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Compras,

Processamento de
Pedidos e Controle
de Estoques

MÓDULO 3
Sumário
Unidade 7 | Métodos de Avaliação dos Estoques 3

1 Introdução 4

2 Custo Médio 5

2.1 Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS) 6

2.2 Último a Entrar, Primeiro a Sair (UEPS) 7

3 Cálculo do Custo Médio 8

4 Método PEPS 9

5 Método UEPS 10

Atividades 11

Referências 12

Unidade 8 | Administração de Compras  13

1 Conceito e Objetivos 14

2 Objetivos da Administração de Compras 15

3 Procedimento de Compras 16

4 Novas Formas de Comprar 18

5 EDI 19

6 Internet 20

7 O Estudo das Fontes de Fornecimento 20

7.1 Classificação de Fornecedores 21

7.2 Seleção e Avaliação de Fornecedores 23

7.3 Negociação com os Fornecedores 33

7.4 Relação com os Fornecedores 34

8 Compras no Serviço Público – Processo de Licitação 34

Glossário 36

Atividades 37

Referências 38

Gabarito 39

2
UNIDADE 7 | MÉTODOS DE
AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES

3
Unidade 7 | Métodos de Avaliação dos Estoques
Se lhe pedissem, hoje, para avaliar os estoques de uma empresa, você saberia fazê-lo? Que
critérios e instrumentos empregaria? Utilizando-os, você obteria dados confiáveis? É sobre
isso que trataremos nesta Unidade.

1 Introdução

As formas de registro de estoque, sejam


manuais ou informatizadas, objetivam
controlar as quantidades de materiais em
estoque, tanto o volume físico quanto o
financeiro.

A avaliação dos estoques inclui o valor


das mercadorias e dos produtos em
fabricação ou produtos acabados. Para
se fazer uma avaliação desse material,
tomamos por base o preço de custo ou
de mercado, preferindo-se o menor entre os dois.

O preço de mercado é aquele pelo qual a matéria-prima é comprada e consta na nota


fiscal do fornecedor. No caso de materiais de fabricação da própria empresa, o preço
de custo será aquele da fabricação do produto.

Podemos realizar avaliação dos estoques através de alguns métodos, vamos ver a seguir.

4
2 Custo Médio

A avaliação feita pelo custo médio é a mais utilizada. Tem por base o preço de todas as
retiradas, ao preço médio do suprimento total do item de estoque.

Exemplo 1:

Suponha que no dia 7 de agosto deram entrada no estoque de uma certa


empresa 500 unidades de matérias-primas a um preço unitário de R$ 15,00,
totalizando R$ 7.500,00. No dia seguinte, no dia 8 de agosto, entram mais
200 unidades de matérias-primas, só que ao preço unitário de R$ 20,00
(total = R$ 4.000,00). Na primeira entrada, o preço médio do estoque é:

500

Com a entrada de 200 unidades, o saldo total (R$ 500,00 + R$ 200,00) do dia 8 passa a
ser de 700 unidades. O valor total da entrada é o somatório dos dois dias (R$ 7.500,00
+ R$ 4.000,00 = R$ 11.500,00). O valor do custo médio dos materiais em estoque é:

700
Tabela 9: Cálculo do custo médio

Entradas no estoque Saídas do Estoque Saldos

Dia/ Preço Preço


Total Total Médio
Mês Quant. Unitário Quant. Unitário Quant. Total (R$)
(R$) (R$) (R$)
(R$) (R$)

7/8 500 15,00 7.500,00 500 7.500,00 15,00

8/8 200 20,00 4.000,00 700 11.500,00 16,43

23/9 150 16,43 2.464,50 550 9.035,50 16,43

5
2.1 Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS)

O método PEPS, em inglês: First In, First Out (FIFO), trata-se de uma avaliação. Por
este método é feita pela ordem cronológica das entradas. Sai o material que primeiro
integrou o estoque, sendo substituído pela mesma ordem cronológica em que foi
recebido, devendo ser aplicado o seu custo real.

Exemplo:

Numa empresa, no dia 6 de maio, entraram 100 unidades ao preço de R$


15,00 cada, totalizando R$ 1.500,00 na 1ª entrada. No dia 7, entraram mais
150 unidades, só que ao preço de R$ 20,00 cada, totalizando a segunda
entrada em R$ 3.000,00. No dia 8 de maio saíram 150 unidades. Como a
primeira que entra é a primeira a sair, presume-se que saíram as 100
unidades da primeira entrada. Porém, esta quantidade não foi suficiente
para as necessidades de saída; acrescendo-se assim 50 unidades da segunda
entrada.

O valor total de saídas do estoque é então de (100 x R$ 15) + (50 x R$ 20), ou seja R$
1.500,00 + R$ 1.000,00 = R$ 2.500,00.

Neste método não há uma atualização do custo, como foi visto no primeiro método.

Restaram em estoque 100 unidades a um preço unitário de 20, totalizando R$ 2.000,00.


Tabela 10: Cálculo PEPS

Entradas no estoque Saídas do Estoque Saldos

Dia/ Preço Preço


Total Total
Mês Quant. Unitário Quant. Unitário Quant. Total (R$)
(R$) (R$)
(R$) (R$)

6/5 100 15,00 1.500,00 100 1.500,00

7/5 150 20,00 3.000,00 250 4.500,00

100 15,00 1.500,00 150 3.000,00

8/5

50 20,00 1.000,00 100 2.000,00

6
2.2 Último a Entrar, Primeiro a Sair (UEPS)

Este método de avaliação (em inglês Last In, First Out, ou LIFO) considera que devem
sair em primeiro lugar as últimas peças que deram entrada no estoque, o que faz com
que o saldo seja avaliado ao preço das últimas entradas.

É o método mais adequado em períodos inflacionários, pois uniformiza o preço dos


produtos em estoque para venda no mercado consumidor.

Exemplo 1:

Numa empresa, entraram em estoque no dia 2/3 150 unidades a R$ 15,00


cada e mais 100 unidades, no dia 3/3, só que ao preço de R$ 20,00 cada,
totalizando R$ 2.250,00 a primeira entrada e R$ 2.000,00, a segunda. No
dia 30 de março, saíram 150 unidades. Como a última entrada é a primeira
a sair, presume-se que saíram as 100 unidades da última entrada. Porém,
esta quantidade não foi suficiente para as necessidades de saída, de forma
que foram acrescentadas 50 unidades que correspondiam à primeira
entrada.

O valor total de saídas do estoque é então de (100 x R$ 20) + (50 x R$ 15), ou seja R$
2.000,00 + R$ 750,00 = R$ 2.750,00.

Restaram em estoque 100 unidades a um preço unitário de 15, totalizando R$ 1.500,00.


Tabela 11: Cálculo UEPS
Entradas no estoque Saídas do Estoque Saldos

Dia/ Preço Preço


Total Total
Mês Quant. Unitário Quant. Unitário Quant. Total (R$)
(R$) (R$)
(R$) (R$)

2/3 150 15,00 2.250,00 100 2.250,00

3/3 100 20,00 2.000,00 250 4.250,00

100 20,00 2.000,00 150 2.250,00

30/3

50 15,00 750,00 100 1.500,00

7
Exemplo 2:

Este quadro apresenta um controle de entradas e saídas do estoque de


uma fábrica que deseja fazer uma avaliação do custo desses estoques.

Tabela 12: Controle de entradas e saídas do estoque

Entradas no estoque Saídas do Estoque


Dia/Mês
Quant. Preço Unitário (R$) Quant. Preço Unitário (R$)

1/3 10 150,00

10/3 30 120,00

30/3 20

Vamos utilizar os métodos de custo médio, PEPS (primeiro a entrar e primeiro a sair) e
UEPS (último a entrar e primeiro a sair), para conhecer o valor do estoque ao final da
movimentação, em reais.

3 Cálculo do Custo Médio

Tabela 12: Cálculo do custo médio

Entradas no estoque Saídas do Estoque Saldos

Dia/ Preço Preço


Total Total Médio
Mês Quant. Unitário Quant. Unitário Quant. Total (R$)
(R$) (R$) (R$)
(R$) (R$)

1/3 10 150,00 1.500,00 10 1.500,00 150,00

10/3 30 120,00 3.600,00 40 5.100,00 127,50

30/3 20 127,50 2.550,00 20 2.250,00 127,50

Havia 40 mercadorias no valor de R$ 5.100,00 (40 x R$ 127,50 = R$ 5.100,00). Ao saírem


as 20 mercadorias, restaram no estoque as outras 20, sem levar em consideração de
qual estoque, no valor de R$ 2.550,00 (20 x R$ 127,50 = R$ 2.550,00).

8
4 Método PEPS

Tabela 13: Cálculo método PEPS

Entradas no estoque Saídas do Estoque Saldos

Dia/ Preço Preço


Total Total
Mês Quant. Unitário Quant. Unitário Quant. Total (R$)
(R$) (R$)
(R$) (R$)

1/3 10 150,00 1.500,00 10 1.500,00

10/3 30 120,00 3.600,00 40 5.100,00

1.500,00
150,00 +
30/3 10+10=20 1.200,00 20 2.400,00
120,00 =
2.700,00

Do estoque saíram:

• 10 mercadorias do 1º estoque (ao preço unitário de R$ 150,00), com valor total


foi de R$ 1.500,00.

• 10 mercadorias do 2º estoque (ao preço unitário de R$ 120,00), totalizando R$


1.200,00.

Logo, R$ 1.500 + R$ 1.200 = R$ 2.700.

Restam no estoque as 20 mercadorias do 2º estoque, no valor de R$ 2.400,00 (20 x R$


1.200,00 = R$ 2.400,00).

9
5 Método UEPS

Tabela 14: Cálculo método UEPS

Na saída de estoque:

Entradas no estoque Saídas do Estoque Saldos

Dia/ Preço Preço


Total Total
Mês Quant. Unitário Quant. Unitário Quant. Total (R$)
(R$) (R$)
(R$) (R$)

1/3 10 150,00 1.500,00 10 1.500,00

10/3 30 120,00 3.600,00 40 5.100,00

30/3 20 120,00 2.400,00 20 2.700,00

• 20 mercadorias são do 2º estoque (ao preço unitário de R$ 120,00), pois foram as


últimas a entrar.

Logo, 20 x R$ 120,00 = R$ 2.400,00.

Restam no estoque as 10 mercadorias da 1º entrada, no valor de R$ 1,500,00 (10 x R$


1.500,00 = R$ 1.500,00) + 10 mercadorias da 2º entrada, no valor de R$ 1.200,00 (10 x
120 = R$ 1.200,00). Totalizando R$ 2.700,00 (R$ 1.500,00 + R$ 1.200,00)

Logo, o valor do estoque ao final da movimentação, em reais seria de:

a) Pelo método do custo médio: R$ 2.550,00

b) Pelo PEPS: R$ 2.400,00

c) Pelo UEPS: R$ 2.700,00

10
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A avaliação dos estoques inclui
o valor das mercadorias e dos produtos em fabricação ou
produtos acabados.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. O preço de custo é aquele pelo


qual a matéria-prima é comprada e consta na nota fiscal do
fornecedor.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

11
Referências

ARNOLD, J. R. T. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999.

BALLOU, R.H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização


e logística empresarial. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

_______. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição


física. São Paulo: Atlas, 1993.

CAMARGO, A. S. A.; AMARANTE, F. G. C. Gestão de estoques. Florianópolis, 1999.

DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas,


1995.

GASNIER, D. Gestão de materiais: a finalidade dos estoques. Disponível em: <http://


www.amazu.com.br/PROF%20ALAN/LOGI%8DSTICA/Aula_4_A%20finalidade_dos_
estoques.pdf>. Acesso em: 13 abr. 2017.

MARTINS, P.G. et al. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo:


Saraiva, 2000.

12
UNIDADE 8 | ADMINISTRAÇÃO
DE COMPRAS 

13
Unidade 8 | Administração de Compras
Quando saímos às compras domésticas, raramente nos damos conta de que as compras
de uma empresa não são feitas da mesma forma. Quais semelhanças e diferenças são
encontradas entre esse procedimento cotidiano e o procedimento empresarial?

Acompanhe esta Unidade e entenda as semelhanças e diferenças.

1 Conceito e Objetivos

Nos negócios de hoje, a administração


dos recursos de uma empresa,
principalmente financeiros, têm papel
fundamental na sua sobrevivência. A
visão de lucro toma lugar da visão de
despesa. Assim, a administração de
compras, também conhecida por gestão
de aquisição, tem um papel importante
e estratégico O processo de compra
não é responsabilidade exclusiva do
departamento de compras. A compra, se
realizada de forma eficiente, envolve outros departamentos da empresa: marketing,
engenharia, produção e compras. O departamento de compras tem a responsabilidade
principal de localizar fontes adequadas de suprimentos e de negociar preços. Os outros
departamentos têm um papel importante de avaliar essas fontes de suprimento e
auxiliar o departamento de compras na negociação dos preços.

14
2 Objetivos da Administração de Compras

Essa função é responsável pelo


estabelecimento do fluxo dos materiais
na empresa, pelo seguimento junto ao
fornecedor e pela agilização da entrega.
Os prazos de entrega não cumpridos
podem criar sérios problemas para os
departamentos de produção e vendas,
mas a função de compras pode reduzir o
número de problemas para as duas áreas,
além de aumentar os lucros.

Os objetivos da função de compras podem ser divididos em quatro categorias:

• Obter mercadorias e serviços na quantidade e com a qualidade necessárias

• Obter mercadorias e serviços ao menor custo

• Garantir o melhor serviço possível e no prazo combinado por parte do fornecedor

• Desenvolver e manter boas relações com os fornecedores e desenvolver


fornecedores potenciais

Para satisfazer a esses objetivos, devem ser desempenhadas algumas funções básicas:

• Determinar as especificações de compra: qualidade certa, quantidade certa e


entrega certa (tempo e lugar)

• Selecionar o fornecedor (fonte certa)

• Negociar os termos e condições de compra

• Emitir e administrar pedidos de compra

15
3 Procedimento de Compras

O procedimento de compras é apresentado na figura e nas explicações.

Solicitação Solicitação
de compras de compras

Solicitação
Emite solicitação de cotação
de cotação

Recebe e analisa Cotação ou


cotação ou proposta proposta

Emite pedido Recebe Pedido


de compras de Compras

Recebe e Envia
Recebe as
aceita as Mercadoria e
Mercadorias
Mercadorias Fatura

Aprova a fatura Recebe


e efetua pagamento
pagamento da fatura

Figura 6: Procedimento de compras

O solicitante, no caso, pode ser o setor de produção quando se tratar de matéria-prima;


o setor de almoxarifado para os materiais auxiliares e para estocar insumos; bem como
qualquer outro setor que necessitar de bens patrimoniais.

Agora, vamos apresentar as explicações detalhadas do procedimento de compra de


bens materiais e/ou patrimoniais.

1. Receber e Analisar os Pedidos de Compra do departamento de produção


(devem conter informações claras identificando o requisitante, especificando o
material, a quantidade e unidade de medida, data e local de entrega exigidos).

16
2. Selecionar Fornecedores: Encontrar fornecedores potenciais, emitir solicitações
para cotações, receber e analisar cotações, selecionar o fornecedor certo. Se o
pedido é de pequeno valor, um fornecedor poderá ser encontrado num catálogo,
num jornal ou numa suficiente de fornecedores, para garantir o recebimento de
cotações competitivas.

3. Determinar o Preço Correto: É função do departamento de compras tentar


obter sempre o melhor preço junto aos fornecedores.

4. Emitir Pedidos de Compra: O pedido de compra pode ser considerado como um


contrato legal para entrega das mercadorias de acordo com o “combinado” entre
o departamento de compras e o fornecedor.

5. Fazer um Acompanhamento para Garantir que os Prazos de Entrega Sejam


Cumpridos: O fornecedor é responsável pela entrega pontual dos itens pedidos
e o departamento de compras, por sua parte, deve garantir que os fornecedores
realmente entreguem pontualmente. Caso haja dúvida no cumprimento do
prazo de entrega. O departamento de compras deve procurar tomar medidas
corretivas (tentar agilizar o transporte, procurar ou fonte de suprimento, etc.).
Cabe também ao setor de compras a responsabilidade por trabalhar com o
fornecedor quando houver quaisquer mudanças nas exigências de entrega (local
de recebimento, característica do produto, prazo de entrega, quantidade, entre
outras). Receber e Aceitar as Mercadorias: O departamento de recepção da
empresa normalmente recebe e inspeciona a mercadoria (a quantidade certa e
que não foram danificados no transporte). Se as mercadorias recebidas estiverem
danificadas, o departamento de recepção comunica o departamento de compras,
que tomará as providências necessárias (troca, pedido de reembolso, crédito
junto ao fornecedor, etc.). Desde que as mercadorias estejam em ordem, são
enviadas para o departamento solicitante ou para o estoque.

6. Aprovar a Fatura para Pagamento do Fornecedor: Quando é recebida a fatura


do fornecedor, há três informações que devem concordar: o pedido de compra,
o relatório de recebimento e a fatura. Os itens e as quantidades devem ser os
mesmos em todos os documentos, assim como os preços. Cabe ao departamento
de compras verificar esses aspectos e resolver quaisquer diferenças. Uma vez
aprovada, a fatura é enviada ao departamento de contas a pagar.

17
Apresentamos um modelo de pedido de compra que pode ser utilizado por qualquer
empresa.

Pedido de Compra
N° FL.
Fornecedor: Cód.
Fornecedor
Endereço:
Pela presente, autorizo-lhe o fornecimento abaixo descrito, observadas as condições
constantes no verso.
IT Quant. Unid. Cód. SC Descrição Preço unit. $ IPI%

ET ES EM
Importa o total deste PC em $
embalagem
frete
transportadora

Data de vencimento
das parcelas

Valor das parcelas


Prazo de
Data de entrega NP Cód. fiscal Dias
entrega
Figura 7: Modelo de pedido de compra

4 Novas Formas de Comprar

O fenômeno da globalização, como não


poderia deixar de ser, tem trazido grande
impacto na forma como as compras são
efetuadas. Hoje se fala em mercado
global e, consequentemente, em
compras globalizadas. Com o advento
dos produtos mundiais, a exemplo do
carro mundial, peças e componentes
são compradas no mundo inteiro. Na
Gessy Lever, por exemplo, 20% da

18
comunicação com fornecedores é feita eletronicamente. No Pão de Açúcar, graças a
estas novas formas de compras, o índice de falta de produtos caiu, o tempo médio de
armazenamento foi reduzido e o volume de cargas recebidas aumentou.

5 EDI

Uma das formas de compras que mais cresce atualmente é a Electronic Data Interchange
– EDI, tecnologia para transmissão de dados eletronicamente. Por meio de um
computador, com um modem e, por exemplo, com uma linha de telefone e com um
programa específico, o computador do cliente é ligado diretamente ao computador do
fornecedor. As ordens e os pedidos de compra são enviados sem a utilização de papel.
O fornecedor, ao receber a comunicação, providencia o envio das mercadorias
solicitadas e as envia ao cliente.

Figura 8: EDI

Com a utilização do EDI, um pedido de compras, que levava muitos dias para se
concretizar, é feito automaticamente e o recebimento é feito mais rapidamente.

19
6 Internet

É cada vez mais difundida entre nós a utilização do e-mail como um veículo de transação
comercial ou e-commerce.

gg
Neste site você pode ver alguns exemplos de e-commerce.
Assista!

https://www.superempreendedores.com/ecommerce/tipos-de-
ecommerce-existentes/

Basta ligar um provedor e teremos


a WWW (World Wide Web) ao nosso
alcance, vinte e quatro horas por dia, sete
dias por semana. Todo o mundo pode
ser acessado e a comunicação bilateral
estabelecida. Um exemplo bastante
conhecido é o da livraria virtual, onde
podemos consultar e comprar livros via
Internet, sem sair de nossas casas. Nas
empresas, a internet ganha a cada dia
mais e mais adeptos. Tem vantagens em
relação ao EDI, pois o investimento é bem mais baixo, além de permitir uma maior
flexibilidade nas transações de compra.

7 O Estudo das Fontes de Fornecimento

Selecionar fornecedores é encontrar aqueles que possuem condições de fornecer os


materiais necessários dentro das quantidades pedidas, dos padrões de qualidade, no
tempo determinado (pontualidade), com menores preços e nas melhores condições
de pagamento. O objetivo da função de compras é conseguir tudo ao mesmo tempo:
qualidade, pontualidade e preço.

20
7.1 Classificação de Fornecedores

Pode-se classificar como fornecedor toda empresa interessada em suprir as


necessidades de outra empresa em termos de:

• Matéria-prima

• Serviços

• Mão de obra

A eficiência do departamento de compras está diretamente ligada ao grau de


atendimento e ao relacionamento entre o comprador e o fornecedor, que devem ser
os mais adequados e convenientes. Uma boa relação com o fornecedor normalmente
pode trazer vantagens extraordinárias. Assim sendo, é importante ser correto com ele,
informando-lhe com razoável precisão sobre as necessidades a curto e a médio prazos,
para que ele possa planejar sua produção, evitando estoques excessivos que elevem
seus custos. É importante, ainda, destacar outros dois aspectos: o cancelamento do
pedido em cima da hora e o atraso no pagamento são fatores que podem fazer com
que a situação do fornecedor se complique muito, podendo levá-lo à falência. Se,
por algum motivo especial, tiver que fazer realmente isso, deve-se tentar entrar num
acordo com ele.

Dentro de uma classificação, podemos ter:

a) Monopolista: são os fabricantes de produtos exclusivos no mercado. Ou, melhor


dizendo, há apenas uma única empresa que domina inteiramente a oferta de
um produto/serviço no mercado. Sendo assim, não existe uma preocupação,
por parte do fornecedor, em procurar vender seu produto, em tentar agradar o
comprador, pois, como não tem concorrente, o comprador não terá escolha: “ou
compra ou fica sem o produto de que necessita”.

b) Habituais: são os fornecedores tradicionais, que serão sempre consultados


numa coleta de preços. Geralmente, são fornecedores que prestam melhor
atendimento, pois sabem que existe concorrência e sua venda depende da
qualidade de seus produtos, do preço oferecido e da confiabilidade que dará ao
comprador.

21
c) Especiais: são os que ocasionalmente poderão prestar serviços, mão de obra e até
mesmo fabricar produtos, que requerem equipamentos especiais ou processos
específicos e que normalmente não são encontrados nos fornecedores habituais.

Esta é uma classificação genérica. Não podemos deixar de citar que há graus de
necessidade e importância dos produtos a serem comprados, que podem estar ligados
às características do fornecedor, como:

• Se o produto adquirido é especial ou de linha normal

• Se há lotes mínimos de fabricação

• O grau de assistência técnica oferecido ao cliente comprador

• A análise de procedência da matéria-prima

Podemos citar 3 tipos de fontes para selecionar os fornecedores:

• Única: quando apenas um fornecedor está disponível (ex. patentes, especificações


técnicas, matéria-prima, localização). É o caso do monopolista.

• Múltipla: quando há mais de um fornecedor para um item (os chamados


habituais). Nesse caso, há competição de preços e de nível de serviço.

• Simples: Seleciona-se um fornecedor para um item, mesmo havendo vários.


Objetiva-se, assim, criar uma pareceria a longo prazo.

Com exceção de fornecedores do tipo monopolista, o departamento de compras deve


sempre manter em seu cadastro um registro de no mínimo três fornecedores para
cada tipo de material. Não é recomendável uma empresa depender do fornecimento
de apenas uma fonte, sem qualquer alternativa. Dá mais segurança e maior liberdade
de negociação, chegando a uma redução de preço considerável.

Um dos documentos importantes do departamento de compras é o cadastro de


fornecedor, apresentado na figura, através do qual se realizará a seleção daqueles
que atendam às condições básicas de uma boa compra: preço, prazo (confiabilidade)
e qualidade. Atualmente, boa parte das empresas possui sistema informatizado de
cadastro de fornecedor.

22
Cadastro de fornecedor
Nome da empresa:_____________________________________________________________
Endereço Escritório:_________________________Tel.:______________CEP______________
Endereço Fábrica:___________________________Tel.:______________CEP______________
Inscrição Estadual:___________________________
Contato:______________________________________________________________________
Linha de Produtos:_____________________________________________________________
Condições de Pagamento:_______________________________________________________
Principais Produtos:____________________________________________________________
Bancos com os quais opera:_____________________________________________________
Outras informações:____________________________________________________________

Figura 9: Modelo de cadastro de fornecedores

7.2 Seleção e Avaliação de Fornecedores

Segundo Arnold (1999), alguns fatores influenciam na escolha dos fornecedores, como:

• Habilidade Técnica: O fornecedor


tem habilidade técnica para
fornecer o produto? Tem programa
de desenvolvimento e melhoria
para o produto? O fornecedor pode
auxiliar na melhoria dos produtos?

• Capacidade de Produção: O setor


de produção do fornecedor é
capaz de produzir em quantidade e
qualidade desejadas pelo cliente?

• Confiabilidade: o fornecedor é confiável e financeiramente sólido para


permanecer no negócio, pois espera-se que a relação não seja momentânea,
continuando por muito tempo.

• Serviço Pós-Venda: se o produto tem natureza técnica ou precisa das peças


de reposição, ou apoio técnico, o fornecedor deve ter um bom serviço de
atendimento pós-venda.

23
• Localização do Fornecedor: um fornecedor próximo do comprador (ele próprio
ou um estoque local) auxilia na redução dos tempos de entrega e nos custos de
transporte.

• Preço: preços competitivos. Os clientes muitas vezes não consideram o preço


mais barato e sim, o preço, a qualidade e a quantidade exigida no tempo desejado.

• Outras Considerações: termos de crédito, relacionamento pessoal (tratamento


especial dispensado ao cliente). Ex: o fornecedor reserva um estoque para o
comprador.

Ainda segundo Arnold (1999), várias são as formas utilizadas pelas empresas para
avaliar seus fornecedores, apresentando métodos simplificados.

Na avaliação de fornecedores, alguns fatores são quantitativos e é possível atribuir um


valor monetário a eles. O preço é o exemplo mais óbvio. Outros fatores são qualitativos
e sua determinação exige alguma ponderação. Geralmente, são determinados de
forma descritiva. É importante, então, encontrar algum método de combinar esses
dois fatores (quantitativos e qualitativos), de modo que o comprador possa selecionar
o melhor fornecedor. Uma forma de fazer isso é seguinte o método de classificação:

• Selecionar os Fatores que devem ser considerados na avaliação de fornecedores


potenciais. Ex: qualidade do produto, preço, entregas no prazo (confiabilidade),
serviço pós-venda, localização do fornecedor.

• Atribuir um Peso a Cada Fator. Esse peso determina a importância de um


fator em relação aos outros. Geralmente, uma escala de 1 a 10 é utilizada. Se
atribuirmos 5 a um fator e 10 a outro, o segundo é considerado duas vezes mais
importante que o primeiro.

• Atribuir uma Pontuação para os fornecedores quanto a cada um dos fatores.


Essa pontuação não é associada ao peso. Os fornecedores recebem nota, de
preferência de 1 a 10, em cada um dos fatores selecionados.

• Classificar os Fornecedores. Para cada fornecedor, o peso de cada fator é


multiplicado por sua nota naquele fator. Por exemplo, se o fator qualidade teve
peso 10 e a nota do fornecedor quanto a ele é 3, o valor classificatório é 30
(10 x 3). As classificações de cada fornecedor são reunidas para produzir uma
classificação total, o que possibilitará a escolha do melhor fornecedor, ou seja,
aquele que obtiver o maior número de pontos (peso x nota) no total dos itens.

24
Para uma melhor compreensão disso, este quadro apresenta um modelo de classificação
de fornecedores para um determinado produto.
Quadro 4: Modelo de classificação de fornecedores

Pontuação de Classificação de fornecedores


Fator Peso
fornecedores (NOTA) (Peso x Nota)

Fornecedores A B C D A B C D

Qualidade 10 8 10 6 6 80 100 60 60

Preço 8 3 5 9 10 24 40 72 80

Entregas no prazo 8 9 4 5 7 72 32 40 56

Serviço pós-venda 7 7 9 4 2 49 63 28 14

Localização 5 4 3 6 9 20 15 30 45

TOTAL 180 250 160 255

O fornecedor que apresentar o melhor resultado, deverá ser o escolhido. Esse quadro
mostrou que, teoricamente, o fornecedor D, com o total de 255 pontos, seria o
escolhido. Isso não quer dizer que os outros devam ser esquecidos e abandonados.

O método de classificação é uma tentativa


de quantificar coisas que não podem ser
quantificadas naturalmente. Por isso, o
método procura aplicar valores com base
em julgamento subjetivo. Ele não é um
método perfeito, mas leva a empresa
compradora a considerar a importância
relativa de vários fatores.

Martins (2000) enfatiza alguns aspectos


como os mais utilizados pelas empresas
para avaliarem seus fornecedores. São eles:

• Custo: verificar se os custos estão compatíveis com o mercado, partindo do


princípio de que eles devem ser reduzidos.

• Qualidade: o relacionamento frutificará se o fornecedor dispuser de qualidade. O


cliente comprador deverá dispor de meios para avaliar a qualidade e as melhorias
que estão sendo obtidas.

25
• Pontualidade: o fornecedor deverá possuir uma cultura de pontualidade nas
suas entregas. A não pontualidade quebrará a cadeia cliente-fornecedor, com
efeitos devastadores nas imagens de ambos, já que o cliente comprador não irá,
por sua vez, cumprir os prazos de pagamento.

• Inovação: o fornecedor inovador cria uma alavancagem muito importante


no cliente comprador, embora o mais comum seja a necessidade de atender a
solicitações de inovações.

• Flexibilidade: é a capacidade que tanto o cliente quanto o fornecedor devem ter


para rapidamente adaptarem-se às alterações e solicitações do mercado.

• Produtividade: cliente e fornecedor devem estar preparados para implantar


programas de melhoria na qualidade de processos e produtos.

• Instalações: o cliente deve avaliar as instalações produtivas do fornecedor


quanto às condições mínimas de fabricar produtos de qualidade.

• Capacitação Gerencial e Financeira: verificar se o fornecedor dispõe de estrutura


organizacional definida, de forma que se possa identificar os responsáveis pelas
decisões. A capacidade financeira deve ser avaliada para verificar se o fornecedor
tem capital de giro para atender a pedidos eventuais.

Vejamos agora um outro modelo de avaliação de fornecedor. Em primeiro lugar,


pondera-se cada quesito dentro de cada categoria – produto, serviços, engenharia,
instalações e administração/finanças, como no quadro.

26
Quadro 5: Modelo de avaliação de fornecedor

QUESITOS PESO RELATIVO


PRODUTO
10
Custo
14
Qualidade
7
Embalagem
4
Garantia
SERVIÇOS
10
Pontualidade na entrega
5
Presteza no atendimento
2
Cortesia no atendimento
3
Qualidade na expedição e transporte
5
Assistência técnica pós-venda
ENGENHARIA
2
Pesquisa
9
Grau de inovação
4
Flexibilidade nas alterações
INSTALAÇÕES
9
Equipamentos
3
Prediais
3
Adequação do layout
ADMINISTRAÇÃO/FINANÇAS

Relações humanas – ambiente de 5


trabalho
3
Relacionamento comercial com
clientes 2

Capacidade financeira

27
Em seguida, avalia-se cada quesito, atribuindo uma nota para cada um. O critério a
ser utilizado é nota 1 – ruim; 2 – regular; 3 – bom e 4 – excelente. Depois, multiplica-
se a nota obtida pela categoria em cada um dos quesitos, pelo seu peso. Observe no
quadro.
Quadro 6: Nota dos quesitos x peso

QUESITOS PESO 4 3 2 1
PRODUTO
Custo 10 X
Qualidade 14 X
Embalagem 7 X
Garantia 4 X
10 x 3 + 14 x 4 + 7 x 4 + 4 x 3 = 126
SERVIÇOS
Pontualidade na entrega 10 X
Presteza no atendimento 5 X
Cortesia no atendimento 2 X
Qualidade na expedição e transporte 3 X
Assistência técnica pós-venda 5 X
10 x 2 + 5 x 3 + 2 x 4 + 3 x 1 + 5 x 2 = 56
ENGENHARIA
Pesquisa 2 X
Grau de inovação 9 X
Flexibilidade nas alterações 4 X
2 x 2 + 9 x 4 + 4 x 4 = 56
INSTALAÇÕES
Equipamentos 9 X
Prediais 3 X
Adequação do layout 3 X
9 x 2 + 3 x 3 + 3 x 1 = 30

28
ADMINISTRAÇÃO/FINANÇAS
Relações humanas – ambiente de trabalho 5 X
Relacionamento comercial com clientes 3 X
Capacidade financeira 2 X
5 x 3 + 3 x 4 + 2 x 3 = 33
TOTAL = 301

Esta avaliação é feita por estabelecimento prévio da empresa. Um quadro com os


limites de aceitação de um fornecedor como o quadro seguinte, deve ser implantado.

Quadro 7: Limites de pontuação dos fornecedores

Pontuação que os fornecedores devem alcançar


Aceitável como fornecedor Acima de 350 pontos
Segunda chance, após implantação de melhorias 300 a 340 pontos
Incapaz 0 a 229 pontos

No exemplo apresentado, o resultado final de 301 coloca o fornecedor na posição


intermediária, ou seja, no limiar para obter uma segunda chance. Ele não é ainda o que
a empresa procura, mas, se melhorar os quesitos com avaliação insatisfatória, poderá
concorrer novamente e, se conseguir mais de 350 pontos, poderá ser aceito como
fornecedor.

Outro método de avaliação de desempenho de fornecedores refere-se ao cálculo do


Indicie de Avaliação de Desempenho do Fornecedor – IADF. Este método é simples e
objetivo. Ele procura o equilíbrio entre os fatores: qualidade, serviços (pontualidade)
e custo.

IADF = Q.fq + P.fp + C.fc

Onde:

Q = avaliação da qualidade

P = avaliação da pontualidade

C = avaliação do preço

fq = ponderação de qualidade

29
fp = ponderação de pontualidade

fc = ponderação de preço

Considerações:

• Qualidade = % de lotes aceitos (recusando as quebras, os danos e os enganos).

• Pontualidade = % de lotes recebidos no prazo (ao maior percentual atribui-se o


maior número de pontos).

• Preço = média aritmética dos preços nos últimos três anos (ao melhor preço
FOB1 atribui-se o melhor número de pontos).

Quadro 8: Índice de Avaliação de Desempenho do Fornecedor – IADF

Avaliação
Bom IADF entre 0,90 e 1,00
Observar IADF entre 0,80 e 0,89
Substituir IADF abaixo de 0.80

A título de exemplo, vamos aplicar o IADF neste exercício.

Exercício:

Uma empresa varejista de eletrodomésticos tem a alternativa de adquirir


refrigerantes de 3 fornecedores (A, B e C). Ela deseja selecionar qual é o
melhor fornecedor para comprar o produto e para isso leva em consideração
os seguintes critérios, com seus respectivos pesos:

Fator Pontos
Qualidade 35
Preço 25
Serviço de entrega 40

Com relação ao critério qualidade, vale ressaltar que o histórico de


fornecimento do produto evidenciou as seguintes características de
aceitação do produto pela empresa:

30

Fornecedor Lote recebido Lote aceito
Fornecedor A 80 76
Fornecedor B 95 92
Fornecedor C 90 82

Com relação ao preço, temos os seguintes dados:

PREÇO FOB
Fornecedor
Ano n-2 Ano n-1 Ano n
Fornecedor A R$ 110,00 R$ 105,00 R$ 100,00
Fornecedor B R$ 120,00 R$ 120,00 R$ 120,00
Fornecedor C R$ 100,00 R$ 95,00 R$ 90,00

A experiência anterior mostra ainda que o serviço de entrega atende às


seguintes porcentagens para cada um dos fornecedores (maiores
porcentagens correspondem a melhor serviço de entrega):

Fornecedor A = 95%

Fornecedor B = 80%

Fornecedor C = 90%

Com base nos dados disponíveis, escolha qual é o melhor fornecedor para
a empresa.

Calculando:

Índice de Ponderação da Qualidade (Fator = 35, conforme estabelecido acima)

Fornecedor A = (95 x 35)/100 = 33,25

Fornecedor B = (97 x 35)/100 = 33,95

Fornecedor C = (91 x 35)/100 = 31,85

31
Fornecedor Lote recebido Lote aceito % aceite Ponderação
Fornecedor A 80 76 95 33,25
Fornecedor B 95 92 97 33,95
Fornecedor C 90 82 91 31,85

Após obter a média aritmética dos preços nos últimos três anos, atribui-se ao melhor
preço, o melhor peso, ou seja, 25. Com isso, verifica-se uma relação inversa, uma vez
que o menor preço corresponde ao maior número de pontos:

Fornecedor A = (95,00 x 25)/105 = 22,6

Fornecedor B = (95,00 x 25)/120 = 19,8

Fornecedor C = 25

Preço FOB
Fornecedor Ponderação
Ano n-2 Ano n-1 Ano n Média

Fornecedor A R$ 110,00 R$ 105,00 R$ 100,00 R$ 105,00 22,6

Fornecedor B R$ 120,00 R$ 120,00 R$ 120,00 R$ 120,00 19,8

Fornecedor C R$ 100,00 R$ 95,00 R$ 90,00 R$ 95,00 25

Para a pontualidade, o cálculo é baseado nos atendimentos anteriores e na


confiabilidade do fornecedor – estabelecer porcentagens para nível de serviço. Logo,
ao melhor atendimento atribuem-se os 40 pontos e calculam-se os demais.

Fornecedor A = (95 x 40)/95 = 40

Fornecedor B = (80 x 40)/95 = 33,68

Fornecedor C = (90 x 40)/95 = 37,89

Fornecedor Atendimento Ponderação


Fornecedor A 95 40
Fornecedor B 80 33,68
Fornecedor C 90 37,89

32
Concluindo:

Serviço de entrega IADF


Fornecedor Qualidade (Q) Preço (P)
(confiabilidade) (C) (Q+PC)/100

Fornecedor A 33,25 22,60 40,00 0,9585

Fornecedor B 33,95 19,80 33,68 0,8743

Fornecedor C 31,85 25,00 37,89 0,9474

Com base nos dados disponíveis, verifica-se no quadro conclusivo que o melhor
fornecedor, em termos de qualidade, é o B; o melhor preço apresentado foi pelo C e
melhor serviço de entrega (prazo e confiabilidade) foi atribuído ao fornecedor C. Em
termos de IADF a escolha recai no fornecedor A, com o índice mais alto. Ressalta-se
que mesmo com o preço mais elevado que o fornecedor C e com um nível de qualidade
um pouco abaixo do fornecedor B, a vantagem em termos de serviço de entrega fez a
diferença. Conclui-se aqui que nem sempre o melhor preço ganha uma concorrência,
outros fatores, juntamente com o preço, são importantes na escolha do fornecedor.

No que se refere ao modelo utilizado para escolha dos fornecedores, é preciso ressaltar
que os fornecedores A e C podem ser considerados como bons (IADF entre 0,90 e 1,00).
Por outro lado, o fornecedor B deve ser observado, uma vez que o mesmo se encontra
em condições (IADF entre 0,80 e 0,89) de participar de outras avaliações, em outros
momentos, não devendo ser descartado.

7.3 Negociação com os Fornecedores

Após a avaliação inicial dos fornecedores,


o cliente-comprador poderá decidir
investir no desenvolvimento do
fornecedor para torná-lo adequado às
suas necessidades, isto é, fazer com
que seja um “bom fornecedor”. Este
é o primeiro passo no relacionamento
do tipo comakership. A avaliação feita
previamente é que dará as diretrizes para o programa de melhoria do fornecedor.
A partir das não conformidades identificadas, estabelece-se um programa de ações
corretivas com o acompanhamento do cliente. Pode ser proporcionado ao fornecedor

33
um programa de treinamento, quer por parte do cliente comprador ou por terceiros.
É nessa fase que os contatos entre ambos se tornam mais íntimos, e os dois buscam
melhorias nos processos. No caso de fornecedores altamente capacitados, essa fase
de treinamento pode ser suprimida.

7.4 Relação com os Fornecedores

As compras por contrato e a necessidade


de que o fornecedor seja flexível e
confiável significam que a relação
entre comprador e fornecedor deve
ser próxima e cooperativa. Deve haver
excelente comunicação entre ambos,
além de cooperação e trabalho em
equipe. Cada parte deve entender suas
próprias operações e problemas, assim
como os problemas e operações da outra
parte.

O comprador, bem como o fornecedor, devem trabalhar numa base semanal para
garantir que ambas as partes estejam cientes de quaisquer mudanças nas exigências
ou na disponibilidade de materiais.

8 Compras no Serviço Público – Processo de Licitação

A licitação é o procedimento pelo qual são escolhidos aqueles que pretendem contratar
com a Administração Pública. Todas as normas legais que disciplinam o procedimento
licitatório visam à escolha da melhor proposta. Aquilo que ocorre de modo quase
automático no setor privado, movido pela necessidade de sobrevivência da empresa,
precisa ser definido através de atos administrativos coordenados entre si para atingir
aquele objetivo.

34
Se a empresa optar pela escolha de fornecedores com preços mais altos, será punida
com a diminuição da margem de lucro, pela impossibilidade de competir. O mesmo não
ocorre na tomada de decisões no setor público. A lei impõe certas regras na escolha do
contratado.

Enfim, o procedimento licitatório implica em proporcionar a todos quantos se achem


em determinada situação a oportunidade de contratar com o setor público. Todos
são iguais perante a Administração Pública. Por isso, a cada interessado deve ser
proporcionada a mesma oportunidade de submeter-se ao processo seletivo para a
escolha do contratado.

A lei prevê as seguintes modalidades de licitação:

ee a) Concorrência

b) Tomada de preços

c) Convite

d) Concurso

e) Leilão

Cabe distinguir dois procedimentos na


licitação: um interno e outro externo.
O procedimento interno inicia-se com a
autorização de abertura do processo e
termina com a elaboração do edital ou
do convite.

O procedimento externo é desenvolvido


segundo as seguintes fases:

a) Abertura da licitação

b) Habilitação dos licitantes

c) Julgamento e classificação das propostas

35
d) Homologação e adjudicação

Finalmente, o processo licitatório evita que, no momento de aquisição dos materiais,


os parceiros sejam escolhidos por critério pessoais, elegendo aquele ou aqueles que
apresentam proposta mais conveniente e mais vantajosa para o serviço público.

Glossário

Comakership: Tipo de parceria entre cliente e fornecedor que atinge elevado grau
de evolução, gerando confiança mútua, participação, fornecimento com qualidade
assegurada, etc.

Ressuprimento: Reabastecimento.

36
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. O processo de compra não é
responsabilidade exclusiva do departamento de compras. A
compra, se realizada de forma eficiente, envolve outros
departamentos da empresa: marketing, engenharia, produção
e compras.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. As compras por contrato e a


necessidade de que o fornecedor seja flexível e confiável
significam que a relação entre comprador e fornecedor deve
ser próxima, porém, burocrática.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

37
Referências

ARNOLD, J. R. T. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999.

BALLOU, R.H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização


e logística empresarial. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

_______. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição


física. São Paulo: Atlas, 1993.

CAMARGO, A. S. A.; AMARANTE, F. G. C. Gestão de estoques. Florianópolis, 1999.

DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas,


1995.

GASNIER, D. Gestão de materiais: a finalidade dos estoques. Disponível em: <http://


www.amazu.com.br/PROF%20ALAN/LOGI%8DSTICA/Aula_4_A%20finalidade_dos_
estoques.pdf>. Acesso em: 13 abr. 2017.

MARTINS, P.G. et al. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo:


Saraiva, 2000.

38
Gabarito

Questao 1 Questão 2
Unidade 7 V V
Unidade 8 V F

39

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