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Resumo de Direito Empresarial

1- Considerações Iniciais
Antes de seguirmos para o nosso resumo, se atente que existem alguns
trechos grifados nas cores roxo e vermelho, esses trechos correspondem aos
artigos mais cobrados em provas.

O nosso material de resumo contempla todos os temas já cobrados em


prova, contudo demos um destaque especial aos temas de maior incidência.

2 - Evolução da Empresa
DO DIREITO DO COMÉRCIO À EMPRESA: Da doutrina subjetivista.
(corporações de comércio), evoluindo para a Teoria dos Atos de Comércio
Francesa e adotada pela Código Comercial de 1850 até a Empresa adotada
pelo Código Civil de 2002.

2.1. Fase subjetivista


Nessa fase, eram reputados comerciantes somente aqueles que praticavam
atos de intermediação com o objetivo de lucro, mas que estivessem
registrados nas Corporações, de maneira que o elemento identificador da
qualidade de comerciante era o registro efetuado nas Corporações de
Comércio.

2.2. Fase objetivista

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É explicada pela pessoalidade e habitualidade. A pessoalidade nada mais é
do que a pessoal assunção de responsabilidade pela atividade praticada. A
habitualidade é facilmente explicada pela frequência na atividade
empresarial praticada de forma reiterada e em nome próprio.

3.3. Busca de lucro


A atividade que visa ao lucro por intermédio da produção ou
comercialização de bens, ou serviços. É sempre importante lembrar que
basta o objetivo de lucrar, e não necessariamente o lucro propriamente dito,
caso contrário, todas as empresas precisariam ser positivas para que assim
fossem consideradas.

3.4. Atividades intelectuais


As atividades intelectuais são excluídas pois tais atividades, não tem no
elemento da organização um fator de grande relevância.

O próprio parágrafo único do art. 966, CC, traz as espécies intelectuais,


classificando-as como as de natureza científica (médico, contadores ou
advogados), literária (escritores) ou artística (pintor de quadros). O que
caracteriza um intelectual não é o seu talento na gestão dos fatores de
produção e comércio, mas o próprio talento intelectual.

Os intelectuais não são empresários; no entanto, quando a atividade


intelectual for absorvida pelo elemento de empresa (organização), a
atividade intelectual será considerada empresaria.

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4.2. Sujeitos impedidos de exercer a atividade
de empresa
O rol abaixo foi criado levando em conta as questões das principais bancas
examinadoras. Com isso chegamos nos seguintes exemplos:

(a) a CF traz o impedimento dos deputados e senadores, desde a posse


no art. 54, II, a;

(b) falido (art. 102 da Lei 11.101/2005);

(c) os que incorrerem na prática dos crimes conforme o §1.º do art.


1.011 do Código Civil, exemplificando prevaricação, concussão,
peculato, crimes contra a economia popular, crimes contra o sistema
financeiro, defesa da concorrência, crimes falimentares, entre outros;

(d) membros do Poder Executivo, Militares, Magistrados, entre outros,


conforme seus estatutos.

A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de


empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.

4.3. Pequenos empresários


Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e
simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário,
quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
A lei complementar 123/06 compreende como microempresários todos os
empresários individuais, EIRELI ou Sociedades Limitadas que se movimentem
de acordo com uma receita bruta anual não superior a R$ 360.000,00
(trezentos e sessenta mil reais) e que requeiram o tratamento perante o
órgão competente.

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Em regra, aquele que exerce atividade econômica rural não está sujeito ao
regime jurídico empresarial, salvo se expressamente fizer opção, mediante
registro na Junta Comercial (onde se registram os empresários). A mesma
regra se aplica para o exercente de atividade rural de modo societário.

5 - Nome Empresarial
O Nome Empresarial é a identificação do próprio empresário ou da
sociedade empresária em seu ato constitutivo, enquanto o nome que segue
representado na fachada da empresa é o que chamamos de título do
estabelecimento.

Existem duas espécies de Nome Empresarial:


Firma, representada pelo nome ou parte do nome pessoal de seu
titular, que geralmente acompanha as espécies em que temos a
responsabilidade pessoal do titular
Denominação, representada por uma abstração, acompanhada da
atividade e o tipo empresarial, utilizada apenas pelas espécies
empresárias de responsabilidade Limitada, conforme o artigo 1.155
do Código Civil.
o Nome Empresarial engloba também a identificação das sociedades
simples, associações e fundações, que muito embora não possam ser
consideradas empresárias, possuem um “Nome” e o legislador resolveu
fazer uma equiparação ao que entendemos por denominação.

O nome empresarial não pode ser alienado, porém havendo


permissão contratual é possível ao adquirente utilizar o nome do
alienante, precedido do seu próprio.

6 - Registro Empresarial
É obrigatório para a regularidade do Empresário.

6.1. Registro público de empresas mercantis


DREI – Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração: Órgão
de pesquisa, sistematização e uniformização dos procedimentos das juntas
comerciais de todo o país.

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Sistema contábil de organização e manutenção dos documentos
empresariais;

Sistema obrigatório para Empresários e Sociedades Empresárias;

Abrange principalmente os livros empresariais e Balanços de Resultado


Econômico.

7.1. Principais consequências da irregularidade


registral
1. Não poderá propor ação de exigir contas para requerer falência de outro
empresário com base em atos de falência;

2. Não poderá valer-se da eficácia probatória que possuem os livros


empresariais, nos termos do art. 418 do Código de Processo Civil, trazendo
para os livros uma presunção de veracidade em relação a outros
documentos do processo;

3. Não poderá propor recuperação de empresas;

4. Se requerida a exibição dos livros empresariais, e o empresário não os


possuir, ou possuí-los sem serem observados os requisitos de modo e
segurança de escrituração, presumir-se-ão verdadeiros os fatos relatados
pelo requerente da exibição judicial.

7.2. Características essenciais da escrituração

7.2.1. Espécies de livros a escriturar

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penais. O empresário, civilmente:

1. Não poderá propor ação de exigir contas para requerer falência


de outro empresário com base em atos de falência;

2. Não poderá valer-se da eficácia probatória que possuem os


livros empresariais, nos termos do art. 418 do Código de Processo
Processo Civil, trazendo para os livros uma presunção de
veracidade em relação a outros documentos do processo;

3. Não poderá propor recuperação de empresas;

4. Se requerida a exibição dos livros empresariais, e o empresário


não os possuir, ou possuí-los sem serem observados os requisitos
de modo e segurança de escrituração, nos termos do art. 399, I,
do Código de Processo Civil, presumir-se-ão verdadeiros os fatos
relatados pelo requerente da exibição judicial.

7.2.4. Demonstrações contábeis


O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e
perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e
débito, na forma da lei especial.

Do balanço constarão todos os bens, mercadorias, dinheiros e créditos, bem


como dívidas e obrigações passivas.

8 - Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada – EIRELI

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A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no
registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos.

8.2. Nome empresarial da empresa individual de


responsabilidade limitada
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada poderá se
utilizar de qualquer uma das duas espécies de Nome Empresarial
existentes em nosso sistema jurídico: A firma ou Denominação.

A modalidade poderá se utilizar de quaisquer espécies, pois já


que ao final de seu nome constará a expressão EIRELI de forma
extensa ou abreviada, o seu nome não causaria confusão a quem
quer que fosse.

8.3. Responsabilidade

Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas


obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no
art. 1.024 do Código Civil, aquele que contratou pela sociedade.

8.4. EIRELI como concentração de quotas de


outra modalidade societária
A EIRELI poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade
societária em um único sócio, independentemente das razões que
motivaram tal concentração.

8.5. A EIRELI e a desconsideração da


personalidade jurídica
Aplicam-se à EIRELI-Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, no

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Os bens corpóreos são aqueles que se caracterizam por ocupar espaço no
mundo exterior, dentre eles podemos destacar:

(a) mercadorias;

(b) instalações;

(c) máquinas

(d) utensílios;

(d) dinheiro;

(e) veículos;

(f) imóvel da empresa;

Os bens incorpóreos são as coisas imateriais, que não ocupam espaço no


mundo exterior, são ideias, frutos da elaboração abstrata da inteligência ou
do conhecimento humano. Existem na consciência coletiva.

Nessa categoria, estão os direitos que seu titular integra no estabelecimento


empresarial, tais como:

(a) patente de invenção;

(b) modelo de utilidade;

(c) marcas;

(d) desenhos industriais;

(e) obras literárias;

(f) ponto;

(g) título do estabelecimento;

(h) perfis de redes sociais.

Observação importante se deve fazer ao fato de que o nome empresarial


integra o estabelecimento, mas não pode ser alienado, pois é
personalíssimo.

9.2. Atributos

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O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou
arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a
terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário,
ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas
Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.

9.4. Responsabilidade dos contratantes

9.4.1. Obrigações solidárias

9.5. Cláusula de não concorrência

A regra no sentido de proibir o alienante do estabelecimento de


concorrer com o adquirente antes de decorridos cinco anos da
operação de trespasse, para que não haja desvio de clientela.

9.6. Responsabilidade em relação aos créditos


tributários e trabalhistas

9.6.1. Créditos tributários


A responsabilidade será integral do adquirente caso o alienante cesse as
suas atividades ou retome as suas atividades apenas após 6 (seis) meses.

9.6.2. Créditos trabalhistas


A Consolidação das leis do trabalho é no sentido de que a alienação do
estabelecimento não afete os contratos dos empregados e regula a matéria
em seu artigo 448, como a seguir:

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competente, que é o preponente.

Se a preposição envolve negociação ou a prática de qualquer atividade que


venha concorrer com o preponente, sua prática carece de anuência prévia
do preponente.

O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por conta


própria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de
operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de
responder por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os
lucros da operação.

10.2. Preposto gerente


Considera-se gerente o preposto permanente no exercício da empresa.

Não havendo disposição legal exigindo poderes especiais, em princípio


considera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao
exercício dos poderes que lhe foram outorgados.

As limitações contidas na outorga de poderes, para serem opostas a


terceiros, dependem do arquivamento e averbação do instrumento no
Registro Público de Empresas Mercantis, salvo se provado serem conhecidas
da pessoa que tratou com o gerente.

11.3. Preposto contabilista


Sobre a responsabilidade do contabilista:
Se o trabalho for realizado dentro do estabelecimento do preponente
ou do empresário, e se foram realizados de forma adequada, o
preponente ou empresário é responsável pelos atos dos prepostos,
ainda que não autorizados por escrito.
Já nas hipóteses em que os trabalhos ou tais atos forem praticados ou
realizados pelo contabilista fora do estabelecimento, somente
obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por
escrito.

11 - Empresas Estatais

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12.2. Classificação das sociedades
O Código Civil possibilita a criação das sociedades descritas em seus arts.
986 a 996, as denominadas sociedades não personificadas, conforme o caso
da Sociedade em Comum e a Sociedade em Conta de participação. Esta
última não está em seu edital.

Há vários critérios de classificação das sociedades empresárias, a saber:

12.3. Sociedade de propósito específico


Trata-se de uma sociedade com propósito determinado, geralmente com o
ideal de isolar o risco financeiro. O parágrafo único do art. 981 do Código
Civil oferece essa possibilidade, que terá personalidade jurídica e servirá à
consecução de negócio específico.

12.4. Requisitos genéricos das sociedades

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997, III).

12.4.2. Personalidade jurídica


A aquisição da personalidade jurídica ocorre com a inscrição do ato
constitutivo (contrato social ou estatuto social) no órgão competente. É o
que preconizam os arts. 45 e 985 do CC/2002. Antes do registro não há
personalidade jurídica, portanto, não há existência legal da sociedade
enquanto pessoa jurídica.

No entanto, o CC/2002 reconhece a existência da chamada sociedade


irregular, qual seja, aquela que não tenha levado a registro no órgão
competente o seu ato constitutivo.

12.4.3. Efeitos da personalidade jurídica


A titularidade de direitos e deveres, decorrentes da personalização jurídica,
confere à sociedade os seguintes efeitos:

a) é capaz para o exercício de direitos e para contrair obrigações;

b) pode figurar no polo ativo ou passivo de uma relação jurídica, salvo aquelas privativas d
pessoas naturais ou aquelas em que haja proibição legal;

c) tem nome próprio;

d) tem domicílio próprio, denominado sede social, distinto do domicílio dos sócios;

e) tem patrimônio próprio, distinto e inconfundível com o patrimônio particular dos seus sócio
resultando daí que: se algo é devido à sociedade, não é devido aos sócios individualmente;
a sociedade deve algo, não é esta devida pelos sócios, mesmo nos casos em que est
respondem pelas dívidas da sociedade, uma vez que a responsabilidade dos sócios
subsidiária (art. 1.024), isto é, primeiro a sociedade responde com seu patrimônio e, na fal
deste, aí sim os sócios responderão com seu patrimônio individual. Assim, quem deve é
sociedade e não o sócio, sendo que tão somente o sócio poderá responder pela dívida d
sociedade (subsidiariamente), porém a dívida continua sendo da sociedade.

12.4.4. Contrato de sociedade


O contrato social tem o condão de formalizar essa união de vontades e, por
meio de suas cláusulas, firmar o compromisso de cada um dos envolvidos e

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um contrato social.

O contrato social é um ato plurilateral em que os sócios se obrigam entre si


e em face da pessoa jurídica que se institui a fim de convergir seus esforços
para um fim comum, objetivando obter lucro, que será repartido entre
todos.

Assim, para que exista uma sociedade empresária, em regra, deve haver
uma pluralidade de sócios e que entre estes haja o affectio societatis.
Outrossim, existindo a sociedade empresária, para que esta seja válida, é
necessário o atendimento dos seguintes requisitos:

12.4.9. Elementos de existência


12.4.9.1. Pluralidade de sócios:

A união de pessoas que se identificam para formar uma sociedade. Portanto,


a sociedade deve se constituir numa pluralidade de sócios, isto é, no mínimo
duas pessoas devem integrar uma sociedade.

Exceções à pluralidade de sócios:

A) Unipessoalidade acidental temporária: a legislação permite que,


temporariamente, uma sociedade tenha um único sócio ou acionista, em
razão da retirada de um sócio, falecimento ou aquisição por uma única
pessoa da participação societária.

B) Subsidiária integral: a sociedade controlada por outra se denomina


Holding. Assim, a sociedade controlada é sempre uma subsidiária.

C) Sociedade Individual de Advogado: O art. 16, Lei 8906/94 passou a


considerar a possibilidade de Sociedade Individual de Advogado como
forma individual para que a advocacia seja desenvolvida por uma pessoa
jurídica, ainda que o titular não tenha interesse em desenvolver tal atividade
com sócios.

D) Sociedade Limitada Unipessoal: O art. 1052, CC, por força da MP 881/19


da Liberdade Econômica sofreu alteração para a aceitação de Sociedade
Unipessoal Limitada.

12.4.9.2. Affectio societatis

Assim, exige-se um sentimento de celebrar o contrato, participar da

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Simples
As regras acima, pertencentes ao artigo 981 do Código Civil, aplicam-se, às
sociedades simples (não empresárias) ou empresárias.

Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade


que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário
sujeito a registro ( art.  967 ); e, simples, as demais.
Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a
sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

14 - Sociedades em Comum
A Sociedade em Comum é sinônimo de irregularidade. O art. 986, CC, a
considera em vista da ausência de Registro no órgão competente. Ainda por
analogia e por faltar disposição legal sobre o tema, podemos considerar
nesse rol alguns outros tipos

Entre as sociedades em comum estão:

a) aquelas que existem apenas de fato, por não terem sequer contrato
contrato escrito;

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Tais regras têm caráter punitivo e afastam quaisquer benefícios concedidos
por lei às sociedades empresárias, além de trazerem pesada
responsabilização para os seus sócios, como, por exemplo, o fato de serem
declarados falidos e não poderem se beneficiar do instituto da recuperação
de empresas.

14.2. Patrimônio e responsabilidade


Seus bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, segundo o art.
988 do CC, do qual seus sócios são titulares em comum. Esse tipo de
sociedade, em regra, não traz prova fácil acerca de sua existência.

Assim, todo patrimônio que a priori esteja sob a personalidade jurídica das
pessoas naturais dos sócios e tenha sido afetado pela empresa, será
considerado patrimônio especial, que nada mais e nada menos é do que o
patrimônio da sociedade em nome dos sócios.

A sociedade responderá em primeiro lugar por obrigações contraídas,


utilizando do patrimônio especial, para que somente depois disso seja
possível avançar no patrimônio dos sócios. Ocorre que o sócio que contrata
pela sociedade atrai responsabilidade idêntica à da sociedade, perdendo o
benefício de ficar por último na execução.

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5. Não poderá registrar-se no CNPJ, no Estado e no Município – sujeitando-se às sançõ
previstas nas leis tributárias.

6. Ausência de matrícula junto ao INSS, o que acarreta pena de multa (art. 49, § 3º c/c art.
da Lei 8.212/1991).

15 - Sociedades em Conta de Participação


Essa sociedade não é irregular. Trata-se de um empreendimento que figura
sob o nome, responsabilidade e personalidade jurídica de uma pessoa
natural ou pessoa jurídica, que se denominará Sócio Ostensivo. Por essa
razão, não há irregularidade, mas explicaremos melhor.

A Conta de Participação nada mais é do que um empreendimento regular,


por estar em nome de uma pessoa natural ou jurídica que empresta o seu
nome e personalidade, assumindo toda a responsabilidade pelo mesmo
empreendimento. Esse sócio se chamará ostensivo e os investidores serão os
participantes.

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 O registro em qualquer órgão não confere personalidade jurídica
própria de empresário

15.2. Dissolução de liquidação da conta de


participação
A sociedade em conta de participação, por regra contida no art. 996 do CC,
tem a sua liquidação regida pela prestação de contas, assim, o sócio
participante deverá ajuizar ação de exigir contas, com base no art. 550 do
CPC, especificando detalhadamente as razões para que haja a prestação de
contas, situação em que o autor poderá contestar no prazo de 15 dias.

A decisão judicial apurará o saldo, se houve, para constituir título executivo


em favor do autor da ação, caso nessa fase do processo o pagamento não
seja espontâneo.

15.3. Falência dos sócios


Como a sociedade figura sob a responsabilidade do sócio ostensivo e em
seu nome, seja ele pessoa natural ou jurídica, a sua falência implica a
dissolução da própria sociedade, sendo que os participantes serão
considerados quirografários no processo falimentar.

Já a falência do sócio participante implica a necessidade de liquidação de


sua parte para pagamento de seus credores, tudo conforme a regra contida
no art. 994 e parágrafos.

16 - Sociedades Simples
O Código Civil, em seu artigo 982, classifica como “Simples” todas as
sociedades que não se enquadrem no conceito de empresa, exarado no
caput de seu artigo 966. Assim, a sociedade simples abrange todas as
atividades não empresariais.

16.1. Espécies
A sociedade simples, segundo o art. 983 do CC, poderá constituir-se pelas
normas que lhe são próprias, referindo-se aos arts. 997 a 1.038 do Código .

O art. 983 do Código Civil, ademais, aceita que a sociedade simples sejam
constituídas por um dos tipos societários próprios da empresa, arrolados nos

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A responsabilidade dos sócios da sociedade simples será equivalente ao tipo
tipo escolhido. Caso estejamos diante de uma sociedade simples irregular,
seguirá as bases da sociedade em comum.

Se a forma da sociedade for pura, a responsabilidade poderá ser subsidiária


ou solidária, dependendo do que estabelecer o contrato social; se a forma
for especial, dependerá da legislação específica a ser aplicada
obrigatoriamente; e se a forma for alternativa, ficará vinculada ao tipo
societário escolhido pelos sócios.

As sociedades simples possuem dupla função, pois ao mesmo tempo em


que representam a sociedade não empresárias, também funcionam como
regra de aplicação subsidiária para as sociedades empresárias,
principalmente para as limitadas.

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propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.

16.4.1. Nomeação de administradores


A lei faculta que ocorra em dois momentos:

a) no ato de constituição da sociedade, em que o contrato deve mencionar


as pessoas incumbidas da administração e os poderes a ela atribuídos;

b) em momento posterior, por instrumento em separado, que deverá ser


averbado à margem da inscrição da sociedade.

16.4.2. Teoria ultra vires societatis


A sociedade não se responsabiliza pelo ato do administrador que extrapole
os limites impostos pelo ato constitutivo da pessoa jurídica, dispondo ser
inválido e ineficaz o ato praticado pelo sócio que extrapole os limites do
contrato social, não vinculando, por consequência, a referida pessoa jurídica.

16.5. Deliberações sociais


Os sócios votam na matéria objeto de apreciação, e seus votos são contados
não de acordo com a quantidade de sócios, mas sim com o valor de quotas
do capital social que cada um possui, segundo o art. 1.010 do CC, que vai
no sentido de que quando, por lei ou contrato social, competir aos sócios
decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas pela
maioria dos votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.

Se houver empate nas deliberações, o legislador estabelece que a situação


se dissolverá por meio do voto “por cabeça”, ou seja, prevalecerá a decisão
sufragada pelo maior número de sócios.

16.6. Dissolução de sociedade


Trata-se do processo de extinção da sociedade, significando o conjunto de
atos, dividido em três fases distintas: a dissolução, a liquidação e a extinção.

A dissolução é o ato que inicia a busca pela extinção da sociedade, efeito


que apenas se produzirá posteriormente.

Assim, podemos dizer que na dissolução estamos diante de um conjunto de


atos representados pelo fato causador da dissolução, os procedimentos para
sua liquidação e apuração de haveres dos sócios e, por fim, sua extinção

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Tratando-se da responsabilidade limitada dos sócios pelas obrigações
sociais, vejamos como funcionam as regras para a determinação do limite da
responsabilidade dos sócios.

17.1. Quotas, cessão e penhora


As sociedades limitadas são constituídas por quotas, de maneira que, ao
contribuírem para o capital social, os sócios transferem dinheiro ou bens à
sociedade, adquirindo, em contrapartida, quotas de participação, que
perfazem a divisão do capital social. Ao subscrever uma quota do capital
social, o sócio adquire o direito de ser sócio.

É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou


parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência
dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de
mais de um quarto do capital social.

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Pode-se dispensar a reunião ou assembleia mediante
pronunciamento por escrito de todos os sócios.
A assembleia é necessária para sociedades que contêm mais de dez sócios.
A obrigatoriedade da assembleia começa nos primeiros quatro meses após o
final do exercício social; tem por finalidade apreciar as contas dos
administradores, deliberar sobre o balanço, designar administradores e
quaisquer outras matérias, segundo deliberação dos sócios.

A assembleia é necessária para sociedades que contêm mais de dez sócios.

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Os votos serão contados de acordo com a participação no capital
social. o direito de voto poderá ser exercido pessoalmente ou por
procurador que seja sócio ou advogado.

17.3. Deliberações

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Se o ato parece regular, é dessa forma que ele deve ser tratado. A sociedade
sociedade tem culpa in eligendo, por ter escolhido mal seu gerente,
devendo ela suportar tais prejuízos. Esses atos praticados pelo administrador
são conhecidos como atos ultra vires societatis.

Entendemos que o nosso Código Civil acolheu parcialmente a teoria ultra


vires, já que o art. 1.015 traz algumas hipóteses em que a sociedade não
será responsabilizada pelos atos de seus administradores. Esses atos jamais
poderão ser imputados a terceiros de boa-fé, quando deverá ser observada
a teoria da aparência, exceto nas relações perante fornecedores e
instituições financeiras e de créditos.

As três hipóteses ultra vires societatis, que devem ser aplicadas apenas da
maneira já explicada na presente obra e que estão elencadas no parágrafo
único do art. 1.015 do Código Civil, são as seguintes:

1) quando haja limitação de poderes dos administradores inscrita no registro próprio;

2) quando o terceiro conhecia do excesso de mandato;

3) quando a operação realizada for evidentemente estranha ao objeto social da pessoa jurídic

Finalmente, deixamos claro, mais uma vez, que responderá perante


consumidores se estes estiverem de boa-fé e o ato gozar de aparência
suficiente para vincular a sociedade, embora exista entendimento no próprio
STJ de que, em tais atos, existe inerência absoluta da má-fé, entendimento
com o qual não coadunamos.

17.7. Deveres dos sócios


Dever de lealdade: Caso o sócio não cumpra com essa obrigação, a
sociedade deve notificá-lo para que assim o faça, sob pena de ser
considerado sócio remisso. A sociedade, nesse caso, poderá optar entre:

1) a cobrança dos valores, incluindo perdas e danos;

2) a redução de sua quota; ou

3) a exclusão do sócio remisso, com a consequente devolução de sua


parte.

Podemos pensar a exclusão dos sócios da seguinte maneira:

a) Sócio remisso – é aquele que subscreveu, mas não integralizou suas

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A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em
ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao
preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.

Obrigatoriamente, a sociedade por ações adota uma denominação (nunca


utiliza firma), acompanhada da expressão S.A. no início, meio ou fim da
denominação, ou da expressão Cia. no início ou no meio da denominação,
porém nunca no fim. Essa disposição visa impedir eventuais confusões entre
as sociedades previstas no Código Comercial.

18.1. Características Básicas

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A subscrição pública para a constituição das sociedades anônimas de capital
aberto se dá pela colocação das ações da sociedade para circulação na bolsa
de valores e no mercado de balcão.

18.2. Estrutura organizacional

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