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FIMCA/UNICENTRO

Pós-graduação em Gestão Pública e Controladoria.

FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE JARU


Mantida pela Sociedade Rondoniense de Ensino Superior Dr. Aparício Carvalho de Moraes LTDA
Av. Ver. Otaviano Pereira Neto, S/N – Setor 02 - Fone/fax (69) 3521- 5606
unicentro@unicentroro.edu.br

A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL EM ÂMBITO MUNICIPAL:


APLICABILIDADE NA GESTÃO PÚBLICA

Kesia Silva Forlanety1


Vaguido Soares de Paula2
Carlos Renato Dolfini3

Resumo

Com o objetivo de auxiliar os profissionais que buscam a melhoria das condições


sociais a LRF, oficialmente Lei Complementar nº 101, tenta impor o controle de gastos
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, condicionado à capacidade de
arrecadação de tributos desses entes políticos. Assim sendo, a referida lei determina
que as finanças sejam apresentadas detalhadamente aos Tribunais de Contas
responsáveis em cada esfera da federação, sendo passíveis as contas de serem ou
não aprovadas. Desta forma a fiscalização efetuada pelo Tribunal de Contas do Estado
de Rondônia contribui analisando os resultados obtidos pelas entidades públicas e
procura melhores oportunidades para que seus gastos sejam reduzidos e suas receitas
ampliadas, visando à maior eficiência e solidificação de seus ideais. A presente
pesquisa busca identificar a forma como os procedimentos no âmbito da LRF estão
sendo aplicados nas prefeituras de Rondônia, enfatizando seus resultados no
atingimento de metas e riscos fiscais, para melhor análise das contas e com isso
contribuindo com os gestores públicos na tomada de decisão administrativa econômica
em prol de melhorias a sociedade e dos municípios rondonienses de modo geral.Ainda
no que tange ao aspecto científico, esta pesquisa poderá auxiliar acadêmicos,
profissionais ou futuros pesquisadores interessados neste tema, que terão com a
utilização deste material, um auxílio para iniciarem novas pesquisas sobre o assunto.

Palavras-chave:LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL. ANÁLISE DE CONTAS


PÚBLICAS. METAS FISCAIS. GESTÃO PÚBLICA.
1
Pós Graduanda no curso de Gestão Pública e Controladoria da Fimca Unicentro Faculdade de Educação
de Jaru, kesiaforlanety@gmail.com
2
PósGraduando no curso de Gestão Pública e Controladoria da Fimca Unicentro Faculdade de Educação
de Jaru, vaguidopaula@gmail.com.
3
Professor Mestre orientador do Curso de Gestão Pública da Faculdade de Educação de Jaru,
crdolfini@gmail.com.
FIMCA/UNICENTRO
Pós-graduação em Gestão Pública e Controladoria.

Abstract

With the objective of assisting professionals who seek to improve social conditions, the
LRF, officially Complementary Law No. 101, seeks to impose control of expenditures of
the Federal, State, Federal District and Municipalities, conditioned to the tax collection
capacity of these political entities. Therefore, said law requires that finances be
presented in detail to the Accounts Courts responsible in each sphere of the federation,
and the accounts may be approved or not. In this way, the audit carried out by the Audit
Court of the State of Rondônia contributes to analyze the results obtained by public
entities and seeks better opportunities to reduce their expenses and increase revenues,
aiming at greater efficiency and solidification of their ideals. The present research seeks
to identify how the procedures under the FRL are being applied in the municipalities of
Rondônia, emphasizing their results in the achievement of fiscal targets and risks, to
better analyze the accounts and thereby contributing to public decision makers
administrative structure in favor of improvements to society and the municipalities of
Rondônia in general. Also with regard to the scientific aspect, this research may help
scholars, professionals or future researchers interested in this subject, who will use this
material, an aid to start new research on the subject..

Keywords: FISCAL RESPONSIBILITY LAW. ANALYSIS OF PUBLIC ACCOUNTS.


FISCAL GOAL. PUBLIC ADMINISTRATION.

1 Introdução

Com o intuito de promover ações voltadas para o bem-estar comum da


coletividade no Brasil, assim como em todo o mundo, entidades denominadas do setor
público têm como um de seus objetivos principais propiciarem à sociedade, alternativa
diferenciada para uma significativa melhoria de vida.
Assim a Gestão Pública consiste na aplicação de teorias da ciência da
administração no gerenciamento das instituições do governo, utilizando conhecimentos
sobre regulamentações legais específicas e técnicas modernas de gestão que aplica,
no processo gerador de informações, os princípios e as normas legais direcionadas à
boa gestão patrimonial de entidades públicas, oferecendo aos usuários informações
sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica,
financeira e física do patrimônio da entidade e sua eficaz gestão, em apoio ao processo
de tomada de decisão e à adequada prestação de contas.
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Fundamentado pela Lei nº 4.320/64 e Lei Complementar nº 101/2000, além das


demais normas vigentes este artigo aprofunda o conhecimento na matéria da gestão
voltado ao setor público, destacando a relevância da aplicabilidade da Lei de
Responsabilidade Fiscal - LRF em âmbito municipal e a fiscalização efetuada pelo
Tribunal de Contas do Estado de Rondônia em sua jurisdição com ênfase nas
determinações impostas aos gestores que infringirem as leis supracitadas.
Entendendo que as entidades do setor público apreciam uma extensa variedade
de instituições que atuam nas mais variadas áreas de interesse social, tais como
educação, saúde, defesa do meio ambiente, entre outras, a referida legislação
desempenha a função de determinar as regras para o bom funcionamento e eficaz
gestão dos órgãos.Partindo desse prisma, encontra-se explícito o papel significativo das
fiscalizações realizadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Rondônia nas entidades
de sua jurisdição, evidenciando sua eficácia e transparência na elaboração e
divulgação dos resultados das prestações de contas à sociedade.
A presente pesquisa trata da relevância da aplicabilidade da Lei de
Responsabilidade Fiscal no âmbito dos municípios do Estado de Rondônia e a
fiscalização efetuada pelo Tribunal de Contas do Estado, com ênfase no atingimento
das metas e riscos fiscais na Prestação de Contas Anual, assim como as
determinações aplicadas e sanções cabíveis aos gestores públicos em casos concretos
quando não cumpridos seus ditames, buscando por meio deste artigo elucidar os
principais pontos apurados.
Dessa forma, ao verificar as Prestações de Contas Anuais dos municípios de
Rondônia, por amostragem, será possível identificar as práticas desenvolvidas e
analisar se as mesmas estão condizentes com a legislação vigente e se foram
efetivamente fiscalizadas.
Para que seu feitio auferisse conhecimento acadêmico, a presente pesquisa
busca o método científico que obtenha resultados perante os objetivos propostos e
embasamento teórico. Considerando as particularidades da Gestão Pública e Fiscal
eficiente, preferiu-se optar por duas tipologias de delineamentos de pesquisas,
entendendo-se serem mais aplicáveis ao presente estudo. Tais delineamentos
contemplam a pesquisa quanto aos procedimentos, que aborda a pesquisa bibliográfica
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e documental e a pesquisa quanto à abordagem do problema, que compreende a


pesquisa qualitativa.
2 Lei de Responsabilidade Fiscal
Um importante marco no aperfeiçoamento da administração pública consistente no
Brasil fora às edições da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964 e Lei Complementa nº
101 de 04 de maio e 2.000, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF.
A LRF almeja o equilíbrio das contas públicas por meio de uma gestão fiscal
responsável e transparente, assim sendo as referidas leis estabeleceram importantes
regras para propiciar o equilíbrio das finanças públicas no Brasil, utilizando o orçamento
público como o mais importante instrumento para atingir esse objetivo. (BRASIL, 2001,
p.01).
É por meio destes instrumentos legais que a gestão pública tem como principal
função social servir de instrumento de controle por parte da sociedade no
acompanhamento das políticas públicas, com base na prestação de contas
apresentada pelos gestores públicos e na correta aplicação dos recursos públicos.
Inicialmente procura-se aqui apontar caminhos para a abordagem e
desenvolvimento mais profundos neste tema. Dessa maneira, a Constituição Federal,
em seus arts. 70 e 74, I e II e 165 § 9º, estabelece que os atos praticados pelos
gestores públicos, visando à consecução da missão da entidade sob sua
responsabilidade, são passíveis de controle quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, pelo Congresso
Nacional por meio do controle externo e pelo sistema de controle interno de cada poder.
(BRASIL, 1988, p.54).
A Lei de Responsabilidade Fiscal foi editada para atender a carência da
sociedade, a qual carece e exige que gestores públicos administrem o Estado com grau
maior de moralidade, transparência e responsabilidade visando alcançar e manter o
equilíbrio fiscal, com base em normas de finanças públicas que estabeleçam um novo
regime fiscal, tendo princípios cristalinos, controle e responsabilidade, encontrados em
outras legislações como a dos Estados Unidos, e da Nova Zelândia. (SILVA, 2014,
p.04).
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A edição da LRF teve a finalidade de abordar e regulamentar os assuntos jurídicos


voltados ao Direito Financeiro e a gestão da coisa pública, como mecanismo para
preencher a lacuna que permitia à interpretação de forma conveniente dos dispositivos
legais e financeiros, promovendo, assim a consolidação nacional de um padrão quanto
à terminologia e elaboração das prestações de contas do Estado e políticos, impondo
regras rígidas que objetivam um modelo de administração pública com puro objetivo do
bem comum da sociedade. (MENINI, 2003, p.55).
Na abertura do Capítulo 1 da LRF, das disposições preliminares, consubstanciado
pelos artigos 1º e 2º, o respeito ao princípio da hierarquia das leis se faz presente ao
vincular a mesma a Constituição Federal, in verbis:
Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas
para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI
da Constituição.
§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e
transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar
o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de
resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no
que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da
seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de
crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição
em Restos a Pagar.
§ 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios.

Elucida-se que a LRF define gestão fiscal responsável como planejamento e


transparência, cumprimento das metas estabelecidas para a receita, despesa, resultado
nominal, resultado primário, bem como observância às condições para a renúncia de
receita, os limites dos gastos com pessoal, seguridade social, observando as condições
para a inscrição de restos a pagar, os limites das dívidas consolidada e mobiliária, das
operações de crédito, concessão de garantia, o limite da antecipação da receita, sendo
possível prevenir riscos e corrigir desvios que venham a resultar em desequilíbrio das
contas públicas. (BRASIL, 2001, p.01).

2.1 O papel dos Tribunais de Contas na fiscalização


De acordo com o portal de transparência do Tribunal de Contas da União - TCU pelo
link https://portal.tcu.gov.br/institucional/conheca-o-tcu/competencias/, os Tribunais de
Contas são órgãos de controle externo do Estado que auxiliam o Poder Legislativo na
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missão de acompanhar a execução orçamentária e financeira do país e contribuem com


o aperfeiçoamento da Administração Pública em benefício da sociedade. Para isso, têm
como meta serem referências na promoção de uma Administração Pública efetiva,
ética, ágil e responsável.
De acordo com Medauar (2003, p.421 apud Almeida, 2005, p.01) criado por
iniciativa de Ruy Barbosa, em 1890, o Tribunal de Contas é instituição estatal
independente, pois seus integrantes têm as mesmas garantias atribuídas ao Poder
Judiciário, art. 73, §3° da Constituição Federal de 1988. Daí ser impossível considerá-lo
subordinado ou inserido na estrutura do Legislativo. Se a sua função é atuar em auxílio
ao Legislativo, sua natureza, em razão das próprias normas constitucionais, é a de
órgão independente, desvinculado da estrutura de qualquer dos três poderes.
Dessa forma, são responsáveis pela fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e entidades públicas do país quanto
à legalidade, legitimidade e economicidade.
Além das competências constitucionais e privativas dos Tribunais de Contas que
estão estabelecidas nos artigos 33, §2º, 70, 71, 72, §1º, 74, §2º e 161, parágrafo único,
da Constituição Federal de 1988, outras leis específicas trazem em seu texto
atribuições entre as quais estão a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2001), a Lei
de Licitações e Contratos (8666/93) e, anualmente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias
de cada entidade jurisdicionada. (BRASIL, 1988, p.54).
Vários são os instrumentos de controle instituídos pela LRF que propiciaram maior
amplitude de ação tanto do controle interno, quanto do controle externo. Assim os
Tribunais de Contas ganharam muita força na fiscalização preventiva, que é uma
tendência moderna do controle, mas, também, foram atribuídos de força coercitiva para
ações repressivas.
A Lei n. 10.028, de 19 de outubro de 2000, conhecida como Lei de Crimes Fiscais
– LCF atentou-se para o fato de responsabilizar pessoalmente o administrador público
pelos desvios na gestão das contas públicas. O art. 59 da LRF também segue esse
prisma com evidência a redação dos arts. 70 e 71 da Constituição Federal, que conferiu
ao Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o
sistema de controle interno de cada Poder, a responsabilidade desses órgãos para
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fiscalizar o cumprimento da citada lei.(BRASIL, 2000, p.54).


Conforme o citado art. 59 da LRF, os órgãos legitimados deverão fiscalizar o
seguinte:
I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias;
II - limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em
Restos a Pagar;
III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao
respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23;
IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recondução dos
montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;
V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as
restrições constitucionais e as desta Lei Complementar;
VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando
houver. (BRASIL, 2001, p.05)

Ademais os Tribunais de Contas também possuem as atribuições de emitir


alertas aos Poderes ou órgãos referidos no art. 20 da LRF quando constatarem
qualquer das irregularidades contidas no § 1º do art. 59, a possibilidade de ocorrência
das situações previstas no inciso II do art. 4º e no art. 9º, ou seja, se verificado, ao final
de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das
metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes
necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação
financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.(BRASIL,
2001, p.08)
Procurando abranger efetivamente os seus objetivos, a LRF consignou em seu
art. 73 que o descumprimento a seus dispositivos deverão ser punidos por qualquer
legislação pertinente, em especial quanto ao Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei no 201,
de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e demais normas da
legislações supervenientes.

2.1.1A ação do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia


No ano de 2005 o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia publicou a Decisão
Normativa n. 001/2015/TCE-RO, por meio do link
http://www.tce.ro.gov.br/tribunal/legislacao/arquivos/DeNo-001-2015.pdf em 25 de
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setembro de 2015, que estabelece as diretrizes gerais sobre a implementação e


operacionalização do sistema de controle interno para seus entes jurisdicionados.
Em seu art. 1º a decisão supracitada estabelece as diretrizes gerais que devem
servir de marco referencial para que os Poderes Executivo e Legislativo nos Municípios,
tratados como “entes controlados”, possam instituir e regulamentar o funcionamento do
seu respectivo Sistema de Controle Interno, visando assegurar maior grau de eficácia e
eficiência à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial,
quanto à legalidade, legitimidade e economicidade na gestão dos recursos, a proteção
do patrimônio e a avaliação dos resultados obtidos pela Administração, nos termos dos
artigos 31 e 74 da Constituição da República. (BRASIL, 1988, p.15)
Tal Decisão Normativa n. 001/2015/TCE-RO consubstancia uma das formas
utilizadas pelo TCERO, para fiscalização dos municípios, que para tanto prevê em seu
art. 9º, § I, que as atividades de controle interno devem abranger todas as unidades
integrantes da estrutura do poder ou órgão fiscalizado, seja pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens
e valores públicos ou pelos quais a Administração Pública responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (RONDÔNIA, 2015, p.01)
Olvidando operacionalizar o que pressupõe a Lei de Responsabilidade Fiscal
sobre ações planejadas e transparentes das ações dos órgãos públicos, o art. 48
estabelece os instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais deve ser dada
ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público, sendo estes
instrumentos o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a Lei Orçamentária
Anual, as Prestações de Contas e o respectivo parecer prévio, o Relatório Resumido da
Execução Orçamentária – RREO e o Relatório de Gestão Fiscal – RGF e as versões
simplificadas desses mesmos documentos. (BRASIL, 2001, p.02).
Em artigo publicado pelo portal institucional do TCERO no link
http://tce.ro.gov.br/index.php/atuacao-fiscalizadora-do-tce-faz-rondonia-ter-destaque-
nacional-em-termos-de-transparencia-publica/ em 19 de setembro de 2016, a atuação
eficiente, proativa e fiscalizadora do órgão, junto às administrações municipais,
notadamente a partir da aprovação, nos últimos anos, de leis e regras específicas no
tocante à transparência das contas e gastos públicos, possibilitou a Rondônia obter
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destaque nacional em termos de cumprimento das exigências legais no que se refere à


transparência e publicidade das ações governamentais.
Ainda de acordo com o supracitado artigo, no Ranking da Transparência,
divulgado nacionalmente pelo Ministério Público Federal, Rondônia relativamente aos
governos municipais foi o estado da região Norte melhor colocado, saltando de um
índice de 3,78 na primeira avaliação em 2015 para 7,12 no levantamento feito em 2016,
alcançando com essa nota a quarta posição no país.
Desse modo no que se refere à sistemática que envolve o controle e a fiscalização
dos critérios de transparência nas administrações municipais, a participação do TCE-
RO se efetivou, dentro de suas competências jurisdicionais e constitucionais, por meio
de ações como auditorias, pareceres e decisões, que, em seu conjunto, contribuíram
para a elaboração pelos municípios de medidas voltadas à implantação dos portais nos
moldes das exigências legais, em especial a Lei Complementar nº 131/2009, também
chamada Lei da Transparência, que possibilita a qualquer cidadão, a apreciação das
atividades desenvolvidas com recursos públicos das municipalidades, logo instrumento
imprescindível ao desempenho de gestão eficiente.
No desempenho de suas atribuições o TCE-RO editou várias Instruções
Normativas que evidenciam as medidas adotas em determinadas situações de
fiscalização sendo quatro procedimentos básicos: tomada de contas, tomada de contas
especial, fiscalizações e monitoramentos.
A Instrução Normativa nº 21/TCE-RO-2007 que dispõe sobre a instauração e
composição de processos de Tomada de Contas Especial em seu Art. 1º determina,
que diante da omissão no dever de prestar contas, da não comprovação da aplicação
de recursos repassados pelo Estado ou Município, da ocorrência de desfalque,
pagamento indevido ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos, ou, ainda, da
prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao Erário,
à autoridade administrativa competente, sob pena de responsabilidade solidária, deverá
imediatamente adotar providências com vistas à instauração de Tomada de Contas
Especial, para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do
dano. (RONDÔNIA, 2007, p.01).
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Desse modo a tomada de contas especial é ação determinada pelo Tribunal ou


por autoridade responsável pelo controle interno com a finalidade de adotar
providências, em caráter de urgência, nos casos previstos pela legislação em vigor,
para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação pecuniária do
dano. (RONDÔNIA, 2007, p.01)
O Manual de Orientação da Prestação de Contas do Chefe do Executivo Municipal
elucida que a prestação de contas trata de informações consolidadas do Município,
sobre os resultados das políticas públicas conduzidas pelo Chefe do Executivo, a quem
compete o seu julgamento ao Legislativo Municipal, mediante o auxílio técnico do TCE-
RO, expresso por meio do Parecer Prévio. Assim, todos os relatórios e documentos,
sem exceção, a serem transmitidos devem tratar dos resultados consolidados de cada
Município. (ALBUQUERQUE, 2016, p.06).
Ainda cumpre ressaltar a importância da adequação e conformidades destes
relatórios e documentos a serem transmitidos com as informações encaminhadas ao
longo dos exercícios financeiros, a exemplo das informações transmitidas por meio do
Sistema SIGAP – Módulo Contábil e Gestão fiscal, os processos de acompanhamento
da Educação e Saúde, visto que todas essas informações subsidiam a apreciação
destas das Contas.
Assim é por meio da prestação de contas anual que a Administração elabora um
relatório circunstanciado, para apresentar à sociedade a síntese das atividades
desenvolvidas e os resultados produzidos pela sua gestão, comparando aquilo que foi
efetivamente realizado com o planejado por meio dos instrumentos de planejamento,
em termos qualitativos e quantitativos, com especial enfoque sobre os programas
voltados às áreas de educação, saúde, segurança e obras públicas (ALBUQUERQUE,
p.15).

2.1.2 Análise da Despesa com Pessoal


De acordo com art. 18 da LRF entende-se como despesa total com pessoal o somatório
dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos
a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de
Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens,
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fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive


adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem
como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de
previdência. (BRASIL, 2001, p.05)
Devem ainda ser contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal" os valores
dos contratos de terceirização de mão de obra que se referem à substituição de
servidores e empregados públicos.
A apuração da despesa total com pessoal se realiza somando a realizada no mês
em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de
competência.
O Egrégio Tribunal de Contas do Estado de Rondônia disponibiliza em seu site,
demonstrativos que compreendem os períodos de 2011 a 2015, os quais vislumbram os
dados abaixo especificados, ordenados por Exercício Financeiro, distinguindo a
quantidade de municípios que atingiram índice superior ou inferior a 60% da Receita
Corrente Líquida-RCL para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, ou
seja, cumprimento ou não do limite estabelecido para cada ente da Federação, além de
evidenciar a quantidade de contas ainda não apreciadas. (BRASIL, 1988, p.54).
Com base nas planilhas disponibilizadas foi possível observar o quadro abaixo.
Tabela 1: Despesa de Pessoal dos municípios de Rondônia
Exercício Acima de 60% Abaixo de 60% Não apreciada
Financeiro
2011 01 48 01
2012 03 49 00
2013 04 48 00
2014 01 49 02
2015 08 41 03
Fonte: Fonte: Autores.
É possível salientar que houve no decorrer dos cinco anos um gradativo aumento
dos municípios que descumpriram com a obrigação de não exceder ao limite de
despesa com pessoal.
Depreende das informações que dos 49 municípios que tiveram suas prestações
de contas anual apreciadas até a elaboração deste artigo, para o Exercício de 2015
mais de 16% infringiram o disposto na LRF, sendo no Exercício de 2011 apenas 2% do
total apreciado transgrediram tal legislação, ou seja, um acréscimo de 14% em quatro
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anos.
Em consonância com o art. 21 da LRF é nulo de pleno direito o ato que provoque
aumento da despesa com pessoal e não atenda as exigências de criação de despesa
da própria LRF e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1º do art. 169 da
Constituição. (BRASIL, 2001, p.08)
Nesta guisa entende-se que aquele que der causa a ultrapassar o limite de
Despesa Total com Pessoal em cada período de apuração (LRF, art. 19 e 20), será
submetido à cassação do mandato conforme art. 4º, inciso VII do Decreto-Lei nº 201.
Ainda nesse cerne, aquele que expedir ato que provoque aumento da Despesa com
Pessoal em desacordo com art. 21 da LRF, poderá ser condenado a Reclusão de um a
quatro anos em consonância com art. 2º da Lei nº 10.028/2000.

2.1.3 Análise dos gastos com saúde


Utilizada como subsídio, a LRF é uma ferramenta fiscalizadora e punitiva, com
parâmetros criados para determinar limites de aplicações de despesas em relação à
receita, os quais passaram a ser instrumentos imperiosos de análise, propendendo com
que os gestores efetuem o cumprimento da legalidade, melhor gerenciamento e
controle dos gastos público, inclusive em relação à saúde e educação.
Com alicerce nos Demonstrativos das Receitas e Despesas com Ações e Serviços
Públicos de Saúde - ASPS, o TCERO observa se houve repasses conforme exigível no
art. 198, § 2º da Constituição Federal de 1988 e LRF, onde especifica que as ações e
serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, devendo conforme art. 7 o  da Lei Complementar 141/2012
os municípios e o Distrito Federal aplicarem anualmente, no mínimo, 15% (quinze por
cento) da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que
tratam o art. 158 e a alínea “b” do inciso I do caput e o § 3º do art. 159, todos da
Constituição Federal em ASPS.Não obstante o rígido controle dos gastos com saúde
quando da interpretação literal dos dispositivos legais, bem como os diversos
posicionamentos do TCERO acerca da questão, é possível evidenciar o quadro abaixo.
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Tabela 2:Despesa com saúde dos municípios de Rondônia


Exercício Acima ou igual a Abaixo de 15% Não apreciada
Financeiro 15%
2011 48 01 03
2012 50 02 00
2013 52 00 00
2014 50 00 02
2015 49 01 02
Fonte: Autores.
Depreende das informações apresentadas que no decorrer dos exercícios de 2011
a 2015 os municípios de Rondônia e seus gestores mantiveram certa constância em
seus gastos com saúde, pois no referido período apenas 04 (quatro) deles
apresentaram índices inferiores ao limite mínimo constitucional, sendo evidenciado que
a maioria cumpriu rigorosamente com a obrigação de aplicação em ASPS.
Com efeito, dos dados supracitados, fica evidente no que concerne ao Sistema
Único de Saúde no Estado de Rondônia é possível averiguar que foi garantido às ações
e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde, dos quais os municípios
são impelidos a proporcionar como fatores que se relacionam com o bem-estar social e
interferem na saúde da população de maneira benéfica.

2.1.4 Análise dos gastos com educação


Em prol das melhores estratégias de atuação, o TCERO busca para consolidação do
direito social à educação e da garantia de ensino de qualidade, o controle dos recursos
por meio da fiscalização do cumprimento das regras constitucionais referentes aos
gastos mínimos que asseguram o piso de recursos de impostos e transferências de que
trata o art. 212, os repasses oriundos do FUNDEB e, dentro desse, o patamar mínimo
de gasto em valorização do magistério.
A Constituição Federal disciplina que, in verbis:
“Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita
resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino.”(BRASIL, 1988).

O art. 25 da LRF veda transferências voluntárias quando o Município não aplica o


mínimo em educação. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB disciplina no art.
70, quais os gastos da educação devem ser considerados como despesas para
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manutenção e desenvolvimento do ensino, sendo tais ações legalmente definidas e


delas resultam no desempenho que mantém o padrão mínimo de qualidade.
De acordo com o mencionado art. 70 da LDB são ações de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino – MDE todas aquelas que visam alcançar os objetivos
básicos da educação nacional, ou seja, são ações voltadas à obtenção dos objetivos
das instituições educacionais de todos os níveis.
Desta feita, quando garantido que os gastos públicos estão sendo executados de
acordo com as regras constitucionais, de no mínimo 25% das receitas com aplicação
dos recursos nos termos da legislação vigente, é possível auferir foco de atenção para
a qualidade do serviço oferecido, a qual pode ser fiscalizado pelo TCERO, por meio do
cumprimento das regras técnicas da área, dentre as quais se destaca a implementação
dos planos municipais de educação em cumprimento ao Plano Nacional de Educação.
O levantamento apurado por meio do SIGAP entre 2011 e 2015 revelam os
percentuais aplicados na manutenção e desenvolvimento do ensino em âmbito
municipal, conforme segue:
Tabela 3:Despesa com educação dos municípios de Rondônia
Exercício Acima ou igual a Abaixo de 25% Não apreciada
Financeiro 25%
2011 46 03 03
2012 48 04 00
2013 52 00 00
2014 50 01 01
2015 50 00 02
Fonte: Autores.
Assim como ocorreu na área da saúde, os gastos em manutenção e
desenvolvimento do ensino na esfera municipal corresponderam estritamente ao
delineado em nossa Carta Magna, não acarretando em sanções dos gestores quanto à
aplicação da LRF, pois apenas 01 (um) ente apresentou índice inferior a 25% de nos
últimos três anos auferidos.
Assim sendo, a partir do exposto acima, e considerando a interpretação conjunta
dos artigos 37 e 40 da CF/88, os art. 70 e 71 da Lei 9.394/96, e o art. 22 da Lei
11.494/07, conclui-se que, para fins do limite constitucional com MDE, os municípios de
Rondônia em sua maioria empreenderam gastos suficientes com a finalidade prioritária
no ensino fundamental e na educação infantil.
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2.1.5 Pareceres emitidos pelo TCERO quanto aprovação ou reprovação das


contas municipais
Com o desígnio de obter asseguração razoável sobre a existência ou não de distorções
relevantes nas informações enviadas e divulgadas pelos gestores municipais,
independente se causadas por erro ou fraude, o TCERO anualmente realiza a
apreciação das contas municipais.
Ao aderir às normas internacionais e brasileiras visando a expressar uma opinião
com mais segurança sobre as demonstrações financeiras orçamentárias das entidades
públicas jurisdicionadas, com base nos procedimentos de auditoria financeira, o
supracitado TCERO busca a melhoria dos serviços públicos disponibilizados à
sociedade.
Conforme já elucidado na presente pesquisa a Prestação de Contas do Chefe do
Executivo Municipal trata de informações consolidadas do Município, sobre os
resultados das políticas públicas e sua gestão de modo integral, assim como compete
ao Legislativo Municipal seu julgamento, mediante o auxílio técnico do TCE-RO,
expresso por meio do Parecer Prévio.
De acordo com o Manual de Auditoria Financeira TCERO deve o Tribunal emite
parecer prévio sobre as contas prestadas anualmente pelo Governador do Estado e
pelos Prefeitos Municipais, devendo as contas consistir nos balanços gerais e no
relatório do órgão central do sistema de controle interno dos Poder Executivo acerca da
execução dos orçamentos de que trata o § 5º do art. 165, da Constituição Federal,
conforme dispõe o parágrafo único do art. 356 da Lei Orgânica do TCE/RO (Lei
Complementar nº 154/1996). (RONDÔNIA, 2017, p.16)
No que diz respeito ao Regimento Interno do TCE/RO é determinado que o
Parecer Prévio sobre as contas supramencionadas deve ser conclusivo no sentido de
manifestar-se sobre se os Balanços Gerais representam adequadamente a posição
financeira, orçamentária e patrimonial em 31 de dezembro, bem como o resultado das
operações, de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade aplicada à
Administração Pública estadual. (RONDÔNIA, 1996, p.22)
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Em se tratando das contas anuais de gestão de órgãos, fundos e entidades


públicos, de responsabilidade de seus administradores o próprio Tribunal faz o
julgamento, em consonância com o artigo 16 da Lei Complementar nº 154/1996, que
estabelece que as contas sejam julgadas regulares quando expressarem, de forma
clara e objetiva, dentre outros elementos, a exatidão dos demonstrativos contábeis. .
(RONDÔNIA, 1996, p.10).
Na apreciação pelo TCERO da gestão realizada pelos Chefes dos Poder
Executivo Municipal se exige a avaliação de risco e procedimentos adicionais de
auditoria específicos, como nos casos de dívida pública, despesas com juros e
encargos, despesa previdenciária, despesa com educação ou saúde, dentre outros,
tendo por objetivo obter segurança razoável sobre a confiabilidade de um conjunto de
informações no âmbito consolidado ou individual.
Desta feita, após regular trâmite processual os auditores integrantes da Comissão
de Análise de Contas de Governo do Chefe do Executivo Municipal (CACGCEM)
apresentaram proposta de Relatório e Parecer Prévio aos respectivos Conselheiros
Relatores, na forma de opinião com objetivo de fornecer segurança razoável ao
Plenário da Corte de Contas, na tomada de decisões sobre cada prestação de contas.
Esclareça-se que em todas as etapas do processo de julgamento de contas, de
apreciação de atos sujeitos ao registro e de fiscalização de atos e contratos, será
assegurado aos responsáveis ou interessados a ampla defesa, nos termos do art. 88 do
Regimento Interno TCE/RO. (RONDÔNIA, 1996, p.39).
De acordo com art. 49, § 1º do seu Regimento Interno, no prazo de cento e oitenta
dias a contar de seu recebimento, o TCERO emitirá Parecer Prévio no sentido da
aprovação ou não das contas precedido de relatório dos resultados do exercício
financeiro, observado o disposto no art. 176. O Relatório e o Parecer Prévio do TCERO
e, se existentes, declarações de votos e a justificação de voto vencido, serão
encaminhados, em originais, à Câmara Municipal e, em cópia ao Prefeito. (RONDÔNIA,
1996, p.24)
Das informações disponibilizadas foi possível auferir os dados abaixo transcritos.
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Tabela 4:Pareceres das contas anuais dos municípios de Rondônia


Exercício Favorável Favorável com Desfavorável Não
Financeiro ressalva apreciada
2011 00 39 10 03
2012 01 21 30 00
2013 00 39 13 00
2014 00 43 07 02
2015 02 45 03 02
Fonte: Autores.
Conforme exposto ressalta-se que no decorrer dos cinco exercícios analisados
pelo ínclito TCERO, apenas três entes municipais tiveram o esmero de ter suas contas
aprovadas de forma favorável, sem nenhuma ressalva averiguada.
O maior percentual de reprovação foi constatado no exercício financeiro de 2012,
que coincidiu com exercício de final de mandato, quando mais de 57,69% do total dos
52 municípios de Rondônia tiveram suas contas com pareceres de reprovação.

Fonte: Autores.
Tal ocorrência se deveu ao fato de, em alguns casos, os Chefes do Poder
Executivo dos municípios ter expedido ato que provocou aumento da Despesa com
Pessoal nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato, não obteve o resultado
primário necessário para recondução da dívida aos limites, não garantiu que os gastos
públicos executados atingissem as regras constitucionais, de no mínimo 25% em MDE
ou/e 15% em ASPS das receitas aplicadas, dentre outras inúmeras regularidades
apropriadas.
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Por derradeiro e em reconhecimento ao árduo trabalho executado pelo TCERO,


insta registrar que desde o ano de 2011 um total de 24,23% das contas apreciadas
apresentou pareceres desfavoráveis, o que infelizmente consiste em um total
expressivo, haja vista se tratar de gestão da coisa pública.

3 Conclusão
Paralelamente ao desafio das entidades do setor público de alcançar o seu
objetivo está à busca pela transparência dos atos e fatos de sua gestão, onde o
presente estudo almejou demonstrar que é mais bemevidenciado quando se coaduna a
Lei de Responsabilidade Fiscal que contribui com informações e demonstrativos
relevantes e pertinentes. Sendo válido enfatizar a capacidade do TCERO de aplica-la
em âmbito municipal, abrangendo toda e qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica
desde que possua finalidade pública que alcance o bem social.
A partir do momento em que os gestores públicos estabelecem compromissos
com as atividades do Poder Público e divulgam seus resultados com total clareza de
forma que não deixem dúvidas com relação a sua conduta, transforma-se em entidades
bem vistas pela sociedade, o que as proporcionam benefícios em prol do processo
econômico para a manutenção e obtenção dos objetivos finais das mesmas.
Deste modo, a fiscalização exercida pelo TCERO sobre as informações geradas
pelos municípios torna-se úteis, possibilitando a apreciação pelo Poder Legislativo com
bases legais sólidas sobre o gerenciamento de todos os recursos públicos,
principalmente no que tange aos gastos com educação, a saúde e pessoal, o que
subsidia a aferição de regularidade.
A presente pesquisaanalisaos dados disponibilizados pelo TCERO, relativos aos
últimos cinco exercícios financeiros, quais sejam 2011 a 2015e clarifica o mecanismo
de divulgação a sociedade, que evidencia os fatos ocorridos em âmbito municipal por
meio de resumos das práticas desenvolvidas e especificaos critérios utilizados da LRF
para a apuração e atingimento de índices mínimos legais.
Com relação aos dados, pode ser averiguado que a maior parte dos municípios
está aplicando os limites mínimos de Educação e Saúde, respectivamente acima de
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25% e 15%, pois a demanda apresentada pela população relativamente a estes


serviços é exorbitante para a contrapartida das receitas públicas recebidas.
Ainda em relação às informações, foi possível constatar o crescente aumento nos
gastos com despesa de pessoal em relação à RCL dos municípios no período aludido,
o que propiciou a emissão de alguns pareceres desfavoráveis por parte do TCERO.
Seguindo os critérios constitucionais e da LRFaplicados em âmbito municipal para
a fiscalização feita pelo TCERO, se esperar que a presente pesquisa sirva de
embasamento teórico para futuros pesquisadores que terão com a utilização deste
material, um subsídio para iniciarem novas pesquisas sobre o assunto ou ainda o
utilizem como fonte para direcionar e delinear estudos em assuntos similares.
É notório que a evidenciação da contribuição das informações disponíveis a
sociedade na gestão das entidades do setor público não se restringe apenas a correta
aplicação dos índices mínimos constitucionais em educação e saúde ou da LRF,
todavia foi necessário limitá-lo para que fossem mais bem explorados os procedimentos
correlatos ao assunto. Deste modo o referencial teórico adotado para a elaboração da
presente pesquisa foi constituído com base em pesquisa documental e bibliográfica.
Assim tornar-se evidente a preocupação do TCERO, como órgão auxiliar do Poder
Legislativo em deixar os seus usuários e toda a sociedade de modo geral, informados
dos atos ocorridos, divulgando e propondo com muita veracidade o modo como os
recursos públicos vêm sendo gastos e principalmente se suas metas constitucionais
impostas estão alcançadas.

4 Referências
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Contas do Chefe do Executivo Municipal – Exercício 2015. Secretaria Geral de
Controle Externo- SGCE Comissão Contas Anuais. Porto Velho, RO. 01 fev. 2016.
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<http://www.tce.ro.gov.br/tribunal/legislacao/arquivos/InstNorm-52-2017.pdf>. Acesso
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