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CONTABILIDADE DAS

SOCIEDADES

Docentes: Jorge Mota


Kátia Lemos
Cursos: Contabilidade Empresarial - 2.º Ano
Contabilidade Nocturno - 3.º Ano
Fiscalidade - 4.º Ano
Fiscalidade (Nocturno) - 5.º Ano
SOCIEDADES

Sociedades
Sociedades comerciais
CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

CÓDIGO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS


 PARTE GERAL - do artigo 1.º ao artigo 174.º - regula
aquilo que é genérico a todas as sociedades comerciais
 SOCIEDADES EM NOME COLECTIVO - do artigo 175.º
ao artigo 196.º
 SOCIEDADES POR QUOTAS - do artigo 197.º ao artigo
270º-G;
 SOCIEDADES ANÓNIMAS - do artigo 271.º ao artigo
464.º
 SOCIEDADES EM COMANDITA - do artigo 465.º ao
artigo 480.º
 GRUPOS DE SOCIEDADES E SOCIEDADES COLIGADAS -
do artigo 481.º ao artigo 508-E.º
 DISPOSIÇÕES PENAIS - do artigo 509.º ao artigo 529.º -
em que se definem os crimes e contra-ordenações
previstos no âmbito deste código

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES
Artigo 980.º do Código Comercial
“Contrato de sociedade é aquele em que duas ou mais
pessoas se obrigam a contribuir com bens ou serviços
para o exercício em comum de certa actividade
económica, que não seja de mera fruição, a fim de
repartirem os lucros resultantes dessa actividade.”

REQUISITOS A QUE DEVEM OBEDECER AS


SOCIEDADES
 Pluralidade de sócios
 Obrigação de contribuir com bens e serviços
 Exercício em comum de uma actividade económica
 Fim lucrativo

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES COMERCIAIS
Artigo 1.º do CSC
“2. São sociedades comerciais aquelas que tenham por
objecto a prática de actos de comércio e adoptem o
tipo de sociedade em nome colectivo, de sociedade por
quotas, de sociedade anónima, de sociedade em
comandita simples ou de sociedade em comandita por
acções.”
TIPOS DE SOCIEDADES COMERCIAIS
 Sociedade em nome colectivo
 Sociedade em comandita - simples
- por acções
 Sociedade anónima
 Sociedade por quotas

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

CONTRATO SOCIAL
Ou pacto social, ou estatutos - é o conjunto de
disposições, umas absolutamente necessárias outras
facultativas, sobre as quais os sócios devem estabelecer
acordo e que identificam, constituem e regem a vida da
sociedade

Artigo 7.º - O contrato social deverá ser celebrado por


escritura pública

A sociedade só adquire completa personalidade jurídica,


produzindo todos os efeitos característicos do tipo de
sociedade escolhido, após o registo da sociedade

Sociedade irregular - artigos 36.º e seguintes

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

CONTRATO DE SOCIEDADE
Artigo 9.º CSC - devem constar do contrato de sociedade
 os nomes ou firmas de todos os sócios fundadores e outros
dados de identificação destes
 o tipo de sociedade
 a firma da sociedade
 a sede da sociedade
 o capital social
 a quota social e a natureza da entrada de cada sócio, bem
como os pagamentos efectuados por conta de cada quota
 consistindo a entrada em bens diferentes de dinheiro, a
descrição e a especificação dos respectivos valores
 a data de encerramento das contas quando o exercício anual
for diferente do ano civil

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

OBRIGAÇÕES DOS SÓCIOS


OBRIGAÇÕES IMPERATIVAS - Artigo 20.º
 entrar para a sociedade com bens susceptíveis de
penhora, ou, nos tipos de sociedade em que tal seja
permitido, com indústria
 quinhoar nas perdas, salvo disposto quanto a sócios de
indústria
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
 Obrigações acessórias - artigos 209.º e 287.º
 Prestar suprimentos - artigos 243.º e seguintes
 Prestações suplementares - artigos 210.º e seguintes
 Poder responsabilizar-se, independentemente do regime
geral, por parte das dívidas da sociedade, subsidiária ou
solidariamente

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

DIREITOS DOS SÓCIOS


Artigo 21.º CSC

 Quinhoar nos lucros

 Participar nas deliberações de sócios, sem prejuízo das


restrições previstas na lei

 Obter informações sobre a vida da sociedade, nos


termos da lei e do contrato

 Ser designado para os órgãos de administração e de


fiscalização nos termos da lei e do contrato

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES EM NOME COLECTIVO


 A responsabilidade é ilimitada e solidária e os bens dos
associados servem de garantia às obrigações da
sociedade só possível entre pessoas com parentesco
ou grande amizade e em que todos os sócios
desempenhem funções de gerência
 Os sócios só respondem depois de o credor não
conseguir satisfação da sociedade - carácter subsidiário
 Entre os sócios a responsabilidade é solidária - o credor
pode exigir de qualquer sócio a totalidade da dívida. O
sócio que pagar a totalidade ou mais que a sua
proporção no capital, tem direito de regresso em
relação aos outros sócios, isto é, pode exigir deles o que
pagou a mais e que a estes correspondia

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES EM NOME COLECTIVO


 SÓCIOS DE INDÚSTRIA - são admitidos neste tipo de
sociedade sócios que não entram com capital para a
sociedade, mas sim com trabalho
 No limite, todos os sócios podem ser de indústria e por
esse facto a sociedade não possuir capital
 Por outro lado, um sócio de indústria poderá responder
pelas dívidas sociais, e, neste caso, embora não entre
com capital, é-lhe atribuída, para este efeito, uma
participação social

 As sociedades em nome colectivo adoptam, sempre, na


sua firma o nome de pelo menos um sócio e o
aditamento de “e Companhia”

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES EM COMANDITA

SÓCIOS GERENTES - apenas dispõem da sua indústria -


trabalho

SÓCIOS COMANDITÁRIOS - contribuem com o capital;


não interferem na gestão

A falta de popularidade destas sociedades resulta do facto


de o sócio comanditário poder ter dificuldades
resultantes da gestão incorrecta dos sócios gerentes

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES POR QUOTAS


 Capital: no mínimo € 5.000,00 e dividido em quotas, que
podem ser de valor desigual, mas nunca inferiores a € 100,00;
 Os sócios deliberam em Assembleia Geral sobre:
– chamada e restituição de prestações suplementares
– amortização de quotas
– aquisição, alienação e oneração de quotas próprias
– divisão ou cessão de quotas
– exclusão de sócios
– destituição de gerentes e de membros do órgão de fiscalização
– aprovação do relatório de gestão e das contas do exercício
– atribuição dos lucros e tratamento dos prejuízos
– alteração do contrato de sociedade
– fusão, cisão, transformação e dissolução da sociedade
– regresso da sociedade dissolvida à actividade

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES POR QUOTAS


 Haverá pelo menos uma Assembleia Geral anual que
deve reunir no 1.º trimestre de cada ano civil para
proceder à aprovação das contas e do relatório de
gestão, assim como à aplicação dos resultados e à
apreciação geral da administração levada a cabo e sua
fiscalização
 Poderão ter ou não conselho fiscal, de acordo com o
estipulado no contrato da sociedade
 Se não tiverem conselho fiscal, devem designar um
ROC, desde que, durante dois anos consecutivos, sejam
ultrapassados dois dos três limites seguintes:
– total de Balanço - € 1.500.000,00
– total das vendas líquidas e outros proveitos - €
3.000.000,00
– número médio de trabalhadores - 50

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES UNIPESSOAIS POR QUOTAS

 Constituída por um único sócio (pessoa singular ou


colectiva), único titular do capital social
 A sua responsabilidade é limitada à realização desse
mesmo capital
 Constitui-se mediante escritura pública e a sua firma
deverá conter a expressão “sociedade unipessoal” ou a
palavra “unipessoal”, seguida da palavra “Limitada” ou
da abreviatura “Lda.”
 O capital social mínimo exigido é de € 5.000,00
 A este tipo de sociedades aplicam-se as regras das
sociedades por quotas, não sendo aplicáveis as normas
que pressupõem a pluralidade de sócios

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES ANÓNIMAS
CARACTERÍSTICAS
 O capital é dividido em acções e cada sócio limita a sua
responsabilidade ao valor das acções que subscreveu
 o número de accionistas não pode ser inferior a 5
 todas as acções têm o mesmo valor nominal, não
inferior a € 0,01
 capital mínimo: € 50.000,00
 Cada quota-parte do capital corresponde a um título
que a concretiza, podendo haver títulos de 5, 10 ou
mais acções nominativas ou ao portador
 A maioria dos accionistas não têm influência directa na
condução dos negócios sociais

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES ANÓNIMAS
CARACTERÍSTICAS DIFERENCIADORAS
 Maior número de sócios
 Elevada importância do capital
 Reduzido e igual valor das partes sociais (acções)
 Representação das partes sociais por títulos (acções)
 Extrema negociabilidade das acções
 Responsabilidade limitada de todos os sócios
 Mais completa separação entre a propriedade e a gestão
 Mais severa fiscalização exterior e interior
 Maior independência em relação às pessoas dos sócios
 Feição mais impessoal

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES ANÓNIMAS
ÓRGÃOS SOCIAIS
 ESTRUTURA MONISTA DE ADMINISTRAÇÃO E
FISCALIZAÇÃO
– Assembleia Geral
– Conselho de Administração
– Conselho Fiscal

 ESTRUTURA DUALISTA DE ADMINISTRAÇÃO


EFISCALIZAÇÃO
– Assembleia Geral
– Direcção
– Conselho Geral
– Revisor Oficial de Contas

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES ANÓNIMAS
ASSEMBLEIA GERAL
 A Assembleia dos accionistas é o órgão soberano da
empresa
 A mesa da Assembleia Geral é constituída, pelo menos,
por um presidente e um secretário
 A convocação das Assembleias Gerais é feita através de
anúncios publicados no Diário da República e num jornal
da localidade da sede da sociedade, com pelo menos um
mês de antecedência
 Devem estar presentes nas Assembleias Gerais de
accionistas os administradores ou directores, os membros
do Conselho Fiscal ou do Conselho Geral e, na assembleia
anual, os revisores que tenham examinado as contas
 A Assembleia Geral delibera por maioria de votos

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES ANÓNIMAS
ESTRUTURA MONISTA - CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

 Compete-lhe gerir as actividades da sociedade,


subordinando-se às deliberações da Assembleia Geral e do
Conselho Fiscal nos casos em que a lei ou o contrato da
sociedade o determinem
 É composto por um número ímpar de membros fixado no
contrato da sociedade. Pode ser designado no contrato da
sociedade ou eleito pela Assembleia Geral, por um período,
fixado no contrato da sociedade, não superior a 4 anos
 A responsabilidade de cada administrador deve ser
caucionada, nos 30 dias seguintes à sua designação, por uma
importância fixada no contrato da sociedade, nunca inferior
a € 5.000,00. Respondem para com a sociedade e para com
os credores por actos e omissões praticados salvo se
provarem que procederam sem culpa
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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES ANÓNIMAS
ESTRUTURA MONISTA - CONSELHO FISCAL
 Compete-lhe, essencialmente, acompanhar, vigiar e apreciar
a actuação dos gerentes (fiscalização administrativa) e
proceder a frequentes exames e verificações da escrita da
sociedade (fiscalização contabilística). Fazem a verificação
formal e material da contabilidade, emitindo pareceres, que,
conforme os casos, podem ser “sem reservas” e “com
reservas”
 É composto por 3 a 5 membros, ou um fiscal único
 É eleito pela Assembleia Geral, pelo período estabelecido no
contrato da sociedade, mas não superior a 4 anos
 Reúne pelo menos todos os trimestres e as deliberações são
tomadas por maioria
 Os membros deste Conselho respondem para com a
sociedade, os accionistas e os credores

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES ANÓNIMAS
ESTRUTURA DUALISTA - DIRECÇÃO
 Compete-lhe gerir as actividades da sociedade, sem prejuízo,
eventualmente, do prévio consentimento do Conselho Geral,
para levar a cabo determinados actos de gestão;
 Deve comunicar ao Conselho Geral:
– a política de gestão que tenciona seguir
– trimestralmente, o curso dos negócios e a situação da
sociedade
– na época determinada pela lei, o relatório completo da
gestão, relativo ao ano anterior
– qualquer negócio com excepcional significado para a
rendibilidade ou liquidez da sociedade, ou qualquer situação
anormal
 É composta por um número ímpar de directores (no máximo
5) designados no contrato da sociedade ou pelo Conselho
Geral
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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES ANÓNIMAS
ESTRUTURA DUALISTA - CONSELHO GERAL

 Compete-lhe:
– nomear e destituir os directores
– designar o director presidente e destituí-lo
– representar a sociedade nas relações com os
directores
– exercer as funções inerentes ao Conselho Fiscal
 É composto por um número ímpar de membros, sempre
superior ao número de directores e não superior a 15
 Os seus membros devem ser accionistas, detentores de
um número de acções não inferior ao necessário para
conferir um voto na Assembleia Geral

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES ANÓNIMAS
ESTRUTURA DUALISTA - REVISOR OFICIAL DE
CONTAS

 Nas sociedades com estrutura dualista de


administração e fiscalização, a Assembleia Geral
deve designar um Revisor Oficial de Contas ou
uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas
para proceder ao exame das contas da sociedade

 O Revisor Oficial de Contas tem os poderes e


deveres atribuídos pela lei ao Conselho Fiscal e aos
seus membros

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

SOCIEDADES ANÓNIMAS
VANTAGENS:
 a divisão dos riscos entre um grande número de pessoas
 a limitação do número de acções e o seu reduzido valor
que as torna acessíveis a bolsas mais modestas
 a possibilidade de acumulação de importantes capitais
e, consequentemente, a possibilidade de se formarem
grandes empresas

INCONVENIENTES:
 é sempre possível que o valor das acções esteja
sobrevalorizado, o que se pode traduzir por ilusórias
cotações na Bolsa e manobras bolsistas destinadas a
enganar os menos precavidos

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CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES

VANTAGENS DAS SOCIEDADES POR QUOTAS EM


RELAÇÃO ÀS SOCIEDADES ANÓNIMAS
 Simplicidade e economia da estrutura e funcionamento:
– não necessitam de Conselho Fiscal e, consequentemente,
de revisão oficial de contas, caso não ultrapassem
determinada dimensão
– podem ser administradas por um só gerente
– rapidez de convocação de Assembleias Gerais
– possibilidade de deliberação por voto escrito
 Não sujeição à obrigatoriedade de:
– publicação e envio de elementos ao INE (?)
– publicação no Boletim Oficial de Cotações da data a partir
da qual os dividendos são colocados à disposição dos
accionistas, aumentos e reduções de capital
– exame à escrita e publicação dos elementos dela
resultantes

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