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A G R U PA M E N T O D E E S C O L A S N º 1 D E A B R A N T E S

ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DR. SOLANO DE ABREU

ANO LETIVO 2020/2021

FILOSOFIA

A DIMENSÃO DISCURSIVA DO TRABALHO


FILOSÓFICO

LÓGICA PROPOSICIONAL
LÓGICA
INSTRUMENTOS LÓGICOS DO PENSAMENTO E DO
DISCURSO
O QUE É A LÓGICA?
A lógica procura responder ao seguinte problema: “O que se segue do quê?”, ou dito de outra forma: “O
que conta como boa razão para o quê, e porquê?” (Priest)

LÓGICA

Disciplina filosófica que estuda a distinção entre argumentos corretos (ou válidos) e
incorretos (ou inválidos), mediante a identificação das condições necessárias à operação
que conduz da verdade de certas crenças à verdade de outras.

Estudo das leis, princípios e regras a que devem obedecer o


pensamento e o discurso para serem válidos.
PROPOSIÇÕES
Proposição: o pensamento, verdadeiro ou falso, literalmente expresso por
uma frase declarativa.
Saia da minha frente! Frase imperativa.
Que belo jardim você tem! Frase exclamativa.
Não são
Quem sou eu? Frase interrogativa.
proposições.
Farei o que me mandas fazer. Frase que traduz uma promessa.
Ajuda-me a transportar estes sacos. Frase que expressa um pedido.

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IDENTIFICA AS PROPOSIÇÕES,
DISTINGUINDO-AS DOS ENUNCIADOS.

• a) Valha-me Deus!
• b) Os unicórnios são animais de grande porte.
• c) Não me chateies!
• d) Há pessoas que são extraordinárias.
• e) Há pessoas irónicas.
• f) Os alunos do 10ºA não gostam das aulas de Filosofia.
• g) Os cientistas são exigentes.
• h) Alguns alunos da ESSA não são muito estudiosos.
• i) Há alunos que estudam no Agrupamento de Escolas Nº1 de Abrantes.
• j) Rafaela, cala-te.
• k) Já comeste fruta hoje?
• l) A turma 10º A foi alvo de uma participação disciplinar.
TIPOS DE PROPOSIÇÕES
Proposições Exemplos

Afirmam ou negam Todos os rios correm.


Simples Categóricas sem restrições nem Os poetas não são
condições. arquitetos.

Afirmam ou negam “Se P então Q”


Se viajo, então aprendo.
Condicionais sob determinadas Se não fores, então vou
condições. eu.

Compostas Afirmam ou negam


(complexas) numa relação de “P se, e apenas se, Q”
Bicondicionais equivalência entre Vou à praia, se e só se,
as duas proposições estiver sol.

que a constituem.

As proposições, simples ou compostas, relacionam-se umas com as outras, organizando-


se em operações mais complexas – os argumentos.
TIPOS DE PROPOSIÇÕES (quantidade e qualidade)

Universal afirmativa: “Todos os seres humanos têm livre-arbítrio.”


Universal negativa: “Nenhum ato livre é determinado.”
Particular afirmativa: “Alguns acontecimentos são determinados.”
Particular negativa: “Nem todos os acontecimentos são
determinados.”
Singular afirmativa: “Sócrates é mortal.”
Singular negativa: “Sócrates não é mortal.”

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Exercício
1) Classifica quanto à qualidade e à quantidade as seguintes proposições e atribui a letra correspondente:
a-) O elefante é um animal poderoso
b-) O tigre é indomesticável
c-) O sonho é humano
d-) Há poucas coisas que não gosto
e-) Há exercícios de aeróbica que testam a resistência cardio-vascular
f-) O domingo não é um dia chato
g-) Qualquer ser humano é capaz de um gesto feliz
h-) Não há mentiras que não possam ser perdoadas

1.1) Reescreve as proposições anteriores de acordo com a forma padrão da proposição.


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ARGUMENTO
Argumento: conjunto finito de proposições em que se pretende justificar uma delas: a conclusão,
com base em outra(s), a(s) premissa(s).

ARGUMENTO

Conjunto de proposições
devidamente articuladas

Conclusão
Premissa(s)
(tese)

A(s) premissa(s) procura(m) defender,


sustentar ou justificar a conclusão. 9
ARGUMENTO
Exemplo
Premissa Todos os portugueses são europeus.
ANTECEDENTE
Premissa Os alentejanos são portugueses.
CONSEQUENTE Conclusão Logo, os alentejanos são europeus.

Indicador de
Nexo lógico
conclusão

Não se enquadram na categoria de «argumentos» aqueles que são


meros conjuntos de proposições sem qualquer conexão lógica entre si.

Exemplo
Um argumento tem subjacente uma
Os rapazes são giros.
inferência ou raciocínio, uma operação
As cerejas fazem bem à saúde.
que efetua a transição lógica entre
Logo, as férias devem continuar.
proposições.
ARGUMENTO
Indicadores de premissa e de conclusão

Uma vez que é uma atividade física, o Proposição 1 – O desporto é atividade física.
desporto é saudável. Como se sabe, a Proposição 2 – O desporto é saudável.
atividade física é saudável. Proposição 3 – A atividade física é saudável.

Indicadores de premissa Toda a atividade física é saudável.


Todo o desporto é atividade física.
Logo, todo o desporto é saudável.

Indicador de conclusão
ARGUMENTO
Indicadores de premissa e de conclusão
(continuação)

O Universo não é infinito. Com efeito, se Proposição 1 – O Universo não é infinito.


o Universo fosse infinito, a força da Proposição 2 – Se o Universo fosse infinito, a
gravidade não existiria. Ora, a força da força da gravidade não existiria.
gravidade existe. Proposição 3 – A força da gravidade existe.

Se o Universo fosse infinito, a força da gravidade


Indicadores de premissa não existiria.
A força da gravidade existe.
Logo, o Universo não é infinito.

Indicador de conclusão
ARGUMENTO – A premissa escondida.
1. Atenta no seguinte argumento que nos é apresentado de uma forma
desorganizada.

“É claro que Deus não existe!


Deus não permitiria que existisse mal no mundo, por isso, Deus não existe.”

1.1. Identifica a conclusão do argumento. (Qual é a ideia que se quer defender?)

1.2. Identifica as premissas do argumento. (Que razões são apresentadas para defender a
conclusão?)

1.3. Há alguma premissa implícita (escondida)? (Uma premissa que o autor não chegou
a formular, mas que está subentendida no argumento.)

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ARGUMENTO
Alguns indicadores de premissa Alguns indicadores de conclusão

Porque… Logo…
Pois… Então…
Admitindo que… Por conseguinte…
Pressupondo que… Portanto…
Considerando que… Por isso…
Partindo do princípio de que… Consequentemente…
Sabendo que… Segue-se que…
Dado que… Infere-se que…
Uma vez que… Conclui-se que…
Devido a… É por essa razão que…
Como… Daí que…
Ora… Assim…
Em virtude de… Isso prova que…
ARGUMENTOS DEDUTIVOS E
ARGUMENTOS INDUTIVOS
Argumento dedutivo: argumento em que se pretende que a(s) premissa(s)
garanta(m)/estabeleça(m) a conclusão. Neste tipo de argumentos, pretende-se alcançar uma
verdade particular a partir de premissas que estabeleçam uma verdade mais geral ou
abrangente. (Lógica formal).
Todos os homens são mortais. Analisa a validade dos
argumentos
Sócrates é homem.
dedutivos.
Logo, Sócrates é mortal.
Argumento indutivo: argumento em que se pretende que a(s) premissa(s) apoie(m)/suporte(m)
a conclusão. Neste tipo de argumentos, as premissas apresentam casos particulares que
apresentam um padrão, uma lei geral, que permite chegar a conclusões universalizáveis. (Lógica
informal)
Cada um dos cães que observei até hoje ladrava. Analisa
Logo, todos os cães ladram. essencialmente a
validade dos
argumentos não
dedutivos.
VALIDADE E VERDADE
PROPOSIÇÕES

VERDADE FALSIDADE

Aplicam-se à matéria ou conteúdo das proposições. Se estiverem


de acordo com a realidade, as proposições são verdadeiras; se
não estiverem, são falsas.

São qualidades próprias dos argumentos, resultantes do facto de


as premissas apoiarem ou não a conclusão.

VALIDADE INVALIDADE

ARGUMENTOS
VALIDADE
VALIDADE A validade traduz uma certa relação entre os valores de
verdade das premissas e o valor de verdade da conclusão.
NÃO
DEDUTIVA
DEDUTIVA
VALIDADE E VERDADE – ARGUMENTOS DEDUTIVOS
ARGUMENTOS
DEDUTIVOS

A sua validade depende apenas da forma lógica.

Se as premissas
forem verdadeiras e
Num argumento dedutivo válido é logicamente impossível que
a conclusão falsa,
as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. então o argumento
é inválido.

Os argumentos dedutivos válidos são especialmente


apreciados pelos filósofos.

Estes argumentos preservam


a verdade.
VALIDADE E VERDADE – ARGUMENTOS DEDUTIVOS
Exemplo Exemplo

Todos os alunos são sensatos. Todos os alunos são sensatos.


Todos os jovens de dezasseis anos são alunos. Todos os jovens de dezasseis anos são sensatos.
Logo, todos os jovens de dezasseis anos são sensatos. Logo, todos os jovens de dezasseis anos são alunos.

Argumento válido Argumento inválido

É logicamente impossível as duas premissas A verdade da conclusão não é garantida pela


serem verdadeiras e a conclusão falsa. verdade das premissas.

Todos os A são B. Importância da Todos os A são B.


Todos os C são A. forma lógica do Todos os C são B.
Logo, todos os C são B. argumento. Logo, todos os C são A.

Forma válida Forma inválida


VALIDADE E VERDADE – ARGUMENTOS DEDUTIVOS
Pode haver argumentos dedutivos válidos com premissas e conclusão falsas.

Todos os portugueses são pintores.


Bertrand Russell é português.
Logo, Bertrand Russell é pintor.

Pode haver argumentos dedutivos inválidos com premissas e conclusão verdadeiras.

Todos os naturais de Lisboa são portugueses.


Fernando Pessoa é português.
Logo, Fernando Pessoa é natural de Lisboa.
VALIDADE E VERDADE – ARGUMENTOS DEDUTIVOS
Argumentos dedutivos

Argumento dedutivo válido Argumento dedutivo inválido

Argumento que tem uma forma lógica tal


que a verdade das premissas garante Argumento que tem uma forma lógica tal
sempre a verdade da conclusão, sendo que a verdade das premissas não garante
impossível que as premissas sejam a verdade da conclusão.
verdadeiras e a conclusão falsa.

Premissas Argumento Conclusão


Verdadeira
Válido
Verdadeiras É impossível ser falsa
Verdadeira
Inválido
Falsa
Verdadeira
Válido
Falsa
Falsas
Verdadeira
Inválido
Falsa
Argumentos sólidos: argumentos válidos constituídos por proposições verdadeiras.
Validade e verdade - Exercício
1. Analisa os seguintes raciocínios quanto à sua verdade e validade:

a) A filosofia é uma ciência.


A matemática é uma ciência.
Logo, a matemática é uma filosofia.

b) Todos os elefantes são ruminantes.


Todos os elefantes são herbívoros.
Logo, todos os herbívoros são ruminantes.

c) Todas as alunas do 11ºB são “Susanas”.


As Susanas não gostam de sopa.
Logo, todas as alunas do 11ºB não gostam de sopa.

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Quadrado Lógico da Oposição
Este quadro mostra de forma simples as várias oposições que se podem estabelecer entre as proposições.
Proposições contrárias ( A - E): São proposições universais que diferem só pela qualidade.
Ex. : Todos os homens são racionais (A) e Nenhum homem é racional (E).

Proposições subcontrárias ( I - O): São proposições particulares que diferem só pela qualidade.
Ex. Alguns homens são racionais (I) e Alguns homens não são racionais (O).

Proposições subalternas ( A - I e E - O ): São proposições que só diferem pela quantidade.


Ex. Todos os homens são racionais (A) e Alguns homens racionais (I); Nenhum homem é racional (E) e Alguns
homens não são racionais (O).

Proposições contraditórias ( A - O e E - I ): São proposições que diferem quanto à quantidade e qualidade.


Ex. Todos os homens são racionais (A) e Alguns homens não são racionais (O); Nenhum homem é racional (E) e
Alguns homens racionais (I).

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Quadrado Lógico da Oposição - regras
 Regra das Contrárias - Duas proposições contrárias não podem ser ambas verdadeiras.

 Regra das Contraditórias - Duas proposições contraditórias não podem ser nem verdadeiras
nem falsas ao mesmo tempo.

 Regra da Subcontrárias - Duas proposições subcontrárias não podem ser ambas falsas.

 Regra das Subalternas – Se a Universal for V, a Particular é necessariamente V. Se a Particular


for F, a Universal é necessariamente F. Se a Universal for F, a Particular tem um valor
indeterminado (V ou F). Se a Particular for V, a Universal terá um valor indeterminado.

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Exercícios – Quadrado Lógico da Oposição
1. Se a proposição “Todos os biólogos são cientistas” for verdadeira, qual é o valor de verdade
da proposição “Alguns biólogos são cientistas”?
1.1. Identifica a relação de oposição entre as duas proposições.

2. Se a proposição “Alguns cozinheiros são competentes” for verdadeira, qual é o valor de


verdade da proposição de tipo A correspondente?

3. Sendo a proposição “Ninguém tira férias em agosto” falsa, podemos inferir a verdade da sua
contrária? Justifica.

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Exercícios 2 – Quadrado Lógico da
Oposição
1. Se a proposição “Todos os filósofos são japoneses” for a verdadeira, qual é o valor de
verdade de “Alguns filósofos são japoneses”?

2. Se a proposição “Nenhum filósofo é economista” for verdadeira, qual o valor de verdade de


“Alguns filósofos não são economistas”?

3. Duas proposições com a forma “Algum A é B” e “Algum A não é B” podem ser ambas falsas
na mesma circunstância? Porquê?

4. Qual é a negação lógica de “Todos os lisboetas são portugueses”?

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LÓGICA
PROPOSICIONAL
Proposições Complexas (conectores)
PROPOSIÇÃO

Pensamento ou conteúdo expresso por uma frase declarativa, suscetível de


ser considerada verdadeira ou falsa.

As proposições têm valor de verdade.

Simples ou elementares Complexas ou compostas

São proposições em que São proposições em que


não estão presentes está presente um operador
quaisquer operadores. ou mais do que um.

Exemplos Exemplos
As casas são brancas. As casas são amarelas. As casas são brancas ou as casas são amarelas.
Gertrudes é arquiteta. Paulo é engenheiro. Gertrudes é arquiteta e Paulo é engenheiro.
Deus existe. O mundo foi criado por Deus. Se Deus existe, então o mundo foi criado por ele.
Eu sou jogador de futebol. Eu não sou jogador de futebol.
CONECTIVAS/OPERADORES VEROFUNCIONAIS

Símbolo Leitura Formas proposicionais


 não Negação
 e Conjunção
 ou Disjunção Inclusiva
 ou…ou Disjunção Exclusiva
→ se..., então Condicional
↔ se, e só se Bicondicional
Variáveis Proposicionais
Letras P: Deus existe.
Variáveis
proposicionais
proposicionais Q: A vida tem sentido.
P, Q, R, S, etc

Dicionário

Exemplo Forma lógica

Deus existe e a vida tem sentido. PQ


Forma Leitura Exemplo Forma
Lógica proposicional

P Não P Deus não existe Negação

PQ PeQ Deus existe e a vida tem Conjunção


sentido

PQ P ou Q Deus existe ou a vida tem Disjunção


sentido Inclusiva

PQ Ou P ou Q Ou Deus existe ou a vida tem Disjunção


sentido exclusiva
P→Q Se P, então Q Se Deus existe então a vida Condicional
tem sentido
P↔Q P se, e só se, Deus existe se, e só se, a Bicondicional
Q vida tem sentido
Formalizar proposições complexas com
uma conetiva
Isolar as proposições
Colocar as proposições
simples e atribuir
na forma canónica,
variáveis
identificando os Simbolizar ou formalizar
proposicionais a cada
operadores a proposição complexa.
uma. A isto se chama
verofuncionais
«construir o dicionário»
envolvidos.
dessas proposições

Exemplo: Sou bom aluno a Filosofia, desde que estude lógica.

Expressão canónica Dicionário Formalização

Se estudo lógica, então sou P: Estudo lógica.


P→Q
bom aluno a Filosofia. Q: Sou bom aluno a Filosofia.
Designação Proposição/Linguagem natural Dicionário Formalização
Negação Maria não é grega P: Maria é grega ¬P
Não é verdade que Maria é grega (Não P)
É falso que Maria seja grega
Conjunção Sócrates é grego e filósofo P: Sócrates é grego P∧Q
Sócrates tanto é grego como é Q: Sócrates é filósofo
filósofo (P e Q)
Sócrates é grego mas também
filósofo
Disjunção O Rui compreendeu ou decorou a P: O Rui compreendeu P∨Q
inclusiva matéria a matéria.
O Rui compreendeu a matéria a não Q: O Rui decorou a (P ou Q)
ser que tenha decorado matéria
Disjunção O José ou é europeu ou é asiático P: O José é europeu PVQ
exclusiva O José é europeu ou asiático, mas Q: O José é Asiático (ou P ou Q)
não ambos
Condicional Se a arte é bela, então tem valor P: A arte é bela P→Q
A arte tem valor, desde que seja bela Q: A arte tem valor Se P então Q
Basta ser bela para a arte ter valor
Bicondicional A arte tem valor se e só se for bela P: A arte tem valor P↔Q
Ser bela é condição necessária e Q: A arte é bela (P se e
suficiente para que a arte tenha valor somente se Q)
Formalização em Lógica Proposicional (indicadores)
Indicadores de negação Indicadores de conjunção Indicadores de disjunção
¬P P⋀Q P⋁Q
Não-P PeQ P ou Q
(...) não (...) P juntamente com Q P ou Q, ou ambos (Disjunção Exclusiva)
Não é o caso de (que) P P, mas Q Pelo menos um, de P e Q
Não acontece (ocorre) (que) P P, apesar de Q
Não se tem P P, embora Q
P não se verifica P, não obstante Q
Não é verdade que P P, ainda que Q
É falso que P P, bem como Q
P, tanto como Q
Tanto P como Q
Não só P, mas também Q
Quer P, quer Q

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Formalização em Lógica Proposicional
(indicadores)
Indicadores de condicionalização ou implicação Indicadores de bicondicionalização ou equivalência
P→Q P↔Q
Se P, então Q P se e só se Q
Se P, Q P se e somente se Q
P implica Q P no caso e apenas no caso de Q
Uma vez que P, Q P quando e só quando Q
Dado P, Q P na condição e apenas na condição de Q
Sempre que P, Q P equivale a Q
Quando P, acontece Q
No caso (na condição) de P, Q
Q se P
Q, desde que P
Q só se P
Q, somente desde que P
P, a não ser que Q
A não ser que Q, P
P, a menos que Q
P, salvo se Q
P, exceto se Q

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Exercícios
(Formalizar proposições com uma conectiva)

Formaliza as proposições expressas pelas frases seguintes, começando por


estabelecer o respetivo dicionário:

1. O João é Homem se e só se for racional.


2. A vida tem sentido, se Deus existir.
3. A matemática é estimulante, apesar de ser difícil.
4. Voto no partido X ou no partido Y, mas não em ambos.
5. Não é verdade que a vida é curta.
6. O Frederico é professor ou bombeiro
Exercícios - correção
1. O João é Homem se e só se for racional.
P: O João é homem Q: O João é racional P ↔ Q (bicondicional)

2. A vida tem sentido, se Deus existir. (Se Deus existe, então a vida tem sentido)
P: Deus existe Q: a vida tem sentido P → Q (condicional)

3. A matemática é estimulante, apesar de ser difícil. (A matemática é estimulante e


difícil)
P: a matemática é estimulante Q: a matemática é difícil P ∧ Q (conjunção)
Exercícios - correção
4. Voto no partido X ou no partido Y, mas não em ambos.
(ou voto no partido X ou voto no partido Y) P: voto no partido X Q: voto no partido Y
P V Q (disjunção exclusiva)
5. Não é verdade que a vida é curta.
(A vida não é curta)
P: A vida é curta ¬P (negação)
6. O Frederico é professor ou bombeiro
P: O Frederico é professor Q: o Frederico é bombeiro P ∨ Q (disjunção
inclusiva)
Formalizar proposições complexas com duas ou
mais conectivas
Exemplo: Não sou rico se, e só se, não tenho dinheiro.

Expressão canónica Dicionário Formalização

Não sou rico se, e só se, não P: Sou rico.


P↔Q
tenho dinheiro. Q: Tenho dinheiro.

O ser humano é feliz, se Deus existir e a vida não for absurda.

Expressão canónica Dicionário Formalização

(P   Q) → R (certo)
Se Deus existir e a vida não for P: Deus existe.
absurda, então o ser humano Q: A vida é absurda.
P  ( Q → R) (errado)
é feliz. R: O ser humano é feliz.
Âmbito dos operadores/conectivas

O âmbito de um operador é a proposição, ou proposições, sobre a qual ,ou sobre as quais


esse operador incide.
O operador principal, de maior âmbito, incide sobre a totalidade da fórmula proposicional.
Os operadores de menor âmbito incidem sobre uma parte da fórmula proposicional.

Os parêntesis servem para indicar o âmbito dos operadores..


Âmbito dos operadores
P: Eu sonho.
Q: Eu estudo.

Operador principal:  Eu sonho e não estudo. PQ

Uma conjunção e uma negação que incide sobre a proposição Q.

Operador principal:  É falso afirmar que eu sonho e não estudo.  (P   Q)

Uma negação que incide sobre a conjunção de P e de  Q.

Âmbito de um operador: refere-se à proposição (ou proposições)


sobre a qual (ou sobre as quais) esse operador incide.

No segundo exemplo, o operador da negação (enquanto operador principal) apresenta


um âmbito diferente do do outro operador da negação.
Notas sobre a noção de âmbito
Uma forma proposicional simples não contém quaisquer operadores verofuncionais.
◦ p: A vida faz sentido.
◦ q: Deus existe.

Uma forma proposicional composta contém operadores verofuncionais.


Podemos aplicar qualquer operador a formas proposicionais simples.
◦ Fazemos  operar sobre p e ficamos com  p
A vida não faz sentido.
◦ Fazemos  operar sobre p e q e ficamos com (p  q)
Se a vida faz sentido, então Deus existe.

Podemos aplicar qualquer operador a formas proposicionais complexas.


◦ Fazemos  operar sobre  p e ficamos com   p
Não é verdade que a vida não faz sentido.
◦ Fazemos  operar sobre (p  q) e ficamos com  (p  q)
Não é verdade que se a vida faz sentido, então Deus existe.

41
REGRAS PARA A CONSTRUÇÃO DE “fbfs”
(fórmulas bem formadas)
RF1) f - S: Toda a letra proposicional é uma fbf (simples).
RF2) f - ¬: Para qualquer sequência P de símbolos, se P é uma fbf, o resultado de prefixar ¬ a P é uma fbf
(composta).
RF3) f - ∧: Para quaisquer sequências P e Q de símbolos, se P e Q são fbfs, o resultado de escrever (, seguido
por P, seguido por ∧, seguido por Q, seguido por ), é uma fbf (composta).
RF4) f - ∨: Para quaisquer sequências P e Q de símbolos, se P e Q são fbfs, o resultado de escrever (, seguido
por P, seguido por ∨, seguido por Q, seguido por ), é uma fbf (composta).
RF5) f - →: Para quaisquer sequências P e Q de símbolos, se P e Q são fbfs, o resultado de escrever (, seguido
por P, seguido por →, seguido por Q, seguido por ), é uma fbf (composta).
RF6) f - ↔: Para quaisquer sequências P e Q de símbolos, se P e Q são fbfs, o resultado de escrever (, seguido
por P, seguido por ↔, seguido por Q, seguido por ), é uma fbf (composta).
RF7) f !: Nada é uma fbf a não ser que o seja pelas regras anteriores.
42
EXERCÍCIOS (fórmulas bem formadas)
1. Quais das seguintes sequências são fbfs?
a) p l) (¬q → r)
b) (q m) ¬(p ∧ q) ∨ ¬(r → s)
c) (r) n) (¬(p ∧ p) ∧ (q → (r ∨ ¬r)))
d) ¬(s) o) (p ∧ q ∨ r)
e) ¬(¬p) p) (p ↔ ¬(q ↔ r))
f) (p → q) q) ((¬p ∧ q) → r)
g) (q → s( r) (p ↔ ((p ↔ q)))
h) (s → (q → s)) s) (p → ¬q ∧ r)
i) ((r → t) → u) t) (¬(¬p ∧ ¬q))
j) ((p ∧ q) ∨ (r → (s ↔ t))) u) (¬s → (¬t ↔ (u ∧ (r ∨ r)))
k) ¬(p → r)
43
EXERCÍCIOS (correção)
1. Quais das seguintes sequências são fbfs?

a) p l) (¬q → r)
b) (q m) ¬(p ∧ q) ∨ ¬(r → s)
c) (r) n) (¬(p ∧ p) ∧ (q → (r ∨ ¬r)))
d) ¬(s) o) (p ∧ q ∨ r)
e) ¬(¬p) p) (p ↔ ¬(q ↔ r))
f) (p → q) q) ((¬p ∧ q) → r)
g) (q → s( r) (p ↔ ((p ↔ q)))
h) (s → (q → s)) s) (p → ¬q ∧ r)
i) ((r → t) → u) t) (¬(¬p ∧ ¬q))
j) ((p ∧ q) ∨ (r → (s ↔ t))) u) (¬s → (¬t ↔ (u ∧ (r ∨ r)))
k) ¬(p → r)

44
9.Exercícios: Formalizar proposições complexas com duas ou
mais conectivas

Formaliza as proposições expressas pelas frases seguintes,


começando por estabelecer o respetivo dicionário:
1. Sócrates é filósofo se e só se for grego e tiver sido condenado à
morte.
2. Correr faz bem à saúde e não custa dinheiro.
3. A Bíblia foi escrita em grego ou em hebraico, mas foi traduzida
para latim.
4. Não é verdade que a vida é curta e a morte é longa.
5. É fácil tirar boas notas a filosofia, se formos pessoas curiosas e
tivermos espírito crítico.
10.Exercícios_Soluções

1. Sócrates é filósofo se e só se for grego e tiver sido


condenado à morte.
P: Sócrates é filósofo
Q: Sócrates é grego
R: Sócrates foi condenado à morte P ↔ (Q ∧ R )

2. Correr faz bem à saúde e não custa dinheiro.


P: Correr faz bem à saúde
Q: Correr custa dinheiro P˄¬ Q
10.Exercícios_Soluções

3. A Bíblia foi escrita em grego ou em hebraico, mas (e) foi


traduzida para latim.
P: A Bíblia foi escrita em grego
Q: A Bíblia foi escrita em hebraico
R: A Bíblia foi traduzida para latim (P V Q) ^ R

4. Não é verdade que a vida é curta e a morte é longa.


P: A vida é curta
Q: A morte é longa ¬ (P ^ Q)
10.Exercícios_Soluções

5. É fácil tirar boas notas a filosofia, se formos pessoas


curiosas e tivermos espírito crítico
Forma canónica: se formos pessoas curiosas e tivermos
espírito crítico, então é fácil tirar boas notas a filosofia

P: Somos pessoas curiosas


Q:Temos espírito crítico
R: É fácil tirar boas notas a filosofia
(P ^ Q) → R
1) Traduz a seguinte fórmula para linguagem natural,
tendo em conta o respetivo dicionário:

a) P ˅ Q
P:O carro é veloz.
Q:O condutor é inexperiente.

R: O carro é veloz ou o condutor é inexperiente

49
2) Traduz a seguinte fórmula para linguagem natural,
tendo em conta o respetivo dicionário:

b) R ↔ (¬ Q ˄ ¬ P)
P:Está a fazer vento.
Q:Está a chover.
R: A susana vai à praia.

R: A Susana vai à praia se, e só se, não estiver a


chover e não fizer vento

50
3) Traduz a seguinte fórmula para linguagem natural,
tendo em conta o respetivo dicionário:

(P ∨ Q) → ¬ R
P: A baleia é um cetáceo.
Q: A baleia é um cefalópode.
R: A baleia é um peixe.

R: Se a baleia é um cetáceo ou é um cefalópode, então


não é um peixe

51
4) Traduz a seguinte fórmula para linguagem natural,
tendo em conta o respetivo dicionário:

¬P∧¬Q
P: O polvo é peixe.
Q: O polvo é carne.

R: O polvo não é peixe e não é carne

52
Conectores ou operadores verofuncionais
Formas proposicionais e operadores verofuncionais
Proposições
Disjunção
simples
Negação Conjunção Condicional Bicondicional
inclusiva exclusiva

P Q P Q PQ PQ PQ P→Q P↔Q


V V F F V V F V V
V F F V F V V F F
F V V F F V V V F
F F V V F F F V V
Funções de Verdade
Conectivas
Exemplos de formalização Funções de Verdade
proposicionais

¬ Negação Não temos livre-arbítrio. (¬ p) Inverte o valor de verdade.


Tudo está determinado e temos livre- Só é verdadeira se as proposições que a compõem
⋀ Conjunção
arbítrio. (p ⋀ q) forem ambas verdadeiras.

O determinismo é verdadeiro ou temos Só é falsa se as proposições que a compõem forem


⋁ Disjunção
livre-arbítrio. (p ⋁ q) ambas falsas.

Se o indeterminismo é verdadeiro, o livre- Só é falsa se a antecedente for verdadeira e a


 Condicional
arbítrio é possível. (p  q) consequente falsa.

O determinismo é verdadeiro, se, e só se,


o passado e as leis da natureza Só é verdadeira se as proposições que a compõem
 Bicondicional determinam em cada instante um único tiverem o mesmo valor de verdade.
futuro. (p  q)

54
Tabelas de verdade e avaliação de
proposições
O modo como cada operador verofuncional
determina o valor de verdade das proposições em
que ocorre é representado numa tabela de verdade, Valores de
ou seja, num diagrama que mostra todos os valores verdade
de verdade possíveis para uma determinada fórmula possíveis das
proposicional. proposições
simples
Há um padrão relativamente fixo para elaborar
tabelas de verdade. Se seguirmos esse padrão, elas
serão de fácil leitura; se não o seguirmos, serão
caóticas. Ao construirmos uma tabela de verdade,
para que todas as combinações possíveis Valores de verdade resultantes das
(circunstâncias ou casos) sejam tidas em operações efetuadas com os
consideração, importa saber: operadores verofuncionais.

55
Tabelas de verdade e avaliação de
proposições
→ Se a fórmula for constituída por uma única proposição simples,
teremos duas combinações possíveis (2¹, isto é, dois valores de verdade
– V e F – e uma proposição).

→ Para as fórmulas constituídas por duas proposições simples, teremos


quatro combinações possíveis (2²).

56
Tabelas de verdade e avaliação de
proposições
→ Quando a fórmula incluir três proposições simples,
teremos oito combinações possíveis (2³).

→ E assim sucessivamente (2ⁿ).

O método das tabelas de verdade permite estabelecer se uma


dada proposição complexa é uma tautologia, uma contradição
ou uma contingência.

57
Tabelas de verdade e avaliação de
proposições
Tautologia

Uma fórmula diz-se tautológica se, e apenas se, resultar verdadeira em


todas as atribuições de valores de verdade às suas letras.

Chamam-se tautológicas as fórmulas em que a proposição composta é verdadeira para todas e cada uma
das circunstâncias possíveis, independentemente do valor de verdade atribuído às frases atómicas. Trata-
se de uma proposição verdadeira, cuja verdade depende inteiramente da sua forma lógica. Exemplo:

→ A Etiópia é um país africano ou a Etiópia não é um país africano (P V ¬P).

58
Tabelas de verdade e avaliação de
proposições
Contradição

Uma fórmula diz-se contraditória se, e apenas se, resultar falsa em todas
as atribuições de valores de verdade às suas letras.

Designam-se contraditórias as fórmulas em que a proposição composta é falsa para todas e cada uma das
circunstâncias possíveis, independentemente do valor de verdade atribuído às frases atómicas. Ou seja, uma
fórmula é contraditória unicamente no caso de não existir nenhuma circunstância possível que a torne verdadeira.
Trata-se de uma falsidade lógica, isto é, de uma proposição cuja falsidade se pode determinar exclusivamente por
meios lógicos. Exemplo:

→ A Etiópia é um país africano e não é um país africano (P V ¬P).

59
Tabelas de verdade e avaliação de
proposições
Contingência

Uma fórmula diz-se contingente se, e apenas se, existem atribuições de valores de verdade às letras que a
tornam verdadeira e outras atribuições que a tornam falsa.

Denominam-se contingentes as fórmulas que tenham o valor V em pelo menos uma circunstância e, simultaneamente, o valor F em pelo
menos uma circunstância.
Exemplo:

→ A Etiópia é um país africano e o Nepal é um país asiático (P^Q).

60
EXERCÍCIOS (Formalização e Tabelas de Verdade)
1. Formaliza as seguintes proposições.
2. Constrói uma tabela de verdade e classifica-as semanticamente (tautologia, contradição ou
contingência).
a) Se hoje é quarta-feira, então hoje não é quarta-feira.
b) Se hoje não é quarta-feira, então hoje é quarta-feira.
c) Hoje é ou não é quarta-feira.
d) Os unicórnios existem e não existem.
e) Se Icabod estuda no Balliol College ou Icabod é rico, então Icabod é rico.
f) Se não fizeres o trabalho, não passas de ano.
g) Vou à reunião, a menos que surja algum imprevisto.
h) Vou à praia, só se estiver Sol.
i) Se Smith ou Jones assaltaram o banco, e não foi o Smith, então foi o Jones.
j) Se é verdade que Deus existe só se não há mal no mundo, e há mal no mundo, então Deus não existe.
61
Formalização de argumentos - exemplo 1
• Representação canónica:
1. Se Deus existe, então não há mal no mundo.
2. Há mal no mundo.
3. Logo, Deus não existe.

• Dicionário:
◦ P = “Deus existe”.
◦ Q = “Há mal no mundo”.

• Formalização:
1. (P → ¬Q)
2. Q
3. ¬P

62
Inspetor de circunstâncias (ou tabelas de
validade)
 Consiste num dispositivo gráfico com uma sequência de tabelas de verdade que
mostra o valor de verdade de cada premissa e da conclusão em todas as
circunstâncias possíveis (ou, por outras palavras, em todas as possíveis combinações
de valores de verdade).

 Se existir pelo menos uma circunstância em que todas as premissas são verdadeiras e
a conclusão é falsa, então o argumento é inválido. Caso contrário, o argumento é
válido.

63
Inspetor de circunstâncias (ou tabelas de
validade)

64
Exemplo 2

65
66
Exercícios – inspetores de circunstância
 Verifica a validade dos seguintes argumentos recorrendo aos inspetores de circunstância
(tabelas de validade).

Argumento 1: O realismo moral não consegue explicar a diversidade moral no mundo. Mas se o
realismo moral é verdadeiro, então ele consegue explicar a diversidade moral no mundo. Deste
modo, o realismo moral não é verdadeiro.

Argumento 2: Se a ética depende da vontade de Deus, então algo só é bom porque é desejado por
Deus. Mas não é verdade que algo só é bom porque é desejado por Deus. Assim, a ética não
depende da vontade de Deus.

Argumento 3: Se os animais não-humanos sentem dor ou prazer, então eles são dignos de ter
estatuto moral. Ora, os animais não-humanos são dignos de ter estatuto moral. Logo, os animais
não-humanos sentem dor ou prazer.

67
Formas de inferência válida (argumentos)
Modus ponens: Exemplo Formalização
Algumas afirmação do
formas de antecedente na
segunda premissa Se está sol, então vou à praia. P→Q
inferência e do Está sol. P
válida consequente na Logo, vou à praia. Q
conclusão.

Modus tollens: Exemplo Formalização


negação do
consequente na Se está sol, então vou à praia. P→Q
segunda premissa Não vou à praia. Q
e do antecedente Logo, não está sol.  P
na conclusão.

Exemplo Formalização

Se Deus existe, então o mundo é finito.


P→Q
Logo, se o mundo não é finito, então
 Q →  P
Deus não existe.
Contraposição
Exemplo Formalização
Se o mundo não é finito, então Deus não
existe. Q→P
Logo, se Deus existe, então o mundo é P → Q
finito.
Exemplo Formalização

Canto ou assobio. PQ


Silogismo
Não canto. P
disjuntivo
Logo, assobio. Q
(disjunção
inclusiva) ou Exemplo Formalização
modus tollendo
ponens Canto ou assobio. PQ
Não assobio. Q
Logo, canto. P

Exemplo Formalização
Se viajar, então aprendo novas coisas.
Silogismo Se aprendo novas coisas, então torno- P→Q
hipotético me melhor pessoa. Q→R
Logo, se viajar, então torno-me melhor P → R
pessoa.
Exemplo Formalização
Leis de De
Morgan: Não é verdade que fumo e que tenho
indicam-nos  (P  Q)
saúde.
 P   Q
que de uma Negação Logo, não fumo ou não tenho saúde.
conjunção da
conjunção Exemplo Formalização
negativa
podemos Não fumo ou não tenho saúde.
inferir uma PQ
Logo, não é verdade que fumo e que
 (P  Q)
disjunção tenho saúde..
de
negações, e Exemplo Formalização
que de uma
disjunção Não é verdade que há sol ou chuva.  (P  Q)
negativa Logo, não há sol e não há chuva.  P   Q
Negação
podemos da
inferir uma disjunção Exemplo Formalização
conjunção
Não há sol e não há chuva.
de PQ
Logo, não é verdade que há sol ou
negações.   (P  Q)
chuva.
Exercícios – Formas de inferência válidas
1. O que é o modus ponens?
2. Que forma de inferência é usada neste exemplo: (rq), q r?
3. Uma inferência com a forma (pq) (p q) é válida ou inválida?
4. Que forma de inferência é usada neste exemplo: ((p q) r), (p q) r?
5. Como se nega “Florbela não gosta de Raimundo ou anda preocupada”?
6. “Se sei que penso, então penso. Se penso, então existo.” Que conclusão podemos daqui retirar
usando o silogismo hipotético?
7. “Se duvido, então penso.” Que conclusão podemos daqui retirar usando a contraposição?
8. Temos três premissas: (p q), (q r) e (r s). Podemos inferir validamente (p s)? Como?
9. Temos três premissas: (p (q r)), p e q. Podemos inferir validamente r? Como?

71
Falácias formais
Formas argumentativas inválidas
Exemplo Formalização

Falácia da
afirmação do Se és meu amigo, então dizes-me sempre a verdade. P→Q
consequente Dizes-me sempre a verdade. Q
Logo, és meu amigo. P

Comete-se quando, a partir de uma proposição condicional, se afirma o consequente na


segunda premissa, concluindo-se com a afirmação do antecedente.

Exemplo Formalização

Falácia da
negação do Se és meu amigo, então dizes-me sempre a verdade. P→Q
antecedente Não és meu amigo. P
Logo, não me dizes sempre a verdade. Q

Comete-se quando, a partir de uma proposição condicional, se nega o antecedente na


segunda premissa, concluindo-se com a negação do consequente.
Formas de inferência (resumo)
Modus ponens Modus tollens
A→B A→B
A B
B  A
Silogismo disjuntivo Silogismo hipotético
AB AB A→B
A B B→C
B A A → C
FORMAS DE
INFERÊNCIA
Contraposição Leis de De Morgan
VÁLIDA
A→B B→A  (A  B) AB
 B →  A A→B
  A   B   (A  B))
O
OU A→BB→A  (A  B)   A   B
U

Nota: o símbolo  significa, no presente  (A  B) AB


  A   B   (A  B)
contexto, que tanto se pode inferir validamente
num como noutro sentido. O
 (A  B)   A   B
U
Afirmação do consequente Negação do antecedente
FORMAS A→B A→B
FALACIOSAS B A
A B

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