Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 24/09/2021
Aula 27/09/2021
Aula 01/10/2021
Aula 04/10/2021
Aula 08/10/2020
Aula 11/10/2021
Aula 13/10/2021
Aula 18/10/2021
Aula 22/10/2021
Princípios Fundamentais da Organização Económica-social (parte II da
CRP) – princípios gerais (art. 80º a 89º), planos (art. 90º a 92º), políticas
agrícolas, comercial e industrial (art. 93º a 100º) e sistema financeiro (art.
101º a 107º).
Souza Franco e Guilherme de Oliveira Martins – os princípios gerais não
são apenas os que constam do art. 80º. Os art. 58º e seguintes também
consistem em princípios gerais. Alves Pardal concorda com esta posição.
Os direitos fundamentais económico-sociais têm uma componente
subjetiva. Mas a economia portuguesa se versa em princípios gerais.
Direito de Propriedade Privada (art. 62º/1) – extensão da noção de
propriedade – noção que foca a propriedade sobre coisas (móveis ou imóveis,
mormente fundiária, mas abrange, de igual modo, a propriedade de quaisquer
direitos de valor pecuniários, como direitos de crédito e direitos de autor).
Metamorfose da conceção (liberal) que perspectivava a propriedade como
um direito absoluto, tendo evoluído para uma conceção relativa em
correspondência com a ideia da função social do direito de propriedade.
Estatuto geral é o art. 62º. O estatuto parcelar – art. 80º/al. B, 82º e 288º/al.
F da CRP.
Dupla garantia da propriedade: enquanto instituição (propriedade privada,
só porque consta da CRP que é protegida, mesmo com revisões deve existir
tal instituição) e enquanto direito fundamental (direito de propriedade).
Carlos Smith criticou a Constituição de Weimar e disse que algumas das
normas da constituição não conferiam direitos, mas sim explicitavam certas
instituições.
A garantia institucional: encontra-se constitucionalmente vedada ao
legislador ordinário colocar em causa a existência da propriedade privada na
ordem jurídica portuguesa, enquanto princípio da organização da sociedade
e da economia. Porém, o legislador não se encontra constitucionalmente
impedido de produzir legislação sobre os diversos direitos que são
abrangidos pela noção ampla de propriedade no art. 62º;
Enquanto direito fundamental é um direito económico, mas também é
considerado como um direito fundamental de natureza análoga aos direitos,
liberdades e garantias (art. 17º), beneficiando, por isso, da respetiva força
jurídica (art. 18º).
O valor da propriedade como sucedâneo ao direito de propriedade privada
– a CRP permite a expropriação por utilidade pública, mas delega que o
proprietário deve ser indemnizado (art. 62º/2). Requisição – bens móveis.
Expropriação – bens imóveis.
Livre inciativa económica privada – art. 61º da CRP – é um direito
económico fundamental, mas pode estar sujeito a condicionalismos e a
restrições. Não é absoluto. Triplo enquadramento: constitucional, legal e
tendo em conta o interesse geral.
Duas vertentes: uma manifesta-se na liberdade de iniciar uma atividade
económica (liberdade de estabelecimento, stricto sensu) e outra concretiza-
se na liberdade de organizar uma empresa (liberdade de empresa ou
liberdade empresarial).
Art. 80º/al. A – de acordo com o Tribunal Constitucional “o princípio...
exige, antes de mais, que o poder económico do Estado se subordine à
vontade popular, e requer, bem assim, que, na sua atuação, as organizações
empresariais (públicas, privadas ou cooperativas) não posterguem nunca o
interesse geral”.
Constitui um corolário do princípio do Estado de Direito Democrático e do
princípio da titularidade e exercício do poder por parte do povo nos termos
da Constituição (art. 108º). Consiste numa diretriz de atuação dirigida ao
poder político.
Os três setores de propriedade dos meios de produção (art. 80º/al. B, 82º e
288º): público, privado e cooperativo e social. Coexistência destes setores. É
um limite material de revisão constitucional. Está consagrado como um
princípio fundamental da organização económico-social. É objeto de
garantia institucional (art. 82º/2).
A definição de setores de propriedade dos meios de produção integra a
reserva relativa da competência da AR (art. 165º/1 al. J). Os limites dos 3
setores encontram-se sujeitos ao regime especial de veto (art. 136º/3 al. B).
Setor público – art. 82º/2 da CRP – é formalmente definido com base num
critério cumulativo. Subdivide-se em: estadual, regional e local.
Setor privado – art. 82º/3 da CRP – formalmente definido com base num
critério alternativo. Excetuam-se, no entanto, os meios de produção que –
não obstante a “propriedade” pertencer a pessoas privadas – se encontrem
integrados no setor cooperativo e social (art. 82º/3 in fine e 4).
Setor cooperativo – art. 82º/4 da CRP – composto por 4 subsetores:
cooperativo, comunitário, autogestão – exploração coletiva por
trabalhadores (experiência revolucionária a seguir do 25 de abril) e
solidariedade social.
Aula 25/10/2021
Art. 80º/al. C da CRP – parece uma replicação do art. 61º da CRP. Qual é
a razão deste artigo elencar a liberdade de iniciativa? O art. 62º fala apenas
na iniciativa privada e corporativa, mas não em iniciativa pública, visto que
os direitos servem para ser exercidos contra o Estado. A alínea C do art. 80º
serve para legitimar a iniciativa do Estado, pois este fala de forma abrangente
na liberdade de iniciativa e organização empresarial. O legislador de uma
forma suave constitucionalizou um conceito económico (juridificação –
conceito económico se torna um conceito jurídico): o conceito de economia
mista.
O que justifica a propriedade pública dos recursos naturais e de meios de
produção? O critério relevante é a existência de “interesse coletivo” ou
“interesse público” que justifique quer a manutenção de propriedade pública
de meios de produção (alínea D), quer a apropriação pública dos meios de
produção (art. 83º e 165º/1 al. L). Legitimação da propriedade pública.
Quanto à apropriação pública dos meios de produção, opera-se a remissão
para o regime constitucional e legal das nacionalizações (Anexo à Lei 62-
A/2008, de 11 de setembro).
O fato de a CRP prever as nacionalizações reforça as garantias dos
particulares, mas mesmo que não estivesse previsto não significa que seriam
proibidas as nacionalizações.
Planeamento democrático (desde o peso ideológico inicial ao desenho do
sistema de planeamento económico previsto na CRP assente nos planos de
desenvolvimento econômico e social).
Proteção do setor cooperativo e social de propriedade dos meios de
produção (proclamado como princípio fundamental da organização
económico-social, além da garantia institucional contemplada no at. 82º/4).
Participação na definição das principais medidas económicas e sociais
(corolário do princípio da democracia participativa previsto no art. 2º da
CRP).
Setor Privado de propriedade dos meios de produção – definido com base
num critério alternativo. Meios de produção cuja “propriedade” ou “gestão”
pertence a pessoas privadas (singulares ou coletivas).
Setor privado típico normal – propriedade e gestão pertencem a pessoas
privadas. Constituem 2 instituições que se encontram estreitamente ligadas
entre si, constituindo os dois pilares fundamentais deste setor (propriedade e
livre iniciativa). Pode ser alvo de restrições, que podem atuar sobre a
propriedade (nacionalizações ou a questão da reserva a favor do setor
público) ou a livre iniciativa económica.
Setor privado sui generis ou publicizado – propriedade privada e gestão
pública ou propriedade pública e gestão privada (EX: conceções).
Regime das nacionalizações – transferência efetiva (translada do setor
privado para o público) da propriedade dos meios de produção, por via
coactiva (Estado decide que irá ficar com aquela empresa, não ocorre por via
contratual), para entidades públicas, devido a razões de política económica e
social (Paz Ferreira).
Motivações: ideológicas (nacionalizações decorrentes de um programa
revolucionário), intervencionismo económico (colmatar as falhas de
mercado), teor punitivo (nacionalização da Renault a seguir à libertação da
França, em 1945), retaliatórias (nacionalização de uma empresa de
diamantes detida em parte por um Estado terceiro), afirmação na cena
internacional (nacionalização do canal Suez), evitar uma falência técnica
(caso RUMASA em Espanha) e contexto do risco sistémico (nacionalização
do BPN).
Risco Sistémico: é o risco decorrente de insolvência de uma entidade do
sistema financeiro poder provocar o colapso do sistema financeiro em geral,
afetando amplamente a economia; ou seja, é o risco de uma insolvência
poder causar um choque em cadeia que se propague por todo o sistema
financeiro. É o inverso do risco que afeta apenas uma unidade económica ou
um determinado grupo económico ou financeiro.
Caso Prático 1:
Imaginem que na sequência de uma ação de protesto dos empresários
do Transporte Rodoviário de Mercadorias o abastecimento de
combustíveis seriamente é posto em causa em todo o território nacional,
obrigando ao racionamento da distribuição de combustíveis e ao
encerramento de diversos postos de abastecimento. O Governo
confrontado com esta situação determina:
a) A nacionalização imediata das empresas de transporte rodoviário
envolvidas no protesto;
b) Concede aos anteriores proprietários a título de compensação
títulos de dívida públicas reembolsáveis a 40 anos;
c) Imposição de limites a iniciativa privada para a atividade de
transporte rodoviários de mercadorias.
Quid Iuris?
O art. 83º da CRP. Art. 4º/1 da lei sobre as nacionalizações. Indemnização
paga em 40 anos não parece razoável.
O Governo não precisa da autorização da AR para realizar uma
nacionalização. Na alínea C o Governo está a invadir uma matéria que
pertence a reserva relativa da AR, presente no art. 165º/1 al. J.
Aula 29/10/2021
Caso Prático 2:
Para fazer face uma situação de crise financeira o Governo resolve por
Decreto-Lei inibir a iniciativa económica privada no setor bancário. Por
Decreto-Lei distinto, determina a nacionalização de todos os bancos
nacionais e estabelecimentos bancários a operar em Portugal.
Art. 1º - só pode nacionalizar por motivos de interesse público. Governo não
fundamentou sua decisão.
Princípio da proporcionalidade, referido no art. 2º/2 não foi respeitado.
Nacionalizar todos os bancos de Portugal parece ser uma medida demasiado
extrema.
Art. 165º/1 al. J. Art. 86º/3. Não temos informação suficiente para saber o
contexto da decisão do Governo. Princípio da necessidade foi respeitado?
Caso Prático 3:
Empresa Energizar, S.A. foi objeto de nacionalização, tendo sido a
última empresa a ser nacionalizada no setor energético, atingido assim,
o Estado, o objetivo de proceder a vedação daquele setor à inciativa
económica privada. António e Bento, proprietários da empresa não
receberam qualquer indemnização.
Não parece que esse objetivo visa o interesse público. Art. 1º.
Art. 165º/1 al. J. Art. 83º CRP.
Art. 4º - os proprietários tem direito a indemnização, que deve ser avaliada a
luz da situação patrimonial e financeira da pessoa coletiva à data de entrada
em vigor do acto de nacionalização.
O setor não está vedado à inciativa privada. Só significa que naquele
momento as empresas são todas públicas. Para ser vedado tem que ser
através de lei.
Caso Prático 4
O Presidente da AR decide nacionalizar a maior empresa energética
portuguesa por entender que a maioria do atual capital social é
estrangeiro. Exclui, no entanto, qualquer hipótese de indemnização por
entender que o dinheiro dos contribuintes não deve ser gasto a
pagamentos a cidadãos estrangeiros.
Art. 2º - os actos de apropriação pública devem revestir forma de DL.
Não visa o interesse público, não e motivo excepcional. Art. 1º. Violação
princípio da necessidade. Art. 4º - direito à indemnização. Violação do
princípio da igualdade – discriminação. Art. 87º - existe legislação própria
para o domínio estrangeiro.
Aula 05/11/2021
Aula 08/11/2021
Aula 12/11/2021
Aula 15/11/2021
Para fazer face uma situação de crise financeira o Governo resolve por
Decreto-Lei inibir a iniciativa económica privada no setor bancário. Por
Decreto-Lei distinto, determina a nacionalização de todos os bancos
nacionais e estabelecimentos bancários a operar em Portugal.
Uns anos mais tardes e após a estabilização dos mercados financeiros, o
Governo determina a reversão das empresas nacionalizadas aos seus
antigos proprietários e invoca que a lei 11/90 não é aplicável.
Art. 293º/1 – Lei de quadro aprovado por maioria absoluta dos Deputados
em efetividade de funções. No caso a Lei 11/90. Aplicação por analogia caso
tenham sido nacionalizadas antes do 25 de abril. Art. 1º da Lei 11/90.
Para voltar para os antigos proprietários tem de ocorrer uma venda directa,
mas para tal é necessário que o interesse nacional ou a estratégia definida
para o setor o exijam ou quando a situação econômico-financeira da empresa
o recomende. Tem de existir uma fundamentação, não é porque o Estado
quer.
Lei pode vedar setor privado. Art. 2/1 – deve revestir forma de DL. Nº2.
Este setor não pode ser nacionalizado. Art. 1 – nacionalização apenas com
um interesse público.
Art. 86/3. Art. 165.
Art. 4º/1 – indemnização, não pode ser o mesmo valor para todos
Aula Prática 19/11/2021
Aula 19/11/2021
Aula 26/11/2021