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Filosofia exame

Lógica proposicional:
1. Argumentos

✓ Dedução e indução

Nota: Como sabemos num argumento válido, as premissas apoiam logicamente a


conclusão.
- Um argumento dedutivamente válido é aquele em que é
impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão
falsa.
Exemplo de um argumento dedutivamente válido:

“Todas as ações são acontecimentos ⃰


Todos os acontecimentos são causados
∴ Todas as ações são causadas”

Indicador de
⃰ Se a 1ª premissa for verdadeira não existe qualquer hipótese
conclusão

De a conclusão ser falsa.

Resumindo:
Argumento dedutivo: as premissas implicam a conclusão
- A conclusão segue necessariamente das premissas sendo uma
consequência lógica.

- Um argumento dedutivamente válido pode ter premissas falsas e\ou


! conclusão falsa.

NÃO PODE TER PREMISSAS VERDADEIRAS E


CONCLUSÃO FALSA

- Aceitamos as suas premissas e não podemos rejeitar a sua conclusão.


- Um argumento indutivamente válido é aquele em que é muito
improvável, mas não impossível, que as premissas sejam verdadeiras
e a conclusão falsa.
Exemplo de um argumento indutivamente válido:
“Os cães têm coração e têm rins ⃰
Os leões têm coração e têm rins
Os cangurus têm coração e têm rins
Logo, todos os animais que têm coração também têm rins”

Indicador de ⃰ - O argumento não é dedutivamente válido;


conclusão
- Possível que as premissas sejam verdadeiras e a
conclusão falsa.
- Neste argumento existe uma relação de
confirmação entre as premissas e a conclusão.

Resumindo:
- não são dedutivamente válidos;
- é possível as premissas serem verdadeiras e ainda assim a
conclusão ser falsa;
- é impossível as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.

Nota: Num argumento indutivamente válido existe uma relação de confirmação entre
as premissas e a conclusão. As premissas confirmam a conclusão com uma
probabilidade muito elevada, é este o motivo que as premissas apoiam logicamente a
conclusão.

✓ Forma e Conteúdo
… conteúdo
- os argumentos em nada se assemelham, poisas
proposições que os constituem são acerca de
assuntos diferentes. Mas têm a mesma forma lógica.

“Todos os A são B

Todos os B são C

∴ Todos os A são C”
… forma
- A lógica formal serve para distinguirmos a
argumentação dedutivamente válida da inválida.
(estudo da forma lógica dos argumentos);
- Tanto a lógica aristotélica como a proposicional são
teorias da lógica formal.
. Com esta teoria evitamos diversas falácias.
- É um argumento
enganador. Muitas falácias são argumentos
inválidos que nos parecem válidos.

Falácias formais: confusão entre formas dedutivamente válidas e formas


indutivamente inválidas.

✓ Validade e verdade

Adequação entre o pensamento\ enunciado e realidade.


Argumento que
segue as principais
lógicas
independente do
seu conteúdo.

- Validade: está relacionado com a verdade:

Argumento válido: premissas verdadeiras, conclusão verdadeira


Premissas: são verdadeiras ou falsas, não o argumento

Validade: propriedade do argumento e não das proposições;


Verdade e falsidade: propriedade das proposições e não dos argumentos.

2. Proposições

Proposições: - simples: “Todos os homens são mortais”


- Estabelece uma relação entre dois conceitos
Frases declarativas com - Complexas ou compostas: “Se chover, então não vou à
valor de verdade.
praia”
- Estabelecem uma relação entre
duas proposições

2.1 Proposições simples (categórica)

- Estrutura:

“Todos os homens são mortais”

Quantificador Elo ou
cópula
sujeito

predicado

Classificação das proposições simples:


- A classificação das proposições realiza-se a partir de dois fatores:
QUANTIDADE:
- Universais: tipo A\E
- Particulares: tipo I\O

QUALIDADE:
- Afirmativas: tipo A\I
- Negativas: tipo E\O

Quantidade: extensão (quantidade do sujeito)


Universais: Todos\Nenhuns
Particular: Alguns
Qualidade (afirmativa\negativa): natureza do elo ou cópula
Exemplo:
“Nem tudo o que existe é belo”
Quantificador: Algumas
Sujeito: Coisas que existem
Elo ou cópula (ser): não são
Predicado: belas

Forma canónica:
- Tipo A: Todos…são
- Tipo E: Todos…não são \ Nenhum…é
- Tipo I: Alguns…são
- Tipo O: Alguns…não são

Tipo de proposições simples:

Universal afirmativa: Todos os X são Y A


AFIRMO
Particular afirmativa: Algum X é Y I
Universal Negativa: Nenhum X é Y E
NEGO
Particular Negativa: Algum X não é Y O

Universais: Todos\Nenhuns

Quantidade:

Particulares: Alguns

A negação das proposições simples:


Nota: Quando negamos uma proposição temos que apresentar uma propsoição com
valor de verdade oposto.
QUADRO LÓGICO DA OPOSIÇÃO:

A E EXEMPLOS:
- Todos os gatos são amarelos. F
contraditórias
- Nenhum gato é amarelo. F

I O - Alguns gatos não são amarelos. V

P P

V F
F F
símbolos de negação

2.2 Proposições complexas:

Proposições que estabelecem uma relação entre proposições

Formas de inferência válida:


Conectivas:
Negação: não, nem, é falso que
Conjunção: e, mas
Disjunção inclusiva: ou
Disjunção exclusiva: ou…ou
Condicional: se…então, Se…
Bicondicional: se e somente se

… Conjunção
Ex: O João e o Miguel foram à biblioteca.
O João foi à biblioteca.
Proposições
O Miguel foi à biblioteca.

P: O João foi à biblioteca.


Dicionário
Q: O Miguel foi à biblioteca.

v
Formalização: P Q

Tabela de verdade:
v
PQ P Q
VV V
VF F
A conjugação só é verdadeira quando as
FV F proposições conjuntas são verdadeiras.
FF F

… Disjunção inclusiva

O Francisco, ou o João, foi à biblioteca. Disjunção inclusiva: v


DICIONÁRIO:
P: O Francisco foi à biblioteca.
Q: O João foi à biblioteca.

FORMALIZAÇÃO: P v Q

TABELA DE
VERDADE:
PQ (P v Q )
VV F
VF V
FV V Regra:A disjunção inclusiva é falsa se as proposições
proposições que as constituem são verdadeiras.
FF V
… Disjunção exclusiva

O João ou nasceu no Porto, ou nasceu em Lisboa.

Dicionário:
P: O João nasceu no Porto.
Q: O João nasceu em Lisboa.

FORMALIZAÇÃO: P v Q

PQ (P v Q)
VV F
VF V
FV V Regra:A disjunção exclusiva é falsa sempre que as
proposições disjuntas têm o mesmo valor de verdade.
FF F

… Condicional

Conetiva verofuncional
Consequente

Se chover, então vou ao cinema

DICIONÁRIO:
P: Chove.
Q: Vou ao cinema.

FORMALIZAÇÃO: (P=>Q)
TABELA DE VERDADE:

PQ ( P=>Q )
VV F
VF V Regra: A condicional só é falsa se o antecedente
FV V for verdadeiro e o consequente falso.

FF V

… Bicondiconal

Vou ao cinema se, e somente se, chover.

Se chover, vou ao cinema.


Bi Se for ao cinema, então chove.

DICIONÁRIO:

P: Vou ao cinema.
Q : Chove.

FORMALIZAÇÃO:

(P<=>Q)

Tabela de verdade:

PQ ( P<=>Q )
VV F
VF F
Regra: Sempre que as proposições simples
FV F tiverem o mesmo valor de verdade a
bicondicional é verdadeira.
FF V

Proposições compostas:
- Tautologias: é verdadeira em todas as circunstâncias (V)
- Contingências: há circunstâncias em que é verdadeira e noutras em que é falsa (V\F)
- Contradição: é falsa em todas as circunstâncias (F)

Inspetores de circunstância:

Valores lógicos dos argumentos

- Existem dois tipos de argumentos:


- válido
- inválido

- Argumento válido: as premissas justificam a conclusão


- Não pode ter premissas verdadeiras e conclusão falsa.

Ex:
Estou em Lisboa.
Logo, estou em Portugal.
DICIONÁRIO:
P: Estou em Lisboa.
Q: Estou em Portugal.

FORMALIZAÇÃO: P1:(P => Q)


P2: P
∴:Q

INSPETOR DE CIRCUNSTÂNCIA:
PQ P1: ( P => Q) P2: P :Q

VV V V V Válido, na circunstância em que as


premissas são verdadeiras e a
VF F V F conclusão é verdadeira.
FV V F V
FF V F F

PREMISSAS CONCLUSÃO

- Argumento inválido: existe pelo menos uma circunstância em que temos premissas
verdadeiras e conclusão falsa.

Representação:
P1: Se J.K Rowling deseja ocupar um lugar de destaque entre os
escritores britânicos e ser mundialmente reconhecida, então tem ambição literária.
P2: É falso que J.K Rowling deseje um lugar de destaque entre os escritores
britânicos e ser mundialmente reconhecida.

∴ : J.K Rowling não tem ambição literária.

Dicionário:
P: J.K Rowling deseja ocupar um lugar de destaque entre os escritores britânicos.
Q: J.K Rowling deseja ser mundialmente reconhecida.
R: J.K Rowling tem ambição literária.

FORMALIZAÇÃO: P1: ((P Q) => R)


P2: (P Q)
: R

Inspetor de Circunstância:
PQR P1: ((P Q) => R P2: (P Q) : R

VVV V V V F V F
VVF V F F F V V
VFV F V V V F F
VFF F V F V F V
FVV F V V V F F
FVF F V F V F V
FFV F V V V F F
FFF F V F V F V

O argumento é inválido. Como podemos observar nas linhas três, cinco e sete do
inspetor de circunstâncias em que temos premissas verdadeiras e conclusão falsa.

✓ Formas de inferência válida

Modus ponens Modus Tollens


P→Q P→Q
P ~Q
Q ~P

Contraposição Silogismo hipotético

P→Q P→Q
~Q → ~P Q→R
P→R

Silogismo disjuntivo Leis de De Morgan

PvQ PvQ ~ (P Q) <-> P v ~ Q


P ~P ~ (P v Q) <-> ~P Q
~Q ~Q

✓ Falácias formais

Afirmação do consequente
P -> Q
∴P
Negação do consequente
P -> Q
~P
∴~Q

Lógica Informal:
1. Argumentos informais

Argumento informal: A validade de um argumento formal depende unicamente da


sua forma lógica. A validade de um argumento informal, pelo contrário, não depende
apenas da sua forma lógica

✓ Argumento indutivo

- Entre os argumentos indutivos, podemos distinguir as generalizações das


previsões.
- Uma generalização indutiva é um argumento com uma conclusão geral
extraída de casos particulares.
- Uma previsão indutiva também parte de casos particulares, mas a conclusão
inferida é a de algo ocorrerá no futuro.
Exemplo de um argumento indutivo (generalização indutiva\ previsão indutiva).

“Cada um dos cisnes observados até agora é branco.


Generalizaç
Logo, todos os cisnes são brancos.” ão indutiva

“Cada um dos cisnes observados até agora é branco.


Previsão
Logo, o próximo cisne que observarmos será branco. indutiva

Explicação:
- A premissa partilhada por estes argumentos diz respeito àquilo que se
observou em diversos casos particulares, que constituem uma amostra. Em ambos os
casos, a conclusão ultrapassa a informação contida nas premissas.
- Os argumentos deste género são dedutivamente válidos, mas podem ser
indutivamente válidos. Sê-lo-ão se as suas premissas, caso sejam verdadeiras,
constituem uma razão para acreditarmos que é muito provável que a conclusão seja
verdadeira.
Existem dois critérios que são úteis:
- Quanto maior é a amostra referida na premissa ou premissas, mais
estas confirmam a conclusão. (Porém, a dimensão da amostra não é tudo o que
conta. Interessa atender também ao seguinte critério).
- Quanto mais diversificada é a amostra referida na premissa ou
premissas, mais estas confirmam a conclusão. (Na verdade, mais do que ter uma
amostra grande, importa ter uma amostra suficientemente variada ou representativa).
Regras da indução:
1ªregra: Os casos em que a indução se baseia tem de ser representativos
2ªregra: Não pode haver contraexemplos a tais casos
Falácias da indução:
- Amostra tendenciosa: A amostra tem de ser representativa do grupo acerca
do qual se colabora a inferência.

- Omissão de dados relevantes: Omissão de contraexemplos à conclusão que


queremos defender.

- Indução preguiçosa: Ocorre quando se nega a conclusão indutiva que as


observações efetuadas sugerem.

- Generalização precipitada: Ocorre quando os casos observados não são


suficientes para justificarem a conclusão.

✓ Argumento Analogia

- Um argumento por analogia é uma inferência baseada numa


comparação.
Exemplo de um argumento por analogia:

“O Universo é como uma máquina


As máquinas são criadas por seres inteligentes
Logo, o Universo foi criado por um ser inteligente”

- Os argumentos por analogia também não são dedutivamente válidos. Aliás, as


analogias são classificadas, frequentemente, como uma forma de indução, a par das
generalizações e das previsões. A força das analogias, tal como a das generalizações
e das previsões, não depende apenas da sua forma. Para determinar em que medida
as premissas de uma analogia confirmam a sua conclusão, podemos recorrer a certos
critérios.
Tais como:
- Uma analogia não é válida se os objetos comparados não forem semelhantes
nos aspetos relevantes.
- Quanto maiores forem as semelhanças entre os objetos comparados nas
premissas, mais estas confirmam a conclusão.
Regras da analogia:
1ªregra: A amostra deve ser suficiente. A força da conclusão aumenta conforme
aumentar o número de objetos comparados.

2ªregra: O nº de semelhanças deve ser suficiente. A força do argumento aumenta


conforme aumenta o nº de semelhanças detetadas entre os objetos
comparados.

3ªregra: As semelhanças verificadas devem de ser relevantes. A comparação


não deve de ser baseada em aspetos secundários.

Falácias da analogia:

- Falsa analogia: comete-se esta falácia sempre que as regras deste tipo de
argumento não são respeitadas.

✓ Argumento da autoridade

- Num argumento por autoridade declara-se que uma conclusão é


verdadeira pelo facto de uma pessoa ou argumento tidos por autoridade no assunto a
declararem verdadeira.

Exemplo de um argumento da autoridade:

“Platão e Descartes acreditavam na imortalidade da alma humana


Logo, a alma humana é imortal.”

- Num argumento de autoridade conclui-se que uma determinada proposição é


verdadeira porque uma certa autoridade (um ou vários indivíduos, uma ou várias
organizações) defendem que essa proposição é verdadeira.

- A autoridade invocada tem de ser competente no que respeita ao assunto em causa


e não podem existir autoridades igualmente competentes que a contradigam.

Regras de apelo à autoridade:

1ªregra: As pessoas ou organização, eitadas têm de ser reconhecidas e


especialistas na matéria em questão.

2ªregra: Deve de haver consenso entre os especialistas sobre as matérias em


questão.

Falácia sobre o apelo à autoridade:


- Falácia da falsa autoridade: tentativa de sustentar uma tese, apelando a
uma personagem de reconhecido mérito (mas que não é especialista
o assunto do nosso argumento).

✓ Falácias informais:
- Falácia ad baculum ou recurso à força: argumento que recorre a formas de
ameaça como meio de fazer aceitar uma afirmação, isto é, recorrem a tentativas de
intimidação não deixando as pessoas decidir livremente a sua ação.

“Se não votarem no Silveira, para primeiro-ministro, a crise


económica, que se faz sentir nos últimos tempos ir-se-á
agravar.”

- Falácia ad hominem ou contra a pessoa: argumento que pretende mostrar que


uma afirmação é falsa, atacando e desacreditando a pessoa que a emite.

“O Paulo disse que amanhã não há aulas, mas deve de ser


mentira, pois ele é um grande preguiçoso e malcriado.”

- Falácia ad ignorantia ou apelo à ignorância: argumento, que consiste em refutar


um enunciado, só porque ninguém provou que é verdadeiro, ou em defendê-lo, só
porque ninguém conseguiu provar que é falso.

“Ainda ninguém provou que existem fantasmas, por isso os


fantasmas não existem”

- Falácia ad misericordiam: argumento que consiste em pressionar psicologicamente


o auditório, descadeando sentimentos de piedade e compaixão.

“Professor não me dê negativa, porque se o fizer vou passar


As férias de Natal de castigo”

- Falácia da falsa causa: falácia que consiste em atribuir a causa de um fenómeno a


outro, não existindo entre ambos qualquer relação causal.

“Não vou conseguir ter boa nota no teste de filosofia porque me


esqueci da minha caneta da sorte”

- Falácia da petição de princípio: forma de inferência que consiste em adotar, para


premissa de um raciocínio, a própria conclusão que se quer demonstrar.

“Matar não é certo, logo matar não é certo”

- Falácia do falso dilema (ou\ou): apresentação de duas alternativas como sendo


únicas em dado universo, ignorando outras possibilidades.

“dinheiro ou a vida”

- Falácia da derrapagem: argumento que introduzindo pequenas diferenças entre


uma das premissas condicionais ou equivalentes, leva a uma conclusão
despropositada.

“Se legalizarmos a maconha, em breve todos começariam a se drogar. Então


teríamos motoristas dirigindo sob efeito da droga, médicos realizando cirurgias
drogados, professores dando aulas chapados... seria a anarquia!”

- Falácia do boneco de palha ou espantalho: consiste em atribuir a outrem uma


opinião fictícia ou em deturpar as suas afirmações de modo a terem outro significado.
“Vejo que está com dificuldades em resolver o problema.
Por acaso está a dizer que eu sou burro?”

Ação Humana:
1. O problema do livre-arbítrio

✓ MORAL E ÉTICA

- Muitas vezes, moral e ética são usados como sinónimos. Mas, do ponto de
vista filosófico, têm significados diferentes.

Moral ≠ Ética

- normas - valores\princípios
- ação - intenções
- prática - teoria
- problemas particulares - problemas gerias

Exemplo:
Como ajo?
Ética: Deus agir honestamente
Moral: Deves ser solidário, etc

✓ Moralidade de uma ação

O que determina a moralidade de uma ação?

Éticas utilitaristas
Éticas deontológicas consequencialistas
intencionalistas: - Consequências da ação
- Intenção do agente - Utilidade
- Dever, razão - Promoção da felicidade
- Respeito pelos princípios - Conteúdo dos atos
- Forma dos atos
STUART MILL
IMMANUEL KANT

2. A ética Kantiana
- Immanuel Kant (1\724-1804) foi um filósofo prussiano iluminista. Publicou - a
“Fundamentação da Metafísica dos Costumes”, considerada a mais importante obra
sobre a moral.

- A ética kantiana é uma ética deontológica. Kant fundamenta a moralidade na razão


humana e, consequentemente, defende que apenas tem valor moral a lei ditada pela
razão, que consiste no ato praticado pelo respeito do dever, É a razão que determina a
vontade por motivos a priori.

✓ Tese

- O que determina a moralidade de uma ação é a intenção do agente. A


única motivação\ intenção moral boa é o cumprimento do dever.

✓ Princípio do dever

- Se uma ação motivada pura e simplesmente pelo princípio do querer-


dever- é que pode ter conteúdo moral.

✓ Tipos de ações

- Quando a pura intenção de praticar o bem se afirma com um valor em


si mesmo, independentemente das consequências e dos proveitos que se possam
produzir, ela surge para nós como um dever incondicionado.

- Segundo Kant, quanto mais uma razão cultivada se consagrar ao gozo da


felicidade, tanto mais o ser humano se afastará do verdadeiro contentamento.

- Kant distingue, então, ações contrárias ao dever, ações conformes ao


dever e ações por puro respeito pelo dever.

Ações contrárias ao Ações conformes o Ações por puro respeito


dever dever pelo dever
• Ações imorais
• Ações ilegais • Ações legais • Ações morais
Ações que estão de
Ações que decorrem de acordo com o dever, mas Ações que decorrem da
máximas imorais e ilegais que têm por base exigência racional de agir
e que estão em total interesses, vantagem por dever: cumprimento do
contradição com o dever. pessoal, sentimentos e dever pelo dever.
consequências

EX: ajudar alguém por EX: ajudar alguém por


EX: matar, roubar, torturar piedade: estudar para ter dever; estudar porque
bom resultado no teste esse é o meu dever
enquanto aluno .

✓ A boa vontade

- As escolhas que fazemos de acordo com a nossa vontade são


influenciadas por três disposições do ser humano.
Disposição sensível Disposição racional

Animalidade humanidade Personalidade


dever
Prazer

- A vontade que escolhe a disposição racional é uma boa vontade. O conceito de


dever contém em si o de boa vontade- vontade autónoma-, que efetivamente quer
aquilo que deve querer e age com a intenção de cumprir o dever. A boa vontade é a
única coisa que tem valor intrínseco e incondicional.

- Os talentos do espírito, as qualidades do temperamento e a felicidade e outros-


dons da fortuna são coisas boas e desejáveis, no entanto, também se podem tornar
muito más e prejudiciais sem os princípios de uma boa vontade, que é boa sem
limitação.

✓ Imperativo Categórico

- O imperativo categórico é um mandamento condicional do tipo “se…então” e


exprime a necessidade de fazer algo como condição para atingir um determinado fim.
“estudo para ter sucesso”

- O imperativo categórico é uma ordem ou obrigação absoluta e incondicional,


composta pela razão e que representa o nosso dever. É o imperativo da moralidade
“estudo porque é o meu dever enquanto estudante”

- A ética de Kant é uma ética formal: não nos diz o que fazer, mas apresenta-nos uma
regra que podemos seguir para agir por dever.

✓ A fórmula da lei universal

- “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela
se torne universal”

. Não devemos contaminar a pureza do cumprimento do dever pelo


dever.

✓ A fórmula da humanidade

- “Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de
qualquer outro, sempre e simultaneamente como um fim em si e nunca simplesmente
como um meio”
- Devemos respeitar as outras pessoas, tratando-as como fins de si (seres
autónomos) e não as instrumentalizar.

Resumindo…
- Conclui-se que o imperativo categórico se exprime através de duas fórmulas, que
são duas maneiras diferentes de dizer a mesma coisa: tratar os outros como um fim
em si mesmo é querer agir segundo princípios que eles aceitariam como universais, e
agir segundo princípios universais implica sempre tratar o outro nunca como um meio,
mas sempre como um fim em si mesmo.

✓ Autonomia da vontade

- A moralidade é a relação das ações com a autonomia da vontade, isto é, com a


legislação universal possível por meio do imperativo categórico e dos seus princípios
morais.

- A vontade autónoma é uma vontade que se autodetermina por princípios que


universalmente aceita e que não estão relacionados com sentimentos, impulsos e
inclinações.

- A vontade cujas máximas, concordam necessariamente com as leis da autonomia é


uma vontade santa, absolutamente boa, racional e livre.

✓ Heteronomia da vontade

- A vontade é heterónoma quando não se autodetermina e se sujeita a algo exterior a


si mesma (inclinações, desejos, sentimentos), deixando-se conduzir por eles.

- A vontade é heterónoma quando se suporta em imperativos hipotéticos que nos


sugerem ações para atingir determinados fins.

✓ Críticas

1. A ética de Kant é acusada de ser demasiado exigente, fria


e racional, ao ignorar os sentimentos\ emoções que
muitas vezes estão na base das nossas ações.
2. A ética de Kant desvaloriza as consequências da ação.
3. A ética de Kant nem sempre permite resolver conflitos
entre deveres morais, uma vez que é uma ética
demasiado formal. (O IMPERATIVO CATEGÓRICO E AS
SUAS MÁXIMAS SÃO VAZIOS DE CONTEÚDO)
4. Encontra-se um problema na fórmula da lei universal.
Segundo Kant, a máxima “É permitido mentir” é
inaceitável porque não é universalizável, já que se fosse
as pessoas deixariam de confiar umas nas outras.
- Contudo, se for substituída por “É permitido mentir para salvar
a vida de alguém”, esta já não é autodestrutiva e pode então ser universalizável.
Assim, mesmo no âmbito da teoria de Kant, seria totalmente correto mentir.
NOTA: Kant pretendia universalizar a ética, humanizar a sociedade e salvaguardar a
dignidade e a liberdade humana.

3. A ética utilitarista

- John Stuart Mill (1806-1873) foi um filósofo inglês que defendeu uma perspetiva
utilitarista, fundada por Jeremy Bentham no século XVIII.

- O utilitarismo é uma ética teleológica consequencialsita. Parte do princípio de que


uma ação é moralmente correta se as consequências que dela decorrem promoverem
a felicidade geral.

✓ Tese

- O que determina a moralidade de uma ação são as consequências da ação. A


ação correta é aquela que, tendo em conta as alternativas, resulta numa maior
felicidade geral ou bem-estar maior.

✓ Princípio da maior felicidade ou princípio da utilidade

- Segundo Mill, uma ação moralmente correta é quando as consequências (boas ou


más) que dela advêm promoverem a felicidade e bem-estar geral. A felicidade é a
única coisa desejável como fim e, por isso, boa em si mesma.

- Neste sentido, não há ações boas ou más em si mesmas, só as consequências se


tornam boas ou más.

- Situações que implicam violar direitos para maximizar a felicidade geral são
consideradas moralmente corretas por esta ética.

- Deste modo, não há deveres morais absolutos e as regras morais não decorrem
destas. Há circunstâncias nas quais o cumprimento do dever admite exceções, e as
intenções do agente são irrelevantes para a avaliação da ação.

✓ Hedonismo

- A felicidade é um estado de bem-estar e de prazer, com ausência de dor e


sofrimento.

✓ Qualidade dos prazeres


- Jeremy Bentham considerou que o valor intrínseco de um prazer reside na duração
do mesmo- a quantidade (quanto mais duradouro e intenso for um prazer, mais
valioso ele é)

- Mill considerou que a qualidade dos prazeres é mais importante, dividindo estes em
prazeres inferiores e prazeres superiores. Considerou ainda que os prazeres
superiores são mais importantes que os inferiores devido à sua natureza,
proporcionaram mais felicidade.

Bentham

Quantidade dos prazeres


Mill

Qualidade dos prazeres

Prazeres superiores

Prazeres inferiores
- espirituais
- intelectuais
- corporais
- estéticos
- físicos
- morais
- sensoriais

- apreciar uma
música
- prazer de comer
- apreciar uma obra
- prazer sexual

✓ Princípio da imparcialidade

- Stuart Mill diz que uma ação é moralmente correta se as suas consequências, tendo
em conta as alternativas, resultarem numa maior felicidade. Com isto, Mill não se
refere à felicidade individual exclusivamente, mas à felicidade geral. Assim, uma ação
é boa se promover felicidade para o maior número de pessoas. Logo, há uma
exigência em fazer o interesse para a maioria das pessoas, obrigando o indivíduo a ter
total imparcialidade.

✓ Críticas

1. Argumento do bode expiatório (o utilitarismo pode


conduzir a consequências moralmente inaceitáveis como,
por exemplo, condenar um inocente para a promoção da
felicidade da maioria)
2. A ética utilitarista é demasiado exigente. Será que
podemos ser felizes se estivermos constantemente a
sacrificar os nossos projetos em prol da felicidade da
maioria.
3. A impossibilidade de estarmos constantemente a calcular
as consequências das nossas ações. Além disso,
quantificar a felicidade torna-se uma tarefa complexa, uma
vez que é difícil comparar a felicidade de diferentes
pessoas.
4. Argumento da máquina de experiências NOZICLE.

4. Filosofia Política

✓ O problema da organização de uma sociedade justa

- ⃰ A liberdade, a igualdade e a fraternidade são princípios consagrados na


Declaração Universal dos Direitos do Homem e foram “reclamados” na Revolução
Francesa.

✓ A teoria da justiça como equidade de John Rawls

⃰Estado: forma de organização política. Cabe ao estado o exercício do poder político;


tem o poder de fazer leis e de as aplicar;⃰
Política: a arte de governar uma cidade. ⃰

- John Rawls, foi um filósofo norte-americano que, em 1971, publicou “Uma teoria da
Justiça”. Umas das oras mais importantes para o filósofo político.

- Rawls analisou a questão da justiça social numa perspetiva democrática e liberal,


apresentando uma concessão de sociedade justa, com influências kantianas e
contratualistas.

- Baseia-se no desenvolvimento do modelo teórico do contrato social entre cidadãos


e o Estado celebrado à nascença. Neste sentido, quando o estudo deixa de assegurar
os direitos, a sua ação torna-se ilegítima e pede autoridade.

-Rawls discorda do Utilitarismo, já que este não apresenta um princípio absoluto que
sirva de critério universal para decidir o que é justo ou injusto, subordina o individuo a
interesses sociais e porque não toma em consideração a forma justa ou injusta de
como é distribuída a felicidade.

- Rawls mostra que a justiça é a primeira virtude, o alicerce moral que permite avaliar
se uma sociedade está bem organizada.

-Rawls defende o liberalismo igualitário, defende que as liberdades básicas do


individuo não podem ser sacrificadas em nome de princípios distribuídos.

- Rawls é contratualista- os princípios que regem uma sociedade resultam de um


contrato ou acordo (real ou hipotético) estabelecendo entre as partes interessadas.

✓ Posição Original
- A “justiça com equidade” de Rawls implica que a escolha dos princípios da justiça
que devem servir de base à sociedade são obtidas através da Posição Original.

Posição Original: situação hipotética apresentada para escolher os princípios da


justiça, garantido a imparcialidade e a racionalidade.

✓ Véu de ignorância

- Véu de ignorância: os contraentes encontram-se sob o véu de ignorância para


garantir a racionalidade e a imparcialidade na escolha dos princípios da justiça.
Desconhecem:

- A sua situação política, económica e de classe ou estatuto social;


- os seus talentos naturais;
- o nível de civilizações e cultura que a sociedade conseguiu alcançar.

✓ Regra Maximin

- Regra maximin: maximização do mínimo de bens sociais primários que cada


individuo pode obter, evitando correr riscos. Com esta regra, Rawls rejeita a perspetiva
utilitarista.

✓ Princípios da Justiça

- São princípios universais e deontológicos com a pretensão de serem aplicados em


todas as sociedades e cumpridos impreterivelmente, uma vez que se aplicam à
estrutura básica da sociedade.

1. Primeiro Princípio da Justiça:


- Princípio da liberdade igual: exige igualdade na
atribuição dos direitos e deveres básicos, bem como a
máxima liberdade para cada individuo, não pondo em
causa uma liberdade igual para todos.

2. Segundo Princípio da Justiça:


- Surge pela existência de uma “lotaria social” e “lotaria
natural” que condiciona a atribuição de direitos e deveres
básicos. Subdivide-se em dois:

- Princípio da igualdade de oportunidades: o estado


deve intervir para garantir que todos tenham as mesmas
oportunidades no acesso à saúde, educação, cultura etc…
- Princípio da diferença: as desigualdades
socioeconómicas são aceitáveis apenas se resultarem em
vantagens compensadoras para todos e, em particular
para os mais desfavorecidos da sociedade.

✓ Desobediência civil

- Desobediência civil: ato público, de natureza pública e não violento, decidido em


consciência (dentro dos limites jurídicos) e contrário à lei, sob a forma de
concentrações ou desfiles, ocupação de instalações, etc., com o objetivo de provocar
mudança nas leis ou na política seguida pelo governo.

-Rawls reconheceu que, mesmo nos estados democráticos, há violações dos


princípios da justiça que legitimavam a desobediência civil. Só se recome a ela
somente em último caso. Há que ponderar o risco de desordem e anarquia que que
provar.

Objeção de consciência: ato individual de incumprimento de uma ordem pública por


razões de consciência.
. não é um ato publico.
. baseia-se em razões de consciência
. são invocados princípios políticos, religiosos ou outros.

Em soma: a desobediência civil serve para impedir a violação sistemática dos


princípios da justiça ou para os corrigir.

✓ Críticas à teoria da justiça

- O pensamento Rawlsiano não está isento de objeções.

✓ Critica libertarista de Robert Nozick

- Robert Nozick é um libertatista: defende a liberdade como principal valor político e


moral e destaca a importância da liberdade de escolha e de associação.

- A sua critica a Rawls reside no princípio da diferença e na redistribuição da


riqueza.

- A interferência do Estado na utilização dos bens dos cidadãos é uma violação do


direito de propriedade. Não cabe ao Estado fazer a redistribuição (padronizada) da
riqueza. O individuo é o titular legitimo dos bens que adquire legalmente e redistribui a
riqueza que implica a violação da liberdade dos cidadãos.

- Nozick defende uma concessão de Estado Mínimo, como um vigilante que promove
a segurança dos cidadãos e as liberdades políticas, mas não interfere na vida
económica. O Estado Mínimo é o único poder político legitimo e cada individuo é
titular absoluto do que ganha e adquira.

- Em soma: A justiça social é incompatível com a redistribuição da riqueza.

-Michael Sandel defende uma perspetiva comunitarista: conceito moral e social


centrado na ideia de comunidade e bem comum.

- A sua critica a Rawls incide sobre a posição original e o véu de ignorância.

. É no seio da comunidade que o individuo se insere, realiza,


construí a sua identidade e faz as suas escolhas.

. O bem comum é aquilo em nome do qual se avaliam as


preferências individuais
- Sandel considera que não basta que as nossas escolhas sejam imparciais para
serem boas. A avaliação das nossas escolhas é uma questão moral, por isso primeiro
temos de saber o que é bom e só depois sabermos o que é justo. A ação pelo véu de
ignorância levar-nos-ia a fazer escolhas amorais, transformando-nos em seres
imorais sem laços morais.

- Sandel questiona a prioridade do princípio da liberdade. Para ele, o erro de Rawls


consiste em ter uma noção abstrata do ser humano. A nossa identidade é determinada
por fins que não foram escolhidos por indivíduos isolados ou desinteressados, mas
descobertos pela nossa inserção num determinado contexto social.

Os Valores estéticos:

1.Juízo estético

- Os valores estéticos são muitos e diversos, pelo que é extremamente difícil dar uma
definição explícita do que eles são, se é que tal definição existe ou pode existir. Assim,
é habitual recorrer-se preferencialmente, à exemplificação de que são esses valores
recorrendo a exemplos centrais e consensuais, sendo, geralmente, bastante fácil
prosseguirmos com a exemplificação depois de sermos esclarecidos por esses
exemplos, ou casos paradigmáticos, de valores estéticos. (beleza, elegância,
graciosidade, vivacidade, harmonia, expressividade, complexidade,
profundidade, originalidade.)

- Os juízos estéticos são assim aqueles que, pelo menos confiando na sua
aparência verbal, atribuem um valor estético a algo (um objeto em sentido
amplo). “X é P”, X é o objeto e P a propriedade ou valor estético. EX: A Mona
Lisa é Bela”

- Quanto aos juízos estéticos em sim, a estética pergunta se podem ser verdadeiros e
falsos (ou adequados e desadequados, etc.), e em que circunstancias, isto é, com
que fundamento ou justificação. Isso por sua vez, remete para a questão da
natureza dos valores e das propriedades de valor, e para o problema de saber se
eles “residem” de alguma forma nos objetos referidos por tais juízos, para que
estes sejam verdadeiros.

✓ Objetivismo estético

- O objetivismo estético defende que os juízos estéticos são verdadeiros e falsos,


como os juízos de facto, porque designam também factos estéticos.

✓ Subjetivismo e relativismo estético

- Já o subjetivismo e o relativismo estéticos afirmam que as propriedades de valor


não fazem parte da realidade do mundo dos factos, pelo que os juízos que atribuem
tais propriedades não podem ser verdadeiros nem falsos, ou são
verdadeiros\falsos apenas para um sujeito, mas não para todos, ou, ainda, para
uma comunidade (geográfica, histórica) ou cultura, mas não para outras.
- Geralmente, mas não necessariamente, o relativismo estético propõe-se explicar o
facto de as pessoas divergirem em termos juízos estéticos- o facto a que, lembremos,
o argumento da diversidade ou do desacordo apelava- através da ideia de que a
justificação de tais juízos reside na história individual e das condições sociais de cada
um.

✓ O problema da definição da arte

- É um dos problemas centrais da filosofia da arte e consiste em procurar uma teoria


filosófica da arte que defina as características que formam a essência da arte,
sintetizando-as num conceito que explique o que faz com que algo seja arte (ou, por
vezes, propor o que deve de ser considerado arte).

✓ A teoria da arte como imitação

- Não se trata apenas de imitar com precisão a aparência bela dos objetos físicos, mas
também, através de artes como o teatro, de “imitar” ou, talvez melhor, de representar
comportamentos humanos e mesmo conceitos ou ideias, belos, bons ou justo, como
as leis morais de origem divina e a ordem e harmonia do Universo.

- A mais antiga teoria da arte (Platão e Aristóteles) defende que a arte consiste
na imitação da natureza bela ou na representação de comportamentos humanos
e mesmo de conceitos ou ideias belas, bons ou justo. Relaciona-se com o prazer
que todos retiramos de jogar e assistir ao jogo de imitação.

✓ Críticas à teoria da arte como imitação

1. Arte não imitativa: a música, a arquitetura e outras


raramente;
2. O reduzido valor da imitação: se a arte é imitação,
então a melhor será aquela que leva a tal nível a
imitação que consegue fazer-nos acreditar que a obra é
a realidade (ex: “trompe l´oeil”); mas muita arte plástica
é representativa, mas não realista, e a literatura e o
teatro fogem frequentemente à imitação.
3. Problemas com a noção e representação: mesmo
na arte representativa, o realismo não pode consistir
numa simples correspondência bruta de propriedades
entre original e obra, senão todos os pares de coisas
idênticas se imitavam e representavam mutuamente.
✓ Teoria expressiva da arte

- A obra de arte é um veículo de expressão imaginativa de emoções particulares


do seu autor e é uma ideia na sua mente, que ele projeta num objeto de arte; este
permite que o autor comunique a ideia, mas não é essencial, e o público, em contacto
com o objeto, recria, pela imaginação, a emoção inicial do artista.

✓ Propriedades
1. nãoexpressiva
Críticas à teoria intencionadas: estas podem ser
da arte
consideradas fundamentais para o valor artístico da
obra, mas isso é incompatível com a tese de que a obra
é o que esteve na mente do artista.
2. Inacessibilidade dos estados mentais do artista:
pode não ser possível, e nem sequer desejável, recriar
apenas o que o artista exprimiu (obras anonimas do
passado, perda de tudo o que nos dá o estudo das
obras depois de os autores morrerem).
3. O artista tem de sentir sempre o que a obra
✓ Teoria formalista da arte

- (Kant, Hanslick, Bell): o que faz de um objeto uma obra de arte é o facto de
possuir uma forma que pode ser apreciada esteticamente, as relações entre as
suas qualidades formais, a “forma significante” ⃰ (Bell) (padrões de formas, linhas e
cores nas artes plásticas, melodias, harmonias, ritmos, a instrumentação, intensidade
e andamentos, na música), e não facto de representar algo ou exprimir sentimentos. ~

⃰ FORMA COMO OS ELEMENTOS ESTÃO RELACIONADOS


ENTRE SI

✓ Críticas à teoria formalista da arte

1. Vagueza do conceito de forma (significante): é


um conceito misterioso que é satisfeito por
praticamente tudo, pelo que não é uma condição
suficiente para algo ser arte. E não se aplica a
certas artes, como o teatro, ao romance e à música
com texto (ópera, canções, música, sacra) ou
ilustrativa.
2. Forma e conteúdo são inseparáveis: ignorar a
relação dos aspetos formais com os materiais (o
sentido e a referência a algo) e a ligação das obras
com a realidade não nos permite perceber o
sentido e o valor dos próprios elementos formais
das obras, e isso seriam defeitos delas.
5. Valores religiosos

✓ A religião e o sentido da existência

- A religião é um fenómeno universal e trans-histórico;


- Apresenta o Universo como criação de deus(es) e a morte como transição para um
plano transcendente. Corresponde a uma necessidade natural de dar resposta ao
sentido de existência: estamos aqui para cumprir o plano de algo superior que
concebeu tudo com um propósito.
- A Filosofia esta interessada nas razões, nas justificações e nos argumentos que
possam ser apresentados em geral acerca das crenças religiosas fundamentais, a
existência de Deus e a imortalidade. Outra questão filosófica é se a religião é a única
fonte possível de sentido para a existência, ou se ela tem sentido mesmo sem a
religião.
- Alguns filósofos ateus (Camus) defenderam que, na ausência de Deus e de um
propósito, não pode haver qualquer sentido no Universo e nas nossas vidas;
- Um modo de defender o sentido para a vida independente das religiões é afirmar que
esse sentido é a obtenção da felicidade.
- Outro ponto de vista ético, ou do Universo; considerar o que nos rodeia de um modo
imparcial, independente de sermos a pessoa que somos. Podemos descobrir que uma
vida que vale a pena ser vivida é aquela em que procuramos fazer o que é correto
visto desse ponto de vista altruísta (SINGER).

✓ Religião, Razão e Fé

- Incompatibilidade a favor da fé: fideísmo é a posição que defende que razão e fé


religiosa se opõem e que só a fé nos permite acreditar na existência de Deus (Pascal,
Kierkegaard)
- Problemas do Fideísmo:
- Se o sentimento anterior é o nosso único guia em matéria religiosa, todas
as religiões, contraditórias entre si, estariam corretas acerta daquilo em que os seus
crentes acreditam\sentem.
- Recomendar que se cria na fé e não na razão, sem apresentar razões
para fazermos isso em vez de o contrário.
✓ Incompatibilidade a favor da razão
- O ateísmo é a posição a qual fé e razão são incompatíveis, e devemos seguir
esta última, que nos mostra que Deus do teísmo (um ser omnipotente, omnisciente e
sumamente bom) não existe (um dos argumentos centrais é o argumento do mal)

- O agnosticismo: é a ideia de que a razão não nos mostrou, até agora, provas
suficientes, quer para acreditar que Deus existe, quer que Ele não existe, pelo que
devemos suspender o nosso juízo.

- Compatibilidade entre a razão e fé: a harmonia e a coincidência entre a fé e o que


a razão nos permite compreender e descobrir foi defendida por muitos filósofos, que
apresentaram argumentos a favor da existência de um deus único e perfeito, em
particular, um deus omnipotente, omnisciente e supremamente bom, o “Deus dos
filósofos”, uma conceção conhecida como teísmo.

✓ O argumento do desígnio

- Proposto por Platão e S. Tomás de Aquino, baseia-se na analogia entre o Universo,


em particular os seres vivos, e uma máquina. Nesses seres, a grande organização de
partes e suas funções, concorrendo para a sobrevivência e multiplicação dos
organismos, sugere que também eles foram concebidos por uma força inteligente,
Deus, com um propósito.
- Trata-se de um argumento por analogia, que, nunca sendo infalível (válido), procura
dar-nos boas razões para acreditar numa alta probabilidade da conclusão.

✓ Críticas ao argumento do desígnio

1. Fraqueza da analogia: um argumento por


analogia é forte se as semelhanças são muitas
e em aspetos relevantes. Mas ter partes e
uma função global pode ser dito de
praticamente tudo, e a analogia é vaga, sem
especificar os aspetos particulares em que é
determinante que o Universo seja como uma
grande máquina formada por muitas pequenas
máquinas.
2. Limitações da prova: mesmo aceitando o
argumento ele não prova a existência de Deus
do teísmo- omnipotente, omnisciente, bondoso,
eterno e único.
3. Outra explicação para a organicidade: a
teoria da evolução de espécies é uma
explicação alternativa e científica para as
propriedades dos serves vivos que
✓ Crítica
fundamentam
à perspetivaareligiosa
analogia. A natureza produz
variações, das quais as mal sucedidas
desaparecem, deixando as bem-sucedidas com
as suas qualidades de adaptação que parecem
propositadas.
- O problema do mal: é o argumento mais discutido contra a existência de Deus, que
explora a incompatibilidade entre a indesmentível existência do mal- natural e
provocando por humanos- e a existência de um Deus que possua as qualidades da
omnipotente, omnisciente e bom. A sua conclusão é que ou Deus não possui pelo
menos uma das três qualidades, ou não existe.
- As respostas ao argumento (teodiceias) procuram justificar essa existência do Deus
do teísmo, mostrando que o mal é necessário ao Universo, ou ao nosso livre-arbítrio,
ou que permite um saldo final positivo.

Argumentos a favor da existência de Deus:

- Argumento do desígnio: William Paley


. Analogia entre um relógio e o mundo.
- O relógio teve um criador inteligente, o mundo tem também um criador inteligente.

DEUS

Contra-argumento: Paley ignora a regra do argumento por analogia que afirma que
se tem que ter em conta a existência de diferenças significativas entre os objetos
comparados.

- Argumento ontológico: Stº Anselmo


“ Deus é o ser mais perfeito que jamais possa ser pensado”

Argumento
ontológico A existência é uma característica da perfeição. Se eu
pensar um ser perfeito ele tem que existir.

Contra-argumento: eu posso pensar numa ilha perfeita que isso não faz com que ela
exista. A existência não é uma propriedade da perfeição.

- Argumento cosmológico (a causa primeira): S. Tomás de Aquino


. Tudo no mundo se encontra ligado por relação de causa e efeito.
Causa-primeira: é a causa que foi a causa de todas as outras e que não foi causada.
- Não prova de forma absoluta que a primeira causa foi DEUS.
DEUS
Deus (EXISTE?)
- Ateus: Deus não existe
Argumento:
Se Deus existe e é perfeito, então Argumento válido, pois
Não pode existir o mal. corresponde à forma da inferência
O mal existe.
válida Modus TOLLENS
Logo, Deus não existe, nem é perfeito

- Um crente não concorda com a primeira premissa. Embora considere que Deus
existe e é perfeito, discorda quando a existência do mal é atribuída a Deus. O mal
resulta da ação dos homens (que Deus criou com livre-arbítrio), que conhecendo
melhor, acabam por escolher o pior.

- Teísta (crentes)- acreditam em Deus


. A existência de Deus não necessita de prova: é uma questão de fé.
. É possível provar racionalmente a existência de Deus.
( provamos isso com a existências dos argumentos a favor )

- Agnósticos: espera que lhe provem, ou não, a existência de Deus.

Conhecimento:
EPISTEMOLOGIA

área da filosofia que estuda/reflete sobre o conhecimento.

TIPOS DE CONHECIMENTO - EXEMPLOS

"Eu sei nadar” - conhecimento prático: SABER FAZER.


“Eu conheço a cidade de Lisboa” - conhecimento direto: CONHECIMENTO POR
CONTACTO.
“Eu sei que Lisboa é al” - conhecimento teórico/indireto: CONHECIMENTO
PROPOSICIONAL.
CONHECIMENTO

(1) 1º MOMENTO: o sujeito sai de si.


(2) 2º MOMENTO: o sujeito está fora de si.
(3) 3º MOMENTO: o sujeito volta a si.

Funções:
SUJEITO – conhecer o objeto.
OBJETO – ser conhecido.

• O conhecimento é um fenómeno que se dá no campo da consciência e


resulta da relação entre o sujeito e o objeto.
A DEFINIÇÃO TRADICIONAL DE CONHECIMENTO: condições necessárias e suficientes

TIPOS DE JUSTIFICAÇÃO - EXEMPLOS

Eu sei que o céu é azul – justificada pela experiência: crença “A POSTERIORI”.


Eu sei que 2+2=4. – justificada pelo raciocínio: crença “A PRIORI”.

A DEFINIÇÃO PLATÓNICA DE CONHECIMENTO: o conhecimento é crença, verdadeira e


justificada.

Problemas do conhecimento:

→ O problema da origem:
EMPIRISMO: posição filosófica que defende que todo o conhecimento tem a sua
origem na experiência.

RACIONALISMO: posição filosófica que defende que as nossas crenças


verdadeiras são justificadas pela razão.

→ O problema da possibilidade de conhecimento: será possível conhecer?

CETICISMO

O ceticismo é a posição segundo o qual o conhecimento não é possível. Segundo


os filósofos que defendem esta posição não podemos afirmar, sem erro, que
sabemos seja o que for, neste sentido, aquilo que chamamos conhecimento pode
não passar de uma mera ilusão.

ARGUMENTO CÉTICO

REPRESENTAÇÃO:

DICIONÁRIO:
P: Há conhecimento.
Q: As nossas crenças estão justificadas.
FORMALIZAÇÃO:
• A solidez deste argumento depende da verdade da premissa dois, sendo que
muitos filósofos não aceitam, por isso a tarefa dos céticos consiste em
mostrar a sua verdade.

OS MODOS CONDUCENTES À SUSPENSÃO DOS JUÍZOS (Sexto Empírico)

➢ Argumentos que o Sexto Empírico apresenta para justificar a verdade da


segunda premissa são:

AS DIVERGÊNCIAS DE OPINIÃO

Seja qual for o assunto, há sempre divergência irreconciliável de opiniões, mesmo


entre os entendidos. Só é possível explicar a divergência de opiniões se as razões
que sustentam cada uma delas não forem totalmente convincentes (isto não significa
que sejam erradas, mas simplesmente que nenhuma justificação a favor delas é
satisfatória). AS ILUSÕES E ERROS PERCETIVOS
A justificação que temos para uma boa parte das nossas crenças baseia-se na
perceção.

 PERCEÇÃO: modo como tomamos consciência dos objetos através dos nos-
sos sentidos.

Pela observação desta imagem, podemos verificar que em diferentes momentos


percecionamos os mesmos objetos de formas diferentes. O que indica que a
perceção dos objetos é relativa ao ponto de vista do observador, sendo que muitas
das coisas que vemos e ouvimos não passam de meras ilusões percetivas (falsas
imagens da realidade criadas pelos sentidos).

 Logo, concluem os céticos, é sempre possível que as nossas crenças basea-


das na perceção sejam falsas.

A REGRESSÃO INFINITA DA CRENÇA

A maioria das justificações das nossas crenças é retirada de outras crenças, que
por sua vez vão buscar a sua justificação a outras crenças, num processo de recuo
sem fim, dá-se, assim, uma regressão infinita em que nunca nos podemos dar por
satisfeitos, pois o processo de justificação continua infinitamente.

O FUNDACIONISMO

→ Posição acerca do problema da possibilidade do conhecimento que considera


que se refuta o ceticismo, encontrando-se bases sólidas, ou fundamentos, do
conhecimento.
Como se pode conseguir isso?
Segundo Descartes temos dois tipos de crenças:

→ Crenças básicas: quando uma crença se justifica a si mesma.


→ Crenças não básicas: quando uma crença é justificada por outra crença.
As crenças básicas constituem os alicerces sobre os quais podemos construir o
edifício do nosso conhecimento.
Como funciona a dúvida metódica?

→ Temos de examinar todos os fundamentos das nossas crenças. Para


encontrarmos algum que resista a essa nossa tentativa.
→ Basta que encontremos uma mínima razão para duvidarmos de uma crença
devemos trata-lo como falso (pois não serve para crença básica e ainda não
será derivadamente fundamentado).
CARACTERÍSTICAS DA DÚVIDA METÓDICA

• Metódica: é o meio para alcançar os fundamentos do conhecimento verda-


deiro.
• Provisória: é usada como estratégia para atingir um fim, após termos encon-
trado uma crença básica pode ser abandonada.
• Radical: pois começa por atingir as fontes do conhecimento.
• Hiperbólica: pois vai rejeitar como falso todos os conhecimentos sobre as
quais consegue lançar a mínima dúvida.
• Universal: aplica-se a todos os conhecimentos.
• Metafísica: incide sobre realidades como Deus e mundo.

A DESCOBERTA DA 1ª VERDADE ABSOLUTA INDUBITÁVEL

→ Quando a dúvida atinge o seu ponto máximo uma verdade indubitável vai
impor-se:
Penso, logo existo.
-Descartes.
Qual a importância desta 1ª verdade?

→ É o 1º princípio do sistema do saber.


→ É puramente racional.
→ Funciona como um modelo de verdade: serão verdadeiros os conhecimentos
que forem claros e distintos como este.

1ª REGRA DO MÉTODO PARA O CONHECIMENTO

Evidência: são conhecimento todas as crenças verdadeiras que se apresentem


como tal certeza acerca e distinção, que eu não consigo duvidar delas.

IDEIA INATA
QUEM É O CRIADOR QUE DEIXOU ESTA MARCA NA MINHA MENTE?
CRÍTICAS

• É dogmático: as ideias inatas (crenças básicas) são claras e distintas e, como


tal, indubitáveis (inquestionáveis).
• É exclusivista: ao pretender que todas as crenças não básicas são derivadas
e justificadas, dedutivamente, a partir das crenças básicas, Descartes consi-
dera que a origem do nosso conhecimento reside única e exclusivamente na
razão (“a priori”).

Para saber as ideias que concebe de modo claro e distinto são verdadeiras,
Descartes tem que saber que Deus existe e é perfeito, mas como é que o filósofo
sabe que Deus existe e é perfeito? Porque o concebe de forma clara e distinta. -
“PETIÇÃO DE PRINCÍPIO”

DAVID HUME: EMPIRISMO

Empirismo: posição filosófica que defende que todas as nossas crenças têm origem
na experiência.

CRÍTICAS A DESCARTES
DAVID HUME: CONTEÚDOS DA MENTE

IDEIAS SIMPLES E COMPLEXAS

CONCLUSÃO

• Só posso conhecer através da experiência.


• Todo o conhecimento está limitado à experiência.
DAVID HUME

→ Todo o conhecimento tem origem na experiência.


→ Só conseguimos conhecer até onde conseguimos realizar experiência - a
experiência é o limite do nosso conhecimento.

TIPOS DE CONHECIMENTO
RELAÇÕES DE IDEIA
→ É constituído por verdades matemáticas, são necessárias (não podiam ter
sido falsas) e conhecidas “a priori”, pois basta usar o pensamento para
conhecê-las ou o raciocínio dedutivo para demonstrá-las.

No entanto, embora seja um conhecimento absolutamente


certo, não é acerca do mundo, isto é, nada nos diz sobre o que existe fora
do pensamento.

QUESTÕES DE FACTO
→ As ciências da natureza são deste género, são contingentes (são verdade,
mas também podiam ser falsas) e conhecidas “a posteriori”.

O conhecimento “a posteriori”, apesar de contingente,


necessita ser justificado pela experiência, por isso dá-nos conhecimento sobre o
que existe fora do pensamento.

RELAÇÃO DE CAUSA EFEITO

HÁBITO / COSTUME

→ Grande guia da vida humana.


→ Crença na regularidade da natureza.
→ O hábito ou costume está na origem da relação causal entre ideias, daí que
Hume refira a associação que se faz entre a neve e o frio ou a chama e o calor. Mas
esta relação não é adquirida mediante experiência, ideia ou conhecimento. Ou seja,
a crença na relação causa efeito não é nem produto de toda a nossa experiência,
nem da razão. É o hábito que nos faz estabelecer essa relação causal, levantando
assim o problema da indução, pois as inferências resultam de a imaginação permitir
antecipar o futuro, o que nem sempre garante a associação que é feita, se
concretize.

CRÍTICAS A DAVID HUME

→ É cético (ceticismo mitigado ou moderado), pois considera que, embora não


tenhamos justificação empírica para as nossas crenças, no entanto, temos
conhecimento.
→ É revolucionista: considera que só existe uma fonte de conhecimento, a
experiência.
DESCARTES D. HUME KANT
Fonte do Razão Experiência - Sensibilidade
conhecimento - Entendimento
Possibilidade do Dogmatismo Ceticismo moderado Criticismo
conhecimento

PROBLEMAS FILOSÓFICOS SOBRE O CONHECIMENTO CIENTÍFICO

• O que é a ciência? Como se distingue das outras formas de saber?


• Problemas do método científico.
• Problema da demarcação das ciências.
• O desenvolvimento da ciência.

TIPOS DE CONHECIMENTO DA REALIDADE

→ Senso comum, conhecimento quotidiano ou conhecimento vulgar.


→ Ciência.

EPISÓDIO: DOCTOR HOUSE


MÉTODO CIENTÍFICO

PROBLEMA DO MÉTODO CIENTÍFICO: o problema da verificação das hipóteses

→ Círculo de Viena: indutivistas.

• Todas as ciências, nomeadamente as sociais e humanas, devem utilizar o


método experimental.
ETAPAS DO MÉTODO CIENTÍFICO SEGUNDO OS INDUTIVISTAS:

1: Observação dos 2: Descoberta de relações 3: Generalização dessas


fenómenos a investigar. entre os fenómenos a partir relações.
Ex: Alunos da turma da análise e interpretação Ex: Todos os alunos são
dos dados observados. seres humanos.
Ex: São seres humanos.
→ Para passar a ser uma lei ou teoria as hipóteses têm que ser verificadas pela
experiência.

Os indutivistas foram criticados porque nunca é possível verificar todos os


casos possíveis.
→ O critério da verificabilidade foi então substituído pelo critério da confirmabilidade,
isto é uma verificabilidade em sentido fraco, basta que os casos observados
confirmem a hipótese.

PROBLEMA DA VERIFICAÇÃO DAS HIPÓTESES

1. Observação.
2. Interpretar os dados observados e estabelecer uma relação entre eles.
3. Generalização.

KARL POPPER: falsificacionismo

➢ O problema da indução não afeta a ciência porque o seu método é de


natureza hipotético-dedutiva.
Método hipotético-dedutivo: Popper
CORROBORADA: ainda não conseguimos demonstrar que é falsa.

O CRITÉRIO DA DEMARCAÇÃO DAS CIÊNCIAS

Qual é o critério que permite distinguir as ciências das pseudo-ciências.


INDUTIVISTAS: verificação

→ São científicos todos os conhecimentos que podem ser verificados pela


experiência.
POPPER: falsificacionismo

→ São científicos os conhecimentos que admitem ser falsificados pela


experiência.
Exemplos:
“Hoje vai ser visível um astro no céu.” - não é científica; não é falsificável pela
experiência.
“Hoje, à noite, às 21:33h, no hemisfério norte, visível a partir de Portugal Continental,
vai ser observado o cometa X. - falsificável: corre riscos de ser refutada pela
experiência.
O problema da objetividade e racionalidade científica:
É a ciência um conhecimento objetivo?
→ Para Popper a objetividade e a racionalidade científica estão garantidas pelos
testes rigorosos e severos que são aplicados às hipóteses/conjunturas e que não as
conseguindo refutar as corroboram.
THOMAS KUHN:

→ Críticas a Popper:

• Procurar falsificar as hipóteses ou teorias tem muito pouco a ver com a forma
como se trabalha em ciência.
• A objetividade e a racionalidade científicas são problemáticas.
• O desenvolvimento científico não é um processo cumulativo.
PARADIGMA: visão do mundo

• Teorias
• Pressupostos Teóricos
• Instrumentos
INCOMENSURABILIDADE DOS PARADIGMAS
→ Os paradigmas são tão diferentes entre si que não conseguimos encontrar critérios
que nos permitam compará-las entre si e determinar qual deles é mais verdadeiro.
Críticas a Kuhn:
→ Não será possível dizer que um paradigma está mais próximo da realidade que
outro?

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