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25/11/2023, 13:30 U1_Legislação Social e Direitos Humanos

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HISTÓRIA E TEORIA DO DIREITO


99 minutos

 Aula 1 - História e conceitos teóricos gerais do direito

 Aula 2 - Do antigo regime à sociedade capitalista atual – noções comparatórias

 Aula 3 - Fontes do direito e organização dos Estados modernos

 Aula 4 - Hermenêutica jurídica

 Aula 5 - Revisão da unidade

 Referências

Aula 1

HISTÓRIA E CONCEITOS TEÓRICOS GERAIS DO DIREITO


Ao longo desta jornada, exploraremos o conceito de ser humano como um ser social, analisando seu
papel e suas interações ao longo do tempo.
21 minutos

INTRODUÇÃO

Olá! Boas-vindas à esta aula sobre temas que moldam a nossa sociedade.

Ao longo desta jornada, exploraremos o conceito de ser humano como um ser social, analisando seu papel e
suas interações ao longo do tempo. Além disso, mergulharemos no fascinante trajeto histórico do direito,
compreendendo como as normas e leis evoluíram para regular e organizar nossas relações sociais.

Depois, conheceremos os conceitos e as diferenciações das normas presentes em nossa sociedade. Veremos
as complexidades das leis, os costumes e valores que regem nosso convívio e como essas normas podem
variar em diferentes contextos e culturas.

Por fim, abordaremos a relação dos sujeitos na norma jurídica, investigando como as leis e os regulamentos
afetam e orientam as ações dos indivíduos em uma sociedade. Discutiremos a importância do cumprimento
das normas, os princípios da responsabilidade legal e os direitos e deveres de cada cidadão.

Ao final desta aula, esperamos que você tenha uma compreensão aprofundada desses temas essenciais e que
possa aplicar esse conhecimento em sua vida cotidiana. Esteja preparado para desafiar suas ideias
preconcebidas e expandir sua visão sobre o mundo em que vivemos. Vamos começar essa jornada juntos!
Bons estudos!

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SER HUMANO E DIREITO

O ser humano é, por natureza, um ser social. Desde os primórdios da existência humana, os laços sociais
constituem elemento fundante no que se refere ao desenvolvimento da humanidade. A capacidade de se
comunicar, cooperar e formar grupos trouxe inúmeras vantagens, permitindo a partilha de conhecimento, a
proteção mútua e o avanço coletivo. A necessidade de pertencimento e o desejo de conexão emocional são
características intrínsecas à nossa natureza social, impulsionando-nos a buscar relacionamentos e a construir
comunidades.

A relação entre o ser humano e o direito, que surge como forma de regulação das interações sociais, é
intrínseca e profunda. O direito surge como uma resposta à necessidade de estabelecer regras e normas que
governem as relações entre os indivíduos em uma sociedade. Essas normas são fundamentais para promover
a ordem, a justiça e a proteção dos direitos e interesses de cada membro da comunidade.

Ao longo da história, o direito evoluiu para acompanhar as mudanças sociais e as demandas da coletividade.
Ele molda e é moldado pela sociedade, refletindo os valores, as crenças e as expectativas de uma determinada
época e cultura. Estabelece os limites e as responsabilidades dos indivíduos, garantindo a convivência pacífica
e a busca pelo bem comum.

Assim, o direito desempenha um papel nuclear na sustentação e estabilidade sociais, na proteção dos direitos
individuais e coletivos e na promoção de uma sociedade justa e equilibrada. É por meio dele que as interações
sociais são regulamentadas, garantindo que cada indivíduo possa exercer seus direitos e cumprir suas
obrigações.

Na sociedade, encontramos diversas normas que desempenham um papel fundamental na regulação das
interações e dos comportamentos dos indivíduos. Essas normas podem ser classificadas em diferentes
categorias, cada uma com características específicas. Duas das principais categorias são as normas sociais e as
normas jurídicas.

As normas sociais referem-se às regras não escritas que são internalizadas pelos indivíduos como parte da
cultura e dos valores de uma sociedade. Elas são aprendidas e transmitidas através da interação social e
variam de acordo com os costumes, as tradições e as expectativas de determinado grupo ou comunidade.
Exemplos de normas sociais incluem cumprimentar as pessoas, respeitar a privacidade alheia, seguir normas
de etiqueta e comportar-se de acordo com as normas de convivência.

Por outro lado, as normas jurídicas são estabelecidas e regulamentadas pelo sistema legal de um país. Elas
são formalizadas por meio de leis, códigos e regulamentos, e possuem uma autoridade coercitiva. As normas
jurídicas são aplicadas pelo sistema judiciário e têm como objetivo principal garantir a ordem social, a justiça e
a proteção dos direitos individuais e coletivos. Exemplos de normas jurídicas são o respeito aos contratos, a
proibição de crimes e a proteção dos direitos humanos.

É importante ressaltar que essas categorias de normas não são mutuamente exclusivas e, muitas vezes, se
sobrepõem. Normas sociais podem ser respaldadas por normas jurídicas, e as leis podem ser influenciadas
pelos valores e pelas normas sociais vigentes em uma determinada sociedade. Ambas desempenham um
papel crucial na organização e no funcionamento de uma sociedade, fornecendo orientações e regras que
moldam o comportamento e as interações dos indivíduos.

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O DIREITO EM MOVIMENTO

O ser humano, como ser social e político que é, acha-se naturalmente vocacionado para as relações sociais de
todo tipo, como no âmbito familiar, público, relativamente às questões comuns da sociedade, e no contexto
das relações de trocas comerciais. Especificamente, o direito é uma construção historicamente edificada a
partir da interposição de diferentes e complementares horizontes da vida social, advindos da esfera cultural,
econômica e política.

A cultura de um povo influencia a construção das normas jurídicas, uma vez que os valores, as crenças e as
tradições moldam as leis e sua aplicação. Isso ocorre porque a cultura representa o sistema mediano de
crenças numa dada sociedade, de sorte que empresta sentido e valor às ações individuais e coletivas.
Geralmente, a cultura encontra-se fortemente marcada pela influência religiosa. Essa influência ocorre,
principalmente, até o surgimento do Estado Moderno, no final do século XVIII, a partir das críticas iluministas,
que viam na religião uma das causas principais para a desorientação das pessoas para pensarem por si
próprias (Cicco, 2023). Com efeito, essa influência ainda pôde ser notada, mesmo após o Estado Moderno
mencionado, mas, progressivamente, foi sendo operada a separação entre Igreja e Estado. No Brasil, por
exemplo, somente com a Constituição Liberal de 1891 é que o Estado se tornou definitivamente laico, isto é,
sem religião oficial, como ocorrera no domínio da Constituição Imperial de 1824, que elegera o catolicismo
apostólico romano como religião oficial do Estado brasileiro (Palma, 2022).

Ademais, a dimensão econômica também exerce influência, já que as relações de troca e valor, como o
comércio e as transações em geral, determinam de maneira fundamental a maneira pela qual as pessoas
enxergam o sentido das relações privadas. Ora, se as relações sociais, então econômicas, estão tangenciadas
pela centralidade da conquista da riqueza, isso quer dizer que todo os sistemas de justiça acabam por
reproduzir essa lógica. A forma essencial do sistema social de trocas mercantis é a mercadoria. Nesse
contexto, tudo o que é produzido e criado pela sociedade como um todo tem natureza de mercadoria, ou
seja, recebe um atributo econômico. Vive-se ao redor desta realidade, que molda o formato do que é justo e
injusto, certo e errado (Wolkmer, 2019).

Além disso, a esfera política, relacionada às relações de poder, influencia diretamente o direito, pois são os
sistemas políticos e suas estruturas que estabelecem e aplicam as leis, moldando o funcionamento do sistema
jurídico em consonância com os interesses e o equilíbrio de poder em uma sociedade.

Seguidamente, note que cada sociedade possui seu próprio sistema de regras e princípios (normas jurídicas),
que não têm, necessariamente, a mesma origem ou o mesmo grau de coercitividade. Em sociedades antigas,
as normas sociais, de natureza cultural e passadas pela tradição comum, tinham muito mais força, sobretudo
devido à ingerência religiosa na visão de mundo e na vida das pessoas. Com o passar do tempo, embora as
normas sociais ainda se mantenham, passam a ter natureza mais de caráter moral do que propriamente
jurídico. Isso se dá porque a característica central das sociedades, sobretudo a partir do Estado Moderno,
mencionado, é a de justamente erigir sistemas próprios de regulamentação e controle da vida pública e
privada, com a ideia de Estado de Direito, isto é, de limitação do poder estatal por meio da lei, bem como pela
ideia, igualmente central, de direitos e garantias devem ser assegurados por meio da lei ou da decisão de
tribunais (Cicco, 2023).

Normas sociais e normas jurídicas são elementos essenciais na vida em sociedade. As normas sociais são
regras não escritas que regem o comportamento humano e são baseadas em valores, costumes e tradições.
Elas são internalizadas e seguidas pelos indivíduos como parte da cultura e do convívio social. O cumprimento
dessas normas é motivado pelo desejo de pertencimento e aceitação social.

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Por outro lado, as normas jurídicas são estabelecidas pelo sistema legal e possuem caráter obrigatório. Elas
são formalizadas em leis e regulamentos e são aplicadas pelo sistema judiciário. As normas jurídicas visam à
organização da sociedade, à garantia da ordem e da justiça e à proteção dos direitos individuais e coletivos.

HISTÓRIA, DIREITO E SUJEITOS DE DIREITO

A relação dos sujeitos na norma jurídica é um aspecto central do sistema legal. As normas jurídicas
estabelecem direitos, deveres e responsabilidades para os indivíduos em uma sociedade, regulando suas
interações e seus comportamentos. Essas normas estabelecem uma estrutura de relacionamento entre os
sujeitos, com base nos princípios de igualdade, justiça e respeito aos direitos fundamentais, sobretudo a partir
do momento histórico em que as pessoas se tornaram, efetivamente, sujeitos de direitos, ou seja, titulares de
posições ativas perante seus pares sociais (outros indivíduos) e, principalmente, diante do Estado. Essa
modificação substancial na maneira de se entender as relações sociais no âmbito normativo ocorre a partir da
Revolução Francesa, que empreendeu a criação do Estado Moderno, chamado também de Estado de Direito
(Cicco, 2023). Antes disto, desde as sociedades mais antigas, passando pelas organizações sociais medievais, a
modernidade, até o ponto de ruptura indicado anteriormente, no final do século XVIII, as pessoas eram
consideradas como objetos de direitos, geralmente de um monarca, um senhor feudal etc., do que
propriamente sujeitos de direitos. Isso significa que não eram titulares de posições juridicamente
estabelecidas que as permitiam se proteger contra arbitrariedades daqueles que estivessem no poder, bem
como não poderiam reclamar por injustiças cometidas pelos seus próprios pares sociais. Foi um tempo no
qual, puramente, a titularidade de direitos somente ocorria àqueles pertencentes às classes historicamente
privilegiadas, aristocráticas, ligadas à realeza e ao clero, por exemplo.

Nos dias de hoje, isso não acontece mais, porque a lei, em sentido amplo, e a Constituição, especificamente,
cuidam de elencar uma série de direitos e garantias fundamentais que servem justamente para a proteção
dos indivíduos, além de se prever direitos que devem ser prestados pelo Estado, como saúde, educação,
segurança etc. Nada disso existia de maneira sistematizada e formal no passado.

Note que a norma jurídica cria obrigações legais que devem ser cumpridas pelos sujeitos (inclusive o Estado,
porque é considerado como um sujeito de direitos e de deveres, principalmente). A norma jurídica é que
determina os direitos e as liberdades individuais, bem como os limites e as restrições impostos às ações dos
indivíduos. Além disso, a norma jurídica define as consequências legais para o descumprimento dessas
obrigações, estabelecendo sanções e punições para as condutas ilícitas (Palma, 2022).

A norma jurídica também estabelece relações de poder entre os sujeitos, porquanto determina as instituições
e os procedimentos legais por intermédio dos quais os direitos são reconhecidos e os conflitos são resolvidos.
Por meio do sistema judiciário, os sujeitos têm a possibilidade de buscar a garantia de seus direitos e de
contestar ações consideradas injustas ou ilegais.

No entanto, é importante ressaltar que a relação dos sujeitos na norma jurídica não se resume apenas à
obediência às regras. Os sujeitos também possuem direitos e podem exigir sua proteção, como explicitado. A
norma jurídica visa equilibrar os interesses individuais e coletivos, buscando garantir a justiça e a igualdade
sociais.

Os direitos desempenham um papel crucial na proteção das pessoas contra as arbitrariedades estatais, desde
o Estado Moderno até o Estado Contemporâneo. No Estado Moderno, os direitos individuais são reconhecidos
e protegidos como limites ao poder do Estado, garantindo a liberdade e a autonomia dos indivíduos
(Wolkmer, 2019).

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No entanto, no Estado Contemporâneo, além de proteger as liberdades individuais, o Estado também tem o
dever constitucional de assegurar a igualdade real entre as pessoas e contribuir para a concretização da
dignidade humana (Cicco, 2023).

Nesse sentido, o Estado Contemporâneo assume a responsabilidade de promover a justiça social,


implementando políticas públicas e medidas afirmativas para combater as desigualdades sociais, econômicas
e culturais. O Estado passa a ter a obrigação de garantir acesso igualitário à educação, à saúde, à moradia, ao
trabalho digno, entre outros direitos fundamentais. Isso significa que o Estado não apenas protege as
liberdades individuais mas também busca criar condições para que todas as pessoas possam desfrutar de
uma vida digna e igualdade de oportunidades.

Essa evolução no papel do Estado reflete a importância de garantir não apenas a liberdade formal mas
também a igualdade substancial entre os indivíduos. Por meio do reconhecimento e da proteção dos direitos
fundamentais, o Estado contemporâneo busca criar uma sociedade mais justa e equitativa, em que todos
possam viver com dignidade e ter suas necessidades básicas atendidas.

VÍDEO RESUMO

Assista ao vídeo resumo da nossa aula, que aborda temas fundamentais, como o ser humano como ser social,
o trajeto histórico do direito, os conceitos e a diferenciação de normas presentes na sociedade e a relação dos
sujeitos na norma jurídica. Ele oferece uma visão geral dos tópicos discutidos em sala de aula, permitindo que
você revise e aprofunde seu entendimento sobre esses assuntos importantes. O vídeo está disponível para
visualização, e temos certeza de que será uma excelente ferramenta de aprendizado.

 Saiba mais
O movimento iluminista europeu foi um período de grande importância na história intelectual e cultural
do continente. Surgido durante o século XVIII, ele se caracterizou pela defesa do uso da razão, da
liberdade individual, da igualdade social e do progresso científico, com relevante impacto social e
cultural.

Uma das principais características do Iluminismo foi a crença no poder da razão humana. Os filósofos
iluministas acreditavam que, através do uso da lógica e da investigação científica, o ser humano poderia
compreender o mundo e melhorar sua condição. Eles criticavam a autoridade absoluta da Igreja e dos
governantes, defendendo a liberdade de pensamento e a separação entre religião e Estado.

Os filósofos iluministas, como Voltaire, Montesquieu, Rousseau e Diderot, foram responsáveis por
disseminar essas ideias através de suas obras literárias e filosóficas.

Além disso, o Iluminismo teve um impacto significativo na política. Os pensadores iluministas defendiam
a ideia de que os governantes deveriam governar de acordo com o bem comum e que o poder deveria
ser limitado e controlado pelo povo. Essas ideias influenciaram as revoluções americana e francesa, que
resultaram na independência dos Estados Unidos e na queda do Antigo Regime Absolutista na França.

Embora o movimento iluminista tenha sido predominante na Europa, suas ideias tiveram um impacto
global. Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade inspiraram movimentos revolucionários em
outros continentes, como na América Latina, durante as lutas pela independência das colônias europeias.

Para conhecer mais sobre o movimento iluminista, leia da página 60 a 70 da obra:

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GUIMARÃES, B.; ARAÚJO, G.; PIMENTA, O. Filosofia como esclarecimento. Belo Horizonte: Grupo
Autêntica, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582174289/.
Acesso em: 16 jun. 2023.

Aula 2

DO ANTIGO REGIME À SOCIEDADE CAPITALISTA ATUAL –


NOÇÕES COMPARATÓRIAS
Nesta aula, exploraremos três temas cruciais que abrangem desde a sociedade feudal até a
contemporânea, revelando as características históricas da sociedade feudal e sua hierarquia social, os
direitos e as obrigações dos estamentos sociais e a transição entre o antigo regime e a
contemporaneidade.
19 minutos

INTRODUÇÃO

Olá! Nesta aula, exploraremos três temas cruciais que abrangem desde a sociedade feudal até a
contemporânea, revelando as características históricas da sociedade feudal e sua hierarquia social, os direitos
e as obrigações dos estamentos sociais e a transição entre o antigo regime e a contemporaneidade.

A sociedade feudal, durante a Idade Média, destacou-se por sua organização hierárquica única, com a nobreza
no topo, seguida pelos guerreiros e clérigos, enquanto os camponeses formavam a base da pirâmide social,
contribuindo com trabalho e produção agrícola.

O declínio do sistema feudal marcou uma transição importante entre a sociedade do antigo regime e a
contemporaneidade, permitindo o desenvolvimento de estruturas políticas mais centralizadas e a ascensão da
burguesia, que impulsionou a transição para o capitalismo.

Compreender essa evolução histórica é essencial para desvendar as raízes das estruturas sociais e políticas
que moldam o mundo atual.

Boas descobertas nessa jornada no tempo!

DO REGIME FEUDAL AO CAPITALISMO

A sociedade feudal foi um sistema social predominante na Europa medieval, que se desenvolveu do século V
ao XV. Caracterizada por uma organização hierárquica rígida e baseada em relações de suserania e
vassalagem, a sociedade feudal era sustentada, principalmente, pela relação entre senhores feudais e
camponeses. Neste modelo social, as características históricas e a hierarquia social desempenharam um papel
fundamental na estruturação da vida cotidiana e política da época.

Uma das principais características da sociedade feudal era a descentralização do poder político. O sistema
feudal emergiu em um contexto de fragmentação do Império Romano e de ameaça de invasões bárbaras.
Como resultado, os laços de lealdade foram estabelecidos entre senhores feudais, que possuíam grandes
extensões de terra, e seus vassalos, que eram responsáveis por fornecer serviço militar e apoio econômico.
Essa relação de vassalagem garantia proteção e estabilidade em meio ao caos e às ameaças externas.

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A economia feudal era agrária e baseada na produção local. Os camponeses, que constituíam a maioria da
população, viviam nas terras dos senhores feudais e trabalhavam em troca de proteção e abrigo. Em muitos
casos, esse trabalho era estabelecido como obrigações hereditárias, criando um sistema de servidão em que
os camponeses estavam vinculados à terra e à vontade de seus senhores (Palma, 2022).

A sociedade feudal era estratificada em diferentes níveis, com cada grupo social ocupando uma posição
claramente definida. No topo da hierarquia estava o rei ou monarca, considerado a autoridade máxima e
detentor do poder político. Abaixo do monarca, os senhores feudais controlavam suas terras, que eram
subdivididas e administradas pelos vassalos.

Além disso, a sociedade feudal era influenciada pelo sistema de honra e lealdade. A honra era fundamental
para os senhores feudais e seus vassalos, e sua perda poderia resultar em conflitos e desintegração do
sistema. As guerras e os torneios eram frequentes, sendo as demonstrações de coragem e habilidade militar
uma forma de manter a reputação e o status social (Cicco, 2023).

Outra característica notável da sociedade feudal era a forte influência da Igreja Católica Apostólica Romana. A
Igreja tinha uma posição de poder e autoridade significativa, desempenhando um papel importante na vida
espiritual e política das pessoas. Os líderes da Igreja frequentemente desempenhavam um papel na
legitimação do poder dos monarcas e senhores feudais, conferindo-lhes o direito divino de governar.

A sociedade feudal foi uma estrutura complexa e hierárquica que prevaleceu durante a Idade Média na
Europa. Sua história foi marcada por relações de suserania e vassalagem, uma economia agrária e uma forte
influência da Igreja Católica. Essas características moldaram a vida e a política da época, deixando um legado
duradouro na história ocidental. Com o declínio do sistema feudal, a partir do renascimento e, então, da
modernidade, a sociedade mudou, pois o Estado de Direito incorporou como forma social, política e jurídica o
capitalismo, com ampla liberdade econômica às pessoas e garantia de proteção da propriedade privada, o
que favoreceria a industrialização, que dominou a cena a partir do século XIX.

Seguidamente, perceba que a sociedade contemporânea é a estrutura social que se desenvolveu após o
declínio do feudalismo e pelo amadurecimento do capitalismo como forma política, jurídica e social no
domínio da modernidade. Esse caldo cultural deu origem aos processos de industrialização e à geração de
uma nova massa de trabalhadores. Desta maneira, proveniente de sucessivos desenvolvimentos e rupturas, a
sociedade contemporânea é caracterizada por uma organização mais complexa e diversa. É marcada pelo
avanço tecnológico, pela globalização, pela urbanização e pelas instituições políticas mais democráticas. Ela
abriga diversas culturas, crenças e valores, promovendo a interconexão global e o intercâmbio cultural. Na
sociedade contemporânea, os indivíduos têm maior autonomia e acesso a informações, possibilitando uma
maior consciência social e a busca por igualdade de direitos, justiça e progresso socioeconômico.

AS RELAÇÕES NO QUADRO EVOLUTIVO DA SOCIEDADE

O sistema feudal, que prevaleceu na Europa durante a Idade Média, era uma estrutura social complexa
caracterizada por uma hierarquia rígida e uma distribuição desigual de poder e recursos. Nesse contexto, os
estamentos sociais desempenhavam papéis distintos e tinham direitos e obrigações específicas.

Os estamentos sociais na sociedade feudal eram compostos, principalmente, por três grupos: o clero, a
nobreza e os camponeses. Cada um desses estamentos tinha sua função e suas responsabilidades bem
definidas (Cicco, 2023).

O clero era composto por membros da Igreja Católica, desde padres e monges até bispos e arcebispos. Sua
principal obrigação era cuidar dos assuntos religiosos e espirituais da comunidade. Eles eram responsáveis
por realizar rituais, missas, sacramentos e orientar os fiéis em questões morais e éticas. Além disso, o clero

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tinha o direito de cobrar dízimos dos camponeses, uma porcentagem dos rendimentos agrícolas destinados à
Igreja.

A nobreza era formada por senhores feudais, cavaleiros e outros aristocratas. Seu papel central era proteger a
população e administrar a justiça. Os senhores feudais eram donos das terras e tinham o direito de cobrar
impostos e tributos dos camponeses que viviam em suas propriedades. Em troca, eles eram obrigados a
oferecer proteção militar e segurança aos camponeses em tempos de guerra e conflitos. Além disso, a
nobreza tinha o direito de administrar a justiça em suas terras, impondo punições e resolvendo disputas.

Por fim, os camponeses constituíam a maioria da população feudal. Eles viviam nas terras dos senhores
feudais e eram responsáveis por cultivar o solo e produzir alimentos. Os camponeses tinham o direito de
morar nas terras do senhor feudal, mas não podiam deixá-las sem permissão. Além disso, eles tinham a
obrigação de entregar parte de sua produção agrícola ao senhor feudal como forma de pagamento pelo uso
da terra ou diretamente pelo trabalho em si pelo vassalo. Essa obrigação era conhecida como "corveia". Além
disso, os camponeses eram obrigados a trabalhar nas terras do senhor, realizar serviços de manutenção e
participar de trabalhos coletivos, como a construção de estradas e muros.

A sociedade feudal era uma estrutura de mão dupla, em que cada estamento tinha seus direitos e suas
obrigações específicos. Apesar de ser um sistema que perpetuava a desigualdade social e econômica, tinha
também elementos de interdependência, pois cada estamento dependia do outro para sua subsistência e
segurança. Esse sistema manteve-se em vigor por séculos, até começar a dar lugar a novas formas de
organização social e política a partir do final da Idade Média (Palma, 2022).

Na sociedade contemporânea, os estamentos sociais da era feudal evoluíram para estruturas mais complexas
e diversas. Desde a modernidade, aliás, sobretudo com a Revolução Francesa, o reconhecimento de direitos e
garantias fundamentais basilares, como a liberdade civil e política, a igualdade formal perante a lei, a
propriedade privada, entre outros, assegurou o encaminhamento da sociedade a níveis outros de
compreensão sobre si e sobre o que é justo. Ainda seria necessário mais de um século de lutas e
reivindicações para que alguns direitos sociais surgissem, principalmente no início do século XX, no contexto
de um mundo que ainda passaria por duas grandes guerras e que se veria perto do colapso. Nas sociedades
contemporâneas, apesar de uma multiplicidade de direitos reconhecidos, as desigualdades persistem, com
disparidades de renda e oportunidades sendo um desafio constante.

Hoje, os direitos e as obrigações variam de acordo com a posição social, mas o conceito de interdependência
permanece. A sociedade contemporânea valoriza a diversidade, mas também enfrenta o desafio de garantir a
justiça social, a igualdade de direitos e as oportunidades para todos, independentemente de sua posição.

DO ANTIGO AO NOVO REGIME

O término da sociedade feudal marcou um período de transição na história ocidental, que culminou com o
advento da modernidade. A sociedade feudal, caracterizada pelo sistema de vassalagem e feudos, estava
fundamentada na relação hierárquica entre senhores e servos. No entanto, o declínio do feudalismo começou
a se intensificar a partir do século XIV, devido a uma série de fatores, como mudanças econômicas, avanços
tecnológicos, crescimento das cidades e a Peste Negra, que dizimou parte significativa da população europeia
(Cicco, 2023).

A modernidade surgiu como uma nova era, caracterizada pelo florescimento do Renascimento, o surgimento
do Humanismo, a ascensão da ciência e uma abordagem mais racional do mundo. Esses fatores levaram ao
declínio do poder da Igreja e à centralização do poder nos Estados nacionais. Com a formação do Estado de
Direito, a soberania passou a residir nas instituições estatais, que buscavam controlar e garantir direitos
fundamentais aos cidadãos.

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Esse período também viu o amadurecimento do capitalismo, com o desenvolvimento de novas formas de
comércio, como a expansão marítima e o surgimento das novas rotas comerciais. O capitalismo floresceu
através da acumulação de capital, da divisão do trabalho e da exploração de recursos naturais, impulsionando
o desenvolvimento econômico (Guimarães; Araújo; Pimenta, 2014).

No entanto, o capitalismo também trouxe consigo questões sociais e econômicas complexas, como a
concentração de riqueza nas mãos de poucos e a exploração da mão de obra. Esse cenário gerou movimentos
sociais que buscavam uma redistribuição mais equitativa da riqueza e dos recursos.

Com o passar do tempo, o capitalismo evoluiu e enfrentou diversas transformações. A Revolução Industrial,
no final do século XVIII e início do século XIX, impulsionou o processo de urbanização e a industrialização em
larga escala. A sociedade contemporânea passou a ser caracterizada pela urbanização crescente, o avanço da
tecnologia, a globalização e a interconexão entre as nações.

No século XX, a sociedade viu o desenvolvimento de tecnologias revolucionárias, como a eletricidade, a


informática e a internet, que tiveram um impacto profundo em quase todos os aspectos da vida humana.

Além disso, a sociedade contemporânea enfrenta grandes desafios, como as mudanças climáticas, o
crescimento populacional desenfreado, a desigualdade social e a emergência de novos conflitos geopolíticos.

A busca por um equilíbrio entre os interesses econômicos, sociais e ambientais tem se tornado uma
prioridade, impulsionando debates sobre sustentabilidade, responsabilidade corporativa e políticas públicas
que busquem promover o bem-estar social.

O término da sociedade feudal marcou o início de uma série de transformações sociais, políticas e econômicas
que levaram à modernidade e ao amadurecimento do capitalismo. A sociedade contemporânea, caracterizada
pela globalização e pela revolução tecnológica, enfrenta desafios e oportunidades únicos, que demandam
uma abordagem colaborativa e consciente para moldar um futuro mais próspero e sustentável (Guimarães;
Araújo; Pimenta, 2014).

VÍDEO RESUMO

Não perca nosso vídeo resumo! Descubra os principais aspectos da sociedade feudal: história, hierarquia
social, direitos e obrigações dos estamentos sociais e sua evolução até a contemporaneidade. Aprenda de
forma prática e rápida sobre esses períodos da história, reforçando o que vimos na aula escrita. Assista agora
e enriqueça seu conhecimento!

 Saiba mais
A relação entre direito e história é intrínseca e fundamental para compreender a evolução das
sociedades e das normas que as regem ao longo do tempo. O direito é moldado pelos contextos
históricos e pelas necessidades das comunidades em determinados períodos. Através do estudo da
história, podemos analisar como as leis e os sistemas jurídicos foram criados e modificados para atender
às demandas sociais e resolver conflitos ao longo dos séculos.

A história do direito revela a influência de culturas, religiões, filosofias e eventos políticos que deixaram
marcas nas legislações e práticas jurídicas. Exemplos incluem o Código de Hamurabi, na antiga
Mesopotâmia, a Lei das Doze Tábuas, em Roma, e a Magna Carta, na Inglaterra medieval. Cada um
desses marcos históricos refletiu as preocupações e os valores da época.

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Além disso, a história jurídica revela as lutas pela igualdade e pelos direitos humanos ao longo dos
séculos. Movimentos, como a abolição da escravatura, o sufrágio feminino e a luta pelos direitos civis,
foram moldados por mudanças sociais e políticas significativas.

Por outro lado, o direito também desempenha um papel crucial na construção da história, uma vez que
determina como os acontecimentos são interpretados, julgados e registrados. As decisões legais e os
julgamentos têm o poder de alterar o curso da história e influenciar a sociedade a longo prazo.

Assim, a relação entre direito e história é uma via de mão dupla, na qual o direito é influenciado pelos
contextos históricos e, ao mesmo tempo, molda o curso dos eventos e o desenvolvimento da sociedade
ao longo do tempo. Estudar essa interação nos permite compreender melhor a evolução da humanidade
e os desafios enfrentados no campo jurídico e social.

Para conhecer mais a respeito, confira a obra do Prof. Alysson Leandro Mascaro.

MASCARO, A. L. Introdução ao Estudo do Direito. São Paulo: Grupo GEN, 2021. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559771363/. Acesso em: 21 jul. 2023.

Aula 3

FONTES DO DIREITO E ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS


MODERNOS
A interação entre atores sociais e suas expressões normativas é de suma importância na relação do
direito, moldando os fundamentos dos sistemas jurídicos em diferentes sociedades.
21 minutos

INTRODUÇÃO

Olá!

A interação entre atores sociais e suas expressões normativas é de suma importância na relação do direito,
moldando os fundamentos dos sistemas jurídicos em diferentes sociedades. O estudo das normas jurídicas
em suas distintas esferas é fundamental para compreender o funcionamento da justiça. Nesse contexto,
destacam-se o direito público e o direito privado, cada um abrangendo áreas específicas da vida social e
regulando relações distintas entre os indivíduos e o Estado. As fontes formais e materiais do direito são as
bases que sustentam a construção do ordenamento jurídico, originando regras e princípios essenciais para a
convivência em sociedade. A hierarquia normativa/jurídica nos Estados de Direito estabelece a prevalência de
determinadas normas sobre outras, garantindo estabilidade e coerência na aplicação da lei.

Assim, convidamos você a se aprofundar nesse fascinante campo do conhecimento jurídico, no qual o
entendimento das relações entre atores e expressões normativas é chave para uma prática jurídica sólida e
justa. Explorar os aspectos do direito público e privado, bem como compreender as fontes formais e materiais
do direito, proporcionarão uma base sólida para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Ao
embarcar nessa jornada de estudo, você terá a oportunidade de se tornar um agente transformador na
aplicação do direito em nossa sociedade.

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DIREITO E ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS MODERNOS

Na complexa teia do sistema jurídico, os atores e suas expressões normativas desempenham papéis cruciais
na configuração das leis e na garantia da justiça. Os atores são os sujeitos envolvidos na elaboração, aplicação
e interpretação das normas, variando desde legisladores, juízes e advogados até cidadãos comuns,
organizações e entidades governamentais (Palma, 2023). Cada um deles, com sua perspectiva única e seus
interesses diversos, influencia o desenvolvimento do direito.

As expressões normativas são as formas pelas quais as normas são postas em prática e comunicadas à
sociedade, podendo ser encontradas em códigos, regulamentos, jurisprudências e até mesmo costumes
arraigados. Essas expressões refletem os valores, as tradições e as necessidades de uma sociedade em um
determinado momento histórico.

A interação dinâmica entre atores e expressões normativas molda a evolução do direito, adaptando-o às
mudanças sociais e tecnológicas (Mascaro, 2021). A compreensão dessas dinâmicas é fundamental para uma
aplicação justa e equitativa das leis, garantindo uma sociedade que respeite os direitos individuais e coletivos,
promovendo o bem comum e a harmonia entre seus membros.

Os aspectos gerais do direito público e do direito privado referem-se a duas grandes áreas que compõem o
ordenamento jurídico de uma sociedade. O direito público abrange as normas que regulam as relações entre
o Estado e os cidadãos, bem como as questões de interesse coletivo, como o direito constitucional,
administrativo, tributário e penal. Nesse contexto, o Estado atua como uma entidade soberana, com o poder
de impor obrigações aos cidadãos e a outras entidades públicas (Venosa, 2022).

Por outro lado, o direito privado trata das relações entre os indivíduos e suas entidades privadas, abarcando
temas, como o direito civil, comercial, do trabalho e das obrigações. As normas do direito privado regulam os
interesses particulares, as obrigações contratuais e as responsabilidades individuais.

Compreender os aspectos gerais dessas duas vertentes do direito é essencial para a atuação de advogados,
juízes e demais operadores jurídicos, pois eles devem conhecer as diferentes áreas e suas particularidades
para garantir uma aplicação justa e adequada da lei, resguardando os direitos e deveres tanto do Estado
como dos cidadãos e das empresas.

Nessa ordem de ideias, as fontes formais e materiais do direito são fundamentais para a estruturação dos
sistemas jurídicos e a aplicação da justiça. As fontes formais referem-se aos meios pelos quais as normas
jurídicas são criadas e exteriorizadas, como a legislação escrita, a jurisprudência, os costumes e os princípios
gerais do direito. A legislação escrita é uma das fontes mais importantes e consiste nas leis promulgadas pelos
órgãos legislativos, estabelecendo regras vinculativas para a sociedade.

Por outro lado, as fontes materiais dizem respeito ao conteúdo e à matéria das normas, ou seja, aos princípios
e valores que fundamentam as leis. Essas fontes são influenciadas pelo contexto social, cultural, político e
econômico de uma comunidade e podem mudar ao longo do tempo em resposta às necessidades e
aspirações da sociedade.

No plano hierárquico, em geral, a Constituição ocupa o topo da hierarquia, sendo considerada a lei
fundamental que estabelece os princípios e a estrutura básica do Estado. As leis infraconstitucionais, os
decretos, os regulamentos e as outras normas vêm em seguida, em ordem decrescente de importância.

Essa hierarquia é fundamental para garantir a coerência e a harmonia do sistema jurídico, assegurando que
as leis sejam aplicadas de acordo com as normas superiores e evitando conflitos de normas. A compreensão
das fontes formais e materiais do direito, bem como da hierarquia normativa, é essencial para os operadores
jurídicos, permitindo-lhes interpretar, aplicar e desenvolver o direito de maneira adequada e justa em
benefício da sociedade como um todo.

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DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO

A relação entre as pessoas no âmbito do direito privado e do direito público é fundamental para a organização
e o funcionamento de qualquer sociedade. Esses dois ramos do direito definem as interações entre indivíduos
e entidades estatais de maneira distinta, estabelecendo direitos, deveres e responsabilidades que moldam a
convivência e o desenvolvimento da sociedade como um todo.

No direito privado, as relações entre pessoas são reguladas, em sua maioria, pelos princípios do Código Civil
ou legislação equivalente, variando de acordo com o sistema legal de cada país. O direito privado abrange
contratos, propriedade, sucessões, família e responsabilidade civil, entre outros aspectos. Aqui, as partes
envolvidas são consideradas em pé de igualdade, celebrando acordos voluntários que são protegidos pelo
ordenamento jurídico. A liberdade contratual e a autonomia da vontade são preceitos centrais, permitindo
que as pessoas estipulem acordos que melhor atendam às suas necessidades e interesses (Venosa, 2022).

Por outro lado, o direito público rege as relações entre o Estado e os cidadãos, bem como entre os próprios
órgãos estatais. Ele abrange áreas, como o direito administrativo, constitucional e penal, e tem como foco
principal o interesse público e o bem-estar coletivo. No direito público, as ações e decisões individuais podem
ser limitadas ou influenciadas pelo Estado em prol da sociedade como um todo. Aqui, a hierarquia, a sujeição
às normas e a busca pelo bem comum são princípios essenciais.

As distinções entre direito privado e público nem sempre são rígidas, havendo situações em que ambos os
ramos se sobrepõem. Por exemplo, um contrato entre um particular e o governo pode envolver elementos de
ambos os âmbitos, levando em consideração tanto os interesses privados das partes como as obrigações e os
poderes do Estado.

Além disso, a relação entre direito privado e público reflete valores sociais e culturais. A proteção dos direitos
individuais e a liberdade contratual ressoam na esfera privada, enquanto a busca por justiça social, igualdade
e segurança pública encontra seu lugar no âmbito público.

O direito público e o direito privado são dois ramos fundamentais do sistema jurídico que regulam diferentes
aspectos das relações sociais e da interação entre indivíduos e o Estado. Cada um possui características
distintas que refletem suas funções e seus objetivos específicos na sociedade.

O direito público é voltado para a regulação das relações entre o Estado e os cidadãos, bem como entre os
próprios órgãos estatais. Ele abrange áreas, como o direito constitucional, administrativo, tributário e penal.
Uma das principais características do direito público é a supremacia do interesse público sobre o privado. Isso
significa que as decisões e ações do Estado visam ao bem-estar coletivo, podendo restringir direitos
individuais em prol do bem comum. A hierarquia também é uma característica marcante do direito público, já
que o Estado exerce um poder soberano sobre seus cidadãos e instituições (Venosa, 2022).

Em contrapartida, o direito privado rege as relações entre os particulares, sejam eles indivíduos ou entidades
privadas. Abrange áreas, como o direito civil, comercial, do trabalho e do consumidor. Uma característica
central do direito privado é a igualdade entre as partes contratantes. Aqui, a autonomia da vontade é
essencial, permitindo que as partes celebrem acordos voluntários e estipulem obrigações conforme seus
interesses mútuos. A liberdade contratual é um princípio crucial, garantindo que as partes tenham a
capacidade de negociar e determinar os termos de suas relações.

Ademais, deve-se lembrar que as fontes formais do direito se referem aos meios pelos quais as normas
jurídicas são criadas, como a legislação. Por exemplo, a elaboração de um novo código civil por um legislador
é uma fonte formal. As fontes materiais, no entanto, são os fatores que influenciam a criação das leis, como
valores sociais e econômicos. Um exemplo é a regulamentação de questões trabalhistas devido a mudanças
nas relações de econômicas.

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Dentre as fontes do direito, há uma que ocupa posição privilegiada, sobretudo do ponto de vista hierárquico.
A Constituição Federal de 1988 é uma fonte originária essencial para o direito brasileiro, por ser a base
fundamental do sistema jurídico. Ela estabelece direitos e garantias fundamentais, define a organização do
Estado e estipula princípios orientadores. Exemplifica-se em questões como a liberdade de expressão e a
separação de poderes. Sua importância advém do papel de nortear todas as outras leis e atos normativos,
assegurando a coesão, a justiça e a legitimidade do ordenamento jurídico do país (Motta, 2023).

DIREITO NA PRÁTICA

A aplicação dos institutos do direito público e do direito privado pelas pessoas desempenha um papel crucial
tanto no âmbito estatal quanto no social, moldando as interações entre indivíduos e o Estado, bem como
entre os próprios cidadãos, como visto. Esses institutos regulam uma ampla gama de situações e relações,
influenciando diretamente a organização da sociedade (Betioli, 2023).

No âmbito estatal, a aplicação do direito público é evidenciada nas relações entre o governo e os cidadãos.
Um exemplo notável é o direito constitucional, em que os princípios fundamentais orientam a estruturação e
as atividades do Estado. As leis que estabelecem os direitos políticos, como o direito ao voto, são exemplos de
como o direito público molda as relações entre os cidadãos e a esfera governamental.

No direito público, há a presença do princípio da legalidade, que estabelece que todas as ações do Estado
devem estar em conformidade com a lei. Isso garante a previsibilidade e a segurança jurídica nas relações
entre o governo e os cidadãos. A imposição de sanções, como multas e penas, é comum no direito público
como forma de manter a ordem e a proteção dos interesses coletivos (Cicco, 2023).

Além disso, o direito administrativo é um exemplo relevante. Ele regula as ações do governo, garantindo que a
administração pública opere de forma transparente e em conformidade com a lei. O cidadão pode recorrer a
órgãos regulatórios para contestar decisões administrativas injustas ou arbitrárias.

No contexto social, a aplicação dos institutos do direito privado é evidenciada nas relações entre indivíduos.
Contratos são um exemplo fundamental, em que as partes estabelecem acordos voluntários para a prestação
de bens e serviços. A compra e a venda de propriedades também são regulamentadas pelo direito privado,
assegurando a transferência legal de propriedade.

O direito civil abrange questões familiares, como casamento e divórcio, regulando os vínculos afetivos e
patrimoniais entre os indivíduos. No direito do trabalho, as relações entre empregados e empregadores são
definidas, garantindo condições justas e seguras de trabalho.

Outra característica do direito privado é a reparação de danos. Quando um indivíduo ou empresa causa
prejuízos a outro, o direito privado prevê mecanismos para compensar esses danos, seja por meio de
indenizações ou outras formas de reparação. A propriedade privada também é protegida pelo direito privado,
permitindo que os indivíduos possuam e desfrutem de bens materiais de acordo com as normas
estabelecidas (Motta, 2023).

A aplicação de normas constitucionais desempenha um papel crucial tanto no direito público quanto no
direito privado. No âmbito do direito público, as normas constitucionais estabelecem os fundamentos e os
limites do poder estatal, garantindo direitos fundamentais e balizando a atuação dos órgãos governamentais.
Por exemplo, a Constituição Federal define os direitos individuais e coletivos dos cidadãos, como a liberdade
de expressão e a igualdade perante a lei. Ela também estabelece a estrutura e as competências dos poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, garantindo o equilíbrio e a separação de poderes.

No direito privado, as normas constitucionais também têm impacto significativo, embora de forma indireta. A
Constituição influencia os princípios gerais que orientam as relações entre particulares, como o direito à
propriedade e a liberdade contratual. Além disso, a proteção dos direitos fundamentais se estende às
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interações privadas, impedindo abusos e garantindo a dignidade dos indivíduos. Um exemplo é a aplicação da
Constituição em casos de relações de trabalho, assegurando direitos trabalhistas básicos, como aqueles
previstos no art. 7º do texto constitucional (Motta, 2023).

VÍDEO RESUMO

Venha explorar as raízes do direito e a estrutura dos Estados modernos! Nosso vídeo resumo da aula sobre
fontes do direito e organização dos Estados está pronto para desvendar os segredos por trás das leis e
instituições que moldam nossa sociedade. Descubra como as fontes legais se entrelaçam e influenciam a
organização dos Estados contemporâneos. Não perca essa oportunidade de aprofundar seu conhecimento e
enriquecer sua compreensão sobre esses conceitos fundamentais. Assista agora e fortaleça seu
conhecimento!

 Saiba mais
Tema que atravessa os assuntos abordados é quanto ao princípio da interpretação conforme a
Constituição. Trata-se de um instrumento crucial no campo jurídico, visando harmonizar leis ordinárias
com a Carta Magna. Em sua essência, busca-se interpretar normas de forma a evitar contradições
constitucionais, conferindo-lhes sentido que esteja em conformidade com os valores e princípios
fundamentais da Constituição. Esse princípio, ao invés de declarar a inconstitucionalidade da lei, busca
resgatar sua compatibilidade por meio de uma leitura que evite conflitos. Dessa forma, o princípio da
interpretação conforme assegura a primazia da Constituição, garantindo a estabilidade do ordenamento
jurídico e a proteção dos direitos fundamentais.

Esse princípio exige dos intérpretes e julgadores um profundo entendimento das disposições
constitucionais e a habilidade de conferir coesão e coerência ao ordenamento jurídico, garantindo a
estabilidade das instituições e a proteção dos direitos dos cidadãos.

Para saber mais a respeito, consulte a obra:

SARLET, I. W.; MARINONI, L. G.; MITIDIERO, D. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2022.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553620490/. Acesso em: 23 jul.
2023.

Aula 4

HERMENÊUTICA JURÍDICA
A hermenêutica jurídica é o campo que estuda a interpretação das leis e dos textos legais, buscando
compreender seu significado e sua aplicação.
19 minutos

INTRODUÇÃO

Olá!

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25/11/2023, 13:30 U1_Legislação Social e Direitos Humanos

A hermenêutica jurídica é o campo que estuda a interpretação das leis e dos textos legais, buscando
compreender seu significado e sua aplicação. Dentre os métodos utilizados, destacam-se o gramatical, que se
concentra na análise da linguagem e sintaxe dos textos, e o lógico, que se baseia na coerência interna das
normas. A hermenêutica histórica considera o contexto histórico e cultural em que as leis foram criadas,
visando compreender a intenção original do legislador. Já a hermenêutica teleológica aplica princípios para
interpretar leis em consonância com as suas finalidades. Cada abordagem oferece uma perspectiva única para
a análise jurídica, influenciando a maneira como as normas são compreendidas e aplicadas nos casos
concretos.

A partir de agora, vamos nos dedicar ao estudo destes temas muito importantes para o Direito e para a
sociedade.

Bons estudos!

CONHECENDO A HERMENÊUTICA JURÍDICA

A hermenêutica jurídica, como disciplina fundamental no campo do direito, tem suas raízes profundamente
entrelaçadas com a história da interpretação legal ao longo das civilizações. Historicamente, os sistemas
jurídicos têm buscado compreender e aplicar leis de maneira justa e coerente, levando em consideração o
contexto social, cultural e político de cada época. A hermenêutica jurídica, nesse sentido, emerge como a arte
e a ciência de interpretar e aplicar as normas legais de forma adequada.

No cerne da hermenêutica jurídica, estão diversos métodos de interpretação. O método gramatical concentra-
se na análise linguística e sintática dos textos legais, buscando extrair significados a partir das palavras
utilizadas. Por outro lado, o método lógico enfoca a coerência e a estrutura interna das leis, buscando
entender as relações entre diferentes disposições normativas.

A hermenêutica histórica é um aspecto crucial da interpretação jurídica, reconhecendo que as leis são
moldadas pelo contexto histórico em que foram promulgadas. Compreender a intenção original dos
legisladores e como as normas evoluíram ao longo do tempo é essencial para uma interpretação precisa. A
análise do contexto histórico, social e cultural ajuda a determinar o significado original das leis, bem como sua
relevância para os desafios contemporâneos.

Seguidamente, a hermenêutica teleológica é um método interpretativo que busca compreender o significado


profundo de textos, símbolos ou obras, considerando seus propósitos e objetivos subjacentes. Esse enfoque
interpretativo parte do pressuposto de que a intenção do autor ou criador é fundamental para uma
compreensão completa e precisa. A hermenêutica teleológica investiga as finalidades intrínsecas, as metas e
as mensagens subjacentes, explorando como esses elementos influenciam a interpretação geral. Ao destacar
o aspecto teleológico, esse método vai além das palavras superficiais, buscando desvendar as razões
subjacentes e as implicações mais amplas que moldam o conteúdo.

A hermenêutica jurídica, portanto, é um processo complexo e multifacetado que envolve a análise de


diferentes elementos para extrair o significado e a intenção das normas legais. Ela se baseia na interação
entre métodos gramaticais, lógicos, históricos e, em alguns casos, teológicos. A compreensão da
hermenêutica jurídica é essencial para garantir uma aplicação justa e consistente das leis em contextos legais
diversos (Iamundo, 2017).

Assim, a hermenêutica jurídica é a arte e a ciência de interpretar e aplicar as leis, levando em conta métodos,
como a análise gramatical e lógica, bem como a consideração do contexto histórico e, em certos casos,
elementos teológicos. A compreensão dos aspectos históricos da hermenêutica jurídica nos ajuda a
reconhecer como as práticas de interpretação evoluíram ao longo do tempo, informando as abordagens
contemporâneas para a aplicação do direito.

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Todavia, é preciso saber desde já que a hermenêutica jurídica apresenta inúmeros desafios, que decorrem do
seu objeto primordial, a lei, e do sujeito que a opera, o intérprete. Isso porque lidar com a amplitude
semântica das palavras, as obscuridades, contradições e lacunas que estão na lei abre espaço para
possibilidades variadas. Por este motivo, é papel central do intérprete afastar-se dos próprios preconceitos,
buscando o sentido genuíno da lei, aliado a uma ideia hermenêutica crítica e constitucionalmente situada de
justiça, para que a melhor resposta possa ser dada nos casos em análise (Soares, 2023).

OS DESAFIOS DA HERMENÊUTICA

No direito moderno, a hermenêutica jurídica assume um papel fundamental como a abordagem interpretativa
que permite compreender e aplicar leis de maneira contextualmente sensível e justa. Ela oferece um
arcabouço metodológico para decifrar a intenção do legislador e da lei, considerando o contexto histórico,
social e cultural em constante evolução. Ao enfrentar a complexidade das normas legais, a hermenêutica
jurídica ajuda a harmonizar os princípios constitucionais com as necessidades contemporâneas, garantindo a
coerência e a relevância das decisões judiciais. Assim, a hermenêutica jurídica no direito moderno assegura
uma aplicação dinâmica e equitativa das leis, promovendo a justiça e a adaptação às demandas em constante
mudança da sociedade (Iamundo, 2017).

Ao mergulhar nas raízes históricas das normas (pela hermenêutica histórica), é possível ter uma perspectiva
valiosa para a compreensão autêntica do propósito subjacente das leis. Isso não apenas promove a
consistência na aplicação, mas também preserva a continuidade das tradições legais. No entanto, a
hermenêutica também enfrenta desafios, como a lacuna temporal entre o passado e o presente, requerendo
uma abordagem sensível para reconciliar valores históricos com as demandas contemporâneas de justiça e
equidade (Soares, 2023).

Por sua vez, a hermenêutica teleológica é uma abordagem interpretativa que se destaca por sua ênfase na
busca pelos propósitos e fins inerentes a um texto, obra de arte ou qualquer forma de expressão humana. Ela
reconhece que a compreensão completa não pode ser alcançada apenas analisando as palavras ou os
elementos isolados, mas requer uma exploração profunda das intenções subjacentes do autor ou criador.
Nesse sentido, a hermenêutica teleológica vai além da análise gramatical ou contextual e se concentra em
desvelar as motivações, os valores e os objetivos que moldaram a criação. Essa abordagem é especialmente
aplicada em campos, como a filosofia, a teologia, a literatura e até mesmo a análise de políticas públicas, em
que a compreensão das intenções subjacentes é crucial para uma interpretação mais completa e significativa.
Através da hermenêutica teleológica, os intérpretes buscam conectar os aspectos superficiais do texto com
suas implicações mais amplas, desenterrando camadas de significado que podem ter sido inicialmente
obscurecidas.

No entanto, a hermenêutica teleológica também suscita debates, uma vez que a determinação precisa das
intenções do autor nem sempre é clara ou acessível. Além disso, a interpretação teleológica pode variar,
dependendo do contexto cultural, histórico e pessoal do intérprete. Apesar dessas complexidades, essa
abordagem fornece uma lente fascinante e enriquecedora para explorar o mundo da comunicação humana e
suas múltiplas dimensões de significado.

Em relação aos métodos gramatical e lógico na hermenêutica jurídica, estes enfrentam desafios decorrentes
da linguagem ambígua e da natureza dinâmica do direito. A interpretação estrita com base na análise
gramatical pode não capturar nuances contemporâneas ou contextos implícitos, resultando em decisões
rígidas. Além disso, a lógica formal nem sempre reflete a complexidade das relações sociais e humanas
abordadas pelo direito. Ambos os métodos podem falhar ao lidar com mudanças culturais e
desenvolvimentos sociais que não estão explicitamente refletidos nos textos. Assim, a aplicação inflexível
desses métodos pode limitar a adaptabilidade e a justiça na interpretação legal.

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Mas, hermenêutica não é assunto fácil. Os desafios envolvem a complexidade inerente à interpretação de
textos legais. Lidar com ambiguidades, lacunas e mudanças contextuais pode levar a interpretações variadas e
conflituosas. Além disso, a aplicação de métodos hermenêuticos, como o histórico e o teológico, pode gerar
debates sobre relevância e objetividade. A adaptação das leis a sociedades dinâmicas e ao multiculturalismo
também é um desafio, pois exige equilíbrio entre valores contemporâneos e tradições legais. A busca por
coerência e justiça na interpretação, aliada à evolução tecnológica, demanda constantes reflexões e ajustes,
tornando a hermenêutica uma tarefa complexa e em constante evolução (Mascaro, 2021).

HERMENÊUTICA GERAL E JURÍDICA NA PRÁTICA

A aplicação prática da hermenêutica é fundamental para a interpretação e compreensão de textos, símbolos e


contextos culturais, abrangendo uma ampla variedade de campos, desde a filosofia até as ciências sociais e
humanas. A hermenêutica, como abordagem interpretativa, busca desvendar camadas mais profundas de
significado e oferecer respostas sobre a complexidade da comunicação humana e da criação de sentido.

Nas ciências sociais, a hermenêutica é frequentemente empregada na análise de discursos, entrevistas e


narrativas de indivíduos e grupos. Os pesquisadores utilizam princípios hermenêuticos para desenterrar
significados subjacentes e compreender as perspectivas dos participantes. Por exemplo, em estudos
antropológicos, a hermenêutica pode ser aplicada para compreender as crenças e práticas culturais de uma
comunidade, considerando os contextos históricos, sociais e linguísticos que moldaram suas expressões
culturais.

Na literatura e nas artes, a hermenêutica oferece uma lente poderosa para analisar obras complexas e
simbólicas. A interpretação hermenêutica permite que os críticos literários explorem camadas de significado
em textos, pinturas, esculturas e outras formas de expressão artística. Por exemplo, ao analisar um poema, a
hermenêutica pode ajudar a desvendar os diferentes níveis de significado nas palavras escolhidas pelo autor,
revelando possíveis alusões históricas, emocionais ou filosóficas.

No campo do direito, a hermenêutica é crucial na interpretação de leis e regulamentos. Os juristas aplicam


princípios hermenêuticos para analisar textos legais, considerando não apenas a letra da lei mas também o
espírito subjacente e o contexto social em que a legislação foi criada. Por exemplo, a interpretação
hermenêutica pode ser utilizada para entender a intenção do legislador ao criar uma lei, especialmente
quando há ambiguidade ou lacunas no texto legal. Isso ajuda a garantir que as leis sejam aplicadas de
maneira justa e relevante para as situações atuais (Soares, 2023).

A hermenêutica também é aplicada na interpretação de precedentes legais. Os tribunais consideram casos


anteriores e usam princípios hermenêuticos para aplicar esses precedentes às situações atuais, analisando a
semelhança dos fatos e das circunstâncias. No direito contratual, a hermenêutica é usada para interpretar
cláusulas e termos em contratos. Os juristas consideram não apenas a linguagem escrita, mas também as
intenções das partes contratantes e o contexto em que o contrato foi formado. No direito penal, a aplicação
da hermenêutica na interpretação de normas penais ajuda a garantir que a lei penal seja interpretada
estritamente, evitando interpretações amplas que possam prejudicar os direitos dos acusados. Igualmente, é
usada para interpretar tratados internacionais de direitos humanos e sua aplicação em jurisdições nacionais.
Os tribunais consideram o contexto global e os princípios universais para garantir uma interpretação
consistente e harmonizada.

Na hermenêutica jurídica teleológica, um exemplo prático pode ser a interpretação de uma cláusula ambígua
em uma lei que regula a proteção ambiental. Nesse caso, o intérprete se concentraria não apenas nas
palavras literais da cláusula, mas também nos objetivos e propósitos subjacentes da legislação em relação à
preservação do meio ambiente. Ao examinar o contexto histórico, social e político da elaboração da lei, o

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intérprete busca compreender as intenções do legislador e a finalidade da legislação. Dessa forma, a


hermenêutica jurídica teleológica auxilia na determinação de como a cláusula ambígua deve ser aplicada para
alcançar os objetivos mais amplos da proteção ambiental (Soares, 2023).

São múltiplas as aplicações. Não há um ramo sequer do direito que não faça uso da hermenêutica, para efeito
de concretizar as normas jurídicas, alcançando, assim, sua maior efetividade.

VÍDEO RESUMO

É com satisfação que convidamos você a mergulhar na fascinante jornada da hermenêutica. Descubra como
desvendamos significados ocultos em textos e contextos diversos. Nossa aula apresentará as chaves para
conhecer a hermenêutica jurídica e suas aplicações, abrindo portas para compreensões enriquecedoras. Não
perca essa oportunidade de aprimorar suas habilidades interpretativas.

 Saiba mais
A Crítica Hermenêutica do Direito é uma abordagem intelectual que questiona as tradicionais formas de
interpretação legal, buscando compreender o direito para além de sua dimensão técnica e formal. Ela
destaca a importância de considerar fatores sociais, culturais e políticos na interpretação das leis,
reconhecendo que o direito é intrinsecamente moldado por esses contextos.

Ao se voltar para a Crítica Hermenêutica do Direito, os estudiosos exploram como as normas jurídicas
refletem visões de mundo subjacentes, relações de poder e estruturas de dominação. Isso envolve uma
análise profunda das implicações sociais e políticas das interpretações legais, questionando a
neutralidade, a qual, muitas vezes, é atribuída ao processo de interpretação.

Uma das preocupações centrais da Crítica Hermenêutica do Direito é a exposição das ideologias
presentes na criação e aplicação das leis. Essa abordagem busca desvendar como certos grupos podem
ser privilegiados ou marginalizados por meio das interpretações legais, expondo discrepâncias e
desigualdades em uma sociedade.

Além disso, ela examina a linguagem jurídica e como ela influencia a compreensão das leis. Argumenta
que a linguagem não é neutra e pode ser usada para perpetuar determinadas perspectivas e relações de
poder.

A Crítica Hermenêutica do Direito é uma abordagem desafiadora e esclarecedora, que busca iluminar as
complexidades e os contornos, muitas vezes, ocultos no sistema legal. Ela convida os estudiosos a
olharem além das palavras escritas nas leis e a considerar o impacto mais amplo que as interpretações
podem ter em uma sociedade. Ao fazê-lo, contribui para uma compreensão mais profunda e consciente
do papel do direito na construção e transformação das estruturas sociais.

Para saber mais a esse respeito, confira a obra:

STRECK, L. L. Verdade e consenso. São Paulo: Saraiva, 2017. Disponível em:


https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547215644/. Acesso em: 28 jul. 2023.

Aula 5

REVISÃO DA UNIDADE
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15 minutos

HISTÓRIA E TEORIA DO DIREITO

Olá! O ser humano, um ser social e político por natureza, está intrinsecamente ligado a várias formas de
interações sociais, abrangendo âmbitos, como o familiar, público, comercial e cultural. O desenvolvimento do
direito ao longo da história é resultado da interação de diferentes perspectivas da vida social, provenientes
das esferas cultural, econômica e política. A cultura de uma sociedade desempenha um papel crucial na
formação das normas jurídicas, uma vez que seus valores, suas crenças e suas tradições moldam as leis e a
sua aplicação. A influência religiosa na cultura também foi relevante, apesar de gradativamente diminuída
com o advento do Estado Moderno, que separou Igreja e Estado.

No contexto econômico, as relações de troca e valor, como o comércio, desempenham um papel fundamental
na percepção das relações privadas e na construção das leis. A mercadoria é central nesse sistema de trocas,
e tudo o que é produzido pela sociedade é visto como uma mercadoria, moldando a noção de justiça e
injustiça. Além disso, o aspecto político exerce influência direta no direito, uma vez que os sistemas políticos
estabelecem e aplicam as leis, moldando o funcionamento do sistema jurídico conforme os interesses e o
equilíbrio de poder da sociedade (Mascaro, 2021).

Cada sociedade possui seu sistema de regras e princípios, com normas sociais e normas jurídicas
desempenhando papéis essenciais. As normas sociais, baseadas em valores e tradições, são internalizadas
pelos indivíduos e influenciam seu comportamento em busca de pertencimento social. Em contraste, as
normas jurídicas, estabelecidas pelo sistema legal, são obrigatórias e visam à organização da sociedade e à
proteção dos direitos individuais e coletivos.

Na era feudal da Europa, os estamentos sociais, como o clero, a nobreza e os camponeses, desempenhavam
papéis distintos, cada um com suas responsabilidades e obrigações. O clero cuidava de assuntos religiosos, a
nobreza protegia e administrava a justiça, enquanto os camponeses eram responsáveis pela produção
agrícola. Essa estrutura hierárquica e desigual foi substituída por estruturas mais complexas na sociedade
contemporânea, na qual os direitos e as obrigações variam de acordo com a posição social.

O direito moderno é regulado por ramos distintos, o público e o privado. O direito público trata das relações
entre o Estado e os cidadãos, priorizando o bem-estar coletivo e a justiça social. Já o direito privado rege as
relações entre indivíduos e entidades privadas, enfatizando a igualdade entre as partes contratantes e a
liberdade contratual.

Por fim, a hermenêutica jurídica desempenha um papel crucial na interpretação das leis, permitindo
compreender e aplicar as normas de maneira contextualmente sensível. Métodos, como o histórico e o
teleológico, contribuem para a interpretação, mas também enfrentam desafios de adaptação a mudanças
culturais e sociais. No entanto, a hermenêutica é uma tarefa complexa e em constante evolução, necessária
para garantir a justiça e a coerência na aplicação das leis em sociedades em transformação (Iamundo, 2017).

REVISÃO DA UNIDADE

Você está no momento de revisão da unidade, na qual abordamos importantes temas relacionados à história
e teoria do direito. Pensando nisso, convidamos você a assistir ao vídeo resumo da unidade, que aborda de
maneira objetiva e clara os pontos principais discutidos até o momento. Neste vídeo, exploramos de forma

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sucinta os principais conceitos e desenvolvimentos que moldaram a evolução do direito ao longo do tempo.
Não perca essa oportunidade de aprofundar seu conhecimento e compreender melhor as bases que
fundamentam nossa disciplina. Acesse o vídeo agora e enriqueça sua compreensão sobre esse importante
tema.

ESTUDO DE CASO

Para contextualizar sua aprendizagem, suponha que, em um país fictício, chamado Terranova, uma nova
legislação tributária foi promulgada pelo governo. A lei estabelece que todas as empresas com faturamento
anual superior a um milhão de reais estão sujeitas a um imposto adicional de 15% sobre seus lucros. No
entanto, a lei não é completamente clara quanto à definição de "faturamento anual" e não especifica se
despesas operacionais devem ser deduzidas antes do cálculo do imposto.

Problema: duas empresas, AlphaCorp e BetaTech, ambas com faturamentos anuais próximos a um milhão de
reais, buscam orientação sobre como calcular o imposto devido de acordo com a nova legislação. AlphaCorp
acredita que o faturamento anual deve ser calculado antes de qualquer dedução de despesas operacionais.
Assim, eles argumentam que o imposto adicional de 15% deve incidir sobre a receita bruta total da empresa,
sem considerar os gastos operacionais.

Por outro lado, BetaTech sustenta que a lei deve ser interpretada de forma a permitir a dedução das despesas
operacionais antes do cálculo do imposto. Eles alegam que a intenção do legislador era taxar apenas o lucro
líquido (o que sobra após a dedução das despesas), de forma a não sobrecarregar as empresas com custos
operacionais legítimos.

Ambas as empresas buscam uma solução legal para o impasse, a fim de garantir que estão cumprindo
adequadamente a nova legislação e evitando qualquer risco de penalidades ou disputas futuras.

Você foi convidado a analisar o caso e aplicar os princípios da hermenêutica jurídica para resolver o conflito de
interpretação entre AlphaCorp e BetaTech. Você deverá considerar como a lei foi redigida, o contexto em que
foi promulgada, as possíveis intenções do legislador e os valores subjacentes ao motivo de o Estado impor
tributos. Neste sentido, é importante que você faça algumas perguntas, para fins de nortear a sua reflexão.
Afinal, por qual motivo o Estado cobra tributos? Será que o Estado pode cobrar tributos sem observar um
dever de razoabilidade, ou seja, um dever de não cobrar além do necessário e do justo? Reflita sobre essas
questões, para auxiliar no desenvolvimento da sua resposta.

Além disso, você deve explorar a aplicabilidade dos métodos hermenêuticos, como a interpretação gramatical
e lógica para chegar a uma conclusão fundamentada.

 Reflita
No cenário do direito contemporâneo, os desafios hermenêuticos se destacam como uma questão
crucial para os profissionais e estudiosos do campo jurídico. A interpretação das normas legais e
constitucionais enfrenta complexidades inéditas diante da evolução da sociedade, das tecnologias e das
transformações culturais.

A crescente diversidade cultural e a globalização apresentam desafios à interpretação, uma vez que
valores e tradições podem variar consideravelmente entre diferentes grupos e regiões. Além disso, as
rápidas mudanças tecnológicas frequentemente superam a capacidade das leis de acompanhar a
realidade contemporânea. Como resultado, os intérpretes do direito precisam equilibrar a aplicação das
normas existentes com a necessidade de garantir a justiça e a relevância nas decisões judiciais.

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A expansão dos direitos individuais e a conscientização social também impactam a hermenêutica jurídica.
Questões, como privacidade, direitos LGBTQIA+, inteligência artificial e bioética, desafiam os tradicionais
métodos de interpretação, exigindo uma abordagem sensível e flexível para garantir a proteção dos
direitos fundamentais.

Nesse contexto, a hermenêutica no direito contemporâneo deve ser uma busca constante pela
harmonização entre o texto legal, as demandas da sociedade e os princípios fundamentais. Os
intérpretes devem enfrentar o dilema de preservar a estabilidade do sistema legal ao mesmo tempo que
se adaptam às mudanças e garantem a justiça em um mundo em constante transformação. Isso requer
uma abordagem interdisciplinar, sensibilidade cultural e uma compreensão profunda das implicações
sociais e éticas das decisões jurídicas. Em última análise, os desafios hermenêuticos no direito
contemporâneo convocam os juristas a transcender as abordagens tradicionais, buscando um equilíbrio
dinâmico entre a tradição e a inovação, a estabilidade e a adaptação, a fim de assegurar uma
interpretação jurídica justa e relevante para os tempos atuais.

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

No caso apresentado, em que as empresas AlphaCorp e BetaTech buscam orientação sobre a interpretação
da nova legislação tributária de Terranova, a aplicação dos princípios da hermenêutica jurídica é fundamental
para resolver o conflito de interpretação e determinar qual abordagem é mais condizente com o espírito da
lei.

Primeiramente, é necessário analisar o texto legal de forma gramatical, levando em consideração a redação
da lei e sua estrutura linguística. A legislação estabelece que as empresas com faturamento anual superior a
um milhão de reais estão sujeitas a um imposto adicional de 15% sobre seus lucros. No entanto, a expressão
"faturamento anual" não é claramente definida. AlphaCorp argumenta que o imposto deve incidir sobre a
receita bruta total, sem considerar as despesas operacionais, enquanto a BetaTech defende a dedução das
despesas antes do cálculo do imposto.

Em seguida, é relevante uma análise histórica, considerando o contexto em que a lei foi promulgada e as
intenções do legislador. A ausência de clareza na definição de "faturamento anual" pode indicar uma lacuna
no texto legal, permitindo diferentes interpretações. Nesse sentido, é importante investigar se houve debates
ou discussões no processo legislativo que possam lançar luz sobre a intenção do legislador ao redigir a lei. A
análise histórica pode ajudar a determinar se a dedução das despesas operacionais estava ou não prevista.

Além disso, é essencial buscar compreender o propósito ou objetivo da lei. A nova legislação tributária visa
aumentar a arrecadação do governo, mas também é importante evitar o ônus excessivo para as empresas.
Portanto, a interpretação que melhor atenda a esses objetivos é aquela que permite a dedução das despesas
operacionais. Isso evita que empresas com custos legítimos sejam penalizadas, ao mesmo tempo em que
alcança a finalidade de aumento da arrecadação.

No que diz respeito aos valores subjacentes à legislação tributária, é fundamental considerar a equidade e a
justiça. A interpretação que permite a dedução das despesas operacionais promove uma distribuição mais
justa da carga tributária, uma vez que leva em conta as diferenças nas operações das empresas e evita uma
tributação excessiva daquelas com maiores despesas.

Portanto, após uma análise abrangente usando os princípios da hermenêutica jurídica, é razoável concluir que
a interpretação que melhor se alinha com o texto legal, o contexto histórico, os objetivos da legislação e os
valores subjacentes é aquela que permite a dedução das despesas operacionais antes do cálculo do imposto.
Essa interpretação não apenas é mais justa e equitativa, mas também está em consonância com a finalidade

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da nova legislação tributária de Terranova. Dessa forma, as empresas AlphaCorp e BetaTech podem adotar
essa abordagem para calcular o imposto devido, evitando, assim, potenciais disputas futuras e assegurando o
cumprimento adequado da lei.

RESUMO VISUAL

Figura 1 | Fluxo da hermenêutica jurídica

REFERÊNCIAS
04 minutos

Aula 1

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2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582174289/. Acesso em: 16 jun.
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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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