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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Constituição de Sociedades, Operações de Leasing e Reconciliação Bancária

Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

Teresa Januário Lambo

Maxixe

2023
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Constituição de Sociedades, Operações de Leasing e Reconciliação Bancária

Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

Trabalho da disciplina Contabilidade


Financeira II sobre Constituição de Sociedades,
Operações de Leasing e Reconciliação
Bancaria, a ser entregue na Faculdade de
Economia e Gestão para obtenção da nota da
Avaliação 3.
INDICE

CAPITULO I ................................................................................................................................ 2

1. Introdução ...................................................................................................................... 2

CAPITULO II ............................................................................................................................... 3

2. Desenvolvimento ........................................................................................................... 3

2.1. Constituição da Sociedade ............................................................................................. 3


2.1.1. Desenvolvimento dos elementos teóricos sobre conceitos relacionados com
sociedades, tipo de sociedades, acções, subscrição e realização. ........................................... 3

2.1.2. Lançamentos contabilísticos da constituição da sociedade (subscrição e


realização). .............................................................................................................................. 5

2.2. O Leasing ....................................................................................................................... 5


2.2.1. Desenvolvimento de elementos teóricos sobre conceitos e tipos de leasing............ 6

2.2.2. Lançamento contabilístico da celebração do contrato e pagamento da 1ª renda ..... 7

2.3. Reconciliação Bancária .................................................................................................. 7


2.3.1. Elaboração da reconciliação bancária ...................................................................... 8

CAPITULO III ............................................................................................................................. 9

3. Conclusão....................................................................................................................... 9

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 10

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CAPITULO I
1. Introdução
O tema deste trabalho é “Constituição de Sociedades, Operações de Leasing e Reconciliação
Bancária” e tem por objectivo dar a conhecer as várias formas jurídicas que se podem adoptar,
assim como as formalidades a cumprir na constituição de uma sociedade.
Pretende dar a conhecer quais os passos a dar e as entidades a contactar. A primeira parte deste
trabalho incide sobre a constituição de sociedades, o que deve anteceder a essa constituição, a
importância de escolher uma forma jurídica, pesando os prós e contras de cada uma delas.
Depois é efectuado um estudo sobre as várias formas de constituição, o que é necessário em
cada uma delas e onde se dirigir, seja a sociedade constituída pelo método tradicional, pela
“Empresa na Hora”, ou através da “Empresa Online”.
Nesta parte também são referidos os vários apoios existentes, em termos de financiamento, para
a constituição de uma sociedade. Ainda nesta parte, e considerando que a sociedade já está
constituída, são abordadas as questões da subscrição e da realização de capital, assim como os
lançamentos de abertura para cada tipo de sociedade.
Na segunda parte, discutem-se os contratos no geral, especialmente os mercantis que fora
juntamente com os títulos de credito, a mola mestra que impilsionou o comercio mundial ao
actual estagio.
O leasing, por sua natureza mercantil, ee um contrato mercantil atípico, muito embora, seja o
resultado de um entrosamento de contratos, como é discutido adiante neste trabalho.

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CAPITULO II
2. Desenvolvimento

2.1. Constituição da Sociedade


Suponha que os senhores Abreu, Barbosa e Camilo decidiram constituir a sociedade ABC, para
fins comerciais, tendo mobilizado os seguintes recursos:
Abreu, 450.000,00
Barbosa, 375.000,00
Camilo, 355.000,00
Pretende-se:
a) Desenvolver os elementos teóricos sobre conceitos relacionados com sociedades, tipos de
sociedades, acções, subscrição e realização.
b) Lançamentos contabilísticos da constituição da sociedade (subscrição e realização).

2.1.1. Desenvolvimento dos elementos teóricos sobre conceitos relacionados com


sociedades, tipo de sociedades, acções, subscrição e realização.
A primeira formalidade a cumprir com vista à constituição duma sociedade é o Pedido do
Certificado de Admissibilidade de firma ou denominação de pessoa colectiva e do Cartão
Provisório de Identificação de Pessoa Colectiva.
Este pedido tem em vista assegurar que os elementos que compõem a firma são distintos e
insusceptíveis de confusão com os de sociedades já existentes; identificam a natureza jurídica da
sociedade. Por isso, a emissão deste pedido tem de ser precedida da decisão quanto ao tipo de
sociedade a adoptar por forma a dar cumprimento às respectivas regras de composição da firma.

Assim, vejamos as regras a observar para os tipos de sociedade mais utilizados:

2.1.1.1. Sociedade por Quotas:


A firma deve ser formada da seguinte maneira:

 Com sigla ou sem sigla, pelo nome ou nomes dos sócios, ou por uma denominação
particular, ou pela reunião de ambos elementos;

 Pode conter expressões indicativas do objecto social;

 Concluirá pela palavra “Limitada” ou pela abreviatura “Lda.”.

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2.1.1.2. Sociedade Unipessoal por Quotas
Além das regras relativas a sociedade por quotas, a lei impõe que as firmas destas sociedades
deve ser formada pela expressão “sociedade unipessoal” ou pela palavra “unipessoal” antes da
palavra “Limitada” ou da abreviatura “Lda.”.

2.1.1.3. Sociedade Anónima


Em conformidade com a lei, a firma deve ser formada:

 Com ou sem sigla, pelo nome ou nomes dos sócios, ou por uma denominação particular,
ou pela reunião de ambos elementos;

 Pode conter expressões indicativas do objecto social;

 Concluirá pela expressão “Sociedade Anónima” ou pela abreviatura “SA”.

O pedido do Certificado de Admissibilidade e do Cartão Provisório de Identificação de Pessoa


Colectiva tem de ser requerido por futuro sócio e pode ser apresentado electronicamente, via
Internet, conforme previsto na lei. Na posse do Certificado de Admissibilidade e do Cartão
Provisório de Identificação de Pessoa Colectiva deve diligenciar-se com vista a celebração do
contrato social que, nos termos da lei, deve ser celebrado por escritura pública. O contrato
social, de acordo com a lei deve conter os seguintes elementos:

 Os nomes ou firmas de todos os sócios fundadores e outros dados de identificação


destes;

 O tipo de sociedade;

 A firma da sociedade;

 O objecto da sociedade;

 A sede da sociedade;

 O capital da sociedade, salvo nas sociedades em nome colectivo em que todos os sócios
contribuam apenas com a sua indústria;

 A quota de capital e a natureza da entrada de cada socio, bem como os pagamentos


efectuados por conta de cada quota;

 Consistindo a entrada em bens diferentes de dinheiro, a descrição destes e a


especificação dos respectivos valores;

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2.1.1.4. Subscrição do capital
A subscrição do capital é o acto pelo qual os futuros sócios assumem o compromisso de
entregar à sociedade determinados valores para que se possa constituir o capital social. O capital
social representa a soma das quotas-partes subscritas pelos sócios, se não houver alteração do
pacto social, aparece sempre com o mesmo valor em todos os balanços, já o capital próprio24
representa o excedente do activo sobre o passivo, os fundos aplicados na sociedade pelos sócios
acrescidos dos lucros não aplicados ou não atribuídos. O capital próprio pode incluir capital
social, reservas, outros instrumentos do capital próprio25, resultados transitados, entre outros.
Antes da celebração do contrato a forma como a subscrição de capital vai ser efectuada tem que
estar definida.

2.1.1.5. Realização do capital


A realização do capital tem como objectivo assegurar que o compromisso de entregar à
sociedade determinados valores para formar o capital social é cumprido. É o acto pelo qual os
sócios entregam à sociedade o capital que se comprometeram na subscrição.

2.1.2. Lançamentos contabilísticos da constituição da sociedade (subscrição e


realização).
Quando se constitui uma sociedade existem lançamentos contabilísticos respeitantes à
subscrição e à realização do capital, que diferem consoante os diferentes tipos de forma jurídica
que se adopte:
Descrição Débito Crédito
26 – Outros Devedores e Credores
264 – Subscritores de Capital
2642 - Entidades privadas
2642.1 A 450.000,00
2642.2 B 375.000,00
2642.3 C 355.000,00
51- Capital 1.180.000,00

2.2. O Leasing
A sociedade ABC optou por um contrato de leasing para aquisição de equipamento básico para
uso nos seus armazéns de mercadorias. O custo do equipamento é de 1.475.000, mais IVA de
16%, a ser pago em 9 rendas de 147.500,00 cada e juros de 6%. Foi determinado o valor
residual de 10%.
Pretende-se:
a) Desenvolver os elementos teóricos sobre conceitos e tipos de leasing.

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b) Lançamento contabilístico da celebração do contrato e pagamento da 1ª renda.

2.2.1. Desenvolvimento de elementos teóricos sobre conceitos e tipos de leasing

2.2.1.1. Conceito de Leasing


Leasing é a denominação de uma figura jurídica desenvolvida nos Estados Unidos e cujo fim é a
concessão de uso de bens imóveis ou móveis, comerciais ou industriais, através de contrato de
arrendamento com cláusula de opção de compra. Em linhas gerais, a operação se verifica
quando uma empresa que necessita de bens de produção (activo fixo) estabelece um contrato de
arrendamento com uma empresa de leasing. A empresa arrendadora comprará o bem e colocará
o seu uso ao inteiro dispor da empresa arrendatária, ficando, contudo, com a propriedade do
referido bem. Vale destacar duas particularidades na operação: não há imobilização de fundos
por parte do usuário e, no caso de leasing de equipamento, além desse ser escolhido livremente
pela empresa arrendatária, poderá ser substituído antes do término do contrato, mediante prévio
acordo expresso. Durante a vigência do contrato, ou no seu término, a empresa arrendatária
pode optar pela compra do bem arrendado com a conseguinte dedução no preço de compra, dos
pagamentos efectuados até o momento, a título de aluguer, observado o valor residual constante
no contrato

2.2.1.2. Tipos de Leasing


Teoricamente há três tipos de leasing: o operacional, o financeiro e o lease-back. O leasing
operacional corresponde propriamente a uma operação de locação normal, na qual a empresa
produtora do bem aluga-o por um determinado período, através de contrato que pode prever a
prestação de assistência técnica e conter cláusula de opção de compra. O leasing financeiro e o
lease-back, objectos de nova legislação, referem-se ao que se denominou arrendamento
mercantil, sendo definido como a operação pela qual a empresa arrendadora adquire um
determinado bem de produção e, mediante contrato, confere o seu uso à empresa arrendatária,
que se obriga a pagar os encargos referentes à operação.. A operação leasing, neste sentido,
pode ser entendida como um investimento sem imobilização, pois a empresa arrendatária tem a
posse de um bem, sem, no entanto, ser sua proprietária. No caso particular do Lease-back, a
operação assemelha-se a um financiamento de capital de giro, em virtude da empresa
arrendadora adquirir o bem, objecto de arrendamento, da própria empresa que será arrendatária.

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2.2.2. Lançamento contabilístico da celebração do contrato e pagamento da 1ª renda
Dados:
Valor do bem financiado = 1.475.000,00 + 16% = 1.711.000,00
Prazo do contrato de arrendamento = 9 meses
Valor da prestação = 6% de 1.711.000,00 = 250.160,00
Valor de compra opcional ao final de 9 meses = 171.100,00

Resolução
O lançamento contabilístico da celebração do contrato:
D – Recebidos em arrendamento 1.711.000,00
D – Juros sobre bens arrendados 776.440,00
C – Contrato de arrendamento 2.251.440,00

O lançamento contabilístico do pagamento da 1a renda:


D – Financiamento de equipamentos
C – Disponibilidades ou Valores a pagar 250.160,00

2.3. Reconciliação Bancária


Reconciliação bancária é a simples conferência das contas bancárias com o controle financeiro
interno. A conciliação bancária tem como objectivo verificar se está tudo correto no controle
interno ou se há inconsistências de dados. Ela verifica se o saldo bancário do controle interno,
os lançamentos e suas datas estão idênticos ao extracto do banco.

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2.3.1. Elaboração da reconciliação bancária
Nº de Conta: 2023092023 Accounting & Auditing
Extracto de 01 a 30 de Agosto
Ano: 2023
Dia/Mês Descrição Débito Crédito Saldo
01/08 Saldo anterior 375 900,00 375 900,00
04/08 Cheque 987610 1 500,00 374 400,00
07/08 Transferência recebida 1267 22 100,00 396 500,00
08/08 Comissão livro de cheques 180,00 396 320,00
09/08 Depósito 75 600,00 471 920,00
09/08 Imposto de selo 45,00 471 875,00
10/08 Juros de emprestimos 1 275,00 470 600,00
11/08 Transferência recebida de R&B 48 000,00 518 600,00
11/08 Comissão por serviços 125,00 518 475,00
13/08 Transferência recebida 1268 7 000,00 525 475,00
15/08 Cheque 987613 8 975,00 516 500,00
16/08 Juros sobre depósitos 200,00 516 700,00
20/08 Cheque 987614 34 000,00 482 700,00
22/08 Cheque 987615 11 500,00 471 200,00
25/08 Cheque 987616 566,00 470 634,00
30/08 Comissão 80,00 470 554,00

Accounting & Auditing


Banco K
Conta nº 2023092023
Dia/Mês Descrição Débito Crédito Saldo
01/08 Saldo anterior 375 900,00 375 900,00
03/08 Cheque 987610 1 500,00 374 400,00
03/08 Cheque 987611 2 210,00 372 190,00
05/08 Cheque 987612 8 900,00 363 290,00
07/08 Depósito 23411 75 600,00 438 890,00
08/08 Depósito 23412 112 500,00 551 390,00
10/08 Transferência recebida de R&B 48 000,00 599 390,00
10/08 Comissão 125,00 599 265,00
13/08 Depósito 23413 35 000,00 634 265,00
15/08 Cheque 987613 8 975,00 625 290,00
16/08 Cheque 987614 34 000,00 591 290,00
20/08 Cheque 987615 11 500,00 579 790,00
22/08 Cheque 987616 566,00 579 224,00
25/08 Cheque 987617 18 000,00 561 224,00
28/08 Transferência 7 000,00 568 224,00
29/09 Depósito 23414 1 150,00 569 374,00
30/08 Comisão 80,00 569 294,00

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CAPITULO III
3. Conclusão
Apesar do contexto actual, muitos têm a ambição de constituir uma sociedade mas são muitas as
questões que vão aparecendo ao longo do caminho. Esta parte da pesquisa teve o objectivo de
ser uma ajuda no percurso de constituição de uma sociedade ou de uma sociedade. Num
primeiro momento é fundamental reconhecer a importância de se efectuar um estudo de
mercado e um plano de negócios para garantir a viabilidade de se constituir uma sociedade.
Numa segunda parte, foi dado a conhecer as várias formas jurídicas assim como a importância
da sua escolha. Esta parte permitiu a aquisição de conceitos que se desconheciam,
nomeadamente as várias formas de constituição e o que é necessário em cada uma delas. A
terceira parte teve como objectivo tratar este tema sobre uma outra perspectiva abordando a
subscrição e realização do capital assim como os lançamentos de abertura para cada tipo de
sociedade.
Ao analisar e conhecer os diversos tipos de operações de leasing, concluiu-se que a utilização do
mesmo é muito vantajosa para a empresa que necessita manter actualizados os seus
equipamentos e máquinas. O leasing é uma operação segura, e os custos podem ser pré-
determinados, não causando insegurança ao empresário na hora da tomada de decisão, pela
utilização do mesmo. Fazendo uma operação de leasing, a empresa pode utilizar o seu capital
para investir em outro campo que esteja com maior necessidade, sem deixar sua produção com
máquinas ou equipamentos obsoletos. E, menor pagamento do imposto de renda sobre o lucro
tributável, pois todas as despesas são dedutíveis. Sendo assim, uma empresa que utiliza uma
operação de leasing, tem muitas vantagens, e sabendo negociar pode fazer sua produção
permanecer sempre com os melhores equipamentos do mercado, sem gastos exagerados para a
empresa. Diante de tantas vantagens que a operação de leasing proporciona para a empresa, é
preciso somente escolher a forma mais conveniente para a empresa e usufruir dessas vantagens.

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BIBLIOGRAFIA
1) Abreu, Jorge (2011), Código das Sociedades Comerciais em Comentário, Vol. 1, Coimbra,
Almedina.
2) Borges, António; Rodrigues, Azevedo e Rodrigues, Rogério (2010), Elementos de
Contabilidade Geral, Lisboa, Áreas.
3) Correia, Miguel J. A. Pupo (2009), Direito Comercial - Direito da Empresa, Lisboa,
Ediforum.
4) Lindon, Denis; Lendrevie, Jacques; Dionísio, Pedro e Rodrigues, Joaquim, (2004)
Mercator XXI- Teoria e Prática do Marketing, Lisboa, Dom Quixote.
5) Maia, Pedro; Martins, Alexandre; Ramos, Maria e Domingues, Paulo (2010),
Estudos de Direito das Sociedades, Coimbra, Almedina.
6) Silva, Ferreira; Pereira, J. M. e Rodrigues, Lúcia (2006), Contabilidade das
Sociedades, Lisboa, Plátano Editora.
7) ANTUNES VARELA, João de Matos (1994), Das obrigações em geral, vol. I,
Almedina, Coimbra.
8) CALVÃO DA SILVA, João (1999), «Locação financeira e garantia bancária»,
Estudos de Direito Comercial (Pareceres), Almedina, Coimbra.
9) CARRETA, Alessandro/ LAURENTIS, Giacomo de (1998), Manuale del leasing,
EGEA, Milano.
10) CASSIANO DOS SANTOS (1994), «O contrato de leasing», Apontamentos de
Direito Comercial II, Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
11) Manual de contabilidade financeira II – ISCED
12) Decreto 70/2009 de 22 de Dezembro de 2009 que aprova o Plano Geral de Contabilidade –
Sistema Nacional de Contabilidade para o Sector Empresarial.

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