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Ref. Nº 19.

300-02/06

Manual de orientação

Roteiro para Terceiro Setor

APTO – Centro de Estudo e Difusão do Terceiro Setor


Documento nº 1
Maio 2007

1 São Paulo: Av. Dr. Altino Arantes, 776 – Apto32 – Vila Clementino – CEP: 04042-003 - Fone: (11) 5583-3775
– www.apto.org.br – sp@apto.org.br
Roteiro para Terceiro Setor
Índice

1 – Introdução

2 – Aspecto conceitual
2.1 O que é Terceiro Setor
2.2 Função social
2.3 Inteligência social
2.4 Formação do grupo
2.5 Visão do futuro
2.6 Compartilhar a visão
2.7 Aspecto globalizado
2.8 Respeito à estrutura social
2.9 Responsabilidade
2.10 Atuação em rede
2.11 Proposta de atividade
2.12 Equipe de trabalho
2.13 Resultado
2.14 Avaliação
2.15 Atualização
2.16 Promoção da sustentabilidade
2.17 Resgate social

3 – Tipo de instituições
3.1 Introdução
3.2 Direito Privado e Público
3.3 Diferença entre Associação e Fundação
3.4 Igreja
3.5 Sindicato
3.6 Linha Humanista
3.7 Organização Social - OS
3.9 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP
3.10 Instituições abertas e fechadas
3.11 Outras modalidades

4 – Aplicação
4.1 Introdução
4.2 Área pública
4.3 Área empresarial
4.4 Área social
4.5 Área tecnológica
4.6 Área humanista

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5 – Aspecto estratégico
5.1 Introdução
5.2 Poderes constituídos
5.3 Setor empresarial
5.4 Com instituições
5.5 Com academia

6 – Aspecto legal
6.1 Registros
6.2 Atividade
6.3 Público de atuação
6.4 Atualização

7 – Aspecto contábil
7.1 Das receitas
7.2 Plano de contas
7.3 Centro de custo
7.4 Balanço financeiro
7.5 Balanço patrimonial
7.6 Balanço social e ambiental
7.7 Conselho fiscal
7.8 Auditoria
7.9 Aprovação

8 – Aspecto econômico
8.1 Viabilidade econômica
8.2 Custo
8.3 Receitas
8.4 Patrimônios
8.5 Prestação de conta
8.6 Fundos

9 – Estrutura de gestão
9.1 Organograma
9.2 Conselhos
9.3 Executiva
9.4 Departamentos
9.5 Mantidas
9.6 Controles administrativo e operacional
9.7 Normas
9.8 Código de ética

10– Interfaces
10.1 Setor público
10.2 Setor empresarial
10.3 Com a comunidade
10.4 Com academia
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10.5 Demais instituições

11 – Aspecto social
11.1 Integração com os Conselhos
11.2 Profissionalização
11.3 Conceito
11.4 Avaliação

12 – Comunicação
12.1 Conceito de comunicação
12.2 Formas de elaboração dos documentos

13 – Itens de um estatuto
13.1 Introdução
13.2 Capítulos
13.3 Observações

14 – Certificações
14.1 Utilidades públicas
14.2 OSCIP
14.3 COMAS, CONEAS, CNAS.

15 – Códigos
15.1 – código de ética da instituição
15.2 – código de ética profissional

16 - Nova moeda mundial

17 – Conclusão

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Roteiro para Terceiro Setor
1 – Introdução
A origem desse material advém da avaliação do processo de conhecimento geral sobre o tema
Terceiro Setor, onde constatamos uma série de informações desencontradas, e uma grande
variação de palpites equivocados, as quais induzem a uma série de ações comprometedoras,
vindo a provocar um desastre na economia como um todo.

Assim sendo, nos sentimos na obrigação de escrever um roteiro de orientação sobre o tema
Terceiro Setor, dentro do nosso conhecimento e percepção, com o objetivo de transmitir o que
constatamos, não só criando uma nova onda de mobilização social dentro das legislações
pertinentes, como também, reafirmar, a necessidade da democracia, buscando oferecer uma
visão e concepção ampla sobre o Terceiro Setor, para que possa ser empregada como uma
ferramenta de trabalho.

A falta de informações sobre o Terceiro Setor é gerada pela falta de formação adequada dos
profissionais, e também, pelo erro na grade curricular das faculdades e universidades, onde o
tema não faz parte do seu conteúdo; o tema quando é abordado, o é de forma simplista, apenas
como instituição de benemerência, de caridade, ou simplesmente para extravasar um sonho, e
não como uma ferramenta promotora de desenvolvimento econômico e social de uma
comunidade.

Associando-se à ignorância correta do tema, às inúmeras oportunidades geradas, temos como


resultado a proliferação, de um grande número de instituições do Terceiro Setor, realizando
aberrações e comprometendo o futuro de uma geração em nome da dignidade, do combate à
desigualdade e da benemerência.

Por outro lado, também tem proliferado um grupo de instituições denominadas de


“pilantrópicas”, com organização e poder de um indivíduo (ING – indivíduo não governamental),
ou de um grupo específico, com a intenção de obter benefícios, deixando de contabilizar os
ganhos (caixa 2), aproveitando – se da falta de informação e da ignorância de todos.

Em vista desse quadro, nos sentimos na obrigação de repassar o nosso conhecimento, adquirido
ao longo da jornada por esse Brasil, que nos acolheu de forma generosa; como uma forma de
retribuir, queremos dar nossa contribuição geral, na busca de redução da desigualdade de
informação, buscando nivelar o conhecimento, criando novas oportunidades no mercado de
trabalho para os jovens.

Com a finalidade, de alcançar maior eficiência, na divulgação da matéria acima citada, optamos,
não pela edição de livros, mas sim, pelo uso da Internet; consideramos essa decisão, como sendo
mais democrática, não só pela facilidade de acesso aos lugares mais distantes do Brasil, como
também, por ter um custo menor e livre de intermediação.

Estamos cientes do risco das cópias e da distribuição clandestina, mas confiamos na dignidade
dos leitores interessados; esse é o preço e risco de nossa confiabilidade, mas, nos sentimos
recompensados, pela forma de alcance do processo, ao levar essas informações de forma aberta
e direta aos lugares mais distante deste imenso território.
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2 – Aspecto conceitual
Nesse capitulo, vamos tratar o assunto com o objetivo de formar e direcionar a visão das
modalidades e dos meios de concepção de uma instituição do Terceiro Setor, de modo amplo,
mostrando suas opções e meios de atuação.

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 estabeleceu no seu Capitulo I – Dos


direitos e deveres individuais e coletivos, artigo 5º, o texto a seguir:

------
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta


Constituição;
------
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
-------
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, e vedada, a de caráter
paramilitar;

XVIII - a criação de associações, e na forma da lei, a de cooperativas, independem de


autorização, sendo vedada à interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades


suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade


para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
------
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
------;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;
------
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com
recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras
fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:

I - descentralização político-administrativo, cabendo a coordenação e as normas gerais


à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas
estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;

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II - participação da população, por meio de organizações representativas, na
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.

Assim, as atividades associativas no Brasil são de livre iniciativa, podendo desenvolver diversas
atividades, com ênfase à assistência social, questões ambientais e culturais.

As ações denominadas de direito social de um cidadão brasileiro esta inserida no Capítulo II – Dos
direitos sociais, artigo 6º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com o
seguinte texto:

“Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a


segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
aos desamparados, na forma desta Constituição.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 26, de 2000)”

Com base neste enunciado constitucional, podemos definir uma série de atividades sobre a
questão do Terceiro Setor, como uma ferramenta de atuação para promoção do
desenvolvimento econômico e social, podendo assim conceber uma série de conceitos para cada
atividade que venha a propor.

Temos que ter em mente, que ao formalizar um grupo de pessoas, e o mesmo ao ganhar seu
registro junto ao cartório, e obter o seu registro junto a Receita Federal com CNPJ – Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica, acaba por se comprometer com a sociedade civil brasileira, e com o
compromisso do grupo.

Assim sendo, não se pode pensar, que a instituição constituída, seja apenas do grupo em
questão, mas sim, deve ser vista como um compromisso social e pleno de responsabilidade,
perante os objetivos previstos no estatuto.

Sendo assim, o grupo deverá proceder de forma condizente com os objetivos e as


responsabilidades, pois a gestão de uma instituição do Terceiro Setor é muito mais complexa que
a gestão de uma empresa convencional.

Antes de entrar no aspecto das atividades, se faz necessário, um maior entendimento sobre o
que é o Terceiro Setor; sendo assim passamos a abordar os seguintes temas:

2.1 - O que é Terceiro Setor,


Pela legislação brasileira, a constituição de personalidade jurídica, pode ser classificada da
seguinte forma:

Primeiro Setor:
Consiste no setor público como: governo municipal, estadual, federal, câmara dos
vereadores, câmara dos deputados, judiciário, promotoria, etc.

Segundo setor:
Consiste, nas empresas com finalidade econômica e lucrativa como empresas limitadas,
sociedade anônima de capital aberta ou fechada e as cooperativas.

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Terceiro Setor;
Consiste nas instituições sem finalidade econômica como associações, fundações, igrejas,
sindicatos, etc.

Entres as intersecções dos setores, se apresentam às personalidades jurídicas


denominadas de híbridas tais como:

Modelos híbridos
Como modelo híbrido de personalidade jurídica podemos citar:

Entre o Primeiro setor e Segundo setor existem as formações de empresas de economia


mista, onde o poder público constitui empresa privada com capital público, como:
Companhia Metropolitana de São Paulo – METRÔ, Serviços Autônomos de Águas e
Esgoto, etc,

Entre o Primeiro setor e Terceiro setor existem as formações de instituições públicas,


onde o poder público cria instituições do Terceiro Setor, como: FUNAI – Fundação
Nacional do Índio, Instituto Chico Mendes, Conselho de Profissionais como CREAA, CRE,
CRA, etc,

Entre o Segundo setor e Terceiro setor existem as formações de instituições do Terceiro


Setor constituídas pelas empresas como: Instituto Itaú Cultural, Fundação Bradesco, etc.

Vide no gráfico abaixo a representações dos setores

Gráfico nº 1

PETROBRAS

Iº SETOR IIº SETOR

FUNAI
IIIº SETOR Fundação Bradesco

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2.2 - Função social
O papel do Terceiro setor, conforme gráfico nº 1, consiste na organização da interface, entre o
Primeiro Setor e o Segundo Setor, criando uma linha direta nas ações com a comunidade, como
organismo de complementação aos dois setores.

Permiti-se assim, a complementabilidade das ações do setor público e da iniciativa privada, de


forma a buscar formas de articulação para atividades sociais, ou, para suprir as dificuldades do
Primeiro Setor (governo), e o alto custo, quando realizado pelo Segundo Setor (empresas).

Sendo assim, o papel do Terceiro Setor ganha importância para desenvolver atividades de
interesse coletivo e de interesse público, pois suas ações não visam resultado ou lucros
econômicos, apenas os resultados sociais e a conseqüente melhoria de qualidade de vida.

A forma de gestão dos recursos é importante, para a manutenção e modernização da estrutura


administrativa, portanto, devendo prestar serviços remunerados ou comercializar produtos, com
objetivo de criar uma sustentabilidade financeira à instituição.

2.3- Inteligência social


A definição da inteligência social, diz respeito à capacidade de um ser humano se relacionar com
o seu meio, respeitando as estruturas sociais constituídas, bem como observar e respeitar a
interação com demais membros da organização, sem provocar a anarquização do sistema, com
ações isoladas e pessoais.

A organização do Terceiro Setor deve ser composta de membros que tenham a capacidade da
inteligência social, e não simplesmente um empreendedor social, que não respeita a sociedade
organizada e os poderes constituídos, como governo e demais instituições, propondo atuação de
forma individual, de acordo com seu modo de ver, criando assim um clientelismo de assistência
social dependente.

Na formação de uma organização do Terceiro Setor, que tem como obrigação a sua interface com
o Primeiro Setor e o Segundo Setor, a questão de relacionamento e a capacidade de transitar
nesses segmentos tornam necessária a inteligência social, como mecanismo de sobrevivência.

Por outro lado, como o Terceiro Setor é uma forma associativa, o sucesso da organização
depende dos seus membros, que têm por obrigação, trabalhar em conjunto, formando assim um
grupo de pessoas com capacidade de compreender e praticar a inteligência social no processo.

Esta capacidade deverá ser aprimorada e constantemente revisada, em função do conceito da


instituição e, da alteração do seu entorno de atuação.

Com a capacidade da inteligência social, podemos criar um núcleo de pessoas com objetivos
comuns, formando assim a base da associação, permitindo a realização das atividades de forma
integrada e uniforme, e a criação de um ciclo de sustentabilidade.

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2.4- Formação do grupo
Como a organização do Terceiro Setor, é uma associação de pessoas, a formação de grupo é a sua
base principal, assim sendo, é fundamental o diálogo e a cumplicidade para atingir os objetivos da
organização.

A composição variada de personalidades, suas “expertises” profissionais e de conhecimento,


formam a base do trabalho do Terceiro Setor, como uma ferramenta ímpar de promoção do
desenvolvimento humano, econômico e social, criando um elo de responsabilidade
compartilhada na busca dos objetivos.

A capacidade da formação de um grupo de pessoas heterogêneas consolida o processo de visão


de uma instituição do Terceiro Setor, e, torna-se poderosa a ponto de enfrentar qualquer
adversidade que venha a enfrentar no futuro, pois tem a capacidade de reciclar, atualizar e criar
novas opções de soluções para os problemas.

Na formação do grupo deverá ser respeitada uma ordem hierárquica da organização do Terceiro
Setor, com organograma, suas normas operacionais e administrativas, criando assim regras de
trabalho.

Conforme o tipo de atividades e dos objetivos, a serem propostos pela organização, a formação
do grupo de profissionais habilitados é um requisito constitucional, conforme artigo 5º, inciso XIII,
da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

2.5- Visão do futuro


A organização do Terceiro Setor tem como obrigatoriedade, dentro da sua concepção, uma visão
do futuro, pois está visão será a que norteará , o roteiro e as atividades a serem implementadas
pela instituição, na identificação dos seus objetivos, nos seus processos e na aglutinação das
pessoas na sua jornada.

A visão do futuro deverá ser um exercício constante, pois a cada momento o futuro poderá ser
alterado com participação de elencos extras, e, pelo decorrer do tempo, forçando a revisão e
reconceituação periódicas.

Através da visão do futuro, se poderá determinar a formação de equipe e a formação dos


membros da organização, criando se um sistema de educação continuada interna, aos seus
associados.

Os compromissos da organização passam a ser direcionados em função dessa visão e inclusive os


objetivos da organização, poderão sofrer alterações ou influências dessa visão.

Nesse processo de construir uma visão do futuro, e dos objetivos pretendidos pela organização,
se permitirá à seleção natural dos seus colaboradores, criando assim a denominada massa crítica
com homogeneidade, obstruindo as opiniões e interesses pessoais.

A prática dessa discussão permitirá à organização, uma vida duradoura e sempre presente na vida
da comunidade, como órgão de interface e articulador.

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2.6- Compartilhar a visão
Para compartilhar a visão do futuro com a comunidade, o grupo deverá exercitar essa mesma
visão, com o objetivo de obter um consenso de forma coesa, e direcionada a criar uma imagem
da organização.

A visão do futuro da organização deverá ser compartilhada com os seus associados e


colaboradores, bem como, com seus clientes e segmentos em seu entorno.

Partindo se, do processo de compartilhamento da visão do futuro, a organização fica obrigada, a


abrir suas portas e colocar o tema de forma democrática, determinando assim a definição da sua
identidade perante a comunidade.

A forma a ser adotada no processo de compartilhamento da visão, dependerá dos seus objetivos
e do público alvo da mesma, bem como, da maneira como será apresentada à organização da
sociedade civil local.

O processo de compartilhamento da visão tem como objetivo criar um compromisso e divisão da


responsabilidade com a comunidade, fazendo com que as ações propostas não sejam apenas do
grupo da organização, mas sim, do resultado de um processo de amadurecimento e combinação
de todos os setores .

Resulta assim, a constituição de um processo de envolvimento direto da organização com a


comunidade, criando se um sistema de sustentabilidade do processo e sua continuação, bem
como permitindo se, a agregação de novos elementos ao processo.

Dessa forma, a ação será de todos, não será apenas o esforço de um pequeno grupo, podendo
assim conquistar mais colaboradores para seus objetivos, potencializando a visão do futuro para
comunidade.

2.7- Aspecto globalizado


Quando, um grupo de pessoas se propõe a atingir um objetivo e uma visão do futuro, na busca de
propostas alternativas para os problemas, o mesmo não poderá ficar restrito ao seu mundo
entorno, mas deverá buscar uma visão mais ampla e globalizada.

O aspecto de globalização que consideramos, consiste no conhecimento do problema como um


todo, e, na busca de identificação de uma proposta de forma a criar um sistema de
sustentabilidade e melhoria contínuas, e não no aspecto pontual de uma solução restrita e
assistencialista.

Nessa identificação da visão global de um processo a ser adotado, há necessidade de se conhecer


as características sociais da região de atuação, bem como o perfil dos seus moradores, hábitos,
costumes, religião e etnia.

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A identificação dos atores principais da comunidade e sua estrutura organizacional deverão ser
observadas e respeitadas, quando da formulação de uma visão compartilhada, formando um
cenário global do processo.

Não há necessidade, nem devemos nos basear na análise dos processos anteriores de sucesso ou
insucesso, pois devemos nos concentrar na visão do futuro e não ficarmos atrelados ao passado,
sem, entretanto desconsiderá-lo ; mas o passado é apenas um passado.

No aspecto de globalização, devemos observar, no exemplo de outros países mais avançados, e


na análise de suas soluções, não só uma forma de referência, e análise da estratégia adotada,
mas também, sua maneira de informar e compartilhar a visão do futuro.

2.8- Respeito à estrutura social


Quando se inicia o processo de constituição de uma instituição do Terceiro Setor, não basta
buscar o sonho pessoal, pois, como todos nós convivemos numa sociedade organizada, há
necessidade, de se adequar o sonho pessoal e a visão compartilhada, em função do meio em que
se convive.

Esse respeito não se traduz em obediência, mas sim, respeito ou referência, pois cada um de nós
tem as suas opiniões, e construímos o nosso mundo de forma ímpar; o caso é diferente quando
temos algo em comum, pois, somos obrigados a deixar certas opiniões e atuarmos de forma
conjunta, e as ações do Terceiro Setor são essencialmente a de uma atuação em grupo.

Assim devemos observar quais as estruturas sociais existentes no município e ao propormos uma
ação, a mesma deverá ser analisada e discutida com essas estruturas e organizações como:

- poder executivo – prefeitura e suas secretarias,


- poder legislativo – câmara municipal com suas comissões,
- poder judiciário e ou a promotoria com seus respectivos representantes,
- clube de serviços como Lions, Rotary, Maçonaria, etc,
- conselhos municipais,
- demais instituições do terceiro setor do município.

Ao se levar ao município, o conhecimento dessas estruturas organizadas não receie, que a sua
proposta venha a ser motivo de chacota ou de questionamento, pois ao se propor o processo,
está claro, que não houve ação similar; sendo assim, será sempre inédito, pois o que é novo
sempre causa impacto.

O impacto que vier a causar, e a necessidade de se formular as respostas aos questionamentos,


lhe obriga a ganhar sua posição de líder, e ao mesmo tempo, estará arrebanhando novos adeptos
à sua causa, proporcionando assim o início da mudança social.

A forma da sua apresentação e postura, em função da necessidade de explanar a proposta


determina, que o seu conceito sobre a mesma, esteja compartilhado com o grupo, pois caso não
tenha a visão compartilhada, a proposta passa a ser apenas uma visão distorcida e
conseqüentemente as ações podem estar condenadas.

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Outro aspecto, da necessidade de se respeitar à estrutura social local, ocorre quando o assunto
faz interface com as ações governamentais, pois como há uma série de obrigações legais e
constitucionais referentes aos municípios e estados, devemos observar se a proposta condiz com
os programas oficiais, ou se será apenas uma complementação.

Nesses casos existem os conselhos municipais, que são as representações da comunidade,


portanto, a proposta de uma atividade do Terceiro Setor, deverá estar condizente com a proposta
dos conselhos, e realizar sua interface, para não permitir a superposição das atividades e de
recursos.

2.9– Responsabilidade
A responsabilidade da existência de uma instituição do Terceiro Setor, não se restringe, ao fato
de se propor uma atividade dentro dos aspectos legais e dos seus conceitos, mas antes de tudo
,como uma personalidade jurídica que tem imunidade e isenção tributária, logo, tem-se que
observar suas obrigações.

A responsabilidade, não se restringe apenas em desenvolver as atividades dentro do aspecto


legal; quando o governo concede o registro como instituição, com imunidade e isenção tributária,
a legislação de LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social é bem clara, ao exigir, que sejam
efetuadas, atividades sociais comprovadas, cujo montante em relação à sua receita deverá ser no
mínimo de 20% (vinte por cento) e nunca inferior aos encargos que lhe são atribuídos, ou outras
formas de comprovação, em função das atividades proposta pela instituição.

Portanto, há necessidade de comprovação, que deverá ser feita, através de demonstrativos, da


elaboração do balanço social e ambiental, relatório de atividades, demonstração de centro de
custo e dos atestados expedidos por órgãos do governo e demais pessoas jurídicas.

Assim a responsabilidade consiste não só na execução das atividades com respeito à legislação;
há também a responsabilidade como cidadão de contribuir com o mecanismo de reduzir a
desigualdade, propondo-se uma vida melhor no futuro.

Dessa forma, a instituição do Terceiro Setor, consiste em uma ferramenta de consolidação e de


responsabilidade dos seus participantes em relação à sociedade local, e não como ferramenta de
promoção pessoal.

2.10- Atuação em rede

A atuação de uma instituição deverá respeitar a sociedade civil organizada, bem como a
hierarquia jurídica constituída; assim sendo, as ações de uma instituição nunca poderão ser feitas
de uma forma isolada.

O uso ou a criação de rede de instituições facilita o desenvolvimento das atividades propostas, de


forma mais íntegra, permitindo que se crie uma linha solidária de ações, como uma forma de
compartilhar a visão do futuro e criar uma corrente continua.

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Com a rede formada, se poderá propor rodadas de negócios, troca de experiências e de
conhecimentos, criando assim uma massa critica de pessoas, com os mesmos ideais na busca de
novos modelos de opções de vida.

A capacidade de atuar em rede denota, a grande possibilidade de sucesso de uma sociedade,


abrindo oportunidade para que todos possam compor uma mudança social, criando uma linha
de raciocínio, abrindo uma perspectiva à comunidade local e aos jovens.

Além dessas condições, o trabalho em rede permite reduzir custos, somando oportunidades,
esforços, proporcionando assim menor número de erros, pois as dúvidas e as dificuldades de um,
podem ser a oportunidade de outro.

Quando se atua em forma de rede, novas organizações podem ser constituídas dentro da mesma
visão, com o sentido de complementar as ações, de forma a criar uma corrente sólida, com o
objetivo bem claro e específico, permitindo uma gestão profissional e descortinando, novas
visões de futuro.

2.11- Proposta de atividade


Quando, da constituição de uma organização do Terceiro Setor, a proposta de atividades do
grupo poderá ocorrer de uma forma, mas ao longo das discussões e das consultas junto ao
conselho municipal, e também através de novas conversas, podem surgir alternativas, diferindo
da proposta original, ou ainda mudanças de objetivos, para a sociedade já organizada.

Portanto, nunca devemos propor uma ação, como sendo a principal ou a única, sem antes
analisar o entorno, e sem termos a capacidade e a coragem de alterar ou complementar a
proposta da atividade.

A proposta de uma atividade deverá receber uma análise critica de seus componentes ou
condutores, no sentido de buscar a melhoria contínua, e nunca se satisfazer, como se não
houvesse nada mais a ser feito.

Os objetivos, a estrutura organizacional e de administração, sua forma de receita e a composição


dos seus conselhos de atuação, definem o modo de execução das atividades das instituições, que
poderão optar por uma execução direta, ou, através de parceria com demais instituições da rede.

Muitas vezes, haverá necessidade de se alterar a forma de execução das ações, bem como, criar
novos sistemas alternativos de composição, que não estavam previstos no seu estatuto inicial, ou
ainda, não condizentes com a forma de atuação dentro dos seus conceitos; sendo assim os
mesmos poderão ser realizados com a participação de outras instituições.

A busca de solução muitas vezes não se faz necessária, quer seja por uma instituição ou outra; o
que importa, é o resultado a ser disponibilizado para a sociedade, não importando de quem foi à
iniciativa, mas sim, que o resultado possa atingir a comunidade de forma mais eficiente e
duradoura, não tendo a necessidade de criar se uma marca da solução.

Assim a proposta de uma atividade, mesmo que não seja o objetivo da instituição principal, ou
mesmo quando realizada em rede, poderá atingir seus objetivos de uma forma plena.

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2.12- Equipe de trabalho
Como, a atuação para atender os objetivos, depende sempre de terceiros, e, pelo principio do
Terceiro Setor, haverá sempre a necessidade de formação de uma equipe de trabalho associado,
pois a denominação é basicamente associativa.

Quando da constituição de uma equipe de trabalho, será necessário, observar a formação


profissional em função da proposta de atividade, pois as ações necessitam de registro dos
profissionais e da própria instituição executora.

A equipe de trabalho, sendo constituída de diversos profissionais, ajudará na gestão da mesma,


pois, haverá necessidade de gestores executivos contratados, com conhecimento de
administração, parte jurídica, contábil, auditoria, assistência social, etc, formando assim, um
grupo de profissionais de diversos segmentos.

Os membros da equipe deverão ser capacitados e treinados, dentro do conceito da instituição do


Terceiro Setor, da sua estrutura de organograma de gestão e de conceitos adotados.

A formação da equipe de trabalho de uma instituição do Terceiro Setor requer uma ampla
seleção de profissionais, pois, grande parte dos profissionais do mercado, não tem conhecimento
da profunda responsabilidade das suas ações, dentro de uma organização associativa, sendo
assim se faz necessário, respeitar diversas tendências, e, observar o público alvo a ser atendido.

2.13- Resultado
O trabalho a ser desenvolvido pelo Terceiro Setor, deverá sempre buscar resultados, dentro dos
objetivos propostos no estatuto, pois o mesmo, sendo um agente de interlocução com a
sociedade e poder publico, suas ações deverão ser expressas em resultados.

Assim, antes de iniciar o procedimento das atividades, se faz necessário, coletar informações e
dados estatísticos, referentes aos objetivos; dessa forma, o plano de trabalho será baseado nessa
identificação, e, na busca dos resultados, podendo o mesmo vir a ser de ação imediata, de médio
e de longo prazo.

Para nortear as atividades da instituição, as mesmas deverão ser baseadas na busca de


resultados, observando-se o tempo a ser definido, com metas e planos de trabalho, os quais
poderão ser lastreados nas informações junto ao público alvo e pela forma de se estabelecer
prioridades nos planos de ações.

Caso não haja essa proposta para se atingir um resultado definido como meta, as ações da
instituição, passam a ser feitas de forma aleatória e sem compromisso, criando um ciclo vicioso
de assistencialismo, substituindo o estado pela iniciativa privada, sem que se promova, o
desenvolvimento econômico e social.

Dessa forma, a busca do resultado desejado deverá ser quantificado dentro do planejamento, o
que possibilita a definição de custos, métodos e tempo a ser trabalhado.

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2.14-Avaliação
Durante o desenvolvimento das atividades de uma instituição do Terceiro Setor,é necessário,
que se faça, a avaliações periódicas de:

- análise da evolução dos profissionais,


- influência nos índices oficiais (IDH, IDEB, etc),
- processo administrativo,
- processo operacional,
- revisão do conceito,
- opinião do público alvo,
- demais avaliações.

Essas avaliações proporcionam à instituição do Terceiro Setor, uma linha de atuação direta com a
realidade local, não ficando focada apenas no processo de continuísmo, proporcionando assim
oportunidades para a ousadia e a mudança nos conceitos e paradigmas.

A própria realidade econômica, é o objetivo básico das ações das instituições do Terceiro Setor; é,
ainda, a de modificar as obrigações da sociedade, revendo, suas ações e seus conceitos, dentro
da realidade local.

O processo de avaliação, também se refere à equipe de trabalho, quanto a seus métodos, formas
de atuação, e capacidade profissional; podendo ser norteados em treinamentos e atualizações
profissionais.

Outro fator a ser considerado, são as pesquisas externas feitas junto ao público alvo, no sentido
de observar com o olhar da comunidade, e avaliar as ações e as atividades junto ao beneficiário.

O fator mais importante, no processo de avaliação, consiste, na análise da situação em relação


aos índices oficiais do governo, que servem de parâmetro para analisar o desenvolvimento
humano.

2.15-Atualização
O processo de atualização, através da análise das legislações de técnicas administrativas e
operacionais, proporciona uma nova visão das atividades e do processo de gestão.

Assim a instituição deverá periodicamente realizar essas avaliações internas e externas, para se
modernizar e atuar de forma mais direta e aberta com a comunidade e o interesse publico.
Para atualização podemos adotar os seguintes mecanismos:

- Internet,
- fóruns, encontros e eventos,
- visitas técnicas,
- Audiências públicas,
- pesquisas,
- análise de índices oficiais,

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- demais informações.

O processo de atualização da instituição, obrigatoriamente tem que passar por uma ferramenta,
denominada Internet, a qual poderá fornecer informações em tempo real e diversificado, abrindo
assim uma oportunidade de relacionamento com demais instituições, possibilitando a criação de
uma linha de comunicação e troca de experiências externas.

Outra forma de atualização consiste na organização ou participação de eventos como fóruns,


encontros, seminários, congressos, etc, onde se poderá conhecer outras experiências.

O processo, de organizar visitas técnicas a outras instituições, conhecer outras realidades e


experiências, também é importante para se criar uma linha de visão diferenciada e adaptada com
a oportunidade local.

Essa forma de atualização irá permitir a concepção de uma visão mais humanista e aberta ao
diálogo, podendo assim vir a desempenhar o verdadeiro papel de uma instituição do Terceiro
Setor.

O processo de atualização da equipe de trabalho, no que se relaciona a seus métodos e formas de


atuação, e a sua capacidade profissional, podem vir a nortear os treinamentos e atualizações
profissionais dentro da realidade local.

O uso de ferramentas e métodos alternativos de atualização profissional deverão ser a tônica


dominante, no conselho dos profissionais e para tanto, se faz necessário participar de eventos
externos a comunidade, na busca de novas experiências.

2.16-Promoção da sustentabilidade
A promoção do processo de sustentabilidade, não se restringe apenas ao aspecto econômico,
mas também, ao processo da participação de demais membros e da comunidade local.

Sem a participação da comunidade, a instituição passa a ser restrita perdendo assim sua
identidade, e as características do Terceiro Setor, como ferramenta, a complementar as ações do
setor governamental e empresarial.

Quanto, a questão da sustentabilidade econômica, deverá ser estudada e elaborada uma


estratégia de ação principal, e complementar, para assegurar a viabilidade econômica da
instituição.

A discussão da sustentabilidade é basicamente, a continuidade do processo, acompanhando a


evolução da sociedade local, portanto não se restringindo a questão financeira, mas preocupada
ainda com a ação de complemento, e integrada a sociedade local.

No processo de sustentabilidade, não podemos nos preocupar com a questão da mesma ação
contínua, pois caso haja uma continuidade da mesma ação, pode-se interpretar que as ações
realizadas ao longo do tempo não foram eficientes.

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Portanto, na sustentabilidade e na avaliação do processo, quando ocorrem alterações das
atividades, dos conceitos e das ações, demonstra-se a capacidade da sustentabilidade e da
adequação dos fatores sociais, o que denota maior competência .

2.17-Resgate social
A ação do Terceiro Setor deve ser programada, com a finalidade de resgatar as atividades da
ação social de forma constante e permanente.

A preocupação social deve ser sempre, a linha mestra de trabalho para instituições do Terceiro
Setor, qualquer que seja sua proposta principal, deixando claro seus objetivos.

As ações principais ou complementares deverão estar direcionadas na busca de um resultado


social de maior amplitude, e sendo aproveitadas de tal forma, que levem a criar, uma massa
crítica de pessoas com os mesmos objetivos, sem se preocupar com as restrições colocadas nos
entornos.

A questão do resgate social fica mais evidente, quando se demonstra aos participantes e as
comunidades ,ações abertas e transparentes.

Temos que ter em mente, como objetivo principal, o resgate da cidadania, de tal forma, que as
ações sociais evoluam, proporcionando o desenvolvimento humano, e não somente o
assistencialismo privado.

O resgate social mencionado é o que consta na Constituição Federal, e não apenas o que a LOAS
– Lei Orgânica de Assistência Social preconiza; a prioridade de atender aos desamparados e aos
excluídos socialmente é uma das exigências, mas não podemos nos ater apenas ao segmento da
legislação, pois existem outras formas de atuação, cujos resultados estarão beneficiando aos
excluídos de forma indireta.

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3 – Tipo de instituições
3.1 – Introdução
Passamos a descrever nesse capítulo, as formas e tipos de instituições do Terceiro Setor existente
no Brasil, como a mesma se constitui, seus objetivos e características principais.
A falta de informação e de estudo adequado, tem provocado uma série de equívocos, sobre o
tema Terceiro Setor e suas modalidades, assim, achamos por bem, apresentá-los de forma
resumida.

3.2 – Privado ou Público


As instituições do Terceiro Setor, privado, são constituídas voluntariamente pela iniciativa
privada sem que haja a participação do governo, sendo emanado pela própria necessidade.

As instituições do Terceiro Setor, público, têm a participação do governo de forma direta ou


indireta, quando da sua constituição através das leis municipais, estaduais e federais, com aporte
de capital ou não.

3.4 – Da diferença entre Associação e Fundação


- Associação - formada por grupo de pessoas de forma voluntária para uma determinada
finalidade, não econômica, composta inicialmente, por no mínimo de seis (6) pessoas físicas, sem
a necessidade de capital ou patrimônio.

- Fundação - destinada a preservar e velar por um bem ou patrimônio, estando subordinada


diretamente, a Curadoria das Fundações junto a Promotoria Pública, podendo ser constituído por
uma pessoa, família, empresa ou grupo de pessoas.

3.5 – Igreja
É constituída, para propagação de uma religião ou doutrina religiosa, respeitando-se seus
dogmas.

3.6 – Sindicato
Consiste, na representação de uma classe regulamentada por legislação, podendo ser composta
por trabalhadores ou patronal.

3.7 - Linha humanística


Linha humanística consiste no agrupamento de pessoas para defesa de um ideal humanista, sem
dogmas ou fé, com objetivo de propagar uma filosofia de vida, mensagens específicas e doutrinas
de promoção da vida.

3.8 – Organizações Sociais - OS

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Organizações Sociais são regulamentadas pela Lei Federal nº 9.637/98, com sua composição
mista entre o poder público e a comunidade, com objetivo de promover atividades especificas de
desenvolvimento, saúde, meio ambiente, educação e cultural.

3.9 – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP


Organização da Sociedade Civil de Interesse Público é uma titulação para associação ou fundação,
que venha a se moldar em conformidade com a Lei Federal nº 9.790/99, de iniciativa privada,
com objetivos de interesse público.

3.10 – Instituições Abertas e Fechadas


As instituições do Terceiro Setor podem ser classificadas como abertas ou fechadas, conforme
suas propostas de atividades, tais como:

- Aberta – associação ambiental, de assistência social, de defesa dos direitos difusos, cultural,
agências de desenvolvimento, etc, sendo instituições abertas à participação de qualquer cidadão.

- Fechadas – associação de classe, sindicatos, igrejas, clube de investimento, clubes esportivos,


etc, são instituições com finalidade específica e restritiva, criando condições para seu ingresso.

3.11 – Outras modalidades


Há outras modalidades e características de instituições do Terceiro Setor, com ações específicas
tais como:

- Consórcio público – são constituídos por órgãos públicos de administração direta, para gestão
de programas, como ao da saúde, lixo, transporte urbano, etc,

- Condomínios – são pessoas jurídicas, para gestão de áreas comuns, podendo ser residência,
comercial, serviços ou industrial.

- Central de Compra e Venda Associativa – podendo ser constituída por pessoas jurídicas para
compra e venda de produtos para seus associados, e para ganhar poder de negociação.

- Consórcio de Mão de Obra – só é constituído, como uma associação de profissionais, com


objetivo de prestação de serviço para diversos segmentos em regime de CLT – Consolidação das
Leis Trabalhista.

- Instituto de Pesquisa – são instituições com participação de profissionais específicos como


pesquisadores, doutores, que poderão estar ligados a uma faculdade, universidade, escola
técnica ou ainda a uma associação de categoria de classe.

- Partidos políticos – são instituições que representam partidos políticos de diversas tendências e
segmentos ,em atendimento as legislações eleitorais.

- Clube de serviços – são instituições voltadas ao atendimento de um conceito de sociedade,


criando metodologias e formas de atuação em grupo, por exemplo, Rotary, Lions, Maçonaria,
etc.
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4 – Aplicação
4.1 - Introdução
A ferramenta denominada de Terceiro Setor consiste na formação de uma pessoa jurídica, sem
finalidade econômica, com objetivo de interagir entre o setor público e as empresas, podendo
realizar diversas ações, que passamos a exemplificar:

4.2 – Área Publica


Junto ao poder público, as instituições do Terceiro Setor, poderão atuar na forma de
complementar as atividades, e atuar junto aos conselhos municipais, estaduais e federais nas
seguintes áreas:

- segurança pública,
- saúde,
- educação,
- assistência social,
- infra-estrutura urbana,
- gestão de espaço público,
- cultura,
- transporte,
- destinação de resíduos e questões ambientais,
- moradia,
- saneamento,
- agricultura e alimentação,
- esporte,
- turismo,
- desenvolvimento econômico,
- geração de emprego e renda,
- programa de conservação e preservação de patrimônio histórico, artístico, cultural,
paisagístico, ambiental e sítio arqueológico,
- comunicação e informação.

4.3 – Área Empresarial


Junto ao setor empresarial a ferramenta Terceiro Setor, poderá ser utilizado para complementar
as atividades que não sejam objeto fim da empresa, desenvolvendo atividades como:

- programas de benefício aos trabalhadores,


- medicina do trabalho,
- treinamento, capacitação e cursos,
- participação em eventos, feiras, exposições e congressos,
- questão de gestão dos resíduos,
- questão de certificações e auditorias,
- desenvolvimento de estudos e pesquisas,
- desenvolvimento de novos produtos,
- análise de produtos, laboratórios e análises,

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- gestão dos refeitórios,
- gestão dos serviços de manutenção,
- jardinagem e paisagismo,
- aquisição de uniformes,
- programa de geração de energia alternativa,
- elaboração do balanço social e ambiental,
- programas sociais de assistência à comunidade,
- sistema de crédito alternativo,
- programas de lazer, esporte e cultura,
- creche,
- preservação do patrimônio histórico,
- informativos, documentação e comunicação,
- central de compra e venda,
- consórcio de mão de obra,
- gestor de sistemas de informação,
- automação industrial,
- clube ou fundos de investimento,
- sistema de saúde do trabalhador,
- programa de compensação e neutralização ambiental,
- mão de obra complementar para portadores de necessidades especiais,
- pesquisas,
- estágios e primeiro emprego.

As instituições do Terceiro Setor poderão formar parcerias com o setor empresarial com objetivo
de reduzir custo e ao mesmo tempo como instrumento social e ambiental.

4.4 – Área Social


Poderá atuar nos seguimentos:

- assistência à infância, criança e adolescente,


- assistência à terceira idade,
- geração de renda familiar,
- inserção social da comunidade carente,
- moradia,
- saúde,
- educação complementar,
- transporte,
- central de compra e venda,
- ambiental,
- cultural,
- profissionalização,
- consórcio de mão de obra,
- empresa comunitária,
- segurança,
- terapias e ou tratamento de dependentes químicos,
- deficientes e portadores de necessidades especiais,
- centros de treinamento,
- educação,

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- demais atividades.

As ações sociais tem como prioridade as políticas públicas, sendo, portanto obrigatório, a
interface com o setor publico através dos respectivos conselhos municipais.

4.5 – Área Tecnológica


Para o setor de tecnologia, junto ao setor empresarial ou de academia, o mesmo poderá
desenvolver atividades como:

- desenvolver pesquisas,
- automação e modernização industrial, comercial e de serviços,
- desenvolvimento de software,
- laboratórios de análise e de certificação,
- testes,
- informatização,
- comunicação e informação,
- gestor de Internet e sites,
- desenvolvimento de novos produtos,
- estudos e projetos,
- redução e eficiência energética,
- geração de novas tecnologias,
- geração de energia alternativa.

As ações relacionadas à tecnologia poderão estar atreladas ao setor público, bem como ao setor
privado, na busca de competitividade, onde a participação da academia é fundamental.

4.6 – Área Humana


Na área humana, a instituição do Terceiro Setor poderá auxiliar em:

- novas filosofias de vida,


- área ambiental,
- defesa de direitos humanos,
- defesa de direitos difusos,
- defesa de setor de minoria,
- etnia,
- direitos de interesses públicos,
- direito indígena,

Desenvolver programas específicos, visando à melhoria da qualidade de vida e o combate à


desigualdade social.

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5 – Aspecto estratégico
5.1 - Introdução
Nesse capítulo, trataremos dos aspectos estratégicos que deverão constar na instituição do
Terceiro Setor, para sua gestão, e criar sua sustentabilidade, dentro da sociedade civil organizada,
bem como legitimar suas ações.

5.2 - Poderes constituídos


As atividades das instituições do Terceiro Setor deverão sempre lembrar, que ao estarem
inseridas numa comunidade, necessitam respeitar os poderes constituídos na comunidade local,
assim como:

- executivo,
- legislativos,
- judiciário,
- promotoria,
- sociedade civil organizada,
- conselhos municipais, estadual ou federal,
- instituições de classe,
- clube de serviços.

Essas organizações fazem parte da estrutura de gestão do município ou estado, sendo


consideradas poderes constituídos.

5.3 - Setor empresarial


A interface com o setor empresarial é vital para ambas as partes, pois é necessário se formar uma
aliança, tanto do aspecto econômico com a sua interface, como para a chamada terceirização
social, nas atividades complementares.

Esta relação auxilia a empresa na busca da sua competitividade, redução de custo, melhora a
produtividade, eleva a auto estima dos funcionários, ordena a cadeia dos fornecedores com
prisma diferenciado, e como resultado, temos a redução da carga tributária da empresa.

Portanto, esta relação é estratégica, tanto do ponto de vista das instituições do Terceiro Setor,
como as do setor empresarial.

Para as empresas, a composição dos seus trabalhos junto com a comunidade local, é um dos itens
de avaliação, quando da certificação em relação à norma de responsabilidade social e ambiental.

5.4 – Com as instituições


A relação de interface estratégica entre as instituições do Terceiro Setor, ocorre na formação de
uma rede solidária das instituições, criando assim uma corrente de ações de

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complementabilidade; é uma questão estratégica para a sobrevivência das instituições. Não se
deve confundir, com concorrência entre as instituições.

Com essa forma de atuação, se permite criar espaços a novos negócios, entre as instituições, bem
como obriga a se fazer uma aliança estratégica, de forma a assegurar um convívio sem
concorrência interna, formando uma verdadeira rede de complementabilidade.

A importância desse processo consiste na diversidade de participação e de tendência de todos os


aspectos, criando uma rede de instituição em prol da comunidade local.

Caso não ocorra esta aliança estratégica, poderá se dar espaço para instituições de aluguel de
outras comunidades, provocando assim uma invasão e a perda da identidade.

5.5 - Com academia


A interface estratégica com as academias ou as faculdades e universidades é uma necessidade
para ambos segmentos, pois há troca de experiências no que se refere à formação humana.

Para as instituições do Terceiro Setor, a interface estratégica com as academias, passa a ser a
força de mão obra especializada, que faltava no seu planejamento.

Para os acadêmicos, o processo relativos às questões de estágios, extensão e pesquisas, ajudam a


complementar sua formação; para as faculdades e universidades, são o cumprimento de uma
exigência legal para sua avaliação.

Para os alunos, o convívio com o Terceiro Setor, fortalece a questão da inteligência social, abrindo
uma nova visão do mercado de trabalho, e ao mesmo tempo permitindo criar uma sólida
conceituação com a sua carreira profissional.

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6 – Aspecto legal
6.1 - Registros
Os registros legais necessárias para funcionamento das instituições consistem em:

- registro junto ao cartório de registro de títulos e documentos,


- registro junto a Receita Federal para obtenção do CNPJ,
- registro junto a Prefeitura Municipal para obtenção do Alvará,
- registro junto à categoria profissional do seu objetivo principal,
- registro junto a Receita Estadual, quando da comercialização de produtos,
- registro junto ao respectivo conselho municipal da sua atividade principal,
- registro junto ao respectivo conselho estadual,
- registro junto ao respectivo conselho federal.
- demais registros conforme sua atividade secundária.

Assim, as instituições do Terceiro Setor, como qualquer pessoa jurídica, necessitam respeitar as
legislações pertinentes à sua atividade principal e complementar, cumprindo o ritual dos registros
da instituição e dos profissionais.

6.2 - Atividade
Para o exercício das atividades devemos observar a questão básica do artigo 5º, inciso XIII da
Constituição Federal, respeitando as categorias profissionais e suas competências.

Esta observação, não só deve ser cumprida por parte da atividade principal, bem como pelas
secundárias, com formalização legal dos profissionais habilitados, com a estrutura mínima de
exigências, e as recomendações dos espaços físicos.

Quando a instituição for realizar atividade secundária, para seu registro, deverá se constituir em
forma de departamento ou mantida, para atender a questão legal e deverá observar a questão
contábil.

APAE – terá registro junto ao conselho municipal e assistência social, mas caso queira
realizar a prestação de serviços na área de fisioterapia para terceiros, o mesmo deverá
montar uma personalidade jurídica independente, em forma de mantida para tal
atividade, com seu devido registro profissional, cujo resultado da receita poderá ser
destinado à manutenção da APAE.

Dessa forma, são separadas a atividade principal da secundária, ambas com registros
independentes.

6.3- Público de atuação


O aspecto legal, não se restringe apenas ao registro da instituição junto aos órgãos competentes;
se faz necessário a habilitação profissional do público de atuação como responsáveis, em relação
ao exercício das atividades cotidianas.

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Caso o mesmo seja realizado por voluntariado sem habilitação, será necessário um profissional
habilitado para fornecer suporte e ser o responsável pelas ações, além de fornecer treinamento e
capacitação.

Assim a instituição deverá promover periodicamente treinamento e capacitação de mão de obra


e sua atualização, bem como montar código de ética para ação profissional, criando assim a
formalidade legal ao processo.

6.4 Atualização
A atualização profissional deverá ser anual, e compreende :

- participação de congressos e seminários,


- educação continuada,
- desenvolvimento de estudos e pesquisas,
- apresentação de trabalhos técnicos ou científicos,
- organização de eventos,
- debates e exposições,

Essas atividades complementam sua legalidade de atualização profissional, cuja atividade deverá
estar sempre ligada aos objetivos da instituição e não de forma isolada e individual do
profissional.

A atualização profissional deverá ter o enfoque do Terceiro Setor, pois a forma de atuação e
demais procedimentos, tem características diferenciadas da atualização profissional
convencional, pois há ingredientes específicos.

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7 – Aspecto contábil
7.1 – Definição de Receita
Quando do início das atividades da montagem de ano de contas, o primeiro item a ser analisado,
é, quanto ao tipo de receitas previstas no estatuto da instituição, pois segundo do Código Civil,
Lei Federal nº 10.406/02 há necessidade da definição da fonte de receitas; vide abaixo:

Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:


--------------------
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
Assim, há necessidade da formalidade do tipo de receita de uma instituição, que poderá ter várias
fontes como:

– Anuidades
- Rendas resultantes da prestação de serviços;
–Contribuições de pessoas físicas ou jurídicas,
- Dotações ou subvenções eventuais, diretamente da União, dos Estados e Municípios,
ou através de Órgãos Públicos da administração direta ou indireta;
– Auxílios, contribuições e subvenções de entidades públicas privadas, nacionais ou
estrangeiras;
- Doações ou legados;
– Produto de operações de crédito, internas ou externas,
– Rendimentos de próprios ou de terceiros dos imóveis;
– Rendas em seu favor constituídas por terceiros;
– Rendimentos decorrentes de títulos, ações ou papéis
financeiros de sua propriedade;
- Juros bancários, aplicações financeiras e outras receitas de capital;
– Patrocínios;
– Direitos autorais;
– Resultado de comercialização de produtos próprio ou de terceiros;
– Captação de renúncia e incentivos fiscais;
– Resultado em quotas de participações;
– Resultado de bilheterias de eventos;
– Captação de recursos estrangeiros;
– Resultado de campanhas, sorteios, leilões, bingos e concursos,
- Taxa de administração e de gestão,
- Resultado de comercialização de produtos próprios ou de terceiros,
- Resultado de venda de materiais promocionais.

Assim a forma da receita, vai nortear a forma de compor o plano de contas da mesma, que
deverá observar itens importantes como:

No caso de um hospital:

- Receita de prestação de serviço

O mesmo poderá ser desmembrado da seguinte forma:

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- Receita Institucional,
atendimento ás associações e fundações

- Receita Privado,
plano de saúde privado

- Receita SUS,
atendimento do SUS

- Receita Prefeituras,
atendimento, junto as Prefeituras

- Receita Particular
atendimento , de não portadores de plano de saúde

Se faz necessário detalhar a forma de receita, no sentido de atender a questão legal, para lançar
no balanço social, para assegurar imunidade e isenção tributária, bem como, para servir de base
para a produção de mapas de estatística.

7.2 - Plano de contas


O plano de contas ou centro de despesas, deverá ser baseado nas atividades a serem realizadas
pela instituição para montagem do plano de contas, criando inclusive código de identificação,
para que o mesmo seja utilizado na área operacional, identificando as notas das despesas,
quando da ordem de compra e do encaminhamento para lançamento contábil.

Assim, novamente o plano de contas deverá estar baseado no estatuto, agora sobre o capitulo
dos objetivos, definindo as atividades dentro do planejamento estratégico de uma instituição, o
qual poderá ser modificado anualmente conforme o plano anual de trabalho.

A cada atividade da instituição, poderá ser criado um código numérico, para definir a
identificação das contas o qual norteará as atividades como:

- ordem de compra de produtos e serviços,


- expedição dos ofícios,
- identificação nas cópias dos cheques de pagamentos,
- quando do recebimento das notas fiscais,
- análise da avaliação dos custos,
- fechamento de prestação de contas.

A definição desta identificação é de responsabilidade do administrador, que norteado pela


decisão da assembléia geral ordinária do plano e trabalho, deve estabelecer seus códigos e sua
identificação, servindo como base de referência para todas as ações, até a conclusão das
mesmas.

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7.3 - Centro de custo
Cada atividade deverá ter seu centro de custo, desde o início das mesmas dentro do
planejamento financeiro, quando da aprovação do plano de trabalho junto à assembléia geral
ordinária, para acompanhamento e alocação de recursos.

Assim, podemos monitorar o quadro financeiro da instituição e suas necessidades, definir a


capacidade de investimentos a serem realizados, bem como ser referencial para novas atividades,
com apresentação de custo por atividades, permitindo assim, a montagem de planilhas de custo.

Com a montagem do centro de custo, podemos aperfeiçoar a questão dos orçamentos futuros,
bem como detectar as falhas nos planos financeiros.

7.4 - Balanço financeiro


A elaboração do balanço financeiro segue as normas de contabilidade, com lançamento das
receitas e despesas e com a apresentação dos seus resultados;tal balanço será consolidado num
documento único, independente dos custos das atividades, respeitando-se as diretrizes do plano
de contas aprovado no início do exercício.

O fechamento do balanço financeiro coincide com o exercício do ano fiscal,sendo encerrado a


cada dia 31/12 de cada ano.

Importante observar, as notas explicativas que deverão conter em seus relatórios anexos, como
documento complementar ao balanço financeiro.

Outro detalhe importante na análise do balanço são os espaços reservados para as


assinaturas necessárias, tais como:

- assinatura do presidente da instituição,


- assinatura do responsável pelo conselho fiscal da instituição,
- assinatura do contador responsável.

É comum, se observar à existência de apenas duas assinaturas nos balanços, em vez de três
assinaturas, o que demonstra, falta de conhecimento do processo institucional, ignorando- se o
conselho fiscal.

7.5 - Balanço patrimonial


O balanço patrimonial deverá ser independente, quando da existência de patrimônio adquirido
com recursos públicos, comodatos ou quando da doação específica.

Nesses casos, o patrimônio não sendo próprio, não pode ser incluído no balanço financeiro, e,
incorporado como bem próprio, pois a legislação determina que o mesmo seja destinado à
instituição similar, sendo assim obrigatório separá-lo do balanço.

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Quando não existe patrimônio com estas condições, não há necessidade da elaboração do
balanço patrimonial independente, basta apenas fazer uma nota explicativa no balanço
financeiro, sobre a não existência de patrimônio nessas condições.

Quando da existência de patrimônio nessas condições, deverá ser mencionado o valor de face do
mesmo, e sua depreciação, poderá vir a ser considerado, como depreciação de patrimônio de
terceiro.

Quando totalmente depreciado, ou quando se apresenta em situação sem condições de uso,


para se dar baixa no balanço, o mesmo deverá ser notificado ao cedente, ou a quem tenha sido
destinado o patrimônio, para se dar à devida baixa, ou ainda, junto à Promotoria Pública.

Não pode o mesmo desaparecer da contabilidade, devendo constar de forma legal, os


procedimentos para sua baixa.

No Decreto Federal 2.536/98, artigo 4º, inciso I, há menção bem clara da necessidade da
elaboração do balanço patrimonial independente da movimentação financeira, portanto uma
exigência legal.

Na Lei Federal nº 9.790/99, sobre as OSCIP, no seu artigo 5º, inciso III, também se faz presente, a
exigência da apresentação do balanço patrimonial, além da demonstração do resultado exercício.

7.6 - Balanço social e ambiental


No balanço social, independente da Resolução nº 1.003/04 do CFC – Conselho Federal de
Contabilidade, para as instituições já havia sua obrigatoriedade, com base na resolução do CNAS,
para assegurar a imunidade e isenção dos tributos, conforme abaixo:

DECRETO No 2.536, DE 6 DE ABRIL DE 1998


------
Art. 3o - Faz jus ao Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos a entidade beneficente
de assistência social que demonstre, nos três anos imediatamente anteriores ao
requerimento, cumulativamente:
----------
VI - aplicar anualmente, em gratuidade, pelo menos vinte por cento da receita bruta
proveniente da venda de serviços, acrescida da receita decorrente de aplicações
financeira, de locação de bens, de venda de bens não integrantes do ativo imobilizado e
de doações particulares, cujo montante nunca será inferior à isenção de contribuições
sociais usufruída;
--------
Art. 4o - Para fins do cumprimento do disposto neste Decreto, a pessoa jurídica deverá
apresentar ao CNAS, além do relatório de execução de plano de trabalho aprovado,
pelo menos, as seguintes demonstrações contábeis e financeiras, relativas aos três
últimos exercícios:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração do resultado do exercício;
III - demonstração de mutação do patrimônio;
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IV - demonstração das origem e aplicações de recursos;
V - notas explicativas.

Portanto antes mesmo da exigência do balanço social e ambiental da resolução do CFC, havia a
existência da demonstração da aplicação de recursos, que tratava do balanço social.

Com a resolução, foi criada a norma NBC T 15, colocando parâmetros de avaliação social e
ambiental, portanto, inserindo o aspecto ambiental na contabilidade, para sua neutralização,
contingenciamento e compensação.

7.7 - Conselho fiscal


O papel do conselho fiscal consiste na fiscalização dos recursos e das atividades da instituição,
conforme determinado, quando do registro da instituição junto ao cartório de registro de
documentos.

Ao seu papel dentro da contabilidade, compete, portanto, a análise do balanço e seu manifesto
,em forma de parecer, antes do encaminhamento para assembléia ordinária, para sua aprovação;
assim o ritual compreende :

- após o recebimento do documento pelo conselho de administração, o mesmo deverá


convocar uma reunião específica para análise dos documentos,

- caso dentro dos membros do conselho fiscal, não haja profissional habilitado para
análise e parecer, a recomendação consiste na nomeação de um profissional para
expedir um parecer,

- baseado no parecer desse profissional habilitado, o conselho fiscal poderá elaborar


uma ata de aprovação dos documentos contábeis, remetendo a mesma para
assembléia geral, para sua discussão e aprovação.

Assim o conselho fiscal poderá realizar suas ponderações, recomendações ou ainda recusar a
aprovação dos documentos contábeis, caso encontre problemas, ou ainda, solicitar informações
complementares para elucidar pontos de dúvidas.

Esse procedimento, na grande maiorias das instituições, não é realizado, nem sequer existindo a
assinatura do membro do conselho fiscal, o que demonstra total falta de respeito aos
procedimentos, e, comprova a manipulação dos dados, podendo ocorrer à invalidação dos
documentos que formalizam os balanços.

No caso das instituições com qualificação como OSCIP, a Lei Federal nº 9.790/99, complementa:

Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se como
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas
interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham
sobre:
----------
III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência
para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as

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operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos
superiores da entidade;

Assim a exigência da competência do conselho fiscal é bem claro em todos os aspectos, quanto a
sua função no que se refere ao aspecto contábil.

7.8 - Auditoria
Quando abordamos a questão das auditorias, o mesmo passa a ter uma linguagem diferente, e
muitos, não respeitam as exigências colocadas como:

RESOLUÇÂO CNAS nº 47/2007


I - Será exigida auditoria por auditores independentes registrados na Comissão de
Valores Mobiliários - CVM, quando a receita bruta auferida pela entidade for superior a
R$ 4.638.675,08 (quatro milhões, seiscentos e trinta e oito mil, seiscentos e setenta e
cinco reais e oito centavos);

II - Será exigida auditoria por auditores legalmente habilitados no Conselho Regional de


Contabilidade, quando a receita bruta auferida pela entidade for superior a R$
2.319.337,54 (dois milhões, trezentos e dezenove mil, trezentos e trinta e sete reais e
cinqüenta e quatro centavos) e inferior a R$ 4.638.675,08 (quatro milhões, seiscentos e
trinta e oito mil, seiscentos e setenta e cinco reais e oito centavos);

III - Estão desobrigadas da auditagem as entidades que tenham auferido receita bruta
igual ou inferior a R$ 2.319.337,53 (dois milhões, trezentos e dezenove mil, trezentos e
trinta e sete reais e cinqüenta e três centavos)

Essa resolução se refere ao exercício do ano de 2006, assim anualmente o CNAS, define os
valores, para os quais são obrigados a auditagem externa, portanto, acompanhando as
resoluções.

No caso das instituições com a titulação de OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público, o mesmo tem uma exigência específica, determinada no Decreto Federal nº 3.100/99,
quando do termo de parceria, conforme abaixo:

Art. 19. A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público deverá realizar


auditoria independente da aplicação dos recursos objeto do Termo de Parceria, de
acordo com a alínea "c", inciso VII, do art. 4o da Lei no 9.790, de 1999, nos casos em que
o montante de recursos for maior ou igual a R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais).

Sendo as auditorias, uma ferramenta necessária, quando da montagem do plano anual de


trabalho, e o mesmo detectando que o valor da sua movimentação atinja os valores acima
mencionados, deverão buscar a contratação da auditoria externa, desde o inicio do exercício,
para que o mesmo possa orientar e atuar em conjunto com a contabilidade, para não acarretar
custos mais elevados, como problemas de interpretação e dúvidas em relação aos balanços.

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7.9 - Aprovação
Para considerar aprovado o balanço de uma instituição do Terceiro Setor, dentro da formalidade
legal, há necessidade de se observar um conjunto de documentos como:

- balanço financeiro,
- balanço patrimonial,
- balanço social e ambiental,
- relatório de atividades sociais,
- ata da reunião do conselho fiscal, com parecer em relação aos balanços,
- edital da convocação da assembléia geral ordinária,
- ata da assembléia geral ordinária com aprovação dos documentos,
- parecer do auditor externo, conforme exigência legal.

Esse conjunto de documentos demonstra a conformidade da aprovação, do aspecto contábil de


uma instituição do Terceiro Setor.

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8 – Aspecto econômico
8.1 - Viabilidade econômica
A grande maioria das instituições do Terceiro Setor, que apresentam problemas econômicos na
sua sustentabilidade, tem como causas freqüentes, a ausência de planejamento e a falta de
definição de planos de trabalho, o que denota, uma consequência da falta de conceituação das
suas atividades.

Portanto, o aspecto econômico, passa a ser uma consequência e não a causa de problemas de
gestão de uma instituição salvo raras exceções.

A ausência de uma plano de trabalho anual e a falta de definição de metas, levam as instituições,
a dificuldades financeiras e problemas de continuidade das ações.

Outro fator que leva a falta de recursos para uma instituição é a falta da definição das estratégias
de interface com demais instituições e o trabalho individual, pois quando da formação de uma
rede de atuação os problemas serão minimizados pelas interfaces do sistema criado.

8.2 – Custo
A definição de custo fixo, custo operacional, custo administrativo, etc, é outra consequência da
falta de planejamento, que acarretará na questão da continuidade das ações.

A planilha de custo será o documento básico, para elaborar um plano de viabilidade econômica
das ações de uma instituição do Terceiro Setor, onde devemos considerar várias opções de custo.

8.3 – Receitas
As receitas, independente da sua previsão estatutária, deverá definir por tipo de atividades, qual
a origem de receita para assegurar a continuidade do processo.

A receita de uma atividade não deverá cobrir a deficiência da outra, assim o plano de contas e o
centro de custo, poderão apresentar essas falhas e definir formas alternativas de correção e
avaliação

Assim para cada atividade deverá prever formas complementares de captação de recursos, para
não depender de uma única fonte, para cada atividade, criando assim um planejamento
integrado.

Recomendamos, dentro de um planejamento, a adoção de programas específicos de captação de


receitas complementares de reserva, frente às indecisões e problemas de gestão das receitas e
problemas dos eventuais.

8.4 – Patrimônios
Temos normalmente uma tendência ou idéia, de que através dos patrimônios podemos realizar
as ações, ou ,condicionamos ao patrimônio a consecução de uma atividade.
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Hoje num mundo virtual, o patrimônio passa a ser um ônus, logo, não recomendamos a aquisição
de patrimônios com alocação de recursos próprios.

Podemos buscar soluções dentro da visão do Terceiro Setor como:

- solicitar uso das instalações ociosas,


- solicitar uso das instalações com pendência judicial,
- solicitar uso das instalações do setor governamental ou autarquias,
- solicitar doações,
- solicitar o uso por sistema de comodato,
- solicitar o uso em forma de participação em quota parte,
- locação simples.

São modalidades alternativas possíveis para o Terceiro Setor e incomum para os demais
segmentos.

Podemos assim, usufruir os patrimônios existentes, sem alocação de recursos para aquisição.

8.5 - Prestação de conta


A prestação de conta apresenta uma série de variáveis como:

Convênios públicos
Quando, dos convênios com órgãos públicos, há uma exigência específica de prestação de
contas, em conformidade com a origem, inclusive com formulários de prestação de conta
especifica.

Patrocínios
Quanto ,ao patrocínio para uma atividade, mesmo que a doação seja em forma de
materiais, o mesmo deverá apresentar uma prestação de contas resumida, para
demonstrar a transparência do processo.

Termo de parceria
Quanto ao termo de parceria, há necessidade da demonstração em contra partida, para
assegurar a parceria, com demonstração contábil e planilhas de custos para avaliação e
análise.

Formalidade legal
A prestação de conta dentro da formalidade consiste em respeitar a norma brasileira de
contabilidade e suas resoluções.

8.6 - Fundos
A constituição dos fundos, dentro do aspecto contábil e econômico, tem os seguintes objetivos:

Fundo de reserva

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Reserva de recursos para situações emergenciais, para custeio da sua manutenção,
constituído de um percentual da receita bruta, o qual deverá ser aplicado junto à agente
financeiro.

Fundo do Trabalhador
Quando da existência de trabalhadores registrados em regime de CLT ou contratação de
prestação de serviço, sobre o valor da folha de pagamento, deverá ser provisionado o
equivalente ao pagamento do 13º salário, férias proporcional, adicionais e multa sobre
rescisão trabalhista.

Fundo de Investimento
O valor deverá ser diluído entre as várias receitas, como base de provisionamento, da
depreciação de equipamentos e materiais, com objetivo de custear manutenção e
eventual substituição do mesmo.

Fundo de Compensação
Consiste no provisionamento dos recursos para complementar às ações sociais e
ambientais, que eventualmente no exercício, não consigam atender as obrigações legais,
em função do calendário, realizando assim o provisionamento para o exercício seguinte.

Para cada tipo de atividade, poderá ser constituído fundo específico, devendo ser regulamentado
através de normas e diretrizes para tal.

A existência desses fundos permite maior flexibilidade na gestão econômica da instituição, bem
como assegura regularidade no desenvolvimento das atividades.

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9 – Estrutura de gestão
9.1 - Organograma
Organograma, nada mais é, do que transferir em forma de diagrama, toda sua organização do
aspecto administrativo e operacional, para saber qual a função de cada membro dentro de uma
organização.

A estrutura do organograma de uma instituição demonstra o grau de profissionalização da sua


gestão, pois temos dois tipos de organograma:

Organograma legal
Consiste no organograma que atenda os requisitos legais para registro junto ao cartório
bem como o exercício de uma atividade, em conformidade com as legislações
pertinentes.

Organograma funcional
Consiste, no organograma interno de estrutura, da sua parte executiva interna, com
funções definidas e integradas ao aspecto legal.

9.2 - Conselhos
Como as instituições do Terceiro Setor, são basicamente associativas, a única forma de
demonstrar a participação dos associados, de forma democrática, na gestão de uma instituição é
através dos conselhos, que podem ser classificados em:

Conselhos de exigência legal


São conselhos obrigatórios pelas legislações, como o conselho de administração ou
deliberativo e o conselho fiscal.

Conselhos complementares
São conselhos que complementam as atividades, que tem como objetivo a participação
conjunta, assim como, visa atender as leis complementares das atividades previstas nos
objetivos da instituição.

Exemplo:
Escola Infantil Comunitária
Conselho de administração
Conselho fiscal
Conselho dos professores
Conselho dos pais

Escola Técnica Comunitária


Conselho de administração
Conselho fiscal
Conselho dos professores
Conselho dos alunos
Conselho institucional ( empresas)

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Os textos em azul se referem aos conselhos complementares, permitindo a participação dos
professores, pais, alunos e empresas, pois sendo a escola comunitária e sendo associativa, os
mesmos tem o direito de compor a gestão do grupo.

Ao analisar a legislação de ensino da Lei Federal nº 9.394/96, encontramos o seguinte enunciado


no seu artigo 20:

Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias:


I - particulares em sentido estrito, sendo assim entendidas, as que são instituídas e
mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que não
apresentem as características dos incisos abaixo;
II – comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas
ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de pais, professores e
alunos, que incluam em sua entidade mantenedora representantes da comunidade;
(Redação dada pela Lei nº 11.183, de 2005)
III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas
ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia
específicas e ao disposto no inciso anterior;
IV - filantrópicas, na forma da lei.

Caso o mesmo fosse empresa do Segundo Setor, os professores seriam simples funcionários e os
pais apenas os contratantes, portanto não teria a característica de escola comunitária.

Dessa forma, a estrutura dos conselhos divergem ou apresentam sua complexidade e


características, em função das atividades a serem realizadas e em virtude das legislações
pertinentes.

Na participação como membros dos conselhos, os mesmos, não tem direito à remuneração, por
sua participação ou cargo nos conselhos, pois caso venha a ser remunerado o mesmo perde o
direito da imunidade e isenção dos tributos, conforme artigo 3º, inciso VIII do Decreto Federal nº
2.536/98, conforme texto abaixo:

Art. 3º Faz jus ao Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos a entidade beneficente


de assistência social que demonstre, nos três anos imediatamente anteriores ao
requerimento, cumulativamente:
--------------
VIII - não perceberem seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores, benfeitores ou
equivalentes remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por
qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes
sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos;

A simulação, do exemplo da escola comunitária apresentada acima, mostra a diferença da


estrutura de gestão entre a escola infantil e a técnica, não apenas para atender as legislações,
mas como ponto estratégico, assim o conselho institucional da escola técnica, consiste na
participação das empresas, pois são os usuários da mão de obra capacitada no curso técnico.

A participação das empresas no processo poderá nortear o tipo de curso, treinamento e


capacitação que o mesmo vier a preparar, para atender a demanda do mercado: sendo assim, a
formação desse conselho não é uma obrigação, mas passa a ser estratégico na sobrevida da
instituição de ensino, sobre o aspecto econômico.
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9.3 - Executiva
Para assegurar a gestão profissional da instituição, além dos conselhos, há necessidade de se
estruturar a parte executiva, contratando-se profissionais para tal função, a qual podemos
denominar de Secretaria Executiva.

Dentro da Secretaria Executiva, deverá se formar um organograma próprio, definindo funções,


tais como, administrativo, recursos humanos, contabilidade, financeiro, etc, conforme volume de
atividades a ser realizada pela instituição.

Para validação da mesma, há necessidade de mencionar no estatuto a existência dessa Secretaria


Executiva, e, definir que a mesma seja remunerada.

Caso os membros dos conselhos venham a participar de cargos na Secretária Executiva a nossa
recomendação consiste em;

- membros do conselho fiscal não deverão assumir o papel do principal executivo,


apesar de não previsto na legislação, pois o mesmo estaria fiscalizando suas ações;
sendo assim recomendamos a criação de normas para tal procedimento.

- os membros dos demais conselhos poderão ocupar o cargo executivo, mas nesses
casos, recomendamos que o mesmo solicite licença do seu cargo de conselheiro, bem
como se abstenha nas eventuais votações de temas administrativos.

Essa situação poderá ser regulamentada nas normas internas administrativas e operacionais da
instituição.

9.4 - Departamentos
Além da estrutura da Secretária Executiva, podemos criar os núcleos de trabalhos independentes,
denominados de departamentos, cuja função consiste em realizar as atividades com autonomia
administrativa e financeira, funcionando dentro de um parâmetro pré definido das suas funções,
quando da constituição.

Pegando o exemplo da Escola Infantil Comunitária, podemos ter como departamento:

Departamento Pedagógico
Trata apenas da questão pedagógica, em relação à análise da grade curricular, qualidade
dos professores, orientação aos pais, etc, cuja função apresenta características
especificas e técnicas.

Departamento Cultural
Desenvolvimento de atividade cultural, a qual deverá atuar em conjunto com o
Departamento Pedagógico, mas com liberdade e ação.

Departamento de Assistência Social

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Por ser uma escola comunitária, e tendo a participação dos pais da comunidade, deve-se
conceder bolsas de estudo e demais ações de apoio social, o cabendo ao departamento,
coordenar essas ações.

Essas atividades são operacionais, para funcionamento da instituição, assim as atividades das
mesmas, deverão ser regulamentadas em normas internas.

9.5 – Mantidas
As mantidas são personalidades jurídicas independentes da instituição principal, com a finalidade
de proporcionar desenvolvimento de atividades complementares, para consecução dos objetivos
previsto no estatuto.

Tomando o exemplo da escola comunitária, podemos constituir uma outra pessoa jurídica, em
forma de mantida da principal, para gestão de recursos financeiros em forma de uma associação
de crédito.

Dessa forma ,a instituição de ensino fica apenas para ministrar aulas e desenvolver atividade
culturais, e a organização financeira, poderá ser realizada com atividades complementares.

Atividades de crédito paralelo poderá realizar ações como:

- sistema de crédito solidário – micro crédito,


- financiamento educacional solidário,
- programa de geração de emprego e renda com os pais e professores,
- formação de empresas comunitárias,
- sistema de crédito ao trabalhador,
- demais produtos de crédito.

São ações complementares, cujo resultado, deverá ser encaminhado para manutenção da escola
comunitária, assim quanto maior for o resultado da mantida, menor será o custo da escola para
os pais.

Esta separação deverá ser realizada para não contaminar a contabilidade da escola, com outro
CNPJ, justificando assim a questão da mantida.

Nessa personalidade jurídica, há necessidade de se condicionar, que os resultados das linhas de


créditos serão destinados à educação, e que o mesmo,será coordenado pela instituição de
ensino, cujos membros do conselho fiscal, devem ser da instituição educacional, mantendo
assim a linha de vínculo com a mantida e a mantenedora.

9.6 - Controles administrativo e operacional


Para desenvolver o controle administrativo e operacional, há necessidade de estrutura, normas,
definir os organogramas, mas, os principais controles necessários são:

- recebimento de correspondências e seu encaminhamento,


- recebimento de correio eletrônico e seu encaminhamento,
- sistema de arquivamento de documentos,

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- sistema de controle de ofícios,
- sistema de autorização de pagamentos,
- sistema de documentação operacional das atividades,
- controle da gestão financeira,
- sistema de monitoração das atividades sociais e ambientais,
- sistema de compra de produtos e serviços,
- organização da documentação técnica.

Essas são as principais preocupações nos controles, variando de atividade para atividade, que
deverão atender suas exigências complementares.

Através desse controle, podemos estabelecer formas de produzir relatórios e mapas de avaliação
e acompanhamento da evolução das atividades.

9.7 - Normas
Para estabelecer os controles, definir as formas de se distribuir as atribuições e
responsabilidades, devem ser criadas normas tais como:

Norma Administrativa
- norma de admissão, exclusão, demissão e penalidade de associado,
- norma do processo eletivo,
- norma das categorias de associado,
- norma de condução das assembléias,
- norma da comissão,
- demais normas.

Norma Operacional,
- norma de compra de produtos e serviços,
- norma de controle administrativo,
- norma do plano de contas,
- norma de controle financeiro,
- norma das atividades,
- demais normas.

Forma se assim, uma série de regulamentos internos, cujo documento passa a ser integrante do
documento principal da instituição, podendo ser chamado de regimento interno.

As normas deverão ser revisadas anualmente, em função das alterações das legislações
pertinentes às atividades, ao qual se obriga muitas vezes, a realizar suas adequações e
complementos.

9.8 - Código de ética


Além das normas, há questões de ética e moral, que deverão ser priorizadas como instrumento
orientador do processo, criando se um código de ética, da instituição e do exercício profissional.

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No código de ética profissional, e em todas as categorias reconhecidas legalmente,já há um
código de ética pré definido, portanto, basta reconhecer o mesmo, sem a necessidade de alterá-
lo.

Quanto ao código de ética da instituição, o mesmo deverá ser estabelecido, com base nas
recomendações dos conceitos iniciais da instituição, quando da sua constituição, criando
parâmetros de atuação e conduta.

Existem outros códigos, conforme atuação da instituição, baseada nos conceitos e nas filosofias
dos seus membros participantes, como no caso das igrejas, linha humanista, culturais, clubes de
serviços, etc, que criam outros tipos de procedimentos para condução das atividades.

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10– Interfaces
10.1 - Setor público
A interface, com o setor público é obrigatória desde o momento do seu registro e autorização de
funcionamento, mas a parte mais importante consiste no desenvolvimento da sua atividade fim.

Quando foi concedido o seu alvará de funcionário, e o registro junto a Receita Federal, com
inscrição como pessoa jurídica, automaticamente passa a compor o cadastro nacional, assim os
compromissos passam a existir, não mais apenas como um número, mas espera-se uma ação
condizente com seus objetivos.

Por outro lado, como a sua sede se instala num município, há necessidade de compor no seu
respectivo conselho municipal, para participar da sua função em base nos objetivos descrito no
estatuto, para cumprir a sua função social.

Caso as ações das instituições sejam realizadas de forma independente, sem compor ou
participar do respectivo conselho municipal, pode ser acusada de anarquizar a sociedade civil, e,
atuar de forma a buscar beneficio próprio, não atuando de forma coletiva, e desviando sua
finalidade.

As instituições do terceiro setor tem como principio, a ferramenta de interlocução da sociedade


civil com o setor público ,na sua complementação das obrigações do estado.

Portanto não podemos confundir os ideais que norteiam o terceiro setor com as empresas do
segundo setor.

10.2 - Setor empresarial


A interface com o setor empresarial se faz necessária, não apenas na busca de recursos ou nas
ações sociais e ambientais de uma empresa, mas deverá ser vista e analisada, como aspecto
estratégico da empresa, na busca de melhoria da qualidade de vida da comunidade onde atua,e
também como ferramenta de atuação com seus funcionários.

Assim, os gestores das empresas, como das instituições, deverão compor os grupos de trabalho,
buscando uma melhoria contínua, como previsto quando da composição dos conselhos
municipais, onde as empresas se fazem representar através das suas instituições de classe.

Os gestores das instituições, também deverão buscar uma forma de auxiliar o setor empresarial,
na sua busca de redução de custo e competitividade, apresentando maneiras de se atuar em
conjunto.

A saúde da empresa reflete no aspecto econômico da comunidade e dos problemas sociais, logo,
se faz necessário, e é de extrema importância que as empresas do seu município tenham
competitividade.

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A chamada terceirização social ,ou desenvolver as atividades da empresa através das instituições
do terceiro setor, proporciona redução de custo e atende os requisitos da norma de
responsabilidade social e ambiental para sua certificação.

Portanto, deverá se buscar uma linguagem comum entre as partes, pois o equilíbrio desta
linguagem proporciona a redução da desigualdade social e econômica.

Exemplo de terceirização social:


Manutenção de jardim:
Poderá ser realizada, através de uma associação de bairro ou instituições de deficientes
físicos, podendo produzir o plantio de plantas nativas, bem como realizar a manutenção;
com esse serviço se promove:

- produção de mudas nativas – reduz o passivo ambiental da empresa,


- menor custo – pois a instituição tem imunidade tributária,
- não há responsabilidade solidária da eventual sonegação tributária – pois a instituição
sendo imune, não existe esse risco,
- inserção no balanço social e ambiental – as despesas referentes à manutenção poderão
ser contabilizadas como ação social e ambiental,
- renúncia fiscal – o pagamento efetuado para instituições poderá ser dedutível do lucro
operacional como renúncia fiscal.

Através de contratação de uma instituição do terceiro setor para manutenção do jardim, o


mesmo gera emprego e renda na comunidade ao invés de beneficiar intermediários que atuam
nos entreposto como CEASAs.

Dessa forma o mesmo poderá atuar nas áreas como:

- refeitório,
- produção e manutenção de uniformes,
- limpezas em geral,
- medicina do trabalho,
- sistema de informação,
- produção de informativos,
- gestão de resíduos,
- treinamento, capacitação de mão de obra,
- gestão de recursos de antecipação de 13º salário e férias proporcional,
- gestão de programas de benefícios para os funcionários,
- sistema de crédito alternativo para funcionários,
- demais atividades conforme segmento da empresa.

Assim a interface da empresa com o terceiro setor, poderá proporcionar um sistema de ganho x
ganho, estreitando a relação da empresa com a comunidade, na busca de parceria.

10.3 - Com a comunidade


As ações sociais, nunca deverão ser propostas, sem que haja uma consulta prévia com a
comunidade a ser beneficiada, pois a mesma, tem conhecimento da sua realidade e

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necessidades, as quais deveriam estar expressas,nas suas representações perante as associações
de bairro.

No entanto o que ocorre é inverso, pois as representações das associações de bairro não tem
desenvolvido seu papel fundamental, em discutir a situação junto à comunidade local, e, tem sido
apenas um trampolim político.

Assim, para não se criar conflito ao processo, as ações do terceiro setor, deverão inicialmente
respeitar os conselhos municipais, nos quais as associações têm presença obrigatória, propondo
uma linha de atuação, que se obrigue a levar a discussão na comunidade local.

Com base nesse depoimento e processo, as instituições poderão escolher a forma de atuação;
infelizmente esse processo é necessário, para assegurar a fidelização da proposta, para
contemplar a real necessidade e a interface, sendo de forma dinâmica e democrática, sem
direcionamento das ações.

Dessa forma, as ações de interface com a comunidade, requerem uma linha de diálogo com as
lideranças e a base, no sentido de assegurar a transparência do processo, passando a ser uma
ferramenta de trabalho diferenciada; assim, caso haja plano de monopolização, no decorrer das
atividades, surgem novas lideranças, iniciando se um novo processo de visão social.

Cumprindo assim o papel do Terceiro Setor como ferramenta de promoção do desenvolvimento


econômico e social.

10.4 - Com academia


A interface com a academia tem sido obrigado pela legislação federal, no mecanismo de
avaliação, conforme abaixo:

LEI Nº 9.394/96
-----------------------------
Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
-------------------------
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e,
desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;

IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos


que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino,
de publicações ou de outras formas de comunicação;
----------------
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular
os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e
estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;

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VI - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão
das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica
e tecnológica geradas na instituição.

o
LEI N 10.861, DE 14 DE ABRIL DE 2004.
-------------------
o
Art. 2 O SINAES, ao promover a avaliação de instituições, de cursos e de
desempenho dos estudantes, deverá assegurar:
I – avaliação institucional, interna e externa, contemplando a análise global e
integrada das dimensões, estruturas, relações, compromisso social, atividades,
finalidades e responsabilidades sociais das instituições de educação superior e de
seus cursos;
------------------
IV – a participação do corpo discente, docente e técnico-administrativo das
instituições de educação superior, e da sociedade civil, por meio de suas
representações.
o
Art. 3 A avaliação das instituições de educação superior terá por objetivo
identificar o seu perfil e o significado de sua atuação, por meio de suas atividades,
cursos, programas, projetos e setores, considerando as diferentes dimensões
institucionais, dentre elas obrigatoriamente as seguintes:
-----------
III – a responsabilidade social da instituição, considerada especialmente no que se
refere à sua contribuição em relação à inclusão social, ao desenvolvimento
econômico e social, à defesa do meio ambiente, da memória cultural, da produção
artística e do patrimônio cultural;
IV – a comunicação com a sociedade;
------------
VI – organização e gestão da instituição, especialmente o funcionamento e
representatividade dos colegiados, sua independência e autonomia na relação com
a mantenedora, e a participação dos segmentos da comunidade universitária nos
processos decisórios;
VII – infra-estrutura física, especialmente a de ensino e de pesquisa, biblioteca,
recursos de informação e comunicação;

Dessa forma, as legislações sobre a questão do ensino superior, leva em consideração, a relação
entre a comunidade e a sociedade.

Assim, as instituições do Terceiro Setor poderão, como deverão se aproximar da área acadêmica
para desenvolver estágios, pesquisas e extensão, na busca de troca de informações e de
conhecimentos das partes, criando uma linha de atendimento direto com o meio acadêmico.

Pois o processo proporciona para ambos, academia e comunidade, uma troca de experiência e
apoio profissional,criando uma nova concepção do ensino, observando a inteligência social.

10.5 - Demais instituições


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As instituições do terceiro setor, na consecução dos seus objetivos, tem o costume de atuar de
forma isolada e individual, confundindo a sua atuação, com uma empresa do segundo setor.

As ações das instituições do Terceiro Setor tem como base e fundamento o associativismo,
portanto, há necessidade e troca de convívio, entre as diversas atividades do Terceiro Setor.

Dessa forma, a interface com demais instituições do Terceiro Setor, passa quase a ser obrigatória
na sua interlocução e na formação de rede, pois todas as instituições do Terceiro Setor tem como
objetivo comum à melhoria da qualidade de vida de todos.

Pois, a capacidade de interface e de trabalho em conjunto das instituições, é que proporcionam o


seu grau de sucesso, e, a sua atuação em conjunto proporciona o desenvolvimento econômico e
social, criando uma linha de harmonização e concentração dos recursos e ações.

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11 – Aspecto social
11.1 - Integração com os Conselhos

A atuação das instituições de forma integrada com os conselhos municipais e estaduais é um


fator primordial para o desenvolvimento de uma comunidade de forma justa.

Assim sendo, as atividades das instituições do terceiro setor nos municípios, deverão estar
coerentes, com as necessidades detectadas na administração pública, e nas pesquisas realizadas
de forma direta.

As ações e as atividades das instituições do Terceiro Setor são ferramentas complementares as


política publicas, no sentido de somar os esforços da iniciativa privada com o poder público,
exercendo assim a democracia plena.

11.2 – Profissionalização

A profissionalização das instituições é obrigatória, tanto na sua gestão como nas atividades
exercidas; tanto para respeitar as legislações vigentes, como para criar uma nova concepção do
aspecto social, na busca de soluções e sustentabilidade do processo.

Somente através da profissionalização do processo poderá ocorrer à compreensão do processo


da evolução social, e, não da dependência do assistencialismo, na busca de identidade própria e
auto estima.

Essa forma de atuação é a única para as instituições do Terceiro Setor, pois assim, ficará isento da
questão da tendência partidária, bem como, livre do processo econômico, revelando o processo
social.

Assim, a profissionalização passa a ser um mecanismo de integração dos diversos profissionais,


que de forma voluntária, passam a integrar o processo de promover um desenvolvimento mais
equilibrado, visando a melhoria da qualidade de vida de todos.

11.3 – Conceito
O conceito do aspecto social para instituições do Terceiro Setor, é à base do processo da sua
constituição, mas se faz necessário a sua avaliação periódica, em função do próprio processo de
evolução.

Caso a instituição mantenha seus conceitos iniciais por muito tempo, quando da sua atuação na
comunidade local, podemos entender que a mesma não tenha atuado de forma eficiente para
modificar a sociedade local, portanto podemos concluir que as ações sociais não estão sendo
efetuadas de maneira correta.

Assim, a questão do conceito das instituições passará por um processo de maturação das idéias,
dos objetivos, das atividades e principalmente dos resultados.

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Portanto, a necessidade de rever os conceitos das instituições do Terceiro Setor de forma
periódica é uma necessidade, e ao mesmo tempo, demonstra a maturidade das ações e do
processo de planejamento.

A definição de novos conceitos e a evolução dos mesmos permitem aos participantes do


processo, uma visão mais ampla das suas possibilidades e da avaliação dos seus sonhos e
pretensões, auxiliando a formação de uma visão mais realista e objetiva.

Dessa forma, se organizará e estruturará com mais coerência e realidade, na busca de seus
objetivos, e na definição das estratégias e alianças com o setor privado e público.

11.4 - Avaliação
A avaliação do aspecto social das instituições do Terceiro Setor deverão ser vista das seguintes
formas:

Avaliação institucional
Quanto ao desempenho da instituição na sociedade local.

Avaliação interna
Quanto à evolução e desenvolvimento humano dos associados.

Avaliação externa
Análise da participação externa, e, visão alheia às ações da instituição.

Avaliação estatística
Análise da melhoria dos índices oficiais e estatísticos da comunidade local.

Avaliação patrimonial
Análise da evolução dos patrimônios econômicos e de conhecimento.

Avaliação estratégica
Análise das interfaces estratégicas criadas pelas instituições ao longo das suas ações.

Essas avaliações, as instituições deverão fazer, de forma anual, quando da realização das suas
assembléias ordinárias, para nortear os novos planos de trabalho e o aspecto econômico da sua
gestão.

Somente, através das avaliações, podemos estabelecer uma linha de atuação coerente com a
realidade local, e ter a certeza do caminho trilhado em busca de novas fronteiras.

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12 – Comunicação

12.1 - Conceito de comunicação


Nas instituições do Terceiro Setor, o fator comunicação é importante, pois está lidando com
pessoas de vários níveis profissionais e de conhecimentos diversos, obrigados a criar um linha de
comunicação sem contaminação.

Levar a informação sem tendências e pretensões, de forma imparcial e com objetividade, torna a
matéria um desafio, pois influencia, de forma direta na obtenção de fotos e na maneira de
elaborar o texto.

As imagens a serem utilizadas, deverão estar isentas de propagandas ou promoções pessoais,


assim como os textos, deverão estar refletindo um conceito, nunca uma proposição ou
afirmação.

O profissional responsável pela comunicação deverá obter uma visão social, sem demagogia e
sem preconceito, devendo retratar a real imagem da situação e a expressão de esperança.

12.2 - Formas de elaboração dos documentos

A elaboração do documento de comunicação, sua diagramação, material a ser usado, formatação


ou impressão também influência, quando o assunto é terceiro setor, pois prevacele a questão
social e ambiental.

Mesmo quando o meio usado for eletrônico, como as páginas da Internet, há que se ter, um
cuidado especial para transmitir a real expressão, e, não fazer a abordagem de forma
sensacionalista.

A estrutura do documento deverá conduzir o usuário a um processo de reflexão e ser motivador,


dentro dos conceitos estabelecidos pela instituição, criando assim uma corrente de ações sociais.

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13 – Itens de um estatuto
13.1 – Introdução

Nesse capítulo, trataremos de forma resumida os itens necessários para uma estrutura mínima,
de um estatuto coerente com as legislações pertinentes às atividades desejadas.

Como a estrutura de um estatuto depende da atividade a ser proposta, vamos fazer uma
abordagem de forma genérica, sobre os pontos mais importantes do documento.

13.2 - Capítulos

Apresentamos os pontos mais importantes da estrutura de um estatuto, e vamos efetuar alguns


comentários de orientação.

Base de um estatuto:

Capitulo I Da denominação, duração, fins, natureza e sede

A denominação, nome da instituição, deverá ser completa, podendo adotar siglas ou


nome fantasia, devendo o mesmo constar no estatuto.

Quanto à duração da instituição poderá ser por tempo determinado ou indeterminado,


conforme sua proposta.

Quanto aos fins ou objetivo da instituição, os mesmos deverão ser diretos, mencionando
as atividades a serem realizadas, pois com base nessas atividades, é que devemos
estruturar os conselhos complementares, bem como deverão nortear os registros
necessários.

Quanto à natureza, o mesmo deverá ser definido quanto a sua forma de constituição de
direito privado ou público, inclusive com informações referentes à forma de atuação e
operacionalidade, como possibilidade de atuar em forma de filial, licenciamento, posto
de atendimento, etc.

No caso da sede, deverá mencionar o endereço completo, para sua identificação com
informação do CEP – Código e Endereçamento Postal, bairro, município e estado,
devendo observar que se tratando de pessoa jurídica ,o endereço deverá estar
compatível com a lei municipal de zoneamento, para obter o alvará de funcionamento.

Capitulo II Dos associados

O quadro de associados definirá as categorias existentes na instituição, devendo o


mesmo ser descrito, demonstrando, qual a finalidade ou condição de estar enquadrado
naquela categoria.

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A definição da categoria de associados permite a definição dos membros quando do
processo eletivo, bem como os direitos e as atividades, formando assim uma hierarquia
no quadro de associados, podendo ainda, criar restrições às ações e participações por
categoria de associado.

Alguns tipos de categorias:

- associado fundador,
- associado mantenedor,
- associado efetivo,
- associado contribuinte,
- associado profissional,
- associado institucional,
- associado patrocinador,
- associado voluntariado,
- associado benemérito,
- associado honorário.

A definição do tipo de categoria necessária depende de fatores como:

- tipo de atividade,
- questão legal,
- questão estratégica,
- questão de gestão da instituição.

A decisão das categorias de associados a serem adotadas por uma instituição,


dependente da decisão do grupo, devendo se observar à questão legal.

Capitulo III Da admissão, suspensão, exclusão e demissão.

Neste capitulo, vamos abordar a forma de acesso do associado, sua forma de


participação e restrições ao processo de gestão da instituição.

Quanto à forma de admissão, deverão ser observados os requisitos da sua formalização


do pedido de inscrição, aprovação ou não, categoria a ser classificada e sua numeração.

Como penalidades, devemos observar a possibilidade de notificação, suspensão e


exclusão do associado, devendo se definir no estatuto as formas possíveis e em quais
condições.

Quando da exclusão, o código civil prevê que o ato seja referendado numa assembléia
extraordinária, com direito a ampla defesa.

O estatuto deverá também prever, a forma de demissão possível do associado, por livre e
espontânea vontade, ou por questões legais, inclusive seu retorno.

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Também poderá ser definido quando do falecimento do titular, as condições dos seus
direitos, quando da participação nas quotas de participação ou de eventuais
empréstimos.

Capitulo IV Do direito e deveres do associado

Definir as condições dos direitos e deveres dos associados podendo descrever as por
categoria de associado, ou de forma geral.

Pode se inclusive, estabelecer formas de atividades que os associados possam realizar,


independente do processo administrativo, para organizar grupos de trabalhos para
voluntariado, confraternização, estudos, pesquisas e reuniões de análise ambiental e
econômica, permitindo um desdobramento e fortalecimento do sistema associativo.

Capitulo V Da estrutura administrativa

Nesse capitulo, se define a estrutura administrativa da instituição com base nos seus
objetivos, e, nas legislações pertinentes às categorias profissionais.

Além, das estruturas exigidas pela legislação de registros de títulos e documentos, como
estrutura mínima que consiste em:

- assembléia geral ordinária ou extraordinária,


- conselho de administração ou deliberativo,
- conselho fiscal.

Se faz necessário, observar as atividades e as complementar com seus conselhos, pois se


tratando de uma associação, não basta ter a administração, mas é preciso que se
promova, a participação de todos.

Quando do registro da instituição em seus conselhos profissionais, haverá exigência da


participação dos responsáveis técnicos, os quais poderão ser contratados, mas por se
tratar de uma associação os mesmos deverão estar associados e participarem das
decisões, em forma de conselho complementar.

Capitulo VI Das assembléias

A assembléia é o órgão máximo de deliberação e de decisão, sendo constituída através


da participação dos associados, podendo a mesma ser geral ordinária, e, extraordinária
ou parcial.

Para efeito legal, deverá definir o período de realização da assembléia geral ordinária,
pois há uma data limite previsto no CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social, como
30/04 de cada ano, para apresentação do seu balanço e relatório de atividades, para que
se possa efetuar sua renovação; portanto, o prazo deverá ser estabelecido em função
dessa data.

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Deverá definir as competências das assembléias ordinárias e extraordinárias, de forma
separada, inclusive observando a legislação pertinente sobre a matéria.

Também deverá ser definida a forma e a competência da assembléia parcial, para os


conselhos complementares, para decisão de assuntos específicos ou técnicos.
Da necessidade de se estabelecer diretrizes e informações como:

- quem pode convocar as assembléias,


- forma de convocação,
- prazo de convocação,
- questão da pauta,
- forma de deliberação,
- forma de instalação da assembléia.
- definição de data, horário e local da assembléia.

Essas informações definem a forma da realização de uma assembléia, sendo parte


importante dentro do estatuto, podendo inclusive, prever a prorrogação de uma seção da
assembléia para outra data, sem a necessidade de nova convocação, quando a pauta
estiver carregada ou por problemas técnicos e administrativo.

Capitulo VII Do conselho de administração

O conselho de administração ou deliberativo é o órgão gestor da instituição, podendo ser


composto dos seguintes cargos:

- presidente,
- tesoureiro,
- secretário,
- suplente.

Poderá se compor também com respectivos vices, sendo no mínimo de três (3) cargos,
eleitos entre os associados.
Nesse capitulo, mencionaremos a competência do conselhos e dos seus membros,
definindo se cargo por cargo.

Capitulo VIII Do conselho consultivo

O conselho consultivo é parte do conselho complementar de uma instituição, sendo


necessário para algumas atividades, que envolvem o poder publico ou o setor
governamental.

As representações do poder executivo, legislativo, judiciário ou ainda a promotoria,


poderiam compor o conselho complementar, para dar respaldo legal nas atividades
,como a questão de desenvolvimento, saúde, etc, cuja interface com o setor
governamental seja um aspecto legal e ao mesmo tempo estratégico.

O conselho consultivo entre seus membros, deverá indicar um grupo gestor composto no
mínimo de três (3) membros, eleitos entre eles, e indicar um coordenador do conselho,
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definindo suas competências e atribuições, aos membros que venham a conduzir os
trabalhos, sendo os membros sempre em número ímpar.

Capitulo IX Do conselho comunitário

O conselho comunitário também faz parte do conselho complementar de uma instituição


do terceiro setor, onde fica reservada a participação da comunidade, como as associações
de moradores de bairro e demais instituições da comunidade local.

O papel do conselho comunitário consiste em legitimar a representação e a participação


da comunidade de forma integrada, nas ações da instituição.

O conselho comunitário entre seus membros, deverá indicar um grupo gestor composto
de no mínimo de três (3) membros eleitos entre eles, e indicar um coordenador do
conselho, definindo as competências e atribuições a quem venha a conduzir os trabalhos,
e, sendo sempre em número ímpar de membros.

Capitulo X Do conselho técnico ou profissionais

O conselho técnico ou dos profissionais assegura a participação dos profissionais de


diversos segmentos a compor os trabalhos da instituição, demonstrando assim o
verdadeiro papel associativo, onde os profissionais ou os técnicos poderão definir o
código de ética e se manifestarem na gestão das atividades da instituição.

Para determinadas atividades, a existência do conselho técnico ou dos profissionais, é


uma questão legal para se obter o registro junto aos conselhos das categorias
profissionais.

O conselho técnico entre seus membros, deverá indicar um grupo gestor composto no
mínimo de três (3) membros eleito entre eles, e indicar um coordenador do conselho,
definindo suas competências e atribuições aos membros que venham a conduzir os
trabalhos, sendo sempre em número ímpar de membros.

Capitulo XI Do conselho institucional

O conselho institucional é dos conselhos complementares de uma instituição do terceiro


setor e representa as instituições de classe como sindicatos, associações patronais, e dos
trabalhadores.

O conselho institucional se faz necessário, quando as atividades da instituição, venham a


fazer interface diretamente com o setor empresarial ou com os trabalhadores, sendo um
órgão de complementação para compor a gestão de uma instituição.

O conselho institucional entre seus membros, deverá indicar um grupo gestor composto
no mínimo de três (3) membros eleito entre eles, e indicar um coordenador do conselho,
definindo suas competências e atribuições aos membros que venham a conduzir os
trabalhos, sendo sempre em número impar de membros.

Capitulo XII Do conselho fiscal


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O conselho fiscal é exigido para registro de qualquer instituição do terceiro setor, sendo
composto de associados em número impar de membros para sua condução.

A competência do conselho fiscal não consiste apenas na análise dos documentos


contábeis, mas também, na análise das atividades.

Dentro da sua competência, o mesmo poderá contratar terceiros, não associados, como
auditores ou assessores, para respaldas as decisões dos membros dos conselho fiscal, ou,
quando da falta de membros com especializações para fornecer informações ou
pareceres.

Capitulo XIII Da secretaria executiva

A secretaria executiva consiste numa estrutura de gestão, sobre a coordenação do


conselho de administração, com objetivo de executar as ações administrativas e
operacionais.

Os membros da secretaria executiva serão contratados e remunerados, conforme valor


do mercado local, podendo ser associado ou não.

Quando o cargo for exercido por um dos membros dos conselhos, o mesmo, deverá
abdicar dos seus direitos, quando estiver ocupando cargo remunerado, não podendo
votar nos assuntos administrativos.

A secretaria executiva poderá definir um organograma de cargos e funções na


administração, em função das atividades a serem desenvolvidas pela instituição.

A secretaria executiva tem o papel de executar as ações aprovadas na assembléia geral,


bem como realizar interface e auxiliar os conselhos complementares, sobre a
subordinação do conselho de administração e fiscal.

Capítulo XIV Do departamento

A constituição do departamento para uma instituição do terceiro setor é importante para


definir a responsabilidade de execução das atividades, bem como para definir centro de
custo no plano de contas.

O departamento será conduzido sempre por um associado, podendo ter a participação de


não associado.

Cada departamento deverá ter autonomia administrativa e financeira, criando seu


próprio sistema de manutenção e de colaboradores.

Quando da constituição do departamento, que é formalizada através de uma ata de


reunião do conselho de administração, o mesmo deverá definir a sua regra de
funcionamento, caso a caso.

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Capitulo XV Do processo eletivo

O processo eletivo consiste em regulamentar a forma de condução dos trabalhos desde o


momento da inscrição da chapa, assembléia de eleição, apuração e da posse dos
membros.

É importante definir regras dos processos eletivos, devendo se observar itens como:

- inscrição da chapa,
- condução da assembléia geral de eleição,
- possibilidade de impugnação da eleição,
- ocorrendo à impugnação, como fica a gestão,
- documentos dos membros eleitos,
- posse dos eleitos.

Na documentação dos membros eleitos deveremos observar o fornecimento de cópia de


seguintes documentos pessoais:

- RG,
- CPF,
- documento de entrega do IR,
- título de eleitor,
- documento de comprovação do último pleito,
- comprovação de residência,
- certificado militar para homens.

Caso um dos membros eleitos, não faça a entrega de um dos documentos, a eleição
poderá ser anulada na sua totalidade, devendo se, proceder à nova eleição.

A exigência dos documentos é justa, pois consiste na obrigação constitucional de um


cidadão brasileiro, para ocupar um cargo de gestor de uma instituição do terceiro setor.

Capítulo XVI Da receita e patrimônio

Sobre a forma de composição das receitas, há necessidade de descrever as suas possíveis


formas de captação de recursos, pois o próprio código civil, Lei Federal nº 10.406/02 no
seu artigo 54 e inciso IV, determina a identificação da origem dos recursos.

o
LEI N 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002.
-----------------
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
-------------
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;

Portanto, há necessidade de se descrever as formas possíveis de recursos de uma


instituição, assim recomendamos listar as possibilidades como:

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– www.apto.org.br – sp@apto.org.br
– contribuições de pessoas físicas e jurídicas,
– doações e legados,
– usufruto que lhe forem conferidos,
– receitas de comercialização de produtos,
– rendas em seu favor constituído por terceiros,
– rendimentos de imóveis próprios ou de terceiros,
– juros bancários e outras receitas financeiras,
- captação de renúncias e incentivos fiscais,
– receitas sobre direitos autorais de produção de materiais promocionais,
– resultado de comercialização de produtos de terceiros,
– resultados de prestação de serviços,
– patrocínios,
– resultado de bilheteria de eventos,
– direitos autorais de terceiros,
– quotas de participação,
– repasses,
– taxa de administração e de gestão,
– anuidades,
– subvenções e recursos públicos da União, Estados, Municípios, Autarquias e
Fundações Publicas,
– rendimentos de aplicações financeiras,
– resultado de concursos, leilões e sorteios,
- resultado de empréstimos.

A descrição dos recursos emplaca também, na questão do plano de contas sobre a


questão das receitas, pois para cada tipo de recursos, há de se observar às obrigações
legais, como nos casos de subvenções e recursos públicos, onde temos recomendações
especificas.

Deverá ser observada, a diferença entre patrimônio e recursos, pois os patrimônios se


referem a bens, e os mesmos, deverão estar desonerado de ônus, os quais poderão ser
repassados através de escritura pública ou outro documento similar.

Nesse capítulo, ainda deixamos uma observação em relação à constituição de fundos


específicos, como Fundo de Reserva, Fundo do Trabalhador, Fundo de Investimento,
etc, com objetivo de proporcionar um planejamento econômico e financeiro da
instituição.

Há de se observar também, a forma de contrair empréstimos que venham a agravar os


bens da instituição, com a devida aprovação feita pelo conselho fiscal.

Capítulo XVII Das despesas

Quanto à questão das despesas, devemos observar os seguintes critérios:

- todas as despesas são para manutenção da instituição,

- os princípios fundamentais de contabilidade e as Normas Brasileiras de


Contabilidade;

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- a publicidade, por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal,
ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade,
incluindo as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-
os à disposição para o exame de qualquer cidadão;

- a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes, se


for o caso da aplicação dos eventuais recursos, objeto de Termo de Parceria,
conforme previsto em regulamento;

- a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos


será feita, conforme determina o parágrafo único do Art. 70 da Constituição
Federal.

O aspecto de definir as despesas por sistema de centro de custo, o mesmo mencionado e


detalhado no capitulo Aspecto Contábil, do presente documento.

Nesse aspecto também não podemos esquecer, das questões relacionadas com o
balanço social e ambiental.

Capitulo XVIII Dos livros

Os livros devem fazer parte do estatuto, para mencionar, quais os documentos de


controle que a instituição pospõe para controle, assim como:

- livro de presença nas assembléias e reuniões,


- livro de ata das reuniões e assembléias,
- livro fiscal e contábil,
- demais livros.

A terminologia livro permanece, mas poderá ser em forma de folhas soltas, numeradas e
arquivadas, de forma contínua e sequencial, para documentação.

Os associados e os não associados têm livre acesso aos livros, com direito de solicitar
cópia dos documentos, sem restrições.

Os livros deverão ser mantidos na sede da instituição, e não deverão ser removidos da
mesma; isso somente será permitido em relação aos documentos fiscais.

Capitulo XIX Das disposições gerais

Nesse capitulo, são tratados assuntos que não foram contemplados nos demais capítulos
do estatuto, visando atender as legislações bem como para definir formas de atuação:

- Os associados não respondem solidariamente nem subsidiariamente pelas


obrigações da entidade.

- Os cargos dos conselhos de administração, fiscal, consultivo, institucional,


técnico e comunitário, não são remunerados, seja a que titulo for, ficando
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expressamente vedado por parte de seus membros o recebimento de qualquer
lucro, gratificação, bonificação ou vantagens, pelos cargos exercidos junto à
instituição,

- O exercício financeiro e fiscal da instituição, coincidirá com o ano civil.

- Definir condições para extinção da instituição,

- Em casos de constatação de problemas de conduta ética por parte do


associado, ou mau uso do nome da instituição, o conselho de administração
poderá propor a formação de uma comissão de sindicância, formado pelos
associados, com o mínimo de cinco (5) membros, para análise da situação e
para fornecer pareceres para decisão administrativa.

- Dentro das atividades da instituição, fica proibido qualquer tipo de


discriminação, quer seja por raça, idade, sexo, etnia ou religião.

- Nas atividades da instituição, fica expressamente proibido a manifestação


política partidária.

- A instituição, aplica suas rendas, recursos e eventual resultado operacional,


integralmente no território nacional e na manutenção e no desenvolvimento de
seus objetivos.

- A sessão de uma assembléia, uma vez instalada, poderá ser prorrogada para
outra data, sem a necessidade de nova convocação, desde que aprovado pelos
presentes.

- Quando da vacância nos cargos do conselho de administração ou fiscal, poderá


ser complementado a nomeação, devendo ser homologada na assembléia
subsequente.

- As eventuais verbas de subvenções sociais, dotações orçamentárias ou


qualquer recursos recebidos dos poderes públicos: federal, estadual, municipal,
ou do distrito federal não poderão ser destinados ao pagamento de pessoal.

- A instituição poderá participar de outras pessoas jurídicas do terceiro setor,


em forma de mantida, com autonomia administrativa e financeira, para
consecução dos seus objetivos.

Essas são algumas das observações que poderão ou deverão constar no estatuto, para
salvaguardar e para garantir um funcionamento mais seguro e adequado.

Capitulo XX Das disposições transitórias

Nesse capitulo deverão ser mencionados, os assuntos transitórios, como a formação do


grupo gestor inicial ou de transição, questões sobre o primeiro mandato ou outros temas
de assunto de transição.

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Quando da alteração de um estatuto, deverá ser mencionada, a questão da revogação
das disposições, em contrário do estatuto anterior.

Quando de um estatuto que está sendo constituído, deverão ser mencionadas as


atribuições do grupo gestor inicial.

Também deverá ser prevista, a questão do registro do documento junto ao cartório, e,


demais procedimentos de legalização da instituição.

13.3 - Observações
Quanto à estrutura do estatuto devemos observar com atenção os seguintes capítulos:

- questão dos objetivos – ser claro e definir as atividades,


- estrutura administrativa – analisar as legislações pertinentes a atividades
profissionais,
- conselhos complementares – formar de acordo com as legislações vigentes.

Assim, a estrutura do estatuto, deverá observar uma série de legislações pertinentes à atividade
proposta, não bastando atender os requisitos do registro junto ao cartório, mas principalmente o
aspecto estratégico e profissional.

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14 – Certificações
14.1 - Utilidade públicas
A questão das certificações de utilidade pública, municipal, estadual ou federal para instituições
do terceiro setor, tem como objetivo:

- acesso aos recursos públicos,


- acesso à documentação sequencial,
- facilidade para celebrar convênios.

A titulação depende das legislações pertinentes, pois cada município e estados estabelecem suas
condições para concessão da titulação; o governo federal, entretanto estabeleceu normas
específicas, inclusive com formulários próprios, e, o pedido poderá ser realizado pelo correio, sem
a necessidade de interferência política.

Após a titulação, a instituição do terceiro setor, poderá obter registros complementares junto aos
demais órgãos.

14.2 – OSCIP
A certificação ou a titulação de OSCIP é fornecida a qualquer instituição do terceiro setor, que
venha atender no seu estatuto as condições estabelecidas na Lei Federal nº 9.790/99; o mesmo
será concedido independente do período de seu registro e constituição.

O mesmo poderá ser obtido pelo correio, sem necessidade de interferência política, bastando
cumprir as exigências apresentadas no site do Ministério da Justiça.

A titulação tem como objetivo uma certificação provisória, equiparada com o titulo de utilidade
pública federal, por um período de até cinco anos corridos; depois de tal, a instituição poderá
manter a certificação de OSCIP, ou por ter obtido a certificação de utilidade pública federal,
poderá renunciar a certificação de OSCIP.

As instituições com qualificação de OSCIP deverão apresentar anualmente o seu balanço,


relatório de atividades e demonstração do mesmo, para renovação da certificação de OSCIP.

14.3 - COMAS, CONEAS, CNAS


O registro junto COMAS – Conselho Municipal de Assistência Social é importante, para
instituições de assistência social e de saúde, pois se trata de uma titulação principal de
reconhecimento no município sede.

O registro junto ao CONEAS – Conselho Estadual de Assistência Social é a instituição de atuação


estadual, sendo definida por região administrativa do estado.

O registro junto ao CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social, é de reconhecimento


nacional.

Para se obter os registros junto aos conselhos, os mesmos possuem formulários próprios, os
quais deverão observar a comprovação das atividades, bem como estabelecer normas e diretrizes
de atividade sequencial e anual.

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15 – Códigos
15.1 – código de ética da instituição
Na instituição, além do estatuto o documento mais importante é o código de ética, antes das
normas administrativas e operacionais ou do regimento interno, pois se trata de documento de
base e de referência na condução dos objetivos.

Portanto, há necessidade de se priorizar o documento, simultaneamente, quando da definição do


estatuto, sendo um documento de ideologia ou de ideais do grupo de membros que originaram a
instituição.

Assim passa a ser um documento de doutrina ou de demonstração dos sentimentos, para adesão
de novos membros, com a finalidade de encorpar a instituição na busca de seus objetivos.

Portanto o código de ética de uma instituição deverá ser o documento a ser lembrado em todos
os atos e momentos de decisão administrativa.

15.2 – código de ética profissional


O código de ética profissional é definido pelas categorias de profissionais participantes da
instituição, portanto não há necessidade de se estabelecer novas formas e textos para tal.

O que devemos realizar é a adequação do código de ética da instituição e analisar as interfaces


com a questão do código de ética profissional, formando assim um texto coerente, sem ferir a
questão profissional.

Para montagem do código de ética da instituição, quando o mesmo tratar de assunto profissional,
há necessidade de se respeitar essas condições, bem como devemos ficar atento, pois a
instituição do Terceiro Setor, por não ter fim econômico, possuem ressalvas a serem realizadas.

16 - Nova moeda mundial


O domínio e o conhecimento da ferramenta denominada de Terceiro Setor, passa a ser um
instrumento primordial para definir estratégias empresariais, ao mesmo tempo proporciona
redução de custo, renuncia dos impostos, o desenvolvimento de atividade social e ambiental,
melhorando a questão de interface com o consumidor.

Assim, há necessidade de profissionalizar os gestores das instituições, bem como o setor


empresarial desta importância.

Por outro lado, a exigência do balanço social e ambiental, com base nas normas da ABNT – NBR
16.001 e 16.002, bem como a Resolução do CFC – nº 1003/04 e a NBC T 15 e a norma da ISO
26.000, inicia uma nova fase de busca de atuação ao combate da desigualdade social e a
integração de diversos segmentos.

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17 – Conclusão
O presente manual é apenas um documento para auxiliar os gestores das instituições do Terceiro
Setor, bem como material de orientação para montagem de uma instituição do terceiro setor, e
ainda para abrir diálogo com o setor empresarial e o governamental.

Pois as ações das instituições do Terceiro Setor fazem parte integrante da comunidade local para
promover o desenvolvimento econômico e social e no combate a desigualdade social.

Assim, nivelar o conhecimento do terceiro setor, passa a ser uma obrigação e compromisso por
parte do APTO – Centro de Estudo e Difusão do Terceiro Setor, que tem realizado seminários,
palestras e encontros com objetivo de levar essa informação a maior número de profissionais
possíveis.

Infelizmente, nos cursos de graduação, de administração, direito, economia, ciências sociais e


contábeis, não há menção sobre o tema, na sua grade curricular, abrindo assim uma lacuna para
profissionais que entram no mercado.

Por sua vez, os profissionais do mercado acabam por não entender a matéria como tal, pois a
imagem do terceiro setor como “pilantropia”, passa pela mídia de uma forma estranha, com o
intuito de buscar meios de driblar o fisco ou algo assim.

E nesse processo de não entender o terceiro setor como uma ferramenta promotora de
desenvolvimento econômico e social, provoca uma série de perdas a sociedade local.

Neste quadro, a preocupação do APTO – Centro de Estudo e Difusão do Terceiro Setor, tem como
compromisso, levar ao público uma informação mais técnica sobre as instituições do terceiro
setor; assim estamos produzindo uma série de materiais com o tema, no sentido de orientar o
público em geral.

Takashi Yamauchi
APTO – Centro de Estudo e Difusão do Terceiro Setor

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