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Susana Gonçalves
Curso Técnico Superior Profissional
em Assessoria e Comunicação Empresarial
Ano letivo 2023/2024
2 Conteúdos Programáticos – 4.ª Sessão
A Lei coloca ao dispor dos agentes económicos quatro modelos diferentes de sociedades
comerciais:
Sociedade anónima
Entende-se por dinheiro a expressão pecuniária do valor dos bens e serviços transacionáveis no mercado, ou seja, a
moeda circulante. Dentro deste conceito devem ser consideradas notas, moedas e cheques.
As entradas em espécie são aquelas que forem em bens diferentes de dinheiro. Constituem exemplos de
RESPONSABILIDADE ILIMITADA
Nas sociedades de responsabilidade ilimitada, os respetivos sócios respondem pelas dívidas da sociedade de
forma pessoal, ilimitada, subsidiária em relação à sociedade e solidária com todos os outros sócios (Exemplo:
sociedade em nome coletivo)
No Casos das Sociedades em comandita constituem, nesta matéria, tipos híbridos ou mistos, uma vez que têm
sócios de responsabilidade ilimitada e sócios de responsabilidade limitada.
11 PARTICIPAÇÕES SOCIAIS
Quotas
Nas Sociedades por Quotas, as participações sociais dos sócios designam-se quotas. Na constituição da
sociedade, a cada sócio fica a pertencer uma quota, cujo valor nominal corresponde, em princípio, ao valor da
sua entrada em dinheiro e/ou em espécie.
Ações
Nas Sociedades anónimas, as participações sociais dos acionistas designam-se ações ou ação. Normalmente,
cada acionista tem várias ações; contudo, nada obsta a que, em abstrato, um acionista tenha apenas uma
única ação.
Partes
Na Sociedade em nome coletivo e sociedade em comandita simples, as participações sociais designam-se
partes ou partes sociais.
No caso das Sociedade em comandita por ações, as participações sociais podem designar-se por partes ou partes sociais
12 PACTO SOCIAL
Em sentido amplo, pacto social ou estatutos surge como sinónimo de contrato de sociedade.
É um documento escrito que prevê um conjunto de cláusulas, menções e elementos obrigatórios e,
eventualmente, elementos facultativos, cujo objetivo é regulamentar alguns aspetos relativos à
organização e funcionamento da sociedade.
A criação de uma empresa, tem em conta vários aspetos que vão desde a análise da situação
e perspetivas de evolução do mercado com vista a avaliar o espaço, à oportunidade do
negócio, à capacidade de investimento e à sustentabilidade financeira da empresa.
Os Sócios devem já ter depositado o valor do capital social ou apresentar um compromisso que
como vão deposita-lo posteriormente;
Faz-se através do Sítio da Internet disponibilizado pelo Instituto dos Registos e do Notariado –
https://eportugal.gov.pt/espaco-empresa/empresa-online
Quanto ao pacto social, podem optar por o modelo já aprovado ou apresentar um pacto por
si elaborado que fica depois sujeito a aprovação;
O registo da sociedade é realizado imediatamente ou no prazo de dois dias úteis caso optem
por um pacto elaborado por si que tem de ser validado;
Exemplo: Custo do pedido standard (não urgente) - Com um modelo de pacto social pré-
aprovado – 220,00€ ou com pacto social elaborado pelos criadores da empresa – 360,00€
18 PROCESSO TRADICIONAL
1.º Passo – Certificado de admissibilidade de firma: o pedido tem de ser assinado pelo
requerente que deve ser um dos futuros sócios ou seu representante legal. Pode ser realizado
online, presencialmente ou enviado por email através de um formulário próprio. O certificado
de admissibilidade de firma é válido por 3 meses a contar da data de emissão.
2.º Passo – Capital Social: as entradas em dinheiro deverão ser depositadas em conta bancária
aberta em nome da sociedade a constituir. As entradas em bens diferentes de dinheiro estão
sujeitas a uma avaliação por um revisor oficial de contas.
5.º Passo – Declaração de Início de Atividade - Finanças: A sociedade deverá ser registada
para efeitos fiscais através da submissão da declaração de início de atividade e da entrega da
certidão de registo comercial junto da Autoridade Tributária.
20 PROCESSO TRADICIONAL
a) Capital Social
b) Obrigação De Entrada
d) Estrutura Orgânica
e) Tipos De Responsabilidade
f) Participações Sociais
g) Pacto Social
a) Executiva
b) Deliberativa
c) Controlo
a) Executivo
b) Deliberativo
c) Controlo
7) A gerência é um órgão:
a) Executivo
b) Deliberativo
c) Controlo
24 8) O pacto Social é um documento escrito elaborado para regular os aspetos fundamentais
9) O pacto Social de uma empresa não tinha nada previsto sobre a cessão de quotas. Um
sócio pretende ceder a sua quota à sua esposa, mas um dos sócios não consentiu. Qual a
opção correta?
a) Teria de existir consentimento por parte dos sócios para a esposa assumir a quota do marido;
a) Nesta modalidade apenas podem criar Sociedades por Quotas ou Sociedades Anónimas;
c) Podem optar por escolher uma das firmas pré-aprovadas ou levar consigo um certificado de
admissibilidade de uma firma que tenham escolhido;
d) Solicitaram a um advogado que elaborasse o pacto social e é esse documento que vão entregar;
b) A constituição faz-se através do endereço eletrónico disponibilizado pelo Instituto dos Registos e
do Notariado;
d) Podem optar por um pacto social de modelo já aprovado ou apresentar um pacto social que fica
sujeito a aprovação;
SOCIEDADES POR
QUOTAS
29 Sociedade por quotas
As Sociedades por quotas podem ter substrato individual – caso em que o respetivo capital é
totalmente detido por um único sócio – designando-se como SOCIEDADES UNIPESSOAIS POR
QUOTAS ou ser participadas por dois ou mais sócios e aí designadas SOCIEDADES PLURIPESSOAIS
POR QUOTAS.
Apesar de o Código das Sociedades Comerciais consagrar algumas regras especificas para as
sociedades unipessoais por quotas, as normas que regulam as sociedades por quotas pluripessoais
30 1. FIRMA
A firma das sociedades por quotas deve ser constituída por uma das seguintes formas:
a) Com ou sem sigla, pelo nome ou firma de todos, algum ou alguns dos sócios;
b) Por uma denominação particular;
c) Pela reunião de ambos os elementos;
os bens que integram o património da sociedade por quotas respondem apenas pelas dívidas
desta (não respondem, por isso, nomeadamente pelas dívidas dos respetivos sócios);
é um tipo societário de responsabilidade limitada, pelo que os respetivos sócios não
respondem, via de regra, pelas dívidas da sociedade. Pelas dívidas da sociedade responde, em
princípio, apenas o património da sociedade;
em caso de incumprimento de dívidas por parte da sociedade, os credores da sociedade não
poderão, em princípio, intentar ações de cobrança coerciva contra os sócios da sociedade
devedora para a cobrança dos valores em falta.
33 2. Responsabilidade dos Sócios
Sociedade por quotas (pluripessoais)
Em relação à Responsabilidade dos sócios perante a sociedade:
Os sócios das sociedades por quotas não respondem perante os credores da sociedade, mas respondem
perante a própria sociedade em relação à obrigação de entrada a que individualmente se vincularam;
Por outro lado, os sócios são responsáveis perante a sociedade, solidariamente (responsabilidade
solidária) com os outros sócios, pela integração ou pagamento das entradas em dinheiro de todos os
respetivos consócios, que tenham sido convencionadas no pacto social da sociedade
Os únicos riscos para cada sócio caso a sociedade venha a ser liquidada são, em princípio, os de perder,
total ou parcialmente, o dinheiro ou bens diferentes de dinheiro que investiu com a aquisição da respetiva
quota ou quotas e, eventualmente, ficar responsável pela integração do capital social.
34 2. Responsabilidade dos Sócios
Sociedade por quotas (unipessoal)
A sociedade unipessoal por quotas é um tipo de sociedade comercial criada por um único
sócio, pessoa singular ou pessoa coletiva, titular de uma só quota (artigo 270.º A do CSC).
Vigora atualmente para as sociedades por quotas a chamada regra do “capital social livre” nos termos da
qual o valor do capital social pode ser livremente fixado pelos sócios, com a restrição de que, em
qualquer caso, o valor nominal de cada quota não pode ser inferior a 1,00€ (artigos 201.º e 219.º n.º 3
do CSC).
Assim, o capital social mínimo da sociedade por quotas corresponde ao número de sócios multiplicado
por 1,00€:
se a sociedade for unipessoal – 1 sócio – o capital social mínimo será de 1,00€;
se a sociedade for pluripessoal e tiver dois sócios, o capital social mínimo será de 2,00€;
se a sociedade for pluripessoal e tiver três sócios, o capital social mínimo será de 3,00€;
e assim sucessivamente.
36 4. Entradas
Nas sociedades por quotas não são admitidas contribuições de indústria (artigo 202.º n.º 1
do CSC). Entende-se por contribuição de indústria contribuição com uma determinada
atividade, trabalho ou serviços que o sócio se obriga a realizar em benefício da sociedade
comercial como contrapartida pela participação social que adquire.
Os sócios devem declarar no ato constitutivo, sob sua responsabilidade, que já procederam à
entrega do valor das suas entradas ou que se comprometem a entregar, até ao final do
primeiro exercício económico, as respetivas entradas nos cofres da sociedade (artigo 202.º n.º
4 do CSC).
37 5. Número mínimo de sócios
A sociedade por quotas pluripessoais, pode ser constituída com dois ou mais sócios, sendo
por isso o número mínimo admissível de dois sócios (artigo 7.º n.º 2 do CSC).
A sociedade unipessoal por quotas só pode ser constituída por um sócio, que é o sócio
único (artigo. 270.º-A do CSC).
38 6. Participações sociais – quotas
As quotas são as participações sociais dos sócios nas sociedades por quotas, cujo valor nominal
é representativo de uma fração (ou da totalidade) do capital social da sociedade.
Como já vimos, as quotas têm um determinado valor nominal, que não pode ser inferior a
1,00€. A soma dos valores nominais de todas as quotas na sociedade corresponde à cifra do
respetivo capital social.
Ora, o confronto do valor nominal da quota de cada sócio com a cifra do capital social da
sociedade permite apurar a proporção ou percentagem do valor nominal da quota de cada
sócio no capital social da sociedade (o peso relativo do sócio no capital social ou a posição
relativa do sócio na sociedade).
Por exemplo, numa sociedade por quotas com um capital social de 5.000,00€, com dois sócios, cada um com uma quota com
um valor nominal de 2.500,00€, cada um dos sócios tem uma quota representativa de 50% do capital social da sociedade.
39 6. Participações sociais – quotas
O peso relativo do sócio no capital social determina a medida, maior ou menor, dos seus
direitos e deveres, em especial, lucros/perdas e voto:
direito ao lucro e dever de quinhoar nas perdas: Via de regra, os sócios participam nos lucros
e nas perdas da sociedade de acordo com a proporção dos valores nominais das respetivas
quotas no capital social (artigo 22.º n.º 1 do CSC);
A transmissão entre vivos por ato voluntário designa-se cessão. Salvo cláusula constante do
pacto social da sociedade em sentido diverso, a cessão de quotas carece do consentimento da
sociedade para produzir efeitos. O consentimento da sociedade é prestado através de
deliberação dos sócios em Assembleia Geral regularmente convocada ou através de qualquer
outra forma de deliberação (artigo 228.º n.º 2 do CSC).
A “assembleia geral” também designa a reunião dos sócios (presença no mesmo local e ao mesmo
tempo) para deliberar sobre determinados assuntos, que pode ser: Assembleia geral regularmente
convocada ou uma Assembleia geral universal.
Para além destas duas formas de deliberação, os sócios das sociedades por quotas podem ainda
deliberar através de deliberações unânimes por escrito e de deliberações por voto escrito (artigos
247.º e 54.º do CSC).
A presidência de cada assembleia geral pertence ao sócio nela presente que possuir ou representar
maior fração de capital social, preferindo-se, em igualdade de circunstâncias, o mais velho (artigo
248.º, n.º 4 do CSC).
42 7. Órgãos sociais
O sócio único exerce as funções da Assembleia Geral:Sociedade por quotas (unipessoal)
Na sociedade unipessoal por quotas a Lei determina que o sócio único exerce as competências
da assembleia geral, podendo nomeadamente, nomear gerentes.
Os gerentes podem ser sócios ou não sócios, mas devem ser sempre pessoas singulares com
capacidade jurídica plena (artigo 252.º, n.º 1 do CSC).
Contudo o mais comum é que sejam gerentes alguns ou todos os sócios. Os gerentes são
designados no contrato de sociedade ou eleitos posteriormente por deliberação dos sócios, se
não estiver prevista no contrato outra forma de designação (artigo 252.º n.º 1 e 2 do CSC).
44 7. Órgãos sociais
Gerência – órgão de administração e representação - Sociedade por quotas (unipessoal)
O sócio único pode ser gerente (sócio-gerente) mas também podem ser gerentes sujeitos não-
sócios. Os gerentes devem ser pessoas singulares com capacidade jurídica plena (artigo 252.º
aplicável por força do artigo 270.º-G do CSC).
Em certos casos, a sociedade pode ser obrigada a adotar fiscalização, recorrendo a um revisor
oficial de contas se durante dois exercícios consecutivos ultrapassar dois de três índices previstos
no artigo 262.º n.º 2 do CSC:
Total do balanço: 1 500 000,00€;
Total das vendas líquidas e outros proveitos: 3 000 000,00€;
Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício: 50.
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