uma ferramenta importante para o Gerenciamento de Projetos, o famoso
PERT-CPM, vamos conversar sobre o gerenciamento de custos.
O gerente do projeto deve estar preocupado com os custos e deve planejar e monitorar/controlar
para agir a tempo e a hora, de modo a alcançar a eficiência desejada, impedindo o aumento dos
custos, o que pode comprometer o próprio projeto.
Mas o que são custos? Custos são os recursos necessários para a execução e término das atividades
do cronograma do projeto. O gerenciamento dos custos tem o propósito de garantir que o
projeto será realizado de acordo com o seu orçamento aprovado e com as previsões financeiras
estabelecidas.
80
GERENCIAMENTO DE CUSTOS E DE AQUISIÇÕES • CAPÍTULO 6
Quando falamos que o gerente de projeto deve tomar cuidado com os custos é porque o efeito
das decisões tomadas no projeto pode afetar significativamente os custos de utilização, de
manutenção e do suporte do produto/serviço ou, até mesmo, inviabilizá-lo.
As duas primeiras fases são trabalhadas pelo grupo de processos de planejamento, enquanto a
terceira é realizada pelo grupo de processos de monitoramento/controle.
Ao avaliar os custos, devem ser pensadas as variações das estimativas de custos de cada item e
em consequência os seus riscos.
81
CAPÍTULO 6 • GERENCIAMENTO DE CUSTOS E DE AQUISIÇÕES
Deve ser observado no gerenciamento do projeto que mudanças incorretas ou não autorizadas
possam ser incluídas nos custos. O gerente do projeto deve manter as partes interessadas
devidamente informadas com relação às mudanças aprovadas.
» indiretos (quando são custos para o funcionamento da empresa e que são rateados
pelos diversos projetos). Os custos indiretos podem ser os salários da alta administração,
despesas de manutenção, salários do pessoal de segurança e outros custos.
Vamos imaginar que uma atividade seja a fabricação de lápis. Assim, os custos de materiais
(madeira) para a fabricação de lápis dependerão diretamente da quantidade de lápis fabricada,
ou seja, estes custos são variáveis. Entretanto, o aluguel da sala para depósito de tais lápis
produzidos são custos fixos.
As propostas de fornecedores devem ser lidas, analisadas, comparadas e aplicadas nas estimativas
de custos. As condições de fornecimento, garantias, fretes e outros pontos têm que ser analisados
e comparados na proposta de preços de cada fornecedor.
Além desses custos, têm que ser considerados os custos da qualidade, ou seja, aqueles direcionados
aos problemas de execução da atividade, falhas de projetos ou falhas de diversas razões que
obriguem a refazer parte ou toda a atividade.
82
GERENCIAMENTO DE CUSTOS E DE AQUISIÇÕES • CAPÍTULO 6
Os tributos não podem ser ignorados e tais custos (custos de tributos) têm que ser levados em
consideração no orçamento do projeto.
A análise de reservas deve ser utilizada tendo em vista que agrega valores de segurança ao projeto.
Trata-se de uma análise que envolve as reservas de contingência de custos e prazos estimados.
Lembramos que ela vai comparar a quantidade de risco restante do projeto com a quantidade
residual de reservas a fim de determinar se as reservas restantes são suficientes para a conclusão
do projeto.
A linha-base do escopo, constituída pela Declaração do escopo, pela Estrutura Analítica do Projeto
(EAP) e pelo Dicionário de EAP, é imprescindível para a determinação dos custos.
83
CAPÍTULO 6 • GERENCIAMENTO DE CUSTOS E DE AQUISIÇÕES
A estimativa de custo, como já dissemos, pode ser desenvolvida por meio de uma estimativa
análoga, ou seja, tomamos um projeto semelhante executado com o seu histórico e elaboramos
as novas estimativas baseadas nessas referências históricas e nos índices/parâmetros atuais
da empresa. Entretanto, um cuidado muito grande tem que ser tomado para evitar compras
de materiais sem necessidade ou a previsão de serviços desnecessários que apenas oneram o
projeto. Um exemplo simples refere-se ao reparo de uma caldeira, pois, em uma obra anterior,
pode ter sido trocada toda a parede de tijolos e na obra atual, essa parede não precisa ser toda
trocada, pois ela só apresenta um pequeno e determinado problema.
» especificações sobre como as estimativas devem ser informadas (em qual moeda);
» os limites de controle.
A técnica do bottom-up é útil e deve ser aplicada em consonância com a EAP, pois esta ajuda ao
estimador lembrar-se e determinar todas as atividades/tarefas a serem desenvolvidas.
Por exemplo, historicamente, uma oficina de um estaleiro processa 10t de aço por dia para
edificar determinada torre. No caso de possuirmos 100t para processar, podemos estimar, pela
produtividade e capacidade atual da oficina, que levaremos 10 dias. Considerando o custo
unitário do aço processado igual a R$ 1.000,00 por tonelada, o custo total será de 1.000 x 100 =
R$ 100.000,00 o custo dessa atividade.
84
GERENCIAMENTO DE CUSTOS E DE AQUISIÇÕES • CAPÍTULO 6
7. Reserva de
Gerenciamento R$ 90,00
(riscos
desconhecidos)
5. Reserva de R$ 200,00
Contingência (riscos
conhecidos)
R$ 1.000,00
4. Projeto
3. Contas de
CC1 CC1
Controle
R$ 700,00 R$ 300,00
2. Pacotes de PT 1 PT 2
Trabalho R$ 200,00 R$ 500,00
A1 A1 A2
1. Atividades R$ 30,00 R$ 70,00 R$ 100,00
É importante chamar a atenção para o fato que o detalhamento que dá suporte à estimativa de
custos da atividade corresponde a uma memória de cálculo, ou seja, um aide mémoire com as
informações, dados e cálculos essenciais sobre o “como” a avaliação foi realizada.
85
CAPÍTULO 6 • GERENCIAMENTO DE CUSTOS E DE AQUISIÇÕES
Gerenciamento de aquisições
O planejamento dos produtos e serviços que serão atendidos por entidades externas, as
contratações, os materiais, consumíveis e insumos necessários para a execução das atividades do
projeto têm que ser gerenciados, de modo que estejam a tempo e a hora para permitir o trabalho
dentro dos requisitos, prazos e custos previstos. Assim, para a elaboração deste planejamento
são importantes os seguintes documentos de entradas que servirão de base para o planejamento
das aquisições:
» Cronograma do Projeto.
» Planilha de riscos.
No caso das instituições públicas, a legislação deve ser utilizada, principalmente a Lei no 8.666/1993
(Licitações e Contratos) e a Lei no 10.520/2002, bem como decretos, instruções normativas e
outras que regulamentam compras e contratos no serviço público.
» a identificação dos produtos, materiais e serviços que deverão ser providenciados para
a execução das atividades;
86
GERENCIAMENTO DE CUSTOS E DE AQUISIÇÕES • CAPÍTULO 6
Como saídas nessa etapa, temos os contratos, as ordens de serviços, os pedidos de fornecimentos
e as respectivas atualizações documentais efetivadas pelo monitoramento/controle do processo
de gerenciamento de aquisições.
» da Planilha de Riscos;
» do Cronograma;
» da Planilha de Custos;
» do Plano de Sustentação;
» da Estratégia da Contratação;
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CAPÍTULO 6 • GERENCIAMENTO DE CUSTOS E DE AQUISIÇÕES
» do Termo de Referência ou
» ainda existe algum item pendente ou aberto nos contratos ou convênios de modo a
providenciar o encerramento;
O gerenciamento e os contratos
Temos que lembrar que, para se gerenciar corretamente as aquisições, é fundamental que
se tenha conhecimento jurídico, capacidade de negociação e entendimento do processo de
aquisição. Muitos gerentes de projetos acham que não devem ter tais competências em virtude
de as empresas terem Gerentes de Aquisições ou Compras. Isto é um grave erro.
É óbvio que não se deseja que o gerente de projeto tome a liderança e a iniciativa de assumir a
responsabilidade desse processo; entretanto, é imprescindível o acompanhamento do processo
de aquisição pelo gerente de projeto, pois as aquisições impactam o projeto.
O gerente de projeto tem que estar preparado para dar as informações e dados necessários às
aquisições, bem como ajudar a decidir (em muitos casos, decidir) o que fazer. Exemplo: se produz
na empresa um item ou se compra no mercado tal item. Assim, é fundamental que o gerente de
projeto, em parceria com o gerente de aquisições, elabore o plano de gerenciamento de aquisições.
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GERENCIAMENTO DE CUSTOS E DE AQUISIÇÕES • CAPÍTULO 6
Um ponto que não podemos afastar corresponde aos casos de aditamentos, ou mudanças/
alterações de escopo. Os casos de aditamentos têm que estar previstos nos contratos, de modo a
evitar prejuízos para as partes. Esses prejuízos são para o contratante a possibilidade de não ter o
produto/serviço no prazo e preço desejado, enquanto, para o fornecedor, um possível gasto maior
do que devia no fornecimento sem respaldo no preço; ser multado por atraso ou ter que refazer
trabalho fruto das alterações. Aditamentos têm que ser negociados e previstos nos contratos.
O gerente de projeto tem que estar atento em todo o ciclo de vida das aquisições, ou seja,
atravessará todo o projeto.
- Conhecer o processo de aquisição de modo que você saiba o que vai acontecer
e quando.
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CAPÍTULO 6 • GERENCIAMENTO DE CUSTOS E DE AQUISIÇÕES
- Ajudar a garantir que seja realizado todo o trabalho no contrato, como relatórios,
inspeções e entregas de documentos legais, inclusive a liberação de gravames e
de propriedades de materiais, não apenas escopo técnico.
- Não solicitar algo que não esteja no contrato sem fazer a mudança correspondente
no contrato.
Um ponto importante é que deve existir um gerente de projeto pelo comprador e pelo fornecedor.
No serviço público tais gerentes recebem a denominação de Fiscal do Contrato. A participação
de tais gerentes desde o início do processo é imprescindível, e Mulcahy afirma que o projeto tem
tudo para começar com problemas quando tais fiscais não têm essa participação.
Chegamos ao final.
Resumo
Vimos:
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Referências
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construção naval. Apostila do curso de Pós-Graduação Lato Sensu do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
da Escola Politécnica da USP. São Paulo: USP, 2010.
BASSIS, Nihad Faissal. Gerência de projetos aplicada à gestão do conhecimento: guia para planejamento de educação
corporativa e educação a distância. Rio de Janeiro: Brasport, 2009.
CASAROTTO FILHO, N.; FÁVERO, J. S.; CASTRO, J. E. E. Gerência de projetos/engenharia simultânea: organização,
planejamento, programação, Pert/COM, Pert Custo, Controle , Direção. São Paulo: Atlas, 2006.
GOUVEIA, F. F.; MONTALVÃO, J. B.; BRITO, M. de S.; MOCELLIN, M. V. R. Gerenciamento das comunicações do projeto.
Slides da apresentação no 2o Fórum do Conhecimento Participativo de Curitiba em 2009.
JURAN, J.M. A qualidade desde o projeto: os novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços.
Rio de Janeiro: Editora Pioneira, 1997.
MULCAHY, Rita. Preparatório para o exame de PMP. Tradução revista por Roberto Pons. 6ª edição. Estados Unidos
da América: RMC Publications, Inc., 2009.
NOCÊRA, Rosaldo de Jesus. Gerenciamento de projetos: livro guia de treinamento. 4. ed., São Paulo: RJN Soluções
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PORTNY, E. Gerenciamento de projetos para leigos. 2. ed. Rio de Janeiro: Alta Books, 2012.
PRADO, Darci Santos do. PERT-COM. Belo Horizonte: INDG Tecnologia e Serviços Ltda., 2004. (Série Gerência de
Projetos – volume 4).
VARGAS, R.V. Planejamento em 140 Tweets: dicas sobre ideias, conceitos e aplicação do gerenciamento de projetos
e na sua vida. Rio de aneiro: Brasport, 2012.
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