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RESUMO

Teor ia Ger al do Estado


MALUF, Said
Capítulos: I ao XXXIX
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPÍTULO I

1. ESTADO E DIREITO
É uma organização destinada a manter, através do Direito, as condições universais de
ordem social.

O Direito é o conjunto das condições existências da sociedade, que ao Estado cumpre


assegurar.

1.1 TEORIAS ESTADO X DIREITO

Hans Kelsen: Direito e a normas postas pelo Est ado;


 Estado e Direito são uma única realidade;
Monística
 Estado e a fonte única do Direito, quem dá vida ao Direito e o Estado;
ou
 Estado tem a “força coativa”;
Estatismo Jurídico
 Só existe o direito estatal, não há qualquer regra jurídica fora do

Estado;
 Existir = validade. Norma só deixara de ser válida se o próprio Estado
DIREITO
retirá-la do ordenamento jurídico;

ESTADO  Precursores do monismo jurídico: Hegel, Thomas Hobbes e Jean


Bodin. Desenvolvida por Rudolf von Ihering e John Austi.

Caso Explicativo de Monismo:

Nazismo- A humanidade não tolera o terror, horror do holocausto, tudo foi feito na base da lei.
Isto prova que o positivismo legalista não conseguia e não consegue limitar o legislador, que
com base na lei, mandou para os fornos milhões de pessoas.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

Estado e Direito são duas realidades diferentes independentes e


inconfundíveis;
Dualística
 Estado é apenas uma categoria especial do Direito;
ou
 Direito positivo é uma criação social e não estatal;
Pluralística
 Direito é um fato social em continua transformação, em função das
causas éticas, psíquicas, científicas biológicas etc;
 A norma jurídica tem sua origem no corpo social;
 A função do Estado é positivar o Direito, traduzir os princípios que se
ESTADO
firmam na consciência social;
DIREITO
 O Estado é mero administrador, visto que, seu papel nas relações
individuais é restrito;
 Precursores Gierke e Gurvitch, Léon Duguit.

Paralelismo
 Estado e Direito são duas realidades distintas, inconfundíveis, porém
 interdependentes, ou seja, se comunicam necessariamente;
 Teoria do Paralelismo completa a Pluralista;
 Estado tem destaque como fonte do Direito, visto que, é dele que
emana a norma positiva estabelecendo uma sanção;
DIREITO ESTADO  O Direito sem a força do Est ado não é válido, porque sem o Estado
não é possível se fazer cumprir as leis;
 Estado e Direito se unem para estabelecer o bem com um;
 Estado sem Direito não consegue a organização social;
 O Estado “cria” o direito, mas a sociedade intervém nesse processo;
 Norma sancionada + agente com competência para punir = norma
com eficácia (validade).

Interdependentes = dependência recíproca, um não existe sem o outro.


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MALUF- CAPÍTULO II

1. TEORIA TRIDIMENSIONAL DO ESTADO E DO DIREITO

Teoria Tridimensional do Direito (Miguel Reale) ≠ Teoria Pura do Direito (Hans Kelsen).

a. FATO X VALOR X NORMA

FATO VALOR NORMA


E todo acontecimento natural ou Elemento moral do Direito, ou E uma visão genérica, traz ideia
humano capaz de criar, modificar ou seja, é o ponto de vista da de regra, modelo a ser seguido
extinguir relações jurídicas. maioria da sociedade sobre por todo homem de bem, a ser
determinado FATO que ocorre obedecida na forma de LEI.
Fato jurídico e um acontecimento em seu meio, tendo como
praticado por uma pessoa física ou parâmetro o momento histórico
jurídica, a partir de uma ação ou e a visão do homem médio.
omissão e que esses fatos agem
diretamente e imediatamente sobre “Valor está para a proteção
pessoas, coisas, direitos e obrigações das pessoas”.
próprias ou de terceiros.

b. MOMENTOS OU FATORES

SOCIOLOGICO FILOSOFICO JURIDICO


Quando estuda a organização Quando estuda o Estado como Quando estuda o Estado como
estatal como FATO SOCIAL fenômeno político, valor órgão central da positivação do
(relação entre as pessoas) cultural (axiológico). Direito.
Estado faz o direito existir.
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 A Teoria Tridimensional sai de uma concepção normativa, faz uma análise que
leva em conta não só o Direito como ciência do ponto de vista axiológico;

 DIREITO se origina do FATO SOCIAL - “Sociedade caminha o Direito vai


atrás”;

 NORMA jurídica não resulta da vontade do legislador, a sociedade atribui um


determinado VALOR a um FATO (pode ser valor positivo ou negativo), depois
se cria uma norma para regulamentar esse FATO (se o fato possuir um VALOR
positivo a NORMA criada vai permitir esse FATO, mas se o FATO possuir um
valor negativo a NORMA criada vai proibir esse FATO);

 O VALOR é intrínseco da NORMA;

 FATO, VALOR e NORMA, num caráter histórico, social e cultural, visto que, o
homem vive em constante mudança, as quais faz necessária adaptação das
normas e valores aos fatos do seu cotidiano, provando que o Direito e uma
ciência dinâmica;
 Com essa concepção tridimensional do Estado e do Direito, afasta-se o erro do
formalismo técnico-jurídico e se compreende o verdadeiro valor e da função de
governo.
.
EXEMPLOS:
FATO VALOR NORMA
Um dia alguém feriu outra A sociedade começou a Baseado nisso criaram
pessoa. perceber que essa atitude uma lei dizendo que isso é
não está certa. crime.
Certo dia alguém teve que ferir A sociedade começou a Baseado nisso criaram
uma pessoa para se defender. perceber que essa atitude uma lei dizendo que isso e
não é errada, ou é não configura crime e sim
justificável. legitima defesa.
Acidentes de trânsitos causados Clamor popular pela Criação da Lei seca, a qual
por motoristas embriagados. redução do número de prever pesadas sanções
acidentes. para os motoristas
infratores.
Violência contra mulher Repúdio da sociedade Lei Maria da Penha.
Bem-estar moral e físico
da mulher afetado.
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MALUF- CAPÍTULO III

DIVISAO GERAL DO DIREITO

1. DIREITO NATURAL E POSITIVO

De origem divina, pois emana da própria natureza, independente da


1.1 Direto natural vontade do homem;
 É anterior e superior ao Estado.

 Conjunto orgânico das condições de vida e desenvolvimento do


individuo na sociedade;
1.1 Direto positivo  E obra essencialmente humana, e, portanto, precária, falível e
 sujeita a imperfeiçoes.

CARACTERISTICAS DIREITO NATURAL X POSITIVO

NATURAL POSITIVO
IMUTÁVEL MUTÁVEL
Derivaria de valores que antecedem e constituem Basta que a vontade do Estado se modifique para
o ser humano, não podendo ser que novas normas jurídicas surjam e
modificado por força de atos voluntários. outras deixem de existir
UNIVERSAL REGIONAL
Seus preceitos são idênticos a todos os serem Pois varia de território a território.
humanos independentes das condições Ex: O direito positivo brasileiro não é igual da
culturais. Argentina.
ABSOLUTO RELATIVO
Independe de qualquer autoridade que o Depende de autoridade que o positive.
positive.
ATEMPORAL TEMPORAL
Não é afetado pelo passar do tempo Valido por determinado tempo
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1. DIREITO POSITIVO

Divide-se em Público e Privado.

 Ramo de normas que possuem natureza pública, na


qual o Estado atua com seu poder;
 Regula as relações entre Estado e pessoa pública,
1.1 Direito Públicos e Estado e indivíduo/sociedade e indivíduo
(cidadão);
 Protege os interesses da sociedade (sociais, coletivos,
públicos), e relacionados à organização do Estado;
 Prevalência de normas imperativas;
 Legalidade estrita da administração Pública somente
poderá agir de acordo com aquilo que a lei
expressamente dita.
.

E o que diz respeito aos interesses dos


particulares, o Estado só se envolve para resolver
impasse;
1.2 Direito Privado
 Visa disciplinar as relações interindividuais;

 Princípios- autonomia da vontade e igualdade
formal (prevista em lei);
 Legalidade- os cidadãos podem fazer tudo, desde
que não seja contrário a leis
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1.1.1 DIREITO PÚBLICO INTERNO

• Deito constitucional- E a ciência que proporciona o conhecimento da


Organização do Estado.
• Direito administrativo- Têm normas que regulam atos administrativos
praticados por qualquer poder estatal (ação do Estado no campo econômico; a
administração dos bens públicos e o poder de polícia).

• Direito tributário- Disciplina a receita e a despesa pública, arrecadação do


dinheiro público e seu emprego em obras e despesas gerais.

• Direito Penal- Disciplina as condutas humanas que podem por em risco a


coexistência dos indivíduos na sociedade, regula essas condutas com base na
proteção dos princípios relacionados à vida, intimidade, propriedade, liberdade
etc.

• Direito processual- Estrutura os órgãos de justiça de modo a disciplinar à


forma que devem ter os processos judiciais, dá em outras palavras as diretrizes,
sobre como pedir em juízo a satisfação de um determinado direito.

1.1.2 DIREITO PÚBLICO EXTERNO

• Direito Internacional Público- disciplina as relações entre os vários Estados,


possuindo princípios e diretrizes, tanto na esfera política, econômica, social e
cultural. Os instrumentos dos acordos entre os Estados são denominados
tratados.

1.2.1 DIREITO PRIVADO EXTERNO

• Direito Internacional Privado- Destina-se à regular a situação do estrangeiro


no território nacional.

1.2.2 DIREITO PRIVADO INTERNO

• Direito civil- Visa regulares as relações dos indivíduos, estabelecendo direitos e


impondo obrigações, atua em toda a vida do indivíduo, pois disciplina todos os
campos de interesses individuais.
.
• Direito do trabalho- É um ramo que se destina a disciplinar as relações de
trabalho, estabelecendo princípios e regras, tanto aos que prestam os serviços,
quanto para àqueles cujo serviço se destina.

• Direito empresarial ou comercial- Constitui-se de normas que gerem a


atividade empresarial, disciplina a atividade econômica organizada para a
produção e circulação de bens ou de serviço.
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MALUF- CAPÍTULO IV

1. TEORIA GERAL DO ESTADO- TGE


 Corresponde a parte do Direito Constitucional
 É a ciência do Estado ou a Doutrina do Estado
 Teoria= ciência ou doutrina- Aspira conhecer o Estado na sua estrutura e
funções, o seu histórico e a tendência de sua evolução.

1.1 TRÍPLICE ASPECTO DO TGE


SOCIAL POLÍTICO JURIDICO
Quando analisa o gênese do Finalidade do governo em Quando estuda a personificação
desenvolvimento do Poder estatal; razão dos diversos sistemas de e ordenamento do Estado.
cultura.
Baseado nos fatores social, histórico e
econômico.

1.2 FONTES DO TGE

São classificadas em Diretas e Indiretas

Paleontologia (organismos pretéritos preservados nas rochas)


Diretas  Paleoetnologia (estudo das raças humanas)
 História
 Instituições Políticas (antigas e atuais).

 Estudo da sociedade animal


Indiretas  Est udo da sociedade humana primitivas
  Estudo da sobrevivência
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MALUF- CAPÍTULO V

1. NAÇÃO E ESTADO

 Nação e Estado são duas realidades distintas e inconfundíveis.


 Nação É uma realidade sociológica, e a substância humana do Estado.

Predomina fatores históricos, psicológicos e homogeneidade;


 Mesmo grupo étnico;
1.1 NAÇÃO  Mesmos costumes;
  Hábitos, tradições, religião e consciência nacional;
 Patriotismo, consciência social e vínculos de sangue;
 Nação pode existir sem Estado, ex: Palestinos e Curdos;
 Várias nações podem reunir –se em um só Estado ex: Áustria-
Hungria, Irlanda, Escócia e Inglaterra (Grã-Bretanha);
 Uma única nação pode dividir-se em vários Estados
ex: a nação italiana chegou a se dividir em vários Estados (Roma,
Nápoles, Veneza etc.), unificando-se em 1970;
 O Princípio do Direito Internacional moderno - cada nação deve
constituir um Estado próprio.

Os elementos território, língua, religião, costumes e tradição, por sim só, não constituem
o caráter de uma nação, para isso e necessário ter um sentimento de união, laços
afetivos e identidade sociocultural.

ATENÇÃO- QUEM NASCEU PRIMEIRO ESTADO OU NAÇÃO:

Foi à nação, pois os homens já se agrupavam antes do surgimento do Estado.

1.2 POPULAÇÃO

E o conjunto heterogêneo de pessoas que vivem, habitam uns pais, sem exclusão dos
estrangeiros, apátridas etc.
Também envolve um conceito aritmético, quantitativo e demográfico.
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1.3 POVO
 Conjunto de pessoas ligadas a determinado Estado por um vincula jurídico-
político, pertencem ao Estado por uma questão de cidadania.

1.4 RAÇA

 É a unidade bio antropológica, conceito de raça baseia-se em fatores


biológicos, como cor da pele, formato da cabeça, tipo de cabelo entre outros
(índios, brancos, negros e amarelos).
 Uma nação pode ser formada por várias raças, ex: a nação brasileira
constitui-se de três grupos étnicos (Lusitano africano e americano).
 E de um só tronco racial podem surgir várias nações, exemplo: continente
americano.

1.5 HOMOGENEIDADE DO GRUPO NACIONAL

 A Nação é um dos elementos formados pelo Estado;


 São três os elementos constituintes do Estado: População, Território e
Governo;
 O elemento população envolve o requisito de homogeneidade, isto é, deve
corresponder ao conceito de nação;
 O Estado é uma nação politicamente organizada, população como elemento
integrativo do Estado, requer o atributo nacional (Queiroz Lima);
 O fator racial é secundário;
 Um Estado que não corresponda a uma nação é um Estado imperfeito;
 Um Estado que não defenda e não promova justamente o caráter nacional é
um Estado ilegítimo (Del Vecchio);
 A homogeneidade do elemento populacional fortalece o Estado;
 A doutrina das nacionalidades que consiste em reconhecer a cada grupo
nacional homogêneo, o direito de constituir um Estado soberano.
 A constituição arbitraria de pequenos Estados, dividindo ou incorporando
nações, tem sido a maior fonte de perturbação da paz no mundo;
 Formação nacional= naturais + históricos+ psicológicos.
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O conceito de Estado vem evoluindo desde a antiguidade, a partir da


Polis grega e da Civitas romanas;
 Maquiavel introduziu a palavra Estado na literatura científica;
 Estado como realidade Jurídica – Kelsen;
 Jellinek vê no Estado uma dupla personalidade, social e jurídica;
 Estado é criação exclusiva da ordem jurídica e representa uma
organização da força a serviço do Direito- Duguit;
 Rudolf Smend- demostra que o Estado e resultante natural de um
longo processo de integração;
 O Estado é uma parte especial da humanidade considerada como
unidade organizada-John Burguess;

1.6 ESTADO  Promove o seu interesse e segurança mútua por meio de


 conjugação de todas as suas forças – Thomaz Cooley
 O Estado é uma associação, que atuando através da lei promulgada por
um governo, com poder coercitivo, mantém dentro de uma
comunidade territorialmente delimitada, as condições universais da
ordem social- Mac Iver;
 O Estado é um agrupamento humano, estabelecido em
determinado território e submetido a um poder soberano que lhe da
umidade orgânica- Clovis Bevilaqua;
 O Estado é a sociedade que se coage; é a organização das forças
coativa sociais – Von Lhering;
 Estado é o órgão executor da soberania nacional;
 Nação é direito nacional e Estado é criação humana;
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MALUF- CAPÍTULO VI

1. ELEMENTOS CONSTITUINTE DO ESTADO

 O Estado se compõe de três elementos: População, território certo e


inalienável e governo independente;

 Estado perfeito = População, território certo e governo independente;

 A ausência ou desfiguração desses elementos retira da organização sócio-


política a plena qualidade de Estado, exemplo: Canadá que é um Estado
imperfeito, visto que, seu governo é subordinado ao Estado britânico.

População é o primeiro elemento formador do Estado;


 Envolve requisito de homogeneidade, isto é, deve
corresponder ao conceito de nação (sentido de formação de
1.1 POPULAÇÃO
sentimento comum, em torno da formação de um Estado);

 Sem a substância humana não há como formar ou existir o
Estado;
 Estado é caracteristicamente nacional, corresponde a uma
unidade étnica;
 Reunião de indivíduos de várias origens, estabelecidos num
determinado território que se organizam politicamente;
 A homogeneidade de agrupamento humano não envolve
ideia de raça (sentido biológico ou antropológico);
 O Estado sucede ao processo de formação nacional, ou tende a
realizar essa formação como base de sobrevivência;
 Rousseau observou no indíviduo uma dupla qualidade: de
cidadão ativo do Estado, pessoa inteiramente subordinada a
essa vontade geral, soberana;
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OBS: Os direitos da cidadania só são exercidos pelos elementos nacionais ou


nacionalizados, os estrangeiros não participam da formação da vontade política
nacional.

É a base física, âmbito geográfico da nação e o primeiro


elemento formador do Estado;
 É o patrimônio sagrado do povo, e inalienável, espaço certo e
delimitado onde se exerce o poder do governo sobre os
1.2 TERRITÓRIO
indivíduos;
 O território pode ser terrestre, marítimo, fluvial, solo,
subsolo, mar, lagos, espaço aéreo (supra solo), navios
mercantis em alto mar, navios de guerra, embaixadas e
legações em países estrangeiros etc.;
 A nação pode subsistir sem território próprio, sem se
constituir em Estado. Ex: Nação judaica, porém, Estado sem
território não é Estado;
 Para Duguit e Le Fur o território não é elemento necessário a
existência de um Estado, como é o caso do Vaticano.

 É a delegação da soberania nacional, e a própria soberania


1.3 GOVERNO posta em ação;
  É o conjunto das funções necessárias a manutenção da ordem
jurídica da administração pública;
 É um atributo indispensável da personalidade abstrata do
Estado;
 Tem dois sentidos: coletivo, como conjunto de órgãos que
presidem a vida política do Estado e singular como poder
executivo;
 Um grupo de pessoas que tem o poder de mandar em um
território, criam leis, regras e regulamentações;
 Coletam impostos, possuem sistema de justiça;
 Usam foça policial para garantir que a população siga as leis
para manter a segurança pública;
 Possui força militar para proteger o país;
 O governo é titular do poder do Estado, só que o Estado é
permanente e o Governo é transitório.
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OBSERVAÇÕES GERAIS:

 Soberania não é requisito a existência de Estado; é uma característica do Estado


sem o qual, ocorre o Estado imperfeito (colônias autônomas);

 Conceito de povo é diferente de população, povo possui capacidade eleitoral


(ex: povo brasileiro + naturalizados), população (aqueles que habitam território
nacional, independente de sua nacionalidade);

 Nacionalidade é a relação entre uma pessoa e o Estado e se dá através do vínculo


jurídico chamado nacionalidade e a lei que apresenta os requisitos para ser
considerado nacional de um país.

 ius solis - é nacional aquele que nasce em território nacional;

 ius sanguinis - é nacional aquele que nasce de pais (pai e ou mãe) nacionais;

 A qualidade de nacional também é conferida pelas regras legais de um país, tais


como binacionais (pessoa que se vincula a duas nacionalidades ex: nasceu em
um país que adota o ius solis e de pai nacional de outro pais que adota o ius
sanguinis) e os apátridas sem nacionalidade ex: nasceu em país que adota o ius
sanguinis de pais cujo pais adota o ius solis.

 O Brasil adota o critério misto conforme art. 12, CF 1988;

 Cidadão significa participar ativamente da formação da vontade do Estado (voto,


alistamento militar, plebiscito etc.)
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MALUF- CAPITULO VII

SOBERANIA

 Soberania não e um poder e uma qualidade do poder;


1. Soberania
 E uma autoridade superior que não pode ser limitada por nenhum
outro poder;
 UMA porque não pode existir mais de uma autoridade soberana
em um mesmo território;
 INDIVISIVEL poder soberano delega atribuições, reparte
competências, mas não divide a soberania;
 ILANIENAVEL Não se transfere a outrem;
 IMPRESCRITIVEL não sofre limitações no tempo, não se

concede soberania temporária;

 Monística;
 Soberania do Rei e originaria, ilimitada, absoluta, perpetua e
irresponsável em face de qualquer outro poder temporal ou
1.1 Soberania espiritual;
 Direito divino dos Reis;
absoluta do Rei  O poder de soberania era o poder do Rei e não admitia
limitações;
 Pessoa sagrada do Rei o próprio Estado, a soberania e a Lei.

 Escola espanhola;
 Mandato imperativo, o poder público vem de Deus;
 O poder civil corresponde com a vontade de Deus, mas
promana da vontade popular;
 Poder maior, exercido pelo povo, que denominou soberania
1.2 Soberania constituinte;
 E uma ideia que decorrer da Escola contratualista a
Popular
legitimidade do governo ou da Lei esta baseada no
consentimento dos governados;
 E a de mais difícil operacionalização;
 Acolhe ate mesmo estrangeiros no país, sendo reconhecido
como soberania constitucional.
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Escola clássica Francesa (Rousseau);


 Rei e depositário não proprietário;
 A Coroa não pertence ao Rei, o Rei é que pertence a Coroa;
 Nação e fonte única do poder soberano;
1.3 Soberania  O órgão governamental só exerce legitimamente mediante o
consentimento nacional;
Nacional  Mandato representativo;
 Autonomia jurídica entre o representante e representado;
 E originaria da nação, no sentido estrito de população
nacional (ou povo nacional);
 Exercem os direitos de soberania apenas os nacionais ou
nacionalizados;
 Não há que confundir a “teoria da soberania popular”, que
amplia o exercício do poder soberano aos alienígenas

 Divergem fundamentalmente da Escola clássica Francesa;


 E a capacidade de autodeterminação do Estado por direito
próprio exclusivo- Jellinek;
 E uma
 qualidade
Divergemdofundamentalmente
poder do Estado, ou daseja, umaclássica
Escola qualidade do
Francesa;
1.4 Soberania Estado perfeito;
 E a capacidade de autodeterminação do Estado por direito
do Estado  Única fonte de Direito
próprio
 Divergem e o Estado, oudaseja,
exclusivo;
fundamentalmente na Teoria
Escola Monística;
clássica Francesa;
 O Direito é feito
  E aEcapacidade pelo
uma qualidade o Estado e para
de autodeterminação o Estado;
do poder do Estado, ou seja,por
do Estado umadireito
 A Soberania e
qualidadeum poder
do
próprio exclusivo; jurídico,
Estado um
perfeito; poder de direito;
 É um
 Epoder
Única
uma originário
fonte dedo
qualidade nasce
Direitono
poder edoomomento
Estado, emseja,
Estado, ou
ou quena
seja, nasce
uma o
Teoria
Estado, Exclusivo,
Monistica;
qualidade só o Estado
do Estado perfeito; possui, incondicionado que
encontra
 Única fonteno
 E limites
um poder depróprio Estado,
originário
Direito e o nasce coativo:
Estado, o Estado,
nooumomento
seja, emnoque
na Teoria seunasce o
exercício ordena e impõe meios de cumprir suas ordens.
Estado, Exclusivo, so o Estado possui, incondicionado q
Monistica;
 encontra
E um limites no nasce
poder originário próprionoEstado,
momentocoativo:
em queo Estado,
nasce ono
Estado, Exclusivo, so o Estado possui, incondicionado que
encontra limites no próprio Estado, coativo: o Estado, no
 E estritamente jurídica,
seu exercício ordenaeeum direito
impõe do Estado
meios é de suas
de cumprir caráter
ordens.
absoluto;
 Sem limitação de qualquer espécie, nem mesmo do direito natural
1.5 Escola e Austríaca
cuja existência e negada;
Jellinek e Kelsen
 Só existe o direito estatal, elaborado e promulgado pelo Estado;
  A vida do direito esta na força coativa que lhe empresta o Estado;
 A soberania e ilimitada e absoluta;
 Toda forma de coação estatal e legitima e a vontade soberana do
Estado;
 Todo Direito emana do estado e este se coloca acima do direito;
 O Estado não pode cria arbitrariamente o direito ele cria a lei;
 Caráter absolutista e totalitário;
 Justificaram os Estados nazistas, fascistas e todos os
totalitarismos.
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 E de natureza absolutista;
1.6 Negativista A soberania é uma ideia abstrata, não existe concretamente;

 Estado, nação, direito e governo são uma só e única realidade;
Não há direito natural nem qualquer outra fonte de
 normatividade jurídica que não seja o próprio Estado; A
soberania é uma lei onde o Estado a aplica.

 E a quem mais se aproxima da nossa realidade atual;


 A soberania e originalmente da Nação (quanto a fonte do
poder), mas, juridicamente , do Estado (quanto ao seu
1.7 Realista exercício);
 Nação e Estado são realidades distintas, uma sociológica e
ou Institucionalista
outra jurídica;
 No Direito público internacional ambas compõe a mesma
personalidade;
 Soberania como poder relativo, sujeito a limitações;
 Institucionalização no órgão estatal.

 Limitam a soberania os princípios do Direito natural, porque


o Estado e apenas instrumento de coordenação do Direito;
1.8 Limitações
O direito que o Estado emana so tem legitimidade quando se
 conformas leis eternas e imutáveis da natureza;
Limita a soberania do Direito Grupal, porque sendo o fim
 Estado o bem comum, compete-lhe coordenar a atividade e
respeitar a natureza (a família, escola, corporação econômica
ou sindicato profissional);
O plano internacional, a soberania e limitada pelos imperativos
 da coexistência de Estados soberanos (países em
desenvolvimento, por problemas financeiros , dependeriam de
decisões estrangeiras para tomar decisões simples como por
exemplo: investir na produção de energia elétrica.
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MALUF- CAPITULO VIII

1. SOBERANIA E GLOBALIZAÇÃO

 Estado soberano é ilimitado, salvo limitações do Direito natural;


 Soberania em vias de extinção, segundo fatores modernos;
 Globalização, explorando fronteiras, influenciando, economias e organizações
políticas no mundo;
 Conceito de globalização não é uniforme, e ainda atinge países de diversas
formas;
 Globalização é um processo de internacionalização de regras, interferência
política, impulsionado pela economia e novas tecnologias;
 Globalização produz reflexos no conceito de soberania, em cada país;
 Atingi principalmente países desenvolvidos e em desenvolvimento;
 Efeito da globalização sobre o conceito de soberania (extinção ou
sobrevivência da soberania);
 Miguel Reale- a globalização é um fenômeno inevitável, vê o seu avanço
através de multinacionais, aumenta a responsabilidade de cada Estado de
resguardar sua soberania;

 Blocos econômicos- são formas de interação de Estados soberanos através de


tratados e convenções, fazendo desse meio a globalização;

 Classificação dos Blocos internacionais:

 Intergovernamentais - é a subordinação das decisões do bloco à vontade pol


ítica dos Estados membros.(MERCOSUL, NAFTA, ALADI, CAN, CARICO
M, EFTA, SADC, ANZCERTA, ASEAN, APEL).

 Supranacionais- cada País transfere sua soberania a um órgão comum, sendo


as decisões desse obrigatórias, independente de qualquer manifestação
interna.
Exemplo: União Europeia (CEE) e tem como órgão máximo o Parlamento
europeu;

 Outros órgãos que atuam com poderes supranacionais:


Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, comitê econômico social, comitê
das regiões, Banco Central Europeu e Banco Europeu de Investimentos.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO IX

1. NASCIMENTO DE EXTINÇÃO DO ESTADO I

 NASCIMENTO

Nascimento do Estado= população +território +governo

 SURGIMENTOD DO ESTADO

 Os primeiros estados surgiram através das comunidades primitivas;


 Evolução natural da sociedade humana;
 Direito Natural- Antes do surgimento do Estado já existiam regras de
comportamento ditados pelo direito natural;
 Direito positivo- Organização Estatal.

 NAÇÃO

 Entidade de Direito natural (étnica).

 ESTADO

 Fenômeno jurídico, obra do homem, contingente e falível.


 MODOS DE NASCIMENTO DO ESTADO

 Originário

Confederação
Federação
União pessoal
União União Real
 Secundário

Divisão Nacional
Sucessoral

Colonização
Concessão dos direitos de soberania Ato
 Derivados de governo
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 MODO ORIGINÁRIO

 “Auto nasce”, do próprio meio nacional, com a evolução da sociedade;


 Sem dependência de qualquer fator externo;
 Estado órgão positivado do Direito natural;
 Homogeneidade da população (vínculos de raça, língua, religião, costumes,
sentimentos e aspirações comuns;
 Constituição de um Estado totalmente novo sem derivar de outro preexistente;
 Roma e Atenas são exemplos de formação originária;
 No mundo moderno (Queiroz Lima)- Irredutibilidade de interesse, necessidade
de autonomia econômica e política, divergência de raças, índole e aspirações;
 Exemplo de criação de estado sem o requisito homogeneidade é o Estado da
Califórnia que reuniu indivíduos de todas as origens, e posteriormente se
incorporou a Federação do Estados Unidos da América do Norte.

1. MODO SECUNDÁRIO

Pode nascer da União ou da Divisão de Estados.

1.1 UNIÃO DE ESTADOS

1.1.1 CONFEDERAÇÃO

 União de países independentes que tenham interesses em comum;


 Que tenham o intuito de fortalecer a defesa de todos contra uma agressão
externa;
 Os países membros não perdem a soberania;
 Chefe de governo não é chefe de Estado;
 União por meio de pacto contratual (tratados);
 Os Estados mantêm sua personalidade jurídica;
 Eventualmente podem adotar uma constituição comum;
 Governada por assembleia constituída por representantes dos Estados, os
quais tem direitos e deveres idênticos;
 Capacidade internacional limitada;
 A nacionalidade dos indivíduos permanece resguardada;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 A força militar é a soma dos contingentes dos Estados membros;


 Direito a nulificação, e direito a sessão;
 Fase de um processo que caminha em direção a federação;
 Exemplo de tempos antigos: Beócios, Arcádios, Helvética;
 Exemplos atuais: Comunidade dos Estado independente (CEI), surgiu com a
dissolução da antiga União soviética.

1.1.2 FEDERAÇÃO

 União nacional, perpétua, indissolúvel de províncias, que constituem uma só


pessoa de Direito público internacional;
 É uma organização jurídica baseada numa Constituição.
 Diferente do que ocorre no Estado confederado, na federação não há
possibilidade de desligamento, e o estado que quiser se separar pode ser
legitimamente coagido pela União a permanecer;
 Os Estados membros, são autônomos, possuem governo próprio, mas não
possuem soberania, são submetidas ao Estado Federal;
Obs: autônomos- Possuem competência ou prerrogativas garantidas pela
constituição, que não podem ser abolidas ou alteradas de modo unilateral pelo
governo central.
 Estado Federal é soberano para fins de Direito Internacional;
 As Federações são unidades de divisão históricas, geográficas e politíco-
administrativa de uma só nação;
 Tem como característica distribuição do poder em dois planos (federal e
estadual), existência de um Supremo tribunal federal, Composição bicameral
do poder legislativo (Câmara dos deputados e Senado Federal);
 Exemplo de Estados Federais: Argentina, Alemanha, Austrália, Brasil,
Canadá, Rússia etc.

1.1.2.1 FEDERAÇÃO NO BRASIL

 São entidades subnacionais, autônomas (autogoverno, autolegislação e auto-


arrecadação);
 Dotadas de governo e constituição próprias;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Brasil é divido política e administrativamente em 27 unidades federativas,


sendo 26 estados e um distrito federal;
 Nestes o poder executivo e exercido por um governador eleito (com
possibilidade de reeleição), Poder judiciário e exercido por tribunais estaduais
de primeira e segunda instância que cuidam da justiça comum;
 Cada Estado possui uma assembleia legislativa unicameral (com uma câmera
de deputados e não possuem um senado Estadual;
 Deputados estaduais que votam leis estaduais;
 A assembleia legislativa fiscaliza as atividades do poder executivo dos
estados e municípios;
 No município não há poder judiciário;
 Para exercer a fiscalização os Estados possuem tribunais de contas, com
objetivo de prover assessoria quanto ao uso de verbas públicas;
 O Distrito federal diferente dos Estados membros não pode se dividir em
municípios, porém pode arrecadar tributos atribuídos como se fosse um
Estado e também como município.

 DIFERENÇA ENTRE CONFEDERAÇÃO X FEDERAÇÃO

 Na confederação os estados constituintes não abandonam sua soberania e na


federação a soberania e transferida para o estado federal;
 Na federação os membros não podem se dissociar do poder central, na
Confederação os Estados têm soberania para decidir sua permanência ou não
na confederação.

1.3 UNIÃO PESSOAL

 A União pessoal é uma forma composta de Estado, exclusiva às monarquias;


 É o governo de dois ou mais países por um só monarca;
 União de natureza precária, transitória porque decorre de eventuais direitos
sucessórios ou convencionais de um determinado príncipe;
 Os Estados que se unem por união pessoal não perdem as respectivas
independências;
 A união pessoal já passou à categoria histórica, devido à forma precária e sem
qualquer vantagem política, não mais existindo atualmente;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Exemplos de união pessoal: Alemanha e Espanha sob o poder de Carlos V,


Inglaterra e Hanover sob o governo de George IV, Polônia e Sarre, sob o
reino de Augusto etc.

1.4 UNIÃO REAL

 A união real também só é possível em monarquias;


 Resulta da união de dois ou mais Estados sob governo de um único soberano,
formando uma só pessoa de Direito internacional;
 Estados conservem suas diferenciadas organizações nacionais;
 A união real é definitiva, diferentemente do pessoal que é transitória;
 Os Estados conservam alguma autonomia política, sendo que, no entanto, a sua
personalidade jurídica internacional é confiada à União;
 Exemplos: Suécia e Noruega, Áustria e Hungria, Inglaterra, Escócia e Irlanda
que formam a Grã-Bretanha.

1.5 DIVISÃO NACIONAL

 É a que se dá quando determinada região ou província integrante de um


Estado obtém a sua independência e forma um novo Estado;
 Há os exemplos da divisão da monarquia de Alexandre, do retalhamento do
primeiro império napoleônico e da separação dos chamados Países Baixos;
 Na reorganização da Europa após a segunda guerra mundial;
 Vários casos de divisão nacional se verificaram por conveniência e imposição
dos vencedores.

1.5 DIVISÃO SUSSORIAL

 Quando Estado é divido pelo monarca entre seus parentes, desdobrando-se,


assim, em reinos menores autônomo;
 O direito público moderno não dá agasalho a essa antiquada forma de criação
do Estado.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

2. MODO DERIVADO

 O Estado surge em consequência de movimentos exteriores, quais sejam:


a) colonização; b) concessão de direitos de soberania e c) ato de governo.

2.1 COLONIZAÇÃO

 Forma utilizada pelos gregos que povoaram terras e criaram Estados;


 Exemplos do Brasil e da demais antigas colônias americanas povoadas pelos
ingleses, espanhóis e portugueses, as quais transformaram posteriormente em
Estados livres.

2.2 CONCESSÃO DOS DIREITOS DE SOBERANIA

 Os monarcas, outorgavam os direitos de autodeterminação aos seus


principados, ducados, condados, etc;
 Nos tempos atuais, a Irlanda, o Canadá e outras “colônias” da British
Commonwealth of Nations caminham progressivamente para a sua completa
independência, através de concessões feitas pelo governo inglês.

2.3 ATO DE GOVERNO

 É a forma pela qual o nascimento de um novo Estado decorre da simples


vontade de um eventual conquistador ou de um governante absoluto;
 Napoleão I criou assim diversos Estados, tão-somente pela manifestação da
sua vontade incontestável.

3. DESENVOLVIMENTO DE DECLÍNIO

 Estado se desenvolve em sentido progressivo;


 Declínio provem da corrupção dos costumes, da falta de consciência cívica,
relaxamento do sistema educacional e perversão da justiça;
 Estado entra num processo de depauperamento orgânico.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

4. EXTINÇÃO

 É a ausência total ou parcial de um dos elementos formadores do Estado.

4.1 EXTINÇÃO POR CONQUISTA

 Quando o Estado, é invadido por forças estrangeiras, ou dividido


violentamente por um movimento separatista insuflado por interesses
externos.
 Exemplo a Polônia na órbita internacional, em 1772, em 1793 e no
decurso da primeira guerra mundial.

4.2 EMIGRAÇÃO

 Quando toda a população nacional abandonou o país, como se deu com os


helvéticos ao tempo de César.

4.3 EXPULSÃO

 Quando as forças conquistadoras, obrigam a população vencida a se deslocar


para outra região. Foi o que ocorreu em diversos países da Europa por ocasião
das invasões bárbaras.

4.4 RENÚNCIA DOS DIREITOS DE SOBERANIA

 É a forma de desaparecimento espontâneo;


 Uma comunidade nacional pode renunciar aos seus direitos de
autodeterminação, em benefício de outro Estado mais prospero, ao qual se
incorpora, formando um novo e maior Estado;
 Mais recentemente tivemos o exemplo do Estado mexicano do Texas, abriu
mão da sua soberania para ingressar na federação americana.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO X

1. NASCIMENTO DE EXTINÇÃO DO ESTADO II

 JUSTIFICAÇÃO

 De muita importância transcendental, pois envolvem, direta ou indiretamente,


os interesses comuns de todos os povos;
 A criação ou a supressão de um Estado seja aprovada pelas outras potências,
de forma que um fato político se harmonize com o princípio da coexistência
pacífica de soberanias internas;
 A política internacional tem adotado, desde o século passado, as seguintes
teorias que justificam o Estado:

 Princípio das nacionalidades;


 Teoria das fronteiras naturais;
 Teoria do equilíbrio internacional;
 Teoria de livre-arbítrio dos povos.

A) PRINCÍPIO DAS NACIONALIDADES

 O conceito de nacionalidade veio impor uma nova fórmula baseada na


liberdade que deve ter cada nação de organizar-se segundo suas tradições;
 Os grupos humanos, diferenciados por vínculos de raça, língua, usos e
costumes, tradições, etc., constituem grupos nacionais e devem formar, cada
um, o seu próprio Estado.
 O princípio das nacionalidades, tanto se presta para o bem como para o mal;
realizaram-se violentas usurpações, como as anexações ex: racismo
germânico;
 Rússia procurou estender a sua hegemonia às pequenas nações de raça eslava,
com a criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), extinta
em 1991.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

B) TEORIA DAS FRONTEIRAS NATURAIS

 Instrumento a ser utilizado pelos países militarmente fortes. Os quais


alegaram que a nação deveria ter o seu território delimitado pelos grandes
acidentes geográficos naturais;
 Contribuiu para a conflagração do mundo, levando os estadistas à procura de
outros princípios, para assegurar uma harmonia nas relações internacionais.

C) TEORIA DO LIVRE - ARBÍTRIO DOS POVOS

 A Defende a vontade nacional como razão de Estado;


 Assemelha-se no princípio da nacionalidade;
 Tem suas raízes na filosofia liberal;
 Inspirada nas pregações de Rousseau e da Revolução Francesa;
 Nenhuma potência tem o direito de submeter um Estado contra a vontade
soberana da população;
 Só o livre consentimento de cada povo justifica e preside a vida do Estado;
 Ex: Restauração da Polônia, Independência da Iugoslávia, criação da
Checoslováquia etc;
 CEI, forma confederativa que respeita o livre-arbítrio dos povos que a
compõe.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XI

ORIGEM DOS ESTADOS

 GENERALIDADES

As teorias de origem são baseadas em meras hipóteses;


Não confundir com nascimento do Estado!

1. TEORIA DA ORIGEM FAMILIAR

 Fundo bíblico (casal originário);

1.1 TEORIA PATRIARCAL

 Duas correntes principais: patriarcal e matriarcal;


 Autoridade suprema pertence aos descendentes do varão mais velho;
 Estado uma ampliação da família patriarcal;
 Israel originou-se da família de Jacob, conforme relato bíblico;
 Elementos básicos da família para organização do Estado: unidade do poder,
direito de primogenitura, inalienabilidade do domínio territorial, etc;
 Rousseau em harmonia com a doutrina de Aristóteles, afirma que a família é
o primeiro modelo da sociedade política;
 Seus divulgadores foram Sumner Maine, Westermack e Starke.

1.2 TEORIA MATRIARCAL

 Bachofen foi o principal defensor desta teoria, seguido por Morgan, Grose,
Kholer e Durkheim;
 A primeira organização familiar teria sido baseada na autoridade da mãe;
 Como geralmente era incerta a paternidade, teria sido a mãe a dirigente e
autoridade suprema das primitivas famílias;
 O clan matronímico, a mais antiga forma de organização familiar, seria o
“fundamento” da sociedade civil;
 O matriarcado, que não deve ser confundido com a “ginecocracia” ou
hegemonia política da mulher.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

2. TOERIA PATRIMONIAL

 Raízes da filosofia de Platão, no Livro II de sua República, originar-se o


Estado da união das profissões econômicas;
 O Estado como uma organização destinada a proteger a propriedade e
regulamentar as relações de ordem patrimonial;
 O direito de propriedade é um direito natural, anterior ao Estado;
 Foi acolhida pelo socialismo, doutrina política que considera o fator
econômico como determinante dos fenômenos sociais.

3. TEORIA DA FORÇA

 Também chamada “da origem violenta do Estado”;


 Poder de dominação dos mais fortes sobre os mais fracos - Bodim que “o que
dá origem ao Estado é a violência dos mais fortes”;
 O poder público uma instituição que surgiu com a finalidade de regulamentar
a dominação dos vencedores e a submissão dos vencidos;
 O Estado que se forma por imposição da força é o Estado real;
 O Estado racional provém da razão, segundo a fórmula contratualista;
 Formação originária dos Estados a guerra foi, em geral, o princípio criador
dos povos- Jellinek;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XII

JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO I

 JUSTIFICAÇÕES TEOLÓGICOS-RELIGIOSA

 Necessidade de uma firma justificação doutrinária do poder que foi se


tornando cada vez mais imperiosa;
 Derivação do Estado:
a) sobrenatural (estado divino);
b) da Lei ou da razão (Estado humano);
c) da história ou da evolução (Estado Social);
 As mais antigas teorias, aquelas que atribuem ao Estado, uma contextura
mútua, isto é uma origem sagrada tem maior impotência histórica;
 As atribuições mais antigas quanto ao poder do Estado são as chamadas
teorias teológico-religiosos,que se dividem em: direito sobrenatural e direito
dividido providencial.

 TEORIA DO DIREITO SOBRENATURAL

 Estado foi fundado por Deus, através de um ato concreto de manifestação de


sua vontade;
 O rei é ao mesmo tempo sumo – sacerdote, represente de Deus nas ordens
temporal e governador civil;
 Cada povo possuía sua concepção sobre a origem do poder, principio da
legitimidade da autoridade soberana;
 Em todas as monarquias orientais, p estado não é apenas um fundamento
teológico e um estado teocrático, governado pelo Rei Deus;
 Soberano era fonte única do Direito, sua pessoa confundia-se com o Estado;
 Autoridade real é invencível, sendo-lhe seu único contrapeso o temor de
Deus- Bossuet.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 TEORIA DO DIREITO DIVINO PROVIDENCIAL

 É a mais racional, admite que o Estado é de origem divina, porém por


manifestação providencial da vontade de Deus;
 Deus dirige providencialmente o mundo, guiando a vida dos povos e
determinando os acontecimentos históricos;
 O Poder vem de Deus, mas não por manifestação visível e concreta de sua
vontade, o poder vem de Deus através do povo;
 Os homens organizam os governos, estabelecem as leis e confirmam as
autoridades nos cargos e ofícios, sobre a direção invisível da providência
divina- Queiroz Lima;
 Foi uma Doutrina de franca reação ao absolutismo monárquico;
 Pregou a separação dos dois poderes: temporal e espiritual, poder divino é
originário e superior devendo o Estado respeitar as leis eternas e imutáveis do
criador na ordem temporal;
 O rei e senhor e servo ao mesmo tempo, tanto aos olhos de Deus como aos
olhos do povo;
 O rei é ungido;
 Encíclica (constituição cristã dos Estados) defini a distinção entre os poderes
temporal e espiritual, bem como a soberania de cada um deles, no seu gênero
e finalidade.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XIII

JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO II

 TEORIA RACIONALISTA (JUSNATURALISMO)

 Justifica o Estado como de origem convencional, como produto da razão


humana;
 Sociedade civil (estado organizado) nasceu de um acordo utilitário e
consciente entre os indivíduos;
 Direito divino dos Reis cedeu lugar ao direito humano.

 HUGO GROTIUS

 Precursor da doutrina do direito natural;


 Precursor do racionalismo na ciência do Estado;
 Esboçou a divisão dicotômica do Direito em positivo e natural;
 Acima do direito positivo, contingente, variável, estabelecido pela vontade,
dos homens existe um direito natural, imutável, absoluto, independente do
tempo e do espaço decorrente da própria natureza humana;
 Conceituou o Estado como “uma sociedade perfeita de homens livres que tem
por finalidade a regulamentação do direito e a consecução do bem-estar
coletivo”.

 EMMANUEL KANT

 O homem reconhece que é a causa necessária e livre das suas ações (razão
pura) e que deve obedecer a uma regra de comportamento preexistente
(imperativo categórico);

 O direito tem por fim garantir a liberdade, “conduze-te de modo tal que a tua
liberdade possa coexistir com a liberdade de todos e de cada um”;

 Ao saírem do estado de natureza para o de associação, limitação externa, livre


e publicamente acordada, surgindo, assim, a autoridade civil, o Estado.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 TOMAZ HOBBES

 Seu absolutismo é racional e sua concepção do Estado tende a conformar-se


com a natureza humana;
 O homem não é naturalmente sociável como pretende a doutrina aristotélica;
 No estado de natureza o homem era inimigo feroz dos seus semelhantes,
cada um devia se defender contra a violência dos outros;
 Para saírem desse estado caótico, todos indivíduos teriam cedido os seus
direitos a um homem ou a uma assembleia de homens, que personifica a
coletividade e que assume o encargo de conter o estado de guerra;
 Distinguiu duas categorias de Estado: o Estado real, baseado sobre as relações
da força, e o Estado racional deduzido da razão.

 BENEDITO SPINOZA

 Defendeu as mesmas ideias de Hobbes, embora com conclusões diferentes;


 A razão ensina ao homem que a sociedade é útil, que a paz é preferível à
guerra e que o amor deve prevalecer o ódio.
 Os indivíduos cedem os seus direitos ao Estado para que este lhes assegure a
paz e a justiça.
 Falhando nestes objetivos, o Estado deve ser dissolvido, formando-se outro;
 Coloca a nação acima do Estado.

 JOHN LOCKE
 Desenvolveu o contratualismo em bases liberais, opondo-se ao absolutismo
de Hobbes;
 Precursor do liberalismo na Inglaterra;
 O homem não delegou ao Estado senão poderes de regulamentação das
relações externas na vida social;
 Reservou para si uma parte de direitos que são indelegáveis;
 As liberdades fundamentais, o direito à vida;
 Encara o governo como troca de serviços: os súditos obedecem e são
protegidos e a autoridade dirige e promove justiça;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Propriedade privada, tem sua base no direito natural, onde o estado não cria a
propriedade, mas reconhece e protege;
 Liberdade religiosa, sem dependência do Estado.
 Precursor da teoria dos três poderes fundamentais.

MALUF- CAPITULO XIV

1. JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO - III

1.1 TEORIA DO CONTRATO SOCIAL

ORIGEM:

 Especulações dos sofistas;


 Idade Média -Escola espanhola;
 Jusnaturalismo -Hugo Grotius;
 Sólida pressão cientifica – Emmanuel Kant;

HOBBES:

 O homem é o lobo do próprio homem;


 Contrato: pacto voluntário com o Estado;
 Direitos de liberdade e autodeterminação concedidos ao Estado em busca da paz
social e da segurança;
 Sujeição total do homem=absolutismo= poder soberano.

LOCKE:

 Precursor do liberalismo na Inglaterra;


 Defendia a limitação do poder de governo;
 Homens delegam seus direitos, mas somente os necessários para a manutenção
da paz e da segurança;
 Ao Estado cabe: Regular as condições externas da vida em sociedade;
 Respeito e garantia dos direitos fundamentais dos homens.

J.J ROUSSEAU:

 Deu máxima expressão ao contratualismo;


 Livro “O Discurso” trata das causas da desigualdade = parte critica;
 Livro “Contrato Social” = parte dogmática;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Para ele o Estado é convencional;


 O Estado regula a vontade geral = maioria dos indivíduos;
 A Nação é superior ao Rei;
 Não há direito divino da Coroa;
 Direito legal é proveniente da Soberania Nacional;
 Soberania Nacional: Ilimitada, ilimitável, inconstragível.
 O governo pode ser destituído quando não é justo. O povo tem o direito de
substitui-lo refazendo o contrato (Direito de Revolução );

MALUF- CAPITULO XV

1. JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO - IV

1.1 ESCOLA HISTÓRICA

 Oposição ao contratualismo;
 Estado = organização convencional + determinado território;
 Estado é um fator social onde realidade histórica é diferente de manifestação
formal de vontades;
 Apoiada nos ensinamentos de Aristóteles;
 A família é a célula primária do Estado.

1.2 EDMUND BURKE

 Condenou os princípios da Revolução Francesa;


 Para ele, somente é natural e justo o que provém do desenvolvimento histórico.
A natureza e a história se identificam como determinantes e justificativas dos
fenômenos sociais;
 “Deixadas a si mesmas, as coisas encontram geralmente a ordem que lhes
convém”;
 Queiroz Lima afirma que a escola histórica é profundamente racionalista.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XVI

1. JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO - V

1.1 PANTEÍSMO

 Sistema filosófico monista que integra em uma só realidade DEUS e o


MUNDO;
 Sujeito (ser) = objeto absoluto;
 Natureza = reinos animal, vegetal e mineral;
 História = família, sociedade, Estado;
 Nega o livre arbítrio e o convencionalismo jurídico;
 Admite em tudo um falismo cego, um determinismo invencível;
 Ernesto Haeckel sustentava que Deus era a lei suprema do mundo;
 O Direito é imanente de Deus;
 O poder do Estado = poder absoluto
 Monismo panteísta = conceito natural de Deus.

CONTRADIÇÕES:

 Considera um todo integro, uma só ideia. (Deus, Direito, Estado)

1.2 ESCOLA ORGÂNICA

 Relaciona Escola Orgânica = Ciência do Estado = Panteísmo;


 Estado é um organismo natural = organismo dos seres vivos;
 Tal como os seres vivos o Estado nasce, floresce e morre;
 Fundamentada nos ensinamentos de Platão.

CRíTICAS:

 Considera Organismo = sociedade, diferente de Estado.


 Estado é o órgão de discernimento da entidade orgânica coletiva;

1.3 NEOPANTEÍSMO

 Nova orientação ao organicismo, abandonando a comparação do Estado com a


Biologia para compara-lo com a Psicologia;

CRÍTICAS:

 Apesar da nova comparação a teoria continuou sendo uma teoria metafórica.


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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF-CAPÍTULO XVII
1. JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO - VI

1.1 TEORIA DA SUPREMACIA DAS CLASSES

 Chamada também de Escola Sociológica Alemã;


 Reune os princípios da força e do interesse patrimonial;

1.2 GUMPLOWICZ E OPPENHEIMER

1.2.1 GUMPLOWICZ:

 Apresentou a noção dupla de propriedade;


 Propriedade individual: bens móveis; direito natural;
 Propriedade coletiva: sobre a terra ilegítima e inadmissível;
 O Estado é uma organização da supremacia da classe dominante.
 Defende o principio do fato consumado onde a violência não é permanente e
toda a guerra chega ao fim.

1.2.2 LEON DUGUIT:

 O Estado favorece a superposição de classes;


 O Estado é a força a serviço do Direito;
 Os fracos se submetem a autoridade dos fortes em troca de segurança e proteção;
 O poder político é o poder dos mais fortes;
 O Estado é uma organização em que vontades individuais dominantes dirigem a
massa dos governados;

1.2.3 OPPENHEIMER:

 Apresenta um sentido diretamente marxista;


 Para ele o Estado é uma organização de classes;
 Defendia a teoria politica = teoria de classes;

2. TEORIA DO ESTADO BOLCHEVISTA

 Defensores: Marx e Engels;


 O Estado é considerado um instrumento de dominação da classe operaria;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XVIII

1. JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO - VII

1.1 TEORIA DE LEON DUGUIT

 Definição: “Uma sociedade onde vontades individuais mais fortes se impõem as


outras vontades”;
 Conceito: baseado na filosofia de Aristóteles, onde o Estado é formado de
governantes e governados;
 Organização do Estado = governantes x governados.

CRÍTICAS:

 Para o regime democrático há duas correntes:


 Governo = poder de mando;
 Povo = poder de resistência;
 A maior força é o poder da soberania, proveniente da nação.
 A população nacional da soberania transfere aos seus representantes o exercício
do poder, mas o conserva na substância;
 É contra a natureza do Estado democrático e existência de classes superpostas.

CONCLUSÕES:

 Duguit considera o governo como um simples fato social e não como um fato
jurídico, desenvolveu a teoria do direito independente da Teoria do Estado.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XIX

1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO I

1.1 A LEI DOS TRÊS ESTADOS DE AUGUSTO COMTE

 “Cada manifestação do pensamento humano passa sucessivamente por


três graus teóricos diferentes:

 Estado teológico ou fictício;


 Estado metafísico ou abstrato;
 Estado positivo ou científico;

1.2 QUEIROZ LIMA – Retratou a Doutrina da seguinte forma:

 1° ESTADO PRIMITIVO = teocrático = direito divino natural;


 2° METAFISICO = vontade do povo = origem do poder soberano;
 3° NOÇÃO POSITIVA DO ESTADO = soberania = estado como força a
serviço do direito;

1.3 QUEIROZ LIMA – Classificação da evolução do Estado

 ESTADO ORIENTAL: teocrático; politeísta; feitio mais humano e mais


racional. Ex: Estado de Israel;
 ESTADO GREGO: separação entre religião e política;
 ESTADO ROMANO: concentração política e econômica;
 ESTADO FEUDAL: descentralização política; administrativa e econômica;
 ESTADO MEDIEVAL: centralização do poder, predominância do Papado sobre
o governo temporal;
 ESTADO MODERNO: descentralização feudal e contra o controle da Igreja
Romana;
 ESTADO LIBERAL: Revolução Francesa, baseado no princípio da Soberania
Nacional;
 ESTADO SOCIAL: diversas variantes, a partir de 1ª guerra mundial;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

Estado Antigo (Império Tecráticos)


Idade Antiga Estado de Israel
Estado Grego (Pólis) Estado
Evolução histórica Do Romano (Civitas)
Estado

Monarquias medievais; Feudalismo;


Idade Média
Estado Medieval e Igreja Romana

Absolutismo Monárquico
Evolução histórica Do
Estado Renascença

Reação anti absolutistas;


Liberalismo;
Idade Moderna Reações antiliberais (socialismo,
fascismo, nazismo etc.
Estado social-democrático.

1.4 O ESTADO ANTIGO

 Origem no Oriente desde 3.000 anos antes da Era Cristã;


 Monarquia absoluta e sem limitação: forma de governo;
 Guerras constantes: forma de conquista e escravização;
 Instabilidade territorial;
 População heterogênea;
 Teocrático: o monarca era representante das divindades;
 Poder do monarca era absoluto, não tinha limitação de ordem temporal;
 Politeísmo: acreditavam em diversas divindades
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

1.5 O ESTADO DE ISRAEL

 Estado democrático: os indivíduos tinham proteção do Estado;


 O Estado dava proteção aos fracos e desamparados, fossem cidadãos ou
escravos, nacionais ou estrangeiros;
 Povo não tinha não tinha participação efetiva nos negócios do Estado;
 Poder limitado pelas leis de Jeová;
 Tabuas do Sinai, constituição do Estado de Israel (ditadas Por Jeová e Moisés);
 O Rei de Israel era apenas civil e militar, escolhido por Deus;
 O Rei era em ordem temporal, executor da vontade de Deus;
 Suas instituição descrita na bíblia, influíram na configuração da Igreja primitiva,
formação pensamento político idade média e rumos do Direito público dos
tempos modernos;
 Crença geral: Deus dirigia o povo hebraico pela voz dos chefes e patriarcas;
 Legislação judia: sentido humano e democrático;
 Instituição própria do povo Israelita era o Profetismo (profetas recebiam
inspiração de Deus), sua palavra era acatada por todos, inclusive os Reis;
 O novo Estado de Israel ressurgiu em 1948, criado pela divisão da Palestina.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XX
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO II

 ESTADO GREGO

 490-429 a.C : Péricles projetou Atenas em seu apogeu militar;


 Séc IX a.C : o estado era monárquico, cada cidade tinha seu rei e conselho de
anciãos, nos casos mais importantes se convocava a Assembleia geral dos
cidadãos;
 Havia uma aristocracia dominante;
 60% de escravos sem direito político;
 20.000 estrangeiros.

 POLIS

 Estado antigo grego, foi sempre Estado-cidade, denominado Polis,


circunscrito no limite da comunidade urbana ou cantonal;
 Século VIII ou IX a.C: período da República democrática direta
 Século IV: surge a Constituição (corpo de leis;
 Conselho de Anciãos subordina-se á Assembleia dos cidadãos;
 Quem ocupava cargos públicos tinha um mandato de um ano e devia prestar
contas periodicamente;
 Não havia mistura de Estado e Religião nas mesmas instituições;
 A Pólis era unipotente;
 Limites : intervenção do povo, negócios estatais e justiça;
 Estados-cidades: sistema de hegemonia onde havia um Senado em cada Polis,
Assembleias regionais e gerais reunindo todos os estados gregos.

 PLATÃO

 Desenvolvimento da Ciência política, ideal ético-estético;


 A verdade (filosofia) do Estado consistia numa “boa opinião”;
 República de Platão: - O Estado ideal é o justo que encontra sua unidade
possível nas mãos dos filósofos.
 Sábios deveriam reinar sobre guerreiros;
 Estado é uma virtude humana e só nele o homem atinge sua perfeição;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Propriedade privada: a cada homem deveria ser dado um trecho de terra;


inalienável e transmissível apenas para herdeiros, dessa forma não haveria
desigualdade de fortuna;
 Família: – O matrimônio passaria por conselho de um sábio;
 Limitação populacional: eliminar os filhos com defeitos físicos e psíquicos
com a supervisão do Estado.

 ARISTÓTELES- REALISTA

 Mantém a família e a propriedade privada;


 O homem é um ser político e tende a viver em sociedade encarando o Estado;
como necessário já que faz parte da sua natureza;
 Coordenação e harmonia;
 Autossuficiente (autarquia);
 Finalidade: segurança da vida social, sua regulamentação e promoção do bem-
estar;
 Justiça social: a manifestação popular não deveria ser apenas quantitativa
;(números), mas uma expressão qualitativa (qualidades morais e cívicas)
 “A educação é a alma da democracia”.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXI

1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO III

 ESTADO ROMANO

 Estado-cidade chamado de Civitas, foi uma ampliação da família patriarcal,


onde o poder do pater era absoluto, a este se deu o nome de manus e depois
de majestas;

 ORIGEM

 Tinha sua origem na ampliação da família, a qual era constituída pelo pater,
escravos (servus);
 A autoridade do pater família era absoluta, juiz e senhor, com poder de vida e
morte sobre todos os componentes do grupo (jus vitae et necis);
 O poder incontestável do pater chamou-se majestas;
 Colocou-se a família sob o poder público (núcleo inicial do Estado) onde se
dividiu a população romana em:
 Patrícios: paters e descendentes (nobreza com privilégios, liberdade e poder
político);
 Clientes: servidores das famílias (posse das terras mas sem seu domínio);
 A cidade romana fundou-se no Monte Paladino e se dava assim: Reunião de
genes Curias Tribus Civitas;
 Quando a sociedade foi dividida em cinco classes, foi estas agrupadas em
Centúrias;
 Plebe: Inferior a classe dos clientes, sem família, pátria ou religião, viviam á
margem da sociedade na encosta do Monte Capitolino, eram os párias;
 Queda da realeza primitiva (Revolução social da Roma republicana):
desmembram-se os genes, libertaram-se os clientes e os plebeus conquistaram
seus primeiros direitos de cidadania.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 ESTADO ROMANO X ESTADO GREGO

 Estado Romano distinguia o Direito e Moral, seu papel limitava-se na


segurança da ordem pública;
 A propriedade privada era um direito quiritário;
 O homem deveria submeter-se às leis estatais;
 Era uma nação organizada onde a vontade nacional era a fonte legítima do
direito;

 CONCEITO DE CIVITAS

 Roma se conservou como Estado-municipal as eleições se realizavam


somente em Roma no Campo Marte em forma de comícios;
 Quem não comparecesse não podia exercer o direito de voto (jus sufragii) e
nem de ser votado (jus honorum);

 PODER DE “IMPERIUM”

 Poder supremo pertencente ao povo onde se harmonizavam no sistema de


governo as três formas clássicas de Aristóteles : a realeza com os cônsules, a
aristocracia com o senado e a democracia com os comícios;
 Senado: passou a emanar as leis;
 Comícios: funções legislativas de aprovação .
 Haviam três formas de poder :
 Dominium: poder mínimo da família
 Potestas: poder maior, magistrados com funções civis determinadas
 Imperium: poder supremo, político e soberano, de comando interno e externo
exercido pelos cônsules.

 CONSULADO

 Eleitos pelas centúrias em 510 a.C, os paters queriam eliminar a tirania;


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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Separação do poder de sacerdotium do poder de imperium, as curias elegiam


um sumo pontífice que exercia o sacerdócio vitalício, ja os cônsules tinham
investidura de um ano, o que se denominava em Comando único de Estado;
 Em tempos de guerra, um deles ficava na cidade e outro assumia o comando
militar.

 MAGISTRATURAS E PÓS-MAGISTRATURAS

A autoridade não era mais limitada ao Consule, foram criadas diversas


magistraturas:
a) Questura: auxiliares escolhidos pelos cônsules, juízes de superior alçada na
ordem civil;
b) Pretura: consulta aos deuses, no direito público suas decisões eram sujeitas
ao voto consular, no direito privado tinham competência absoluta, ditavam
posturas, expediam regulamentos;
c) Censura: domínios e rendas do Estado, vigilância da moralidade pública e
privada, eram os mais temidos
d) Tribuna: eleitos entre plebeus nos comícios, defensores do povo, recorriam
às decisões dos magistrados interpondo a apelação
e) Edilidade: jurisdição administrativa no âmbito municipal
f) Promagistraturas: desenvolveram-se com o surgimento de novas
províncias.

 DITADURA

 No caso de perigo interno ou externo, se declarava o estado de tumultus onde


todas as garantias e classes ficavam à disposição do Estado;
 Nomeação de um ditador a quem era investido o poder de imperium, para
salvação pública, com autoridade ilimitada e inteiramente irresponsável;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 COLEGIALIDADE DAS MAGISTRATURAS


 Foi uma garantia contra os abusos de autoridade;
 Cada magistrado era soberano, mas a decisão final resultava do consenso das
inteligências;
 Um veto suscitava em um reexame do caso.

 PRINCIPADO

 Após períodos de guerra civil e ditaduras militares o governo de um só se


apresentou como solução para a manutenção da paz;
 Suprimiram-se direitos públicos e a religião pois o soberano se dizia a
personificação da divindade;
 O imperador possuía a totalidade dos poderes, a única fonte do direito.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXII

2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO IV

 ESTADO MEDIEVAL E SUAS CARACTERÍSTICAS


 Império Romano;
 Foi o último dos grandes impérios da antiguidade;
 Desmoronou com as invasões bárbaras, assinalando o fim da idade antiga e o
início da idade média;
 Século V: início da média;
 XV: fim da idade média com o descobrimento da América;
 XV: Renascimento com grandes descobertas;
 Bárbaros: implantaram uma nova ordem estatal (germânica-oriental);
 O direito romano sobreviveu;
 A noção de Estado se modificou, ressurgindo com uma política mais sadia,
digna (respeito aos princípios do direito natural);
 Relações de ordem individual;
 Ocupação violenta através de um exército, implantaram a lei e a razão ( Era
medieval);
 Era Medieval: supremacia da lei que recorria aos usos e costumes;
 Cristianismo: união com Deus e seus semelhantes;
 Rei: servo da lei (obra da razão humana);
 Feudo ou comuna: mistura de Direito público e privado, onde o proprietário
da terra era soberano sobre os que lá residiam.

 CARACTERÍSTICAS DO ESTADO MEDIEVAL

 Forma monárquica de governo;


 Supremacia do governo natural;
 Confusão entre direito público e privado;
 Descentralização feudal;
 Submissão do Estado submetido ao poder espiritual representado pela Igreja
Romana.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 FEUDALISMO

 Quase desaparecimento de Estado;


 Decadência da organização política;
 Distribuição de cargos, vantagens e privilégios aos chefes de guerra
(fragmentação do poder);
 Hierarquia imperial (Condes, marqueses, barões e duques) incubida da
defesa, pagamento de impostos e fidelidade ao Rei;
 Senhor feudal: proprietário exclusico da terra
 Chefe de Estado ( Rei no seu domínio privado )
 Arrecadava impostos e expedia regulamentos
 Os habitantes de seu feudo eram seus vassalos
 Causa mortis: posse vitalícia e hereditária
 Clero: vastos latifúndios, sistema dominial
 Multiplicaram-se os feudos, os escravos se revoltavam, a Indústria e o
comércio cresciam e houve a restauração da base pública no Direito.
 Centralização do poder, fortalecimento do governo;
 Surgiu o estado monárquico absolutista.

MALUF- CAPITULO XXIII

1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO V

 ESTADO MEDIEVAL E A IGREJA ROMANA

 Estado Medieval emergiu das invasões bárbaras e cristalizou-se em torno da


Igreja Roman;
 Refúgio dos espíritos dos homens nos períodos graves;
 Imperadores: possuíam inicialmente o poder temporal e espiritual;
 Papa São Gelásio I: separação dos poderes para evitar abusos;
 Século VII: supremacia espiritual;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 O poder espiritual governa a alma, o poder laico governa o corpo


 A alma é superior ao corpo e por isso a autoridade esclesiástica é superior;
 Poder temporal provém de Deus;
 Rei- cristão: recebia o poder das mãos do bispo;
 O Imperador Henrique IV recusou a igreja o direito de nomeação dos bispos,
queria manter o processo de investidura secular. O papa Gregório VII o
excomungou e declarou deposto o seu trono, e ficou estabelecido que o
monarca do Santo Império ficaria sujeito à decisão dos nobres. O papa saiu
vitorioso e firmou que a investidura dos monarcas passaria por confirmação
da Igreja;
 Com a destituição do imperador, o Papa nomeou outros imperadores que
passaram a exercer soberania sob o poder civil.

 SANTO AUGOSTINO, TOMÁS DE AQUINO E OUTROS


DOUTRINADORES

 Santo Agostinho: acordava com a doutrina do Papa São Gelásio de que o


poder temporal provém de Deus;
 São Tomás: dissertou sobre a separação dos poderes e sobre a preeminência
do Papa em relação aos poderes temporais, também sobre a política, assuntos
de ordem social, das relações da Igreja com o Estado;
 Marsílio de Pádua: defendia a soberania popular representada numa câmara
 legislativa, pregava a independência da Igreja e do Estado, condenou a
perseguição aos hereges, defendia que a anulação do casamento era uma
competência da autoridade civil.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXIV


EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO VI

 MONARQUIAS MEDIEVAIS ÀS MONARQUIAS ABSOLUTAS

 Igreja Romana sofreu ataques do liberalismo religioso e da filosofia racionalista;


 O governo temporal entrou em luta contra o papado (prisão do Papa Bonifácio VIII
pelo Rei Felipe, o Belo);
 Centralização absoluta do poder;
 Luiz XI, Rei da França, anexou à coroa os feudos e sub julgou a nobreza guerreira
 A ciência política começou a focar extremamente no realismo;
 Costumes pagãos;
 Prepotência estatal de cidades gregas e romanas;

 NICOLAU MAQUIAVEL

 Um dos mais avançados escritores da renascença, glorificava a a república romana;


 Obra principal: O príncipe, nesta obra ele se desliga de todos os valores morais e
éticos para pregar o oportunismo e o cinismo como arte de governar, aconselha que a
conduta do príncipe deve usar de toda sorte e crueldade (manutenção do seu Estado, sem
se importar com os meios que usa para atingir o seu fim);
 Fundador da ciência política moderna, pois sua obra contém o princípio doutrinário
onde o Estado moderno assentou sua base;
 Sua doutrina parte do princípio de que todos os homens são fundamentalmente maus
(Hobbes).
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXV

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO VII


 ABSOLUTISMO MONARQUICO
 Formação da corrente reacionária de fundo liberal-religiosa, cristalizado na
Reforma na liderança de Luthero e Calvino;
 Campo político: pregações racionalistas levaram a uma solução extremada
que consistia na concentração de todos os poderes nas mãos do monarca (fim
da idade média);
 Poder central: reestabelecia a unidade territorial dos reinos, provia a unidade
nacional;
 Direito divino dos reis;

 ESCRITORES DA RENASCENÇA

 Jean Bondin e Giovanni Botero


 Escreveram obras de grande influência no pensamento político do séc VXIII;
 Monarcolatros : partidários do poder absoluto do rei;
 O poder do monarca assume duplo conceito: de senhoriagem (feudalismo) e
de imperium (poder absoluto);

 JOHN LOCKE E A REAÇÃO ANTIABSOLUTISTA


 Reação anti absolutista;
 Pregações nacionalistas incutiam em noção de liberdade e direitos, o que
abalou profundamente a estrutura absolutista;
 O Estado resulta em Contrato entre Rei e Povo, que se rompe quando uma
das partes lhe viola as cláusulas;
 Os direitos naturais do homem são anteriores e superiores ao Estado;
 Jhon prega a limitação real da autoridade pela soberania do povo;
 Segundo Tratado do governo civil: divisão dos poderes em Legislativo e
Executivo;
 Doutrina liberalista;
 Vontade soberana da comunidade nacional é a única fonte de poder;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Justificação doutrinária da revolução de 1688 e do sistema parlamentarista


 O poder não pode ser maior do que o bem público;
 Cada homem pode garantir o direito de liberdade, mas cabe ao Estado a
manutenção da ordem civil, punir e julgar os transgressores;
 Propriedade privada é um direito natural, ao Estado cabe reconhecer e
proteger.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXVI

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO VIII


 O LIBERALISMO NA INGLATERRA

 A Inglaterra é o berço do liberalismo;


 Com origem no 2º Bill of Rights - 1689, que estabelecia os princípios da
liberdade individual, principalmente religiosas, dá liberdade os protestantes
para professar sua religião de forma segura;
 Ë o 1º Estado a ter uma constituição, a Magna Charta (Carta Magna), não
escrita, costumeira, consuetudinária;
 O 1º documento que obrigava um soberano a abrir mão de seu poder e
colocar limitações do poder real (Soberano). Com a Bill Of Rigths se tem o
nascimento dos direitos do ser humano;
 A estrutura política era a monarquia constitucional limitada pleo Parlamento
limitaram como expressão da soberania do povo;
 Limitavam os poderes reais contra o princípio da origem divina do poder;
 No século XVIII, se dá a Tripartição do Poder, sistema representativo,
proeminência da opinião nacional, intangibilidade dos Direitos Fundamentais
do Homem.

 AMÉRICA DO NORTE

 Os princípios da Bill of Rights foram proclamados na Declaração de


Virgínia, marcando a independência americana em 1776, na Constituição
Federal de 1787 e em todas as Constituições Estaduais, reconhecia os direitos
fundamentais do homem. Valendo-se do Direito de Rebelião, o Rei Jorge III
foi destituído;

 A justificação doutrinária de Jefferson da guerra pela emancipação contém os


fundamentos da filosofia política norte americana.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 FRANÇA

 Liberalismo ganhava terreno na França sob a liderança de Montesquieu,


Voltaire, D´Argenso (enciclopedistas);
 França era caldeira fervente das ideias liberais, estava destinada a conseguir
vitória democráticas para si e para o resto do mundo;
 A monarquia absoluta mantinha a divisão social em três classes: Nobreza,
Clero e Povo, ou Três Estados, com leis, justiça e impostos próprios;
 O povo escravo e miserável representava 90% da população, enquanto que os
demais desfrutavam de todos os privilégios;
 Em 1786, o Rei Luiz XVI reconhecendo sua insustentabilidade, convocou
sem sucesso a Assembleia dos Notáveis;
 Em 1789 a Assembleia do Terceiro Estado decidiu chamar-se Assembleia
Nacional, enfrentando o poder, que culminou no início da revolução francesa;
 Em seguida o povo toma a Bastilha e a Assembleia Nacional assume o poder
e elabora a Carta Constitucional da República;
 Instituía-se assim o Estado Liberal, baseado na concepção individualista.

 DECLARAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM

 A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada pela


Assembleia Nacional, garantia os direitos naturais, inalienáveis e sagrados
dos homens, dentre eles a liberdade, prevista em todas as Cartas Magnas;

 Com a Constituição de 1814, os direitos foram catalogados sob uma tríplice


b) direitos políticos (cidadania);
c) direitos públicos (civis positivos);
d) direitos de liberdade (civis negativos);

 A assembleia é sucedida pela convenção, que implantou o terror, sendo


destituída pelo Diretório, posteriormente substituído pelo Triunvirato de
Cônsules, com Napoleão Bonaparte assumindo o poder como Imperador e
restaurando a Monarquia absoluta.
 Em 1948 foi instaurada a Segunda República, levando o país à catástrofe.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXVII

 DECADÊNCIA DO ESTADO LIBERAL

 O estado liberal, seus erros e sua decadência;


 A encíclica ‘’Rerum Novarum‘’;
 O Estado Evolucionista.

1. ESTADO LIBERAL, SEUS ERROS E SUA DECADÊNCIA

 Teoricamente, o estado liberal é uma utopia causada pelo desenvolvimento da


sociedade moderna;
 No seu agrupamento se tinha como principal base o Humanismo, direito
natural e igualitarismo político;
 Para o Estado Liberal os homens são livres e iguais em direito;
 Poder legítimo só haveria com o reconhecimento e estabelecido pelos
cidadãos de acordo com suas vontades;
 A organização do Estado Liberal trouxe a as famosas revoluções populares
(Inglesa , Francesa e Norte Americana);
 A soberania nacional era exercida através do sistema representativo do
Governo;

 Existia o Regime constitucional que limitava o poder de mando e assegurava


a supremacia da Lei, sua divisão era em 3 órgãos distintos:

Legislativo, Judiciário e Executivo.

 Todos limitados com ideais de garantir a liberdade pública;


 Separação entre Direito Público e Direito Privado;
 Neutralidade do Estado sobre religião, liberdade no sentido de que o homem
não é obrigado a fazer tudo ou deixar de fazer algo que não seja em virtude da
Lei ;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Não há distinção de classe, raça, cor, sexo ou crença;


 Oportunidades iguais de enriquecimento e de acesso a cargos públicos;
 Não intervenção do poder público na economia popular;
 Ideias racionais do Estado Liberal se transformaram em utopia devido a
ignorância por parte dos construtores do Estado Liberal;
 Com Revolução Industrial se iniciou em 1770 na Inglaterra, o liberalismo se
transformou em ficção onde os homens são teoricamente livres e são
materialmente escravos;
 Apresentou-se um novo tipo de homem aquele que transforma o homem em
um operário da fábrica;
 Os operários eram tratados como mercadoria e sujeitos a Lei da procura e
da Oferta;
 As mulheres e as crianças abandonam suas casas e escolas para reforçar o
salário que era insuficiente para sua existência resultando assim a
desintegração da família.
 O liberalismo trazia fortunas e riquezas para donos e dirigentes do poder
econômico;
 Criando conflitos entre as classes patronais e assalariadas.

 A ENCÍLICA “RERUM NOVARUM”

 Surgiu em meio a devastação do Estado Liberal por meio da Igreja Romana


de Leão XIII que condena a forma desumana e negativa do Estado Liberal;
 O Santo Papa apresenta as medidas necessárias para o restabelecimento do
equilíbrio social onde se tenha:
 Fixação de um salário mínimo compatível com a dignidade humana;
 Limitação das horas de trabalho;
 Regulamentação do trabalho da mulher e dos menores, amparo a gestação e a
maternidade;
 Direito de férias;
 Indenização por acidentes;
 Amparo a velhice;
 Assistência nos casos de doenças e organização da previdência social.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 A encíclica foi um farol luminoso a dissipar o que se vivia na ‘escuridão ‘’ o


Estado Liberal passou a intervir no setor econômico, procurando conjurar o
perigo que o ameaçava .

 O ESTADO REVOLUCIONISTA

 Com base na sua teoria do Liberalismo, o socialismo comunista, fascismo e


nazismo foram tentativas de reestruturar o Estado moderno;
 O comunismo Russo surgiu com ideais extremistas e diametralmente oposta
do liberalismo;
 Fascismo e o nazismo foram movimentos de dupla reação, contra a
decadência do Estado Liberal e contra o excesso do monismo Estatal Russo;
 Estes movimentos reacionários se movimentaram dentre os erros do
liberalismo, regime capitalista para o plano coletivista.
 Para proteger sua soberania e sua sustentação de ideais, o Estado Liberal foi
colocado em dilema para reformar-se ou perecer;
 O Estado Liberal se transformou de maneira pacífica para a forma social-
democrática por meio de Reformas Constitucionais e Medidas Legislativas
resultando em um Estado Evolucionista podendo intervir na ordem
econômica e colocando-se como árbitro nos conflitos entre capital e o
trabalho;
 O Estado Evolucionista procura harmonizar as verdades parciais e
inegáveis que existem tanto no individualismo como no socialismo, é um
Estado-Eclético.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXVIII

REAÇÃO ANTILIBERAL

 SOCIALISMO
 O socialismo foi a primeira reação antiliberal organizada. Primeiramente era
uma ideia utópica, pressupondo maior participação da sociedade dentro do
Estado;
 Sua doutrina começou no campo literário século XVIII, intensificando-se
com a implantação do Estado liberal;
 Confundiam-se Socialistas e anarquistas, por possuírem as mesmas ideias da
“extinção do Estado”;
 A partir da segunda metade do século XIX as correntes socialistas se
cristalizaram no marxismo (socialismo científico);
 O socialismo científico surge com a obra: Manifesto Comunista, que era a
ideia política e jurídica de socialismo. A obra: O Capital. É a ideia econômica
do socialismo.
 A adoção de ideias anarquistas, que pregavam a dissolução dos Estados,
principalmente dos governos, também foram formuladas.;

 SOCIALISMO E A REVOLUÇÃO RUSSA

 Essa ideia era contraposta a revolução industrial e aplicada pela primeira vez
na Rússia, Estado predominantemente agrícola;
 O período de 1914 a 1918, governado por Czar, foi marcado pela 1ª Guerra
Mundial;
 A guerra implicou na crise social e econômica;
 O enfraquecimento do Czar causa a Revolução Russa de 15-03-1917 e o povo
assume o poder representado pelo Partido Socialista Revolucionário
comandado por Tierenslti;
 Insatisfeitos com as ideias de Tierenslti, nasce o Partido Operário Russo
Social Democrático;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 O Partido Operário Russo Social Democrático era dividido em duas


facções:
 Menchevique (minoria) e o grupo Bolchevique (maioria), dirigido por
Wladimir Ilitch Ulianov, conhecido mundialmente por Lenin;
 Lenin apoderou-se do governo através da sua Guarda Vermelha, passando a
eliminar adversários, religião, estatizando a economia, implantando o Estado
Comunista, instituindo o Comunismo de Guerra que vai implantar a Lei
fundamental 1918, revisada 1925, 1936;
 Cria-se o Estado Vermelho, para enfrentar inimigos externos e levar essas
ideias para o restante do mundo, transformando o mundo em Estado
Comunista;
 Depois de 1921 o país entra numa fase de recuperação nacional, com
renascimento da industria, organização dos sindicatos e fundação do Banco
do Estado;
 Na ordem jurídica foi promulgada a Declaração dos Direito do povo operário
e explorado publicado no Código civil.

 O ESTADO SOVIÉTICO

 Segundo a lei fundamental de 1923, a URSS era um tipo de sui generis de


confederação ou federação de Estados, visando uma cooperação efetiva de
nações diversas para manutenção da ordem socialista;

 Sua configuração política tinha como órgão supremo o Congresso dos Soviets
Federal (representantes do povo) e Nacionalidades (representante das
repúblicas soviéticas unidas);

 O ideal comunista que pregava o desaparecimento do Estado e o nivelamento


das classes, foi extinto em 1936 pelo bolchevismo, assim o sovietismo
firmou-se como uma ditadura classista, negando o ideal comunista e
marxista;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Características do Estado socialista Russo:


a) Partido único;
b) Ditadura clássica;
c) Governo coletivista, integral e materialista,
d) Concentração de poderes no executivo;
e) Eliminação da propriedade privada;
f) Estatização integral da economia;
g) Nacionalização das fontes de produção;
h) Imperialismo internacionalista.

 Em 1985, Mikhail Gorbachev, implanta o programa da “Perestroika”


(reestruturação) e “Glasnot” (transparência), elegendo-se Presidente em 1988
e acumulando a presidência do Parlamento Soviético em 1989;
 Em 1991 com a frustrada tentativa de golpe militar, consolida-se primeiro
presidente da Rússia eleito por voto direto. Também tem início a
desintegração da URSS.

 CRIAÇÃO DA CEI

 Desintegração da URSS, com declaração de independência da Lituânia,


Geórgia, Estônia, Letônia etc;
 Em 8 de Dezembro de 1991 foi firmado o Documento de criação da
Comunidade dos Estados independentes (CEI), no modelo confederativo.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXIX

REAÇÃO ANTILIBERAL E ANTIMARXISTA

 FACISMO E SUA DOUTRINA

 Representou a tentativa de reformar as bases do Estado moderno com um


movimento de dupla reação: contra a desintegração socioeconômica do
liberalismo decadente e contra o comunismo;
 Posicionou-se entre o coletivismo e o individualismo.
 Surgiu do oportunismo, sem doutrina, consolidando-se no poder com a
seguinte teoria:
 O Estado é único criador do direito e da moral;
 Os direitos dos homens são concedidos pelo Estado;
 Todos os cidadãos e seus bens lhe pertencem;
 Opositores são traidores sujeitos a justiça controlada pelo executivo;
 O Estado nega o direito natural;
 Segundo a Carta del Lavoro (1927), a nação é criada pelo Estado, sendo este
absoluto;
 Pregava a estatolatria, “Tudo dentro do Estado, nada fora do Estado, nada
contra o Estado”;
 Na economia posicionou-se contra as lutas de classe sindicalistas,
agrupando-as em corporações e mantendo rígido controle partidário;
 Ninguém poderia exercer uma atividade sem previa autorização corporativa;
 Em 1922, Benedito Mussolini (considerado um homem providencial), marcha
sobre Roma e o Rei nomeia-o Presidente do Conselho de Ministros;
 O Partido Nacional Fascista era ao mesmo tempo Estado, nação, governo e
organização produtiva.
 Manteve a iniciativa privada e livre concorrência;
 O trabalho era um dever social;
 Aboliu o direito de greve; e a liberdade do trabalhador;
 A Carta do Trabalho foi o documento fundamental do sistema corporativo
Italiano e serviu de modelo a muitos códigos trabalhistas de outros países,
dentre os quais o Brasil.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXX

O ESTADO NAZISTA ALEMÃO

 O NAZIMO
 Surgiu na Alemanha para combater o liberalismo democrático decadente;
 Reagi contra a infiltração comunista;
 Retirar-se do Tratado de Versalhes, e impor a raça ariana;
 O nazismo desenvolveu-se sob a proteção da Constituição de Weimar;
 A república de Weimar era excessivamente liberal, com um partido
subversivo, totalitarista e militar;
 Em 1933 foi dissolvido o Landtag (câmara de deputados),;
 Foram convocadas novas eleições e o Partido Nacional Socialista;
 O Estado passou a plena integração da ditadura hitleriana;
 Em 1934 falece Hindemburg, Hitler unifica a presidência e o cargo de
Chanceler criando o cargo: Führer (o grande líder), o Terceiro Reich;
 Hitler investido de poderes ditatoriais, extinguiu os demais partidos e os
grupos considerados perigosos, subordinando-os ao de seu partido;
 Hitler, de oficial subalterno, adquiriu prestígio e tornou-se um semideus;
 O Partido Nacional - personificação do Estado
 Reeducou as massas;
 Formou uma Juventude Hitlerista;
 Realizou gigantescas obras públicas;
 Militarizou a Alemanha;
 Desenvolveu uma agressiva diplomacia internacional, procurando libertar a
Alemanha dos tratados humilhantes quando vencidos na 1ª guerra mundial.

 FACISMO E SUA DOUTRINA


 O racismo alemão pregava proteção aos símbolos nacionais, a raça superior
ariana obrigando a esterilização ou morte de ciganos, negros e judeus;
 Em 1945 a Alemanha perde a 2ª Guerra Mundial e sai arrasada novamente,
porém essas ideias foram exportadas para outros Estados, dando origem ao
totalitarismo.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXXI


ESTADOS NOVOS

 O TOTALITARISMO FASCITA

 Iniciou-se com as ideias fascistas de Benedito Mussolini em 1922,


incrementando-se na Europa depois da 1ª guerra mundial (1914 -1918),
atingindo a América Latina;
 Nessa conjuntura, se deu o aparecimento dos homens providenciais, ousados
condutores das massas, sustentando-se salvadores das nações;
 As novas organizações políticas impostas por esses líderes constituem o
conjunto heterogêneo de Estados Novos;
 Caracterizados por: concentração de toda a autoridade nas mãos de um chefe
supremo; restrições às liberdades públicas e censura; prevalecimento do
interesse coletivo sobre o individual; partido único; dirigismo econômico;
estatismo, nacionalismo ou racismo, como objetivo moral do Estado.

 O ESTADO TURCO- KEMALISMO

 Organizou seu governo à maneira fascista, a Constituição republicana não foi


um código característico do Estado Totalitário. O Presidente Msutafá Kemal,
valendo-se do direito de reeleição consignado no Art. 31, da Constituição,
manteve-se no poder, como ditador.

 Seu governo foi altamente benéfico ao país: dominou a anarquia, aboliu os


velhos costumes islâmicos, restabeleceu a economia, modernizou a força
militar, desenvolveu a cultura e a arte, e realizou profundas transformações
no campo social.

 O ESTADO POLONÊS- PILSUDKISMO

 A Constituição de 1921 firmou o princípio da supremacia do poder


legislativo, porém o Presidente e fundador da República, Marechal Pilsudski,
desfechou o golpe de Estado em 1926, assumindo todos os poderes;

 A Constituição de 1935, que inspirou a Constituição brasileira de 1937,


tornou a Polônia uma República espiritualista e autoritária; o Presidente está à
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

frente do Estado, e não responde senão perante Deus; as liberdades públicas


são limitadas pelo interesse social e nada se permitirá contra ele.

 O ESTADO PORTUGUÊS- SALAZARISMO

 O Estado era um “misto” de República representativa, parlamentarismo,


corporativismo e ditadura orgânica;
 O General Carmona assumiu a Presidência da República como símbolo vivo
da nova ordem nacional, e entregou a direção do governo a Antônio Oliveira
Salazar, como Presidente do Conselho de ministros;
 Em 1933 entre em vigor a Constituição portuguesa, declarando o Estado
Português uma República unitária e corporativa, baseada na igualdade dos
cidadãos perante a lei;
 Ao lado da Assembleia Nacional funciona uma Câmara Corporativa de
natureza sindical. A função judicial é exercida por tribunais ordinários e
especiais.
 Salazar governou até 1968, quando foi substituído por Marcelo Caetano, esse
foi deposto por um movimento liderado por militares jovens e o General
Antônio Sebastião Ribeiro Spínola assume a Presidência, inaugurando um
regime socialista.

 O ESTADO BRASILEIRO – GETULISMO

 O Estado Novo é imposto pelo golpe de Estado de Getúlio Vargas, que


outorgou a Constituição de 1937 fortalecendo o Executivo;
 Os partidos políticos deixaram de existir, o sistema representativo não
funcionou, a função legislativa foi exercida exclusivamente pelo Chefe de
Governo;
 Os Estados da federação perderam sua autonomia;
 Os municípios foram administrados por prefeitos nomeados pelo interventor.
 A imprensa escrita e falada foi submetida a rigorosa censura;
 Foi instituída a justiça de exceção, exercida por um Tribunal de Segurança
Nacional;
 A posição sofreu rígido controle com desaparecimento de pessoas, foram
criadas empresas estatais monopolizadoras de seus setores/atividades, à
exemplo da Petrobras, e a CLT foi criada para dar efetiva proteção ao
trabalhador.
 A ordem econômica foi controlada e policiada por agentes civis e militares;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Este modelo fascista de Estado autoritário surgiu com o intuito de disciplinar


os espíritos, compor os interesses e assegurar a unidade nacional e repelir a
ameaça comunista e firmar a paz interna;
 Esta foi a principal razão justificável para a criação do Estado Novo no Esta
foi a principal razão justificável para a criação do Estado Novo no Brasil.

 O ESTADO ARGENTINO – JUSTICIALISMO

 Adotou uma solução nacionalista, assimilando os princípios do socialismo


alemão;
 Equivalente a uma terceira posição entre os extremos revolucionários do
individualismo e do coletivismo.
 A Primeira Constituição da Nação Argentina, republicana e presidencialista,
promulgada em 1853, passou por quatro reformas até 1949, continuando
ainda em vigor;
 Sob um governo forte e autoritário, a Argentina fortaleceu-se no plano
internacional e criou um ambiente interno de segurança e de prosperidade
econômica, em uma atmosfera edificante de justiça social.
 O trabalho é um direito, mas também um dever de cada cidadão, e a riqueza
considerada fruto exclusivo do trabalho humano, cabendo ao Estado essas
garantias;
 A liberdade individual é limitada pelo interesse superior da sociedade;
 Após 18 de exílio, Perón foi reconduzido ao poder em 1973, por via eleitoral,
governando até 1974, afastando-se por doença, assumindo a presidência sua
mulher, Maria Estela Martinez de Perón;
 Em 1976 as forças Armadas reassumem o poder, e em 1982 com a derrota na
guerra das Ilhas Malvinas, contra a Inglaterra, volta a democracia.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXXII


FORMAS DE ESTADO

 CLASSIFICAÇÕES

 Como fato social o Estado se caracteriza pela união de três elementos:


 População: Nacional (Japão) ou plurinacional (Grã-Bretanha);
 Território: Marítimo ou central.
 Governo: origem, desenvolvimento, extensão do poder.

 ESTADO PERFEITO E IMPERFEITOS

 ESTADOS PERFEITOS
 População, território e governo.
 Governo soberano irrestrito.
 Plena personalidade jurídica.

 ESTADOS IMPERFEITOS
 Restrição em qualquer um dos elementos;
 A restrição de maior frequência sobre o elemento governo;
 Em determinado momento perde seu território, mas subsiste pelo
conhecimento do direito internacional;
 Não sendo soberano, não é pessoa jurídica de direito publico internacional.

 TIPOS DE ESTADOS IMPERFEITOS:


 Vassalos: Idade Média, império turco;
 Protegidos ou protetorados: diplomacia pós-guerra – Pacto de Sociedades das
Nações;

 ESTADOS SIMPLES E COMPOSTOS


 Estado Simples: grupo populacional homogêneo, território tradicional, poder
público constituído (governo nacional), ex: França, Portugal, Itália etc;
 Estado Composto: união de dois ou mais Estados, duas esferas distintas de
poder governamental, um regime jurídico especial.

 TIPOS DE ESTADO COMPOSTO:


 União Pessoal;
 União Real;
 União Incorporada;
 Confederação.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

Simples (unitários ou federias)

Perfeitos União pessoal União


real
União incorporada
Estados Compostos Outras formas
Direito Internacional público Império Britânico

Imperfeitos

 UNIÃO PESSOAL

 Dois ou mais Estados são submetidos ao governo de um só monarca;


 Sucessão Hereditária;
 Os Estados Conservam sua autonomia interna e internacional.

 UNIÃO REAL

 Forma tipicamente monárquica;


 União intima e definitiva de dois ou mais Estados;
 Autonomia Administrativa;
 Existência Própria;
 Uma só pessoa jurídica de Direito internacional.

 UNIÃO INCORPORADA

 Dois ou mais Estados distintos para a formação de uma nova unidade;


 Estados se extinguem e são absorvidos pela nova entidade;
 Exemplo Grã-Bretanha

 CONFEDERAÇÃO

 Reunião permanente e contratual entre Estados independentes que se ligam


para fins de defesa externa e paz interna;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Estados confederados não sofrem qualquer tipo de restrição a sua soberania


interna;
 Nem perdem a personalidade jurídica;
 Objetivo geral: defesa externa de todos e paz interna de cada um dos Estados.

 IMPERIO BRITÂNICO

 Uma forma de Estado sui generis que desafia qualquer classificação;


 Uma combinação de Colônias da Coroa;

Divide-se em quatro classes:

o 1° Colônias da Coroa.
o 2° Colônias com instituições representativas, mas sem governo.
o 3° Colônias autônomas.
o 4° Federações coloniais.

Três princípios foram fixados como garantia das boas relações entre
domínios e a metrópole:

o 1° Reconhecimento de um só Rei.
o 2° Igualdade de Estatutos
o 3° Livre associação.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXXIII

ESTADO FEDERAL

1. ESTADO UNITÁRIO

 Aquele que apresenta uma organização política singular;


 Governo único de plena jurisdição nacional;
 Estado normal, padrão.

2. ESTADO FEDERAL

 Aquele que se divide em províncias politicamente autônomas;


 Duas fontes paralelas de direito publico: uma nacional e outra provincial;
 Ação publica de dois governos distintos: o federal e o estadual;
 Queiroz Lima: Estado formado pela união de vários Estados é um Estado de
Estados;
 Consiste em essencialmente na descentralização política;
 Unidades federadas elegem seus próprios governantes;
 Elaboram as leis relativas ao seu interesse;
 Autonomia predefinida;
 Limites estipulados pelo pacto federativo.

2.1CARACTERISTICAS ESSENCIAIS DO ESTADO FEDERAL –


MODELO NORTE-AMERICANO

 Distribuição do poder de governo em dois planos harmônicos: federal e


provincial;
 O governo federal exerce todos os poderes que expressamente lhe foram
reservados na Constituição;
 Sistema judiciarista: um Supremo Tribunal Federal é o órgão de equilíbrio e de
segurança da ordem constitucional;
 Composição bicameral do Poder Legislativo: Representação Nacional (Câmara
dos Deputados); Representação do Estados (Membros do Senado);
 Constância dos princípios fundamentais da Federação e da República:
imutabilidade desses princípios, rigidez constitucional, instituo de intervenção
federal.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

2.2 O FEDERALISMO NA AMERICA DO NORTE

 Constituição americana de 1787 é o marco do moderno federalismo;


 Motivos para a adoção do federalismo:
 Problemas sociais, jurídicos, econômicos;
 Transformar a Confederação em uma forma de união mais intima e definitiva;
 O federalismo americano foi instituído como era possível e não como era
desejado.

3. PROBLEMA DE SOBERANIA NO ESTADO FEDERAL

 A soberania é nacional e a nação é uma só;


 O exercício do poder de soberania compete ao governo federal e não os
governos regionais;
 Unem-se pelo pacto federativo que expressa a vontade nacional (permanente e
indissolúvel);
 Autonomia política das unidades federadas sofre limitações, mas são
determinadas na Constituição Federal, não sendo outorgada arbitrariamente pelo
governo central, mas elaborada livremente pela nação;
 Ocorre uma autolimitação e esta significa uma reafirmação da autonomia
política.

4. FEDERALISMO NO BRASIL

 Federalismo orgânico e mais rígido;


 Segundo o modelo norte americano;
 Ajustou um sistema jurídico constitucional estrangeiro a uma realidade
completamente diversa;
 A constituição escrita não pôde reproduzir, como não reproduziu, a Constituição
real do país.

5. FEDERALISMO ORGÂNICO

 Poderes superpostos;
 Estados-membros organizados á imagem e semelhança da União.
 Constituições particulares espelhadas na Constituição federal.
 Leis subordinadas;
 A Constituição de 1891 procurou ser fiel ao modelo norte-americano, mas o
Estados-membros ficou obrigados a observar os princípios constitucionais;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 O sistema federativo brasileiro vem se distanciando cada vez mais do modelo


norte-americano, a ponto de configurar uma nova forma, que denominamos de
federalismo orgânico.

6. RESUMO

 As unidades federativas não são Estados na exata acepção do termo: são


Províncias;
 O poder de autodeterminação dos Estados-Membros denomina-se Autonomia e
não soberania;
 Os Estados-Membros só tem personalidade jurídica de direito público interno,
não internacional. Não possuem representações diplomáticas nem firmam
tratados;
 Perante o Direito Público internacional a Federação é Estado simples, isto é,
uma unidade;
 Somente a União é sujeito de Direito Internacional;
 A câmara dos deputados representa e a população nacional e o Senado Federal
composto de delegados dos Estados-Membros;
 O governo federal dispõe de poder de domínio sobre os territórios estaduais e
poder de jurisdição nos limites de sua competência;
 As unidades federadas são partes integrantes da Federação colocadas sobre
administração do governo federal.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXXIV

FORMAS DE GOVERNO

1. CLASSIFICAÇÕES SECUNDARIAS

 Governo é o conjunto das funções pelas quais, no Estado, é assegurada a


ordem jurídica.

 Três aspectos de direito publico interno quanto as formas de governo:

1° Origem: direito ou de fato.

2° Natureza de suas relações com os governados: legal ou despótico.

3° Extensão do poder: constitucional ou absolutista.

de direito
Origem de fatp

Governo legal
Desenvolvimento despótico

Constitucional
Extensão do poder
absolutista

 Governo de Direito: foi constituído de conformidade com a lei fundamental


do Estado, legitimo perante a consciência jurídica da nação.
 Governo de Fato: implantado ou mantido por via de fraude ou violência.
 Governo Legal: se desenvolve em estrita conformidade com as normas
vigentes de direito positivo. Subordina-se aos preceitos jurídicos, como
condição de harmonia e equilíbrio social.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Governo Despótico: conduz pelo arbítrio dos detentores eventuais do poder,


ao sabor dos interesses e caprichos pessoais.
 Governo Constitucional: forma e se desenvolve sob a égide de uma
Constituição. Divisão do poder em três órgãos distintos e assegurando a todos
os cidadãos a garantia dos direitos fundamentais expressamente declarados.
 Governo Absolutista: concentra todos os poderes num só órgão. Monarquias
de direito divino. Explicam pela máxima do cesarismo romano. Vontade do
príncipe como fonte da lei.

 CLASSIFICAÇÃO ESSENCIAL DE ARISTOTELES

Normais Monarquia
Aristocracia
Democracia
Formas de governo

Anormais Tirania
Oligarquia
Demagogia

 Dois grupos de governo:

 Normais: objeto é o bem da comunidade.


 Anormais: visam somente vantagens para os governates.
 Formas Normais:

1° Monarquia: governo de uma só pessoa.

2° Aristocracia: governo de uma classe restrita.

3° Democracia: governo de todos os cidadãos.

 Formas Anormais:

1° Tirania: opressão, crueldade e abuso de poder. Um governo ilegítimo, ou seja,


teria sido instituído de forma ilegal.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

2° Oligarquia: governo “de poucos” e que designa um sistema político no qual


o poder está concentrado em um pequeno grupo pertencente a uma mesma
família, um mesmo partido político ou grupo econômico.

3° Demagogia: É uma forma de atuação política na qual existe um claro


interesse em manipular ou agradar a massa popular, incluindo promessas que
muito provavelmente não serão realizadas, visando apenas a conquista do
poder político.

 Para se saber se a forma de governo é anormal ou normal, o critério é


essencialmente ético, de ordem moral.
 Se o monarca ou os governantes atendem ao interesse geral = forma de
governo normal.
 Se procuram satisfação de seus próprios interesses e a obtenção de vantagens
pessoais = forma de governo anormal.

 MONARQUIA E REPÚLICA

 Maquiavel substituiu a divisão tríplice pela divisão das formas de governo em


Monarquia e República;

 Distinção fundamental de Maquiavel:


 O governo renova-se mediante eleições periódicas = República.
 O governo é hereditário e vitalício = Monarquia.

 Queiroz Lima: Enumera as seguintes características da Monarquia:

1° Autoridade unipessoal;

2° Vitaliciedade;

3° Hereditariedade;

4° Ilimitabilidade do poder e indivisibilidade das supremas funções de mandado;

5° Irresponsabilidade Legal, inviolabilidade corporal e sua dignidade.

 Queiroz Lima: Enumera as seguintes características da Republica:

1° Eletividade.

2° Temporariedade.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 SUBDIVISÕES

Absoluta

Monarquia De Estamentos
Limitada Constitucional
Parlamentar
Formas de governo

Aristocrática (elite)

República Direta
Indireta
Democrática Sumidireta

 Monarquia Absoluta: todo o poder se concentra na pessoa do monarca.


Funções de legislador, administrador, e supremo aplicador da justiça. Não
tendo que prestar contas dos seus atos senão a Deus. Diziam-se representantes
ou descendentes dos deuses.

 Monarquias Limitadas

 Monarquia de Estamentos: Monarquia de braços, o Rei descentraliza certas


funções que são delegadas a elementos da nobreza reunidos em Cortes. A
monarquia de estamentos é forma antiga, típica do regime feudal.
 Monarquia Constitucional: O rei só exerce o poder executivo, ao lado dos
poderes legislativo e judiciário, nos termos de uma constituição escrita.
 Monarquia Parlamentar: O rei não exerce função de governo – O rei reina
mas não governa. O poder executivo é exercido por um Conselho de
Ministros responsável perante o Parlamento. O rei exerce o Poder Moderador
– um símbolo vivo da nação. Preside a Nação e não o governo.

 República: aristocrática ou democrática.


 Aristocrática: Classe privilegiada por direitos de nascimento ou de
conquista. Governo dos Melhores. O melhores da sociedade.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Democrática: todo poder emana do povo. Pode ser Direta, Indireta ou


Semidireta.

1° Democracia Direta: governa a totalidade dos cidadãos. Ex: Assembleias


populares gregas.

2° Democracia Indireta ou Representativa: solução racional, concretizada


pela revolução. Firmado o princípio da soberania nacional e admitida a
impraticabilidade do governo direto, apresentou-se a necessidade de se
conferir o poder de governo aos representantes ou delegados da comunidade.

O poder público, se concentra na mão de magistrados eletivos, com


investidura temporária e atribuições predeterminadas. A eletividade é a regra,
face verdadeira da doutrina republicana.

3° Democracia Semidireta: restringir o poder de assembleia representativa,


reservando-se ao pronunciamento direto da assembleia geral dos cidadãos os
assuntos de maior importância. A delegação de poderes é feita com as devidas
restrições, os problemas considerados de vital importância nacional são
decididos pelo povo, por processo de Referendum, iniciativa popular, veto
popular e etc.

 “REFERENDUM”
 Tradicional assembleia do povo;
 Não tem o mesmo alcance das assembleias populares;
 O povo não formula soluções, apenas se manifesta sobre o problema
aprovando ou desaprovando a solução proposta;

 Queiroz Lima aponta as seguintes razões em prol desse instituto:


 O regime está em indiscutível harmonia com os princípios democráticos;
 Constitui um poderoso obstáculo ao despotismo possível das assembleias;
 Segura a perfeita concordância de vistas entre a maioria parlamentar e a
opinião dominante no país;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 É um valioso instrumento de pacificação e estabilidade;


 É preciso notar que o referendum tem sido usado abusivamente para legitimar
atos de usurpação da soberania nacional.

 PLEBISCITO

 Tem sido instituído como na Constituição Brasileira de 1946, para casos de


alteração das divisas interestaduais ou intermunicipais;
 É uma consulta feita a priori, a solução obtida sobrepõe a vontade das
assembleias representativas;
 Fundado na doutrina do livre-arbítrio dos povos, tem sido adotado como meio
eficiente para a solução de contendas quanto a criação ou supressão de
Estados.

 NOTA:
Plebiscito é uma consulta ao povo para lançar uma decisão a ser tomada.
Referendo é uma consulta ao povo para confirmar ou não uma decisão já
tomada.

 OUTROS INSTITUTOS

 Iniciativa Popular: direito assegurado á população de formular projetos de


lei e submeter ao Parlamento. O projeto de lei, uma vez assinado por
determinado número de eleitores, será obrigatoriamente recebido e
considerado como objeto de deliberação pela assembleia legislativa.
 Veto Popular: Consiste na faculdade concedida ao povo de recusar uma lei
emanada do Parlamento.
 Recall: instituído tipicamente pelos norte-americanos. É um processo de
pronunciamento popular de natureza plebiscitaria, dirigido pela assembleia
representativa. O povo recusa a decisão judicial e faz prevalecer`a lei
declarada na constituição.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXXIV

PODER CONSTITUINTE

1. CONCEITO E NATUREZA
 É uma função da soberania nacional;
 É o poder de constituir e reconstituir ou reformular a ordem jurídica estatal.
 A constituição provém de um poder soberano (nação ou povo nas
democracias) que não podendo elabora-la diretamente, o faz através de
representantes eleitos e reunidos em Assembleia Constituinte;
 A nação tem o direito de organizar-se politicamente como fonte do poder
público;
 Esse poder que ela exerce em determinados momentos chama-se de Poder
Constituinte;
 Surge o Poder Constituinte em função da derrogação da lei fundamental por
um movimento revolucionário, com a tarefa de reconstruir em novas bases o
ordenamento jurídico estatal;
 A Assembleia Constituinte exerce o poder soberano na sua plenitude;
 Diferente das Assembleias Legislativas, onde tem limitação na Constituição
existente;
 O poder Constituinte em via de regra é ilimitado;
 A Assembleia Constituinte tem a missão de constituir a ordem jurídica e
política da sociedade civil. Após a promulgação e a publicação da nova lei
Assembleia Constituinte é dissolvida e passa a funcionar como Assembleia
Legislativa ordinária.

2. PODER REFORMADOR

 É o poder Constituinte secundário ou derivado;


 Com competência de reformar parcialmente ou emendar a Constituição,
devendo acompanhar a evolução da realidade social, econômica e jurídica.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

3. PODER CONSTITUINTE INSTITUCIONAL


 Vem sendo racionalizado na atualidade, ao impacto das novas realidades
sociais, coincidente com a ideia de institucionalização da soberania;
 Originaria da nação,a soberania institucionaliza-se no Estado que a dirige e
nele encontra o seu ordenamento jurídico formal dinâmico;
 A nação retoma o seu poder originário, por via de um movimento
revolucionário. Visando reconstituir em novas bases o ordenamento jurídico
estatal;
 A verdadeira revolução há de ser interpretada, como movimento de
profundidade nacional destinado a uma ampla reforma social, ética e jurídica.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXXVI


PREAMBULO DAS CONSTITUIÇÕES

 É um enunciado solene do espírito de uma Constituição, do seu conteúdo


ideológico e dos pensamentos que orientou os trabalhos das assembleias
constituintes.

MALUF- CAPITULO XXXVII

CONSTITUIÇÃO

1. CONCEITO

 É o corpo de leis que regem o Estado, limitando o poder de governo e


determinando sua realização.

2. RESUMO HISTORICO

 O Estado Liberal deveria ser regido por uma Constituição, isto é, uma lei básica,
um código supremo, espécie de pacto ou contrato entre o povo e o Estado,
segundo Rousseau;
 Registrar a formação e a limitação básica do Estado diante do individuo;
 Expressar a vontade nacional, traçando normas de ação do governo.

3. CONTEÚDO SUBSTANCIAL

 O constitucionalismo e a formalização da filosofia do liberalismo;


 Estado é uma organização jurídica precária, mutável, destinada a realizar os fins
do agrupamento nacional;
 A vontade nacional manifesta-se através do poder constituinte.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

4. DIVISÃO FORMAL DAS CONSTITUIÇÕES

Imutáveis (valor histórico) Fixas


Rígidas
Escrita Flexível
Ou orgânica

Constituição

Não- escrita
Ou inorgânica

 CONSTITUIÇÃO ESCRITA:

 Consiste em um conjunto de normas de direito positivo;


 Recebe também o nome de lei fundamental, lei magna, leis das leis, lei máxima,
lei suprema.

 CONSTITUIÇÃO ESCRITA SE CLASSIFICA EM:

1° Constituição Rígida: aquela que não pode ser alterada pelo processo comum de
elaboração das leis ordinárias.

2° Constituição Flexível: também chamadas de plásticas, podem ser modificadas


por ato legislativo, ou seja, pelos mesmos tramites da lei comum.

3° Constituição Fixa: não podiam ser modificadas senão pelo mesmo poder
constituinte que as elaborou.

 CONSTITUIÇÃO NÃO ESCRITA

 Aquela que se baseia nos usos e costumes e tradições nacionais. Chama-se


também inorgânica, costumeira ou consuetudinária.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

5. CONSTITUIÇÃO ESCRITA QUANTO SUA ORIGEM

 CARTAS DOGMATICAS E OUTORGADAS

 Constituição dogmática é aquela que o próprio povo elabora e promulga. Por


intermédio de uma assembleia especialmente eleita por sufrágio universal e
direto, denominada Assembleia Constituinte;
 Exemplo: As brasileiras de 1891, 1934, 1946 e atual 1988.
 Constituição Outorgada é aquela que não resulta de uma manifestação da
soberania nacional;
 A outorga pode se dar também pelo Parlamento ou Congresso Nacional sem
delegação constituinte, em função ordinária, o que igualmente não retira o
caráter de outorga.
 Exemplo: As brasileiras de 1824 (D. Pedro I) e 1937 (Getúlio Vargas).
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXXVIII


SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO

 SUBORDINAÇÃO DA LEI ORDINÁRIA AOS PRÍNCIPIOS


CONSTITUCIONAIS

 A constituição é a lei das leis, contém princípios da ordem econômica,


política, social e jurídica;
 Orientam a conduta dos governantes e de particulares. A eles se subordinam
as leis e atos do governo;
 O principio central do direito publico constitucional é o da constitucionalidade
das leis e dos atos administrativos;
 Classificação das leis: constitucionais e ordinárias;
 A primeira tem supremação absoluta sobre a segunda.
 A constituição possui princípios implícitos, o que deve ser respeitado pelas
leis e Pelos atos administrativos para que não haja inconstitucionalidade;
 A lei inconstitucional não será aplicada a ato administrativo será anulado.

 CONTROLE DA CONSTUTICIONALIDADE

 No Brasil o controle prévio se faz pelo poder legislativo, comissões técnicas;


 Nesse sistema ocorre ainda um segundo controle prévio feito pelo órgão
sancionado, o qual dispõe da faculdade de vetar o projeto por
inconstitucionalidade;
 Qualquer órgão judicante, pode deixar de aplicar a lei a um caso concreto,
por considera-lo incompatível com os cânones constitucionais;
 A declaração inconstitucionalidade é função dos tribunais coletivos, quando
é feita pelo supremo tribunal federal cabe ao senado suspender a execução da
lei;
 O princípio da s separação dos poderes impede que o judiciário anule as leia
OBS: o judiciário juga casos concretos, mas se ele declara-lo inconstitucional
e negar a validade das leis nos casos concretos, até que o senado suspenda a
execução da lei.
 O ato suspensivo do senado tem efeito ergaomnes, mas ainda não anula a lei;
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 Uma lei só se anula com outra lei, emanada do mesmo órgão legislativo.
 Lei federal =congresso
 Lei estadual=assembleia
 Lei municipal=câmara vereadora

 SÍNCOPES CONSTUTICIONAIS

 É quando se suspende a vigência da constituição, transitoriamente, quanto


aos princípios não considerados essenciais a sobrevivência do Estado e a
defesa do regime.
 Nos casos de guerra ou de comoção intestina grave, a Constituição tem a
faculdade de decretar o estado se sítio, com suspenção de certas e
determinadas garantias;
 Situações em que garantias constitucionais são suspensas, para que o poder de
Polícia se exerça num âmbito de autoridade em ditadura formal;
 Na antiga República Romana, nos casos de perigo externo ou interno,
proclamava o Cônsul o estado de tumultas, determinado a suspensão da
justiça e a mobilização de todos os cidadãos, os quais ficavam a disposição do
Estado;
 Nomeavam um ditador, pelo prazo máximo de 6 meses, recebia poder de
imperium através da Lei da Cúrias;
 Os poderes discricionários que o governo assume são poderes
extraconstitucional e não inconstitucionais;
 Os direitos dos indivíduos não desaparecem, não são revogados, ficam apenas
suspensos temporariamente;
 A Constituição em parte sofre um colapso, uma síncope, mas volta ao
normal com expiração do estado de sítio.

 SÍNCOPES CONSTUTICIONAIS NO BRASIL

 ESTADO DE DEFESA: se justifica pelo objetivo de manter a


estabilidade institucional em locais geograficamente restritos;
 ESTADO DE SÍTIO: pressupõe ameaça generalizada em âmbito
nacional;
 Essas medidas estão previstas no capítulo I do Título V da Constituição.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

MALUF- CAPITULO XXXIX

1. DIVISÃO DE PODER

 NOÇÃO

 A divisão do poder do Estado em órgãos distintos, independentes e harmônicos


entre si, são a essência da Constituição;

 DIVISÃO FUNCIONAL DO PODER DA SOBERANIA


 Legislativo: elabora lei
 Executivo: executa as leis.
 Judiciário: soluciona os conflitos, pronuncia o direito e assegura a justiça.
 Não havia divisão funcional de poderes, nos Estados monárquicos antigos,
medievais, e no inicio da idade moderna, e nas primitivas repúblicas gregas e
romanas, monarcas e assembleia populares acumulavam as funções de
legislar e executar as leis e julgar as controvérsias;
 Os filósofos antigos já cogitavam a limitação do poder de governo;
 Platão doutrinou “não se deve estabelecer jamais uma autoridade demasiada
poderosa e sem freio nem paliativos”;
 Aristóteles já chega a esboçar em sua obra “Política” a tríplice divisão do
poder em : legislativo, executivo e administrativo;
 Na antiga república romana o consulado, a questuro, a pretura e as
magistraturas menores, eram exercidas com poderes iguais. Constituindo um
sistema de limitação do poder;
 A preocupação sempre foi de evitar a concentração do poder .

 DOUTRINA DE MONTESQUIEU

 Somente no século XVII, Montesquieu sistematizou o princípios da separação


dos poderes, sendo eles harmônicos e independentes entre si, para que se
fiscalizem mutuamente.
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RESUMO PARA ESTUDO - CIÊNCIAS POLÍTICAS E TGE

 No Brasil, foi sempre observado s divisão tríplice do poder. A constituição


imperial de 1824, anunciou o princípio de modo enfático (a divisão e
harmonia dos poderes político é o princípio conservador dos direitos dos
cidadãos, e o seguro meio de fazer efetivar as garantias que a constituição
oferece);
 O legislativo, executivo e judiciários são independentes no sentido literal da
palavra. Já que devem ser harmônicos e coordenado entre si. Cada órgão
exerce a totalidade do poder dentro da função que exerce. São órgão do poder
da soberania nacional que a sua essência é uma e indivisível.
 Somente pode ser exercido a totalidade do poder à soberania nacional com a
união dos três.

B) TEORIA DAS FRONTEIRAS NATURAIS

 Instrumento a ser utilizado pelos países militarmente fortes. Os quais


alegaram que a nação deveria ter o seu território delimitado pelos grandes
acidentes geográficos naturais;
 Contribuiu para a conflagração do mundo, levando os estadistas à procura de
outros princípios, para assegurar uma harmonia nas relações internacionais.

C) TEORIA DO LIVRE - ARBÍTRIO DOS POVOS

 A Defende a vontade nacional como razão de Estado;


 Assemelha-se no princípio da nacionalidade;
 Tem suas raízes na filosofia liberal;
 Inspirada nas pregações de Rousseau e da Revolução Francesa;
 Nenhuma potência tem o direito de submeter um Estado contra a vontade
soberana da população;
 Só o livre consentimento de cada povo justifica e preside a vida do Estado;
 Ex: Restauração da Polônia, Independência da Iugoslávia, criação da
Checoslováquia etc;
 CEI, forma confederativa que respeita o livre-arbítrio dos povos que a
compõe.

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