CENTRO UNIVERSITÁRIO ESCRITOR OSMAN DA COSTA
Já na Sociedade Empresária, os incapazes ou
LINS-UNIFACOL
DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL I
PROFESSOR BRUNO PIMENTEL
9º PERÍODO: TARDE/NOITE
1. TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL(Continuação):
2. PARTE GERAL NO C. CIVIL: Dando continuidade ao que já fora
explicitado, vimos que não podemos confundir a pessoa física (empresário individual)
com a pessoa jurídica (sociedade empresária). Então, sócio=empresário? Não!!! O sócio
será sempre a pessoa jurídica, enquanto que empresário será aquele que exerce a
empresa individual, do ponto estrito (stricto sensu).
2.1. Quem não pode exercer atividade empresarial?
2.1.1. Os impedidos (vide, por exemplo, § 1º, do art. 1.011, do CCB) e os
incapazes (a Lei nº 13.146/15 Estatuto da Pessoa com Deficiência
ampliou sobremaneira a atuação das pessoas outrora consideradas
como absolutamente incapazes; incluindo-as, por conseguinte, como
aptas também a exercerem atividade econômica organizada para a
produção ou circulação de bens e serviços, visando lucro, de maneira
habitual, desde que atestadas por laudo médico (psiquiátrico) que
assegure o grau de discernimento da pessoa, em relação aquilo ou
que se vai exercer).
2.2. E se algum impedido exercer atividade empresarial?
2.2.1. Ele responderá pelas obrigações contraídas (art. 973 CCB).
2.3. Pode o incapaz exercer atividade empresarial? (art. 974 CCB)
2.3.1. Nunca poderá iniciar atividade, mas poderá continuar em duas
hipóteses: (I) quando ele já exercia e se tornou incapaz
supervenientemente; ou (II) por sucessão causa mortis. Nesses dois
casos dependerá de autorização judicial (instituto jurídico da
curatela).
3. NORMAS ESPECÍFICAS DOS EMPRESÁRIOS INDIVIDUAIS: O art.
972, faz alusão aos empresários individuais (comunicabilidade de bens pessoais e
empresariais, se for um mau empresário e não tiver bens suficientes para adimplir com o
empresarial rural, esta é facultativa e tem natureza constitutiva (se
constituem em Empresa Individual ou Sociedade Empresária urbana, se
optarem pelo registro).
5.4. O registro da empresa é um assunto que está estabelecido por uma lei
específica (Lei nº 8.934/94), ou seja, traz no seu bojo o “registro público de
empresas mercantis”.
5.5. Acerca das sociedades nacionais podemos chamá-las assim, no momento
em que tiverem sede no território nacional e for constituída por leis
brasileiras; caso não seja assim será considerada como estrangeira (princípio
da extraterritorialidade da lei), à luz do direito empresarial brasileiro
(Dec.-Lei No. 4.657/42-LINDB).
5.6. Ainda sobre a Lei nº 8.934/94, ela criou o Sistema Nacional de Registro de
Empresas Mercantis-SINREM; Tal sistema é composto por dois órgãos,
quais sejam: a) DNRC: Departamento Nacional de Registro do Comércio,
que seria o órgão central desse sistema; órgão federal, ligado à indústria e
comércio com sede em Brasília; possui funções gerais de: orientação,
coordenação, supervisão e, sobretudo, normatização. O DNRC é órgão que
baixa normas para dizer como devem ser constituídos os atos da sociedade
ltda., por exemplo. Enfim, cuida e disciplina o registro de empresas no
Brasil.
5.7. b) Por outro lado, as Junta Comerciais são órgãos locais, cuja atribuição
específica é proceder aos atos de registro dos empresários e das sociedades
empresárias. As juntas executam e administram os atos e serviços de
registros dos empresários individuais e sociedades empresárias. As Juntas
Comerciais são ligadas às Unidades de Federação e ao DF. Vale salientar,
ademais, que as juntas têm uma subordinação híbrida, no que diz respeito a
sua hierarquia. Porque, administrativamente são ligadas (submetidas) aos
Estados-membros e tecnicamente ligadas à União. O estado-membro é
quem define o orçamento (Ex.: Lei de Diretrizes Orçamentária-LDO, Lei
Orçamentária Anual-LOA); se será uma autarquia ou se será ligada a alguma
secretaria (administração direta); os servidores das juntas serão, sempre,
nomeados (Ex.: Cargos em Comissão-CC, de livre nomeação e exoneração
por parte do chefe do executivo estadual ou distrital federal). Vale lembrar
passivo de sua E.I., numa ação executiva).
impedidos poderão ser sócios (sociedade empresária); cotista (sociedade limitada); ou
acionista (sociedade anônima). Agora, jamais, o incapaz poderá ser
administrador-sócio; nem, tampouco, o impedido poderá administrar uma
atividade econômica organizada. O art. 974, fala da incapacidade superveniente. O
empresário exercendo atividade empresarial. Hipóteses em que o empresário poderá
continuar atividade empresária. Então, como dito no item 2.3.1., jamais o incapaz
poderá iniciar uma empresa; e, sim, continuar por seus ascendentes ou pelo autor da
herança (de cujus que deixou descendentes). No § 2º, do artigo supra, temos que o
magistrado, no Alvará que determinar o exercício da atividade empresária pelo incapaz,
vai discriminar os bens que o incapaz já possuía e que não tinham nada que ver com a
atividade empresarial, ou seja, aqueles bens estritamente particulares, pessoais,
como uma forma de resguardar o patrimônio do mesmo. Por isso, é por demais
importante o conteúdo da Lei nº 12.399/11.
4. REGISTRO DOS EMPRESÁRIOS: Toda sociedade empresária urbana e rural
(se optar pela constituição do registro do ato constitutivo) tem que se registrar (art. 967).
Ficando bem claro que tal registro não é requisito para que a pessoa seja considerada
empresário; e, sim, trata de dar regularidade a ambas.
5. REGISTRO DE EMPRESA:
5.1. Requisito para a regularidade da atividade empresarial, não para sua
caracterização (natureza declaratória do registro), como dito acima (art.
967);
5.2. Lei nº 8.934/94;
5.3. Finalidades do Registro: (I) dar garantia, publicidade (art. 29, da Lei
8.934/94), autenticidade, segurança e eficácia aos atos empresariais
(princípio da publicização dos atos mercantis/atividade econômica); (II)
cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras (serão consideradas como
nacionais as transnacionais que quiserem atuar regularmente no território
brasileiro); nesse caso, seguirão a previsibilidade do direito brasileiro em
detrimento do direito alienígena do país de origem, uma vez que prevalece o
Princípio da Territorialidade da Lei brasileira (Dec.-Lei nº 4.657/42 -
LINDB); (III) proceder a matrícula dos agentes auxiliares/colaboradores do
empresário (Ex.: Representante Comercial, Tradutor, Intérprete, etc...).
Nunca é demais lembrar que no que tange ao registro da atividade
que do ponto de vista técnico estarão vinculadas ao DNRC. Por isso, possui
essa natureza híbrida.
5.8. Analisando, agora, a competência para ações contra as Juntas Comerciais,
temos que é competente a Justiça Federal. Diversos conflitos de
competência (Ex.: quando dois ou mais juízes se julgarem competentes
para processar determinada ação; nesse caso, conflito positivo de
competência; por outro lado, quando dois ou mais juízes se julgarem
incompetentes para processar e julgar determinada ação; nesse caso,
teremos o conflito negativo de competência; tal conflito/incidente será
dirimido pelo órgão colegiado hierarquicamente superior ao(s) juízo(s)
conflitantes) foram já decididos por impetração de Recursos Especiais
perante o Superior Tribunal de Justiça. Entretanto, atualmente, a
jurisprudência do STJ tem decidido pela competência da Justiça Federal, nos
processos em que figuram como parte a Junta Comercial do Estado, somente
nos casos em que se discute a lisura do ato praticado pelo órgão, bem
como nos Mandados de Segurança impetrados contra o seu presidente.
Outro exemplo, seria o R. Esp. 678.405/RJ, 3ª Turma. Rel. Castro Filho, de
16.03.2006, decidindo pela competência da Justiça Federal, para julgar ações
onde figuram as Juntas Comerciais como demandadas, variando de acordo
com a matéria. Se técnica (Federal), se administrativa (Estadual).
6. ATOS DE REGISTRO DAS JUNTAS COMERCIAIS: Prima facie, todos e
quaisquer atos registrados nas juntas são de natureza intrinsecamente públicos.
Acerca dos atos de registro propriamente ditos, os mesmos se dividem em: a)
Arquivamento: Seria, do ponto de vista conceitual, o registro e respectivas
alterações dos atos constitutivos (Ex.: registro do Contrato Social E.I. ou uma
S.E. do tipo ltda., ou seja, da sociedade empresária e do empresário individual);
b) Matrícula: Refere-se a alguns profissionais específicos, os auxiliares de
comércio (tradutores, leiloeiros, administradores de
armazéns-gerais/trapicheiros). Diferença entre auxiliares ou colaboradores,
prepostos (gerentes, contabilistas, etc...) e colaboradores (franquia,
representação, distribuição, agenciamento, etc...); c) Autenticação: Dos
instrumentos de escrituração contábil (do empresário), ou seja, os livros
empresariais (Ex.: Livro Diário/Obrigatório Comum, Livro Razão, Livro Caixa,
Livro Estoque, Livro Inventário, Livro de Duplicatas (empresas que