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Núcleo de Conteúdo – EAD |

Joéverton Silva de Jesus


Especialista e Organizador

Direitos reservados à CORDEMATO | 1


Iniciativa e Gestão

Realização

Apoio Técnico

Presidente
Everton Silva Siqueira

Diretor Financeiro
Carla Regina de Souza

Gestor do Projeto
Everson da Silva Jesus

Gerente Administrativo - CEO


Josias da Silva Jesus

Gestor Operacional
Adceli Nobre da Silva Jesus

Núcleo de Pesquisas Econômicas e Socioambientais – FUFMT/UNISELVA


Carla Cristina Rosa de Almeida
Alexandre Magno de Melo Faria
Charline Dassow
Francisco Xavier Freire Rodrigues

Núcleo de Tecnologia da Informação – IC/FUFMT/UNISELVA


Josiel Maimone de Figueiredo
Maurício Fernando Lima Pereira
Elmo Batista de Faria

Coordenador do Curso e Diretor de Conteúdo


Joéverton Silva de Jesus

Revisão Ortográfica e Gramatical


Henriette Marcey Zanini

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DISCLOSURE1

Todas as informações disponibilizadas nos Cursos, e-Books, Textos de apoio e na


multiplataforma Estado do Amanhã são públicas e de fontes de pesquisa disponíveis na Internet,
compiladas aqui com o objetivo de auxiliar na compreensão e aprofundamento dos estudos.

As pessoas físicas e jurídicas aqui mencionadas refletem apenas casos para estudo,
sem qualquer juízo de valor da multiplataforma Estado do Amanhã, da Central das Organizações do
Estado de Mato Grosso – CORDEMATO, idealizadora e gestora da multiplataforma, de seus
professores, coordenadores e/ou colaboradores.

Não há por parte da multiplataforma Estado do Amanhã, nem de seus gestores,


nenhuma apropriação de direitos autorais, muito menos plágio, posto que todas as fontes utilizadas
neste compilado estão devidamente mencionadas ao final.

A finalidade deste e-Book é unicamente instrucional, não havendo cobrança por


sua disponibilização. Contudo, é vedada a reprodução do material e/ou de qualquer outro material
concedido pela multiplataforma Estado do Amanhã, no todo ou em parte, exceto mediante
autorização prévia e por escrito da Cordemato e desde que as fontes sejam devidamente citadas.
Reprodução para fins comerciais são proibidas.

1 Disclosure governança corporativa. Disclosure é o ato de fornecer informações para todos interessados na situação de uma companhia.
Este termo pode ser traduzido, de certa forma, como o ato de dar transparência à situação econômica da empresa. Extraído do site
https://www.suno.com.br/artigos/disclosure/

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SUMÁRIO DO CURSO

A multiplataforma ESTADO DO AMANHÃ 5

RECOMENDAÇÕES PRELIMINARES 6
APRESENTAÇÃO DO CURSO 7
NOSSO ESPECIALISTA 9

INTRODUÇÃO 10
Unidade 1
TIPOS DE ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL 11
1.1 As OSC’s e os tipos existentes 12
1.2 Diferença entre OSC (Organização da Sociedade Civil) e OSCIP (Organização Da 13
Sociedade Civil De Interesse Público)
1.3 Diferenças entre OS (Organizações Sociais) e Outras Espécies de Entidades do 13
Terceiro Setor
1.4 Diferença entre Associação e Fundação 14

Unidade 2
REQUISITOS LEGAIS PARA ABRIR UMA OSC 16
2.1 OSC no formato de Associação 16
2.2 OSC no formato de Fundação 17

Unidade 3
O ESTATUTO SOCIAL E A ATA DE ASSEMBLEIA 20
3.1 Atas e Estatutos 21
3.2 Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica na Receita Federal 21
3.1.2 Fiscal de contrato 21
CONSIDERAÇÕES FINAIS 26
MATERIAL DE APOIO 27
REFERÊNCIAS 27

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Multiplataforma
ESTADO DO AMANHÃ

A multiplataforma Estado do Amanhã é um espaço de potencialização do poder


socioeconômico do terceiro setor através da análise do cenário de atuação, do ponto de vista de
oportunidades de renda, para os profissionais que sobrevivem neste importante setor da economia
criativa no Brasil.

Trata-se de um trabalho complexo e dinâmico, por isso a plataforma também


disponibiliza os dados do mapeamento dos dados estruturantes e básicos sobre o setor cultural e
esportivo geradores de potencial turístico em Mato Grosso, fruto do trabalho de pesquisa realizado
em parceria com o Núcleo de Pesquisas Econômicas e Socioambientais – NUPES/UFMT, sob
coordenação da Prof. Dra. Carla Cristina Rosa de Almeida, para que estas informações permitam a
elaboração assertiva de políticas públicas para a nossa sociedade.

A multiplataforma também implementa por suas ferramentas de gestão a


capacitação remota de gestores de organizações da sociedade civil e da administração pública, nas
áreas de elaboração e gestão de projetos e atividades apoiados pelo poder público, à luz da Lei nº.
13.019/2014 que rege a relação do Estado com as entidades sem fins lucrativos e entes federados
no país.

A oferta, por parte do poder público em parceria com a sociedade civil organizada,
de soluções que ampliem acessos a dados e informação, dissemine conhecimento gratuito e corrobore
com a transparência na aplicação de recursos destinados ao setor é uma carência antiga que, agora,
se torna possível graças às inovações da tecnologia da informação.

A informação está “ao alcance das mãos” de seus usuários, de maneira


instantânea, e essa gestão permitirá pôr fim, ou ao menos mitigar, a recorrente insegurança jurídica
e a falta de conhecimento técnico por parte de muitas OSC’s e agente públicos, sendo estes alguns
dos principais problemas que a plataforma Estado do Amanhã se presta a sanar, de maneira eficiente
e célere, por meio de seus módulos EaD, Webinários, Podcasts, além dos consultores on-line e dos
fóruns virtuais.

Todos os benefícios da plataforma estão ancorados no que há de mais avançado


entre as diversas ferramentas digitais de registro: instantaneidade, arquivamento, interatividade,
segurança e mobilidade na tecnologia da informação, o que contribui com o accountability2 na
execução das parcerias, de forma plena e didática.

Sejam bem-vindos!

2
Trad. Accountability: prestação de contas.

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RECOMENDAÇÕES PRELIMINARES

A eficiência e integridade das parcerias entre a Administração Pública e as


Organizações da Sociedade Civil pautadas na Lei nº. 13.019/2014 exige conhecimento robusto por
parte dos profissionais envolvidos, sejam eles servidores públicos, na qualidade de agentes de
fiscalização e monitoramento, sejam eles os próprios executores, na qualidade de dirigentes ou
prepostos das entidades, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante
a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos
em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação.

Não é demais dizer que além de ético e íntegro, características naturais esperadas
de todo cidadão de bem, os servidores públicos, dirigentes de entidades e profissionais desta área
precisam estar atentos às exigências previstas nas Leis Anticorrupção (Lei nº. 12.846/2013), na Lei
de Lavagem de Dinheiro (Lei nº. 9.613/1998), e na Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº.
8.429/1992), entre outras, conhecendo todas as nuances das parcerias da Lei nº. 13.019/2014
como forma de garantir a boa aplicação dos recursos públicos. Assim, quanto mais informações o
profissional e os agentes deste setor tiverem, melhor.

Além disso, com relação às parcerias da Lei nº. 13.019/2014 é sempre válido
lembrar que os profissionais, dirigentes e servidores públicos devem buscar a compreensão de toda
a legislação aplicável, seja nacional, estadual ou municipal. Também é importante lembrar que a
legislação deve ser adaptada às práticas locais e peculiaridades de cada cultura.

Assim, os conteúdos apresentados nos cursos oferecidos pela multiplataforma


Estado do Amanhã buscam ser uma base no estudo da aplicação efetiva da Lei nº. 13.019/2014,
com a necessária correlação entre as normas que regulamentam sua aplicação, tanto no âmbito
federal quanto no estadual e no municipal, permitindo a aplicação prática do conhecimento adquirido,
na implementação de termos de parceria em toda sua plenitude, considerando o dia a dia tanto dos
servidores públicos, como dos dirigentes e profissionais vinculados a Organizações da Sociedade Civil.
Este conteúdo deve ser um guia ajustado caso a caso, não devendo ser entendido como um
instrumento rígido e imutável.

Em caso de dúvidas, entre em contato com a equipe da multiplataforma Estado do


Amanhã através do e-mail estadodoamanha@cordemato.com.br.

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APRESENTAÇÃO DO CURSO

Você sabe criar uma Organização da Sociedade Civil

O Código Civil brasileiro afirma, no artigo 53, que as associações se constituem


pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.

Este preceito está fundado na cláusula fundamental contida no inciso XVII do artigo
5º. da constituição federal, que tratando dos DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, nos
lembra que “é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar”.

Uma Organização da Sociedade Civil, ou simplesmente OSC, é uma organização


não governamental e faz parte do terceiro setor. São entidades privadas sem fins lucrativos,
legalmente instituídas com o objetivo de promover o desenvolvimento social.

Essas instituições se mantêm através de doações, recursos de empresas privadas


e recursos públicos, venda de produtos ou prestação de serviços, enfim, elas programam ações junto
à sociedade em diversas áreas para promover o bem social, sendo uma extensão do poder público
na execução de políticas públicas.

Muitas pessoas têm o desejo de fundar esse tipo de organização, mas o que muitos
não sabem é que as mesmas devem funcionar legalmente, com registro em cartório, CNPJ e registro
estadual.

Com a promulgação da Lei Federal nº. 13.019/2014, que é o marco regulatório


das organizações da sociedade civil, o termo ONG, que significa Organização Não Governamental,
foi substituído por OSC – Organização da Sociedade Civil.

Neste curso, ministrado pelo especialista Joéverton Silva de Jesus, advogado,


professor universitário e especialista em Compliance e Integridade Corporativa, consultor de entidades
do terceiro setor há mais de 20 anos, serão disponibilizados orientações de como abrir uma OSC,
OSCIP, Associação ou Instituto, dividindo o conteúdo em unidades assim definidas:

Na Unidade 1 vamos identificar os tipos de organizações da sociedade civil


existentes. Já na Unidade 2 elencaremos os requisitos legais para abrir uma OSC para que na
Unidade 3, possamos demonstrar alguns modelos de estatutos, atas de assembleia, sob a ótica do
que será exigido por cartórios de registro de pessoas jurídicas.

O objetivo é possibilitar que após o estabelecimento da pessoa jurídica,


independente da denominação, com aquisição de registro no CNPJ, a entidade possa desenvolver a
sua missão.

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Lembro que seguindo o padrão definido pela plataforma Estado do Amanhã, após
a conclusão de cada unidade, será aplicado uma avaliação, com perguntas objetivas, a fim de avaliar
o seu conhecimento, permitindo, ao final, àqueles que alcançarem a nota mínima, o Certificado de
Participação.

Então, sigamos adiante em nossa jornada!

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NOSSO ESPECIALISTA

Joéverton Silva de Jesus

Advogado, consultor, mentor, professor universitário, palestrante e empreendedor social. 20


anos de experiência em governança, gestão jurídica e Compliance de OSC’s. Vasta
experiência em gestão de projetos e mobilização de recursos públicos e privados, com
destaque para os recursos captados e gerenciados com base na Lei Federal nº 13.019/2014.
Pós-graduado em Compliance e Integridade Corporativa pela PUC/MG (2019/2020).
Profissional Certificado em Compliance Anticorrupção (CPC-A) pela LEC/FGV. Integrante da
Comissão de Estudos Permanentes Sobre o Compliance da OAB/MT. Integrante do Grupo de
Pesquisa de Direito ao Trabalho Contemporâneo da UFMT desde 2017.

jjesus@silvadejesus.adv.br
/dnacomplianceoficial
/dnacompliancecosultoria
/joevertonsilvadejesus9946

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INTRODUÇÃO

Desde os anos 80, houve uma mudança gradativa na postura do Estado,


que reduziu sua participação como realizador das políticas públicas – Estado Mínimo –, e
como consequência, a sociedade passou a buscar meios próprios de ajudar aqueles que
necessitam, acarretando um aumento significativo no número de Organizações da Sociedade
Civil (OSC) no Brasil, muitas ainda com aspectos de caridade e assistencialismo, no entanto,
centenas com base na garantia de direitos.

Existem inúmeras formas de organizações e projetos que não possuem


registro, pois muitas delas iniciam suas ações com a boa vontade e a ideia de uma pessoa
ou grupo, porém, em determinado momento percebe-se a necessidade de ampliar sua
atuação.

É preciso entender que as Organizações da Sociedade Civil não têm fins


lucrativos, ou seja, não é permitido obter lucros entre seus membros, por isso, é preciso
saber, desde já, que ao abrir uma OSC você não ficará rico e que os desafios e escassez de
recursos serão muito grandes.

Ainda, é preciso saber que na maioria dos casos a OSC só poderá fazer
parceria com instituições e órgãos públicos depois de pelo menos um ano de existência formal
e, dependendo do caso, pode ser exigido um prazo de até 03 (três) anos, como no caso das
parcerias com o Estado de Mato Grosso, só a título de exemplo.

Existem inúmeras nomenclaturas para as entidades do terceiro setor e é


comum vermos pessoas dizendo que pretendem criar uma ONG (Organização Não-
Governamental), uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), uma OS
(Organização Social), ou até mesmo um Instituto, sem saber que, no âmbito jurídico, essas
nomenclaturas significam a mesma coisa.

É preciso identificar as características comuns dessas organizações da


Sociedade Civil, cujo processo de criação é muito similar. Dessa maneira, as OSC são
associações civis da sociedade, de direito privado (interesses particulares), sem fins lucrativos
(não objetiva o lucro) e de interesse público (deve atender a todos).

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Unidade 1
TIPOS DE ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL

Existe muita confusão ao identificar a denominação de uma organização da


sociedade civil. Nos acostumamos a chama-las de ONG, ora OSCIP, OS ou até mesmo
INSTITITUTO.

Aliás, a sigla OSC, que identifica as Organizações da Sociedade Civil, passou


a ser utilizada mais recentemente mesmo.

Independente da denominação, o que temos é o fato de que todos esses


tipos de OSC’s se caracterizam como entidades privadas sem fins lucrativos, cuja natureza
jurídica pode ser uma associação ou uma fundação.

Em outras palavras, é a união de pessoas, com uma finalidade, um objetivo


comum, que perseguindo a defesa de determinados interesses, sem ter o lucro como objetivo,
resolvem constituir uma associação.

Essa liberdade de associação, aliás, é uma garantia fundamental, prevista


no inciso XVII do artigo 5º. da constituição federal, que diz o seguinte:

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de


caráter paramilitar;

Além das associações, temos as hipóteses em que alguém destina parte de


seu patrimônio para servir, sem intuito de lucro, a uma causa de interesse público
determinada. São as fundações, que são constituídas através da manifestação do seu
instituidor ou instituidores.

Portanto, as associações são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins


lucrativos, que se formam pela reunião de pessoas em prol de um objetivo comum, sem
interesse de dividir resultado financeiro entre elas, devendo toda a renda proveniente de suas
atividades ser revertida para os seus objetivos estatutários. Enquanto as fundações se
constituem numa universalidade de bens ou direitos, dotados de personalidade e destinados
a uma determinada finalidade social, estabelecida pelo seu instituidor.

É legal destacar que na definição da razão social dessa nova entidade, ou


seja, no nome institucional, pode ser inserida a palavra Instituto, que é bastante utilizada
pelas organizações do Terceiro Setor. No entanto, nada impede que empresas privadas, ou
mesmo entidades públicas, principalmente as fundações públicas e autarquias, também a
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utilizem, a exemplo do IBGE, sigla do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e o
IBAMA, sigla do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

Percebam que apesar de usualmente aplicado no Terceiro Setor, o termo


Instituto não é específico ou exclusivo deste grupo, trata-se, apenas de uma denominação
utilizada na razão social ou nome fantasia das entidades.

Como as OSC’s, na maioria das vezes, desempenham atividades


complementares às do Poder Público, buscando atender necessidades sociais, essas
organizações passaram a ser denominadas de Não Governamentais, surgindo assim a sigla
ONG.

Observa-se, no entanto, que ONG não é natureza jurídica como muitos


pensam. Corresponde apenas a uma denominação que destaca a principal característica das
entidades do Terceiro Setor: realizar atividades de fins públicos, sem serem integrantes do
Governo.

Em 2016, com a entrada em vigor da Lei Federal nº. 13.019/2014,


conhecida como o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, ou MROSC, ficou
em evidência uma nova denominação para as entidades privadas sem fins lucrativos que
celebram parcerias com o poder público: Organizações da Sociedade Civil – OSC.

Esta expressão tende a substituir a denominação ONG, visto que caracteriza


melhor a missão das entidades que se formam a partir da organização da sociedade civil em
busca do atendimento às necessidades da sociedade, nas mais diversas áreas, como saúde,
educação, assistência social, cultura, esporte, proteção de direitos da mulher, da criança,
adolescentes e idosos, da proteção de animais e ao meio ambiente, entre inúmeras outras.

De outro lado, o termo ONG apenas informa que tais organizações têm fins
sociais, mas não fazem parte do governo.

1.1 As OSC e os tipos existentes

De antemão é importante esclarecer que a denominação OSC também não


configura uma natureza jurídica, como as associações e as fundações, como já dissemos.

Porém, um ponto interessante é que o MROSC ampliou o conceito de OSC,


para fins de celebração de parcerias com o poder público, incluindo neste grupo as
organizações religiosas que realizam também atividades sociais, e alguns tipos de
cooperativas, como as sociais previstas na Lei nº. 9.867/99, desde que tenham cunho
social, naturalmente.

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Portanto, é preciso identificar as características comuns dessas
Organizações da Sociedade Civil, cujo processo de criação é muito similar. Dessa maneira,
as OSC são associações civis da sociedade, de direito privado ou interesses particulares, sem
fins lucrativos, ou seja, que não objetiva o lucro e de interesse público, de forma que é dever
atender a todos.

1.2 Diferença entre OSC (Organização da Sociedade Civil) e OSCIP (Organização Da


Sociedade Civil De Interesse Público)

A OSCIP é a sigla que significa Organização da Sociedade Civil de Interesse


Público. Ela diz respeito a uma qualificação outorgada pelo Ministério da Justiça – MJ às
entidades que atendam aos requisitos previstos na Lei Federal nº 9.790/99 e no Decreto
Federal nº. 3.100/99.

Para obter o título de OSCIP, a entidade necessita primeiro ser constituída


sob a forma de associação ou fundação, e realizar o requerimento a ser avaliado pelo
Ministério da Justiça.

Pra que uma organização tenha sucesso na obtenção da qualificação de


OSCIP é necessário observar:

• Se a área de atuação preponderante está elencada nas áreas


possíveis da qualificação.
• Se o estatuto social está com as finalidades estatutárias de acordo
com as exigências da qualificação.
• Se a organização está constituída há mais de 3 anos, sendo a
comprovação a data de constituição do CNPJ.

1.3 Diferenças entre OS (Organizações Sociais) e Outras Espécies de Entidades do Terceiro


Setor

Assim como as OSCIP, as OS, sigla que identifica uma Organização Social,
se refere também a uma qualificação concedida a pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos, cujo atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à
saúde, conforme previsto na Lei Federal nº. 9.637/98.

Os estados e municípios podem criar leis regulamentando suas próprias


Organizações Sociais e ampliar o rol de finalidades sociais passíveis de permissão para
qualificação de entidades como organizações sociais estaduais e municipais.

Os requisitos básicos para se qualificar previstos na lei são os seguintes:

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• não podem ter finalidade lucrativa e todo e qualquer legado ou
doação recebida deve ser incorporado ao seu patrimônio; de igual
modo, os excedentes financeiros decorrentes de suas atividades;
• finalidade social em qualquer das áreas previstas na lei: ensino,
saúde, cultura, ciência, tecnologia e meio ambiente;
• possuir órgãos diretivos colegiados, com a participação de
representantes do Poder Público e da comunidade;
• publicidade de seus atos;
• submissão ao controle do Tribunal de Contas dos recursos oficiais
recebidos (o que já existe);
• celebração de um contrato de gestão com o Poder Público, para a
formação da parceria e a fixação das metas a serem atingidas e o
controle dos resultados.

Como vemos, uma entidade consegue exercer normalmente suas atividades


sem possuir a qualificação como OSCIP ou como OS.

Aliás, de um modo geral, toda e qualquer entidade privada que exerça


atividades intermediárias entre a sociedade e o Estado, sem objetivo de lucro, poderá ser
considerada uma Organização Não Governamental – ONG, ou, como atualmente
denominado, como Organização da Sociedade Civil – OSC, a qual pode ter, ou não, a
expressão Instituto em seu nome.

Ressaltamos, também, que ninguém abre uma OSCIP ou uma OS, porém
pode solicitar esse reconhecimento ao Ministério da Justiça, ou ao poder público federal,
estadual ou municipal respectivamente, desde que atenda às previsões legais para a
obtenção das referidas qualificações.

A partir de agora, portanto, não cabe mais se falar em abrir ONG, OSC,
Instituto, OSCIP, ou OS, mas sim em constituir uma associação ou fundação, a qual poderá
ter o nome Instituto em sua razão social ou nome fantasia.

Essa entidade será denominada ONG ou OSC de acordo com suas


características e atividades, e, se for considerado interessante, é possível pleitear a
qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse público – OSCIP ou como
Organização Social – OS junto às autoridades competentes.

1.4 Diferença entre Associação e Fundação

Basicamente, a diferença entre associação e fundação é que no modelo de


Associação você não precisa, obrigatoriamente, ter um patrimônio para poder começar a sua
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OSC, diferentemente do que acontece com a Fundação, que precisa, obrigatoriamente, de
um patrimônio de seu instituidor, oriundo de uma doação em vida ou em morte, através de
testamento, destinando esse patrimônio para fundação da entidade beneficente.

O Código Civil trata dos requisitos legais para constituição de uma


ASSOCIAÇÃO no Capítulo II, nos artigos 53 ao 61, e dos requisitos para constituição de uma
FUNDAÇÃO no Capítulo III, nos artigos 62 a 69. Verifique em nosso material de apoio, aqui
em nossa plataforma.

Por fim, a já mencionada Lei Federal nº 13.019, de 2014, conceitua o que


é ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL no Art. 2º., inciso I, dizendo o seguinte:

Art. 2º. Para os fins desta Lei, considera-se:

I - organização da sociedade civil:

a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus
sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou
terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos
ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, participações
ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas
atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo
objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo
patrimonial ou fundo de reserva;

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Unidade 2
REQUISITOS LEGAIS PARA ABRIR UMA OSC

Como bem destacamos na unidade anterior, as Organizações da Sociedade


Civil não têm fins lucrativos, ou seja, não é permitido obter ou dividir lucros entre seus
membros, portanto saiba que, ao abrir uma OSC, você não ficará rico, e que os desafios e
escassez de recursos serão muito grandes.

Ainda, é preciso saber que na maioria dos casos a OSC só poderá formalizar
parcerias com instituições e órgãos públicos depois de pelo menos um ano de existência
formal e, dependendo do caso, pode-se ter que esperar três anos.

Muitas pessoas, sem conhecer os meandros de como constituir uma OSC,


têm o desejo de fundar esse tipo de organizações, mas o que a grande maioria delas não
sabe é que existem procedimentos legais que precisam ser observados para as mesmas
funcionarem legalmente, como o registro em cartório, CNPJ, que é o cadastro nacional de
pessoa jurídica e, em alguns casos, o registro estadual.

Aqui explicamos os primeiros passos necessários para constituir uma


associação ou fundação:

2.1 OSC no formato de Associação

Essa opção é formada por um grupo de pessoas e regida por um estatuto


social, tendo ou não capital para sua abertura, a constituição da OSC se dá pela manifestação
da vontade de pelo menos duas pessoas que objetivam se associarem, a fim de constituir
um contrato.

Neste caso, deve seguir os pressupostos de validade do negócio jurídico (art.


104 do Código Civil), que são:

• Agente capaz: ter pelo menos 18 anos de idade e nenhuma


restrição legal ao exercício de seus direitos;
• Objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
• Forma prescrita ou não defesa em lei.

Ainda no Código Civil temos algumas exigências que devem ser observadas
no Estatuto Social da entidade. Olhem o que diz o artigo 54:

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Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:

I - a denominação, os fins e a sede da associação;

II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;

III - os direitos e deveres dos associados;

IV - as fontes de recursos para sua manutenção;

V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;


(Redação dada pela Lei nº. 11.127, de 2005)

VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para


a dissolução.

VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas


contas.

Após estabelecido contrato ou estatuto social, deve-se seguir o passo a


passo abaixo para oficializar a formação da Associação:

• Elaborar a proposta de Estatuto;


• Realizar uma assembleia com os associados para aprovação do
Estatuto;
• Registrar o Estatuto em Cartório;
• Realizar inscrição na Receita Federal para obtenção do CNPJ;
• Registrar no INSS;
• Registrar na CEF para FGTS;
• Registrar na Prefeitura;
• Registrar na Secretaria da Receita Estadual, obtendo a Inscrição
Estadual;
• Registrar os funcionários, se houver, junto à Delegacia Regional do
Trabalho.

2.2 OSC no formato de Fundação

Neste caso, a OSC deve ser formada por um Instituidor, pessoa física ou
jurídica, que deverá indicar um patrimônio para sua formação.

Para a formalização da Fundação, é necessário seguir as normas contidas


nos artigos 62 ao 69 do Código Civil para oficializar a cessão do patrimônio e legalização da
Fundação.

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De início, é preciso efetuar escritura pública em cartório do bem para
constituição (bem doado em vida ou através de testamento) pelo instituidor, que pode ser
uma pessoa física ou uma pessoa jurídica, com fins lucrativos.

Além disso, no caso das fundações, é preciso:

• Permitir fiscalização da transação por parte do Ministério Público;


• Reservar os bens livres, como dinheiro, créditos e propriedades, de
acordo com a legislação;
• Identificar a forma de administração;
• Identificar a finalidade específica da fundação.
• Elaborar um Estatuto com direitos e obrigações;
• Realizar lavratura da Escritura Pública em Registro de Imóveis
competente;
• Após ser lavrada a escritura, deve-se providenciar a abertura do livro
ata, nele fazendo constar, inicialmente, a posse dos membros do
Conselho Curador e da Diretoria Executiva da Fundação;
• Realizar inscrição na Receita Federal para obtenção do CNPJ;
• Registrar no INSS;
• Registrar na CEF para FGTS;
• Registrar na Prefeitura;
• Registrar na Secretaria da Receita Estadual, obtendo a Inscrição
Estadual;
• Registrar os funcionários, se houver, junto a Delegacia Regional do
Trabalho.

Em alguns Estados, como Mato Grosso, foi implementada há alguns anos a


Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios.
A plataforma chamada REDESIM foi criada pelo Governo Federal através da Lei nº 11.598,
de 3 de dezembro de 2007, tendo por premissa básica abreviar e simplificar os
procedimentos e diminuir o tempo e o custo para o registro e a legalização de pessoas
jurídicas, reduzindo a burocracia ao mínimo necessário.

A REDESIM faz a integração de todos os processos dos órgãos e entidades


responsáveis pelo registro, inscrição, alteração, baixa e licenciamento das pessoas jurídicas,
por meio de uma única entrada de dados e de documentos, todas acessada pelo Portal da
REDESIM.

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Trata-se de um conjunto de sistemas informatizados, interoperáveis que
foram colocados à disposição do cidadão para realizar o processo de registro e legalização
das pessoas jurídicas, no âmbito da União, Estados e Municípios.

Todo o processo de registro e legalização das pessoas jurídicas no Brasil


está sendo redesenhado de forma a atingir objetivos e necessidades de uma sociedade
moderna, através da redução de procedimentos; transparência; simplificação e padronização
no cumprimento das obrigações e, consequentemente, reduzindo custos e prazos.

Há notícias, também, de que os sistemas REDESIMPLES estão sendo


implementados para garantir a linearidade e a unicidade deste processo, sob a perspectiva
do usuário, integrando todos os atores que dele participam: Órgãos de Registro, tal qual as
Juntas Comerciais, os Cartórios de Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou OAB, por exemplo.

O Portal da REDESIM disponibiliza as orientações necessárias à legalização


do negócio, documentação em modelos padrão para facilitar o preenchimento e maior
segurança durante todo o processo.

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Unidade 3
ATOS E FORMALIDADES PARA CRIAÇÃO,
CADASTRAMENTO E HABILITAÇÃO

Como já falamos, para serem “oficiais” as entidades precisam ter uma


estrutura legal e formal.

A lei não exige um número mínimo legal de pessoas para formar uma OSC.
Sua criação começa com o interesse de um grupo com objetivos comuns, disposto a formar
uma entidade legalizada, sem fins lucrativos. É o que dispõe o Capítulo I - DOS DIREITOS E
GARANTIAS FUNDAMENTAIS da Constituição Federal, que em seu Art. 5º, incisos XVII,
XVIII e XXI, assim prevê:

Art. 5º - (...)

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de


caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas


independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em
seu funcionamento;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas,


têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente;

Todos os atos desse novo ente precisam ser anotados, registrados de forma
clara, formal. Por isso, desde a primeira reunião, os interessados devem decidir os objetivos
da OSC e formar uma comissão para a redação de um estatuto social.

Alguns itens do estatuto são obrigatórios, como prevê o Artigo 54 do Código


Civil, dentre eles o nome da entidade e sua sigla, local da sede, os objetivos, quem responde
pela entidade, quem pode ser tornar um sócio, elencando os direitos e deveres de cada um,
além de cláusulas prevendo como são modificados os estatutos, como é dissolvida a entidade
e, em caso de dissolução, para onde vai o patrimônio.

Após a aprovação do estatuto, é organizada a eleição que vai decidir o


comando da entidade. Cada pessoa tem direito a um voto. Realizado o pleito, é oficializada
a posse da diretoria da OSC.

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As OSC’s não possuem capital social, mas patrimônio social. A geração de
receitas se dá através de contribuições sociais, doações e legados, subvenções e taxas de
serviços. O excedente é destinado à aplicação em projetos.

Em caso de dissolução, após liquidadas todas as dívidas, o patrimônio


remanescente é transferido a entidades afins; em caso de liquidação: os sócios não
respondem pelas dívidas.

Para registrar a entidade, será preciso encaminhar a documentação da OSC


ao Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, pagar as taxas e registrar um livro de atas.
Para a realização dessas tarefas é aconselhável o acompanhamento de um advogado que,
inclusive, deve assinar o Estatuto juntamente como o dirigente eleito.

3.1 Atas, Estatutos e Atos Formais de Constituição, Cadastramento e Habilitação

Estes documentos são o princípio de todo o processo. Portanto, deve-se


considerar alguns cuidados para evitar transtornos na hora da averbação ou do registro destes
documentos.

É preciso atentar para:

• Relação dos participantes em assembleias, sejam elas de fundação,


eletiva, ordinária ou extraordinária, devendo constar o nome por
extenso de todos, seguido da assinatura e do número da carteira de
identidade.
• A Entidade deve ficar com uma cópia autenticada dos documentos
dos membros da Diretoria e de um comprovante de endereço dos
mesmos.

Além disso, é preciso observar a regularidade de alguns documentos e


obrigações junto a Órgãos Federais:

3.2 Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica na Receita Federal

Depois das Atas e Estatutos, o cartão de CNPJ é o segundo documento mais


importante. Seus dados devem estar sempre atualizados, por isso, caso aconteça qualquer
mudança, de novos dirigentes eleitos, endereço, enfim, após o registro da ata da reunião ou
assembleia que deliberou pela mudança no Cartório competente, deve ser providenciado o
respectivo registro na Receita Federal, mantendo o CNPJ sempre atualizado.

Abaixo relacionamos algumas obrigações que precisam ser observadas:

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• Certidão Negativa de Débitos, poderá ser retirada no site da Receita
Federal: www.receita.fazenda.gov.br
• INSS e FGTS - (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço): O cadastro
da instituição se dá no preenchimento da 1ª GFIP (Guia de
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
Informações à Previdência Social). - Certidão Negativa de Débitos:
www.cef.com.br

Temos ainda, a Documentação e obrigações junto a Órgãos Estaduais:

• Inscrição Estadual: Todas as entidades, mesmo que não


comercializem mercadorias, precisam ser cadastradas na Secretaria
da Fazenda do Estado, pela sua natureza jurídica, não serão
enquadradas como contribuinte.

Por fim, temo a documentação e obrigações junto a Órgãos Municipais,


dentre eles:

• Alvará de Licença para Localização e Funcionamento: Expedido pela


Secretaria de Finanças.
• Documento de Inscrição do Imóvel da sede no Município ou do IPTU;
• A depender do município, será exigido Vistoria do Corpo de
Bombeiros;
• Ficha de Inscrição Cadastral, fornecido pela prefeitura;
• E ainda, pagamento da taxa para concessão do Alvará de Licença
para Localização e Funcionamento.

Em Mato Grosso, para que as OSC firmem parcerias com o estado, a maioria
das Secretarias de Estado utiliza a plataforma SIGCON, acessado pelo endereço eletrônico
http://sigcon.seplan.mt.gov.br/index_.php.

Para o SIGCON, a OSC precisa apresentar todos os documentos aqui


relacionados, além das certidões de certidões de débitos federal, estatual e municipal da
entidade e de todos os dirigentes.

Em Mato Grosso, o SIGCON ainda obriga a entidade e seus dirigentes, a


estarem cadastrados no TCE – Tribunal de Contas do Estado, e regulamente atualizar a
certidão negativas de débitos deste órgão de controle.

Para participar em licitações ou chamamentos públicos, ou mesmo


apresentar projetos junto a órgãos públicos, podem ser necessárias várias Certidões

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Negativas. Algumas podem ser requeridas via Internet, outras exclusivamente nos órgãos
responsáveis.

Para auxiliá-los, abaixo anexamos a checklist3 disponibilizado pelo SIGCON-


MT, indicando os documentos necessários para cadastramento e habilitação de Organizações
da Sociedade Civil (Associações, Sindicatos e Federações), veja:

Documentos Necessários
Institucionais
Documento Apresentar OSC Ñ OSC
Certidão de existência jurídica expedida pelo cartório de registro civil ou cópia
(AUTENTICADA) do estatuto e de eventuais alterações, devidamente
registrado em cartório, ou, tratando-se de sociedade cooperativa, certidão
simplificada emitida por junta comercial, sendo que tais normas de organização
interna devem prever, expressamente:
1. os objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância
pública e social; (ESTATUTO)
2. que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido seja
Sim Sim Sim
transferido a outra pessoa jurídica de igual natureza que preencha os requisitos
desta Instrução Normativa e cujo objeto social seja, preferencialmente, o
mesmo da entidade extinta; (ESTATUTO)
3. escrituração de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e
com as Normas Brasileiras de Contabilidade; (ESTATUTO)
4. as competências ou atribuições de cada um dos dirigentes e seus substitutos
diretos que detenham poder executório na organização da sociedade civil.
(ESTATUTO)
Comprovação de existência da organização da sociedade civil pelo tempo
mínimo de dois anos, com cadastro ativo, por meio de documentação emitida
Sim Sim Sim
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, com base no Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica – CNPJ;
Comprovação de que a organização da sociedade civil funciona
Sim Sim Não
no endereço por ela declarado;
Cópia autenticada da ata de eleição da diretoria e da ata de posse do(s)
Sim Sim Sim
dirigentes da entidade, devidamente registradas em cartório, se for o caso;
Cópia autenticada de um documento oficial com foto do Dirigente
Sim Não Sim
Principal(s) da entidade;
Cópia do CPF do Dirigente Principal da entidade; Sim Não Sim
Cópia do comprovante de residência do Dirigente Principal da entidade; Sim Não Sim
Declaração emitida pelo Dirigente Principal da OSC atestando:
1 Que nenhum dos dirigentes da OSC é Membro de Poder ou do Ministério
Público, ou Dirigente de Órgão ou Entidade da Administração Pública do Estado
de Mato Grosso, bem como seu conjugue ou companheiro; parente em linha
Sim Não Sim
reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau;
2 Não foram julgados e condenados por Falta Grave;
3 Não são responsáveis por Atos de Improbidade Administrativa.

Fiscais
Documento Apresentar OSC Ñ OSC
Certidão Negativa de Débitos da Fazenda Pública Estadual (SEFAZ) bem como
do Estado onde esteja localizada a sede da entidade, e também daquele(s) Sim Sim Sim
Estado(s) no(s) qual(is) tenha atuação;
Certidão Negativa de Débitos Relativos às Contribuições Previdenciárias e às
Sim Sim Sim
de Terceiros junto a Secretaria de Receita Federal do Brasil;

3
Disponível em http://sigcon.seplan.mt.gov.br/index_.php?operacao=Manut&serv=entidade/status_juridico/docs&esj_id=15.

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Certidão Negativa de Dívida Ativa da Procuradoria Geral do Estado (PGE),
original ou cópia autenticada, bem como do Estado onde esteja localizada a
Sim Sim Sim
sede da entidade, e também daquele(s) Estado(s) no(s) qual(is) tenha
atuação;
Certidão Negativa do Tribunal de Contas do Estado (TCE) da organização da
sociedade civil, relativa aos últimos oito anos, do Estado de Mato Grosso, bem
Sim Sim Sim
como do Estado onde esteja localizada a sede da entidade, e também
daquele(s) Estado(s) no(s) qual(is) tenha atuação;
Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de
Sim Sim Sim
Serviço (FGTS) junto a Caixa Econômica Federal;

Documento dos Dirigentes


Documento Apresentar OSC Ñ OSC
Certidão Negativa de Distribuição, de 1ª instâncias, emitida pela
justiça estadual referente às ações e execuções criminais do(s)
Sim Sim Não
dirigente(s) da organização da sociedade civil dos Estados da federação onde
tenha(m) residido nos últimos cinco anos.
Certidão Negativa de Distribuição, de 1ª instâncias, emitida pelas
justiças federal referente às ações e execuções criminais do(s)
Sim Sim Não
dirigente(s) da organização da sociedade civil dos Estados da federação onde
tenha(m) residido nos últimos cinco anos.
Certidão Negativa de Distribuição, de 2ª instâncias, emitida pelas
justiças estadual referente às ações e execuções criminais do(s)
Sim Sim Não
dirigente(s) da organização da sociedade civil dos Estados da federação onde
tenha(m) residido nos últimos cinco anos.
Certidão Negativa de Distribuição, de 2ª instâncias, emitida pelas
justiças federal referente às ações e execuções criminais do(s) Sim Sim Não
dirigente(s) da organização da sociedade civil.
Certidão Negativa do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do(s)
dirigente(s) da organização da sociedade civil relativa aos últimos oito anos,
Sim Sim Não
do Estado de Mato Grosso, bem como do Estado onde esteja localizada a sede
da entidade, e também daquele(s) Estado(s) no(s) qual(is) tenha atuação;
Cópia autenticada de um documento oficial com foto do(s)
Sim Sim Não
Dirigente(s) da entidade;
Cópia do CPF do(s) Dirigente(s) da entidade; Sim Sim Não
Cópia do comprovante de residência do(s) Dirigente(s) da entidade; Sim Sim Não
Declaração emitida pelo(s) dirigente(s) da OSC atestando:
1 Que nenhum dos dirigentes da OSC é Membro de Poder ou do Ministério
Público, ou Dirigente de Órgão ou Entidade da Administração Pública do Estado
de Mato Grosso, bem como seu conjugue ou companheiro; parente em linha Sim Sim Não
reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau;
2 Não foram julgados e condenados por Falta Grave;
3 Não são responsáveis por Atos de Improbidade Administrativa.

Anexar ao Processo
Documento Apresentar OSC Ñ OSC
Comprovação da transferência do domínio do imóvel devidamente loteado para
Sim Sim Sim
o Estado, especialmente para a construção de unidades habitacionais
Comprovante do exercício nos últimos 03 (três) anos, pela entidade privada
sem fins lucrativos, de atividades referentes à matéria objeto do convênio que Sim Sim Sim
pretenda celebrar com órgãos e entidades da Administração Pública Estadual.
Cópia do comprovante de propriedade do imóvel devidamente registrado em
Sim Sim Sim
Cartório, quando for o caso
Ofício de encaminhamento devidamente assinado pelo Dirigente da Entidade Sim Sim Sim
Plano de Trabalho composto dos Anexos I a V e demais elementos
Sim Sim Sim
caracterizadores do Projeto
Projeto básico da obra ou serviço de engenharia, definidos conforme
Sim Sim Sim
Orientação Técnica – IBR 01/2006 e Orientação Técnica – IBR 002/2009 do

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Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (IBRAOP), em conformidade
com a área demandada
Termo de referência, quando o objeto do convênio envolver aquisição de bens
Sim Sim Sim
ou prestação de serviços

É importante ficar atento aos prazos para retirada destes documentos, sendo
que o ideal é estar com a documentação sempre em dia.

Pra finalizar, lembramos que a depender da área de atuação da OSC ela


poderá requerer algumas certificações como a contida na Lei Orgânica de Assistência Social
- LOAS e demais regulações subsequentes, tais como o Decreto nº. 6.308/2007 e
Resoluções do CNAS, outorgado à entidades de Assistência Social; e a certificação concedida
à entidades beneficentes, previstas na Lei Federal nº. 12.101/2009.

Pra esses casos especiais, é preciso observar a normas legais de atuação e os


prazos, para que a entidade esteja sempre apta a exercer sua função social.

3.3 Links úteis

A fim de auxiliá-los, deixamos aqui alguns links úteis:

Redesimples MT - Jucemat
• https://redesimples.mt.gov.br/

Governo do Brasil - Gov.br


• https://www.gov.br/pt-br

Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso


• nucleodesancoes@tce.mt.gov.br
• (65) 3613-7565 / 7564

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

No contexto democrático, a sociedade civil tem papel fundamental para


garantir a liberdade e vida digna aos cidadãos, além de lutar contra as desigualdades sociais.

Quando as representações civis se enfraquecem, forma-se um cenário


instável, no qual governantes podem fazer mau uso do poder para alcançar interesses
pessoais, prejudicando a população. Corrupção, desvio de verbas, superfaturamento de obras
e a precarização de serviços são resultados da má administração dos recursos públicos.

Daí a importância de existirem entidades independentes que fiscalizem as


ações das lideranças políticas, a fim de coibir práticas ilícitas e que beneficiam a poucos.

Afinal, uma democracia se refere ao poder nas mãos da maioria,


pressupondo representantes que priorizem o bem comum.

Cada entidade da sociedade civil atua, então, como uma das vozes dos
diferentes atores que constituem uma sociedade, permitindo que suas demandas sejam
ouvidas e debatidas.

No caso das Organizações da Sociedade Civil, seu pleito ganha ainda mais
relevância, uma vez que prestam serviços visando cobrir a carência de direitos fundamentais
para uma vida digna, agindo como agentes realizadores de políticas públicas nas mais
variadas áreas, como: Saúde, Assistência social, Educação e pesquisa, Meio ambiente,
Desenvolvimento e defesa de direitos e Cultura e recreação.

Alcançar credibilidade depende de uma política de transparência,


comprometimento e responsabilidade social, por isso, conhecer o papel de uma Organização
da Sociedade Civil é importante não apenas para quem atua no terceiro setor, mas também
para gestores ou profissionais que almejam cargos de liderança nas empresas.

Por fim, apoiar ou criar uma instituição com finalidade filantrópica é uma
tendência que ganha cada vez mais adeptos, seja entre as grandes corporações ou
companhias menores e pra isso é imprescindível investir no conhecimento através de leitura,
cursos e troca de experiências.

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MATERIAL DE APOIO

Dalla Vecchia, Rosa Evangelina Marcondes Penido. Como criar sua ONG passo a passo. Disponível
em <http://www.rosapenido.com.br/como-criar-ong-passo-a-passo/>. Acesso em 17, dez, 2020.

REFERÊNCIAS

BRASIL. (Constituição 1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 5 out. 1988.

BRASIL. Lei n. 9.637, de 15 de maio de 1998. Dispõe sobre a qualificação de entidades como
organizações sociais, a criação do programa nacional de publicização, a extinção dos órgãos e
entidades que menciona e a absorção de suas atividades por organizações sociais, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 maio 1998.

BRASIL. Lei n. 9.790, de 23 de março de 1999. Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas
de direito privado, sem fins lucrativos, como organizações da sociedade civil de interesse público,
institui e disciplina o termo de parceria, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 24 mar. 1999.

BRASIL. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em 10 jan. 2021.

BRASIL. Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014. Estabelece o regime jurídico das parcerias entre a
administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a
consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de
projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em
termos de fomento ou em acordos de cooperação; define diretrizes para a política de fomento, de
colaboração e de cooperação com organizações da sociedade civil; e altera as Leis nºs 8.429, de 2
de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13019.htm. Acesso em 03, dez.
2020.

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