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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO

DIREITO E DO ESTADO

A ORDEM
SOCIAL, O
UNIDADE I
ESTADO E
O DIREITO
01.01 - Ordem natural
e ordem social. O
mundo ético
EXISTÊNCIA PARA SI EXISTÊNCIA PARA O
MESMO (EGO) OUTRO (ALTER)
INSERIDOS NA VIDA SOCIAL

Dependência do próximo (ou da A vida social depende de uma


comunidade) para desenvolver previsão de comportamentos
aptidões pessoais e satisfazer aceitáveis (normas), formando
necessidades. uma estrutura ordenada.

Esses modelos de Diversas ordens (ideológica,


comportamentos normativos são econômica, política, religiosa,
variáveis no tempo e no espaço, tecnológica, etc.). determinam
pois existem na cultura. ou permitem novas normas.
As NORMAS JURÍDICAS
prescrevem comportamentos
obrigatórios, impondo
racionalmente uma vontade
geral. Assim, o ser humano é
limitado na sua liberdade plena
no âmbito da comunidade por
proibições ou restrições que
possibilitam a vida social.
O estudo do OUTRAS CIÊNCIAS ESTUDAM A
Direito INDIVIDUALIDADE DO SER HUMANO. EX.
PSICOLOGIA.
destina-se à
vida em
sociedade, A ALTERIDADE É O FUNDAMENTO DO
DIREITO. EM PRIMEIRO PLANO, HÁ UMA
objetivando PREOCUPAÇÃO COM AS RELAÇÕES
INTERSUBJETIVAS.
torná-la
viável por
meio de A EXISTÊNCIA DO DIREITO DEPENDE DE UM
ACONTECIMENTO (FATO) ENTRE DOIS
normas SUJEITOS DE DIREITO.
SIGNIFICADO DE SOCIEDADE: QUALQUER AGRUPAMENTO DE
PESSOAS EM PROCESSO DE INTERAÇÃO

FORMAS DE INTERAÇÃO SOCIAL


COOPERAÇÃO COMPETIÇÃO CONFLITO
OBJ ETI VOS E OPOSI ÇÃO DE
VAL ORES I NTERESSES
I GUAI S, OBJ ETI VOS NÃO
CONJ UGAÇÃO DE I GUAI S, MAS CONCI L I ADOS.
ESFORÇOS. EXCL UDENTES I NTERAÇÃO
I NTERAÇÃO ENTRE SI DI RETA E
DI RETA E NEGATI VA.
POSI TI VA
O Direito regula as
interações
existentes na
sociedade por meio de
normas.
Mas como surgem as
normas jurídicas?
O ser humano depara-
se com duas realidades
distintas na sua
existência: o mundo da
natureza e o mundo da
cultura.
o mundo da
natureza
- relação de causa e efeito;
- leis físicas ou naturais;
- o que é DADO (existe
antes da atuação humana);
- Ex. Física, Biologia e
Química
O MUNDO
DA
CULTURA
É o CONSTRUÍDO
(realizações humanas),
que podem ter
caráter material (uma
A CULTURA É PRODUZIDA
ponte) ou não MEDIANTE A
material (limite INTERFERÊNCIA DO SER
político entre HUMANO NA
estados). TRANSFORMAÇÃO DO MEIO
(DO QUE É DADO), BUSCANDO
CERTA FINALIDADE
A produção cultural
visa um objetivo a ser
alcançado e pode ser
passível de avaliação
(bonito/feio;
bom/mau;
justo/injusto, etc.).
Portanto, seus
elementos são
A cultura produz leis do tipo:

puramente compreensivo-
compreensivas normativas
Além de meios de
Os valores são meios ou compreensão, os valores
formas de compreensão tornam a conduta
que resultam em obrigatória, resultando na
generalizações teóricas. normatividade. Ex. Direito
Ex. Sociologia, Economia e Moral.
AS LEIS COMPREENSIVO-NORMATIVAS
SÃO TAMBÉM CHAMADAS DE LEIS
ÉTICA – CONJUNTO DE ÉTICAS. CARACTERÍSTICAS:
VALORES E
PRINCÍPIOS QUE O juízo de valor dos fatos observados
HOMEM USA COMO
DEVER DO adequação dos meios aos fins
COMPORTAMENTO
SOCIAL. FORMA
REFLEXIVA SOBRE normatividade – obrigatoriedade
pela relevância da conduta social
BEM/MAL;
CERTO/ERRADO
anúncio de um dever ser – direção
ou medida de conduta.
ESTRUTURA DA
NORMA ÉTICA

RECEIJUÍZO DE
JUÍZO DE VALOR NORMATIVIDADE SANÇÃO
TA DE GAMES

A IMPORTÂNCIA SOCIAL AQUELE QUE NÃO CUMPRE A


OBRIGATORIEDADE
OBSERVADA NA CONDUTA NORMA ESTARÁ SUJEITO A
UMA PENA
TIPOS DE 1 DIREITO

LEIS 2 MORAL

ÉTICAS 3 RELIGIÃO

4 REGRAS DO TRATO
SOCIAL
Significa dizer que nem toda
conduta humana é regulada pelo
Direito. Existem outras formas de
controle social, como a moral e a
religião. Então, o que determina
um fato social ser também
jurídico?
A AMIZADE É REGULADA PELA
MORAL NÃO TEM NORMA JURÍDICA
PREVENDO COMO DEVE SER
REALIZADA ESSA CONDUTA
SOCIAL.

O CASAMENTO É REGULADO
PELO DIREITO. TEM UMA
INCIDÊNCIA DE NORMA JURÍDICA:
O CÓDIGO CIVIL.
O Direito surge quando uma
hipótese descrita na norma
encontra no fato social a
concretização nela prevista.
a incide gerando o
NORMA sobre o DIREITO
prevista FATO
01.02 - Os
instrumentos de
controle social:
direito, moral, religião
e regras do trato
social
MORAL - é o conjunto de convicções de uma
pessoa (moral individual ou autônoma), de
um grupo ou da sociedade inteira (moral
social – deveres do indivíduo para com o
todo) sobre certo/errado; bem/mal.
Relaciona-se com comportamentos
concretos (prática), sobre fazer.
- A MORAL é relativa no tempo e no espaço,
mas de cunho obrigatório.

- AMORAL é um ser sem discernimento de


certo/errado (ex. animais).

- IMORAL é aquilo que está contra o padrão


moral (época e lugar).
DIREITO E MORAL
a) critério: bilateralidade/unilateralidade

DIREITO - bilateralidade atributiva: O direito


realiza-se numa relação intersubjetiva (pelo
menos duas pessoas) em proporção objetiva
(exigências de certos comportamentos). A
cada direito corresponde um dever exigível e
garantido pela coercibilidade do Estado.
DIREITO E MORAL
a) critério: bilateralidade/unilateralidade

MORAL - Unilateralidade: Na moral, somente


há deveres. O valor da ação é dado pelo foro
do sujeito.
b) critério: exterioridade/interioridade
DIREITO - exterior – em primeiro plano
aperfeiçoa as relações humanas (relações
entre sujeitos).

MORAL – interior - em primeiro plano


aperfeiçoa a consciência para prática dos
atos.
c) critério: heteronomia/autonomia
DIREITO - heterônomo – Por serem
elaboradas por terceiro (Estado), as normas
jurídicas podem não coincidir com as
convicções do destinatário, entretanto,
devem ser cumpridas independentemente
da vontade do indivíduo (sem adesão interna)
c) critério: heteronomia/autonomia
MORAL (individual) – autônoma - o indivíduo
obedece a mandamentos decorrentes da
própria consciência (adesão interna).

Obs. A moral social é heterônoma.


d) critério: coercibilidade/incoercibilidade
DIREITO - coercível – possibilidade de
invocar o uso da força do Estado para
garantir a norma, se necessário (a coação é
força potencial);
MORAL – não coercível - em razão da
voluntariedade (espontaneidade) da conduta.
Não é possível conceber um ato de moral
forçado.
e) critério: sanção difusa/sanção prefixada
DIREITO - prefixada – são previsíveis, pois a
norma jurídica já a determina. São fixas e
formais. Ex. multa, restrição de liberdade.

MORAL – difusa – são imprevisíveis e


informais, pois não há determinação
antecipada, podendo ser variável conforme a
ocasião. Ex. exortação, desprezo, etc.
MORAL DIREITO
Aperfeiçoamento do ser Evitar e solucionar
Finalidade humano (regula conduta conflitos sociais
interna) (conduta externa)

Autoridades morais,
Fonte grupos sociais, etc.
Estado

Critério de Aceitação pelos Validade formal


reconhecimento destinatários (vigência)
INFLUÊNCIA DA MORAL NO DIREITO
- Na produção normativa – o legislador compartilha
convicções, valores e ideais difundidos na sociedade e
os exprime por meio de suas normas. A própria
moralidade pode ser normatizada (art. 37, caput,
CF/88).
- Na eficácia social da norma (efetividade,
concretização). Normas que contrariem a moral social
têm poucas chances de ser aplicada e podem gerar
conflitos.
INFLUÊNCIA DO DIREITO NA MORAL

- A aplicação cotidiana do direito opera


induzimento nos destinatários de modo a
aceitarem como moralmente correto aquilo que é
legalmente estabelecido. O direito contribui na
configuração da moral dominante por meio da
formalização jurídica e da ameaça de sanções.
RELIGIÃO E REGULAÇÃO SOCIAL

- Prevalência na Antiguidade: O Direito era


considerado uma expressão da vontade divina.
Ex. A Lei de Moisés e o Código de Hamurabi
(2000 a.C.). Leis de Talião.
- Aplicação do Direito pela classe sacerdotal.
- Sistemas Teocráticos – ex. muçulmano.
RELIGIÃO E REGULAÇÃO SOCIAL

- Século XVIII – separação entre igreja e estado


(laico). Ordenamentos distintos para os institutos
(ensino, assistência pública, estado civil, etc.).
- A CF/88 prevê um Estado laico, porém,
assegura a liberdade religiosa (e de culto) a todos
os indivíduos. Mesmo assim, devido à tradição
cultural, a influência cristã no Brasil determina
alguns aspectos jurídicos. Ex. feriados.
RELIGIÃO E REGULAÇÃO SOCIAL

- Na religião, em primeiro plano importa a


situação pessoal (interioridade) com Deus (valor
maior é a divindade), a relação com o próximo é
circunstancial (valor maior - promoção da
justiça).
- A religião é autônoma – quem cultua a
divindade não poderá fazê-lo senão pela adesão
interna e convicção da sua validade intrínseca.
RELIGIÃO E REGULAÇÃO SOCIAL

- A religião é unilateral porque trata de uma


relação fundamental de “religar” o homem com o
divino (somente deveres).
- A religião é incoercível – o descumprimento de
normas religiosas não invoca o uso da força ou
coação do Estado.
- Sanção: na religião é espiritual (envolve a alma
do indivíduo e os castigos). Em geral, é prefixada.
REGRAS DO TRATO SOCIAL (RTS)

- são padrões de conduta elaborados pela


própria sociedade, visando tornar o ambiente
social mais agradável para a convivência. Ex.
cortesia, etiqueta, protocolo, moda, linguagem,
etc.
- Visa o aprimoramento das relações sociais com
pressão psicológica e satisfação exterior.
REGRAS DO TRATO SOCIAL (RTS)

- exterioridade – forma de apresentação perante


o outro, visa a aparência
- unilateralidade – apenas deveres
- heteronomia – impostos pela sociedade
- incoercibilidade – não invoca o uso da força ou
coação do Estado.
- sanção difusa – crítica, reprovação,
rompimento de relação, etc.
01.03 - O Estado -
teorias clássicas e
seus elementos: povo,
território e soberania
Conceito de Estado: “A
ordem jurídica soberana
que tem por fim o bem
comum de um povo situado
em determinado território”
(Dalmo de Abreu Dallari)
ORIGEM E FORMAÇÃO DO ESTADO - TEORIAS

a) acompanha a sociedade, portanto, o Estado é um


elemento universal na organização social humana,
dotada de poder e com autoridade para determinar o
comportamento de todo o grupo;
b) surgiu de modo diverso de acordo com as
condições concretas de cada lugar, com vista a
atender às necessidades ou às conveniências dos
grupos sociais;
c) sociedade política com certas características
muito bem definidas (Século XVII).
CAUSAS DO SURGIMENTO DO ESTADO - TEORIAS

a) formação originária – agrupamentos humanos não


integrados em qualquer Estado.
a.1 - formação natural (não por um ato puramente
voluntário): i) familiar ou patriarcal; ii) atos de força,
de violência e de conquista; iii) causas econômicas
ou patrimoniais (Ex. divisão do trabalho); iv) no
desenvolvimento interno da sociedade
(complexidade das relações).
a.2 – formação contratual (decorre da vontade
humana)
CAUSAS DO SURGIMENTO DO ESTADO - TEORIAS

b) formação derivada – novos estados derivados de


outros preexistentes:
- por fracionamento: uma parte do território de um
Estado se desmembra e passa a consituir um novo
Estado.
- por união de Estados: adoção de uma Constituição
comum com a extinção dos Estados antecedentes.
TEORIAS CONTRATUALISTAS
Thomas Hobbes (1588-1679) - filósofo inglês - principal
obra “Leviathan”, de 1651.

- Estado de Natureza - lei do mais forte. Todos


contra todos: “o homem é o lobo do homem”.
- contrato social: o indivíduo renuncia seus
direitos em favor do soberano e assim
possibilitar a ordem, a segurança e a
estabilidade.
- Estado autoritário - absolutismo
TEORIAS CONTRATUALISTAS
John Locke (1633-1704) - filósofo inglês - principal obra
"Segundo tratado sobre o governo civil", de 1681.

- Estado de Natureza - direitos à vida,


liberdade e propriedade inerentes ao homem,
porém, não há mecanismos para garanti-los.
- contrato social: o Estado existe para
defender esses direitos inalienáveis.
- Rejeitou o caráter divino do monarca.
Soberania no povo.
- o pai do liberalismo político, defendeu a
democracia representativa.
TEORIAS CONTRATUALISTAS
Rousseau (1712-1778) - filósofo suiço - principal obra
"Do Contrato Social", de 1762.

- Estado de Natureza - o homem nasce bom,


livre e igual, mas a sociedade o corrompe. A
propriedade privada trouxe as desigualdades
sociais com base na sociedade civil;
- contrato social: um pacto legítimo baseado
na verdadeira vontade geral, obedecida por
todos, inclusive o soberano. Não haveria
renúncia da soberania quando cumprida a lei.
- defende o iluminismo e a democracia direta.
Kant - o Estado e o direito como formas de
compatibilizar a coexistência das liberdades. O direito
proporcionaria a “paz perpétua” e o fundamento
racional do Estado seria a segurança jurídica.

Neocontratualismo (século XX) – John Rawls:


sociedades complexas e interesses conflitantes.
Harmonização da concepção de justiça publicamente
adotada. Consenso sobre os fundamentos e
instituições básicas da sociedade (legitimidade).
Sociedade democrática e regime constitucional.
Procedimentalismo (séc. XX/XXI) – Habermas: Teoria
da Democracia. A justificação das normas jurídicas se
revela aos seus destinatários não só com a pretensão
de legalidade (coercibilidade), mas também com
pretensão de legitimidade, que alude ao
reconhecimento racional de uma ordem política,
conforme fundada em consensos válidos e
racionalmente gerados por procedimentos jurídicos
típicos de um Estado democrático de direito.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO

a) POVO (elemento pessoal) – é uma entidade


jurídica em decorrência do vínculo permanente
(nascimento – solo e sangue; ou por naturalização).

- Nação: entidade moral, conceito sócio-


antropológico-cultural. Sociedade natural com
unidade nos elementos naturais (raça, língua),
culturais (religião, costumes) e psicológicas
(sentimentos nacionais).
- População: residentes (nacionais + estrangeiros)
conceito econômico-demográfico;

- Nacionais: são os indivíduos que se vinculam


juridicamente a determinado Estado e se sujeitam
permanentemente ao poder político e jurídico do
Estado.

- Cidadãos: são os nacionais que participam do poder


político, votando, sendo votado e fiscalizando os atos
dos detentores do poder.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO

b) TERRITÓRIO – é o elemento espacial, a base


geográfica do Estado, certa, delimitada e exclusiva
(não pode pertencer a dois Estados), onde o Estado
exerce a sua soberania (una e indivisível). O Estado
exerce sobre o território o seu poder de império, mas
não necessariamente seja seu proprietário.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO

- Real – solo, subsolo, águas (internas – rios, lagos; e


litorâneas – mar territorial), espaço aéreo e
plataforma continental.

- Ficto – embaixadas e consulados, navios e aviões


(mercantes e militares).

Obs. O mar territorial brasileiro é de 12 milhas, mas a


zona econômica exclusiva estende-se até 200
milhas.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO

c) SOBERANIA, GOVERNO SOBERANO OU PODER –


é a aptidão de decidir e fazer valer suas decisões
(poder de autodeterminação). Externo
(independência de outros Estados) e interno (fazer
valer as normas). Existe poder sem Estado e até
contra o Estado, mas não existe Estado sem poder.
01.04 - OS PODERES DO
ESTADO E A FUNÇÃO
JURISDICIONAL.
ORGANOGRAMA DO
GERAL DO ESTADO
BRASILEIRO
Se o Estado é uma "ordem
jurídica" institucionalizada,
então é na Constituição
Federal de 1988 (CF/88)
que encontramos a
formação e estruturação
orgânica do Brasil.
Art. 1º A República Federativa do
Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos:
ESTRUTURA DO ESTADO BRASILEIRO

- Forma de governo: República (coisa pública).


eletividade, temporariedade e responsabilidade.

- Forma de Estado: Federação – descentralização


política, autogoverno e autoadministração.
Integrantes da federação: União, Estados
Membros, Distrito Federal e Municípios.
Autonomia política.
- Sistema de governo – presidencialismo (Chefe de
Estado e Chefe de Governo na mesma pessoa).

- Regime de Governo: Democracia. Tipos: a) direta


(plebiscito, referendo e iniciativa popular) e indireta
(representantes por eleições diretas).

- Legitimidade do poder: soberania popular.


PODERES DA REPÚBLICA

Art. 2º São Poderes da União,


independentes e harmônicos entre
si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
SISTEMA DE
FREIOS E
CONTRAPESOS

Checks
and
Balances
S
- Função típica: criação da
norma legal (processo
legislativo).
- Funções atípicas:
administrativa (ex.
licitações) e julgadora
(julgamento de
autoridades).
LEGISLATIVO FEDERAL - CONGRESSO NACIONAL

SENADO CÂMARA DOS


FEDERAL DEPUTADOS
REPRESENA REPRESENA
OS ESTADOS O POVO
2- PODER EXECUTIVO
- Função típica - administração da coisa pública.
Ministérios, secretarias, órgãos públicos.
- Funções atípicas: legislativa (ex. medida provisória,
decreto, portaria, etc.) e julgadora (processo
administrativo disciplinar)
*Federal – Presidência da República e Ministérios;
*Estadual – Governador e Secretarias;
*Distrital - Governo do Distrito Federal (GDF)
*Municipal – Prefeitura e Secretarias.
3- PODER JUDICIÁRIO
- Função jurisdicional – composição de conflitos
para fazer valer o Direito (torná-lo eficaz). Jurisdição
significa "dizer o direito no caso concreto". É a
atividade estatal que em última instância decide as
causas conflituosas ocorridas na sociedade por
meio de um processo.

- funções atípicas: legislativa (regimento interno dos


tribunais) e administrativa (licitações, servidores)
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito
Federal e Territórios.
01.05 - Direito e
política: Legalidade,
legitimidade e
desafios do século
XXI.
O termo “política” (a partir da Idade Moderna),
designa primordialmente a atividade e discursos
típicos de quem exerce autoridade “oficial” no
âmbito do Estado. Contudo, mais recentemente,
foi incorporado a semântica de qualquer ação ou
fala que, mesmo ocorrendo no seio da sociedade,
tenha a intenção ou o potencial de impactar e
mudar estruturas institucionais de um Estado e
suas consequências sobre a vida social (grupos
de pressão/lobby, opinião pública, etc.).
O direito integra sempre um projeto político
concreto (Direito da política). Como o
interesse público contém forte carga
ideológica, o governante tenta adequar, no
âmbito normativo (ex. reformas), a sua
posição ideológica na gestão pública. Já a
política do direito visa o estudo da
adequação dos meios jurídicos à realização
dos fins da sociedade política.
RELAÇÃO DIREITO X POLÍTICA

Limitador recíproco - o aplicador do Direito utiliza-se


de normas produzidas, prinicpalmente pelo
Legislativo e Executirvo (política), por outro lado, o
Direito limita a atividade política (moralidade,
probidade, crimes, etc.);
O Estado não é o único reduto da política, pois esta
existe onde o relacionamento humano se faz presente
(ex. política da empresa), mas é na ciência política que
se estuda as normas e a direção da Administração.
RELAÇÃO DIREITO X POLÍTICA

Revoluções liberais (1688-89, 1776 e 1789) -


impulsionadas pelos ideais do direito natural,
entendido como “direito subjetivo” o atributo de
igualdade inerente a todos os indivíduos. Significava
dar ao governado o poder prático de resistir a
autoridade opressiva, vivenciado na ocasião do Antigo
Regime (absolutismo). Tal valor foi logo proclamado nas
“declarações” solenes e incorporado ao texto de
constituições que viriam a surgir nos EUA e na França.
RELAÇÃO DIREITO X POLÍTICA
No entanto, o Estado liberal abstencionista do Século
XIX experimentou o surgimento de abismos sociais
entre classes (trabalhadores x donos do capital), parte
disso relacionado a uma regulação jurídica da
sociedade baseada em um formalismo legalista
exacerbado, repleta de conservadorismo técnico e da
separação entre direito e justiça. No Século XX o Estado
toma sua afeição intervencionista nos domínios da
economia e da sociedade (Estado Social) e promove
uma política de prestações positivas (políticas públicas)
RELAÇÃO DIREITO X POLÍTICA
Após a Segunda Guerra Mundial, a dignidade humana
torna-se o centro do direito e contempla o esforço
universal pela efetividade dos direitos humanos, na
ordem externa, associada a uma política de
implementação de condições propícias em cada país. As
Constituições conduzem juridicamente a atuação
estatal em busca dessa centralidade, trazendo em seu
bojo fundamentos e objetivos a serem alcançados, ao
tempo em que contemplam todas as gerações dos
direitos fundamentais.
FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA - ART. 1º CF/88

I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e
reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
e quaisquer outras formas de discriminação
LEGITIMIDADE
Art. 1º - Parágrafo único. Todo o poder emana do
povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
LEGALIDADE
Art. 5º - II - ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;
DESAFIOS DO SÉCULO XXI
A Constituição Cidadã de 1988 institui a legitimidade do
poder do Estado no povo (art. 1º, parágrafo único), ao
mesmo tempo que elege a previsibilidade da regulação
social por meio da legalidade (art. 5º, II). Nesse caso, o
desafio é conciliar a efetividade de valores e princípios
que dignificam o ser humano com os interesses
contrapostos do poder econômico, problemas globais
ligados ao meio ambiente, ao desenvolvimento e a
corrida tecnológica.
01.06 - A tríade
direito-sociedade-
estado. Relações
essenciais.
Influências da Sociedade sobre o Direito

01 02 03
Fornece ao Direito os Poder social Valores sociais
fatores sociais (realidade social) – (justiça, bem comum,
(morais, econômicos, poder psicológico de interesse público,
tecnológicos, etc.) influência sobre as etc.)
para o embasamento pessoas (opiniões,
das normas jurídicas, pensamentos,
as quais devem referências, etc.)
refletir a realidade
social
Influências do Direito sobre a Sociedada

01 02 03
instrumento mais a sociedade sem o Funções: imperativa
qualificado de Direito seria (é uma ordem);
controle social, por anárquica, tenderia educativa (cria uma
ser dotado de para a dissolução. opinião do que é
coercibilidade. certo); conservadora
(mantém a
sociedade) e
transformadora
(modifica a realidade
social.
Influências do Estado sobre o Direito

01 02 03
A criação do direito A aplicação do O Estado deve prover
positivo é atividade direito é realizada o acesso à justiça por
essencialmente primordialmente meio de órgãos que
estatal, direta (por pela atividade atendam às
seus órgãos) ou por jurisdicional necessidades
permissão normativa exercida pelo Poder jurídicas dos mais
(ex. contrato). Judiciário. vulneráveis
economicamente.
Influências do Direito sobre o Estado

01 02 03
O Direito cria o Faz do Estado uma O Direito limita o
Estado e estabelece instituição jurídica poder de atução do
sua estruturação (direitos e deveres). Estado a partir de
orgânica por meio de objetivos, princípios e
uma Constituição. valores, proibindo
abusos.
Influências do Estado sobre a Sociedade

01 02 03
A finalidade do Manutenção da Realização de
Estado e o bem ordem social políticas públicas
comum da (preventiva e visando o
coletividade. repressiva) desenvolvimento
social.
Influências da Sociedade sobre o Estado

01 02 03
Elemento pessoal do Provimento dos A soberania popular é
Estado (povo), sem o cargos, empregos e a única a legitimar o
qual o Estado não funções pública. poder do Estado. Em
existiria. tese, pode tudo,
inclusive uma nova
Constituição (um
novo Estado).

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