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AULA 6 DE DIREITO EMPRESARIAL

Sociedade Simples, Sociedade Empresária e Contrato Social

SOCIEDADE SIMPLES
É a sociedade não empresária, que tem por objeto o exercício de profissão intelectual, de
natureza científica, literária ou artística. Sua inscrição é feita no Registro Civil de Pessoas
Jurídicas – RCPJ (art. 1.150, do CC/2002), tendo suas regras previstas na Lei 6.015/1973, a partir
do art. 114.
A sociedade simples tem a opção de se enquadrar – quanto ao faturamento – como
microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP).

SOCIEDADE EMPRESÁRIA

Conceito: Sociedade empresária é a pessoa jurídica de direito privado que busca alcançar seu
objeto social pelos meios empresariais, os quais consistem na organização profissional da
atividade econômica para a produção ou circulação de bens ou serviços.
A personalidade jurídica da sociedade empresária nasce com a inscrição, no registro próprio
(Junta Comercial) e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (art. 985, CC/2002). A partir
deste momento, é possível considerar as sociedades como pessoas jurídicas conforme o inciso
II do art. 44 do CC/2002.

CONTRATO SOCIAL

O contrato social é o instrumento que estabelece as normas fundamentais reguladoras da


sociedade empresarial e da sociedade simples.
No contrato social podemos distinguir elementos gerais, encontrados em todos os contratos, e
elementos específicos, que o caracterizam de modo exclusivo e singular.

Elementos gerais:

Os elementos gerais a todos os contratos, inclusive o contrato social, são:

a) Capacidade das partes: para celebrar o contrato social, as partes devem ter capacidade
jurídica para manifestar a sua vontade. Ou seja, ter 18 anos completos e ter sanidade mental
(saber entender o que está fazendo).
b) Objeto lícito: a vontade dos contratantes e seus objetivos manifestados no contrato devem ser
lícitos, isto é, estar de acordo com as normas jurídicas, a moral e os bons costumes. Os contratos
sociais com objeto ilícito não são arquivados pelas Juntas Comerciais.
c) Forma prescrita ou não proibida por lei: o contrato deve obedecer à forma estabelecida pela
lei ou por esta não proibida.
Elementos específicos:

a) Pluralidade de sócios: o contrato deve envolver o acordo de vontade de duas ou mais


pessoas, isto é, dois ou mais sócios.

Importante: Vamos ver mais adiante que vários tipos societários necessitam de dois ou mais
sócios. Porém, com a Lei de Liberdade Econômica, a sociedade limitada pode ter apenas um
sócio. Assim, o conceito acima é relativo, isto é, existem exceções.

b) Formação do capital social: entende-se por capital social a soma total das contribuições em
bens de cada sócio. O capital social pode ser constituído por contribuição em dinheiro ou outros
bens (móveis ou imóveis). Chamamos de capital nominal o valor patrimonial expresso na soma
declarada no contrato social.

Três momentos do Capital Social:

1º) Subscrição = Promessa. Ou seja, é quando os sócios prometem investir na sociedade. Ex.:
uma sociedade formada por Alberto, Bruna e Carlos. Alberto promete investir R$ 50.000,00,
Bruna promete investir R$ 30.000,00 e Carlos promete investir R$ 20.00,00, totalizando o capital
social da sociedade em R$ 100.000,00.

2º) Realização = Pagamento. Ou seja, é de que forma os sócios irão investir no capital social.
Ex.: Alberto pode investir o valor de R$ 50.000,00 por meio de um imóvel. Para tanto, irá
transferir, no registro de imóveis, o seu imóvel particular para a sociedade. Bruna pode investir o
valor de R$ 30.000,00 em 10 vezes de R$ 3.000,00, cada. E Carlos pode investir o valor de R$
20.000,00, por meio da transferência, junto ao Detran, de sua moto (pelo valor de R$ 10.000,00)
para o capital da sociedade e mais R$ 10.000,00 em 2 vezes de R$ 5.000,00.

3º) Integralização = 100% pago. Ou seja, todo o capital investido pelos sócios está no capital da
sociedade. No exemplo anterior, o capital social estará integralizado quando for paga a última
parcela de R$ 3.000,00, por parte da sócia Bruna.

c) Vontade dos sócios e colaboração: também chamada de affectio societatis. Os sócios que
integram a sociedade devem expressar uma vontade comum de cooperação econômica em torno
dos objetivos estabelecidos no contrato. Ou seja, a sociedade deve estruturar-se com base na
atitude de colaboração entre os sócios, que unem bens ou serviços para obter resultados
comuns.

d) Participação de todos os sócios nos lucros e nas perdas: o contrato social deve assegurar
a todos os sócios certa participação nos lucros e nas perdas decorrentes do exercício da
atividade empresarial. Em regra, cada sócio participará dos lucros e das perdas de acordo com a
sua contribuição para o capital da sociedade.

Cláusulas obrigatórias do contrato social:

As cláusulas obrigatórias do contrato social estão contidas no artigo 997, do CC/2002, conforme
segue:
“Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de
cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a
firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie
de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e
atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto
no instrumento do contrato.”

ATIVIDADE AVALIATIVA:

Redigir, em grupo, um Contrato Social de acordo com as orientações abaixo:

Os estudantes deverão pesquisar e trazer um modelo de Contrato Social para


servir de “BASE” para a elaboração da presente atividade (lembrando que não
poderá haver contratos iguais, ou seja, o modelo deverá sofrer alterações em
algumas de suas cláusulas, de acordo com a elaboração de cada grupo de
estudantes).

O que é o Contrato Social

Quando uma pessoa nasce, é preciso elaborar um documento de identificação em que constem
todos os dados do recém-nascido, certo? Da mesma forma, quando surge uma nova empresa no
mercado, é necessário que seus sócios elaborem o chamado contrato social, ou seja, um
documento oficial em que irão constar todas as informações sobre aquele novo negócio — desde
quem são os sócios até que tipo de atividade será exercida.

Além dos dados básicos sobre a empresa recém-nascida, o contrato social também traz regras
sobre o seu funcionamento, sua administração e o papel de cada sócio dentro da sociedade.
Também por isso, o documento é tão importante: mais do que identificar um determinado
negócio, ele servirá de base para a solução de conflitos, já que define de antemão os direitos e
obrigações de cada um dos envolvidos.

Assim, é importante que o contrato social seja bastante claro e completo. Então, vamos aos
passos para a elaboração do Contrato Social.

1. Primeiro passo: qualificar os sócios

O primeiro passo para elaborar um contrato social é a qualificação dos sócios, isto é, identificar
minuciosamente quem são os participantes daquela sociedade. O preâmbulo (início) do contrato
deve conter dados como: nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se
estes forem pessoas físicas; se forem pessoas jurídicas, o contrato civil deve conter a firma ou a
denominação, nacionalidade e suas sedes.

2. Segundo passo: definir o nome, sede, o tipo de sociedade e o prazo de duração.

Em seguida, é hora de informar o nome, o endereço, o tipo de organização da sociedade e o


prazo de duração da sociedade (prazo determinado ou prazo indeterminado). O nome e o
endereço não exigem maiores explicações; quanto ao tipo societário, são vários pelos quais se
pode optar: sociedade anônima, sociedade em conta de participação, entre outros. No Brasil,
alguns dos tipos mais utilizados são:

Sociedade Limitada - A sociedade limitada é escolha de grande parte dos empresários não só
pela facilidade da sua constituição, mas também porque é uma ótima forma de proteger os
patrimônios pessoais de cada sócio. Isso porque, nesse tipo de sociedade, a responsabilidade de
cada sócio está limitada ao valor de suas quotas — assim, caso a sociedade não consiga arcar
com suas dívidas, os sócios só poderão ser acionados até o valor da sua participação no negócio.

Sociedade Anônima - Na sociedade anônima não há sócios propriamente ditos, mas, sim,
acionistas. Como as ações são negociadas no mercado, praticamente qualquer pessoa pode se
tonar acionista de uma sociedade anônima. As responsabilidades dos acionistas pelas dívidas da
sociedade também são limitadas ao valor de suas ações.

Pesquise bem sobre as suas opções de tipo societário e confirme qual a mais adequada para o
seu negócio.

3. Terceiro passo: informe o objeto da empresa

O próximo passo será definir o nome da sua sociedade e especificar o objeto da sua atividade.
Isso significa que você deverá informar quais são os produtos ou serviços que o seu negócio irá
oferecer no mercado. Para isso, você pode consultar a Classificação Nacional de Atividades
Econômicas – CNAE, um instrumento criado pelo Governo para padronizar as classificações de
atividades econômicas.

Esse é um tópico que exige extrema atenção, já que o seu negócio só poderá emitir notas fiscais
relativas ao tipo de serviço informado. Além disso, a cobrança de tributos é feita com base nessa
classificação (os tributos são diferentes para cada tipo de atividade), e caso você não passe a
informação corretamente, poderá até mesmo sofrer penalidades da Receita Federal.

4. Quarto passo: especifique o capital social e a participação dos sócios

Agora, é hora de informar o capital social (ou seja, o montante investido no negócio), o valor das
quotas e sua divisão entre os sócios. Essa divisão geralmente é feita com base no que cada sócio
investiu: se um deles investiu mais, terá mais quotas; quem investiu menos, terá menos quotas.
Vejamos um exemplo: em uma sociedade com dois sócios, um deles investiu R$ 70.000,00 e o
outro, R$ 30.000,00. Assim, o capital social dessa empresa será de R$ 100.000,00. Se eles
estabelecerem que cada quota tem o valor de R$ 1.000,00, o primeiro sócio terá 70 quotas e o
segundo, 30.

Também é importante: indicar o responsável pela administração da sociedade: se serão todos


os sócios, apenas um deles ou um terceiro contratado.

5. Quinto passo: defina o pró-labore e a participação nos lucros

No contrato social, outra cláusula a ser incluída é aquela que define o pró-labore — a
remuneração oferecida ao administrador da sociedade — e a divisão de lucro entre os sócios.
Você pode informar, por exemplo, a periodicidade (geralmente, são divididos anualmente, mas
nada impede que você estabeleça uma distribuição mensal na sua empresa, por exemplo) e a
proporção em que os lucros serão distribuídos. Também é possível a criação de um fundo de
reserva para a empresa, para o qual parte dos lucros será redirecionado.

6. Sexto passo: crie regras para as deliberações

Por fim, é indispensável criar regras para as deliberações importantes da sociedade, como a
entrada de novos sócios, retirada dos antigos e tomada de empréstimos. Todas as questões de
relevância e que causem impactos no negócio devem ser submetidas a votações dos sócios e as
regras dessas votações deverão estar bem claras no contrato social, para evitar problemas no
futuro.

Nesse ponto, é importante definir, por exemplo, quantos sócios devem estar presentes para ser
iniciada a votação e o quórum para a aprovação de medidas.

Importante: Não esquecer as cláusulas obrigatórias, contidas no artigo 997 do CC/2002:


(Percebam que essas cláusulas já estão no modelo de contrato social obtido por vocês).

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