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O art. 977 do Código Civil diz respeito à constituição de sociedade empresária entre
cônjuges, proibida quando adotarem os regimes da comunhão universal ou separação total
obrigatória.
“Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não
tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.”
Trata-se de regra cujo objetivo é evitar a confusão patrimonial na sociedade empresária. Esta
proibição não constava do ordenamento jurídico antes do advento do CC de 2002.
Dessa forma, milhares de sociedades foram constituídas por cônjuges casados sob os regimes
proibidos (com ou sem outros sócios). O novo Código Civil exigiu a regularização das
sociedades assim constituídas, estabelecendo um prazo, para tanto.
Diante disso, acabou se convencionado que esta regra só vale para as sociedades constituídas
posteriormente à vigência do CC, eis que sua constituição estava protegida pelo ato jurídico
perfeito.
“Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o
regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.”
“Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
outro, exceto no regime da separação absoluta:
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou
estabelecerem economia separada.”
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Insta ressaltar que os bens a que se refere o art. 978 do CC são aqueles vinculados à
exploração da atividade empresarial (integrantes do estabelecimento empresarial).
O empresário individual tem personalidade única, o que proíbe que seus bens sejam
considerados apartadamente. Assim, a depender da utilização do imóvel, se afasta a regra do
art. 1.647 do CC.
Caso constitua uma sociedade, pode se identificar a pessoa física e a pessoa jurídica. Nesse
caso, o patrimônio da sociedade não se confundirá com o da pessoa física e não tem
relevância a regra do art. 1.647 do CC.
Observação 1: Existe projeto de lei em tramitação para a supressão do art. 978 do CC, o que
se deve ao fato de ele possibilitar a lesão do outro cônjuge pelo cônjuge empresário.
São exigíveis, tanto dos empresários individuais (pessoa física), quanto para as sociedades
empresárias.
Não são requisitos e, portanto, não interferem na questão do reconhecimento ou não da figura
do empresário. Diante do descumprimento desses deveres cominados pela lei, será imposta
uma sanção, mas nunca a perda da condição jurídica de empresário (situação de fato).
O empresário deve, nos termos do art. 967 do CC, realizar seu registro. Trata-se de mera
formalidade, materializada pela inscrição do empresário junto à Junta Comercial (Registro
Público de Empresas Mercantis).
- Competência registral
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O empresário deve se registrar perante a Junta Comercial do local onde tem estabelecimento,
considerado o local de exploração da atividade. Havendo filial, esta deve ser registrada na
Junta Comercial do estado onde ela se localiza, além de averbar a sua existência no registro
original da sede.