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Introdução à elaboração de

contratos empresariais
Prof. Mario Henrique R. Suzigan

2020

1
Organização do sistema jurídico
brasileiro
Constit
uição
Emend
Leis
as
Complementar
es
Leis Ordinárias

Medida Provisória e Leis


Delegadas
2
Resoluções
Leis
Clá
usu
la
Pét
rea
s 3/5
Emendas

Leis Complementares
Maioria qualificada

Leis Ordinárias maioria simples

Decretos, Resoluções e Portarias, maioria simples 3


ou prerrogativa de função
Competência Jurisdicional
STJ/STF

Tribunais
1ª 2ª
Instância Instância

4
Federalização e Competência
Competência

5
União Estado Munício 4º Tri
Organizando um documento
legal
Livro
Título I
Capítulo I
Seção I
Subseção I
Artigo (caput)
Parágrafo
Incisos (I, II, III…)
Alíneas (a, b, c…)
Itens (1,2,3,4…)
6
Sugestão para Contratos e Estatutos

Título I

Cláusula ou Artigo

Parágrafos

Incisos (I, II, III …)

Alíneas (a, b…)

Itens (1, 2,
3…)
7
Estrutura de qualquer documento
• 1) Quem são as partes? Qualificação
• 2) Qual é o objeto do contrato? Qual é a finalidade do
documento
• 3) Quais são as obrigações envolvidas? Dinheiro,
trabalho, etc.
• 4) Como pode ocorrer a extinção do contrato e quais são
as penalidades envolvidas?
• 5) Onde o contrato pode ser questionado?
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei
8
Brasil adota a Teoria da Empresa
• O código Civil de 2002, que substituiu o CC de 1916, foi produzido com
o escopo da CF/88, Título VI, Capítulo I, art. 170 a art. 181, e substitui
a primeira parte do Código Comercial de 1850. Permanece em vigor o
Código Comercial de 1850, em relação ao direito marítimo.

• Código Civil de 2002 mistura elementos de direito comercial com direito


civil.

• Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente


atividade econômica organizada para a produção ou a circulação
de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera
empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares
ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir 9
elemento de empresa.
Teoria da Empresa

• Fim da Teoria dos Atos de Comércio e adoção da Teoria da Empresa.

• Empresário Individual, antigamente e popularmente chamado de firma


individual (firma aberta). Hoje, há a possibilidade de se registrar no MEI
(Lei n. 123/2006).

• Existem 7 tipos de sociedades: sociedade em nome coletivo,


comandita simples, sociedade limitada, sociedade anônima, comandita
por ações, sociedade simples e cooperativa. Mas apenas 5 são
sociedades empresárias.

• As sociedades simples e as cooperativas possuem regime próprio com


leis específicas, porque ambas não possuem natureza empresarial e
se dedicam, geralmente, à prestação de serviços. Contudo, se
sujeitam às regras de um “contrato social”, nos termos do art. 997 e 10
seguintes do CC.
Sociedade Simples
• Sociedade simples pura ou com cláusula de limitação de
responsabilidade dos sócios (art. 983, do CC).

• A atividade econômica é exercida pelos próprios sócios, ainda que tenha


funcionários, ou administrador designado. Sociedade não organizada.

• O objeto da sociedade simples poderá ser qualquer atividade que se


enquadre no conceito de pequeno negócio; não importando, assim, se
comércio, prestação de serviços, atividades rurais ou de natureza
intelectual.

• Admite a figura do sócio que integraliza a participação societária


apenas com serviços, espécie inadmissível nas empresárias. Exemplo,
representação comercial, clínica médica.
11
• Os sócios podem ser casados sob qualquer regime.
Cooperativas
• Cooperativas não objetivam o lucro, por isso, não são
consideradas sociedades empresárias.

• Cooperativas são regidas pela Lei 5.764 de 1971.

• O contrato entre os cooperados é arquivado na


Junta Comercial do Estado (Art. 18, Lei 5.764/71).

• A sociedade simples deve ser registrada na Cartório Civil


de Pessoas Jurídicas.

12
Capacidade para ser sócio ou
administrar a empresa

• Capacidade Empresarial é a capacidade para praticar


qualquer ato jurídico (art. 104, do CC).

• Se adquire capacidade para pratica de atos jurídicos:


quando a pessoa completa 18 anos ou é emancipada
(autorização dos pais com 16 anos completos ou
houve o casamento);

13
Capacidade para ser sócio ou
administrar a empresa
• Exceção, menor de 16 anos, que engravida, pode
receber autorização para se casar e, logo, constituir
empresa (Art. 1520, do CC).

• Nessa última hipótese, o casamento deverá ser


autorizado judicialmente e sob o regime de separação
total de bens.

• Em suma, em circunstâncias excepcionais, é possível


que um menor exerça atividade empresarial, mas será
inimputável no âmbito penal.
14
Capacidade para ser sócio ou
administrar a empresa
• Art. 977, do CC: poderão constituir uma sociedade
empresária àqueles casados sob os regimes de
comunhão parcial, regime de separação final dos
aquestos e no regime de separação total de bens
celebrada através de pacto (convencional).

• Regime de comunhão universal de bens e regime de


separação obrigatória de bens não podem constituir
uma sociedade empresária limitada ou contratual.

15
Capacidade para ser Sócio ou
administrar a empresa
• O incapaz pode continuar sócio e administrador, desde que representado.

• O relativamente incapaz pode continuar sócio e administrador, desde que


assistido.

• O verbo é continuar. O incapaz não deveria poder constituir empresa,


ainda que por representante legal, conforme art. 974, do CC.

• Havia entendimento no STF que essa regra não vale para os menores de 16
anos de idade (menor de idade), com base no RE 82433 (julgado STF de
1976). Inclusive, as Juntas Comerciais aceitam o registro de menores
como sócios justamente devido julgado do RE 82433. Esse precedente
se tornou a regra agora.

• O incapaz pode ser responsabilizado por dívidas trabalhistas e 16


previdenciárias.
A empresa
• O estabelecimento comercial recebe proteção específica no art. 1.142 a 1.149, do
CC.

• Fundo de Empresa = estabelecimento comercial + sobrevalorização do ativos da


empresa.

• O ponto comercial e o nome empresarial são ativos intangíveis pertencentes


ao estabelecimento comercial.

• Fundo de empresa: Fundo de Comércio, “Good will of a trade”, “aviamento”, etc.

• Quando a empresa é vendida, fala-se em Contrato de Trespasse ou Trespasse

ia
de Fundo de Empresa ou Alienação de Empresa.

• A responsabiliade do ex-sócio da sociedade permanece por 2 anos, a contar da


data do registro de sua retirada na Junta Comercial.

• O estabelecimento comercial pode ser objeto de alienação, usufruto ou 17


arrendamento.
A empresa
• Existem duas espécies de nome empresarial: Firma ou Razão Social
e Denominação Social.

• A Firma é formada por nome ou nomes civis.

• A Denominação é formada por qualquer expressão fantasia,


inclusive nome de pessoas físicas ou palavras estrangeiras.

• O empresário individual apenas poderá utilizar o seu nome na firma


com o objeto comercial que ele explora

a
• Algumas sociedades devem e podem adotar a firma como nome
empresarial, por exemplo, a sociedade limitada e em nome coletivo.
Quando se trata de sociedade a firma é chamada de razão
social.

• Denominação social pode ter como estrutura ou núcleo qualquer 18


elemento chamado fantasia ou fórmica. Inclusive expressões
estrangeiras e nome de pessoa física.
A empresa
• A proteção ao nome empresarial se inicia com a inscrição do
empresário individual ou sociedade empresária com o
arquivamento/requerimento na Junta Comercial.

• A expressão que representa marca de auto renome não pode ser usada em
nenhum ramo de atividade, exceto pelo proprietário, nos termos do art.
125/126, da Lei n. 9.279/96.

• Não pode existir sociedade ou empresário individual sem nome.

a
• Tem que ser mais de um sócio, art. 1.033, do CC, para ser sociedade
empresária.

• Para constituir um empresa é essencial affection societatis.

• É necessário definir os poderes de administração sob pena da empresas 19


sofrer atos ultra vires societatis (Art. 1.015, do CC).
Exibição dos Livros
• A regra, é que os livros são sigilosos.

• Pode ser feito o pedido de exibição parcial dos livros e a


presunção é relativa (ius tantum).

• A exibição administrativa pode ser determinada total ou


parcialmente pelas autoridades da fazenda pública ou da
seguridade social no exercício de suas atividades
fiscalizatórias, art. 1.193, do CC, art. 195, do CTN e art. 33
da Lei n. 8.212/91

• Sumula 439 do STF. O exame da autoridade administrativa


deve se restringir aos pontos que são objeto da investigação. 20
Demonstrações Financeiras e
Contábeis obrigatórias
• Todas as sociedades são obrigadas a prestar contas aos sócios.

• Balanço Patrimonial e DRE são obrigatórias para todas as sociedades, exceto ME e

EPP, art. 1.179, parágrafo 2º, do CC.

• A falta de Balanço Patrimonial autenticado pode acarretar aos empresários:

• 1) dificuldade de obtenção de crédito;

• 2) impossibilidade de participar de licitações, art. 31, inciso I, da Lei n. 8.666/93;

• 3) Não poderá obter recuperação judicial, art. 51, da Lei 11.101/05;

• 4) Falta de Balanço caracteriza crime falimentar, art. 168, §1º, c/c art. 178, da Lei 21
11.101/05.
Sociedades Empresariais
Sociedade de Sociedade de Capitais
Pessoas ou ou Estatutária
Contratual

EIRELI Sociedade Anônima

Sociedade em nome coletivo Comandita por Ações

a
Sociedade em comandita
simples

Sociedade Limitada 22
Empresário Individual
• Empresário Individual (Antiga Firma Individual) – pessoa física que
exerce sozinha uma atividade empresarial. O empresário individual
responde ilimitadamente pelas obrigações que contrair.

• Não faz arquivamento de contrato, mas requerimento para


inscrição como empresário individual, na Junta Comercial, quando
for o caso da atividade, nos termos do art. 32, da Lei n. 8.934/94.

• Ele pode adotar apenas firma, que deve ser formada com o seu
nome civil, admitindo-se a abreviatura do prenome ou nome

a
intermediário e também a inclusão do ramo de atividade, conforme
art. 968, inciso II, do CC.

• Não havendo elementos de empresa, o registro é no Cartório


Civil de Pessoas Jurídicas. Eventualmente, na Junta Comercial, 23
quando existir elementos de empresa.
Sociedade em nome coletivo (Cia.)
• Todos os sócios devem ser pessoas naturais. Logo,
não existe pessoa jurídica como sócia.

• Todos os sócios respondem solidariamente e


ilimitadamente pelas obrigações sociais.

• A sociedade pode adotar apenas o nome de firma,


que deve ser formada com os nomes dos sócios.

• Se houver mais de um sócios, fala-se em Razão


Social.
24
Sociedade em Comandita Simples
• Duas categorias de sócios Comanditados e Comanditários.

• Sócios Comanditados: somente podem ser pessoas físicas, que


respondem solidariamente e ilimitadamente pelas dívidas
contraídas pela empresa.

• Sócios Comanditários: podem ser pessoas físicas ou jurídicas


que respondem apenas pela integralização de suas cota sociais.

• Tal sociedade pode adotar apenas firma ou razão social que


deve ser formada com o nome ou nomes de sócios comanditados,
sendo obrigatória a expressão “& Cia” ou sua abreviatura, que
25
designa os comanditários (Art. 1.047, do CC).
Sociedade Limitada LTDA.
• Todos os sócios respondem solidariamente pela
integralização do capital (Art. 1.052, do CC).

• A responsabilidade dos sócios é limitada pela integralização


do capital.

• Se for omitida a palavra limitada, os sócios respondem


ilimitadamente e solidariamente com o seu patrimônio (Art.
1.158, do CC).

26
Sociedade Limitada LTDA.
Ex. de ausência de integralização total do capital, art. 1.052, do
CC. O Zé-Ltda é sócio remisso.

27
Sociedade em conta de participação
SCP – Art. 991 a 996, do CC.
• Aproxima-se de uma parceria. Todavia, o CC trata como se
fosse uma sociedade empresária contratual.

• Não pode ter nome (Firma, razão social ou denominação).

• Não pode ser registrada na junta comercial.

a
• É formada por sócios ostensivos, aqueles que praticam todas
as operações em nome da SCP, registrando-as contabilmente
como se fossem suas, porém identificando-as para fins de
partilha dos respectivos resultados.
28
Sociedade em conta de participação
SCP – Art. 991 a 996, do CC.

• E sócios participantes ou ocultos, todos os


outros integrantes do empreendimento que não o
sócio ostensivo, não têm participação na gestão dos
negócios e se obrigam somente perante este último.

• O contrato social somente produz efeito entre


os sócios, ou seja, inversamente, não pode
produzir efeitos perante terceiros, nem mesmo
perante o Fisco.
29
Sociedade Anônima S/A
• Lei n. 6.404/76.

• É o tipo societário empresário institucional ou


estatutário em que todos os sócios chamados de
acionistas respondem apenas pela integralização do
preço de emissão de suas respectivas ações.

• Na S/A não existe solidariedade pela integralização

ia
do capital social.

30
Sociedade em Comandita por Ações
C/A.
• Em suma, a reponsabilidade depende do exercício da
administração.

• Pode adotar firma ou denominação. A expressão ¨& Cia”


indica os acionistas não administradores.

• A Lei não exige que seja utilizado a expressão C/A.

31
EIRELI – Lei 12.441/11
• Alteração do art. 44, acréscimo do inciso IV, e acréscimo do § único, no art. 1.033, todos CC.

• Art. 980 – A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma

única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será

inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. § 1º O nome

empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a

denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. § 2º A pessoa

natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá

figurar em uma única empresa dessa modalidade. § 3º A empresa individual de

responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra

modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal

concentração. § 4º ( VETADO) § 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de

responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer

natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de


32
imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica,

vinculados à atividade profissional. § 6º Aplicam-se à empresa individual de

responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. 


EIRELI – Lei 12.441/11

• Exigência de capital social mínimo de 100 salários


mínimos.

• Estímulo ao empreendedorismo.

____
• Fim de empresas fictícias.

• Maior proteção ao patrimônio pessoal do empreendedor.

• Possibilidade de converter qualquer empresa LTDA. em


uma EIRELI, desde que satisfaça o capital mínimo
33
imposto na lei.
Direito Societário e o Regime de Tributação

• A Lei Complementar 128 acrescenta o MEI à Lei Complementar 123.


• Quem pode ser microempreendedor individual é determinado por lei.
• ME e EPP é possível ser tanto o empresário individual, quando a sociedade
empresária. É apenas um regime de tributação.
• MEI é apenas para empresário individual.
• Considera-se enquadrado no MEI o empresário individual a que se refere o art.
966, do CC, que possui receita bruta de até R$ 81.000,00, optante pelo Simples
Nacional.
• Considera-se ME, para efeito do Simples, a pessoa jurídica que tenha auferido,
no ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00.
34
• Considera-se EPP, para efeito do Simples, a pessoa jurídica que tenha auferido,
no ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 até R$ 4.800.000,00.
Sociedade Limitada LTDA
• Representa 90% das sociedades empresárias registradas
nas Junta Comercial.

• Limitada: os empreendedores e investidores podem limitar


as perdas, em caso de insucesso da empresa.

• Contratualidade: as relações entre os sócios podem pautar-


se nas disposições de vontades deles.

• Se o contrato for omisso, aplicam-se as regras da


sociedade simples. Se não houver uma regra explícita,
aplicam-se, de forma analógica, as regras da Lei n. 6.404/76.
Se ainda assim não resolver, a dissidia entre os sócios será 35
resolvida no Judiciário ou em Câmara de Arbitragem.
Sociedade Limitada LTDA
• Os sócios na limitada tem reponsabilidade solidária pela
integralização do capital social.

• Voltamos ao exemplo: 1 quota = R$ 1,00:

36
Sociedade Limitada LTDA
• Sociedade marital: O art. 977, do CC, proíbe a sociedade
marital se o regime de casamento for o da comunhão universal
ou separação obrigatória. Logo, caso exista a sociedade, os
sócios responderão ilimitadamente.

• Ausência de LTDA., ao final do nome empresarial, fará com


que todos os sócios respondam ilimitadamente.

• Débito Trabalhista: a Justiça do Trabalho tem protegido o


empregado deixando de aplicar as regras de limitação da
responsabilidade dos sócios.

• Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica:


quando há fraude aos credores e desvio de função da pessoa 37
jurídica, art. 50, do CC. Também disregard of the legal entity.
Introdução a elaboração de
contratos
• Princípio da autonomia da vontade
• Princípio da força obrigatória dos contratos pact sunt
servanda
• Princípio da boa-fé contratual (função de controle dos
limites do exercício de um direito; função de
integração do negócio jurídico e função
interpretativa)

38
Proposta Comercial
• Sempre enviar a proposta em formato PDF ao cliente.
•  Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar
dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
•  Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
• I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-
se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de
comunicação semelhante;
• II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para
chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
• III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo
dado;
• IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a
retratação do proponente.
• Prazo de validade nunca superior a 30 dias
•  Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos
essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
• Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, 39
desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
Estrutura Básica
1. Proposta Comercial

1.1 Qualificação
1.2 – Objeto
1.3 – Preço
1.4 - Tempo

2. Contrato:

2.1 Qualificação
2.2 Objeto Contratual – Criar ou não criar anexos.
2.3 Obrigações e Deveres de Cada Parte (Tempo)
2.4 Forma de pagamento
2.5 Rescisão e previsão de multas
2.6 Comunicação
2.7 Propriedade Intelectual
2.8 – Garantia? 40
2.9 Foro Competente
Formas de um contrato acabar

• Rescisão – Há multa, penalidade, pressupõe-se infração


contratual.

• Resolução – extinção natural do contrato pelo


cumprimento das obrigações das partes ou extinção por
impossibilidade de execução do objeto contratual.

• Resilição – ato volitivo ou ato de mera vontade das


partes de encerrar o contrato. Pode ser unilateral ou
bilateral.
41
Proposta Comercial
•  Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando
encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o
contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
• Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma
via de sua divulgação, desde que ressalvada esta
faculdade na oferta realizada.
•  Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista,
chegar tarde ao conhecimento do proponente, este
comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de
responder por perdas e danos.
•  Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições,
restrições, ou modificações, importará nova proposta.
42
• .
Contrato não cumprido
•  Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por
perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo
índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de
advogado.

• Colocar índice de atualização monetária e juros de mora


de 1% a.m. em caso de inadimplemento.

•  Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por


inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se
devia abster.

•  Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem 43


todos os bens do devedor.
Cláusula Resolutiva Expressa
• Quando ocorre a inexecução de algum dos termos do
contrato, prevista no art. 474, do CC.

• A cláusula resolutiva expressa pode se confundir com a


cláusula penal.

• A cláusula resolutiva tácita, deve ser apurada pelo juiz (Art.


474, do CC).

• Resolução por inexecução invonluntária pode isentar o


devedor de indenização e multa.

• O que acontece com os contratos de prestação 44


sucessivas, na hipótese de inexecução involuntária?
Força Maior ou Caso Fortuito
•  Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples
culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por
dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos
onerosos, responde cada uma das partes por culpa,
salvo as exceções previstas em lei.
•  
• Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos
resultantes de caso fortuito ou força maior, se
expressamente não se houver por eles responsabilizado.
• Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior
verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era
possível evitar ou impedir.
45
Da Exceção de Contrato não
Cumprido
• Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos
contratantes, antes de cumprida a sua obrigação,
pode exigir o implemento da do outro.

• Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a


uma das partes contratantes diminuição em seu
patrimônio capaz de comprometer ou tornar
duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a
outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até
que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê
garantia bastante de satisfazê-la.
46
Para que serviu esse curso até
aqui?
1. Qualificação do cliente, pesquisar tudo sobre a pessoa
jurídica ou física antes da primeira reunião.
2. Nunca passar o Preço e o Tempo na primeira reunião
3. Proposta Comercial sempre com validade nunca superior a
30 dias
4. Foro competente cidade em que a Empresa Junior tem sede
5. Tentar pegar recibo na entrega do Relatório, Pesquisa,
Protótipo ou Produto; independente da satisfação do cliente

• 47
Elaborando Contratos

• Cláusula Resolutiva expressa ou tácita (necessidade de


intervenção judicial)

• Cláusula Penal

• Cláusula de Arras

• Cláusula de escala móvel

48
Cláusula Penal
• Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal,
desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se
constitua em mora.

• Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação,


ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da
obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à
mora.

• Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total


inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a
benefício do credor.

• Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não


pode exceder o da obrigação principal. (Todavia, não significa 49
que a parte lesa não possa pedir indenização)
Cláusula Penal
• Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente
pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em
parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente
excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do
negócio. (Aqui, há o princípio da função social do
contrato, vedação ao enriquecimento sem causa e
proibição da excessiva onerosidade)

• Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores,


caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só
se poderá demandar integralmente do culpado,
respondendo cada um dos outros somente pela sua quota.
(Qual o tipo de responsabilidade temos aqui?) Parágrafo
único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva 50
contra aquele que deu causa à aplicação da pena.
Cláusula Penal
• Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre
na pena o devedor ou o herdeiro do devedor que a
infringir, e proporcionalmente à sua parte na
obrigação.

• Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é


necessário que o credor alegue prejuízo. Parágrafo
único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na
cláusula penal, não pode o credor exigir indenização
suplementar se assim não foi convencionado. Se o
tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização,
competindo ao credor provar o prejuízo excedente.
51
Cláusula de Arras ou Sinal
• Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma
parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem
móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser
restituídas ou computadas na prestação devida, se do
mesmo gênero da principal.

• Qual um bom sinal? 10 a 30% do valor do contrato.

• Juros de mora de inadimplemento? Nunca superior a


1% a.m.

• O que quer dizer do mesmo gênero do principal? 52


Cláusula de Arras ou Sinal
• Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a
outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu
as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua
devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo
índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de
advogado

• Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar


maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a
parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e
danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.

• Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento


para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente
indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da
outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em
ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.
53
• No que o art. 418, 419 e art. 420 transforma o sinal?
Cláusula de escala móvel
• Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no
vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal,
salvo o disposto nos artigos subseqüentes.

• Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de


prestações sucessivas.

• Do que estamos falando aqui e para qual tipo de


contrato?

54
Contrato de prestação de
serviço
• Quando há vínculo de emprego?

• Quando uma pessoa física presta serviço a pessoa


física ou jurídica, com subordinação, pessoalidade,
não eventualidade e onderosidade.

• Quando há contrato de prestação de serviço?

• O que é o contrato de empreitada?


55
Contrato de prestação de
serviço
• Art. 593. A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis
trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste
Capítulo.

• Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou


imaterial, pode ser contratada mediante retribuição.

• Art. 595. No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das


partes não souber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado
a rogo e subscrito por duas testemunhas.

• Art. 598. A prestação de serviço não se poderá convencionar por


mais de quatro anos, embora o contrato tenha por causa o
pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à execução de
certa e determinada obra. Neste caso, decorridos quatro anos, dar- 56
se-á por findo o contrato, ainda que não concluída a obra. (O
Legislador queria evitar contratos eternos de prestação de serviço)
Contratos de Prestação de
Serviço
• Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou
do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode
resolver o contrato (não seria resilição?). Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:
• I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou
mais;
• II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena;
• III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.

• Art. 600. Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o prestador de serviço,
por culpa sua, deixou de servir.

• Art. 601. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho,
entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas
forças e condições.(muito importante a determinação do objeto e do Anexo, quando
for o caso)

• Art. 602. O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra determinada, não
se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o tempo, ou 57
concluída a obra.
Contratos de Prestação de
Serviço
• Art. 603. Se o prestador de serviço for despedido sem justa
causa, a outra parte será obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição
vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do
contrato. (Aqui é uma clausula do que?)

• Art. 604. Findo o contrato, o prestador de serviço tem direito a


exigir da outra parte a declaração de que o contrato está findo.
Igual direito lhe cabe, se for despedido sem justa causa, ou se
tiver havido motivo justo para deixar o serviço. (Termo de
quitação e encerramento do contrato).

• Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá


transferir a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o prestador
de serviços, sem aprazimento da outra parte, dar substituto que
58
os preste.(Possibilidade de substituir o prestador de serviço)
Contratos de Prestação de
Serviço
• Art. 606. Se o serviço for prestado por quem não possua título de
habilitação, ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos em
lei, não poderá quem os prestou cobrar a retribuição normalmente
correspondente ao trabalho executado. Mas se deste resultar
benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma
compensação razoável, desde que tenha agido com boa-fé.
Parágrafo único. Não se aplica a segunda parte deste artigo,
quando a proibição da prestação de serviço resultar de lei de
ordem pública.

• Art. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de


qualquer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela
conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso prévio,
por inadimplemento de qualquer das partes ou pela 59
impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força
maior.
Comunicação e Propriedade Intelectual

• Todo o contrato tem que ter uma cláusula em que as


partes se comunicam por e-mails institucionais, os e-
mails deverão fazer parte do contrato.

• Quem detém a propriedade intelectual do objeto do


contrato? Dependerá do que foi acordado com o cliente.

60
Termo de encerramento
contratual
• Fim da relação contratual. O mais importante é identificar o
débito e o crédito da obrigação contratual.

• Uma folha simples.

• Qualificação das partes.

• Data que o objeto contratual foi entregue.

• Concordância (satisfação?) com o objeto entregue


61
• Recibo de quitação do pagamento
Garantia do Serviço ou Produto

• Fato do produto ou serviço x Vício de Produto ou Serviço

• Fato do produto ou serviço -> Acidente de Consumo

• Vício do produto ou serviço -> Defeito

• Fato do produto ou serviço -> Prazo para se manifestar 5


anos

• Vício do Produto ou Serviço - > Prazo para se manifestar

30 dias ou 90 dias 62
Conclusão de Fim do Curso
1. Qualificação do cliente, pesquisar tudo sobre a pessoa
jurídica ou física antes da primeira reunião.

2. Nunca passar o Preço e o Tempo na primeira reunião

3. Proposta Comercial sempre com validade nunca


superior a 30 dias

4. Foro competente cidade em que a Empresa Junior tem


sede

5. Tentar pegar recibo na entrega do Relatório, Pesquisa,


Protótipo ou Produto; independente da satisfação do cliente 63
Conclusão de Fim do Curso
6. Cláusula de força maior e fato fortuito.

7. Todo o contrato tem que ter uma cláusula em que as partes se


comunicam por e-mails institucionais, os e-mails deverão fazer
parte do contrato. Não se comunicar com o cliente por WhatsApp.

8. Quem detém a propriedade intelectual do objeto do contrato?


Dependerá do que foi acordado com o cliente.

9. Garantia a partir do termo de encerramento do contrato pode ser


de 30 até mais de 90 dias.

10. Multa por rescisão por justa causa nunca inferior a 10% e juros
de mora nunca superior a 1% a.m., recomenda-se o índice de 64
correção do IGP-M (FGV)

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