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26/02/2023
Sociedade simples (não empresária) >>> Cartório de registro civil de pessoas jurídicas
Nome e denominação
I desnecessidade da indicação do objeto social no nome; [antinomia => CC/02, arts. 1.158, §2°:(indicação do objeto
social na denominação é obrigatória) x L. 8.934/94, art.35, inciso III. (Indicação do objeto social na denominação é
facultativa)
III - os atos constitutivos de empresas mercantis que, além das cláusulas exigidas em lei, não designarem o respectivo
capital e a declaração de seu objeto, cuja indicação no nome empresarial é facultativa;
Na firma, sempre foi uma faculdade. O problema está na denominação, em que o CC/02considerava como obrigatória
a indicação do objeto social na denominação e a Lei de Registro Empresarial como facultativa.
Prevaleceu a lei especial (Lei n° 8.934/94) para qualquer espécie de sociedade => interpretação do DREI.
ii) utilização de quaisquer palavras na língua nacional ou estrangeira, inclusive parte do nome civil(não confundir com a
firma);iii) utilização do número do CNPJ como nome. [Art.35-A, da L. 8.934/94]
O DREI é um órgão eminentemente técnico, sem personalidade jurídica. Administrativamente, o DREI é atualmente
integrante do Ministério da Economia, fazendo parte da estrutura da Secretaria de Inovação e Micro e Pequenas
Empresas (SIMPE) da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade (SEPEC).
CADA UNIDADE DA FEDERAÇÃO POSSUI A SUA PRÓPRIA JUNTA COMERCIAL (JUCESP - SP, JUCERJA - RJ,
JUCEMG - MG, JUCEPAR – PR, JUCEB - BA ...)
https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/drei/juntas-comerciaisMAS
1. Apoia a articulação entre os órgãos e entidades envolvidos no registro e legalização de empresas, inclusive
estaduais, distritais e municipais, visando à integração de seus serviços;
2. Participa ativamente da formulação e implementação de políticas públicas em matéria de registro e
legalização de empresas, seja enquanto membro do Poder Executivo ou por meio de contribuições ao
Legislativo e ao Judiciário;
3. Empodera os usuários dos serviços de registro e legalização de empresas por meio de Consultas Públicas e
do canal de comunicação proponha ao DREI
4. Edita atos normativos, na forma de Instruções Normativas;
5. Provê orientações às Juntas Comerciais, na forma de Ofícios Circulares;
6. Fiscaliza as Juntas Comerciais, de ofício ou a requerimento dos usuários de seus serviços por meio do
Reclame ao Drei;
7. Julga, em grau recursal, os processos interpostos pelos empreendedores perante as Juntas Comerciais, na
forma de Decisões Recursais.
O que é sociedade?
Conjugação de recursos de pessoas para uma finalidade comum, o lucro.
A Junta Comercial tem como principal função armazenar, organizar e realizar registros de companhias para que
possam exercer as suas atividades sem infringir a lei. Além disso, esse órgão também fica responsável pela
abertura de empresas.
ADI e ADCOM
Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou
circulação de bens ou de serviços.
A atividade que for profissional (não eventual), organizada (que conjuga recursos materiais e humanos) de caráter
econômico para a produção ou circulação de bens ou serviços, será considerada uma empresa.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de
empresa.
SIMPLES NACIONAL é uma regra de enquadramento fiscal prevista para o Microempreendedor Individual – MEI, para
as Microempresas - ME’s e para as Empresas de Pequeno Porte - EPP’s, contida na Lei Complementar n° 123/06, o
“Estatuto das Micro e Pequenas Empresas”.
Dentre outros benefícios do SIMPLES NACIONAL, o que mais destaque é a possibilidade do recolhimento unificado de
tributos como IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IPI, INSS, ICMS e ISS a partir de Tabelas (para segmentos específicos como
indústria, comércio e serviços) que contém alíquotas de recolhimento progressivas substancialmente menores em
relação à tributação ordinária.
Ou seja, o chamado “SIMPLES NACIONAL”, que é um regime diferenciado de tributação para as Micro e Pequenas
Empresas não deve ser confundido com um tipo ou espécie de sociedade.
Nada obstante, o enquadramento no SIMPLES NACIONAL, que se dá pela declaração dos sócios em contrato social
ou em ato apartado, traz importantes repercussões às sociedades (empresárias ou não) no que diz respeito à dispensa
para convocação e realização de reuniões ou assembleias de sócios e estabelece quórum diferenciado para as
deliberações e dispensa de publicações, como estabelecem os arts.70 e 71 do LC nº123/06.
Art. 70. As microempresas e as empresas de pequeno porte são desobrigadas da realização de reuniões e
assembleias em qualquer das situações previstas na legislação civil, as quais serão substituídas por deliberação
representativa do primeiro número inteiro superior à metade do capital social.
§ 1oO disposto no caput deste artigo não se aplica caso haja disposição contratual em contrário, caso ocorra hipótese
de justa causa que enseje a exclusão de sócio ou caso um ou mais sócios ponham em risco a continuidade da
empresa em virtude de atos de inegável gravidade.
§ 2oNos casos referidos no § 1odeste artigo, realizar-se-á reunião ou assembleia de acordo com a legislação civil.
Art. 71. Os empresários e as sociedades de que trata esta Lei Complementar, nos termos da legislação civil, ficam
dispensados da publicação de qualquer ato societário.
ME (MICROEMPRESA)
É aquele que exerce sua atividade empresarial podendo ser um Empresário Individual ou Firma Individual, sociedades
do tipo simples, sociedades do tipo empresárias (exceto S/A) ou a extinta EIRELI, cujo faturamento bruto não exceda a
R$360.000,00.
EPP’s (Empresas de Pequeno Porte), porém o limite de faturamento será de atéR$360.000,01 até R$4.800.000,00(se
ultrapassar, está desenquadrado!!)
É somente aquele que opera na forma de Firma Individual (FI) cujo faturamento máximo é de R$ 81.000,00 no ano (ou
proporcional mensal de R$6.750,00) e atende às demais exigências dos arts.18-A, 18-B e 18-C.
§ 4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado previsto nesta Lei Complementar, incluído o
regime de que trata o art. 12 desta Lei Complementar, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica:
II - Que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior;
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa
que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global
ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
IV - Cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não
beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II
do caput deste artigo;
V - Cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde
que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica,
de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de
títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização
ou de previdência complementar;
Trata-se de pessoa física que exerce atividade empresarial em nome próprio, mediante inscrição na Junta do
Comercio, respondendo pessoalmente com todo seu patrimônio (ressalva a meação de cônjuge) de forma ilimitada
pelas dívidas que contraiu no exercício de sua atividade empresarial, sujeitando-se ao regime de falências e também
de recuperação judicial ou extrajudicial (Lei n° 11.101/05).
Isso é assim porque existe uma confusão entre o patrimônio desta pessoa física (CPF) com o patrimônio do empresário
(CNPJ). Alegoricamente pode-se imaginar que se trata de uma pessoa com apenas um bolso (patrimônio), mas nesse
bolso constam dois rótulos: um CPF e um CNPJ. Portanto, as dívidas contraídas com o número do CNPJ relativas ao
desenvolvimento da atividade empresarial irão recair nos bens particulares indicados no CPF, e vice-versa.
Cabimento do benefício de ordem, a teor do Enunciado n° 5 da I Jornada de Direito Comercial, que prevê:
“Quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o empresário individual tipificado no art.966 do Código Civil
responderá primeiramente com os bens vinculados à exploração de sua atividade econômica, nos termos do art. 1.024
do Código Civil. ”
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de
executados os bens sociais.
A. Se o empresário individual for casado, responderá com os bens comuns até o limite da meação (50% do
patrimônio do casal) e (b) não necessita de outorga conjugal (da mulher) para alienar ou onerar (gravar) bens
imóveis que integrem o patrimônio da empresa (Enunciado n. 58, da II Jornada de Direito Comercial).
B. É necessária inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis (ex.: JUCESP, JUCERJ e etc.) para a sua
regularidade;
C. A firma individual (FI) não confere personalidade jurídica distinta da pessoa física que opera. (O CNPJ não é
prova da personalidade jurídica).
D. O nome empresarial será o nome completo do empresário, ou abreviado, sendo vedada a exclusão de
componentes do nome, bem como é vedado a abreviação do último sobrenome e das expressões que
indiquem parentesco. (Ver a IN nº 104, DE 30/04/2007 do antigo DNRC). Exemplos de nome empresarial
para Empresário Individual: (a) José Carlos da Silva Filho, ou (b) J. Carlos da Silva Filho, ou (c) José C. da
Silva Filho, ou (d) José Carlos da Silva Filho Mercearia.
Não é necessária a indicação de pontos nas abreviaturas, o uso, entretanto, não invalida a informação. Ex.:
H J N Fornari ou H. J. N. Fornari
E. Capacidade: O menor emancipado não responde criminalmente por crimes falimentares, exceto quando agir
de má-fé (fazendo se passar por maior), neste caso fica sujeito às medidas socioeducativas à reparação do
dano causado regidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
F. Interdito e Incapaz: (a) somente podem exercer empresa mediante autorização judicial para CONTINUIDADE
desta; (b) os bens anteriores à sucessão ou interdição, desde que não façam mais parte do acervo da
empresa, não respondem pelas obrigações contraídas; (c) os representantes ou assistentes respondem
pessoalmente; e (d) caso o representante ou assistente for legalmente impedido de exercer empresa, este
deverá nomear, com autorização judicial, um ou mais gerentes.
G. Obrigações do empresário individual: a) Inscrição - Registro Público de empresas Mercantis (art. 968,
CC/02). b) A escrituração contábil deve seguir um sistema de contabilidade com base no livro de escrituração
(art. 1.194, CC/02.), conforme RESOLUÇÃO CFC nº 1.255, de10/12/2009, que aprovou a NBC-T 19.41 –
Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, e determina como escrituração mínima a elaboração do
Balanço Patrimonial (BP), Demonstração de Resultado (DRE), Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC),
Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL) e Notas Explicativas (NE). O CC/02, art.1.188
e1.189 também determina a elaboração do BP e da DRE.
H. Sujeita-se à lei de falências e recuperação de empresas – Lei n° 11.101/2005.
EIRELI
A figura da EIRELI foi extinta pela Medida Provisória n° 1085/2021, convertida na Lei da Liberdade Econômica, Lei n°
14.195, de 20/08/2021. De fato, o art.41 converteu todas as EIRELI em “sociedade limitada unipessoal”.
Art. 41. As empresas individuais de responsabilidade limitada existentes na datada entrada em vigor desta Lei serão
transformadas em sociedades limitadas unipessoais independentemente de qualquer alteração em seu ato constitutivo.
”
Sociedade em comum (art.986 a 990 do CC/02: conceito e aplicabilidade, responsabilidade dos sócios, efeitos
jurídicos, benefício de ordem).
Sociedade em conta de participação (art.991 a 996 do CC/02: conceito, sócio participante e seus direitos e
responsabilidades, sócio oculto e seus direitos e responsabilidades. Prestação de contas. Existência de CNPJ e
obrigações fiscais.)
SOCIEDADES EM COMUM:
Antes do Código Civil de 2002, quando uma sociedade não tinha registro, quando seus atos constitutivos não eram
levados à registro na Junta Comercial ou CRCPJ, a sociedade era considera irregular ou sociedade de fato. Essa
terminologia mudou e a partir do CC/02. Tais sociedades “irregulares” ou “de fato” passaram a se chamar
SOCIEDADE EM COMUM
Porém, em se tratando de uma “sociedade irregular” ou “de fato”, o legislador impôs consequências desfavoráveis aos
sócios, de modo a se sentirem estimulados a fazer o registro regularizar a situação da sociedade. Justamente por isso,
o Código Civil determina que na sociedade em comum, a responsabilidade do sócio será ILIMITADA e não importa o
tipo societário pretendido.
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de
ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.
O credor pode cobrar a dívida inteira de qualquer dos sócios. Mas existe um detalhe previsto na parte final do art.990
que trata do benefício de ordem disciplinado no art.1024 do CC/02.
O benefício de ordem é uma regra que determina que, em primeiro lugar, devem ser cobrados (ou excutidos) os bens
da sociedade e depois os bens particulares dos sócios. Mas essa regra não vale para aquele sócio que criou a
obrigação e contratou em nome sociedade em comum. Ora, não existe vantagem nenhuma em manter uma sociedade
em comum. A existência dessa sociedade pode ser provada por qualquer meio em direito admitido pelos terceiros, nas
relações que com ela (sociedade) tiverem. Mas entre os sócios, prova-se somente por escrito.
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da
sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo.
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo
sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos
resultados correspondentes.
Trata-se de uma sociedade que não precisa de documento escrito, podendo ser provada por qualquer meio admitido
em direito. Portanto, não depende de registro, pois não é (e nunca será) uma Pessoa Jurídica. Aliás, mesmo que seja
levada a registro por engano, ainda assim (cf. art.993 do CC/02) não terá personalidade jurídica.
Nesse tipo de sociedade não personificada existem2 (dois) tipos de sócios bem distintos: o sócio ostensivo e o sócio
participante (ou oculto). O sócio ostensivo deve ser um empresário (ou sociedade empresária) e caberá a esse sócio
administrar a SCP com exclusividade. Logo, será o sócio ostensivo quem irá obrigar a SCP perante terceiros.
De outro lado existem os sócios participantes que, como o próprio nome deixa entrever, apenas participam com
recursos, jamais da administração da sociedade. Dessa forma, os participantes têm relações obrigacionais apenas com
o sócio ostensivo, podendo fiscalizar os negócios, mas nunca contratar diretamente com os terceiros.
Art.991, Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o
sócio participante, nos termos do contrato social.
Art.993, Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não
pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas
obrigações em que intervier.
Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta
de participação relativa aos negócios sociais.§ 1º A especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos
sócios.§ 2º A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo
saldo constituirá crédito quirografário.§ 3º Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que
regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido.
A sociedade em CONTA de participação é representada contabilmente por conta denominada “fundo social” nos
registros do sócio ostensivo. Por isso, os participantes injetam recursos na conta e formam um patrimônio especial, que
nos termos do art.994 do CC/02, será destinado a realizar um negócio específico, e o resultado desse empreendimento
é partilhado entre os sócios nos termos do contrato.
OS PARTICIPANTES, nessa hipótese, serão credores quirografários (art. 83, VI, ‘a’ da LF). A dissolução da sociedade
em conta de participação ocorre na forma de prestação de contas, seguindo os arts. 550 e sgs.
Do CPC/15, aplicando-se subsidiariamente à SCP as regras da sociedade simples (art.997 a 1038 do CC/02), como
prevê o art.996 do CC/02.
Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto
para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei
processual. Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as respectivas contas serão prestadas e julgadas
no mesmo processo.
Sob a perspectiva fiscal, deve-se ter em mente que, apesar da SCP não constituir uma personalidade jurídica, para
efeitos fiscais ela é equiparada a uma pessoa jurídica, possuindo CNPJ e ser obrigada a cumprir todas as obrigações
tributárias acessórias (Escrituração contábil, envio de DCTF, apuração de lucro etc.), nos termos do art.4°, XVII da IN
RFB nº 1863, de 27 de dezembro de 2018.
Isso ocorre porque a intenção é que essa SCP tenha lucro e possa distribuir aos sócios (afinal, é característica
essencial de qualquer sociedade).
Portanto, para poder recolher os tributos sobre tais ganhos, obrigatoriamente deverá possuir um CNPJ e elaborar a
escrituração fiscal.
A responsabilidade pelas obrigações fiscais recai ao sócio ostensivo, nos termos do Decreto n°9.580, de 22/11/2018,
que regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de
Qualquer Natureza.
Adicionalmente, devemos pontuar que, conforme a solução da consulta Disit – n° 10.024, abaixo reproduzida, as ME’s
e as EPP's (Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte) regidas pela LC n° 123/06 estão vedadas de
participação em SCP como sócias, sob pena de exclusão do enquadramento.
UNIDADE IV
4. SOCIEDADES PERSONIFICADAS
4.1- Teoria Geral das Sociedades.
AS SOCIEDADES
A sociedade é um contrato geralmente plurilateral, mas existem sociedades com apenas um
sócio (Ltda unipessoal e a subsidiária integral) que constitui uma pessoa jurídica de direito
privado (CC/02, art.44, II) a partir do registro no órgão competente (Teoria da Realidade Técnica
– CC/02, art.45, 985 e 1.150).
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio
e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150).
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o
exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples [TIPO], as
demais.
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039
a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o
fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias.
11/03/2023
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário
rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade
empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro
Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada,
para todos os efeitos, à sociedade empresária.
A sociedade simples foi ‘eleita’ pelo legislador como ‘regra geral’ de direito societário que deve
ser aplicada de forma subsidiária aos outros tipos de sociedade, desde que compatível.
É uma sociedade de pessoas, jamais de capital. Nessa forma de sociedade, a affectio societatis
é determinante, sendo extremamente relevante a figura e qualidade dos sócios.
Por essa razão, é a única espécie de sociedade que admite o sócio de serviço (ou indústria), ou
seja, um sócio que não integraliza recursos na sociedade, mas sim sua mão-de-obra (CC/02,
art.997, V).
Esta sociedade NUNCA SERÁ EMPRESARIAL e, portanto, NUNCA ESTARÁ REGISTRADA na JUNTA
COMERCIAL.
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de
bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
Capital social são os recursos que serão aportados pelos sócios na sociedade. Recursos de
qualquer natureza, desde que sejam economicamente apreciáveis (bens móveis, imóveis,
tangíveis, intangíveis etc.)
A subscrição (valor) sempre existirá, mas a integralização pode ocorrer no ato, à prazo
(em parcelas ou no futuro) ou pode nem ocorrer (trazendo consequências para o sócio e
para a sociedade). As regras e o entendimento do conceito de subscrição e
integralização se aplicam às demais sociedades contratuais.
Art. 1.006. O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não pode, salvo convenção em contrário,
empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela excluído.
Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das
respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na
proporção da média do valor das quotas.
Sócio remisso: Aquele que não integraliza sua participação no capital social.
Consequências: Após ser notificado para que no prazo de 30 dias purgue a mora, se não
o fizer, esse sócio remisso poderá: (a) cobrado pela sociedade, inclusive por perdas e
danos; ou (b) ser excluído da sociedade, sempre com a aprovação dos outros sócios.
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas
no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo (REMISSO), nos trinta dias seguintes ao da
notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora.
Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à
indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado,
aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1º do art. 1.031.
Nome ou denominação: Quanto ao nome, os arts. 997, II do CC/02 c/c Parágrafo único do
art. 1.155 do CC/02, fazem referência à denominação e equiparam ao ‘nome empresarial’.
A denominação pode ser constituída por um nome fantasia ou por alguma expressão
relevante ao seu objeto social. Apesar da regra ser o uso da denominação, nada impede
que a sociedade simples possua firma social, se a sociedade tiver sócios de
responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais, como previsto no art. 1.157 do CC.
As obrigações dos sócios têm início com a assinatura no contrato, desde que não se estipule outra
data para o início da sociedade e a responsabilidade termina com a liquidação da empresa.
Deve-se ter em mente que o contrato de sociedade cria obrigações internas (dentro da
sociedade e para com os outros sócios) e externas, com os terceiros que contratam com a
sociedade.
A propósito, consoante o entendimento estabelecido no Enunciado n° 10 da I Jornada de Direito
Comercial, “nas sociedades simples, os sócios podem limitar suas responsabilidades entre si, à
proporção da participação no capital social, ressalvadas as disposições específicas.”
Ingressando na sociedade simples, o sócio que exercer função administrativa não poderá ser
removido de suas funções sem a expressa concordância dos demais sócios.
Veja que, se o sócio for nomeado administrador no contrato social, para sua alteração deverá ser
modificado o próprio contrato social, ou seja, haverá necessidade de que 100% do capital
aprove essa mudança. (art.997, VI).
10/03/2023
O mesmo raciocínio tem lugar em se tratando da cessão de quotas. Nesse sentido, para que
ocorram as modificações no contrato de sociedade (cessão de quotas), todos os demais sócios
deverão concordar (art.997, IV) e toda modificação na participação societária só valerá
(produzirá seus efeitos) se for devidamente registrada no órgão competente.
Saída da sociedade: O sócios pode deixar uma sociedade em 5 situações: cessão de quotas,
retirada, morte, recesso ou exclusão, a serem estudadas.
Mas as responsabilidades do ex-sócio pelos DÉBITOS DA SOCIEDADE enquanto foi SÓCIO está
previstas no art.1013, §único e art.1032 do CC/02.
10/03/2023
Não havendo indicação expressa no contrato social, a administração será exercida por todos
isoladamente (art.1013 do CC/02), cabendo a todos os poderes ordinários de administração.
Administradores da sociedade
ADMINISTRADOR
NOMEADO NO CONTRATO
ADMINISTRADOR
NOMEADO EM ATO
SEPARADO
FUNDAMENTO
LEGAL
Exclusão do administrador
quórum de 100% do
Capitalpode-se determinar o
percentual do
Capital.
art.999 e 997, VI
do CC/02.
Poderes do sócio
administrador
irrevogáveis os poderes,
exceto por ordem judicial
São revogáveis a
qualquer tempo.
§1°. Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a
pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de
prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o
sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de
consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.
Havendo empate, prevalece a decisão tomada pelo maior número de sócios. Se, ainda assim
permanecer o empate, o Poder Judiciário decidirá.
Havendo mais de um administrador estes responderão de forma solidária perante terceiros e à sociedade (art.1.016).
Procuradores
O administrador pode constituir procuradores para administrar a empresa, mas os poderes deverão
estar expressamente indicados no instrumento e não podem ser superiores aos daquele que os
detém. É importante que o administrador indique a validade (duração) da procuração, para não
criar um instrumento com poderes eternos
Portanto, como regra, a sociedade não é parte neste negócio (admite-se a aquisição de quotas
pelas sociedades Ltdas ou S/A para serem mantidas em tesouraria).
As quotas, por serem bens intangíveis (imateriais) podem ser CEDIDAS, jamais vendidas. Não é
correto elaborar um contrato de compra e venda de quotas, mas um instrumento (público ou
particular) de cessão de quotas.
Admite-se que a cessão de quotas seja efetuada em instrumento próprio (contrato de cessão de
quotas ou contrato de promessa de cessão de quotas) ou, ainda, mediante Alteração de Contrato
Social, procedendo no mesmo ato o negócio jurídico da cessão (apontando os valores, condições
de pagamento etc.) e a alteração da titularidade das quotas para a retirada do cedente e ingresso
do cessionário na sociedade.
Cessão de quotas
Falecimento
No caso de falecimento de um dos sócios, a princípio e por força de lei, a participação societária
do falecido deve ser apurada, liquidada e paga aos seus sucessores.
É possível, contudo, fazer constar no contrato social regra diversa disciplinando a admissão no
quadro societário dos sucessores do falecido, casos estes aceitem integrar a sociedade, ou ainda
a possibilidade de dissolução total da sociedade.
Retirada
Inúmeros são os motivos ou situações que levam um sócio a querer se desvincular da sociedade e,
dentre tais possibilidades, a mais recorrente é perda ou quebra da affectio societatis (afeição de
sócios), mas é sempre possível deixar a sociedade por se tratar de uma garantia constitucional e
legal.
Sendo a sociedade contratada por prazo determinado, a retirada só pode ser motivada (justa
causa) e por meio de ação judicial.
Se a sociedade for contratada por prazo indeterminado, o sócio retirante deverá notificar os
demais com antecedência mínima de 60 dias, ocasião em que os demais sócios poderão optar de
dissolução total da sociedade nos primeiros 30 dias, a contar do recebimento da notificação.
Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da
sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com
antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, provando judicialmente
justa causa.
Parágrafo único. Nos trinta dias subseqüentes à notificação, podem os demais sócios optar
pela dissolução da sociedade.
A falta grave é o elemento central e pode ocorrer (i) por previsão legal como nos casos de
falência do sócio ou incapacidade superveniente do sócio; (ii) previsão contratual,
estabelecendo as hipóteses de sua ocorrência (ex.: abandono de funções, concorrência contra a
sociedade, comportamento desleal, perda da habilitação profissional, prejuízo à imagem da
sociedade etc.); e também pelo (iii) inadimplemento de integralização no capital social (sócio
remisso - art. 1.004 do CC/02).
Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o sócio ser excluído
judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no
cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente.
Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio declarado falido, ou
aquele cuja quota tenha sido liquidada nos termos do parágrafo único do art. 1.026.
Retirada / Exclusão
Via Extrajudicial
Exclusão de minoritário
em soc. LTDA (art.1085 CC/02)
Alteração de
Contrato Social (ACS)
Apuração de
Haveres Via judicial:
Ação de dissoluçãoparcial de sociedades
Apuração de Haveres Retirada em sociedade contratada por prazo indeterminado (art.1029 CC/02)
Havendo recusa dos sócios remanescentes, deverá ser proposta a Ação de Dissolução
Parcial de Sociedades (art.599, I do CPC)
Apuração de Haveres
Exclusão de sócio
(minoritário ou majoritário)
Prova da Justa Causa
Decisão Judicial Transitada em Julgado e
que fixa a data da resolução da sociedade
e o critério para apuração de haveres (604 e 605 CPC)(data de resolução da sociedade)
Apuração de Haveres
SOBRE A AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIALDE SOCIEDADES.ANÁLISE DOS ARTS. 599 a 609 DO CPC.
Critérios de Pagamento
• Transito em julgado
• Morte
• Reunião ou Assembleia
• Após prazo de 60 dias da notificação
• Notificação de recesso
A DISSOLUÇÃO é o ato jurídico pelo qual os sócios por vontade própria ou por determinação
judicial ou legal (falência ou dissolução total) resolvem terminar a sociedade.
A partir deste momento, os sócios estão DESOBRIGADOS de reciprocamente contribuírem, com
bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
(art.983 do CC/02)
HIPÓTESES DE DISSOLUÇÃO TOTAL: Art.1033 do CC/02: (i) falência; (ii) distrato social; (iii) término
do prazo, se determinado; (iv) exaurimento ou inexequibilidade do objeto social; (v) fim (ou
cessação) da autorização de funcionamento concedida por órgão ou entidade
governamental; (vi) por sentença de dissolução judicial.
É importante tem em mente que, sempre que possível, deve-se privilegiar a dissolução parcial
em detrimento da dissolução total da sociedade como forma de preservar a atividade, os
postos de trabalho, à arrecadação fiscal, os interesses dos consumidores e etc.
Em todas essas situações, uma vez definida a dissolução do ente, passa-se à fase de liquidação
do patrimônio e, somente ao término da liquidação, é que ocorrerá efetivamente a extinção
da pessoa jurídica.
E será após o encerramento (ou conclusão) da fase de liquidação que ocorrerá a baixa dos
registros, matrículas e inscrições nos órgãos competentes, como prevê o arts.51 e 1.109 do
CC/02.
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu
funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua
dissolução.
§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às
demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa
jurídica.
LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE.
E faz todo sentido e razão de ser assim, pois caso a dissolução acarretasse a imediata extinção da
sociedade, como ficariam os atos destinados à realização (venda) dos ativos para o pagamento
do passivo?
Como poderia a sociedade, por exemplo, lavrar uma escritura pública de venda de um imóvel
para, com esses recursos, pagar um passivo ou distribuir o remanescente aos sócios? Se, como
muitos acreditam, a sociedade estivesse extinta, não teria ente jurídico, nem mesmo registro de
CNPJ para concluir essa operação.
UNIDADE V
Legislação aplicável
As regras aplicáveis à sociedade limitada estão contidas no Código Civil (arts. 1052 a 1087) e
também pelo que for estipulado em contrato pelos sócios.
Adicionalmente, devem ser aplicadas às sociedades limitadas as normas gerais de direito
societário contidas no CC/02, nos artigos 997 a 1039 (Da Sociedade Simples), pois o legislador
elegeu as regras endereçadas à sociedade simples como sendo as ‘regras gerais de direito
societário’.
Justamente por essa razão o art.1053 e 1054, abaixo reproduzidos, invocam a adoção das
normas da sociedade simples.
Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples.
Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da
sociedade anônima.
Art. 1.054. O contrato mencionará, no que couber, as indicações do art. 997, e, se for o caso, a firma social.
Por fim, é muito comum, e até recomendável, que os sócios contratem a aplicação supletiva
da Lei das Sociedades Anônimas (Lei n° 6.404/76).
NOME x DENOMINAÇÃO => NOME: NÚCLEO é o nome civil do empresário ou sócios (por extenso ou
abreviado).
Na firma, sempre foi uma faculdade. O problema está na denominação, em que o CC/02
considerava como obrigatória a indicação do objeto social na denominação e a Lei de Registro
Empresarial como facultativa.
Prevaleceu a lei especial (Lei n° 8.934/94) para qualquer espécie de sociedade => interpretação
do DREI.
ii) utilização de quaisquer palavras na língua nacional ou estrangeira, inclusive parte do nome civil
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social.
§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições
sobre o contrato social. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
II - o menor emancipado;
III - os relativamente incapazes desde que assistidos;
Os sócios têm direitos e obrigações entre SÍ e destes para com a sociedade. Por essa razão que,
perante terceiros, todos os sócios são responsáveis de forma pessoal e solidária pela integralização
do capital social.
Mas, nas relações entre os sócios, cada um é responsável pela integralização de sua respectiva
quota.
Esse é o teor do art.1052 do CC/02 e aplicável a uma sociedade limitada com vários sócios.
Com efeito, é cláusula obrigatória no contrato social a indicação correta do Capital Social (em
quantidade de quotas, valor das quotas e o percentual de participação) bem como indicar se
esse capital social que foi subscrito está totalmente integralizado (ou não).
Quotas sociais
O capital social é distribuído em quotas, que podem ter valores iguais ou não, que devem ser
consideradas indivisíveis em relação à sociedade. Logo, não existe meia quota, mas podem
existir quotas em condomínio (ex.: 1 cota em condomínio) com mais de um titular, tal como
ocorre com um imóvel.
Art.1055, §1° Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios,
até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade
As quotas compõem o patrimônio do sócio e, como tal, podem ser cedidas aos outros sócios
ou a terceiros, conforme as regras previstas no contrato (CC/02, art.1057 CAPUT).
Nesse sentido, se for omisso o contrato, o sócio pode ceder sua quota a qualquer dos outros
sócios independentemente de qualquer consentimento.
Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio,
independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um
quarto do capital social.
Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive para os fins do parágrafo único
do art. 1.003, a partir da averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios anuentes.
Mas, se pretender ceder suas quotas a terceiros, não poderá haver oposição de mais de ¼ (ou
25%) do capital social. Dito de outra forma, deve ter a aceitação de pelo menos ¾ (ou 75%) do
capital para que as quotas sejam cedidas a terceiros.
A regra de responsabilidade prevê que na cessão das quotas, o cedente (quem cede suas quotas
e, portanto, sai da sociedade) permanece solidariamente responsável com o cessionário (quem
ingressa na sociedade em seu lugar) pelas dívidas pré-existentes que o cedente tinha como sócio,
pelo prazo de 2 anos (CC/02, art.1003, §único).
Em linhas gerais, tudo o que discutimos sobre a CESSÃO DE QUOTAS na sociedade simples se aplica
às sociedades LTDAs.
Sócio remisso...
E o sócio que não integralizar sua quota parte será considerado como REMISSO, sujeitando-se a
sofrer 2 (duas) medidas a critério da sociedade:
(a)ser notificado para que no prazo de 30 dias aporte os recursos prometidos, acrescido de juros
e multa sob pena de sofrer ação de cobrança ou;
(b) ser notificado para que no prazo de 30 dias o remisso aporte os recursos prometidos sob
pena de exclusão (art.1004 do CC/02); ou de redução do capital social e/ou retomada da
participação societária pelos demais sócios (art. 1058 do CC/02), procedendo-se aos ajustes no
capital social com os abatimentos, multas, indenizações etc., conforme definido no contrato ou
por decisão judicial.
Direito de fiscalização.
A fiscalização é um direito essencial dos sócios, que podem examinar os livros, os documentos e
o caixa da empresa a qualquer tempo, exceto se existir regra que expressamente determine uma
data específica para tanto (CC/02, art.1.021).
Na prática, o momento ideal é o da tomada das contas dos administradores que têm o dever
de, pelo menos uma vez no ano, prestar contas dos atos da administração à assembleia ou
reunião de sócios na forma da escrituração contábil vigente (CC/02, art.1020 e 1.065) através
de balanço patrimonial, livro caixa, demonstração de resultado etc., ocasião em que as
contas deverão ser aprovadas ou rejeitas pelo voto da maioria simples (CC/02, art.1.071, I).
Conselho fiscal: É possível a contração (pelos sócios no contrato social) regrando a existência
e funcionamento do CF. Assim, os sócios minoritários que detenham pelo menos 20% do
capital têm o direito de eleger pelo menos 1 conselheiro fiscal em ato separado, visando
assegurar seus interesses (CC/02, art.1.066).
O administrador, na limitada, pode ser sócio ou não sócio, desde que haja previsão para tanto no
contrato.
A partir da Lei n° 14.451/2022 houve uma simplificação no quórum para deliberar esse
tema:
(a) A regra geral é que a maioria simples do capital social (>50%) pode nomear ou
(b) Porém, tratando-se de administrador não sócio e não estando o capital social
totalmente integralizado, o quórum para nomeação é de 2/3 do capital social.
Deliberações sociais
São direitos essenciais dos sócios deliberar e votar nas assembleias ou reuniões, também
chamados de ‘conclave’.
Para tanto, deve-se seguir rigorosamente os procedimentos previstos no contrato social e na lei a
respeito da convocação, instalação e deliberação.
Isso porque, as sociedades que se enquadrarem como ME ou EPP estão sujeitas a um regime
diferenciado previsto no art.70 e 71 da LC nº 123/06.
Art. 70. As microempresas e as empresas de pequeno porte são desobrigadas da realização de reuniões e
assembleias em qualquer das situações previstas na legislação civil, as quais serão substituídas por
deliberação representativa do primeiro número inteiro superior à metade do capital social.
§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica caso haja disposição contratual em contrário, caso ocorra
hipótese de justa causa que enseje a exclusão de sócio ou caso um ou mais sócios ponham em risco a
continuidade da empresa em virtude de atos de inegável gravidade.
§ 2º Nos casos referidos no § 1º deste artigo, realizar-se-á reunião ou assembleia de acordo com a
legislação civil.
Art. 71. Os empresários e as sociedades de que trata esta Lei Complementar, nos termos da legislação civil,
ficam dispensados da publicação de qualquer ato societário.
Reunião ou Assembleia – on line: A partir da edição do art.1.080-A do CC/02, inserido pela Lei n°
14.030/2020, admite-se que as reuniões sejam realizadas de forma digital e que os sócios
participem e votem à distância.
Reunião x Assembleia: O conclave dos sócios pode ocorrer em reunião, nas sociedades que
possuam até 10 sócios e, acima dessa quantidade, obrigatoriamente em assembleia, cuja
convocação deverá observar as regras do art.1.073 do CC/02.
CONVOCAÇÃO:
É possível que conste no contrato social regras específicas para convocação, como por
exemplo: telegrama, carta com AR, e-mail etc. Contudo, inexistindo uma regra contratada, a
convocação exigirá a publicação de ‘anúncios de convocação’.
Nesta hipótese, o anúncio ou edital de convocação da assembleia de sócios será publicado por
três vezes, ao menos, devendo mediar, entre a data da primeira inserção e a da realização da
assembleia, o prazo mínimo de 8 (oito) dias, para a primeira convocação, e de 5 (cinco) dias,
para as posteriores. É o que estabelece o art.1.152, §3° do CC/02.
Isso significa que, se a 1ª inserção de convocação para o ato for publicada no dia “01”, a 1ª
chamada para instalar esse ato deverá ocorrer no dia “09”. As convocações para as próximas
chamadas (2ª, 3ª etc), caso o quórum de instalação não seja suficiente em 1ª convocação,
deverá respeitar o prazo de 5 dias.
Importante:
I. São necessárias apenas três publicações (e não seis), desde que veiculadas em órgão oficial e
em jornal de grande circulação, sendo necessária pelo menos uma publicação em cada um
deles.
II. Somente precisam ser publicadas as decisões do sócio único da sociedade limitada unipessoal
no caso de redução de capital, quando considerado excessivo em relação ao objeto da
sociedade (§ 1º do art. 1.084 do Código Civil).
Por fim, ficam dispensadas as formalidades de convocação, quando todos os sócios
comparecerem ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia e,
possibilidade de voto à distância, se for o caso. (cf. art.1072, § 2º do CC/02)
INSTALAÇÃO:
Portanto, é praxe que a convocação para a 2ª chamada ocorra no mesmo dia da 1ª chamada,
separadas por algum intervale do horas. Isso dinamiza os trabalhos.
DELIBERAÇÃO
A deliberação é um ato colegial, o que implica em dizer que “os sujeitos não titularizam
poderes individuais, mas apenas um poder coletivo único, indivisível e atribuível a
todos, de participar da realização do ato final, que, pelas regras da maioria,
representará a coletividade.”
Quórum: 1/5 (20%) Quórum: MAIORIA SIMPLES Quórum: MAIORIA ABSOLUTA Quórum: 2/3 UNANIMIDADE
Transformação de
sociedade.
Nomear administrador
NÃO sócio, quando o
Proceder à incorporação, a
fusão e a dissolução da
sociedade, ou a cessação
do estado de liquidação;
(inc. I, art.1071);
Nomeação e destituição de
liquidantes e julgamento de
suas contas (inc. VII, art.1071);
remanescentes – art.1004 do
CC/02)
nomear, em
separado, membro
do conselho fiscal.
Fund.
Legal:
Art.1.061 do CC/02
Art. 1.114 do
CC/02.
Como regra geral, a responsabilidade dos sócios é limitada nesta forma de sociedade, nos termos
do art.1052 do CC/02, tornando-se um meio de socialização e equalização das perdas na hipótese
de insucesso (quebra).
EXCEÇÕES:
1ª) A responsabilidade será ilimitada e solidária dos sócios pela integralização total do capital
subscrito.
3ª) IDPJ. Teoria Menor (art.28, §5º do CDC e Lei n° 9.605/98, art. 4º). Existem credores em situação de
vulnerabilidade e hipossuficientes que se relacionam com a sociedade de forma objetiva e sem
qualquer condição de negociar tais riscos, como o Fisco, os Trabalhadores, os Consumidores e o
próprio meio Meio-ambiente.
4ª) Crédito Tributário – Redirecionamento da Exec. Fiscal. Nas relações com o fisco tributário e
previdenciário, a limitação da responsabilidade pode deixar existir se não forem observadas as
regras previstas nos arts. 134, VII e 135, III do Código Tributário Nacional (para os tributos).
Súmula 435 do STJ. Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio
fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o
sócio-gerente. (Súmula 435, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/04/2010, DJe 13/05/2010)
Súmula n. 430 do STJ. O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a
responsabilidade solidária do sócio-gerente. (SÚMULA 430, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/03/2010, REPDJe
20/05/2010, DJe 13/05/2010)