Você está na página 1de 35

Resumo de 

Empresarial OAB

Teoria Geral da Empresa 

No Brasil foi adotada a teoria do empresário, assim para que possa ser
caracterizado como empresário precisará efetivamente agir de acordo com a
forma empresarial, ou seja, agir com profissionalismo. 

Art. 966. Considera-se empresário quem


exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.–

a) Profissionalismo – tendo requisitos como: habitualidade, pessoalidade (não


só dele mas também de todos envolvidos na atividade).

b) Atividade Econômica – em tudo vemos uma atividade econômica sendo


exercida, como exemplo, ao utilizar energia em casa, água, gás etc. 

c) Organizada – capital, mão-de-obra, insumos e tecnologia.  

Produção, circulação de bens e serviços – o empresário irá utilizar todos


esses elementos acima para produzir bens, já o comércio circula o bem, ou
seja, como exemplo, compra um carro da indústria e repassa ao mercado.

A produção de serviços, exemplo: a lavanderia citada pelo professor, já no caso


da circulação de serviços, como o Groupon, este será o intermediário entre o
prestador de serviços e o consumidor, no mesmo sentido vemos uma agência
de viagens.   

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão


intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento de empresa.

 **Tipos de Empresário: 

PESSOA FÍSICA – Empresário Individual é a pessoa física que explora a


empresa exercendo sua atividade de acordo com o art.966 CC/02, não possui
personalidade jurídica. 

O nome empresarial do empresário individual é chamado


de FIRMA (nome civil + atividade), sendo adotado quando do seu registro.

Não poderá adotar a forma sociedade de pessoas e sociedade limitada, tendo


assim uma responsabilidade ilimitada. Além disso, apesar de ter um CNPJ,
que neste caso só servirá para efeitos fiscais, não tem personalidade
jurídica, havendo uma confusão patrimonial entre os bens pessoais e da
empresa.

OBS: Não possui personalidade jurídica e sua responsabilidade será


ilimitada.

 OBRIGAÇÕES DOS EMPRESÁRIOS :

Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de


Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.–
> Em primeiro lugar vemos que o empresário deverá registrar-se perante a
Junta Comercial. 

Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e


simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à
inscrição e aos efeitos daí decorrentes.–> observamos as 2 exceções, onde o
empresário rural e o pequeno empresário só precisarão se dirigir à RFB para
obter o CNPJ e exercer assim a atividade empresária. 

* Em segundo lugar, conforme art.1179 CC/02, o empresário deverá realizar


o levantamento de balanço patrimonial e de resultados, ou seja, ao final
de todo exercício fará o levantamento de seu balanço patrimonial na data
final do seu exercício fiscal, via de regra, 1º janeiro e 31 de dezembro, no
final do ano deverá demonstrar quais eram seus ativos e passivos e, por fim,
seu patrimônio líquido no seu exercício, já no levantamento do patrimônio
de resultados o empresário levantará quais as receitas obtidas e as despesas,
chegando ao seu lucro líquido.

 Em terceiro, fará a escrituração dos livros empresariais, ou seja, escrituração


contábil de como sua atividade está sendo exercida, essa escrituração
possui livros obrigatórios e facultativos, sendo:

Obrigatórios em comum – todo empresário deverá ter o livro diário,


conforme art.1180 CC/02, esse livro irá escriturar toda a atividade desenvolvida
pelo empresário, com as entradas e saídas do exercício financeiro do
empresário. Caso não o faça, não poderá utilizar este livro como meio de
prova, a falta de escrituração ou falta de autenticação do livro caracteriza o
crime falimentar.

Obrigatórios específicos – dependerão da área empresarial em que atuar, ex:


livros tributários, trabalhistas etc.

 JUNTA COMERCIAL – LEI DE REGISTRO DE EMPRESAS (LEI 8934/94):  é um


órgão de vinculação híbrida, haja vista que tem vínculo estadual e federal. A
junta comercial é vinculada à DREI, assim em matéria empresarial, esse
departamento pertence ao ministério da indústria e comércio, órgão federal,
sendo assim o Estado está também vinculado em matéria empresarial ao
âmbito federal.

Já no que tange à matéria administrativa e financeira, está vinculada ao Estado.


Essa questão será relevante no caso de necessidade em impetrar um MS em
face da autoridade administrativa da Junta Comercial, em sendo matéria
financeira, a competência será do governo do Estado. 

**A Junta Comercial do Estado exercerá, em regra, 4 atividades principais


(art.32 desta Lei): matrículas (matricular o leiloeiro, o tradutor juramentado,
os agentes auxiliares do empresário, como administradores dos armazéns
gerais etc), os arquivamentos (os atos de constituição, alteração e distrato do
contrato social deverão estar arquivados na junta) as autenticações e
a proteção ao nome empresarial. 

REGRA DA RETROABILIDADE***O ato de arquivamento retroagirá à data em


que ocorreu se o ato for levado a arquivamento dentro de 30 dias, ou seja, ato
assinado em 20/10/2015, alterando o contrato social, quando chega o dia
12/11/2015 (23 dias após a assinatura) a Junta Comercial deverá analisar o ato
em sua formalidade e não a essência deste. Deste modo, aparecerá no registro
que o ato ocorreu em 20/10/2015, retroagindo à data de sua assinatura.

No entanto, se for assinado em 20/10/2015 e só levado à Junta Comercial


em 10/12/2016, a alteração só produzirá efeitos a partir desta data, não
retroagindo, conforme art.36 da Lei 8934/94..

 Art. 36. Os documentos referidos no inciso II do art. 32 deverão ser


apresentados a arquivamento na junta, dentro de 30 (trinta) dias
contados de sua assinatura, a cuja data retroagirão os efeitos do
arquivamento; / fora desse prazo, o arquivamento só terá eficácia a partir
do despacho que o conceder.

 Quando um ato tiver um vício sanável no arquivamento, será aberto um prazo


de 30 dias, para que seja sanado, no caso de um ato insanável, a Junta irá
indeferir o pedido de arquivamento.   

Os livros deverão estar devidamente autenticados pela Junta do Estado,


não bastando escriturar. 

No art.33 da Lei 8934/94, há a atividade da proteção do nome


empresarial pela Junta Comercial do Estado, sendo somente no âmbito
estadual (o empresário poderá requerer a proteção em todo território
nacional), diferentemente de marca, registrada no INPI, órgão federal, que
assim concederá a proteção nacional.

CAPACIDADE EMPRESARIAL: 

Primeiramente, deverá ter capacidade civil (art.972 CC/02) e não estar


impedido por Lei (ex: juiz de direito etc) 

** Principais impedidos ao exercício da atividade empresária: 

Funcionários públicos da União, Estados e Municípios 

Militares que estejam na ativa (ex: membro da marinha, exército e


aeronáutica) 

Falido não reabilitado 

Estrangeiro sem residência no País 

Cônsul remunerado 

Médicos cujo impedimento será para industrialização e comercialização de


medicamentos 

No caso de um destes impedidos exercer, ao se inscrever na junta, o


impedido deverá dar uma declaração dizendo que não tem nenhum
impedimento.

Todos os atos que o impedido praticar como empresário, sem poder sê-lo,
serão considerados válidos, respondendo pela obrigação contraída.

 OBS: O impedido de ser empresário caso exerça tal atividade, responderá


pelas obrigações contraídas, conforme art.973 CC/02.

Observaremos as exceções à Capacidade Civil, conforme art.974 CC/02:  

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente


assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz,
por seus pais ou pelo autor de herança.–>
1º Exceção: menor emancipado, poderá exercer a atividade na condição de
empresário.

2º Exceção: menor absolutamente incapaz que recebe quotas por herança,


poderá continuar a atividade, desde que exista autorização judicial e
nomeação de tutor.

3º Exceção: Incapacidade Superveniente, ou seja, o sujeito tinha plena


capacidade, porém por uma doença, moléstia, acabou perdendo sua
capacidade, devendo haver uma autorização judicial e a nomeação de um
curador. 

O que ocorrerá se o tutor ou curador nomeados tiverem impedimentos


para ser empresário?

R: Deverão indicar um ou mais gerentes por este tutor ou curador, deste


modo, com autorização judicial tais gerentes exercerão as atividades.

PESSOA JURÍDICA – EIRELI e Sociedade Empresária 

EIRELI -> Criada em 2011, vigorando em 2012, conforme art.980 CC/02, Pessoa
Jurídica de Direito Privado, tendo um titular que será responsável por
integralizar (o capital tem que existir no momento da constituição da
sociedade, porém não é exigida comprovação) o capital, tendo que ter um
capital igual ou maior que 100x o salário-mínimo. 

Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do


empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes
de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.

DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA:

Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será


constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social,
devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o
maior salário-mínimo vigente no País.          

 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da


expressão “EIRELI” após a firma ou a denominação social da
empresa individual de responsabilidade limitada.         
 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de
responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma
única empresa dessa modalidade.       
 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também
poderá resultar da concentração das quotas de outra
modalidade societária num único sócio, independentemente
das razões que motivaram tal concentração.       
 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de
responsabilidade limitada constituída para a prestação de
serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da
cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome,
marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica,
vinculados à atividade profissional.          
 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade
limitada, no que couber, as regras previstas para as
sociedades limitadas. –> por isso o administrador da EIRELI, não
terá que ser necessariamente seu titular.

** O nome empresarial poderá ser a FIRMA ou DENOMINAÇÃO (nome


fantasia+atividade+EIRELI), sendo que em ambos os casos a expressão
EIRELI deverá estar inserida ao final.

A EIRELI poderá utilizar nome fantasia por ser PJ, diferentemente do


empresário individual. 

A EIRELI individual de Responsabilidade Limitada terá personalidade jurídica


e o seu titular responsabilidade limitada ao capital integralizado. 

O capital não poderá ser inferior à 100x o valor do salário-mínimo e deverá


estar integralizado no momento da constituição. 

Aplica-se na EIRELI as regras da Sociedade Limitada, naquilo que for possível.

 As regras de Sociedade Limitada em relação à deliberação de sócios,


assembléia etc, não se aplicam à EIRELI, justamente pelo fato de ser
constituída por um única pessoa.

ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL – Art.1.142 / 1.149 CC/02.

Compreende um complexo de bens corpóreos e incorpóreos que o


empresário organiza para o exercício de sua atividade empresarial. Esse
complexo de bens é considerado uma universalidade de fato, pois existe,
bem como uma universalidade de direito, pois poderá ser objeto unitário
de negócio jurídico. 
Ex: Padaria, que tem bens corpóreos geladeira, freezer, forno etc, bem como
bens incorpóreos, receitas do estabelecimento conhecidas, patente de
modelos, certificados, direitos sobre obra literária, software de computador
etc, estes elementos juntos compreendem o estabelecimento.

Ponto empresarial – compreende o espaço físico onde a atividade


empresarial será exercida, o local onde será exercida.

Esse ponto recebe proteção legal, conferida através do instituto da Ação


Renovatória de Aluguel (lei 8245/91, art.51 e seguintes) só caberá para
contratos comerciais de aluguéis, ou seja, o contrato de locação será
automaticamente, compulsoriamente renovado entre locador e locatário.

Este contrato de locação empresarial ou comercial fará jus ao locatário quando


preencher os 3 requisitos seguintes:

- contrato escrito ou determinado, este contrato ou a soma de todos os


contratos seja de pelo menos 5 anos e que esteja exercendo a mesma
atividade por 3 anos.

** O Locador poderá apresentar exceção de retomada de imóvel para uso


próprio. A Ação Renovatória deverá ser proposta em um interregno de 1
ano no máximo até 6 meses no mínimo do término do contrato, se for
proposta depois ocorrerá a Decadência.

 OBS1: contrato de locação em shopping centers caberá esta Ação Renovatória,


desde que preencha os requisitos supramencionados, não cabendo à
administradora do shopping center alegar a exceção de retomada para uso
próprio 

****Trespasse – compreende o contrato de venda e compra (adquirente e


alienante) do estabelecimento empresarial. Este contrato deverá ser
averbado à margem do registro do empresário na junta comercial (art.1144
CC/02).

O contrato deverá prever a manutenção de patrimônio do alienante podendo,


alternativamente, existir o pagamento antecipado de dívidas e a obtenção de
anuência junto aos credores.  

 As regras de Sucessão: o adquirente do estabelecimento será o responsável


pelo pagamento de todas as dívidas contabilizadas permanecendo o alienante
responsável de forma solidária pelo prazo de 1 ano (art.1.146 CC/02)
 Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens
organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade
empresária.

Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de


negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis
com a sua natureza.–> vemos a universalidade de fato e de direito. Ex: uma
padaria que poderá ser negociada por uma empresa com um terceiro, este
contrato será chamado de Trespasse Empresarial.

Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou


arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a
terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da
sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de
publicado na imprensa oficial.–-> O contrato de Trespasse Empresarial
deverá ser averbado à margem da inscrição do registro do empresário perante
a Junta Comercial do Estado.

Conforme já vimos, o arquivamento será importante para que produza efeitos


em face de todos.

Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu
passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do
pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo
expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.–> o
adquirente comprou o estabelecimento com obrigações vincendas, desta
maneira deverá o alienante permanecer com o patrimônio no mesmo valor
dessas obrigações vincendas ou o alienante poderá obter autorização dos
credores ou quitar essas obrigação com antecedência.

Caso o alienante não cumpra estas obrigações, estará praticando um ato de


falência, devido à inobservância dos requisitos corretos.

** Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento


dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente
contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado
pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da
publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.–> Esse prazo
iniciará dependendo de quando vencerá a dívida, pois quem comprou será
responsável por todas as dívidas vencidas, já o alienante, também será
responsável observando o prazo de 1 ano, contado a partir do Trespasse
Empresarial quanto às dívidas vencidas e da data de vencimento das
vincendas.  
A cláusula de restabelecimento estipulará normas de concorrência para
as partes, porém se as partes não estabelecerem nada, durante 5 anos o
alienante estará proibido de fazer concorrência ao adquirente.

OBS: O art. 1.147 do CC 2002 permite o afastamento da cláusula de


não restabelecimento pela vontade das partes, desde que expressa no contrato de
trespasse. O restabelecimento do alienante em concorrência com o adquirente
somente é possível se o contrato de trespasse apresentar cláusula de autorização
expressa

 Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do


estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco
anos subseqüentes à transferência.

Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do


estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o
prazo do contrato.

Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-


rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do
estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros
rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da
transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a
responsabilidade do alienante.

Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento


transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde
o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará
exonerado se de boa-fé pagar ao cedente.

SOCIEDADES: 

O contrato de constituição de uma sociedade é considerado um contrato


plurilateral pois gera direitos para sócios entre si e para a sociedade,
gerando efeitos sobre toda coletividade. 

Conforme art.981 CC/02. 

Existem sociedades personificadas (detém personalidade jurídica) e não-


personificadas. 

Personificadas : Tem titularidade negocial (contratar e ser contratada),


processual (figurar no polo ativo e passivo de demandas) e patrimonial
(patrimônio distinto dos seus sócios). Subdivididas em Simples e
Empresária:

SOCIEDADES SIMPLES

Sociedade Simples ->  A lei diz que o registro deverá ser realizado no
cartório de registro civil de pessoas jurídicas.

OBS: não é na junta comercial!!

- não na Junta Comercial do Estado, tendo a faculdade de adotar um tipo


societário

- a cooperativa será sempre uma sociedade simples, no entanto, a lei das


cooperativas determina que o registro desta, por Lei Especial, será
realizada na Junta Comercial do Estado),

- já no caso do advogado, o registro será realizado na seccional da OAB,


conforme EOAB. (art.997 à 1038 CC/02).

É aquela que explora atividade que a Lei não considera atividade empresarial,
sendo as atividades de natureza intelectual, científica, artística ou literária,
conforme art.966, parágrafo único CC/02.  

Art.966, Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce


profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda
com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da
profissão constituir elemento de empresa. 

OBS: A sociedade simples deverá ter o seu contrato social arquivado no


cartório de registro civil das pessoas jurídicas, conforme art.998 CC/02.

 OBS: A sociedade simples de advogados deverá ter registro na seccional da


OAB. 

OBS: A sociedade simples poderá (faculdade) adotar um tipo societário,


porém se não o fizer não haverá prejuízo, sendo assim uma faculdade esta
adoção.   

** Quanto à responsabilidade, na Sociedade Simples Pura (não adota tipo


societário), exemplificando, o capital da sociedade de R$ 1.000.000,00, tendo 3
sócios, contribuindo da seguinte maneira: A (500.000,00), B (300.000,00) e C
(200.000,00), desta forma a responsabilidade será proporcional, ou seja,
havendo uma dívida, A responderá por metade da dívida, B responderá
por 30% e C por 20%.
Cabe neste tipo de sociedade a contribuição mediante a prestação de
serviços para compor o capital social, o que é vedado em sociedade
limitada, ações, anônima. 

Quórum Deliberativo na Sociedade Simples

Qualquer matéria que exija a alteração do contrato social na sociedade


simples, precisará de um quórum unânime para aprovar tal medida, já para
outras alterações precisará do quórum de 50% +1 para aprovação,
conforme art.999 CC/02. 

Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto


matéria indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os
sócios; as demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o
contrato não determinar a necessidade de deliberação unânime.

Parágrafo único. Qualquer modificação do contrato social será averbada,


cumprindo-se as formalidades previstas no artigo antecedente.

 Subsidiaria

A sociedade simples acaba sendo uma fonte subsidiária para todos os


outros tipos societários.

 SOCIEDADES EMPRESARIA

Sociedade Empresária -> É a PJ que explora a atividade empresarial, o seu


contrato social deverá ser arquivado, registrado na Junta Comercial do
Estado, devendo obrigatoriamente estabelecer qual tipo societário será
adotado. 

Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos


regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se
de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às
normas que lhe são próprias.

Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade


em conta de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis
especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a
constituição da sociedade segundo determinado tipo.

Não-Personificadas:  Não possuem personalidade jurídica.


Sociedade em Comum -> Também chamada de Sociedade de Fato, pois
não possui registro do seu ato constitutivo no órgão competente, existindo
assim de fato e não de direito, vemos que há uma irregularidade.

Previsão legal conforme art.987 CC/02, a sociedade só poderá utilizar a seu


favor as provas escritas, porém contra esta valerá qualquer meio probatório.
Tanto o patrimônio ativo como passivo será comum a essa sociedade. 

Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por


escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem
prová-la de qualquer modo.–> vemos que o legislador prevê as
consequências em adotar este tipo societário.

Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual


os sócios são titulares em comum. –> patrimônio comum aos sócios.

Quanto à responsabilidade..

Na sociedade em comum os sócios terão responsabilidade solidária e


ilimitada, sendo que o administrador terá responsabilidade direta enquanto o
investidor terá responsabilidade subsidiária.

Administrador: Responsabilidade direta

Investidor: Responsabilidade subsidiaria 

Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas


obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024,
aquele que contratou pela sociedade.-->

A responsabilidade dos sócios será ilimitada e, consequentemente, solidária,


excluindo-se o benefício de ordem àquele que contratou pela sociedade, ou
seja, não aplica-se ao sócio-administrador que terá responsabilidade
direta, enquanto o sócio-investidor terá responsabilidade subsidiária. 

Ex: Sociedade entre Carlos (investidor) e Márcio (administrador), assim Carlos


será investidor, porém não administrador, que no caso será Márcio, sócio e
administrador. Desta forma, ambos tem responsabilidade ilimitada e solidária,
entretanto, no caso de uma contratação, com prova documental,
demonstrando que Carlos não contratou outro, sua responsabilidade será
subsidiária, já no caso do administrador (Márcio) terá responsabilidade direta.

 O pacto limitativo cria Lei entre os sócios que adotam, assinam e


produzirá efeitos a terceiros se este souber da existência do pacto, só
valendo se este terceiro souber deste, ou se já estiver averbado junto aos
atos societários. 

Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por
qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que
somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva
conhecer. –-> se o terceiro não sabia, não haverá aplicação deste pacto
limitativo de responsabilidade. 

SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO

Sociedade em Conta de Participação (arts.991 à 996 CC/02) -> Trata-se de


sociedade que não possui personalidade jurídica, caracterizada pela união
entre um sócio ostensivo e outro denominado participante ou sócio oculto.

O ostensivo deverá exercer as atividades em seu próprio nome e sob sua


exclusiva responsabilidade, enquanto o Oculto terá direitos e obrigações nos
termos de contrato social existente e válido somente entre este o sócio
ostensivo. 

Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva


do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome
individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os
demais dos resultados correspondentes. 

Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio


ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos
termos do contrato social. 

OBS: Ainda que o contrato seja registrado, esta sociedade não terá


personalidade jurídica, pois será por essência uma sociedade não-
personificada.

 Ex: O Ostensivo (Juventus da Moca) e Oculto (Corinthians) celebram um


contrato, onde o sócio ostensivo é que terá de cumprir com suas obrigações,
permanecendo o sócio oculto fora desta relação.

* No caso do sócio oculto dar causa, será responsabilizado pelo ostensivo,


entretanto através de uma ação de regresso, não podendo o sócio ostensivo
utilizar-se da modalidade de intervenção de terceiros (chamamento ao
processo). 

No caso do sócio ostensivo contratar um novo sócio oculto, precisará da


anuência do oculto que já está na sociedade, bem como se o sócio oculto o
fizer. 
* Havendo a falência do sócio ostensivo, a sociedade deixará de existir,
devendo ser dissolvida, já no caso da falência do sócio oculto, o administrador
judicial verificará a possibilidade de cumprimento ou a rescisão do contrato,
ficando a critério do administrador judicial essa análise. 

A resolução de conflitos entre os sócios, via de regra é feita pelo procedimento


de dissolução de sociedade, no entanto, neste tipo societário, conforme art.996
CC/02, deverá ser resolvido pela Ação de Prestação de Contas. 

Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação,


subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para a
sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à
prestação de contas, na forma da lei processual.

Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as respectivas


contas serão prestadas e julgadas no mesmo processo.

Sociedade em Nome Coletivo 

Os sócios serão pessoas físicas, sendo os responsáveis pela administração


desta sociedade, todos terão uma responsabilidade ilimitada pelas obrigações

Sociedade em Comandita Simples

Haverão 2 sócios: sócio-comanditado (responsável pela administração da


sociedade, tem responsabilidade ilimitada) e sócio-comanditário (tem
responsabilidade limitada ao valor das suas quotas, será apenas
investidor, porém ao praticar atos de gestão passará a ter
responsabilidade ilimitada pelas obrigações)

Sociedade em Comandita por Ações (arts. 1090 à 1092)

Tendo 2 sócios, podendo ser pessoa física ou jurídica: acionista-


diretor(responsável pela gestão, responsabilidade ilimitada) e acionista-comum
(apenas investidor, responsabilidade limitada ao valor das suas ações, ao valor
da sua participação)

SOCIEDADE LIMITADA – Arts. 1052 à 1087 CC/02:


É o tipo societário mais utilizado pelo empresário brasileiro, todos os sócios
terão responsabilidade limitada ao valor das quotas que efetivamente
tiverem, ou seja, limitada ao que contribuíram para formação do capital,
entretanto tem responsabilidade solidária pela integralização do
capital, veremos a seguir a responsabilidade..

 **Quanto à responsabilidade: Neste tipo societário, os sócios terão


responsabilidade subsidiária, ou seja, somente após o exaurimento do
patrimônio da sociedade será atingido seu patrimônio, os sócios tem
responsabilidade limitada ao valor do seu capital, das quotas e no que tange à
solidariedade haverá uma responsabilidade não-solidária quando o capital
estiver integralizado, no entanto, se restarem parcelas para integralização,
a quantia restante será de responsabilidade solidária de todos.

 Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é


restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente
pela integralização do capital social.

Ex: Luiz irá subscrever em 180 dias, os demais sócios, bruna e carlos já


subscreveram, deste modo, todos serão responsáveis solidariamente por esta
integralização de Luiz. 

Aplicação supletiva de Regras..

Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo,


pelas normas da sociedade simples. –> como regra, será pelas normas da
sociedade simples

Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da


sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima. –> poderão ser
aplicadas das S/A se o contrato prever, caso contrário permaneceremos na
regra.

 CESSÃO DE COTAS

****Quanto à Cessão de Quotas (art.1057 CC/02): Aplica-se na sociedade


limitada a cessão de quotas entre sócios de forma livre,

- já a cessão de quotas para terceiros será livre, desde que não ocorra
oposição daquele sócio que detenha pelo menos 1/4 (25%) do capital da
sociedade ou no caso do contrato social permitir a cláusula de
preferência, podendo assim ser exercido por qualquer um dos sócios.

 Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos
outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um
quarto do capital social.

Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros,


inclusive para os fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da
averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios anuentes.

 Assembléia de Sócios: Ao menos 1 vez por ano, os sócios de uma limitada


deverão ser reunir, obrigatoriamente, para deliberar sobre qualquer assunto
de interesse da sociedade, conforme art.1074 CC/02. Para ser convocada
deverão realizar a inclusão de 3 anúncios na imprensa oficial e 3 anúncios em
jornal de grande circulação, somente para convocação desta Assembléia
(art.1152, parágrafo 3º)

Art. 1.152. Cabe ao órgão incumbido do registro verificar a regularidade


das publicações determinadas em lei, de acordo com o disposto nos
parágrafos deste artigo.

 3o O anúncio de convocação da assembléia de sócios será


publicado por três vezes, ao menos, devendo mediar, entre a
data da primeira inserção e a da realização da assembléia, o
prazo mínimo de oito dias, para a primeira convocação, e de
cinco dias, para as posteriores.

Como este conclave será muito oneroso, algumas exceções estão previstas na
Lei, conforme art.1072 CC/02, permitindo que seja dispensada a convocação
ou substituída nas seguintes hipóteses:

 Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no art. 1.010,


serão tomadas em reunião ou em assembléia, conforme previsto no
contrato social, devendo ser convocadas pelos administradores nos casos
previstos em lei ou no contrato.

 1o A deliberação em assembléia será obrigatória se o número


dos sócios for superior a dez.–> A assembléia de sócios poderá
ser substituída por uma reunião se o contrato social prever e
desde que a sociedade tenha um número inferior à 10 sócios.
 2o Dispensam-se as formalidades de convocação previstas no
§ 3o do art. 1.152, quando todos os sócios comparecerem ou se
declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem
do dia. –> será estando todos os sócios presentes ou declararem
cientes da Assembléia.
 3o A reunião ou a assembléia tornam-se dispensáveis quando
todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que
seria objeto delas. –> poderão substituir a Assembléia, no caso de
todos deliberarem por escrito sobre o objeto desta.
 4o No caso do inciso VIII do artigo antecedente, os
administradores, se houver urgência e com autorização de
titulares de mais da metade do capital social, podem requerer
concordata preventiva.
 5o As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o
contrato vinculam todos os sócios, ainda que ausentes ou
dissidentes.
 6o Aplica-se às reuniões dos sócios, nos casos omissos no
contrato, o disposto na presente Seção sobre a assembléia.

ADMINISTRADOR:

Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas


designadas no contrato social ou em ato separado.–> ou seja, sócios ou
não, residentes no país e eleitas pelo contrato social ou por ato separado.

Parágrafo único. A administração atribuída no contrato a todos os sócios


não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa
qualidade.

 Responsabilidade civil: Os administradores que durante a gestão causarem


prejuízos serão civilmente responsabilizados, nas hipóteses dos arts. 1009,
1013, parágrafo 2º, 1016 e 1017 CC/02.

 DISSOLUÇÃO PARCIAL :

Hipóteses em que há a resolução da sociedade em relação ao sócio


(ex: quando um dos sócios vem a falecer, sendo realizado um balanço,
conforme art.1031 CC/02)

 1º Hipótese: Morte (arts.1028 até 1030 CC/02)

OBS: O montante referente a quota do sócio será apurado em balanço


levantado para esta finalidade (art.1031 CC/02)

2º Hipótese: Exercício do direito de retirada


3º Hipótese: Exclusão

DISSOLUÇÃO TOTAL : Hipóteses:

1º: término do prazo de duração,

2º: consenso ou deliberação dos sócios,

3º: falta de pluralidade por mais de 180 dias,

4º: extinção de autorização para funcionar,

5º: falência,

6º: exaurimento do objeto (encerra o objeto da sociedade, ex: construção


de um prédio), inexequibilidade do objeto (quebra do affectio societatis)

SOCIEDADE POR AÇÕES OU ANÔNIMA – LEI 6404/76:

A sociedade anônima na atualidade representa uma ficção jurídica, pois


quando da criação da S/A, tendo como precursora a CIA das Índias Ocidentais,
onde cada comerciante holândes contribuiu para formação do capital, onde os
lucros seriam distribuídos de acordo com a sua contribuição pelo capital. A
responsabilidade deles não era demonstrada, justamente devido ao
anônimato, algo que não existe mais (título ao portador ou endosso em
branco, não escriturando o nome do acionista nas ações, o que não se admite
mais)

 Sempre que adotado este tipo, haverá uma sociedade empresária. O


mercado de capitais compreende espaço na atualidade virtual onde
sociedades anônimas de capital aberto buscam investidores.

Os títulos logo após a emissão serão negociados no mercado primário,


explorado por bancos de investimento e corretoras de valores imobiliários, já
no mercado secundário, explorado pela bolsa de valores, os títulos serão
objeto de renegociações. 

Capital aberto – autorização da CVM (autarquia federal) para negociar


títulos no mercado de capitais, sendo fiscalizadas pela CVM, tendo
inclusive poder para punir (sanções administrativas, o ilícito penal será oficiado
à autoridade policial, já no caso de ilícito civil, a própria CVM poderá punir e
impedir o agente de atuar no mercado de capitais por até 20 anos, como
exemplo). 

– Mercado PRIMÁRIO (de Balcão) – os títulos são inseridos para


negociação pela 1º vez, exemplo: bancos e corretoras de investimento.
Quando as cias emitem o título, ele será direcionado a este mercado, para só
depois ser remetido ao mercado secundário.

 – Mercado SECUNDÁRIO (de Bolsa) – os títulos serão


renegociados, ex: bolsa de valores.

 Capital Fechado – só poderá negociar e buscar investimentos fora do mercado


de capitais. 

O capital da S/A é dividida em ações, debêntures (títulos de investimento)

 ****AÇÕES

 Divididas por: 

Espécie – Ordinárias e Preferenciais.

Ordinárias -> são ações comuns e obrigatórias, dando participação nos


resultados e direito a voto.

Preferenciais -> são ações especiais e facultativas até 50%, havendo


vantagens, como exemplo art.17 deste diploma legal, onde o acionista
receberá prioritariamente os lucros, porém poderá ter restrições,
conforme art.111, restringindo o direito de voto.

Deste modo, nunca haverão mais ações preferenciais do que Ordinárias.  

 Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais


algum ou alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o
de voto, ou conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 109.

 Forma – Nominativas Registráveis (o nome do acionista estará em um livro)


e Nominativas Escriturais (o nome do acionista estará em um registro
eletrônico).

São nominativas pois antigamente haviam ações ao portador, ou seja, não era
identificado um acionista, bem como quando uma ação era endossada em
branco, funcionando como ao portador, deste modo, o anonimato no Brasil
deixou de existir.
****ÓRGÃOS SOCIETÁRIOS****

São eles: a Assembléia Geral, o Conselho de Administração, a Diretoria e o


Conselho Fiscal. 

O Conselho de Administração é o único dentre estes de formação facultativa,


excetuando-se e sendo obrigatório em 3 casos:

1º – sociedade anônima de capital aberto;

2º – sociedade de economia mista;

3º – sociedade de capital autorizado -> o Conselho de Administração da


Petrobrás substitui a Assembléia Geral, haja vista que, como exemplo, a
Petrobrás , onde o presidente era indicado pelo Pres. da República, 

Ex: a Petrobrás. 

Atribuições dos Órgãos: 

Assembléia Geral Ordinária (AGO) Art.132 Lei 6404/76 -> Deverá ser realizada
obrigatoriamente todo ano, deliberando sobre os seguintes assuntos que
só ela poderá fazer: 

1º- Aprovação das contas dos administradores, 

2º- Destinação dos lucros, 

3º- Aprovação do balanço patrimonial e de resultados,

4º- Eleição, se for o caso, de administradores e conselheiros.

 OBS: Igual a Conselho de Gestão

Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao


término do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para:

I – tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as


demonstrações financeiras;

II – deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a


distribuição de dividendos;

III – eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando


for o caso;--> no caso de término do mandato.
IV – aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo
167).

 Através do chamado “Acordo de Acionistas” os acionistas poderão


estabelecer regras sobre o direito de voto, prevendo que um acionista
votará por outros, bem como sobre a venda de ações (tratando das ordinárias
e estabelecendo a utilização das preferenciais), com previsão no art.118 Lei
6404/76.

 OBS: O acionista poderá ser representado na Assembléia Geral por outro


acionista, pelo diretor da cia e pelo advogado do acionista, desde que haja uma
procuração outorgada a menos de 1 ano. 

Art. 118. Os acordos de acionistas, sobre a compra e venda de suas ações,


preferência para adquiri-las, exercício do direito a voto, ou do poder de
controle deverão ser observados pela companhia quando arquivados na
sua sede.

 1º As obrigações ou ônus decorrentes desses acordos somente


serão oponíveis a terceiros, depois de averbados nos livros de
registro e nos certificados das ações, se emitidos.
 2° Esses acordos não poderão ser invocados para eximir o
acionista de responsabilidade no exercício do direito de voto
(artigo 115) ou do poder de controle (artigos 116 e 117).
 3º Nas condições previstas no acordo, os acionistas podem
promover a execução específica das obrigações assumidas.
 4º As ações averbadas nos termos deste artigo não poderão
ser negociadas em bolsa ou no mercado de balcão.
 5º No relatório anual, os órgãos da administração da
companhia aberta informarão à assembléia-geral as
disposições sobre política de reinvestimento de lucros e
distribuição de dividendos, constantes de acordos de
acionistas arquivados na companhia.
 6o O acordo de acionistas cujo prazo for fixado em função de
termo ou condição resolutiva somente pode ser denunciado
segundo suas estipulações. (Incluído pela Lei nº 10.303, de
2001)
 7o O mandato outorgado nos termos de acordo de acionistas
para proferir, em assembléia-geral ou especial, voto contra ou
a favor de determinada deliberação, poderá prever prazo
superior ao constante do § 1o do art. 126 desta Lei.(Incluído
pela Lei nº 10.303, de 2001)
 8o O presidente da assembléia ou do órgão colegiado de
deliberação da companhia não computará o voto proferido
com infração de acordo de acionistas devidamente arquivado.
(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
 9o O não comparecimento à assembléia ou às reuniões dos
órgãos de administração da companhia, bem como as
abstenções de voto de qualquer parte de acordo de acionistas
ou de membros do conselho de administração eleitos nos
termos de acordo de acionistas, assegura à parte prejudicada
o direito de votar com as ações pertencentes ao acionista
ausente ou omisso e, no caso de membro do conselho de
administração, pelo conselheiro eleito com os votos da parte
prejudicada.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
 10. Os acionistas vinculados a acordo de acionistas deverão
indicar, no ato de arquivamento, representante para
comunicar-se com a companhia, para prestar ou receber
informações, quando solicitadas.(Incluído pela Lei nº 10.303,
de 2001)
 11. A companhia poderá solicitar aos membros do acordo
esclarecimento sobre suas cláusulas.(Incluído pela Lei nº
10.303, de 2001)

Assembléia Geral Extraordinária (AGE) -> Poderá deliberar sobre qualquer


assunto e ser realizada a qualquer tempo, só não poderá sobre os
assuntos de competência da ago.

Conselho de Administração -> órgão responsável pela administração, órgão


deliberativo sobre atos e contratos da cia, eleger e destituir diretores,
estabelecer as diretrizes da administração da empresa. Os membros
deverão agir com diligência, lealdade e com dever de informação, além disso
não precisarão residir no País e nem mesmo pertencer à sociedade.

 Diretoria -> órgão de gestão da empresa, os membros deverão agir com


diligência, lealdade e com dever de informação (arts.153, 155 e 157 lei
6404/76), devendo residir no País mas não precisarão ser da sociedade.

 OBS: Os membros do Conselho de Administração e Diretoria serão eleitos


para mandatos de 3 anos. 
Conselho Fiscal -> órgão de existência obrigatória, será o órgão que
identificará as fraudes ou irregularidades da administração da empresa e
muitas vezes as denunciará. Sua fiscalização será facultativa, não
necessariamente terá uma atribuição, conferida na própria Assembléia.

 OBS: Os membros do Conselho Fiscal serão eleitos para mandato anual,


composto por no mínimo 3 e no máximo 5 membros, todos remunerados,
sendo que 1 membro será obrigatoriamente pelos acionistas minoritários e 1
outro membro pelos acionistas sem direito a voto, permitindo que todos
participem da fiscalização da administração.   

****TÍTULOS DE CRÉDITO

 Conceito: São documentos necessários ao exercício do Direito Literal e


Autônomo neles contidos. Documento que serve para circular crédito,
servindo para substituir a moeda na circulação.   

Vemos neste conceito supramencionado alguns princípios, como:

 *Princípio da Cartularidade – os títulos deverão estar previstos em um


documento, pressupõe a existência de um documento por parte do credor,
indo até além, pois exigirá a posse deste documento pelo credor.

 *Princípio da Literalidade –  os títulos só valerão nos termos em que


estiverem redigidos, prevalecendo unicamente o que está escrito. 

*Princípio da Autonomia – os títulos estão desvinculados da obrigação,


havendo a autonomia sob aspecto da Abstração, já citado e Inoponibilidade
à terceiros de boa-fé.

ATOS CAMBIÁRIOS: 

Aceite – ato existente somente nos títulos de crédito ordem de pagamento, o


sacado recebe a ordem para pagar, o sacado aceita o pagamento à ordem e se
vincula ao título nos termos em que foi redigido. Existente na letra de câmbio
(facultativo) e duplicata (título causal, oriundo de uma prestação de serviços ou
compra e venda, efetivamente acaba sendo obrigatório), não existe no cheque,
por ser uma ordem de pagamento condicional.

Na Lei de Duplicatas, no art.8º (compra e venda) e 21 (prestação de serviços)


temos as hipóteses de recusa do Aceite. Na duplicata o Emissor e o tomador
serão a mesma pessoa, já o Sacado será o comprador da mercadoria
 Art . 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo
de:

I – avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou


não entregues por sua conta e risco;

II – vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das


mercadorias, devidamente comprovados;

III – divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

 Art . 21. O sacado poderá deixar de aceitar a duplicata de prestação de


serviços por motivo de:

I – não correspondência com os serviços efetivamente contratados;

II – vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente


comprovados;

III – divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

Nota Promissória (Decreto 57.663/66): 

Não admite-se o ato cambiário do Aceite, haja vista que a Nota Promissória é
uma promessa de pagamento. 

Endosso – ato cambiário existente em todos títulos de crédito, ato de


transferência do título onde endossante transfere título nominativo à
ordem ao Endossatário, vinculando-se ao pagamento do título na
qualidade de coobrigado, devedor indireto.

Ex: Paulo (Sacador) emite um título a Bruna, promessa de pagamento


(beneficiária), esta veio a endossar o título para Tamara, sendo assim Bruna
virou coobrigada do título, vinculando-se ao pagamento da obrigação junto ao
Paulo.

O Endosso possui 2 modalidades, esse tipo supracitado é chamado de Endosso


em Preto, pois o endossante indicou o endossatário, assim o título só poderá
ser transferido mediante novo Endosso.
O Endosso em branco funcionará como um endosso ao portador, sem
indicação do endossatário, assim o título poderá ser transferido mediante
mera tradição, sem necessidade de novo endosso. 

OBS: É nulo o endosso parcial, devendo ocorrer na modalidade total.

MODALIDADES IMPRÓPRIAS DE ENDOSSO:

 Endosso-Mandato -> quando o endossante transfere os direitos emergentes


sobre o crédito, o endossante não transfere o crédito, mas sim, os direitos
deste. Ex: bruna faz um endoso-mandato à Tamara, assim Tamara poderá
representar Bruna nos direitos que tangem àquele crédito do título. 

Endosso-Caução -> Neste caso, há a transferência do título como forma de


garantia, ex: Bruna transfere por Endosso-caução à Tamara, como forma de
garantia, não há a transferência dos direitos de crédito do título.   

AVAL – Ato cambiário onde o avalista garante a obrigação assumida pelo


avalizado, não existe fiança em título de crédito.

 O aval compreende obrigação autônoma, sendo certo que o avalista poderá


ser cobrado diretamente pelo credor, sem necessidade de cobrança do
avalizado.

**Diferencia-se da fiança, que é uma obrigação acessória existente nos


contratos civis, tendo um responsabilidade subsidiária, já o avalista tem uma
obrigação autônoma e tem uma obrigação principal.

PROTESTO (Lei 9492/97) -> Ato formal e solene que comprova o


descumprimento de uma obrigação cambiária, a forma mais comum é a
do protesto por falta de pagamento, sendo condição para cobrança dos
co-obrigados, co-devedores do título de crédito, perdendo o prazo para
protesto, perderá o direito de execução em face destes.

 OBS: O prazo para o protesto da letra de câmbio e nota promissória será de 2


dias úteis, contados a partir do vencimento do título. 

O cheque, a duplicata e a nota promissória são títulos executivos extrajudiciais,


ou seja, em caso de não pagamento o credor poderá promover a Execução do
título.   
PRESCRIÇÃO ; Prazo de 3 anos para devedor principal e avalistas (a partir do
vencimento) e 1 ano para co-obrigados e avalistas (a partir do protesto do
título).

DUPLICATA (LEI 5474/68);

Conceito: Compreende uma ordem de pagamento dada pelo emissor do título


(Sacador) existente em virtude de fatura ou nota fiscal fatura, provenientes de
uma compra e venda ou de uma prestação de serviços.

Na duplicata, o sacador e tomador são a mesma pessoa. 

É um título de natureza causal, ou seja, proveniente de uma compra e venda


ou prestação de serviços.

Emitir duplicata sem lastro é crime (previsão no CP), ou seja, a fatura ou nota
fiscal deverá demonstrar a prestação de serviços ou uma compra e venda.

* O prazo para protesto de uma duplicata será de 30 dias corridos.

O aceite na duplicata poderá ser presumido em virtude da entrega da


mercadoria ou prestação de serviço.

O sacado pode recusar o aceite nas hipóteses em que a Lei autorizar, vide arts.
8º e 21 da Lei 5474/68.

EXECUÇÃO DA DUPLICATA:

Execução de duplicata Aceita – A duplicata aceita poderá ser objeto de


execução, independente de protesto, Art.15, I Lei 5474/68

Execução de duplicata não-aceita – A duplicata não aceita poderá ser objeto de
execução desde que protestada e acompanhada de documento que
demonstre a entrega da mercadoria ou a prestação do serviço.

 
CHEQUE – Lei 7357/85;

Ordem de pagamento à vista, porém conforme Súmula 370 STF, o cheque


poderá ser emitido com uma data futura, entretanto se não for respeitada essa
data, o credor responderá por dano moral, haja vista que descumpriu uma
regra, um pacto contratual.

Cabe ressaltar que a Prescrição do cheque se dará no prazo de 6 meses,


contados a partir da expiração da data de apresentação, dependendo da
praça, pois se for da mesma praça (MUNICÍPIO) será no prazo de 30 dias, em
sendo outra praça o prazo será de 60 dias.

Ex: título emitido 18/03/2017, expira em 30 dias -> 17/04/2017, prescrevendo


em 17/10/2017

Ex2: título emitido 18/03/2017, expirando em 60 dias -> 17/05/2017,


prescrevendo em 17/11/2017.

RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA – LEI 11.101/05:

A recuperação compreende modalidades de superação da crise pelo


empresário, institutos que procuram proporcionar ao empresário superar a
crise econômica-financeira, buscando fazê-lo cumprir sua função social.

Já na falência, teremos uma execução coletiva do patrimônio do falido,


impossibilitado de cumprir suas obrigações e por isso teremos o administrador
judicial, que irá vender os bens e realizar o pagamento de todos os credores.

A lei 11.101/05 NÃO será aplicada para sociedade simples e pessoas físicas. As
empresas públicas e as sociedades de economia mista jamais irão falir, pois
significaria a falência do Estado (há um PL que permitirá aos Estados uma
renegociação das dívidas de forma legal, legislativa).

Art. 2o Esta Lei não se aplica a: (rol dos excluídos)


I – empresa pública e sociedade de economia mista;–> há uma exclusão
absoluta.

II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito,


consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora
de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.-
> os Bancos, as operadoras de planos de saúde, as seguradoras, os consórcios
(não possuem personalidade jurídica e, por isso, não poderá falir mas seus
integrantes poderão requerer a recuperação/falência), para estes há
uma exclusão relativa, ou seja, pode ocorrer em um primeiro momento a
inaplicabilidade a estes entes, porém, posteriormente poderemos ter a
aplicabilidade desta Lei. Como exemplo, a falência do Banco SANTOS, que
começou a liquidação pelo BACEN e terminou em um processo falimentar na
2º vara falimentar de SP, deste modo, haverá uma lei regulando a liquidação
extrajudicial destes entes e somente, posteriormente, terá a sua
falência/recuperação aceita.

RECUPERAÇÃO JUDICIAL:

O processo de Recuperação Judicial deverá ser instruído pelo devedor com os


docs previstos no art.51 da Lei 11.101/05, tendo em vista que prevalece a
observância ao Princípio da Transparência.

O empresário está em crise e por isso irá pleitear, solicitar a recuperação


judicial, devendo preencher os requisitos do art.48 e 51 desta Lei.

Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento


do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e
que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente:

I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença


transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;

II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação


judicial;
III – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação
judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;

IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio


controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta
Lei.

 ** O despacho do juiz (art.52 Lei 11.101/05) irá autorizar o processamento da


Recuperação Judicial e determinará os seguintes elementos:

1º Nomeação do administrador judicial; -> responsável pela fiscalização do


devedor, enviando relatórios mensais.

2º Suspensão das ações e execuções pelo prazo de 180 dias; -> para que o
devedor possa ter tranquilidade frente a sua superação econômica-financeira,
caberá a prorrogação por mais 180 dias, desde que o empresário em crise
esteja colaborando para sua Recuperação.

3º Ordem para o devedor prestar contas mensais;

4º Intimação do MP e Fazendas Publicas

5º Ordem para publicação de edital contendo a convocação dos credores para


habilitações e divergências.

O administrador judicial terá direito a uma remuneração, sendo esta devida


pela empresa em Recuperação (até 5%), já na falência será paga pela massa
falida.

Para micro e pequenas empresas (recuperação judicial especial) no máximos


2,5% serão pagos ao administrador.

Após a publicação do despacho do Juiz no D.O., o plano de recuperação


judicial deverá ser apresentado pelo devedor, no prazo improrrogável de 60
dias. Este plano deverá observar as ressalvas nos arts.53 e 54.

Tratando-se de dívidas trabalhistas, estas deverão em 1 ano ser pagas e em 30


dias, será realizado o pagamento de, no máximo, 5 salários-mínimo em atraso
após mais de 3 meses.
 Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo
no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão
que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de
convolação em falência, e deverá conter:--> a não apresentação do plano de
recuperação judicial dentro deste prazo, implicará na convolação da
recuperação judicial em falência.

I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser


empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo;

II – demonstração de sua viabilidade econômica; e

III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do


devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa
especializada.

Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso


aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o
prazo para a manifestação de eventuais objeções, observado o art. 55
desta Lei.

Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior
a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do
trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do
pedido de recuperação judicial.

Parágrafo único. O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30


(trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos
por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos
nos 3 (três) meses anteriores ao pedido de recuperação judicial.

 Logo após a apresentação do plano, será aberto um prazo de 30 dias para


manifestação dos credores sobre este.

* Havendo discordância será realizada uma Assembléia de Credores, se nesta


for rejeitado, haverá a Convolação em Falência, ou seja, quebra da empresa.

 No caso da Assembléia de Credores aprovar o plano, teremos a homologação


judicial do plano de recuperação judicial, deste modo, passará este plano a ter
uma qualidade de título executivo judicial, devendo o juiz oficiar à Junta sobre
a situação da empresa.

 
** Da decisão que homologou o plano de recuperação judicial caberá o
recurso de Agravo de Instrumento, porque a decisão que homologa a
recuperação judicial não é uma decisão terminativa, tendo em vista que nos 2
anos subsequentes a essa homologação o Empresário será fiscalizado pelo
Administrador Judicial que irá fiscalizá-lo, só cessando este processo ao
término deste lapso temporal, encerrando o processo, pois a Recuperação
Judicial não durará mais de 2 anos.

 *No período de 2 anos após a homologação do Plano de Recuperação Judicial,


se o empresário descumprir este, ocorrerá a convolação em falência. 

Assim, podemos evidenciar que haverá a Convolação em Falência do Plano de


Recuperação Judicial, ou seja, transformação da recuperação judicial em
quebra, nas seguintes hipóteses: 

1º – Plano não apresentado;

2º- Plano apresentado e rejeitado na Assembléia de Credores;

3º- Plano aprovado e nos 2 anos subsequentes o empresário não cumpri-lo.  

 Após 2 anos, os credores terão 2 opções: 1º poderão executar o título


executivo judicial e 2º poderão realizar o pedido de falência do empresário,
informando o descumprimento e requerendo a falência em outro processo.

 FALÊNCIA  : Tem por objetivo retirar o empresário da administração de seu


patrimônio e utilizar esse patrimônio como objeto de alienação para satisfação
dos credores. 

O próprio empresário poderá requerer a auto-falência, entretanto, na maioria


das vezes ocorre em virtude de pedido dos credores. 

O motivo para o pedido de falência dos credores é chamado de insolvência


jurídica, conforme art.94 Lei 11.101/05: 

Processo dividido em 3 fases:

 FASE PRÉ-FALIMENTAR

FASE FALIMENTAR (arrecadação de bens, formação do quadro de credores e


pagamento destes) 

FASE PÓS-FALIMENTAR (fase de reabilitação do falido) 


Haverá reabilitação quando os bens arrecadados forem suficientes para o
pagamento de todos os credores, todos os credores + metade do quirografário
ou quando tiver o decurso de 5 anos desde a sentença de encerramento sem
crime falimentar ou decurso de 10 anos da data da sentença também, no caso
de crime falimentar. 

*** Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:

I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação


líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja
soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data
do pedido de falência;-> Impontualidade Injustificada – quando o devedor
deixa de pagar obrigação superior à 40 salários prevista em título ou somatório
de títulos protestados com fins de falência

II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não
nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; –> EXECUÇÃO
FRUSTRADA ou TRÍPLICE OMISSÃO, o credor não paga, não deposita e não
nomeia bens à penhora.

** III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano
de recuperação judicial: –> ATOS DE FALÊNCIA, condutas fraudulentas que
geram a falência do empresário.

1.        a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança


mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar
pagamentos;
2.        b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o
objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio
simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo
a terceiro, credor ou não;
3.        c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não,
sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com
bens suficientes para solver seu passivo;
4.        d) simula a transferência de seu principal estabelecimento
com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para
prejudicar credor;
5.        e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída
anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados
suficientes para saldar seu passivo;
6.        f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com
recursos suficientes para pagar os credores, abandona
estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local
de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
7.        g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação
assumida no plano de recuperação judicial.

** O empresário é citado para em 10 dias apresentar a Contestação (regulada


pela Lei de Falências) ou realizar o depósito Elisivo (depósito em juízo do valor
da ação acrescido de custas e honorários), esse depósito não será cabível na
hipótese de ato de falência, pois o que gera a falência é a conduta e não o
inadimplemento da obrigação. 

****Logo após já teremos a sentença de falência, a qual será declaratória e


constitutiva, se de procedência caberá desta sentença o recurso de Agravo de
Instrumento, no caso de improcedência caberá o recurso de Apelação,
conforme previsão do art.100 da Lei supramencionada. 

A sentença nomeará o administrador judicial que irá arrecadar todo o


patrimônio do empresário, realizará a alienação destes bens, será responsável
pela formação do quadro de credores e, por fim, serão realizados os
pagamentos.

 ORDEM DE PAGAMENTO NA FALÊNCIA: Divididos em credores especiais,


extraconcursais e

ESPECIAIS – Salários em atraso em quantia de até 5 salários-mínimo por


empregado (art.151), restituições em dinheiro (art.86, parágrafo
único, ex: administrador judicial arrecadou um bem que não pertence à
falência, receberá antes do demais credores) 

EXTRACONCURSAIS – São os credores da massa, conforme art.84 da Lei de


Falências:

1º honorários do administrador e seus auxiliares e dos funcionários da massa


falida.

2º quantias entregues por fornecedores após a sentença de quebra.

3º Despesas com arrecadação e guarda de bens

4º Impostos gerados pela massa falida, devido à continuação da massa.

5º Custas Judiciais
 

CONCURSAIS – Conforme art.83: 

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:

I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento


e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes
de trabalho; –> por acidente de trabalho receberá a totalidade, porém os
derivados de dívida trabalhista, o saldo remanescente é chamado de
quirografário.

II – créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; -> o
saldo remanescente será considerado como quirografário, sendo só de
garantia real até o valor  

III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de


constituição, excetuadas as multas tributárias;–> o FISCO só receberá o
valor do tributo, a multa não está aqui prevista, e sim, no inciso VII deste
dispositivo legal.

IV – créditos com privilégio especial, a saber: -> de uma benfeitoria.

10. a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;


11. b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo
disposição contrária desta Lei;
12. c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção
sobre a coisa dada em garantia;
13. d) aqueles em favor dos microempreendedores individuais e
das microempresas e empresas de pequeno porte de que trata
a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006
(Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

V – créditos com privilégio geral, a saber: -> credor de microempresa ou


empresa de pequeno porte.

10. a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;


11. b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;
12. c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo
disposição contrária desta Lei;
 

VI – créditos quirografários, a saber: -> não tem garantia, credor comum.

1. a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;


2. b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da
alienação dos bens vinculados ao seu pagamento;
3. c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho
que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste
artigo;

VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis


penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias;--> multa que
advém de um tributo.

VIII – créditos subordinados, a saber: -> participação nos resultados de um


dos sócios, crédito do pro-labore diante da empresa. A doutrina costuma
chamar de crédito sub-quirografário, para OAB chamaremos de subordinado.

1. a) os assim previstos em lei ou em contrato;


2. b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo
empregatício

Você também pode gostar