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Índice

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................1

1.1. Metodologia..........................................................................................................................1

2. FUNDAMENTO TEÓRICO....................................................................................................2

2.1. Conceitos básicos..................................................................................................................2

2.2. PROPRIEDADE PRIVADA................................................................................................2

2.2.1. Modo de aquisição do direito de propriedade...................................................................3

2.3. INSTITUIÇÃO FAMÍLIA...................................................................................................4

3. CONCLUSÃO..........................................................................................................................7

3.1. Referencias bibliográficas....................................................................................................8


1. INTRODUÇÃO
Este trabalho deborcar-se-á em prol da Propriedade Privada e instituição Família. É certo que a
construção histórica do Direito de Família vem evoluindo no sentido de uma harmonização e de
uma igualdade plena entre os indivíduos, tanto no que diz respeito a aniquilar as desigualdades
entre homens e mulheres tanto no tratamento dos filhos que não podem sofrer qualquer
diferenciação se concebido dentro ou fora da união civil, entre outros casos. No que se refere a
propriedade, importa afirmar que o direito de propriedade como direito fundamental é
encontrado, nos dias de hoje, em diversos textos constitucionais e tratados internacionais.
Cumpre observar, no entanto, que tal condição, assim como o sentido e o alcance que lhe são
conferidos, constituem questões que integram o cerne do debate político-constitucional de maior
repercussão do século XX. Possivelmente, nenhum outro direito fundamental sofreu tamanha
contestação.

O trabalho em curso tem como objectivo Geral analisar a Propriedade Privada e a Família. E
como objectivos específicos, descrever conceitos bases que sustentam o tema em curso;
demonstrar em que consiste a propriedade privada e seu modo de aquisição e por fim destacar
aspectos gerais em prol da instituição família.

1.1. Metodologia
Para materialização desta pesquisa usou-se a pesquisa bibliográfica, realizada a partir do registro
disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos,
teses etc. Utilizam-se dados de categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e
devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O
pesquisador trabalha a partir de contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos
textos.

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2. FUNDAMENTO TEÓRICO

2.1. Conceitos básicos


Propriedade privada é um direito que dá ao seu titular diversos poderes, e é objecto de estudo do
direito civil. Propriedade privada compreende o direito de usar, gozar e dispor de uma
determinada coisa, de modo absoluto e exclusivo, porém, esses poderes não podem ser exercidos
de forma ilimitada, pois influenciariam no direito alheio, que também tem os mesmos interesses
do outros indivíduo e, cabe ao Poder Público, limitar até onde vai o poder de cada um. VENOSA.
2009.

Em linhas gerais, pode-se definir-se família como uma unidade de pessoas integradas pela
possibilidade de manifestação de afecto através da convivência, publicidade e estabilidade de
relações intersubjectivas. Portanto, as representações familiares partem de uma concepção de
família como sendo algo construído no cotidiano e discursivamente. Por outra, a família diz
respeito à forma de interpretar, de representar e de organizar as relações sociais, produzindo um
modo de criar sentido para tais relações (GUBRIUM & HOLSTEIN, 1990; HOLSTEIN &
GUBRIUM, 1994).

Segundo o historiador James Casey, no início da história humana as famílias pré-históricas eram,
em sua maioria, de formação eminentemente matriarcal. Na antiguidade, conforme afirma o
Pamplona Filho, a família constituía-se por meio de celebrações religiosas ou por simples
convivência de um homem e uma mulher. GAGLIANO. PAMPLONA FILHO.2012.

2.2. PROPRIEDADE PRIVADA


O direito de propriedade está plasmado e regulado no Código Civil, no TÍTULO II - Do direito
de propriedade. Logo, a sua relevância jurídica é evidente, como direito real por excelência.
Deste direito sobressai a sua tendente plenitude, uma vez que a propriedade abrange todos os
direitos sobre a coisa (geralmente), a sua elasticidade, já que o direito à partida vai alargar-se ao
máximo de faculdades possíveis, consoante haja ou não outros direitos reais sobre determinada
coisa. Acrescente-se que o direito de propriedade geralmente não tem prazo.

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No artigo 1305.º do Código Civil (Conteúdo do direito de propriedade) O proprietário goza de
modo pleno e exclusivo dos direitos de uso, fruição e disposição das coisas que lhe pertencem,
dentro dos limites da lei e com observância das restrições por ela impostas.
Todavia, isto não significa que o direito de propriedade seja absoluto, como veremos adiante.
Num sentido extrajurídico, nem faria sentido, já que a vida em sociedade o impede que assim
seja. É também no seguimento desta constatação que se evoca o princípio da publicidade – para
que sejam passíveis de conhecimento por outros sujeitos e para segurança do comércio jurídico.

2.2.1. Modo de aquisição do direito de propriedade


O direito português prevê determinados modos de aquisição do direito de propriedade, conforme
estipula o art.º 1316º: Por contrato (compra e venda, doação); Sucessão por morte – incentivo à
constituição de património; Por usucapião; Por ocupação (art.1318.º) C.C.; Por achamento
(arts.1323.º e 1324.º) C.C. O Artigo 1323.º do C.C. descreve sobre os (Animais e coisas móveis
perdidas), este artigo consagra aquisição de animais ou outras coisas moveis perdidas.
Tendo em conta a análise das hipóteses, verifica-se que as soluções adoptadas pelo nosso direito,
partindo da regra da propriedade originária, incentivam uma protecção e procura adequadas, pelo
menos por parte do proprietário. Artigo 1324.º C.C. (Tesouros): Renúncia (negócio jurídico
unilateral): O titular do direito, por negócio jurídico unilateral (que deve ser registado),
renuncia de forma expressa do seu direito sobre a coisa. É um acto livre, desde que não
prejudique terceiros.

2.3. INSTITUIÇÃO FAMÍLIA

A Constituição reconhece a família como elemento fundamental da sociedade. Esta qualidade é


pressuposto da protecção que a sociedade e o Estado devem à família. O art. 119º/1 CRM diz que
“a Família, como elemento fundamental da sociedade, tem direito à protecção da sociedade e do
Estado e à efectivação de todas as condições que permitam a realização pessoal dos seus
membros”.

No emergir de uma discussão reflexiva e desconstrutiva sobre a instituição Família na filosofia


moral e jurídica, em meados da década de 1990, Warat (1997) despertava as reflexões sobre a
família, seu significado, sua mais importante finalidade:

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O próximo milênio nos há de encontrar comprometidos com um novo projecto de
sociedade. Para que a espécie humana sobreviva temos que nos engajar na
procura de um homem novo. Um projecto que tente começar por reconhecer que
existe um espaço psíquico que está sendo absolutamente destruído pela
tecnologia avançada. [...] Para o próximo século o ego affectus est deve tentar
substituir aos processos excludentes do ego cogito. [...] As relações humanas
encontram-se permeadas por um sentido que precisa situar-se no amor para
extrair sua fonte de significação. [...]
É evidente, que o amor perde sua qualidade quando transforma o homem em espelho amante das
imagens estabelecidas e estabilizadoras, em espelho amante das culpas e dos códigos normativos.
A qualidade do amor há de ser sustentada por uma experiência interior que dispense as
exigências de uma moral culpabilizadora, de um sistema de valores que pretenda organizar a
vida a partir de um inventário de expectativas maximamente repressivas. (Warat, 1997:21)

Tomada em função de seu contexto social, ensina o autor, citando Lévy-Strauss, a família era
caracterizada como um grupo social originado pelo casamento, composto por marido, mulher e
filhos unidos por laços legais, direitos e obrigações económicas e religiosas, compondo uma rede
precisa de direitos e de proibições sexuais, além de sentimentos variáveis. A sociedade, aliás,
menciona explicando os estudos de Morgan, exerce influência inquestionável sobre a estrutura e
a forma da família, impondo às relações que se estabelecem regras de observância obrigatória.

O modelo de família jurídico ocidental moderno oficial seria o modelo monogâmico. Quanto à
finalidade patrimonial deste modelo, sobrepujando ou mesmo desconsiderando o amor como
elemento de sua composição, Engels (2012), em estudo já clássico, revelou que estes casamentos
eram promovidos por conveniência e a intenção era a de garantir ao homem não só a supremacia
da família, subjugando a mulher, com a certeza de herdeiros legítimos a quem propagar seu
património acumulado.

Como instituição social, continua Engels (2012), o heterismo (relações extraconjugais) supria a
ausência do amor conjugal e era praticado, sobretudo, e com vantagens pelos homens, pois as
mulheres que buscassem essa prática eram gravemente condenadas e censuradas.

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O casamento, como instituição pública, ensina Leite (1993), adveio da Revolução Francesa, mas
teve sua origem na Reforma quando se questionava a interferência da religião na sua
regulamentação por entendê-lo matéria pública. O casamento foi, assim, regulamentado pelo
Estado por meio da inclusão da matéria nas codificações do século XIX. O Código Civil Francês
de 1804, continua o autor, imprimiu características à família legítima e expurgou àquelas que se
afastavam do modelo advindo do casamento.

Nessa virada conceitual de fins do século XX, a instituição família, segundo estudos da
Fundação Getúlio Vargas (1986), passou a assumir outras funções, para além da reprodução da
espécie, a criação e socialização dos filhos e a transmissão do património cultural, tais como a
função económica, a de conferir status e classificação social de seus membros, a função
recreativa, a de assistência e a função de solidariedade.
Também, em relação à família extensa de outrora, passou a ser afirmada a família nuclear como
a grande responsável da socialização dos filhos e da estabilidade emocional e mental das
personalidades adultas. Isso ocorre em virtude do maior número de divórcios, de mobilidade
residencial, do enfraquecimento dos laços de parentesco, da emancipação da mulher, entre outros
factores. A família nuclear, continua essa fundação (1986), constitui uma adaptação
especializada que acentua valores de desempenho, mobilidade social e solidariedade, em
contraposição aos valores da família tradicional extensa que acentuava a permanência, a
estabilidade e a continuidade através do nome, da profissão e da herança. A tendência, porém,
segundo esses estudos, é considerar essa família nuclear não como uma mera relação de
indivíduos, mas como um sistema de papéis.
Portanto, o Direito de Família deve ser analisado sob o aspecto constitucional, pois assim
poderá se verificar um novo tratamento a este ramo do direito, um tratamento das pessoas em
detrimento dos bens. É certo que a construção histórica do Direito de Família vem evoluindo no
sentido de uma harmonização e de uma igualdade plena entre os indivíduos, tanto no que diz
respeito a aniquilar as desigualdades entre homens e mulheres tanto no tratamento dos filhos
que não podem sofrer qualquer diferenciação se concebido dentro ou fora da união civil, entre
outros casos. Porém, nem sempre foi assim, pois a palavra família como conhecemos hoje é de
origem romana, famulus, que significa escravo e não se referia única e exclusivamente ao casal
e seus filhos, mas também todos os servos e parentes que se encontravam sob a autoridade
5
do pater famílias. Uma coisa é certa, na noção romana de família, que serviu de paradigma ao
mundo ocidental, a família representava um conjunto enorme de pessoas que se encontrava
subordinada ao pater famílias. LEITE. 2005, p 23.

E neste sentido, importante frisar que se busca, não somente no ramo do Direito de Família, mas
em todo o ordenamento jurídico, a protecção da pessoa como a parte fundamental da sociedade,
busca-se ainda a igualdade entre as pessoas sem distinção de sexo ou qualquer outra
característica.

O princípio da interpretação conforme a Constituição é uma das mais importantes inovações, ao


propagar que a lei deve ser interpretada, sempre, a partir da lei maior. Assim, os princípios
constitucionais passaram a informar todo o sistema legal de modo a viabilizar o alcance da
dignidade da pessoa humana em todas as relações jurídicas. DIAS. 2011, P 57/58. E neste novo
cenário constitucional de protecção do ser humano em detrimento dos bens e da igualdade plena
entre os indivíduos que se vislumbra o novo Direito de Família, em que o que mais importa é a
protecção dos indivíduos que mais necessitam em relação aos que possuem mais condições de
ajudar na subsistência dos demais.

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3. CONCLUSÃO
Em suma importa referir que, a compreensão da instituição família veio sofrendo mutações no
decorrer do tempo, principalmente nos países ocidentais. Tais alterações ocorreram
principalmente pela existência de alguns fatos, tais como a presença de novas tecnologias, o
movimento feminista e, com isso, o aumento da inserção da mulher no mercado de trabalho,
assim como das dissoluções matrimoniais. Castells (1999) também entende que as mudanças
ocorridas na instituição família foram advindas da inserção das mulheres no mercado de
trabalho, da globalização e das transformações tecnológicas, proporcionando impactos na esfera
do trabalho e na eliminação de qualquer forma de opressão ou desigualdade de poder.

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3.1. Referencias bibliográficas
i. Legislação (Código Civil - CC, Constituição da Republica de Moçambique - CRM);

ii. DUARTE, Rui Pinto; Curso de Direitos Reais, Principia, 2007.

iii. SHAVELL, Steven, "Economic Analysis of Property Law" (2002).

iv. LEITE. Eduardo de Oliveira. Direito Civil Aplicado, volume 5: Direito de Família. São


Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005.

v. DIAS. Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 8ª Edição. Revista, atualizada e


ampliada. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011.

vi. VENOSA. Silvio de salvo. Direito Civil: direito de família. 9ª Edição. São Paulo: Editora
Atlas, 2009.

vii. GAGLIANO. Pablo Stolze. PAMPLONA FILHO. Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil
– As famílias em Perspectiva Constitucional. 2ª ed. Rev., atual. E ampl. São Paulo:
Saraiva, 2012.

viii. DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Volume 5: Direito de Família.


24ª ed. Reformulada. São Paulo: Saraiva, 2009.

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