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Rotinas Comerciais

Conceito de Comércio
Ato de comércio é a interposição habitual de troca, com o objetivo de lucro.

Natureza e características do comércio:


a) simplicidade: em regra, o comércio é menos formalista;
b) cosmopolitismo: o comércio tem traços acentuadamente internacionais;
c) onerosidade: não existe, em regra, ato mercantil gratuito.

Obrigações dos empresários


São impostas por leis comerciais, leis tributárias, leis trabalhistas e leis administrativas, tanto no
âmbito federal como no estadual e o municipal.
Entre as obrigações comerciais, contam-se as relativas à identificação através do nome comercial, ao
registro regular de firma individual ou do contrato ou estatuto social, à abertura dos livros necessários e à sua
escrituração uniforme...

Livros Mercantis
Dividem-se em livros mercantis em comuns e especiais, bem como em obrigatórios e facultativos e
auxiliares. Os comuns são os referentes ao comércio em geral, e os especiais são os que devem ser
adotados só por certos tipos de empresas.
Entre os livros comuns, entendem-se o Diário ( obrigatório) mas também pode-se citar o Registro de
Duplicatas, se houver vendas com prazo superior a 30 dias, o Registro de Compras e o Registro de
Inventário.
Entre os livros obrigatórios especiais, ou específicos de determinadas empresas, contam-se, por
exemplo, o Livro de Entradas e Saídas de Mercadorias, dos armazéns gerais, o Livro de Balancetes Diários,
das casas bancárias, o Livro de Registros de Despachos Diários, dos corretores de navios ( livros previstos
no art. 100 da Lei 6.404/76).
Entre os livros facultativos ou auxiliares estão os seguintes: Caixa, Razão, Contas Correntes...

Prepostos do Empresário
Podem ser duas classes de pessoas que auxiliam a atividade comercial.
Na primeira classe estão os auxiliares subordinados ou dependentes como os comerciários,
industriários, bancários e na segunda classe, os auxiliares independentes, como os corretores, leiloeiros,
comissários, despachantes, empresários de transporte... Estes são considerados comerciantes e se sujeitam
às regras do Direito Comercial.
O Estabelecimento

È o conjunto de bens operados pelo empresário. Tem natureza jurídica.


Compõem-se de coisas corpóreas e incorpóreas. Entre os corpóreos estão os balcões, as vitrines, as
máquinas, os imóveis, os veículos e entre os incorpóreos estão o ponto, o nome, as marcas, o Know-how, as
patentes...
O Ponto Comercial

É o lugar em que o comerciante se estabelece. Constitui um dos elementos incorpóreos do


estabelecimento ou fundo de comércio.
O locatário comerciante ou industrial, bem como seu cessionário ou sucessor, pode pedir judicialmente a
renovação do contrato de aluguel nas seguintes condições:

- contrato anterior por escrito e por prazo determinado;


- contrato anterior, ou a soma do prazo de contratos anteriores, de cinco anos;
- o locatário deve estar na exploração do seu comércio ou indústria, no mesmo ramo, pelo prazo
mínimo ininterrupto de 3 anos.
Preenchidas as condições acima, tem o locatário o direito de pedir a renovação do aluguel, através da
ação renovatória, e terá condições iguais sobre eventual propostas de terceiros. A ação deve ser proposta nos
primeiros seis meses do último ano do contrato, nem antes nem depois. Fora deste prazo a ação não será
admitida.
Se não houver acordo entre as partes referente ao valor do aluguel, o juiz nomeará um perito para a
fixação do mesmo.

Registro de interesse da empresa

O Registro do Comércio é um órgão de publicidade, habilitando qualquer pessoa a conhecer que diga
respeito ao empresário.
Os registros de interesse dos empresários se dividem em duas espécies: Registro do Comércio e o
Registro da Propriedade Individual.
O Registro do Comércio é composto pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis –
SINREM, composto pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio – DNRC e pelas Juntas
Comerciais.
As Juntas Comerciais são órgãos locais de execução e administração dos serviços de registro, com
sede em cada Capital dos estados. Incumbe a elas, efetuar o registro de empresas mercantis e afins
(leiloeiros, trapicheiros, tradutores públicos...)
O registro compreende a matrícula, o arquivamento, a autenticação de escrituração e documentos
mercantis e o assentamento de usos e costumes comerciais, além de outras atribuições.
A matrícula é o modo pelo qual se procede o registro dos auxiliares do comércio, como leiloeiros,
tradutores públicos...
O arquivamento é o modo pelo qual se procede ao registro à constituição, alteração, dissolução e
extinção de firmas mercantis.
O nome comercial é automaticamente protegido com o registro na Junta, na área de sua jurisdição,
não se permitindo arquivamento de nome idêntico ou semelhante a outro já existente. A proteção pode ser
estendida as demais Juntas, a requerimento do interessado.

Propriedade Intelectual

Dá-se o nome de propriedade intelectual aos produtos do pensamento e do engenho humano. O tema
tem dois ramos: a propriedade industrial e a propriedade literária, artística e cientifica.
Propriedade Industrial

Dá-se o nome de propriedade industrial à matéria que abrange as invenções, os modelos, os


desenhos industriais, as marcas...

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI

È uma autarquia federal. Incube-lhe a execução das normas da propriedade industrial, como
processamento e o exame dos pedidos de patente ou registro.

Sociedades Empresárias

A sociedade constitui-se através de um contrato entre duas ou mais pessoas, que se obrigam a
combinar esforços ou recursos para fins comuns. O que mais diferencia as sociedades comerciais umas das
outras é a forma de responsabilidade dos sócios, pois conforme o tipo de sociedade, respondem eles ou não
com os seus bens particulares pelas obrigações sociais.
Características Gerais

1) constitui-se por contrato, entre duas ou mais pessoas;


2) nasce com o registro do contrato ou estatuto no Registro do Comércio, a cargo das Juntas
Comerciais;
3) tem como nome uma firma ou uma denominação;
4) extingui-se pela dissolução, por expirado o prazo de duração ajustado, por iniciativa dos sócios, por
ato de autoridade,
5) é uma pessoa, com personalidade distinta dos sócios,
6) tem vida, direitos, obrigações e patrimônio próprios;
7) é representada por quem o contrato ou estatuto designar;
8) empresária é a sociedade e não os sócios;
9) o patrimônio é da sociedade e não dos sócios;
10) responde sempre ilimitadamente pelo seu passivo;
11) pode modificar sua estrutura, por alteração no quadro social ou por mudança de tipo;
12) a formação do nome da sociedade e responsabilidade dos sócios variam conforme o tipo de
sociedade;
13) classificam-se em sociedade de pessoas quando os sócios são escolhidos preponderantemente por
suas qualidades pessoais, ou sociedade de capital quando é indiferente a pessoa do sócio, como na
sociedade anônima;
14) é nacional a sociedade organizada em conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede
de sua administração;
15) nas empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens, só pode participar capital
estrangeiro até o limite de 30%.

Classificação das Sociedades

Sociedades Não-personificadas: são as que não tem personalidade jurídica, a sociedade em comum e a
sociedade em conta de participação.
Sociedade em Comum: é uma sociedade irregular ou de fato, ou ainda em formação, não possuindo o
registro competente. Os sócios no caso, respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais (art.
990 CC).
Sociedade em Conta de Participação: é a que possui um sócio oculto, que não aparece perante a terceiros, e
um sócio ostensivo, em nome do qual são realizadas todas as atividades (art. 991 CC).
Sociedades Personificadas: são as que adquirem personalidade jurídica própria, distinta da dos sócios. Nesta
categoria estão as sociedades simples, as cooperativas e as sociedades empresariais.
Sociedades Simples: são as dedicadas a atividades profissionais ou técnicas (art. 997CC).
Cooperativas: são sociedades sem objetivo de lucro, constituídas em benefícios dos associados, podendo
operar em qualquer gênero de atividade. São sempre consideradas como sociedades simples, qualquer que
seja seu objeto (art. 982, parágrafo único, CC).
Sociedades Empresariais: são as que exercem atividade econômica organizada, para produção ou circulação
de bens e serviços. Incluem a indústria, o comércio e o setor da prestação de serviços (art. 966 CC), podendo
também abranger a atividade rural (art. 971 CC). Nesta classe estão as sociedades em nome coletivo,
comandita simples, sociedade anônima...
Associações: são pessoas jurídicas formadas pela união de pessoas que se organizam para fins não
econômicos, em atividades culturais, religiosas, recreativas...

O Nome

A sociedade tem por nome uma firma (razão social) ou uma denominação social. É a lei que
determina em cada caso, quando devemos usar uma ou outra.

Podem usar tanto Denominação


Só podem usar Denominação Só podem usar Razão Social
com Razão Social

Sociedade Limitada Soc. Em Nome Coletivo

Sociedade Anônima Sociedade em Comandita por Soc. Em Comandita Simples


Ações
Soc. De Capital e Indústria

Firma ou Razão Social: deve ser formada por uma combinação dos nomes ou prenomes dos sócios. Pode ser
formado pelo nome de todos sócios, de vários deles, ou de um somente. Mas, se for omitido o nome de um
ou mais sócios, deve-se acrescentar “& Cia”, Poe extenso ou abreviadamente.
Denominação Social: não se usam os nomes dos sócios, mas uma expressão qualquer, de fantasia,
indicando facultativamente o ramo de atividade, como, por exemplo, Tecelagem Moinho Velho Ltda. Pode-se
usar também até um nome próprio, de gente, sem que isso signifique, contudo, que exista no quadro social
um sócio com esse nome. Ao contrário da firma ou razão social, a denominação é só nome, não podendo ser
usada como assinatura.
Proteção do Nome Empresarial: realiza-se no âmbito das Juntas Comerciais e decorre automaticamente do
arquivamento dos atos constitutivos de firma individual e de sociedades ou de suas alterações.

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