Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Desenvolvimento do material
Dayse de Lima Passos
1ª Edição
Copyright © 2020, Afya.
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico,
mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Afya.
Sumário
Departamentalização
Para início de conversa… ................................................................... 04
Objetivo ............................................................................................ 05
1. Unidades de Acumulação de Custos ......................................... 06
2. Estrutura do Produto ............................................................. 18
3. Processo de Fabricação ......................................................... 23
Referências ........................................................................................ 27
Para início de conversa…
As indústrias necessitam apropriar os custos diretos e os custos
indiretos aos produtos que elas elaboram. Assim sendo, os custos diretos são
acumulados especificamente na área de produção, e os custos indiretos são
gerados em cada mês ou por competência no linguajar contábil e devem ser
rateados por todos os produtos elaborados nesse mesmo período. Com isso,
muitas empresas têm dificuldades em realizar essa atividade.
4 Custos Empresariais
Objetivo
Compreender a departamentalização.
Custos Empresariais 5
1. Unidades de Acumulação de Custos
Os custos diretos são de fácil identificação e apropriação ao produto
ou produtos que estão sendo fabricados, ao passo que os custos indiretos
são de difícil apropriação ao(s) produto(s) e necessitam de rateio para tal
ação. Para isso, precisamos trabalhar com o conceito de departamentalização,
que é processo de dividir a empresa em departamentos e de apurar o custo
da produção em cada um deles. A departamentalização trata-se de um
instrumento a mais que a empresa pode utilizar na apuração de seus custos.
6 Custos Empresariais
Os departamentos fabris ou departamentos de produção são também
conhecidos como departamentos produtivos, que lidam diretamente com
os produtos que estão sendo elaborados pelas indústrias. Porém, existem
departamentos que são igualmente responsáveis pelos produtos, mas de
forma indireta, pois sem eles não poderíamos efetivamente vendê-los. Assim
sendo, também temos que considerar os custos desses setores na composição
do custo dos produtos.
Importante
Um departamento pode ter diversos Centros de Custos, mas, na maioria das vezes, é um
centro de custo único. Segundo Schier (2013, p.176), “Centro de custos é à unidade
mínima de acumulação de custos indiretos, mas não é necessariamente uma unidade
administrativa, só ocorrendo quando coincide com o próprio departamento”.
É importante destacar que o processo de departamentalização está ligado à alocação dos
custos indiretos aos departamentos e, logo em seguida, sua alocação aos produtos.
Custos Empresariais 7
Enfim, a departamentalização melhora o controle dos custos,
determinando com mais precisão o custo do(s) produto(s).
8 Custos Empresariais
Exemplo:
Vamos trabalhar com a seguinte estrutura e providenciar a departamentalização. A Cia.
Pasteurizadora e Distribuidora Leite Forte processa e distribui leite tipo C e tipo B, conhecidos por LF
e LF Super, respectivamente. Os custos diretos referentes a esses produtos, em certo mês, foram
conforme Tabela 1:
Custos Empresariais 9
e. A Manutenção é realizada sistematicamente e, conforme se têm
apurado, cabe à embalagem uma quinta parte do total de seus custos.
f. A distribuição dos custos indiretos é feita em função do material
utilizado. No período, foi de acordo com o apresentado na Tabela 3.
Tabela 4: Horas de mão de obra por departamento (exemplo). Fonte: Elaborado pela autora.
10 Custos Empresariais
100% 44% 39,2% 6% 10,8%
R$ 425.000,00 R$ 187.000,00 R$ 166.600,00 R$ 25.500,00 R$ 45.900,00
Tabela 5: Distribuição do custo do aluguel por departamento (exemplo). Fonte: Elaborado pela autora.
Temos uma área total de 25.000 m². Dividindo, por exemplo, a área
do departamento de pasteurização 11.000 pelo total da área 25.000, temos
44%. O mesmo procedimento será elaborado para os demais departamentos.
Como o custo do aluguel é de $ 425.000,00, esse valor será multiplicado por
cada percentual encontrado. Exemplo: Pasteurização = 425.000,00 x 44% =
187.000,00, e os demais departamentos, sucessivamente.
Tabela 6: Distribuição do custo de energia elétrica por departamento (exemplo). Fonte: Elaborado pela autora.
Custos Empresariais 11
Materiais Indiretos Pasteurização Embalagem Manutenção Administração
Total de horas: 80.000 48.000 24.000 4.000 4.000
100% 60% 30% 5% 5%
R$ 260.000,00 R$ 156.000,00 R$ 78.000,00 R$ 13.000,00 R$ 13.000,00
Tabela 7: Distribuição do custo dos materiais indiretos por departamento (exemplo). Fonte: Elaborado pela autora.
Tabela 8: Distribuição do custo da depreciação por departamento (exemplo). Fonte: Elaborado pela autora.
Tabela 9: Distribuição dos outros custos indiretos por departamento (exemplo). Fonte: Elaborado pela autora.
12 Custos Empresariais
Depreciação 240.000 144.000 72.000 12.000 12.000
Outros Custos
330.000 198.000 99.000 16.500 16.500
Indiretos
TOTAL 1.620.720 871.532 569.215 85.288 94.715
Tabela 10: Mapa de apropriação dos custos indiretos aos departamentos (exemplo). Fonte: Elaborado pela autora.
Tabela 11: Mapa de apropriação dos custos indiretos com o rateio dos custos administrativos aos departamentos
(exemplo). Fonte: Elaborado pela autora.
Custos Empresariais 13
Sendo assim, uma quinta parte cabe à Embalagem e o restante para a
pasteurização, como pode ser visto na Tabela 12.
Tabela 12: Mapa de apropriação dos custos indiretos com o rateio dos custos de manutenção aos departamentos produtivos
(exemplo). Fonte: Elaborado pela autora.
Tabela 13: Percentagem dos materiais utilizados (exemplo). Fonte: Elaborado pela autora.
14 Custos Empresariais
Em relação aos custos do departamento de embalagem, R$ 470.960,00
ficaram com o produto LF (75% do total da embalagem) e R$ 156.987,00
ficaram com o produto LF Super (25% dos gastos da embalagem).
Tabela 14: Custo total dos produtos - custos diretos e indiretos (exemplo). Fonte: Elaborado pela autora.
Custos Empresariais 15
dar início à execução da produção e acompanham o produto em cada etapa
do processo fabril até o estágio de acabamento.
▪ Por ordem
▪ Por processo
▪ Por atividade
▪ Por responsabilidade
16 Custos Empresariais
os custos por processo (fase de produção), por departamentos ou setores
(departamentalização) para, posteriormente, apropriar esses custos
aos produtos fabricados no processo, durante determinado período.
Conclui-se que, nesse critério, se acumula em grupos representativos das
linhas de produção, para, posteriormente, proceder à divisão dos saldos
acumulados em função da quantidade produzida. O encerramento das
contas e a consequente transferência dos custos aos produtos ocorrem à
medida que estes ficam prontos.
Custos Empresariais 17
departamentos produtivos beneficiados pelos respectivos
serviços. Assim, os departamentos de serviços não recebem
custos de outros departamentos de serviços, ainda que tenham
sido beneficiados pelos serviços de alguns deles.
▪ Método Algébrico ou da Reciprocidade: por esse método,
reconhece-se a reciprocidade dos serviços prestados entre
os departamentos. Com sua adoção, um departamento de
serviços poderá receber, por transferência, parte do custo
do próprio departamento que foi transferido para outro.
Recomenda-se evitar o seu uso, uma vez que ele incentiva a
distribuição reflexiva.
▪ Método da Hierarquização ou dos Degraus: consiste em fixar
uma ordem de prioridade entre os departamentos de serviços.
A partir dessa hierarquização, rateiam-se os custos gerados
nos departamentos de serviços entre todos os departamentos,
sejam de serviços ou produtivos. (RIBEIRO, 2018, p.313)
2. Estrutura do Produto
Uma parte muito importante antes do custeamento dos custos ao
produto é o mapeamento da estrutura do produto. Segundo Padoveze
(2005, p.121), “Independentemente de que processo de fabricação é
adotado, ele depende de duas variáveis básicas para qualquer estrutura
industrial: a estrutura do produto (BOM – Bill of Material) e o processo
ou roteiro de fabricação”.
Todo produto a ser industrializado deve ser planejado. Isso quer dizer
que o produto deve ser estudado e devem ser definidos todos os itens que
irão compor esse produto e as quantidades que serão necessárias, além das
especificações técnicas dos materiais.
18 Custos Empresariais
Para ter um produto bem fabricado, assim como informações
para conseguir fazer uma boa gestão industrial é imprescindível
investir na configuração da estrutura do produto. Ter esta
informação documentada e de fácil acesso é importante já
que ela é a base para todo o controle de estoque, o cálculo de
necessidade de materiais para produção e a apuração de custo de
produção. (QS, 2018, s.p)
▪ desenvolvimento do produto;
▪ introdução do produto no mercado;
▪ crescimento;
▪ maturidade;
▪ declínio.
Vendas
Vendas e lucro
Lucro
Tempo
Introdução Crescimento Maturidade Declínio
Figura 1: As fases do ciclo de vida de um produto. Fonte: Adaptado de Wildauer; Wildauer (2015, p.20).
Custos Empresariais 19
Aqui, iremos focar no desenvolvimento do produto por meio da
estrutura do produto. Padoveze (2005, p.123) comenta que a estrutura
do produto:
Exemplo:
Uma mesa, para ser construída a grosso modo, sem muitos acabamentos, necessita,
basicamente, de madeira e pregos, como pode ser visto na Figura 2.
mesa
10 kg 20 un
madeira prego
20 Custos Empresariais
mesa
1 un 4 un 20 un
tampo pé prego
6 kg 1 kg
madeira madeira
Figura 3: Estrutura da mesa detalhada por peças. Fonte: Adaptado de Maxiprod (2019).
Custos Empresariais 21
fabricação, a determinação do volume por meio do nível de atividade, do
tempo físico e do tempo financeiro e da eficiência dos recursos.
Mão de Obra
Eficiência dos Informações e Deptos. de Apoio
Recursos Manutenção e Serviços Despesas
Atividades Serviços
de Terceiros
Ciclo Produtivo - Custo Médio Fabril
Figura 4: Modelo de decisão para determinação do ciclo de fabricação. Fonte: Adaptado de Padoveze (2005, p.122).
22 Custos Empresariais
O MRP corresponde a um importante instrumento para planejamento
e controle da produção, com foco na programação das necessidades
de materiais a partir de informações sobre a demanda fornecidas
pelo Programa-mestre de Produção (PMP), e considera também
informações oriundas de suprimentos (como estoques e compras).
Seu objetivo central, assim como qualquer outro sistema de gestão
de materiais, consiste em garantir a disponibilidade de insumos em
quantidade, momento e nível de qualidade apropriados, para que
a capacidade produtiva esteja adequada à demanda. Neste sentido,
o MRP busca a manutenção de estoques mínimos, possíveis por
meio do planejamento e controle, que permite a disponibilização de
materiais exatamente quando necessário. (LOZADA, 2017, p.44)
3. Processo de Fabricação
As formas de acumulação de custos na departamentalização são
diversas e influenciam diretamente no custo total do produto. Podemos ter
produção por encomenda, por processo ou equivalente de produção.
Custos Empresariais 23
A produção por encomenda também é conhecida como produção por
ordem e é caracterizada pela produção por meio da encomenda de clientes,
geralmente na área da construção civil, de máquinas ou produtos customizados.
Assim, os custos desse tipo de produção são mais facilmente identificados e
controlados, podendo ser por unidade, por lote ou por família de produtos.
24 Custos Empresariais
Outros tipos de indústrias também têm seus produtos elaborados por
processo, como as bebidas, veículos, eletrodomésticos etc. Segundo Ribeiro
(2018, p.428), “é importante salientar que, na fabricação em série, o controle
dos custos é feito por lote, família, grupo ou linha de produção”.
Exemplo:
Considere uma empresa que não possui estoque inicial, mas que produziu 10.000 unidades
de um produto. Sabe-se que 7.000 unidades ainda estão em elaboração, em um nível de 40% de
Custos Empresariais 25
acabamento, faltando 60% do processo para que sejam finalizados os produtos. Dessa forma, a
produção equivalente total é de:
26 Custos Empresariais
Referências
LOZADA, G. Planejamento e controle da produção avançado. São Paulo:
Sagah Educação, 2017.
Custos Empresariais 27