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PARTE I

Caderno_AE –Clube_das_Ideias_10 Areal (adaptado)

A LÓGICA - sua importância


(p. 10 do manual)
Exercício p.10, Texto 1 ...Cenário de resposta:
A lógica é importante pois ajuda-nos a justificar racionalmente as nossas ideias,
pensar melhor, de forma correta, e a expor com rigor e clareza o nosso
pensamento e argumentos. É importante para a Filosofia, pois estimula o
progresso do pensamento filosófico, através do contínuo processo de criação,
revisão e rejeição de argumentos.

Leitura complementar: https://jornaldefilosofia-diriodeaula.blogspot.com/2013/09/validade-o-


que-se-segue-do-que.html

O QUE SE ENTENDE POR ARGUMENTO?


(p. 11 manual)
. Um argumento é um conjunto de proposições em que a partir da(s) premissa(s) se infere
uma única proposição, a conclusão. As premissas são o ponto de partida do argumento, apoiam
racionalmente a conclusão fornecendo os fundamentos para a aceitar.
A relação entre premissas e conclusão é de justificação e é frequentemente indicada com
expressões como «logo», «portanto», «por conseguinte», etc. (indicadores na p. 11 manual)

Exercícios p. 22 , I. Cenário de resposta:


As conclusões são: 1. O que é dito a seguir ao indicador “segue-se que”.
2. O dito a seguir ao indicador “conclui-se que”.
3. O dito a seguir ao indicador “Provo que” (a raíz quadrada de 9 é 3).
4. O dito antes do indicador “porque”.

O QUE SÂO PROPOSIÇÕES?


(p. 13 manual)

Proposições são frases ou enunciados declarativos suscetíveis de serem encaradas como


verdadeiras ou falsas, isto é, são necessariamente portadoras de valor de verdade.
A(s) premissas de um argumento, bem como a sua conclusão, são proposições.

Exercício p. 22 II. 1. Cenários de resposta: a); c); e); g); h).

COMO SE DISTINGUEM AS NOÇÕES DE VALIDADE E DE VERDADE?


(p. 14 do manual)

VALIDADE VERDADE

Refere-se à forma lógica do argumento, ao modo Refere-se ao conteúdo das proposições.


como do conjunto das premissas se extrai a conclusão. Se o que enunciam corresponde aos factos
Esta é uma consequência lógica das premissas, isto é, tal como são conhecidos, diz-se verdadeira.
segue-se necessariamente delas.

Assim, se raciocinarmos validamente com base em informação verdadeira, é seguro que não
chegaremos a uma conclusão falsa: impossível um argumento (dedutivo) válido ter premissas

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verdadeiras e a conclusão falsa. (Se tal ocorrer, podemos rejeitá-lo de imediato como
inválido). Um argumento válido pode ter premissas e conclusão falsas (informação não
verdadeira embora corretamente encadeada); um argumento inválido pode ter premissas e
conclusão verdadeiras (informação verdadeira, mas incorretamente encadeada).
Exercício p. 14 Texto 2. (...)
Cenários de resposta: 1. Um argumento é constituído por premissa(s) e conclusão. As premissas são
o ponto de partida, ou o que se aceita ou presume, no que respeita ao argumento. Um argumento pode
ter uma ou várias premissas. A partir das premissas infere-se ou extrai-se uma conclusão. 2. A verdade
é uma propriedade que diz respeito ao conteúdo material das proposições (premissas e conclusão). A
validade refere-se ao modo como a conclusão é extraída das premissas, isto é, à estrutura formal do
argumento ou forma lógica. 3. O objeto de estudo da lógica é a validade, a relação de justificação entre
premissas e conclusão. A preocupação da lógica passa por saber se não há maneira de as premissas serem
verdadeiras e a conclusão falsa.
Exercício p. 23, IV 1. Cenários de resposta: a); b); c); e).

QUAL A DISTINÇÂO ENTRE ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS?


(p. 17 manual e 91-94)

Num argumento dedutivo válido, se as premissas forem verdadeiras, a conclusão


também o é, garantidamente, pois preservam a verdade das premissas, não são
ampliativos, isto é, a conclusão não diz mais, ou vai mais além, do que as premissas. Exemplo:
Todos os portugueses são europeus. José é português. Logo, José é europeu.
Os argumentos indutivos, pelo contrário, são ampliativos, isto é, a conclusão é uma
extrapolação das premissas, vai mais além destas, pode ir do particular para o geral, do
observável para o não-observável, do conhecido para o desconhecido, do passado e presente
para o futuro, etc. Assim, a verdade conjunta das premissas não garante a verdade da
conclusão, apoia apenas a probabilidade da sua verdade (são válidos e fortes), nunca prova
definitivamente, as suas conclusões são prováveis, plausíveis ou verosímeis. Exemplo: Os
presidentes portugueses serão sempre homens. Desde Manuel de Arriaga até hoje, todos eles
eram homens.
Exercícios manual p.104-105
III. Cenários de resposta: 1. Previsão (indução). 2. Generalização (indução). 3. Argumento de
autoridade. IV. Cenários de resposta: a) Analogia. b) Os cigarros são como armas. As armas matam
inocentes. Logo, os cigarros matam inocentes.

O QUE SÃO PROPOSIÇÃO CATEGÓRICAS?


(p. 24 do manual)
(Exercício p. 25 do manual Texto 3 ...
Cenário de resposta: As proposições categóricas são constituídas por três elementos: dois termos
(o sujeito e o predicado) ligados por uma partícula de ligação – é/não é (cópula): S é P; S não é P. É
estabelecida uma relação que afirma ou nega ma certa característica de uma dada realidade.

Estas proposições podem ser universais ou particulares. O quantificador («todos»,


«alguns»,“nenhuns”) que antecede o sujeito mostra se a relação com o predicado respeita à
totalidade ou apenas a parte dos seres a que se refere o termo sujeito. Podem, ainda, ser

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afirmativas ou negativas, dependendo da cópula («é», «não é») atribuir ou excluir ao sujeito
um certo predicado. Da combinação destes aspetos resultam apenas quatro formas
categóricas.
Quantidade Qualidade Forma lógica Tipo Exemplos

Universal Afirmativa Todo o S é P A “Todas as laranjas são frutos”

Particular Afirmativa Algum S é P I “Algumas laranjas são frutos”

Particular Negativa Algum S não é P O Algumas laranjas não são frutos”

Universal Negativa Nenhum S é P E “Nenhuma laranja é fruto”

Exercício p. 30 manual: Cenários de resposta:


1. a) Algumas pessoas são agnósticas. b) Alguns filósofos são ateus. c)Todos os muçulmanos são
crentes em Alá. d) Nenhum filósofo é dogmático. e) Alguns filósofos são dogmáticos. f) Todos os
católicos são cristãos. g) Alguns argumentos não são válidos.
2. a) Universal Afirmativa, Tipo A. b) Universal Negativa Tipo E. c) Particular Negativa, Tipo O. d)
Particular Afirmativa, Tipo I. 3. a) Todos os dias de chuva são aborrecidos. b) Nenhum universo é finito.
c) Alguns gregos são divertidos. d) Alguns legumes não são couve-flor.

Exercício complementar:
Dado o enunciado “Os planetas azuis são habitados por vida inteligente.”
a) Transponha para a forma padrão ou canónica e indique a forma lógica. b) Explicite a estrutura lógica.
c) Indique a quantidade e qualidade. D) Indique o Tipo de proposição.
Cenários de resposta:
a) Forma canónica: “Todos os planetas azuis são habitados por vida inteligente”. Forma lógica: Todo o S
é P. b) Sujeito: “planetas azuis”; Predicado: “habitados por vida inteligente”; Cópula: “são”; quantificador:
Todos. c) Quantidade: Universal; Qualidade: Afirmativa. d) Tipo A

O QUE É O QUADRADO DA OPOSIÇÃO?


Para mostrar que há algo de errado com um dado argumento, provamos que é inválido ou
podemos negar ou refutar as proposições que o constituem. O quadrado lógico é um
diagrama que resume as relações lógicas que ocorrem entre as quatro formas de proposições
categóricas tornando mais claros os diversos graus de oposição.

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Contraditórias: mostrar que uma proposição do tipo A é falsa, por exemplo, “Todos os sapos
são verdes”, basta apresentar um contraexemplo, que “Algum sapo não é verde”, tipo O.
Diferem na qualidade e quantidade, não podem ser ambas verdadeiras nem ambas falsas
simultaneamente. Contrárias: diferem na qualidade, podem ser ambas falsas, não podem ser
simultaneamente verdadeiras. Subcontrárias: diferem na qualidade, não podem ser
simultaneamente falsas, mas podem ser ambas verdadeiras. Subalternas: diferem na
quantidade, serão ambas verdadeiras se a universal for verdadeira, ambas falsas se a
particular for falsa. Contudo, nada podemos concluir da proposição universal falsa ou da
particular verdadeira.
(Exercício complementar
Considere o quadrado lógico das proposições categóricas e responda às questões seguintes.
a) Qual é a proposição oposta por contrariedade de uma proposição do Tipo E? b) Quais as proposições
em que ocorre o maior grau de oposição?
Cenário de resposta: a) A contrária de uma proposição do Tipo E é uma do Tipo A que difere em
qualidade e mantém-se universal. b) O maior grau de oposição ocorre na relação lógica entre
contraditórias, A e O, E e I, em que se altera a quantidade e a qualidade.

O QUE É A LÓGICA PROPOSICIONAL?


(p.50 do manual)
É um ramo da lógica que se ocupa de argumentos cuja validade depende do modo como as
frases declarativas (proposições simples) são ligadas, ou modificadas, por partículas e, ou,
ou… ou, se… então, se e somente se, seis conectivas (ou operadores verofuncionais) que
correspondem a uma operação lógica. Como exemplo, temos duas proposições simples
“Deus existe” e “A vida faz sentido” ligadas pelas conetivas referidas dando origem a uma
outra proposição, composta ou complexa:

Deus não existe - Negação


Deus existe e a vida faz sentido - Conjunção
Deus existe ou a vida faz sentido – Disjunção inclusiva
Ou Deus existe ou a vida faz sentido- Disjunção exclusiva
Se Deus existe, então, a vida faz sentido. - Condicional
Deus existe se e somente se a vida faz sentido - Bicondicional

~ Negação (tabela de verdade p. 53)


O seu valor de verdade será o oposto ao da frase de partida.
Exercícios p. 53 manual
Cenários de resposta: 1. a) Verdadeira; b) Falsa. 2. «É falso que seja verdade que chove.»

Conjunção (tabela de verdade p. 54)


É verdadeira se, e apenas se, as proposições que a compõem forem verdadeiras.

Exercícios p. 54 manual. Cenários de resposta: a) Gosto de Filosofia e não aprecio lógica. b) A


conjunção será, nesta circunstância, necessariamente falsa. c) Não, uma vez que desconhecemos o valor
de verdade da proposição «Gosto de filosofia». É necessário conhecer o valor de verdade da proposição
«Gosto de filosofia» para se poder determinar se a conjunção é verdadeira ou falsa- Se «Gosto de filosofia»
for verdadeira, a conjunção será verdadeira, caso contrário será falsa. 2. a) P^Q; b) Q^P; c) Q^¬P; d)
¬P^Q

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Disjunção inclusiva (tabela de verdade p. 55)

É verdadeira se, e apenas se, pelo menos uma das disjuntas for verdadeira.

Exercícios p. 55 manual.
Cenários de resposta: 1. a) PVQ. b) Podemos concluir que PVQ é necessariamente verdadeira, uma vez
que pelo menos uma das frases disjuntas o é. c) Não, dado que conhecemos apenas o valor de verdade
de Q. Se P for verdadeira, PVQ será igualmente verdadeira; se P for falsa, PVQ será falsa. Não nos basta,
por isso, neste caso, conhecer o valor de verdade de Q.

Disjunção exclusiva (tabela de verdade p. 56)


É Verdadeira apenas se as disjuntas tiverem diferentes valores de verdade

Exercícios p. 56 manual.

Cenários de resposta: 1. a) P Ú Q; b) Nada se pode concluir, dado que desconhecemos o valor de
verdade de Q. Se P for verdadeira, a disjunção será falsa; se P for falsa, a disjunção será verdadeira. No
caso da disjunção exclusiva, precisamos sempre de conhecer o valor de verdade de ambas as proposições
simples para podermos determinar o valor de verdade da proposição complexa. c) Podemos concluir que
a proposição composta é, necessariamente, falsa.

Condicional (ou implicação) (tabela de verdade p. 57)


É falsa só quando a antecedente é verdadeira e a consequente falsa.

Exercícios p. 57 do manual.
Cenários de resposta: 1. a) P: Os brincos são muito caros. Q: Os brincos são de ouro. b) Q→P (Se os
brincos forem de ouro, então serão muito caros). c) Q→P é falsa. 2. a) P→Q; b) ¬P→¬Q

« Bicondicional (ou equivalência) ( tabela de verdade p. 58)


É verdadeira quando, e só quando, as suas proposições assumem em simultâneo o mesmo
valor de verdade.

Exercícios p. 58 do manual.
Cenários de resposta: 1. a) P « Q (Recebemos salário se e somente se tivermos emprego.) b) Se P
(Recebemos salário) for verdadeira, P « Q tanto pode ser verdadeira como falsa, dependendo dos valores

de Q. c) Se tanto P como Q forem falsas, então P « Q será verdadeira.

Síntese: valores de verdade das diversas funções:

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O QUE SÃO TABELAS DE VERDADE E COMO SE AVALIAR PROPOSIÇÕES
(p. 60 do manual)

A tabela de verdade é um diagrama que mostra todos os valores de verdade possíveis para
uma determinada fórmula consoante o operador lógico que os determina. Para construir a
tabela temos atenção ao nº de proposições como se mostra nos quadros abaixo.

Assim, com uma proposição, P, há apenas dois valores de verdade a considerar: P é


verdadeira, P é Falsa. Com duas proposições, P, Q, há quatro possibilidades: serem ambas
verdadeiras, ambas falsas, uma verdadeira e a outra falsa, alternadas. Com três proposições,
há oito combinações.

A tabela permite-nos analisar se estamos perante uma verdade lógica (tautologia), falsidade
lógica (contradição) ou contingência (umas vezes verdadeira outras falsa).
O primeiro cálculo na tabela corresponde à conetiva de menor força ou âmbito (quadro p. 60.).

Exemplo 1: A Etiópia é um país africano ou a Etiópia não é um país africano (P V¬P).

A fórmula (PV~P) é tautológica, pois a tabela mostra que resulta verdadeira em todas as
atribuições de valores de verdade às suas letras.

Exemplo 2: A Etiópia é um país africano e não é um país africano (P V ¬P).

A fórmula P Ù ~P é contraditória, pois a tabela mostra que resulta falsa em todas as atribuições
de valores de verdade às suas letras.

Exemplo 3: A Etiópia é um país africano e o Nepal é um país asiático (P^Q).

A fórmula P Ù Q é contingente. A tabela mostra que resultam valores de verdade que a tornam
verdadeira e outras atribuições que a tornam falsa.

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Exercícios complementares
1. Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas.
(A) A conjunção será verdadeira se, e apenas se, pelo menos uma das proposições conjuntas o for.
(B) A proposição «Estamos no verão, mas, apesar disso, faz frio» é uma conjunção.
(C) As regras da disjunção inclusiva são em tudo idênticas às da disjunção exclusiva.
(D) Se a proposição antecedente de uma implicação for falsa e a consequente verdadeira, a implicação
será falsa.
(E) P e a dupla negação de P são proposições equivalentes.

(F) A proposição PÙ Q e a proposição PVQ são equivalentes.


(G) A proposição (P Ù Q) ↔(PVQ) é tautológica.

(H) Uma proposição contraditória é uma falsidade lógica.


Cenários de resposta: (A) F; (B) V; (C) F; (D) F; (E) V; (F) F; (G) F; (H) V.
2. Sejam as proposições P «Realizo argumentos válidos», Q «Uso premissas verdadeiras» e R «Realizo
bons argumentos». Reconstrua em português corrente o seguintes argumento:

a)

Cenários de resposta:
a) Se realizar argumentos válidos e usar premissas verdadeiras, realizo bons argumentos. É falso que
realize argumentos válidos e que use premissas verdadeiras. Logo, não realizo bons argumentos.

COMO USAR INSPETORES DE CIRCUNSTÂNCIAS PARA AVALIAR ARGUMENTOS?


(p.64 manual)

A lógica proposicional inspeciona os argumentos para saber se são válidos a partir de uma
tabela, após os passos que se exemplificam:

Argumento “Se Deus existe, a vida faz sentido. A vida faz sentido. Logo, Deus existe.”
Dicionário p: Deus existe. q: A vida faz sentido
Formalização: Se p então q. q. Logo, p. Ou p → q, q ∴p

Inspetor de circunstâncias

p q Se p então q q Logo, p

V V V V V
V F F F V
F V V V F
F F V F F

O argumento é inválido. Vemos na 3.ª circunstância (linha) que apesar das premissas serem
ambas verdadeiras, a conclusão é falsa. Portanto, não segue a regra de validade dedutiva que
indica que “se um argumento é válido, é impossível que as premissas sejam verdadeiras e a
conclusão falsa”.
http://manualescolar2.0.sebenta.pt/projectos/fil10/posts/1250

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FORMAS DE INFERÊNCIA VÁLIDAS (p.66 manual)
E FALÁCIAS FORMAIS (p. 69 manual)

As formas válidas (síntese p. 68) permitem perceber a qualidade dos argumentos, validar a
conclusão a partir das premissas, sem recorrer à construção de tabelas de verdade. São
muitas vezes, mal aplicadas e conduzem a maus argumentos que passam despercebidos.
Identificamos uma falácia formal avaliando no argumento os defeitos na sua forma lógica.
Analisando a estrutura do argumento, é perceptível a diferença do uso correto e do incorreto.
Exemplo:
Forma válida Uso incorreto. Argumentos inválidos
Modus ponens Falácia
ou afirmação da antecedente. da afirmação da consequente
Se A, então B. Se A, então B.
A. B.
Logo, B. Logo, A.

Se estamos em março, então o mês tem 31 dias.


Se estamos em março, então o mês tem 31 O mês tem 31 dias.
dias. Logo, estamos em março.
Estamos em março.
Logo, o mês tem 31 dias. Ao afirmar-se a consequente (2ª premissa) em lugar
do antecedente), extrai-se incorretamente a
Dicionário: conclusão. É claro que poderemos estar num mês com
A: Estamos em março. 31 dias e não ser março, mas maio, dezembro ou
B: O mês tem 31 dias. outros.
Modus tollens Falácia
ou negação da consequente da negação da antecedente
Se A, então B. Se A, então B.
Não-B. Não A.
Logo, não A. Logo, não B.

Se estamos em Almada, então estamos em Portugal.

Se estamos em Almada, então estamos em Portugal. Não estamos em Almada.

Não estamos em Portugal. Logo, não estamos em Portugal.

Logo, não estamos em Almada.


Nega-se a antecedente (não a consequente). As

Dicionário: premissas podem ser verdadeiras, mas não

A: estamos em Almada sustentam a conclusão, poderemos não estar em

B: estamos em Portugal Almada e, mesmo assim, estar em Portugal.

Exercícios p. 67 do manual. Resposta: (B).


Exercícios p. 68 manual.
Cenários de resposta: 1. a) Logo, não falharei este conjunto de exercícios (regra do modus ponens).
b) Logo, não oiço música (regra do modus tollens). c) Logo, não tenho crista (regra do modus tollens).
d) Logo, se é natural do Porto Santo, não é açoriano (regra da contraposição). e) Logo, a lógica é uma
disciplina fácil (regra do silogismo disjuntivo). f) Logo, se não chove, o caracol não sai (regra da
contraposição). g) Logo, se o preço da gasolina subir, diminuem os níveis de dióxido de carbono na
atmosfera (regra do silogismo hipotético).

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Exercícios p. 70 manual:

FALÁCIAS INFORMAIS
(p. 95 a 100 manual)

O que distingue as falácias informais das falácias formais?


Identificamos uma falácia formal avaliando no argumento os defeitos na sua forma lógica mas para
identificar falácias informais não nos limitamos à análise da forma lógica, os erros devem-se sobretudo
a problemas no conteúdo e desadequação do argumento ao contexto argumentativo.

O que são falácias informais?


São argumentos e m que as premissas não sustentam a conclusão, não
conseguem dar razões suficientes para que acreditemos na verdade da sua conclusão. As razões podem
ser que as premissas: a) não são relevantes para a conclusão; b) não fornecem dados suficientes para
garantir a conclusão; c) são formuladas em linguagem ambígua; c) podem ser falsas; d) ou razões que
pretendem defender a conclusão, não estão adequadas ao contexto.

Exemplos assinaladas no texto de falácias formais:


“Considera-se verdadeira uma afirmação porque não se provou que é falsa ou vice-versa. Trata-se do
apelo falacioso à ignorância. Distorcem-se as ideias do adversário para se atacarem mais facilmente.
Trata-se da falácia do boneco de palha. Consideram-se apenas duas alternativas, embora haja mais.
Trata-se da falácia do falso dilema. Usa-se como premissa a própria conclusão. Trata-se da falácia
da petição de princípio. Ataca-se a pessoa em vez da ideia que defende. Trata-se da falácia do ataque
indevido à pessoa (ad hominem). A conclusão resulta de uma cadeia de passos que é duvidoso que se
verifique. É a falácia da derrapagem.”

Exercícios manual p.104-105


V. Cenários de resposta: 1. Falácia do apelo à ignorância. 2. Falácia contra a pessoa. 3. Falso dilema.
VI. Cenários de resposta: 1. Trata-se de uma generalização forte, uma vez que cada uma das ilhas dos
Açores está representada nas premissas. 2. Estamos perante uma analogia bastante fraca ou uma falsa
analogia. São ignoradas diferenças muito relevantes entre o avião (máquina) e as aves (animais).

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PARTE II
https://lrsr1.blogspot.com/search/label/EXAMES%20DE%20FILOSOFIA

Exercícios

I. Perguntas-respostas

1. O que são argumentos?


Uma das definições é que os argumentos são inferências em que certas proposições denominadas
premissas visam defender, apoiar ou sustentar a verdade de uma outra – a conclusão.
Exemplos:
. Não somos livres porque algumas vezes não fazemos o que queremos.
É um argumento porque se justifica a ausência de liberdade afirmando que esta consiste em fazer o que
queremos e isso nem sempre acontece. Neste argumento há um indicador de premissa «Porque».
. Uma vez que todos os crimes são violações da lei, o roubo é uma violação da lei.
Neste argumento há um indicador de premissa «uma vez que» e nele está subentendida uma premissa, a
de que o roubo é um crime.
A sua forma clássica ou padrão é:
Premissa: Todos os crimes são violações da lei.
Premissa: O roubo é um crime.
Conclusão: Logo, o roubo é uma violação da lei.
(A maioria dos jovens portugueses não pratica desporto. Esse é o resultado de um estudo recente sobre
hábitos de vida dos nossos adolescentes. Não se conhece ainda a reação de entidades governamentais e
não governamentais. Este exemplo não é um argumento, apenas informa ou descreve)

2. Como são, então, constituídos os argumentos?


São constituídos por proposições, uma ou mais premissas e a conclusão, ligadas por um nexo lógico.

3. O que são proposições?


São pensamentos expressos através de frases declarativas (que atribuem, declaram ou constatam algo)
com sentido e que podem ser verdadeiras ou falsas, isto é, que têm valor de verdade. No exemplo,
“Basta ir ao Brasil uma semana para saber que é um país tropical”, declara-se algo (é um país tropical)
acerca de uma realidade (o Brasil), é uma frase declarativa, neste caso, verdadeira. O exemplo “Deus me
livre!” não é uma proposição, é apenas uma frase exclamativa.

4. O que distingue a validade de verdade?


A validade de um argumento significa que as premissas sustentam e apoiam logicamente a conclusão,
há um nexo lógico que une as premissas e conclusão A validade diz respeito à forma do argumento. A
verdade e falsidade diz respeito ao conteúdo de cada proposição, se o que se se enuncia corresponde
aos factos, será uma proposição verdadeira. Exemplo: “Todos os dias de verão são dias de sol” é um
enunciado claramente falso...

5. Podemos dizer que os argumentos são verdadeiros ou falsos?


Não. Em lógica, é incorreto dizer que um argumento é verdadeiro ou que uma proposição é válida. Os
argumentos são apenas válidos ou inválidos, bons ou maus, fracos ou fortes, mas nunca verdadeiros
ou falsos. Só as proposições do argumento podem ser verdadeiras ou falsas.

6. O que são argumentos dedutivos?


São argumentos cuja validade depende exclusivamente da sua forma lógica.

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7. O que é um argumento dedutivamente válido?
É um argumento em que a verdade das premissas implica ou garante a verdade da conclusão, esta
é uma consequência lógica daquelas. A validade dedutiva é a qualidade do argumento em que é
logicamente impossível as premissas serem verdadeiras e a conclusão ser falsa. Exemplo: se for
verdade que “Os portugueses gostam de cerveja” e que “Miguel é português,” então, segue-se
necessariamente das premissas que é verdade que “Miguel gosta de cerveja”.
Na sua forma padrão o argumento apresenta-se deste modo:
Todos os portugueses gostam de cerveja
Miguel é português
Logo, Miguel gosta de cerveja

8. Um argumento pode ser dedutivamente válido, embora tenha premissas e conclusão falsas?
Sim. Um exemplo é:
Todos os portugueses são filósofos.

Barak Obama é português.

Logo, Barak Obama é filósofo.
É um argumento válido apesar das premissas e da conclusão serem falsas. Verificamos que as premissas
implicam a conclusão, ou seja, segue-se daquelas. Dadas as premissas, a conclusão só pode ser esta,
deriva necessariamente das premissas.
https://jornaldefilosofia-diriodeaula.blogspot.com/2015/09/validade-dedutiva-validade-preserva.html

9. Um argumento dedutivo com premissas e conclusão verdadeiras pode ser inválido?


Sim. Um exemplo é:
Todos os tenores são cantores.
Bocelli é um cantor.
Logo, Bocelli é italiano.

10. O que são argumentos não dedutivos?


São argumentos cuja validade não depende unicamente da sua forma lógica.

11.Que tipo de argumentos não dedutivos estudou?


Os argumentos indutivos estudados foram a generalização e a previsão.

12. Em que consiste a indução por generalização?


Consiste em, num raciocínio, tornar extensível a toda uma classe de objetos ou seres uma caraterística
(ou caraterísticas) observada num determinado número de casos representativos. Exemplo: Todos os
peixes observados até hoje até hoje respiram por guelras. Logo, todos os peixes respiram por guelras.

13. O que são previsões indutivas?


Nestes argumentos afirma-se o que vai acontecer no futuro a partir de uma amostra conhecida
considerada representativa. Exemplo: Todos os corvos até agora observados são negros. Logo, o próximo
corvo observado será negro.

14. Em que condições um argumento não dedutivo é válido?


Ao contrário dos dedutivos, a validade destes argumentos não dedutivos depende não só da sua forma
lógica, mas também do conteúdo e contexto da argumentação. Assim, as condições são: se a verdade

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das premissas torna mais provável do que improvável a verdade da conclusão e se é relevante para que
aceitemos a conclusão.

15. Porque é que o argumento seguinte não é dedutivamente válido?


As estatísticas revelam que 86% das pessoas que se vacinam contra a gripe não a contraem. João vacinou-se
contra a gripe há dois meses. Logo, João ficará imune à gripe que agora atinge tanta gente.
No exemplo, parte-se da premissa de que algumas, muitas, mas não todas as pessoas que se vacinam
contra a gripe não a contraem. Do facto de João se ter vacinado pode inferir-se que provavelmente não
será afetado por essa doença, mas as premissas não garantem absolutamente a verdade da
conclusão. (Só seria dedutivamente válido se a premissa inicial dissesse: «Todo aquele que se vacina
contra a gripe não a contrai»).

16. O que é um argumento por analogia?


É um tipo de argumento informal que se baseia em comparações, tira-se uma conclusão acerca de uma
coisa (A) comparando-a com outra (B). O princípio no qual se baseia o argumento por analogia é: dados
dois objetos ou entidades semelhantes (A e B), o que se diz ser verdade para A também é para B. Exemplo:
Os Mercedes são semelhantes aos BMW. Os Mercedes têm a caraterística de serem seguros. Logo,
os BMW são carros seguros.

17.O que são argumentos de autoridade?


Este tipo de argumentos fornecem como justificação para a conclusão o facto de ela ter sido emitida por
uma pessoa ou instituição considerada qualificada na matéria. Exemplo: A Comissão Europeia considera
o Futebol Clube do Porto um exemplo. Logo, o Futebol Clube do Porto é um exemplo.

II Verdadeiro ou Falso?
a) A conclusão de um raciocínio válido tem de ser verdadeira. F
b) Não podemos construir argumentos válidos a não ser com premissas e conclusão de facto verdadeiras. F
c) O objetivo da lógica formal é determinar se entre as premissas e a conclusão há uma relação de
consequência lógica e de que depende essa relação. V
d) Um raciocínio pode ser correto, apesar de partir de premissas falsas. V
A conclusão de um argumento pode ser uma consequência lógica das premissas, mesmo que as premissas
sejam falsas.
e) O conceito de validade diz respeito à relação que se estabelece entre as proposições do argumento e a
realidade factual. F
Falso, porque é isto que carateriza o conceito de verdade.
f) A verdade ou a falsidade de uma proposição depende da sua relação com a realidade. O mesmo acontece
com a validade de um argumento dedutivo. F
g) Quando dizemos que a validade de um argumento dedutivo não depende do conteúdo das proposições
que o constituem, estamos a dizer que há argumentos válidos com premissas verdadeiras, argumentos
válidos com premissas falsas e argumentos inválidos com premissas verdadeiras. V
h) Para determinar se um argumento é ou não válido, não é relevante que as premissas e a conclusão
sejam de facto verdadeiras, mas se, imaginando que as premissas são verdadeiras, se pode ou não deduzir
dessas premissas uma conclusão falsa. Se pode, é inválido. Se não pode, não é. V
i) Apesar de não serem dedutivamente válidos, os argumentos indutivos podem ser bons. Um bom
argumento indutivo é aquele em que as razões apresentadas (premissas) dão força à nossa crença de que
a conclusão é verdadeira. Quando as premissas tornam pouco provável a verdade da conclusão, não
estamos perante um bom argumento indutivo. (V)

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j) Ao contrário dos argumentos dedutivos, os argumentos indutivos são argumentos de risco ou em que o
risco de erro ou engano não pode ser completamente eliminado, mas unicamente controlado. Com efeito,
a conclusão baseia-se em premissas que lhe conferem simplesmente um maior ou menor grau de
probabilidade. (V)
l) Os argumentos indutivos são uma espécie de argumentos informais porque a verdade das premissas
(ou da premissa) e a sua forma lógica não são suficientes para assegurar a verdade da conclusão. (V)
m) No caso dos argumentos indutivos, a validade não se baseia numa ligação necessária entre as
premissas e a conclusão, pelo que a verdade desta é apenas provável. (V)

II. Identificar e explicar em que consiste o argumento que o texto exemplifica.

1. Bertrand Russell, reputado lógico, afirmou que os costumes sociais a respeito do sexo fora do
casamento são opressivos. Portanto, os costumes sociais a respeito do sexo fora do casamento são
opressivos. É um argumento de autoridade. Para que seja um bom argumento, a autoridade evocada
tem de ser, de facto, uma autoridade e não podem existir divergências entre os especialistas acerca da
matéria.

2. «De acordo com o meu Epicuro… nada continua a existir depois da dissolução do ser vivo, e no termo
“ser vivo” ele incluía tanto o homem como o leão, o lobo, o cão, e todas as outras coisas que respiram.
Concordo com tudo isto. Eles comem, nós comemos; eles bebem, nós bebemos; eles dormem, e o mesmo
fazemos nós. Eles geram, concebem, dão à luz, e alimentam os seus jovens da mesma forma que os
nossos. Eles têm alguma capacidade de raciocínio e de memória, alguns mais do que outros, e nós um
pouco mais que eles. Somos como eles em quase tudo; por fim, eles morrem e nós morremos – ambos
de forma definitiva.» (Lorenzo Valla, On Pleasure, Nova Iorque, Abaris Books, 1977, pp. 219-221.) É um argumento
por analogia. Estes argumentos baseiam-se em comparações. Dadas duas entidades ou situações, A e
B, com várias caraterísticas semelhantes, da observação de que A tem uma caraterística conclui-se que o
mesmo se passa com B.

3. O BCP, O BPI, o BES, a GALP e a PT estão cotados em bolsa. Portanto, todas as grandes empresas
portuguesas estão cotadas em bolsa. Trata-se de uma generalização por indução. Para que estes
argumentos sejam bons, a amostra expressa pela premissa deve ser ampla e representativa.

4.«Podemos verificar que existe uma grande semelhança entre a Terra que habitamos, e os outros
planetas, Saturno, Júpiter, Marte, Vénus e Mercúrio. Como a Terra, todos giram em torno do Sol, embora
a distâncias e períodos diferentes. Como a Terra, recebem toda a sua luz do Sol. Como a Terra, vários
rodam em torno do seu eixo e, desse modo, têm também a sucessão dos dias e das noites. Alguns têm
luas, que servem para lhes dar luz na ausência do Sol, como a nossa Lua faz para nós. Como a Terra,
estão todos, nos seus movimentos, sujeitos à mesma lei da gravitação universal. Com base nestas
semelhanças não é irracional pensar que esses planetas, como a nossa Terra, sejam habitados por vários
tipos de criaturas vivas.» Thomas Reid, Essays on the Intellectual Powers of Man, Cambridge, John Bartlett, 1850, p. 16. É
um argumento por analogia. Para que seja bom, deve cumprir três condições: 1) a amostra deve ser
suficiente (quanto maior o número de objetos comparados maior a força do argumento); 2) o número de
semelhanças deve ser suficiente (a força da analogia cresce com o aumento do número de semelhanças
verificadas); 3) as semelhanças verificadas devem ser relevantes.

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5. A esmagadora maioria das nozes deste saco que parti até agora estava estragada. Portanto, a próxima
noz que tirar do saco também estará estragada. Este argumento é uma previsão indutiva. A partir de
uma amostra considerada representativa, tira-se uma conclusão acerca de um acontecimento futuro.

6.
1. Até agora, nenhuma mulher foi presidente da 2. Até hoje, nenhum primeiro-ministro, em
República, em Portugal; logo, nenhuma mulher Portugal, foi analfabeto; logo, nenhum primeiro-
será presidente da República, em Portugal. ministro, em Portugal, será analfabeto.
Trata-se de argumentos indutivos, mais propriamente, de previsões indutivas.
Um argumento indutivo é válido quando a premissa torna mais provável do que improvável a verdade da
conclusão. Facilmente concluímos que o argumento 1. nos dá uma razão muito fraca para justificar a
verdade da conclusão. Apesar de a premissa ser verdadeira, é altamente improvável que a conclusão o
seja. No argumento 2. a premissa é verdadeira – ou a sua verdade é bastante plausível – porque o
exercício do cargo de primeiro-ministro não é compatível com o analfabetismo. A conclusão é bem
sustentada pelas premissas, apesar de a sua falsidade não ser logicamente impossível.

IV. Compare estes dois argumentos. São válidos?

1. A maioria dos alemães lê o Der Spiegel. Logo, o 2. A maioria dos alemães lê o Expresso. Logo, o
meu amigo alemão que me vai visitar lê o Der meu amigo alemão que me vai visitar lê o Expresso.
Spiegel.
Trata-se de previsões, de argumentos indutivos em que a eventual verdade das premissas não torna
logicamente impossível a falsidade da conclusão. Como a validade de um argumento indutivo depende da
força com que as premissas apoiam a conclusão, estamos perante dois argumentos que não são
indutivamente bons. Nos exemplos, ambos os argumentos partem de premissas falsas, comprometendo
a justificação da verdade da conclusão. Apesar disso, podemos dizer que o argumento 2. torna muito mais
provável que a conclusão seja falsa do que o argumento 1. porque a premissa de 2 é menos plausível do
que a de 1. (a esmagadora maioria dos alemães não lê o Expresso). Assim sendo, o argumento 2 corre
menos riscos do que o argumento 1.

V. Exemplos de argumentos não dedutivos fracos.

1. Augusto eliminou as dores com o comprimido X. Logo, se eu tomar comprimidos X, também as


dores me vão passar.
Trata-se de um argumento por analogia (uma previsão por analogia). Parece que o argumentador apenas
se baseou em duas semelhanças entre ele e o Augusto: o facto de ambos serem humanos e o facto de
ambos terem dores. Portanto, a analogia falha sob todos os aspetos: o nº de objetos comparados, a
quantidade de semelhanças apontadas e, sobretudo, a irrelevância das semelhanças apontadas: cada ser
humano tem a sua história clínica, as dores podem ter muitas e diferentes causas...
2. Há vários anos que tenho lucro com ações da empresa X. Vou continuar a comprar ações da
empresa X e o meu lucro aumentará.
Trata-se de um argumento indutivo com uma amostra pouco lata, mas relevante pela relação entre o
conteúdo das premissas e o da conclusão. No entanto, omite conhecimentos significativos para avaliar a
conclusão, nomeadamente a evolução da empresa X e as tendências gerais da economia e da bolsa. Essa
omissão torna o argumento difícil de aceitar.
3. Os subordinados são como os cães: se desde cedo os habituarmos a ordens bastante precisas e
irreversíveis e obrigarmos sempre ao seu cumprimento, obedecer torna-se um hábito e, com o hábito,
discussões e demoras deixam de existir.

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Argumento por analogia que comete a falácia da falsa analogia.
4. «Mas poderá duvidar-se de que o ar tem peso quando temos o claro testemunho de Aristóteles
afirmando que todos os elementos, exceto o fogo, têm peso?» Galileu Galilei reproduzindo o discurso de
um aristotélico.
Apelo a autoridade não qualificada, ou melhor dizendo, apelo não apropriado à autoridade. Há métodos
científicos para resolver o problema e, por mais genuíno que tenha sido o génio científico de Aristóteles,
numerosos também foram os seus erros (nada escandalosos numa fase de fraco desenvolvimento
tecnológico). Mais do que isso: o confronto com os factos não pode ser substituído pelo que alguém, por
mais renome que tenha, afirmou acerca dos elementos (terra, água, ar e fogo).
5. Deve haver algo de errado nesta teoria indeterminista defendida pelos partidários da mecânica
quântica porque o próprio Einstein se lhe opôs dizendo que não podia acreditar que Deus jogava aos
dados no que respeita aos fenómenos naturais.
Apelo não apropriado à autoridade. Os especialistas no assunto divergem.
6. O cancro do pulmão verifica-se frequentemente em pessoas que fumam. Logo, fumar é causa do
cancro do pulmão.
O argumento comete a falácia da generalização apressada ou inadequada.
Que haja uma correlação entre fumar e ter cancro é, hoje em dia, consensual. Mas isto não pode levar-
nos a concluir que todos os que fumam têm ou terão cancro do pulmão. A correlação não é necessária.

VI. Identificar a falácia informal cometida para selecionar a opção correta.

1. Sou contra a pena de morte, porque a pena de morte tira a vida a uma pessoa.
a) Petição de princípio.
b) Ad hominem.
c) Apelo à ignorância.
d) Boneco de palha.
A conclusão «Sou contra a pena de morte» e a premissa «A pena de morte tira a vida a uma pessoa»
expressam a mesma proposição, embora por intermédio de frases diferentes.

2. Ninguém provou a sua inocência. Logo, ela é culpada.


a) Derrapagem.
b) Falso dilema.
c) Apelo à ignorância.
d) Petição de princípio.
Usa-se a ausência de prova como prova.

3. «Quando uma oposição a única coisa que tem a dizer ao governo é que o governo é propaganda, é
porque realmente não tem mais nada para dizer.» (José Sócrates, TSF).
a) Ad hominem, porque ataca-se a oposição em vez da tese que esta defende.
b) Petição de princípio, porque a premissa é a mesma que a conclusão.
c) Apelo à ignorância, porque do facto de a oposição só ter uma coisa a dizer se conclui que não tem mais
nada a dizer.
d) Falso dilema, porque se assume que a oposição só tem duas opções, dizer que o governo é propaganda
ou nada dizer, quando há outras opções.

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4. Se se legaliza o aborto até às 10 semanas, a seguir legaliza-se o aborto até às 20 semanas. E, se se
legaliza o aborto até às 20 semanas, a seguir legaliza-se o aborto até às 30 semanas. E, se se legaliza o
aborto até às 30 semanas, a seguir legaliza-se o aborto até imediatamente antes o nascimento. E, se se
legaliza o aborto até imediatamente antes o nascimento, a seguir legaliza-se o infanticídio. Logo, não se
pode legalizar o aborto até às 10 semanas.
a) Derrapagem, porque se refuta uma afirmação, derivando delas consequências prováveis mas
inaceitáveis.
b) Derrapagem, porque o argumento obriga a aceitar a conclusão.
c) Falso dilema, porque o argumento coloca duas possibilidades como as únicas existentes: legalizar o
infanticídio ou legalizar o aborto até às dez semanas.
d) Boneco de palha, porque se distorce o que o opositor defende.

5. O meu professor está sempre a dizer que devemos fazer os trabalhos de casa. Mas, no seu tempo de
estudante, ele era o maior «baldas» da escola: nunca fazia o que lhe mandavam e reprovou pelo menos
três anos por faltas. Portanto, não faço os trabalhos de casa e não vou à aula.
a) Falso dilema.
b) Boneco de palha.
c) Ad hominem.
d) Derrapagem.
Ataca-se o professor e não aquilo que ele afirma. O comportamento passado do professor é irrelevante
para determinar a verdade do que defende.

6. Camões, poeta ou aventureiro?


a) Falso dilema, porque as opções não esgotam todas as possibilidades.
b) Apelo à ignorância, porque Camões foi ambas as coisas.
c) Apelo à ignorância, porque se quer concluir algo sobre Camões a partir da nossa ignorância sobre ele.
d) Falso dilema, porque as alternativas são falsas.

7. Aquilo que os defensores da eutanásia querem é muito claro. Querem poder matar quem esteja muito
doente. É essa a razão pela qual me oponho à prática da eutanásia.
a) Ad hominem, porque apresentam uma objeção irrelevante para atacar o que os defensores da
eutanásia dizem.
b) Falso dilema, porque sugere que tem de se optar entre ser a favor ou contra a eutanásia.
c) Ad hominem, porque atacam os defensores da eutanásia e não aquilo que defendem.
d) Boneco de palha, porque distorcem a posição dos defensores da eutanásia.
8. A: – A tua decisão viola claramente a lei.
B: – O quê, não me digas que cumpres sempre a lei? És daqueles que nunca anda a mais de 120 na
autoestrada? Não me digas que nunca andaste a mais de 120 na autoestrada!
a) Não incorre em qualquer falácia.
b) Ad hominem.
c) Boneco de palha.
d) Apelo à ignorância.
Ataca-se a pessoa e não o que ela disse.

9. Não há uma ligação clara entre fumar e cancro de pulmão, apesar do que os médicos dizem e de anos
de estudos científicos. Portanto, fumar não faz mal aos teus pulmões.
a) Ad hominem.
b) Petição de princípio.

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c) Apelo à ignorância.
d) Falso dilema.
A ausência de prova é usada como prova.

10. Se aprovarmos leis contra as armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos leis contra
todas as armas. E, se aprovarmos leis contra todas as armas, começaremos a restringir os nossos direitos.
E, se começarmos a restringir os nossos direitos, acabaremos por viver num Estado totalitário. Portanto,
não devemos banir as armas automáticas.
a) Boneco de palha, porque se distorce a posição do opositor de modo a refutá-la mais facilmente.
b) Bola de neve, porque se tenta refutar que se deva aprovar leis contra as armas automáticas derivando
daí consequências cada vez mais inaceitáveis.
c) Falso dilema, porque se põe as coisas em termos de ter ou não armas automáticas, quando há outras
opções.
d) Apelo à ignorância, porque se pretende esclarecer as pessoas acerca das consequências nefastas da
aprovação de leis contra as armas automáticas.

VII . Identificar as falácias informais cometidas nos exemplos.

1. Luís: Penso que as pessoas não devem usar perfumes nem sprays. São péssimos para o ambiente.
Maria: Então queres que as pessoas andem a cheirar mal e com cabelos que parecem mato? Boneco
de palha. Deturpa-se a posição de Luís para mais facilmente a tentar atacar.
2. Os opositores da pena de morte defendem que a pena de morte é injusta e discriminatória. Mas é
ridículo sugerir que os assassinos não devem pagar pelos seus crimes. Como é que isso poderá ser
justo para as vítimas ou para as suas famílias? Boneco de palha. Quem se opõe à pena de morte não
está necessariamente a defender que os assassinos não devem ser castigados.

3. O meu pai diz-me que não devo mentir, que mentir é errado porque leva a que as pessoas deixem
de confiar umas nas outras. Mas eu já ouvi o meu pai mentir. Às vezes ele telefona para o trabalho a
dizer que está doente, quando não está, de facto, doente. Portanto, mentir não é errado – o meu pai
apenas não gosta que eu minta. Ataque indevido à pessoa ou argumento ad hominem falacioso.
O argumento ataca o pai e não o que ele diz, não é pelo facto de o pai mentir que deixa de ser verdade
que não se deve mentir.
4. Advogado – João afirma que o meu cliente cometeu o crime. Contudo, João é um bêbado inveterado,
portanto, o seu testemunho de João não tem valor algum. O argumento é falacioso – trata-se de
um argumento ad hominem falacioso – porque, mesmo que seja verdade que João é um bêbado, pode
contudo, estar a dizer a verdade, bastando para isso que, por exemplo, estivesse sóbrio no momento em
que observou a ocorrência. Temos um ataque indevido à pessoa.
5. Advogado – João afirma que o meu cliente cometeu o crime na noite de 30 de junho, mas João
estava completamente bêbado nessa noite. Portanto, o seu testemunho sobre o que ocorreu não é
digno de confiança. O argumento não é um argumento ad hominem falacioso porque há boas –
embora não conclusivas – razões para duvidar da veracidade do testemunho de João. O ataque à pessoa
não é aqui indevido.

6. A razão pela qual este produto tem muita procura é porque muita e muita gente o quer ter. Petição
de princípio. Há uma grande procura porque há uma grande procura, é o mesmo.
7. As cotações da bolsa baixam porque os investidores se sentem inseguros, e os investidores sentem-
se inseguros porque as cotações baixam. Não há falácia da petição de princípio. Os efeitos retroalimentam as
causas.

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8. Não existem presos políticos neste país, mas somente cidadãos que foram condenados por
atividades políticas não permitidas pela lei. Petição de princípio. Não existem presos políticos porque
não existem presos políticos.

9. Os céticos tentaram sem sucesso durante séculos provar que a reencarnação é um mito. Portanto,
devemos concluir que a reencarnação é um facto. Apelo falacioso à ignorância. A ausência de prova
é usada como prova. Não é pelo facto de não se ter sido capazes de provar que a reencarnação é um mito
que esta é um facto.
10. Não tenho nenhuma prova de que a luz do meu frigorífico se apaga quando fecho a porta. Portanto,
é razoável acreditar que não se apaga. Apelo falacioso à ignorância. Não é pelo facto de não ter prova
de que a luz se apaga que se pode concluir que não se apaga.
11. Ninguém conseguiu encontrar as causas naturais da recuperação do doente. Por isso, foi um
milagre que o curou. Apelo falacioso à ignorância. A ausência de prova é usada como prova.

12. Os alunos pediram à direção da escola que lhes arranjasse um local aonde a comissão de finalistas
se pudesse reunir. Se lhes fizéssemos a vontade, a seguir iriam pedir um salão de jogos e, em seguida,
uma discoteca. Isso transformaria a escola num centro de diversão. Por essa razão, não podemos
ceder a sala para reuniões. Falácia da derrapagem ou da bola de neve. Está longe de ser óbvio que,
se se satisfizer o desejo dos alunos, a escola se transforme numa discoteca.
13. Se se legaliza a eutanásia para os doentes terminais, a seguir legaliza-se para as pessoas com
morte cerebral e a seguir legaliza-se para as pessoas muito idosas, socialmente inadaptadas, com
deficiências cognitivas profundas. Logo, não se pode legalizar a eutanásia. Falácia da derrapagem
ou da bola de neve. Está longe de ser óbvio, como pretende o argumento, que da legalização da
eutanásia para os doentes terminais se siga necessariamente a legalização da eutanásia para os doentes
mentais.

14. Não se pode ser ateu e pessoa com bons princípios morais ao mesmo tempo. Logo, se és ateu não
és moralmente recomendável. Falácia do falso dilema ou falsa dicotomia. Como se ser crente e
moralmente recomendável fossem sinónimos.
15. É comunista, mas é boa pessoa. Falácia do falso dilema ou da falsa dicotomia. De uma forma
implícita, afirma-se que ou se é comunista ou se é boa pessoa. Como se não ser comunista fosse condição
necessária para ser boa pessoa. Aqui, aponta-se uma exceção, mas o que importa é que a dicotomia se
apresenta de forma absoluta.
16.
Falácia ad populum ou apelo ao povo. Acontece quando a)
se tenta convencer a adotar uma ideia porque muitos ou a
maioria pensa assim, embora isso seja irrelevante, pois não
a ideia torna mais ou menos verdadeira; b) publicitários e
políticos fazem muito uso deste tipo de falácia que corresponde

Afirmação desmentida pelo estudo do Alto Comissariado à tentativa de, ao despertar paixões ou entusiasmo, ganhar
para as Migrações que situa em 33.5% a percentagem de
apoio para uma determinada conclusão, supondo o mundo
famílias ciganas beneficiárias do Rendimento Social de
Inserção (RSI) dividido em grupos, caso discorde, não fará parte do grupo
certo.

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