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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO I

6 de março de 2023

Direito => lei/ justiça (direito não é lei e não está necessariamente relacionado com a
justiça)
O que consiste, então, o direito?
O direito pode ser analisado/ encarado como um FENÔMENO, aquilo que é susceptível
de ser conhecido
Fenômeno = objeto de conhecimento (não necessariamente “corporificável”)
O direito embora não seja corporificável, há um conjunto de regras que devemos
responder,
Mandamentos: permissão; obrigação; e proibição (pessoa com o poder autoritário pode
apresentar mandamento)
A dosimetria justa será imposta pela pessoa com o poder autoritário
Reconhecimento de uma autoridade
Necessidade de judiciar os afetos, questões no geral
Estado uma entidade abstrata, gerida pela receita federal
Tributação: aplicação de tributos pelos governos, seja sobre a renda, sobre o consumo
ou sobre o patrimônio das pessoas físicas ou jurídicas
Direito existe; é o nosso objeto de conhecimento, mas não é necessariamente
corporificável
Quais características podemos enxergar dentro desse fenômeno (o direito) sem que esse
seja corporificavel? Fenômeno histórico e Fenômeno cultural
Historicidade do direito (a história do direito): o direito está em permanente evolução; o
direito é um fenômeno DIALÉTICO; não permanece estático se modifica com o tempo
Direito se revela através de normas, portanto os vetores permissão, obrigação e
proibição se alternam ao longo do tempo
Logo em certo momento algo que era proibido passa a ser permitido, algo que era
obrigatório passa a ser proibido etc.
Como evolui uma sociedade organizada? Como se desprende consequência jurídicas
diversas em detrimento de valores sociais vigentes em certa época?
Direito é cultura. Sujeito de conhecimento = reporta-se ao conhecimento do mundo
(apto a conhecer = atitude cognoscente) no qual o mundo é o objeto do conhecimento
Entre o objeto de conhecimento e o sujeito de conhecimento existe um methos (método)
de conhecimento que o sujeito usa para alcançar e compreender seu objeto
Mas qual methos utilizar em um primeiro momento? Método da fragmentação/
segmentação/ divisão do todo em partes e a reconstituição do todo a partir da
compreensão da soma das partes
Mundo in natura: parcela do mundo que existe sem a necessidade que seja criado por
alguém
Mundo criatura: parcela do mundo que depende de um criador que
Todos os modos que decorrem da transformação da natureza = CULTURA
Portanto o direito é uma construção humana
Veritas = verdade
Sistematização do conhecimento ancorados em princípios (princípios são veritas) =
CIÊNCIA
Direito, portanto, é um fenômeno histórico porque se modifica no tempo, mas também
é cultural porque é uma construção humana e varia em cada espaço cultural no qual se
encontra
O direito é diferente em diversos lugares no mundo, mas o fenômeno jurídico é
universal

13 de março de 2023

A expressão direito é corriqueira, regularmente estamos falando de obrigações (o senso


comum) e não sobre os direitos dos cidadãos
É necessário construir um conhecimento do direito para muito além do direito comum,
de forma a trabalhar com ele cientificamente
Trabalhar com o direito cientificamente, significa superar o senso comum
Tanto a expressão lei, quanto a expressão justiça não condensam o direito
Ponto de referência: a ideia de FENOMENO
O DIREITO SE APRESENTA COMO UM FENOMENO (ponto de referência inicial,
que dá movimento ao nosso estudo)

Fenômenos:
 Primeira questão: o fenômeno tem um impacto na realidade (todas as sequencias
que os fenômenos têm em nossas vidas, impactam permanentemente na nossa
realidade)
 Segunda questão: todo fenômeno pode ser conhecido (todo fenômeno pode ser
considerado objeto de conhecimento)

DIREITO = FENÔMENO JURÍDICO


 Fenômeno jurídico = formas como os diversos povos/ nações/ comunidades/
grupos humanos do mundo definem aquilo que pode ser considerado permitido,
aquilo pode ser considerado obrigatório, e aquilo que pode ser considerado
proibido, em um determinado tempo, dentro de seu espaço
 O fenômeno jurídico é variável em tempo e espaço, logo este se modifica no
tempo (APRESENTA HISTORICIDADE) – o fenômeno jurídico é mutável
dentro da história
o Os vetores proibidos, permitidos e obrigatórios podem modificar ao
longo do tempo (vetores mutáveis)
o Cada categoria jurídica, cada instituto, nasce em um momento
determinado como consequência de uma contradição social e vai
evoluindo (em alguns casos podem desaparecer)
 O direito é dialético = a sociedade está em permanente evolução
 Cultura = as formas de modificar a realidade; logo direito é essencialmente
cultural (direito é uma construção humana)
 O direito é variável em termos espaciais

O direito é um fenômeno jurídico, histórico e cultural, que se apresenta em vetores que


dizem o que é permitido, proibido e obrigatório

Por que é permitido/ proibido/ obrigatório? Para que é permitido/ proibido/ obrigatório?
Pois é necessário manter uma certa ordem (mas o que significa ordenar? organizar)
Toda ordem depende de uma finalidade. Logo se eu quero organizar uma sociedade, é
necessário indagar a mesma qual finalidade esta deseja
Dessa forma, uma sociedade deve escolher um fim (dar uma importância fundamental
para algo = ser valioso)
Os vetores permitido, proibido e obrigatório estão diretamente atrelados aos valores e a
finalidade de determinada sociedade
Sendo assim, uma sociedade precisa escolher seus fins e valores, para que assim a
ordem seja estabelecida sobre os comportamentos humanos; e essa ordem é conquistada
a partir da definição dos vetores: o que deve ser permitido, o que deve ser proibido e o
que deve ser obrigatório = DOUTRINA JURÍDICA
Geroge Jellinek: em sua obra nos fala sobre as teorias dos fins; existem fins gerais,
todas as sociedades devem atingir; e fins particulares (ou secundários), uma sociedade
independente da outra deve procurar
FINS GERAIS (ou fins primários): consenso doutrinário universal entorno de que se
uma sociedade não procura determinado fim/ ou não o atinge, ela perece
Teleologia = análise dos fins
Valores = demento primários, condutores da ordem
Axiologia = estudo dos valores

1. VALOR PRIMÁRIO: a vida humana, a paz e a segurança


FINALIDADE: Uma sociedade deve reduzir ao máximo o uso de violência como forma
de solucionar conflitos
Dessa forma é proibido o uso da violência para resolver conflitos; é permitido achar
formas alternativas para a resolução de conflitos; e é obrigatório respeitar a vida
humana
Para organizar o direito é criado um aparelho de ordem: órgão jurisdicional
Para manter a paz e a segurança de todos!
Os três primeiros valores que toda sociedade deve cuidar são: VIDA, PAZ E
SEGURANÇA
“É proibido violar a vida/ paz/ segurança; é obrigatório preservar a vida/ paz/ segurança;
é permitido conservar a vida/ paz/ segurança”

2. VALORES: igualdade e liberdade


FINALIDADE: Construir relações de equivalência para assim potencializar a
capacidade humana
A sociedade esta constituída por seres humanos diferentes, mas não desiguais
A desigualdade é uma construção humana, já ser diferente faz parte da natureza humana
O direito celebra a diferença e combate a desigualdade; e prestigiamos a liberdade, a
capacidade, fazer, criar, de se relacionar e de fazer escolhas

3. VALOR: a vida digna


FINALIDADE: Os valores sociais estão diretamente atrelados as necessidades sociais
(carência humana – aquilo que precisamos para viver), por isso toda sociedade precisa
produzir riquezas e distribuir riquezas.
Todas as carências em uma sociedade organizada são transformadas em direitos: direito
a alimentos, moradias, lazer, trabalho, educação.

20 de março de 2023

O direito tem como premissa ordenar normativamente a realidade

ORDEM CRITÉRIOS:
 Teológico= estudo dos fins
 Axiológico = estudo dos valores

REALIDADE SOCIAL:
 Vamos nos reportar aos fins primários
 FINS GERAIS (ou fins primários): consenso doutrinário universal entorno de
que se uma sociedade não procura determinado fim/ ou não o atinge, ela perece

VETORES NORMATIVOS
 Os vetores são: proibir, permitir e obrigar
 Os vetores entram como uma forma de regular os comportamentos humanos,
girando sempre entorno dos fins primários (exemplo: é proibido A matar B, pois
fere o fim geral de “uma sociedade deve reduzir ao máximo o uso de violência
como forma de solucionar conflitos”)
 As leis devem girar entorno de uma proporcionalidade de circunstância, como
forma de controle do comportamento
 Os vetores controlam os comportamentos humanos, além de protegerem os fins
e os valores

Subsunção: implica que todos os fatos que acontecem na vida se encontrem em alguma
maneira retardadas dentro do Código.
Questionamento: o que fazemos quando uma questão não está descrita no Código?
Devemos aplicar critérios de interpretação – critérios de hermenêutica jurídica
(identificação de fins e valores primários)
A vida é multidimensional, para resolver os problemas que surgem desses inúmeros
relacionamentos são criados órgãos:
I. Aparelho legislativo = capaz de efetuar mandamentos de permissão, obrigação,
proibição
II. Aparelho executivo = se responsabiliza pela dotação orçamentária
III. Aparelho tributário = responsabiliza quem não atende os fins e valores primários

Status: uma espécie de estado/ situação (estar firme, sólido) ESTADO


MOMENTO CONSTITUINTE: momento que uma sociedade se organiza, esta de
constitui como um ESTADO
E documento que surge com os valores e os fins primários é chamado de
CONSTITUIÇÃO (documento base, principal)
A Constituição adquire supremacia (esta acima na “escada” do direito, pois ali estão
contidos os fins e os valores primários de uma sociedade)
Não há lei feta pelo legislativo que seja considerada se está na contramão da
Constituição
A CONSTIUIÇÃO FOI FEITA PELO POVO

Sociedade: somos de alguma maneira sócios


A sociedade se apresenta como um conjunto de relações incessantes (as relações podem
ser de agressão, cooperação ou indiferença)
Dentro de uma sociedade, deve sempre prevalecer um conjunto de relações de
equivalência; onde estas relações devem ser pautadas no valor liberdade e no valor de
igualdade.
Os papeis sociais: diversas “roles” que podemos assumir dentro de uma sociedade
Relação de não-equivalência: a maneira arbitraria que eu posso restringir, constranger
ou criar uma forma de subordinação injusta sobre a vida do próximo (o outro não tem
condição de ser igual)
Ser diferente é o natural; ser desigual é uma construção humana (cultura)

Subsunção: implica que todos os fatos que acontecem na vida se encontrem em alguma
maneira retardadas dentro do Código.
Questionamento: o que fazemos quando uma questão não está descrita no Código?
Devemos aplicar critérios de interpretação – critérios de hermenêutica jurídica
(identificação de fins e valores primários)

03 de abril de 2023

Relações profissionais: exercem determinadas profissões


Relações de trabalho: patrão e trabalhador
Relações afetivas: que podem ser familiares
Relações de amizades
Relações pedagógicas
Relações entre o ser humano e o Estado (aparelho governamental)

Sociedade pura e simples = grupo humano que não se institucionalizou


Uma sociedade pura e simples passa através de seus membros decidir seus consensos
axiológicos e os consensos teleológico
A decisão desses consensos gera um salto de qualidade:
1) Institucionalidade:
a) O Estado absolutista  emerge a partir de um consenso que
não é da sociedade como um todo, mas sim de uma parcela
detentora do poder
b) Estado liberal  apesar de ser uma ascensão democrática, este Estado
emerge a partir de subordinação do povo a burguesia,
2) Construção do Direito:
a) A sociedade brasileira se organizou para a criação de um direito em 1988,
através da realização de um exercício de reflexão para a construção de uma
institucionalidade e do direito  o direito mudou
Núcleo (minoria detentora do poder): civil e armada
Meio: sempre almejando alcançar o núcleo (não está no núcleo, mas quer fazer parte
dele)
Periferia: pessoas marginalizadas, ou seja, estão a margem do núcleo da sociedade

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