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ESCOLA SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

3° ano Pós laboral

Cadeira: Direito dos Registos e Notariado

4° Grupo

Tema: Regime Jurídico Sujeito a Registo de Entidades Legais

Docente: Dr Dario Muchanga

Discente:

Codjita da Silva Nhancale

Luísa Fernando

Zefanias Filipe Sitoe

Celeste Mario Parruque

Dercio Alcandra

Maputo, Maio de 2022


Índice
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1

1.1. OBJECTIVOS........................................................................................................2

1.1.1. Objectivo geral....................................................................................................2

1.1.2. Objectivo específico...........................................................................................2

1.2. Metodologia............................................................................................................2

2. REGIME JURÍDICO DE REGISTO DE ENTIDADES LEGAIS............................3

2.1. Conceitos básicos...................................................................................................3

2.2. O Objectivo do Registo de Entidades Legais.........................................................3

2.3. A Natureza jurídica e o Valor do Registo..............................................................3

3. Factos Sujeitos a Registo das Entidades Legais.........................................................4

3.1. Factos sujeitos a registo relativos às empresas comerciais....................................4

3.2. Factos sujeitos a registo relativos a outras entidades legais...................................6

3.3. Acções e decisões sujeitas a registo das entidades legais.......................................6

3.4. Outros factos sujeitos a registo...........................................................................7

4. Os Princípios, Efeitos e Vicissitudes do Registo.......................................................7

4.1. Eficácia do registo e Prioridade do registo...........................................................8

4.2. Cessação dos efeitos do registo..............................................................................9

5. CONCLUSÃO.........................................................................................................10

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................11
1. INTRODUÇÃO

Antes de focar no tema, importa referir que, no âmbito do processo de reforma legal
levado a cabo pelo Governo, designadamente com a introdução de alterações ao
Código Comercial (CCom), aprovado pelo Decreto-Lei nº 2/2005, de 27 de
Dezembro, foi recentemente aprovado um outro instrumento não menos importante
– o Decreto-Lei nº 1/2006, de 3 de Maio, (DL1/2006) que cria o Registo de
Entidades Legais e o respectivo anexo aprovado, onde consta o Regulamento do
Registo de Entidades Legais (RREL). O Decreto-Lei 1/2006 veio revogar os
diplomas anteriores, designadamente o Decreto-Lei nº 42.644 e o Decreto nº
42.645, ambos de 14 de Novembro de 1959, que haviam sido criados na vigência do
Código Comercial, aprovado pela Carta de Lei de 28 de Junho de 1888, que foi
também objecto de alteração introduzida ao abrigo do CCom.

Portanto, este trabalho versa sobre aspectos inerentes ao regime juridico de registo de
entidades legais e seus efeitos. Neste contexto, a Finalidade do Registo nos termos do
artigo 16 do CCom, os empresários comerciais (entendidos estes como sendo, as
pessoas singulares ou colectivas que, em seu nome, por si ou por intermédio de
terceiros, exercem uma empresa comercial; e as sociedades comerciais), tem em
especial, as seguintes obrigações: Adoptar uma firma; Escriturar em ordem uniforme
as operações ligadas ao exercício da sua empresa; Fazer inscrever na entidade
competente os actos sujeitos ao registo comercial; Prestar contas.

O registo das entidades legais destina-se a dar publicidade à situação jurídica dos
empresários e das empresas comerciais, tendo por finalidade a segurança do
comércio jurídico, conforme resulta da conjugação do disposto no artigo 58 do CCom
e o artigo 1 do RREL.

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1.1. OBJECTIVOS

1.1.1. Objectivo geral


 Apresentar fundamentos com base na lei em torno do regime jurídico do registo
de entidades legais e seus efeitos.

1.1.2. Objectivo específico


 Conceituar o registo de entidades legais e sua finalidade em conformidade com o
Regulamento do registo de entidades legais;
 Descrever os fundamentos ilustrados por lei em prol dos demais factos sujeitos a
registo de entidades legais;
 Destacar os efeitos, princípios e vício dos factos sujeitos a registo de entidades
legais;

1.2. Metodologia

No presente trabalho, usou-se várias técnicas, a saber: Consulta bibliográfica em


legislações que serviram como fonte de inspiração na elaboração deste trabalho. Esta
consulta fez com que releva-se mais qualidade de informação no desenvolvimento do
trabalho, interação entre colegas membros do grupo, de uma forma minuciosa foram
analisados os dados de cada elementos e apurada as melhores informações como
produto final que resultou nesse trabalho, e usou se a internet para fazer uma reflexão
condigna das várias informações.

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2. REGIME JURÍDICO DE REGISTO DE ENTIDADES LEGAIS
2.1. Conceitos básicos

Segundo o artigo 1 do regulamento do Decreto-Lei n.º 1/2006 de 3 de Maio, o Registo


de Entidades Legais destina-se a: dar publicidade à situação jurídica das empresas
comerciais e outros entes previstos no presente diploma, bem como os factos jurídicos,
especificados na lei, referentes àqueles; verificar a admissibilidade das firmas e
denominações, bem como garantir a sua protecção a nível nacional.

Portanto, os factos jurídicos que determinem a constituição, o reconhecimento, a


aquisição ou a modificação dos direitos de propriedade, usufruto, uso e habitação,
superfície ou servidão. Por exemplo: a aquisição de um imóvel por compra ou doação.
Neste último caso, se o doador reservar para si o usufruto do bem doado, o registo de
aquisição a favor do donatário implica a realização, oficiosa (sem depender da vontade
das partes), do registo de usufruto. Os factos jurídicos que determinem a constituição ou
a modificação da propriedade horizontal e do direito de habitação periódica. 

2.2. O Objectivo do Registo de Entidades Legais

O Registo de entidades legais tem como objectivo a materialização prática e efectiva do


processo de desburocratização e simplificação de procedimentos, visando:

 Introdução de procedimentos de registo simples e uniformes;

 Introdução do sistema informatizado de registo;

 Implementação do conceito de balcão único para o registo;

 Acesso mais rápido e fácil à informação segura e actualizada;

 Uma organização de registo mais eficiente.

2.3. A Natureza jurídica e o Valor do Registo

No Título I do Decreto-Lei n.º 1/2006 de 3 de Maio - RREL acham-se tratadas as


matérias relativas ao objecto do registo em particular.

O Registo de Entidades Legais compreende:

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As empresas comerciais;

As sociedades civis sob a forma comercial;

As associações, fundações, consórcios e cooperativas;

As representações de entidades estrangeiras e nacionais;

Outras entidades a ele sujeitas por lei;

3. Factos Sujeitos a Registo das Entidades Legais

3.1. Factos sujeitos a registo relativos às empresas comerciais

Os factos a ele sujeitos, referentes às entidades supra referidas. Nos termos dos artigos
3 e seguintes. do Regulamento do registo das entidades legais - RREL, acham-se
previstos e listados vários factos sujeitos a registo, nomeadamente:

O acto constitutivo, incluindo os estatutos, e respectivas alterações;

A firma e a sede social;

a deliberação de aquisição e alienação de bens a sócios ou associados e o


relatório de avaliação que lhe serviu de base;

a unificação, divisão e transmissão de quotas de sociedades por quotas, bem


como de partes sociais de sócios capitalistas de sociedades de capital e trabalho;

a promessa de alienação ou de oneração de partes de capital de sociedades de


capital e trabalho e de quotas de sociedades por quotas, bem como os pactos de
preferência, se se tiver convencionado atribuir-lhes eficácia real, e a obrigação
de preferência a que, em disposição de última vontade, o testador tenha
atribuído igual eficácia;

a transmissão de partes sociais de sócios de indústria das sociedades de capital e


trabalho, a constituição de direitos reais de gozo ou de garantia sobre elas, e a
sua transmissão, modificação e extinção, bem como a penhora do direito aos
lucros e à quota de liquidação;

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a constituição e a transmissão de usufruto, penhor, arresto, arrolamento e
penhora de quotas ou de direitos sobre elas e ainda quaisquer actos ou
providências que afectem a sua livre disposição;

a exoneração e exclusão de sócios de sociedades de capital e trabalho, bem como


a extinção de parte social por falecimento do sócio e a admissão de novos
sócios;

a entrada, exclusão e exoneração de membros do consórcio;

a amortização de quotas e a exclusão e exoneração de sócios de sociedades


por quotas;

a deliberação de remição de acções;

a emissão de obrigações, cédulas ou escritos de obrigação geral das sociedades


ou de particulares, bem como a sua amortização ordinária e extraordinária;

a designação, a cessação de funções, por qualquer causa que não seja o decurso
do tempo, bem como a alteração do mandato dos membros dos órgãos de
administração e de fiscalização e procuradores;

as limitações aos poderes dos administradores e liquidatários;

a mudança de sede, bem como a abertura e encerramento de sucursais e outras


formas de representação;

a transformação, prorrogação, fusão, cisão, transformação e dissolução, bem


como o aumento e redução ou reintegração do capital social;

a designação e cessação de funções, anterior ao encerramento da


liquidação, dos liquidatários, bem como os actos de modificação dos
poderes legais ou contratuais dos liquidatários;

a extinção pelo encerramento da liquidação;

a suspensão da actividade e o seu reinício;

o projecto e oferta pública de venda de acções, bem como o seu cancelamento;

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quaisquer outros factos referentes às empresas que a lei declare sujeitos a
registo.

As decisões finais, com trânsito em julgado, proferidas nas acções e procedimentos


cautelares acima referidos. Os registos acima referidos são obrigatórios e devem ser
requeridos no prazo de três meses, a contar da data em os respectivos factos
tiverem sido titulados, conforme decorre da conjugação do disposto no artigo 8 e o nº
1 do artigo 32 do RREL (v.g. – na constituição de uma sociedade comercial, o registo é
feito no prazo de noventa dias contados da data da outorga do respectivo acto
notarial).

Na falta de prazo especial, os registos devem ser lavrados dentro dos trinta dias
seguintes à data da apresentação dos respectivos títulos.

3.2. Factos sujeitos a registo relativos a outras entidades legais

Estão sujeitos a registo, artigo 4 do RREL:

a) o acto constitutivo, incluindo os estatutos;

b) a denominação e sede principal;

c) a designação dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização e


procuradores;

d) a abertura de representações em outros pontos do país e no estrangeiro;

e) a cessação ou suspensão das suas actividades;

f) quaisquer outros factos a elas referentes que a lei declare sujeitos a registo;

g) a alteração de qualquer dos elementos indicados nas alíneas anteriores.

3.3. Acções e decisões sujeitas a registo das entidades legais

Estão também sujeitos a registo as seguintes acções e decisões:

i. as acções que tenham como fim, principal ou acessório, declarar, fazer


reconhecer, constituir, modificar ou extinguir qualquer dos direitos referidos nos
artigos anteriores ou a reforma, a declaração de nulidade ou a anulação de um
registo ou do seu cancelamento;

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ii. as acções de declaração de nulidade ou anulação do acto constitutivo das
entidades legais;

iii. as acções de declaração de nulidade ou anulação de deliberações sociais e as


providências cautelares de suspensão destas;

iv. as providências cautelares não especificadas requeridas com referência às acções


mencionadas nas alíneas anteriores;

v. as decisões finais, com trânsito em julgado, proferidas nas acções e


procedimentos cautelares referidos nas alíneas anteriores;

vi. as decisões judiciais, com trânsito em julgado, de homologação ou rejeição


das deliberações das assembleias de credores que tenham aprovado, no
respectivo processo judicial, a concordata ou o acordo de credores;

vii. as sentenças declaratórias de falência, com trânsito em julgado;

viii. os despachos, com trânsito em julgado, do levantamento da inibição e


reabilitação do falido;

ix. as decisões judiciais com trânsito em julgado relativas à autorização para a


prática de actos de comércio por incapazes.

3.4. Outros factos sujeitos a registo

Sem prejuízo do estatuído nos artigos anteriores, a lei pode declarar ou sujeitar outras
entidades e factos a registo. artigo 6 do RREL.

4. Os Princípios, Efeitos e Vicissitudes do Registo

Estão contidas no Título III, as normas relativas aos princípios, efeitos e vicissitudes
do registo. Ao abrigo do artigo 16 de RREL, vigora o Princípio da legalidade, visto
que, além da regularidade formal dos actos requeridos e da legitimidade dos
requerentes, incumbe ao conservador apreciar a legalidade dos títulos apresentados
e a validade dos actos dispositivos neles contidos, e bem assim a capacidade dos
outorgantes, em face dos títulos e dos registos anteriores. E vigora o principio de
Presunções derivadas do registo - O registo definitivo constitui presunção de que
existe a situação jurídica, nos termos do artigo 17 do RREL.

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O direito em primeiro lugar inscrito prevalece sobre os que, pela ordem da data da
apresentação, se lhe seguirem relativamente aos factos, quotas, partes sociais e outros
bens.

O negócio pelo qual se transmitem direitos ou se constituem ónus ou encargos sobre


factos registados não pode ser admitido a registo definitivo sem que os direitos
transmitidos ou onerados se encontrem definitivamente inscritos a favor do
transmitente ou de quem os onera, conforme estabelece o artigo 20 do RREL.

Nos termos do artigo 21 do RREL, os factos de que resulte transmissão de


direitos ou constituição de encargos sobre quotas, partes sociais e bens, não podem
ser titulados sem que estejam definitivamente inscritos a favor da pessoa de quem
se adquire o direito ou contra a qual se constitui encargo.

As entidades legais não matriculadas não poderão prevalecer-se da sua qualidade em


relação a terceiros, mas não poderão invocar a falta de matrícula para se
subtraírem às responsabilidades e obrigações inerentes a essa qualidade.

Os interessados que não requerem o registo obrigatório no prazo legal (de noventa
dias ou trinta dias conforme o caso), incorrem na pena de multa, que será fixada
em diploma próprio.

O conservador que verificar, por qualquer meio que o registo não foi requerido no
prazo legal levantará o auto da transgressão e notificará o responsável de que pode
pagar a multa devida, pelo mínimo, no prazo de trinta dias, se ao mesmo tempo se
apresentar a requerer o registo com a documentação necessária, nos termos do nº 3
do artigo 32 do RREL.

Não sendo paga a multa e requerido o registo, o conservador enviará o auto de


transgressão ao Ministério Público, para fins de instauração do procedimento
criminal.

4.1. Eficácia do registo e Prioridade do registo

Nos termos do artigo 18 do RREL Os factos sujeitos a registo, ainda que não registados,
podem ser invocados entre as próprias partes ou seus herdeiros, mas só produzem

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efeitos contra terceiros depois da data do respectivo registo. Exceptuam-se do estatuído
no número anterior:

a) os factos constitutivos de ónus ou encargos, cuja eficácia entre as próprias


partes, depende da realização do registo;

b) outros factos para os quais a lei declare ser o registo necessário para a produção
de efeitos.

No que diz respeito a prioridade do registo, o artigo 19 do RREL, diz que o direito em
primeiro lugar inscrito prevalece sobre os que, por ordem da data da apresentação, se
lhe seguirem relativamente aos factos, quotas, partes sociais ou bens. O registo
convertido em definitivo tem a prioridade correspondente à sua realização como
provisório. 3. Em caso de recusa, o facto efectuado na sequência de reclamação ou
recurso julgados procedentes conserva a prioridade do acto recusado.

4.2. Cessação dos efeitos do registo


i. Os efeitos do registo da entidades legais pode cessar com a transferência
mediante novo registo para o adquirente dos direitos inscritos e extinguem-se
por caducidade ou cancelamento, artigo 23 do RREL.

ii. Nos termso do artigo 24, pode sessar por Caducidade por força da lei ou pelo
decurso do prazo do direito inscrito. Os registos provisórios caducam se não
forem convertidos em definitivos ou renovados dentro do prazo de três meses
contado da data da sua inscrição.

iii. E ainda pode cessar por cancelamento com base na extinção dos direitos, ónus
ou encargos conforme resulte dos documentos depositados, nos casos previstos
na lei, ou em execução de decisão transitada em julgado. O cancelamento de
um registo deve ser anotado no documento que o consubstancia. O
cancelamento é feito por averbamento ao respectivo registo, artigo 25 do RREL.

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5. CONCLUSÃO

Em suma, importa referir que os factos sujaitos a registo de entidades legais são
obrigatórios e alguns deles voluntários estão elencados no Código do Registo Comercial
e do regulamento de registo de entidades legais. A obrigatoriedade do registo resulta da
lei e o seu incumprimento tem como sanção o pagamento em dobro do pagamento
devido. Importa ainda salientar, no acto de registo vigora o Princípio da legalidade,
visto que, além da regularidade formal dos actos requeridos e da legitimidade dos
requerentes, incumbe ao conservador apreciar a legalidade dos títulos apresentados
e a validade dos actos dispositivos neles contidos, e bem assim a capacidade dos
outorgantes, em face dos títulos e dos registos anteriores. E vigora o principio de
Presunções derivadas do registo - O registo definitivo constitui presunção de que
existe a situação jurídica.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Decreto-Lei nº 2/2005, de 27 de Dezembro, aprova o Código Comercial
(CCom).

Decreto-Lei nº 1/2006, de 3 de Maio, que cria o Registo de Entidades Legais


e o respectivo anexo aprovado, onde consta o Regulamento do Registo de
Entidades Legais (RREL).

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