Tipos de pessoas

jurídicas
 Mendes, Mônica Campos Santos
SST Tipos de pessoas jurídicas / Mônica Campos Santos
Mendes
Local: 2020
nº de p. : 9

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 Tipos de pessoas jurídicas

Apresentação
A pessoa jurídica designa uma entidade dotada de direitos e obrigações, e, por isso,
adquire uma personalidade. O Código Civil estabelece quais são as pessoas jurídicas
de direito privado, prevendo-as em seu art. 44.

Portanto, nesta unidade, conheceremos alguns tipos de pessoas jurídicas de direito

privado: as associações e as fundações. Bem como compreenderemos como se dá
a personificação das sociedades, por meio de algumas modalidades existentes.

Pessoas jurídicas de direito privado

No Código Civil, estão previstas as pessoas jurídicas de direito público privado,
apresentadas no art. 44 (BRASIL, [2018]).

Pessoas jurídicas de direito público privado

Fonte: Plataforma Deduca (2020).

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Neste tópico, serão analisados dois tipos de pessoas jurídicas de direito privado: as
associações e as fundações.

• Associações

O Código Civil, em seu art. 53, aponta que “constituem-se associações pela união de
pessoas que se organizem para fins não econômicos” (BRASIL, [2018]).

Um bom exemplo são as associações de bairro, que visam as melhorias de

infraestrutura, saneamento básico etc.

Saiba mais
Procure saber se no seu bairro há uma associação e busque
conhecer quais são as iniciativas já em andamento. Você perceberá
a importância dela para a vida das pessoas nessa localidade.

• Fundações

As fundações constituem-se para fins de: assistência social; cultura, defesa e

conservação do patrimônio histórico e artístico; educação; saúde; segurança
alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
promoção do desenvolvimento sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento
de tecnologias alternativas, modernização e conhecimentos técnicos e científicos;
promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; atividades
religiosas (GOMES, 2018).

Vejamos o que o Código Civil, em seu art. 62, apresenta: “para criar uma fundação,
o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens
livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de
administrá-la” (BRASIL, [2018]).

A Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador (BA),

é um excelente exemplo. Ela guarda manuscritos originais, fotos e outros arquivos
do autor baiano.

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Personificação societária e as
sociedades não personificadas
No Direito Societário, por regra geral, as sociedades, na qualidade de pessoas
jurídicas, devem ter personalidade jurídica distinta, ou seja, diferente da de seus
integrantes, resultando, portanto, em inegáveis efeitos em relação à responsabilidade
dos sócios e da empresa.

Contudo, em caráter excepcional, o Direito admite a existência de sociedades

desprovidas de personalidade jurídica. São aquelas sociedades não personificadas,
que não possuem personalidade jurídica e nem registro. São classificadas em duas
modalidades: sociedade em comum e sociedade em conta de participação. Ambas
regidas pelos artigos. 986 e 991 do Código Civil (BRASIL, [2018]).

De forma mais objetiva, sociedade não personificada significa dizer que não tem seu
contrato registrado junto ao cartório de registro de pessoas jurídicas, ou mesmo na
junta comercial, especialmente quando se trata de sociedades empresárias.

I. Sociedades personificadas:

seus atos constitutivos estão devidamente arquivados no órgão competente.

II. Sociedades não personificadas:

não possuem atos constitutivos devidamente arquivados no órgão competente.

• Sociedade em comum

Sociedades em comum são aquelas não personificadas que independem de registro,

regendo-se pelos artigos 986 a 990 do Código Civil.

Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a

sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo,
observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as
normas da sociedade simples.

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 Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por
escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem
prová-la de qualquer modo.

Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do

qual os sócios são titulares em comum.

Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados

por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que
somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer.

Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitada- mente pelas

obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no Art. 1.024,
aquele que contratou pela sociedade. (BRASIL, [2018])

Perceba que o Art. 986 inicia com “enquanto não inscritos os atos constitutivos,
que são os contratos” (BRASIL, [2018]), portanto, enquanto não se constitui, não se
efetiva o registro da sociedade. Trata-se de uma situação irregular, o que não isenta
de responsabilidades.

Como exemplos, temos: uma sociedade que explore a comercialização de roupas e

se registra no Cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas, quando, na realidade,
é uma sociedade empresária. Ou uma sociedade de advogados que se registra na
Junta Comercial, mas, na verdade, deveria ser registrada na OAB.

Sociedade em comum: não personificada

Fonte: Plataforma Deduca (2020).

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 • Sociedade em conta de participação

Trata-se de um modelo de sociedade que dispensa o registro em cartório para ter

validade. É constituída por dois tipos de sócios: o ostensivo e o participante. No
entanto, apenas o primeiro a administra. Ela não possui personalidade jurídica
autônoma e distinta dos sócios, o que significa dizer que o patrimônio permanece
em comum entre eles durante a vigência da sociedade.

Saiba mais
Sócio ostensivo: é aquele que age em nome próprio pela sociedade.

Sócio oculto: é aquele que apenas investe capital na sociedade e

apenas recebe sua remuneração.

Sociedades personificadas
Como o próprio nome demonstra, são sociedades que possuem personalidade
jurídica e devem ter registro.

O Código Civil, em seu art. 982, classifica as sociedades personificadas em

sociedades simples e sociedades empresárias. Para entendermos melhor, vejamos o
que nos diz Gomes (2018):

Salvo as exceções legais expressas, considera-se empresária a sociedade

que tenha por objeto o exercício da atividade econômica própria de
empresário sujeito a registro (Art. 982), ou ainda, aquela que tenha por
objeto atividade econômica organizada de forma empresarial, com
empresarialidade ou elemento de empresa, e simples aquelas sociedades
cujo objeto não se enquadre nos padrões ditados pela Teoria da Empresa.
(GOMES, 2018, p. 114)

Com a aquisição da personalidade jurídica, uma pessoa jurídica passa a ter

autonomia patrimonial, de modo que é seu patrimônio que responde pelas
obrigações da sociedade e não mais o patrimônio dos sócios.

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 Sociedade personificada e a necessidade de registro

Fonte: Plataforma Deduca (2020).

Atualmente, existem nove tipos de sociedades empresariais, com características e

regimes jurídicos distintos: a Sociedade Simples, a Sociedade em Nome Coletivo, a
Sociedade em Comandita Simples, a Sociedade Limitada, a Sociedade Anônima, a
Sociedade Comandita por Ações, a Sociedade Cooperativa, a Sociedade em Conta de
Participação e a Sociedade de Advogados.

Fechamento
Nesta unidade, conhecemos sobre algumas modalidades de personalidades
jurídicas de direito privado. O enfoque se deu em algumas das espécies gerais de
possíveis entidades com personalidade jurídica.

Na primeira parte, vimos acerca das fundações e associações, compreendendo os

seus conceitos e as finalidades gerais. Na segunda parte, abordamos as diferenças
entre as sociedades personificadas e as não personificadas, apresentado duas
de suas subdivisões. Já na útlima parte, apresentamos o conceito de sociedades
personificadas, em que foi possível verificarmos a existência de diversas
modalidades de sociedades empresariais que devem ser estudadas uma a uma,
dadas as suas especificidades.

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Referências
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília,
DF: Presidência da República, [2018]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm. Acesso em: 22 out. 2020.

GOMES, F. Manual de Direito Empresarial. 7. ed. rev. e ampl. Salvador: Jus Podivm,
2018.