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DE CUSTEIO
Eduardo Gondim
E-book 4
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO���������������������������������������������� 3
CUSTEIO POR ATIVIDADES (CUSTO
ABC)���������������������������������������������������������������� 4
COMO ESTABELECER O CUSTEIO
POR ATIVIDADES��������������������������������������� 5
REVISÃO DOS TIPOS DE CUSTO����������12
RELAÇÃO DE CUSTOS E
LUCRATIVIDADE DA BRUNA BOLOS��18
CONSIDERAÇÕES FINAIS���������������������� 33
SÍNTESE������������������������������������������������������� 35
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INTRODUÇÃO
Existem duas maneiras de classificar os custos: po-
dem ser fixos ou variáveis e diretos ou indiretos. Para
os indiretos, há métricas de rateio que possibilitam
que esses custos sejam absorvidos pelos produtos
da empresa, de modo a tornar-se possível a apura-
ção do custo total de cada produto que a empresa
fabrica.
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CUSTEIO POR
ATIVIDADES (CUSTO ABC)
Com vistas a apurar a lucratividade dos produtos,
precisamos alocar todos os custos da empresa em
todos os produtos fabricados. Para isso, precisa-
mos classificar os custos dos produtos em diretos
e indiretos. Os custos diretos são automaticamente
associados aos produtos, na medida em que são uti-
lizados para a produção; já os indiretos são rateados
de acordo com os critérios de rateio.
Dessa forma, todos os produtos da empresa absor-
vem consigo seus custos diretos e parte dos custos
indiretos. Por isso, a metodologia que estabelece os
rateios dos custos indiretos é denominada custeio
por absorção.
Porém, essa metodologia é muitas vezes questionável.
A principal queixa dos gestores é que os rateios distor-
cem a realidade de custos dos produtos, ocasionando
erros nas apurações e comprometendo decisões como
preços de venda e continuidade dos produtos. Pensando
nisso, vamos estudar outra metodologia de custeio apli-
cada aos custos indiretos: o custeio por atividades.
É comum chamar essa metodologia por custeio ABC,
pois é uma sigla originada do inglês: Activity-based
Costing. Seu objetivo é apurar os custos de cada
atividade indireta e saber o consumo de cada uma
delas pelos produtos, sem a necessidade de um
rateio. Portanto, o Custeio por atividade (ABC) é a
metodologia que encontra o custo de cada atividade
que compõe os custos indiretos dos produtos.
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COMO ESTABELECER
O CUSTEIO POR
ATIVIDADES
O primeiro passo para a utilização da metodologia
é a definição de todos os produtos e macroativida-
des da empresa. Vamos trabalhar com o seguinte
exemplo: uma editora de livros que tem dois tipos
de produtos. Um deles é o material didático e o outro
são os livros de literatura.
Macroatividades da editora
Recebimento dos manuscritos pelos autores
Produção
Acabamento
Embalagem
Transporte
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Depois, precisamos estabelecer os direcionadores de
custo. Direcionadores de custo são os indicadores de
cada atividade que vão orientar o custo da atividade
por produto. Por exemplo, o direcionador de custo da
macroatividade de transporte é a quantidade de livros
transportados. Se a empresa transportar 800 livros
didáticos e 200 de literatura, teremos uma proporção
de 80% para os livros didáticos. Portanto, 80% do
custo indireto dessa macroatividade será alocada
para os livros didáticos. Nesse momento, porém,
precisamos apenas encontrar os direcionadores de
custo para cada uma das macroatividades (Tabela 2):
Macroatividades da editora
Recebimento dos Quantidade de livros recebidos
livros pelos autores
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exemplo, vamos considerar que o custo do departa-
mento de transportes seja um custo indireto e, por
meio das entrevistas feitas com as pessoas da área,
apura-se que 100% desse custo está associado à
macroatividade transporte. Já o custo indireto com
a manutenção de equipamentos tem peso igual nas
cinco macroatividades (Tabela 3):
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encaminhados ao acabamento representaram 43%
do direcionador total da macroatividade.
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Macroa- Re- Produ- Acaba- Emba- Trans- Totais
Custos indiretos
-tivida- cebi- ção mento lagem porte
des mento
dos
livros
pelos
auto-
res
Materiais R$ R$ R$ 873,24 R$ R$ R$
Manutenção do
equipamento
Literatura R$ R$ R$ R$ 672,06 R$ R$
1.449,04 1.130,43 1.126,76 1.000,00 5.378,30
Total R$ R$ R$ R$ R$ R$
Manutenção 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 10.000,00
de equipa-
mento
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Macroa- Re- Produ- Acaba- Emba- Trans- Totais
Custos indiretos
-tivida- cebi- ção mento lagem porte
des mento
dos
livros
pelos
auto-
res
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Macroa- Re- Produ- Acaba- Emba- Trans- Totais
Custos indiretos
-tivida- cebi- ção mento lagem porte
des mento
dos
livros
pelos
auto-
res
Materiais R$ R$ R$ R$ R$ R$
Totais custos indiretos
Literatura R$ R$ R$ R$ R$ R$
1.883,75 6.760,00 10.326,76 3.162,06 4.800,00 26.932,57
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REVISÃO DOS TIPOS DE
CUSTO
Os custos das empresas estão sujeitos a dois tipos
de classificação: podem ser fixos ou variáveis e dire-
tos ou indiretos. Assim, é bom relembrar a definição
de alguns conceitos. Os custos fixos são aqueles
cujos valores não variam de acordo com a quanti-
dade produzida. Os custos variáveis são aqueles
cujos valores variam de acordo com a quantidade
produzida. Os custos diretos são aqueles que podem
ser atribuídos diretamente a um produto. Os custos
indiretos são aqueles que não podem ser apropria-
dos a um produto diretamente.
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José dos Campos (SP) e carros do tipo hatch em
Cuiabá (MT). Cada uma das fábricas tem colabora-
dores diretos. Como os valores de remuneração não
são alterados conforme o volume produzido, esses
custos são fixos. E como eles estão dedicados às
produções de carros diferentes, ou seja, de produtos
diferentes, são custos diretos. Nesse caso, a mão de
obra das fábricas é um custo fixo e direto.
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lação é a margem de contribuição, que tem por fim
medir quanto que a empresa gera para pagar seus
custos fixos, despesas e investimentos. Com isso,
a margem de contribuição são as vendas menos os
custos variáveis:
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Existe também a lucratividade esperada, que é o
cálculo feito de forma contrária, ou seja, dado um
resultado esperado pelos proprietários das empresas,
somam-se os investimentos e as despesas. Essa
lucratividade esperada é quanto a empresa preci-
sa gerar em sua operação (a diferença de vendas
e custos) para alcançar tal resultado. Logo, a lucra-
tividade esperada é o resultado esperado mais os
investimentos mais as despesas:
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vel indireto, fixos diretos e fixos indiretos. Após as
deduções, dividimos a lucratividade pela quantidade
produzida. Logo:
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custos, despesas e investimentos) é menor que zero.
Uma situação desconfortável, pois os gastos da em-
presa foram superiores às vendas. Com isso, apren-
demos que a administradora Bruna estabeleceu um
resultado esperado, melhor do que o apresentado.
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RELAÇÃO DE CUSTOS E
LUCRATIVIDADE DA BRUNA
BOLOS
Ao estudar a história de Bruna Bolos, deparamo-nos
com a seguinte situação (Tabela 5):
Bebidas R$ 21.700,00
Total R$ 64.900,00
Impostos R$ 9.735,00
Total R$ 27.496,53
Total R$ 14.600,00
Total R$ 27.700,00
Investimentos R$ 1.000,00
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Resultado (Vendas – custos variáveis - cus- -R$ 5.896,53
tos fixos – despesas - investimentos)
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Lucratividade Bolo estudante
Vendas R$ 21.000,00
Total R$ 10.092,39
Total R$ 5.179,79
Lucratividade do R$ 5.727,82
produto
Total R$ 10.469,13
Impostos R$ 3.330,00
Total R$ 5.435,56
Lucratividade do R$ 6.295,31
produto
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Lucratividade bebidas
Vendas R$ 21.700,00
Total R$ 7.400,00
Total R$ 3.519,65
Lucratividade R$ 10.780,35
do produto
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Sabemos que os custos fixos não têm relação com o
volume produzido. Desse modo, a empresa precisaria
melhorar sua margem de contribuição para cobrir os
custos fixos e gerar a lucratividade ideal em cada
produto. Mas quanto é que a empresa precisa ven-
der de cada produto para alcançar essa margem de
contribuição ideal? Para compreender essa resposta,
vamos analisar a Tabela 8 com o detalhamento da
lucratividade, começando pelo Bolo estudante:
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Custos fixos Mão de R$ 1.669
indiretos obra
indireta
Energia R$ 361
elétrica
Lucratividade R$ 5.728
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Chegamos, então, ao volume de vendas (R$) espera-
do para o produto e, com isso, alcançamos a lucrati-
vidade ideal. Considerando a manutenção do preço
de venda (R$ 6,00), é possível também encontrar-
mos a quantidade a ser produzida e vendida para
alcançar tal volume de vendas, bastando dividir os
R$ 29.252,17 pelos R$ 6,00.
Energia R$ 361
elétrica
24
Total custos R$ 7.130
fixos
Total de R$ 18.472
custos (fixos
+ variáveis)
Lucratividade R$ 10.780
25
da atual, chegaremos ao preço ideal de vendas para
alcançar a lucratividade esperada.
Margem de R$ R$ 5,12
contribuição 17.910
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Tipo Total Pedaços Valor
de bolo unitário
produzidos
Custos fixos Mão de R$ 1.669
indiretos obra
indireta
Energia R$ 361
elétrica
Total de R$
custos (fixos 15.272
+ variáveis)
Lucratividade R$
10.780
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do esperado: os Bolos pós. As Tabelas 11, 12 e 13
mostram as simulações para o alcance da renta-
bilidade esperada: a primeira com o cenário atual
apresentado; a segunda trabalhando com o aumento
da produção (aumento dos custos e da necessidade
de quantidade de bolos vendidos, sujeitando-se a
limitações na capacidade produtiva e comercial da
empresa); e a terceira trabalhando com o aumento
no preço das vendas.
Energia R$ 374
elétrica
28
Total custos R$ 7.206
fixos
Total de R$ 15.905
custos
(fixos +
variáveis)
Lucratividade R$ 6.295
Margem de R$ R$ 7,30
contribuição 17.986
29
Custos fixos Mão de R$
indiretos obra 1.731
indireta
Energia R$ 374
elétrica
Total custos R$
fixos 7.206
Total de R$
custos (fixos 18.795
+ variáveis)
Lucratividade R$
10.780
30
Tipo Total Pedaços Valor
de bolo unitário
produzidos
Margem de R$ R$ 9,72
contribuição 17.986
Energia R$ 374
elétrica
Total custos R$
fixos 7.206
Total de R$
custos (fixos 15.905
+ variáveis)
Lucratividade R$
10.780
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A mesma análise que fizemos para os Bolos estu-
dante cabem para os Bolos pós: o cenário da Tabela
13 não acarretaria em aumento de custos fixos, pois
não haveria aumento na produção. Ao sabermos dos
custos fixos, variáveis, diretos e indiretos do produto,
podemos saber qual é o preço que o produto precisa
ser vendido para alcançar a lucratividade sem preci-
sar aumentar os custos, despesas ou investimentos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, pudemos perceber que é possível
encontrar os custos do produto pelo método de cus-
teio baseado em atividades (ou custeio ABC), como
uma alternativa ao custeio por absorção. Enquanto
no método por absorção o fator determinante para a
alocação dos custos indiretos no produto se baseia
nos rateios, o custeio ABC considera os direcionado-
res de custo de cada atividade para, então, totalizar
os custos das atividades e alocar os custos indiretos
em cada produto.
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classificar os custos enquanto fixos e variáveis ou
diretos e indiretos.
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SÍNTESE
FUNDAMENTOS
DE CUSTEIO
Custeio ABC e lucratividade