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VALIDADE VERDADE
Assim, se raciocinarmos validamente com base em informação verdadeira, é seguro que não
chegaremos a uma conclusão falsa: impossível um argumento (dedutivo) válido ter premissas
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verdadeiras e a conclusão falsa. (Se tal ocorrer, podemos rejeitá-lo de imediato como
inválido). Um argumento válido pode ter premissas e conclusão falsas (informação não
verdadeira embora corretamente encadeada); um argumento inválido pode ter premissas e
conclusão verdadeiras (informação verdadeira, mas incorretamente encadeada).
Exercício p. 14 Texto 2. (...)
Cenários de resposta: 1. Um argumento é constituído por premissa(s) e conclusão. As premissas são
o ponto de partida, ou o que se aceita ou presume, no que respeita ao argumento. Um argumento pode
ter uma ou várias premissas. A partir das premissas infere-se ou extrai-se uma conclusão. 2. A verdade
é uma propriedade que diz respeito ao conteúdo material das proposições (premissas e conclusão). A
validade refere-se ao modo como a conclusão é extraída das premissas, isto é, à estrutura formal do
argumento ou forma lógica. 3. O objeto de estudo da lógica é a validade, a relação de justificação entre
premissas e conclusão. A preocupação da lógica passa por saber se não há maneira de as premissas serem
verdadeiras e a conclusão falsa.
Exercício p. 23, IV 1. Cenários de resposta: a); b); c); e).
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afirmativas ou negativas, dependendo da cópula («é», «não é») atribuir ou excluir ao sujeito
um certo predicado. Da combinação destes aspetos resultam apenas quatro formas
categóricas.
Quantidade Qualidade Forma lógica Tipo Exemplos
Exercício complementar:
Dado o enunciado “Os planetas azuis são habitados por vida inteligente.”
a) Transponha para a forma padrão ou canónica e indique a forma lógica. b) Explicite a estrutura lógica.
c) Indique a quantidade e qualidade. D) Indique o Tipo de proposição.
Cenários de resposta:
a) Forma canónica: “Todos os planetas azuis são habitados por vida inteligente”. Forma lógica: Todo o S
é P. b) Sujeito: “planetas azuis”; Predicado: “habitados por vida inteligente”; Cópula: “são”; quantificador:
Todos. c) Quantidade: Universal; Qualidade: Afirmativa. d) Tipo A
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Contraditórias: mostrar que uma proposição do tipo A é falsa, por exemplo, “Todos os sapos
são verdes”, basta apresentar um contraexemplo, que “Algum sapo não é verde”, tipo O.
Diferem na qualidade e quantidade, não podem ser ambas verdadeiras nem ambas falsas
simultaneamente. Contrárias: diferem na qualidade, podem ser ambas falsas, não podem ser
simultaneamente verdadeiras. Subcontrárias: diferem na qualidade, não podem ser
simultaneamente falsas, mas podem ser ambas verdadeiras. Subalternas: diferem na
quantidade, serão ambas verdadeiras se a universal for verdadeira, ambas falsas se a
particular for falsa. Contudo, nada podemos concluir da proposição universal falsa ou da
particular verdadeira.
(Exercício complementar
Considere o quadrado lógico das proposições categóricas e responda às questões seguintes.
a) Qual é a proposição oposta por contrariedade de uma proposição do Tipo E? b) Quais as proposições
em que ocorre o maior grau de oposição?
Cenário de resposta: a) A contrária de uma proposição do Tipo E é uma do Tipo A que difere em
qualidade e mantém-se universal. b) O maior grau de oposição ocorre na relação lógica entre
contraditórias, A e O, E e I, em que se altera a quantidade e a qualidade.
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Disjunção inclusiva (tabela de verdade p. 55)
É verdadeira se, e apenas se, pelo menos uma das disjuntas for verdadeira.
Exercícios p. 55 manual.
Cenários de resposta: 1. a) PVQ. b) Podemos concluir que PVQ é necessariamente verdadeira, uma vez
que pelo menos uma das frases disjuntas o é. c) Não, dado que conhecemos apenas o valor de verdade
de Q. Se P for verdadeira, PVQ será igualmente verdadeira; se P for falsa, PVQ será falsa. Não nos basta,
por isso, neste caso, conhecer o valor de verdade de Q.
Exercícios p. 56 manual.
•
Cenários de resposta: 1. a) P Ú Q; b) Nada se pode concluir, dado que desconhecemos o valor de
verdade de Q. Se P for verdadeira, a disjunção será falsa; se P for falsa, a disjunção será verdadeira. No
caso da disjunção exclusiva, precisamos sempre de conhecer o valor de verdade de ambas as proposições
simples para podermos determinar o valor de verdade da proposição complexa. c) Podemos concluir que
a proposição composta é, necessariamente, falsa.
Exercícios p. 57 do manual.
Cenários de resposta: 1. a) P: Os brincos são muito caros. Q: Os brincos são de ouro. b) Q→P (Se os
brincos forem de ouro, então serão muito caros). c) Q→P é falsa. 2. a) P→Q; b) ¬P→¬Q
Exercícios p. 58 do manual.
Cenários de resposta: 1. a) P « Q (Recebemos salário se e somente se tivermos emprego.) b) Se P
(Recebemos salário) for verdadeira, P « Q tanto pode ser verdadeira como falsa, dependendo dos valores
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O QUE SÃO TABELAS DE VERDADE E COMO SE AVALIAR PROPOSIÇÕES
(p. 60 do manual)
A tabela de verdade é um diagrama que mostra todos os valores de verdade possíveis para
uma determinada fórmula consoante o operador lógico que os determina. Para construir a
tabela temos atenção ao nº de proposições como se mostra nos quadros abaixo.
A tabela permite-nos analisar se estamos perante uma verdade lógica (tautologia), falsidade
lógica (contradição) ou contingência (umas vezes verdadeira outras falsa).
O primeiro cálculo na tabela corresponde à conetiva de menor força ou âmbito (quadro p. 60.).
A fórmula (PV~P) é tautológica, pois a tabela mostra que resulta verdadeira em todas as
atribuições de valores de verdade às suas letras.
A fórmula P Ù ~P é contraditória, pois a tabela mostra que resulta falsa em todas as atribuições
de valores de verdade às suas letras.
A fórmula P Ù Q é contingente. A tabela mostra que resultam valores de verdade que a tornam
verdadeira e outras atribuições que a tornam falsa.
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Exercícios complementares
1. Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas.
(A) A conjunção será verdadeira se, e apenas se, pelo menos uma das proposições conjuntas o for.
(B) A proposição «Estamos no verão, mas, apesar disso, faz frio» é uma conjunção.
(C) As regras da disjunção inclusiva são em tudo idênticas às da disjunção exclusiva.
(D) Se a proposição antecedente de uma implicação for falsa e a consequente verdadeira, a implicação
será falsa.
(E) P e a dupla negação de P são proposições equivalentes.
a)
Cenários de resposta:
a) Se realizar argumentos válidos e usar premissas verdadeiras, realizo bons argumentos. É falso que
realize argumentos válidos e que use premissas verdadeiras. Logo, não realizo bons argumentos.
A lógica proposicional inspeciona os argumentos para saber se são válidos a partir de uma
tabela, após os passos que se exemplificam:
Argumento “Se Deus existe, a vida faz sentido. A vida faz sentido. Logo, Deus existe.”
Dicionário p: Deus existe. q: A vida faz sentido
Formalização: Se p então q. q. Logo, p. Ou p → q, q ∴p
Inspetor de circunstâncias
p q Se p então q q Logo, p
V V V V V
V F F F V
F V V V F
F F V F F
O argumento é inválido. Vemos na 3.ª circunstância (linha) que apesar das premissas serem
ambas verdadeiras, a conclusão é falsa. Portanto, não segue a regra de validade dedutiva que
indica que “se um argumento é válido, é impossível que as premissas sejam verdadeiras e a
conclusão falsa”.
http://manualescolar2.0.sebenta.pt/projectos/fil10/posts/1250
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FORMAS DE INFERÊNCIA VÁLIDAS (p.66 manual)
E FALÁCIAS FORMAIS (p. 69 manual)
As formas válidas (síntese p. 68) permitem perceber a qualidade dos argumentos, validar a
conclusão a partir das premissas, sem recorrer à construção de tabelas de verdade. São
muitas vezes, mal aplicadas e conduzem a maus argumentos que passam despercebidos.
Identificamos uma falácia formal avaliando no argumento os defeitos na sua forma lógica.
Analisando a estrutura do argumento, é perceptível a diferença do uso correto e do incorreto.
Exemplo:
Forma válida Uso incorreto. Argumentos inválidos
Modus ponens Falácia
ou afirmação da antecedente. da afirmação da consequente
Se A, então B. Se A, então B.
A. B.
Logo, B. Logo, A.
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Exercícios p. 70 manual:
FALÁCIAS INFORMAIS
(p. 95 a 100 manual)
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PARTE II
https://lrsr1.blogspot.com/search/label/EXAMES%20DE%20FILOSOFIA
Exercícios
I. Perguntas-respostas
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7. O que é um argumento dedutivamente válido?
É um argumento em que a verdade das premissas implica ou garante a verdade da conclusão, esta
é uma consequência lógica daquelas. A validade dedutiva é a qualidade do argumento em que é
logicamente impossível as premissas serem verdadeiras e a conclusão ser falsa. Exemplo: se for
verdade que “Os portugueses gostam de cerveja” e que “Miguel é português,” então, segue-se
necessariamente das premissas que é verdade que “Miguel gosta de cerveja”.
Na sua forma padrão o argumento apresenta-se deste modo:
Todos os portugueses gostam de cerveja
Miguel é português
Logo, Miguel gosta de cerveja
8. Um argumento pode ser dedutivamente válido, embora tenha premissas e conclusão falsas?
Sim. Um exemplo é:
Todos os portugueses são filósofos.
Barak Obama é português.
Logo, Barak Obama é filósofo.
É um argumento válido apesar das premissas e da conclusão serem falsas. Verificamos que as premissas
implicam a conclusão, ou seja, segue-se daquelas. Dadas as premissas, a conclusão só pode ser esta,
deriva necessariamente das premissas.
https://jornaldefilosofia-diriodeaula.blogspot.com/2015/09/validade-dedutiva-validade-preserva.html
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das premissas torna mais provável do que improvável a verdade da conclusão e se é relevante para que
aceitemos a conclusão.
II Verdadeiro ou Falso?
a) A conclusão de um raciocínio válido tem de ser verdadeira. F
b) Não podemos construir argumentos válidos a não ser com premissas e conclusão de facto verdadeiras. F
c) O objetivo da lógica formal é determinar se entre as premissas e a conclusão há uma relação de
consequência lógica e de que depende essa relação. V
d) Um raciocínio pode ser correto, apesar de partir de premissas falsas. V
A conclusão de um argumento pode ser uma consequência lógica das premissas, mesmo que as premissas
sejam falsas.
e) O conceito de validade diz respeito à relação que se estabelece entre as proposições do argumento e a
realidade factual. F
Falso, porque é isto que carateriza o conceito de verdade.
f) A verdade ou a falsidade de uma proposição depende da sua relação com a realidade. O mesmo acontece
com a validade de um argumento dedutivo. F
g) Quando dizemos que a validade de um argumento dedutivo não depende do conteúdo das proposições
que o constituem, estamos a dizer que há argumentos válidos com premissas verdadeiras, argumentos
válidos com premissas falsas e argumentos inválidos com premissas verdadeiras. V
h) Para determinar se um argumento é ou não válido, não é relevante que as premissas e a conclusão
sejam de facto verdadeiras, mas se, imaginando que as premissas são verdadeiras, se pode ou não deduzir
dessas premissas uma conclusão falsa. Se pode, é inválido. Se não pode, não é. V
i) Apesar de não serem dedutivamente válidos, os argumentos indutivos podem ser bons. Um bom
argumento indutivo é aquele em que as razões apresentadas (premissas) dão força à nossa crença de que
a conclusão é verdadeira. Quando as premissas tornam pouco provável a verdade da conclusão, não
estamos perante um bom argumento indutivo. (V)
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j) Ao contrário dos argumentos dedutivos, os argumentos indutivos são argumentos de risco ou em que o
risco de erro ou engano não pode ser completamente eliminado, mas unicamente controlado. Com efeito,
a conclusão baseia-se em premissas que lhe conferem simplesmente um maior ou menor grau de
probabilidade. (V)
l) Os argumentos indutivos são uma espécie de argumentos informais porque a verdade das premissas
(ou da premissa) e a sua forma lógica não são suficientes para assegurar a verdade da conclusão. (V)
m) No caso dos argumentos indutivos, a validade não se baseia numa ligação necessária entre as
premissas e a conclusão, pelo que a verdade desta é apenas provável. (V)
1. Bertrand Russell, reputado lógico, afirmou que os costumes sociais a respeito do sexo fora do
casamento são opressivos. Portanto, os costumes sociais a respeito do sexo fora do casamento são
opressivos. É um argumento de autoridade. Para que seja um bom argumento, a autoridade evocada
tem de ser, de facto, uma autoridade e não podem existir divergências entre os especialistas acerca da
matéria.
2. «De acordo com o meu Epicuro… nada continua a existir depois da dissolução do ser vivo, e no termo
“ser vivo” ele incluía tanto o homem como o leão, o lobo, o cão, e todas as outras coisas que respiram.
Concordo com tudo isto. Eles comem, nós comemos; eles bebem, nós bebemos; eles dormem, e o mesmo
fazemos nós. Eles geram, concebem, dão à luz, e alimentam os seus jovens da mesma forma que os
nossos. Eles têm alguma capacidade de raciocínio e de memória, alguns mais do que outros, e nós um
pouco mais que eles. Somos como eles em quase tudo; por fim, eles morrem e nós morremos – ambos
de forma definitiva.» (Lorenzo Valla, On Pleasure, Nova Iorque, Abaris Books, 1977, pp. 219-221.) É um argumento
por analogia. Estes argumentos baseiam-se em comparações. Dadas duas entidades ou situações, A e
B, com várias caraterísticas semelhantes, da observação de que A tem uma caraterística conclui-se que o
mesmo se passa com B.
3. O BCP, O BPI, o BES, a GALP e a PT estão cotados em bolsa. Portanto, todas as grandes empresas
portuguesas estão cotadas em bolsa. Trata-se de uma generalização por indução. Para que estes
argumentos sejam bons, a amostra expressa pela premissa deve ser ampla e representativa.
4.«Podemos verificar que existe uma grande semelhança entre a Terra que habitamos, e os outros
planetas, Saturno, Júpiter, Marte, Vénus e Mercúrio. Como a Terra, todos giram em torno do Sol, embora
a distâncias e períodos diferentes. Como a Terra, recebem toda a sua luz do Sol. Como a Terra, vários
rodam em torno do seu eixo e, desse modo, têm também a sucessão dos dias e das noites. Alguns têm
luas, que servem para lhes dar luz na ausência do Sol, como a nossa Lua faz para nós. Como a Terra,
estão todos, nos seus movimentos, sujeitos à mesma lei da gravitação universal. Com base nestas
semelhanças não é irracional pensar que esses planetas, como a nossa Terra, sejam habitados por vários
tipos de criaturas vivas.» Thomas Reid, Essays on the Intellectual Powers of Man, Cambridge, John Bartlett, 1850, p. 16. É
um argumento por analogia. Para que seja bom, deve cumprir três condições: 1) a amostra deve ser
suficiente (quanto maior o número de objetos comparados maior a força do argumento); 2) o número de
semelhanças deve ser suficiente (a força da analogia cresce com o aumento do número de semelhanças
verificadas); 3) as semelhanças verificadas devem ser relevantes.
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5. A esmagadora maioria das nozes deste saco que parti até agora estava estragada. Portanto, a próxima
noz que tirar do saco também estará estragada. Este argumento é uma previsão indutiva. A partir de
uma amostra considerada representativa, tira-se uma conclusão acerca de um acontecimento futuro.
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1. Até agora, nenhuma mulher foi presidente da 2. Até hoje, nenhum primeiro-ministro, em
República, em Portugal; logo, nenhuma mulher Portugal, foi analfabeto; logo, nenhum primeiro-
será presidente da República, em Portugal. ministro, em Portugal, será analfabeto.
Trata-se de argumentos indutivos, mais propriamente, de previsões indutivas.
Um argumento indutivo é válido quando a premissa torna mais provável do que improvável a verdade da
conclusão. Facilmente concluímos que o argumento 1. nos dá uma razão muito fraca para justificar a
verdade da conclusão. Apesar de a premissa ser verdadeira, é altamente improvável que a conclusão o
seja. No argumento 2. a premissa é verdadeira – ou a sua verdade é bastante plausível – porque o
exercício do cargo de primeiro-ministro não é compatível com o analfabetismo. A conclusão é bem
sustentada pelas premissas, apesar de a sua falsidade não ser logicamente impossível.
1. A maioria dos alemães lê o Der Spiegel. Logo, o 2. A maioria dos alemães lê o Expresso. Logo, o
meu amigo alemão que me vai visitar lê o Der meu amigo alemão que me vai visitar lê o Expresso.
Spiegel.
Trata-se de previsões, de argumentos indutivos em que a eventual verdade das premissas não torna
logicamente impossível a falsidade da conclusão. Como a validade de um argumento indutivo depende da
força com que as premissas apoiam a conclusão, estamos perante dois argumentos que não são
indutivamente bons. Nos exemplos, ambos os argumentos partem de premissas falsas, comprometendo
a justificação da verdade da conclusão. Apesar disso, podemos dizer que o argumento 2. torna muito mais
provável que a conclusão seja falsa do que o argumento 1. porque a premissa de 2 é menos plausível do
que a de 1. (a esmagadora maioria dos alemães não lê o Expresso). Assim sendo, o argumento 2 corre
menos riscos do que o argumento 1.
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Argumento por analogia que comete a falácia da falsa analogia.
4. «Mas poderá duvidar-se de que o ar tem peso quando temos o claro testemunho de Aristóteles
afirmando que todos os elementos, exceto o fogo, têm peso?» Galileu Galilei reproduzindo o discurso de
um aristotélico.
Apelo a autoridade não qualificada, ou melhor dizendo, apelo não apropriado à autoridade. Há métodos
científicos para resolver o problema e, por mais genuíno que tenha sido o génio científico de Aristóteles,
numerosos também foram os seus erros (nada escandalosos numa fase de fraco desenvolvimento
tecnológico). Mais do que isso: o confronto com os factos não pode ser substituído pelo que alguém, por
mais renome que tenha, afirmou acerca dos elementos (terra, água, ar e fogo).
5. Deve haver algo de errado nesta teoria indeterminista defendida pelos partidários da mecânica
quântica porque o próprio Einstein se lhe opôs dizendo que não podia acreditar que Deus jogava aos
dados no que respeita aos fenómenos naturais.
Apelo não apropriado à autoridade. Os especialistas no assunto divergem.
6. O cancro do pulmão verifica-se frequentemente em pessoas que fumam. Logo, fumar é causa do
cancro do pulmão.
O argumento comete a falácia da generalização apressada ou inadequada.
Que haja uma correlação entre fumar e ter cancro é, hoje em dia, consensual. Mas isto não pode levar-
nos a concluir que todos os que fumam têm ou terão cancro do pulmão. A correlação não é necessária.
1. Sou contra a pena de morte, porque a pena de morte tira a vida a uma pessoa.
a) Petição de princípio.
b) Ad hominem.
c) Apelo à ignorância.
d) Boneco de palha.
A conclusão «Sou contra a pena de morte» e a premissa «A pena de morte tira a vida a uma pessoa»
expressam a mesma proposição, embora por intermédio de frases diferentes.
3. «Quando uma oposição a única coisa que tem a dizer ao governo é que o governo é propaganda, é
porque realmente não tem mais nada para dizer.» (José Sócrates, TSF).
a) Ad hominem, porque ataca-se a oposição em vez da tese que esta defende.
b) Petição de princípio, porque a premissa é a mesma que a conclusão.
c) Apelo à ignorância, porque do facto de a oposição só ter uma coisa a dizer se conclui que não tem mais
nada a dizer.
d) Falso dilema, porque se assume que a oposição só tem duas opções, dizer que o governo é propaganda
ou nada dizer, quando há outras opções.
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4. Se se legaliza o aborto até às 10 semanas, a seguir legaliza-se o aborto até às 20 semanas. E, se se
legaliza o aborto até às 20 semanas, a seguir legaliza-se o aborto até às 30 semanas. E, se se legaliza o
aborto até às 30 semanas, a seguir legaliza-se o aborto até imediatamente antes o nascimento. E, se se
legaliza o aborto até imediatamente antes o nascimento, a seguir legaliza-se o infanticídio. Logo, não se
pode legalizar o aborto até às 10 semanas.
a) Derrapagem, porque se refuta uma afirmação, derivando delas consequências prováveis mas
inaceitáveis.
b) Derrapagem, porque o argumento obriga a aceitar a conclusão.
c) Falso dilema, porque o argumento coloca duas possibilidades como as únicas existentes: legalizar o
infanticídio ou legalizar o aborto até às dez semanas.
d) Boneco de palha, porque se distorce o que o opositor defende.
5. O meu professor está sempre a dizer que devemos fazer os trabalhos de casa. Mas, no seu tempo de
estudante, ele era o maior «baldas» da escola: nunca fazia o que lhe mandavam e reprovou pelo menos
três anos por faltas. Portanto, não faço os trabalhos de casa e não vou à aula.
a) Falso dilema.
b) Boneco de palha.
c) Ad hominem.
d) Derrapagem.
Ataca-se o professor e não aquilo que ele afirma. O comportamento passado do professor é irrelevante
para determinar a verdade do que defende.
7. Aquilo que os defensores da eutanásia querem é muito claro. Querem poder matar quem esteja muito
doente. É essa a razão pela qual me oponho à prática da eutanásia.
a) Ad hominem, porque apresentam uma objeção irrelevante para atacar o que os defensores da
eutanásia dizem.
b) Falso dilema, porque sugere que tem de se optar entre ser a favor ou contra a eutanásia.
c) Ad hominem, porque atacam os defensores da eutanásia e não aquilo que defendem.
d) Boneco de palha, porque distorcem a posição dos defensores da eutanásia.
8. A: – A tua decisão viola claramente a lei.
B: – O quê, não me digas que cumpres sempre a lei? És daqueles que nunca anda a mais de 120 na
autoestrada? Não me digas que nunca andaste a mais de 120 na autoestrada!
a) Não incorre em qualquer falácia.
b) Ad hominem.
c) Boneco de palha.
d) Apelo à ignorância.
Ataca-se a pessoa e não o que ela disse.
9. Não há uma ligação clara entre fumar e cancro de pulmão, apesar do que os médicos dizem e de anos
de estudos científicos. Portanto, fumar não faz mal aos teus pulmões.
a) Ad hominem.
b) Petição de princípio.
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c) Apelo à ignorância.
d) Falso dilema.
A ausência de prova é usada como prova.
10. Se aprovarmos leis contra as armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos leis contra
todas as armas. E, se aprovarmos leis contra todas as armas, começaremos a restringir os nossos direitos.
E, se começarmos a restringir os nossos direitos, acabaremos por viver num Estado totalitário. Portanto,
não devemos banir as armas automáticas.
a) Boneco de palha, porque se distorce a posição do opositor de modo a refutá-la mais facilmente.
b) Bola de neve, porque se tenta refutar que se deva aprovar leis contra as armas automáticas derivando
daí consequências cada vez mais inaceitáveis.
c) Falso dilema, porque se põe as coisas em termos de ter ou não armas automáticas, quando há outras
opções.
d) Apelo à ignorância, porque se pretende esclarecer as pessoas acerca das consequências nefastas da
aprovação de leis contra as armas automáticas.
1. Luís: Penso que as pessoas não devem usar perfumes nem sprays. São péssimos para o ambiente.
Maria: Então queres que as pessoas andem a cheirar mal e com cabelos que parecem mato? Boneco
de palha. Deturpa-se a posição de Luís para mais facilmente a tentar atacar.
2. Os opositores da pena de morte defendem que a pena de morte é injusta e discriminatória. Mas é
ridículo sugerir que os assassinos não devem pagar pelos seus crimes. Como é que isso poderá ser
justo para as vítimas ou para as suas famílias? Boneco de palha. Quem se opõe à pena de morte não
está necessariamente a defender que os assassinos não devem ser castigados.
3. O meu pai diz-me que não devo mentir, que mentir é errado porque leva a que as pessoas deixem
de confiar umas nas outras. Mas eu já ouvi o meu pai mentir. Às vezes ele telefona para o trabalho a
dizer que está doente, quando não está, de facto, doente. Portanto, mentir não é errado – o meu pai
apenas não gosta que eu minta. Ataque indevido à pessoa ou argumento ad hominem falacioso.
O argumento ataca o pai e não o que ele diz, não é pelo facto de o pai mentir que deixa de ser verdade
que não se deve mentir.
4. Advogado – João afirma que o meu cliente cometeu o crime. Contudo, João é um bêbado inveterado,
portanto, o seu testemunho de João não tem valor algum. O argumento é falacioso – trata-se de
um argumento ad hominem falacioso – porque, mesmo que seja verdade que João é um bêbado, pode
contudo, estar a dizer a verdade, bastando para isso que, por exemplo, estivesse sóbrio no momento em
que observou a ocorrência. Temos um ataque indevido à pessoa.
5. Advogado – João afirma que o meu cliente cometeu o crime na noite de 30 de junho, mas João
estava completamente bêbado nessa noite. Portanto, o seu testemunho sobre o que ocorreu não é
digno de confiança. O argumento não é um argumento ad hominem falacioso porque há boas –
embora não conclusivas – razões para duvidar da veracidade do testemunho de João. O ataque à pessoa
não é aqui indevido.
6. A razão pela qual este produto tem muita procura é porque muita e muita gente o quer ter. Petição
de princípio. Há uma grande procura porque há uma grande procura, é o mesmo.
7. As cotações da bolsa baixam porque os investidores se sentem inseguros, e os investidores sentem-
se inseguros porque as cotações baixam. Não há falácia da petição de princípio. Os efeitos retroalimentam as
causas.
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8. Não existem presos políticos neste país, mas somente cidadãos que foram condenados por
atividades políticas não permitidas pela lei. Petição de princípio. Não existem presos políticos porque
não existem presos políticos.
9. Os céticos tentaram sem sucesso durante séculos provar que a reencarnação é um mito. Portanto,
devemos concluir que a reencarnação é um facto. Apelo falacioso à ignorância. A ausência de prova
é usada como prova. Não é pelo facto de não se ter sido capazes de provar que a reencarnação é um mito
que esta é um facto.
10. Não tenho nenhuma prova de que a luz do meu frigorífico se apaga quando fecho a porta. Portanto,
é razoável acreditar que não se apaga. Apelo falacioso à ignorância. Não é pelo facto de não ter prova
de que a luz se apaga que se pode concluir que não se apaga.
11. Ninguém conseguiu encontrar as causas naturais da recuperação do doente. Por isso, foi um
milagre que o curou. Apelo falacioso à ignorância. A ausência de prova é usada como prova.
12. Os alunos pediram à direção da escola que lhes arranjasse um local aonde a comissão de finalistas
se pudesse reunir. Se lhes fizéssemos a vontade, a seguir iriam pedir um salão de jogos e, em seguida,
uma discoteca. Isso transformaria a escola num centro de diversão. Por essa razão, não podemos
ceder a sala para reuniões. Falácia da derrapagem ou da bola de neve. Está longe de ser óbvio que,
se se satisfizer o desejo dos alunos, a escola se transforme numa discoteca.
13. Se se legaliza a eutanásia para os doentes terminais, a seguir legaliza-se para as pessoas com
morte cerebral e a seguir legaliza-se para as pessoas muito idosas, socialmente inadaptadas, com
deficiências cognitivas profundas. Logo, não se pode legalizar a eutanásia. Falácia da derrapagem
ou da bola de neve. Está longe de ser óbvio, como pretende o argumento, que da legalização da
eutanásia para os doentes terminais se siga necessariamente a legalização da eutanásia para os doentes
mentais.
14. Não se pode ser ateu e pessoa com bons princípios morais ao mesmo tempo. Logo, se és ateu não
és moralmente recomendável. Falácia do falso dilema ou falsa dicotomia. Como se ser crente e
moralmente recomendável fossem sinónimos.
15. É comunista, mas é boa pessoa. Falácia do falso dilema ou da falsa dicotomia. De uma forma
implícita, afirma-se que ou se é comunista ou se é boa pessoa. Como se não ser comunista fosse condição
necessária para ser boa pessoa. Aqui, aponta-se uma exceção, mas o que importa é que a dicotomia se
apresenta de forma absoluta.
16.
Falácia ad populum ou apelo ao povo. Acontece quando a)
se tenta convencer a adotar uma ideia porque muitos ou a
maioria pensa assim, embora isso seja irrelevante, pois não
a ideia torna mais ou menos verdadeira; b) publicitários e
políticos fazem muito uso deste tipo de falácia que corresponde
Afirmação desmentida pelo estudo do Alto Comissariado à tentativa de, ao despertar paixões ou entusiasmo, ganhar
para as Migrações que situa em 33.5% a percentagem de
apoio para uma determinada conclusão, supondo o mundo
famílias ciganas beneficiárias do Rendimento Social de
Inserção (RSI) dividido em grupos, caso discorde, não fará parte do grupo
certo.
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