AULA INTRODUTÓRIA Prof. Dalton Emmanuel Leal Rodrigues 1. Introdução.
"O direito comercial constitui aquela parte do direito privado que
tem, principalmente, por objeto regular a circulação dos bens entre aqueles que os produzem e aqueles que os consomem.“
(C. VIVANTE, Elementi di Diritto Commerciale, Milano, Ulrico Hoepli,
1936, p. 1).
A palavra comércio vem do latim cumercium (cum + merx) que deu
origem à palavra mercari, que significa "comprar para vender", ou seja, o ato da mercancia. Evolução do Direito Comercial. Fases:
Conceito Econômico:
• 1ª - Economia de Troca ou de escambo –
havia a troca de conchas, animais (bois) e posteriormente metais preciosos, que, tempos depois, originaram a moeda. • 2ª. Economia de mercado ou monetária – demarcada pelo início da produção visando a venda e de conseguinte, a sua reaplicação deste capital na produção, dando início ao novo modelo de produção. • É bem definida no conceito de Stuart Mill (economista e filósofo inglês) – quando coisas precisam ser trazidas de longe, não se pode dirigir com eficácia a manufatura, venda e varejo da mercadoria, visto que se produz em grande escala; daí a necessidade de se delegar as vendas a outro agente que disto constituirá o seu negócio. CONCEITO JURÍDICO: Conceito de Vidari: É o complexo de atos de intromissão entre o produtor e o consumidor que, exercidos habitualmente, com fim de lucros, realizam, promovem ou facilitam a circulação dos produtos na natureza e da indústria para tornar mais fácil e pronta a procura e oferta.
Deste conceito decorrem três elementos
caracterização jurídica do comerciante: • 1 – mediação; • 2 – fim lucrativo; • 3 – profissionalidade (habitualidade ou continuidade). • Importante lembrar: hodiernamente o conceito de lucro não é mais o essencial para caracterizar ou consolidar doutrinariamente o ato como de comércio, a exemplo das empresas públicas estatais que nem sempre visam lucro, mas que Ainda assim não deixa de sê-lo; em contraponto, temos a letra de câmbio e outros títulos de crédito em geral, que muito embora não negociem ou intermediem a compra ou aquisição de coisa e objeto também possuem intuito lucrativo.
DIREITO ECONÔMICO E COMERCIAL
Direito Comercial – disciplina os direitos das empresas
mercantis. Direito Econômico – Disciplina o mercado de capitais, a atuação financeira do Estado no setor primário, bem como fomenta estímulos ao desenvolvimento econômico. • Ao de Arnoldo Wald: “O Direito Econômico se difere tanto do comerceial quanto do administrativo pela sua finalidade própria e pelo clima que pretende criar no comercial – idéias básicas que buscam conciliar a celeridade dos negócios e garantias dos créditos entre o formalismo e automatismo das informações entre a liberdade contratual e a segurança jurídica e o econômico visa ao país no aspecto dinâmico e disciplinado.
FORMAÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO COMERCIAL
Fase preliminar: indícios – civilizações antigas – código de
Manu da Índia, o Código de Hammurabi, rei da Babilônia, Que foi dado como primeira codificação das leis comerciais.
Ademais, são conhecidas diversas regras jurídicas que regulavam o
direito comercial marítimo, acolhida dos romanos pelos fenícios, denominadas Lex Rhodia de lactu (ALIJAMENTO) ou institutos como o foenus nauticum (Câmbio marítimo).
No Egito antigo, cerca de 3000 a. C., o comércio era monopólio do
Estado, ou seja, do Faraó e seus parentes. Não existia o comércio difundido entre os do povo. Entre eles se praticava a troca, como também ocorria entre os fenícios, troianos, cretenses, sírios, cartagineses, babilônicos.
Os romanos, embora não possuíssem uma legislação comercial
específica, contribuíram com o Direito Comercial: o costume da escrituração doméstica, difundido em todas as casas, que deu origem aos livros comerciais; as regras sobre contratos e obrigações que deram alicerce às transações mercantis; os institutos da falência e da ação pauliana; o comércio sendo realizado pelos escravos em nome de seus senhores, o que deu origem à representação comercial. Este período foi fértil no aparecimento de institutos importantes para o nosso ramo de estudo, como: os títulos de crédito, os bancos, a falência se restringindo apenas aos devedores comerciantes, os contratos mercantis como transporte, comissão, sociedades.
As Cruzadas ajudam a alargar os centros comerciais, já que seus
participantes, além de lutarem, também faziam o papel de mercadores.
ANTECEDENTES.
Contudo, tais regras sobreditas não chegaram a formar um corpo
sistematizado, a que se pudesse denominar de “direito comercial”
Foi só na Idade Média que as práticas mercantis foram
sistematizadas em regras objetivas, mediante compilações de estatutos (Gênova, 1055), (Pisa, 1161), e das súmulas marítimas de arbitragens.
Sob o mercantilismo, a França produziu duas ordenações, uma sobre
Como efeito da Revolução Francesa (1789), produziu-se o Código Comercial de Napoleão (1808), inspirado no liberalismo político- econômico implantado pela burguesia, que serviu de modelo das codificações mercantis da Modernidade, inclusive o código brasileiro (1850).
No Brasil, o comércio existe, praticamente, desde seu descobrimento.
Com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, houve a abertura
dos portos brasileiros às nações amigas, através da Carta Régia, dando origem às primeiras normas nacionais que disciplinaram o nosso comércio.
Foram usadas até 1850 as legislações portuguesas (Ordenações
Filipinas, 1603). Dessa época, datam a criação da Real Junta de Comércio e do Banco do Brasil. 3. Fases de direito comercial • Identifica-se três etapas na formação do direito comercial: 3.1 direito comercial como direito corporativo: relação jurídica mercantil definida pela qualidade do sujeito (comerciante); 3.2 direito comercial como direito dos atos de comércio: relação jurídica mercantil definida pela natureza do objeto; e 3.3 direito comercial como direito da atividade econômica organizada: relações jurídicas decorrentes do exercício da empresa.
A Vantagem Competitiva Surge Fundamentalmente Do Valor Que Uma Empresa Consegue Criar para Seus Compradores e Que Ultrapassa o Custo de Fabricação Dessa Empresa