Você está na página 1de 10

Índice

Introdução.............................................................................................................................................2
Contextualização..............................................................................................................................2
Objectivos.............................................................................................................................................2
Geral..................................................................................................................................................2
Específicos.........................................................................................................................................2
METODOLOGIA............................................................................................................................2
REVISÃO DA LITERATURA............................................................................................................3
Noção de Sociedade..........................................................................................................................3
Tipos de Sociedade Empresarial.....................................................................................................3
Os elementos essenciais do conceito de sociedade..............................................................................3
Elemento pessoal..............................................................................................................................3
Elemento patrimonial.......................................................................................................................4
Elemento finalístico ou objeto..........................................................................................................4
Caracterização dos tipos de sociedades comerciais............................................................................4
Responsabilidade assumida pelos sócios.............................................................................................4
Estrutura organizatória dos tipos societários.....................................................................................6
Administração e fiscalização............................................................................................................6
Alteração da administração.................................................................................................................8
Direitos e obrigações dos administradores.....................................................................................8
Fiscalização dos sócios......................................................................................................................8
Uso das coisas sociais........................................................................................................................8
Conclusão..............................................................................................................................................9
Referência Bibliográfica....................................................................................................................10

1
Introdução
Contextualização
A administração de sociedades comerciais é um campo jurídico essencial que aborda a gestão
e operação de entidades empresariais. Este domínio envolve a aplicação de princípios legais e
regulatórios relacionados à estruturação, operação e gestão das empresas.

Os administradores de sociedades comerciais são encarregados de gerir os negócios da


empresa em conformidade com as disposições legais, regulamentos comerciais e outras
normas legais pertinentes. Suas responsabilidades incluem a supervisão das atividades
comerciais, a tomada de decisões estratégicas, a garantia da conformidade com as obrigações
legais e regulatórias, bem como a proteção dos interesses dos acionistas e outras partes
interessadas.

Além disso, a administração de sociedades comerciais requer uma compreensão abrangente


do direito comercial, incluindo questões relacionadas à responsabilidade dos administradores,
estrutura de governança corporativa, fusões e aquisições, contratos comerciais, propriedade
intelectual e resolução de litígios empresariais.

Objectivos
Geral
Falar das sociedades, e da administração das sociedades.
Específicos
 Desenvolver sobre a administração das sociedades
 Descrever a estrutura organizatória dos tipos societários
METODOLOGIA
Segundo (Gil, 2006, p. 26), metodologia é o caminho para se chegar a um determinado fim. É
um método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicas adoptadas
para se atingir o conhecimento.
No entanto, como metodologia para a elaboração deste trabalho tomou-se como base o
método de pesquisa bibliográfica através do qual se faz a consulta de obras literárias que
abordam o tema.

2
REVISÃO DA LITERATURA
Noção de Sociedade
A sociedade empresarial é aquela em que uma ou mais pessoas se constituem e se obrigam a
contribuir com dinheiro, bens ou serviços, para o exercício da atividade empresarial e a
partilha, entre si, dos resultados. Segundo o artigo 66º do código comercial conjugado com o
artigo 980º da lei civil.
Tipos de Sociedade Empresarial
De acordo com o disposto no art. 67º da lei comercial, as sociedades empresariais adotam – se
quando tenham por objeto a prática de atos de comércio e adotem o tipo de sociedade em
nome coletivo, de sociedade por quotas, de sociedade anónima, de sociedade em comandita
simples ou de sociedade em comandita por ações.
Esta norma expressa os requisitos para que uma sociedade seja qualificada como comercial
(requisitos de comercialidade), omitindo qualquer noção de sociedade.
O conceito jurídico de sociedade tem variado ao longo do tempo e dos países.
Durante muito tempo, a sociedade foi regulada enquanto contrato e essa referência ainda
subsiste no Código Civil [CC], cujo art.980.º preceitua: “Sociedade é o contrato pelo qual
duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício em
comum de certa atividade económica que não seja de mera fruição, a fim de repartirem os
lucros resultantes dessa atividade.
Não obstante o Código Comercial [C.Com] regula e aplica-se às sociedades comerciais
(alínea a) e b), art. 1º).

Os elementos essenciais do conceito de sociedade


Os elementos essenciais da noção de sociedade resultante do art. 980.º CC são:
 A intervenção de duas ou mais pessoas como partes do negócio;
 A obrigação de contribuir com bens ou serviços;
 O propósito de exercício em comum de uma certa atividade que não seja de mera
fruição e
 De obtenção, por esta forma, de lucro com vista à sua distribuição pelos sócios,
ficando estes todavia também sujeitos a perdas.
Elemento pessoal
Desde logo, no que respeita à exigência de um agrupamento de pessoas de base voluntária
(arts. 980.º C. Civil) há que atender à admissibilidade, em determinados casos, de sociedades
unipessoais e à constituição de sociedades comerciais através de atos não negociais.
 A sociedade empresarial adquire personalidade jurídica, distinta do seu sócio ou
acionista, a partir do registo de sua constituição junto da entidade competente para o
efeito. Art. 70º C. Comercial.

3
Elemento patrimonial
A sociedade supõe a existência de um fundo patrimonial próprio (arts. 980.º, 983.º, n.º1 cc),
constituído, pelo menos, pelos direitos correspondentes às obrigações de “contribuir com bens
e serviços” às quais os sócios se vincularam.
Elemento finalístico ou objeto
O fim imediato (objeto) da sociedade consiste no exercício em comum de uma certa atividade
económica que não é de mera fruição (art.980.ºCC).
As sociedades têm por objeto o exercício de atividades económicas, atividades de produção
de qualquer setor da economia de bens ou serviços que impliquem o uso e a troca de bens.
Ficam excluídas do objeto das sociedades o exercício de atividades de caráter ideal
(recreativas, desportivas, culturais, políticas e religiosas, entre outras), normalmente reservado
às associações26. Todavia, nada impede que seja constituída uma sociedade para explorar
“aspetos ou dimensões económicas” dessas atividades “quando a prestação dos respetivos
serviços acarrete o uso e a troca de bens (materiais ou imateriais)”.

Caracterização dos tipos de sociedades comerciais


O C.Com prevê taxativamente quatro tipos de sociedades comerciais:
 Sociedades em nome coletivo;
 Sociedades por quotas;
 Sociedades anónimas;
 Sociedades em comandita (simples e por ações);
Como o referido, as partes mantêm uma certa liberdade na conformação do tipo societário que
adotaram
Para a identificação e diferenciação de cada um dos tipos societários assume particular
importância:
 A responsabilidade assumida pelos sócios;
 O regime da transmissão das participações sociais e
 A estrutura organizatória da sociedade.
Atendendo ao facto de os tipos societários mais utilizados em Moçambique serem as
sociedades por quotas e as sociedades anónima nesse estudo deter-se-á sobre esses de forma
mais detalhada.

Responsabilidade assumida pelos sócios


A responsabilidade assumida pelos sócios é analisada em duas vertentes. Assim, refere-se a
responsabilidade dos sócios perante a sociedade por um lado e, por outro, a eventual
responsabilidade dos sócios perante os credores da sociedade.

4
a) Sociedade em nome coletivo (SNCL)
Os sócios das SNCL:
(i) são responsáveis individualmente pela sua obrigação de entrada; e
(ii) respondem perante os credores sociais, subsidiariamente em relação à sociedade e
solidariamente entre si.
b) Sociedades por quotas (SQ)
Os sócios das SQ são, nos termos do art.281º:
(i) Responsáveis solidariamente por todas as entradas convencionadas no contrato
de sociedade.
Só são obrigados a outras prestações quando a lei ou o contrato, autorizado por lei, assim o
estabeleçam.
(ii) Não assumem – em regra - responsabilidade perante os credores da sociedade.
c) Sociedades em comandita (SC)
As sociedades em comandita podem revestir a forma de comandita simples (o capital social
não é representado em ações) ou de comandita por ações (as participações dos sócios
comanditários estão representadas por ações). O contrato de sociedade deve especificar se a
sociedade é constituída como comandita simples ou por ações.
Nas sociedades em comandita existem dois tipos de sócios: os sócios comanditados e os
sócios comanditários.
Os sócios comanditados respondem pelas dívidas da sociedade nos mesmos termos que os
sócios das sociedades em nome coletivo.
Os sócios comanditários respondem apenas pela sua entrada. No entanto, se estes consentirem
que o seu nome ou firma figure na firma da sociedade em comandita ficam sujeitos, perante
terceiros, à responsabilidade imposta aos sócios comanditados, em relação aos atos
outorgados com aquela firma, salvo se se demonstrar que tais terceiros sabiam que ele não era
sócio comanditado.
d) Sociedades anónimas (SA)
Neste tipo societário, os acionistas têm a sua responsabilidade limitada (art.320.º):
(i) Respondem apenas pela sua obrigação de entrada Não obstante, como teremos
oportunidade de desenvolver, o estatuto social pode prever que um ou mais
sócios fiquem obrigados a prestações acessórias.
(ii) Não respondem perante os credores da sociedade.

5
Estrutura organizatória dos tipos societários
Administração e fiscalização
As sociedades comerciais atuam através dos seus órgãos sociais.
Em termos de estrutura organizatória das sociedades devemos distinguir os órgãos
obrigatórios, facultativos e estatutários.
Vamos cingir o nosso estudo aos primeiros, mas não sem que antes se diga que é frequente os
estatutos das grandes sociedades anónimas estabelecerem, para além dos órgãos obrigatórios,
outros órgãos (estatutários) conselhos consultivos.
Os órgãos obrigatórios são o órgão deliberativo (que, em regra, corresponderá à assembleia
geral), o órgão executivo (administração) e, nas sociedades anónimas e em sociedades por
quotas que preencham determinados requisitos, o órgão de fiscalização. Para além destes, no
caso de sociedades anónimas abertas cujas ações se encontrem admitidas à negociação em
mercado regulamentado é obrigatório o secretário da sociedade.
Como órgãos facultativos surgem o órgão de fiscalização nas sociedades por quotas em
relação aos quais este não seja obrigatório e o secretário da sociedade para as sociedades
anónimas que não estejam obrigadas a tê-lo e para as sociedades por quotas.
a) Sociedades em nome coletivo
Nas sociedades em nome coletivo a pessoa dos sócios assume uma importância primordial
(daí serem referidas habitualmente pela doutrina como exemplo de «sociedades de pessoas»).
Essa relevância aflora nos diferentes aspetos da estrutura organizatória deste tipo societário.
No âmbito do órgão deliberativo destaca-se que, salvo se o contrato dispuser diversamente, o
direito de voto é independente da participação social e é conferido também aos sócios de
indústria – vale a regra de «um voto por cabeça».
 No que respeita ao órgão de administração e representação da sociedade – a
gerência, salvo disposição em contrário, são gerentes todos os sócios e só por
deliberação unânime podem ser designadas gerentes pessoas estranhas à
sociedade (nº 1 e 2, art. 278º c. com).
Refira-se, todavia, que sendo sócia da sociedade uma pessoa coletiva esta não pode ser
gerente, embora possa, se não existir proibição no contrato, nomear uma pessoa singular para,
em nome próprio, exercer esse cargo. Atendendo ao que acaba de ser referido, compreende-se
que não seja obrigatória a existência de um órgão de fiscalização: serão os próprios sócios
(também gerentes) a exercer essas competências.
b) Sociedades por quotas
No âmbito do órgão deliberativo é importante referir que neste tipo societário o direito de
voto depende do montante da participação social de cada sócio – em regra, conta-se um voto
por cada cêntimo do valor nominal da quota (n.º 1, art. 309.º c.com).

6
 No que respeita ao órgão de administração e representação da sociedade –
gerência, este é composto por um ou mais gerentes que podem ser sócios ou
não sócios, devendo ser pessoas singulares com capacidade jurídica plena (nº
1, art. 3.º c. com).
c) Sociedades anónimas
Este tipo de sociedade é o que apresenta uma estrutura organizatória mais complexa. Desde
logo, em sede de órgão deliberativo já que está prevista a existência de uma Mesa da
Assembleia Geral (arts.399.º e s.).
 Relativamente à administração e à fiscalização da sociedade é possível optar
entre dois modelos (n.º 1, art. 405.º):
(1) modelo tradicional: Conselho de Administração (ou administrador único) + Conselho
Fiscal;
(2) modelo monístico: Conselho de Administração, incluindo uma Comissão de Auditoria.
d) Sociedades por ações simplificada
No que respeita ao órgão deliberativo importa referir que o contrato de sociedade deve regular
a atribuição de votos aos sócios em função do capital, mas os sócios comanditados, em
conjunto, não podem ter menos de metade dos votos pertencentes aos sócios, também em
conjunto.
Aqui o órgão de administração e representação designa-se gerência.
Em regra, só os sócios podem ser gerentes. No entanto, o contrato de sociedade pode permitir
expressamente que os sócios comanditários sejam gerentes. Vide o art. 466º e ss
 Ainda no que tange a administração das sociedades, importa referir que:
" 1. Na falta de convenção em contrário, todos os sócios têm igual poder para administrar.
2. Pertencendo a administração a todos os sócios ou apenas a alguns deles, qualquer dos
administradores tem o direito de se opor ao acto que outro pretenda realizar, cabendo à
maioria decidir sobre o mérito da oposição.
3. Se o contrato confiar a administração a todos ou a vários sócios em conjunto, entende-se,
em caso de dúvida, que as deliberações podem ser tomadas por maioria.
4. Salvo estipulação noutro sentido, considera-se tomada por maioria a deliberação que reúna
os sufrágios demais de metade dos administradores.
5. Ainda que para a administração em geral, ou para determinada categoria de actos, seja
exigido o assentimento de todos os administradores, ou da maioria deles, a qualquer dos
administradores é lícito praticar os actos urgentes de administração destinados a evitar à
sociedade um dano iminente. (Vide o artigo 985.º do c. civil)".

7
Alteração da administração
1. A cláusula do contrato que atribuir a administração ao sócio pode ser judicialmente
revogada, a requerimento de qualquer outro, ocorrendo justa causa.
2. É permitido incluir no contrato casos especiais de revogação, mas não é lícito aos
interessados afastar a regra do número anterior.
3. A designação de administradores feita em acto posterior pode ser revogada por deliberação
da maioria dos sócios, sendo em tudo o mais aplicáveis à revogação as regras do mandato.
(vide o artigo 986.º do c. civil).
Direitos e obrigações dos administradores
1. Aos direitos e obrigações dos administradores são aplicáveis as normas do mandato.
2.Qualquer sócio pode tornar efectiva a responsabilidade a que está sujeito o administrador.
(vide o artigo 987.º do c. civil).

Fiscalização dos sócios


1. Nenhum sócio pode ser privado, nem sequer por cláusula do contrato, do direito de obter dos
administradores as informações de que necessite sobre os negócios da sociedade, de consultar os
documentos a eles pertinentes e de exigir a prestação de contas.

2. As contas são prestadas no fim de cada ano civil, salvo se outra coisa for estipulada no contrato, ou
se for inferior a um ano a duração prevista para a sociedade. Artigo 988.º cc.

Uso das coisas sociais


O sócio não pode, sem consentimento unânime dos consócios, servir-se das coisas sociais para fins
estranhos à sociedade. Artigo 989.º cc

Proibição de concorrência

O sócio que, sem expressa autorização de todos os outros, exercer, por conta própria ou alheia,
actividade igual à da sociedade fica responsável pelos danos que lhe causar, podendo ainda ser
excluído, nos termos da alínea a) do artigo 1003.º.

8
Conclusão

Em conclusão, a administração de sociedades comerciais representa um campo multifacetado


e crucial dentro do âmbito empresarial, que exige uma combinação de habilidades gerenciais
e conhecimento jurídico. Os administradores desempenham um papel vital na condução das
operações comerciais, garantindo não apenas a eficiência operacional, mas também a
conformidade legal e a proteção dos interesses da empresa e de seus stakeholders.

Ao integrar princípios de gestão eficaz com uma compreensão profunda do direito comercial e
das regulamentações pertinentes, os gestores podem enfrentar os desafios complexos do
ambiente empresarial atual. Eles devem estar preparados para tomar decisões estratégicas,
resolver conflitos e adaptar-se às mudanças nas condições de mercado e na legislação.

Além disso, a administração de sociedades comerciais desempenha um papel fundamental na


promoção da transparência, boa governança corporativa e responsabilidade empresarial,
fatores que são essenciais para a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo das empresas.

Em resumo, a administração de sociedades comerciais é uma disciplina dinâmica e essencial


que combina conhecimentos gerenciais e jurídicos para garantir o funcionamento eficaz e
legal das empresas, contribuindo para seu crescimento e desenvolvimento contínuo no
mercado global.

Referência Bibliográfica
9
ABREU, JORGE MANUEL COUTINHO DE - «Artigo 1.º», in: Código das Sociedades
Comerciais em Comentário (coord. Jorge M. Coutinho de Abreu), Vol. I, Almedina, Coimbra,
2010, pp.27 e ss.
ABREU, JORGE MANUEL COUTINHO DE - Curso de Direito Comercial, Vol. I, 7.ª ed.,
Coimbra, Almedina, 2009 e Vol.II, 3.ª ed., Almedina, Coimbra, 2009
ABREU, JORGE MANUEL COUTINHO DE - Da empresarialidade – As empresas no
Direito, Almedina, Coimbra, 1996
ALBUQUERQUE, PEDRO - «Da prestação de garantias por sociedades comerciais a dívidas
de outras entidades», in: ROA, 1997, pp. 69 e ss.
ALMEIDA, ANTÓNIO PEREIRA DE - Sociedades comerciais, valores mobiliários e
mercados, 6.ª ed., Coimbra Editora, Coimbra, 2011
ANDRADE, MANUEL DE - Teoria Geral da Relação Jurídica, Vol.I (Sujeitos e objecto), 3.ª
reimpressão (ed. 1960) ANTUNES, JOSÉ ENGRÁCIA – Direito das sociedades comerciais –
perspectivas do seu ensino, Coimbra, Almedina, 2000
ANTUNES, JOSÉ ENGRÁCIA - Os grupos de sociedades, 2.ª ed., Almedina, Coimbra, 2002.
ASCENSÃO, JOSÉ DE OLIVEIRA - Direito Civil – Teoria Geral, Vol. I, 2.ª ed., Coimbra
Editora, Coimbra, 2000.

10

Você também pode gostar