Você está na página 1de 3

CENTRO UNIVERSITÁRIO OSMAN DA COSTA LINS-UNIFACOL No decorrer dos tempos, surgiram diversas teorias sobre a natureza do

DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL I estabelecimento, contudo, para tal compreensão vale ressaltar apenas três pontos
PROFESSOR BRUNO PIMENTEL fundamentais:
9º PERÍODO: TARDE/NOITE
1° o estabelecimento empresarial não é sujeito de direito;
2° o estabelecimento empresarial é uma coisa;
3° o estabelecimento empresarial integra o patrimônio da sociedade empresária.
1. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
Desta forma, não se pode confundir estabelecimento com sociedade empresária
2. Conceito de Estabelecimento Empresarial
(sujeito de direito) e nem com a própria empresa (possuidora de atividade econômica).
Estabelecimento empresarial é o conjunto de bens reunidos do empresário que
O art. 1.143, CC 2002, prevê:
visa a exploração de atividade econômica. É imprescindível que o empresário organize
"Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos,
seu estabelecimento para que possa iniciar suas atividades com fins lucrativos. Por
translativos e constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza".
conseguinte, o estabelecimento empresarial compreende bens indispensáveis ou úteis
Desta forma, o Código Civil Brasileiro e a doutrina estruturam o
para o bom desenvolvimento da empresa.
estabelecimento empresarial como uma coisa coletiva, uma vez que os bens
O empresário deverá se preocupar com as marcas, patentes, mercadorias em
integrantes do estabelecimento poderão ser vendidos tanto unificadamente, como no
estoque, veículos etc.; além de possuir ou alugar um imóvel para o exercício do
trespasse(conceito=seria a alienação do estabelecimento empresarial; partes:
comércio, denominado ponto.
a)trespassante(vendedor); b)trespassatório(comprador), quanto isoladamente. Ou seja,
O art. 1.142 do Código Civil de 2002 define estabelecimento empresarial:
tais bens poderão ser objetos de diversas relações jurídicas, sejam elas autônomas ou
"Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da
unificadas.
empresa, por empresário, ou por sociedade empresária".
Portanto, o estabelecimento empresarial é uma coisa que se diferencia da própria
De acordo com Fábio Ulhoa Coelho, a sociedade empresária, poderá possuir
empresa, pois, esta, corresponde à atividade exercida pelo empresário. Vale ressaltar que
mais de um estabelecimento, sendo que o mais importante será a sede e o outro ou
por ser integrante do patrimônio da sociedade empresária, o estabelecimento é objeto de
outros serão as filiais ou sucursais. Em todos os seus estabelecimentos, a sociedade
direito, podendo ser alienado, onerado, arrestado, penhorado (arresto= se dará como ato
empresária exercerá cada um de seus direitos. Porém, tratando-se de competência
de constrição do poder judiciário recaindo sobre bens móveis ou imóveis
judicial, o foro competente para a resolução de um conflito se dará conforme a
INDETERMINADOS; a consequência do arresto é a PENHORA) ou objeto de
origem da obrigação. E, no caso de pedido de falência ou de recuperação judicial, o
sequestro (bens móveis ou imóveis DETERMINADOS, a serem objeto de constrição do
foro competente será o do mais notável estabelecimento da sociedade (Ex.: aquela
poder judiciário/execução forçada; a consequência do sequestro é o DEPÓSITO).
matriz ou sucursal que tiver os maiores ativos), sob o ponto de vista financeiro.

4. Elementos do Estabelecimento Empresarial


3. Natureza do Estabelecimento Empresarial

O estabelecimento empresarial é formado por elementos materiais/tangíveis


(corpóreos) e imateriais/intangíveis (incorpóreos). Os elementos corpóreos
compreendem os mobiliários, utensílios, máquinas, veículos, mercadorias em

estoque e todos os demais bens que o empresário utiliza para o bom 1.1 – NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO AO NOME
desenvolvimento e organização de sua atividade econômica. Tanto o empresário individual quanto as sociedades usam um nome empresarial e
Por sua vez, os elementos incorpóreos do estabelecimento empresarial devem ter o direito de proteger esse nome em face de utilizações indevidas. Essa
compreendem, principalmente, os bens industriais – registro de desenho industrial, proteção decorre do direito que os empresários têm sobre o seu nome, a natureza desse
marca registrada, patente de invenção, de modelo de utilidade, nome empresarial e título direito é extremamente discutida na doutrina.
de estabelecimento (nome de fantasia); e o ponto comercial – local ao qual a atividade 1.1.1 – Direito da personalidade
econômica é explorada. Pontes de Miranda atribui ao direito ao nome empresarial a condição de direito de
personalidade a nome especial, com algumas diferenças do direito ao nome da pessoa
natural, mas ainda um direito da personalidade. Afirmando a indisponibilidade do nome
empresarial, Alexandre Freitas de Assumpção Alves assevera que tal direito, não é um
direito de propriedade. Afastando-se de tal concepção ele entende que o direito que há
sobre o nome empresarial é um direito da personalidade.
CENTRO UNIVERSITÁRIO OSMAN DA COSTA LINS-UNIFACOL
Na mesma linha, Gladston Mamede entende que o nome empresarial deve ser
DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL I
compreendido como um direito da personalidade do empresário. Ele justifica tal
PROFESSOR BRUNO PIMENTEL
natureza pelo artigo 52 do Código Civil que atribui às pessoas jurídicas os direitos da
9º PERÍODO: TARDE/NOITE
personalidade, dentre os quais estaria o direito ao nome (art. 16 do Código Civil).
Reforça sua argumentação com o disposto no artigo 1.164 do Código Civil que veda a
1. NOME EMPRESARIAL
alienação do nome empresarial.
No mercado de consumo atuam vários empresários, os quais se diferenciam nas suas Ousamos discordar deste entendimento.
relações jurídicas pelo nome empresarial adotado, isto é, pelo nome que usam para o Adriano de Cupis afirma que os direitos da personalidade são aqueles "destinados a dar
exercício da empresa. O nome serve para "apartar a coisa dentre outras", distinguir um
conteúdo à personalidade". Sem os direitos da personalidade, a personalidade não teria
empresário de outros.
o valor concreto que tem hoje e todos os demais direitos subjetivos restariam de uma
O nome empresarial é aquele usado pelo empresário, enquanto sujeito exercente de uma
maneira ou de outra afetados. São direitos que "existem antes e independentemente do
atividade empresarial, vale dizer, é o traço identificador do empresário, tanto o
direito positivo, como inerentes ao próprio homem, considerado em si e em suas
individual quanto a sociedade empresária. Para todos os efeitos, equipara-se ao nome
manifestações".
empresarial à denominação das sociedades simples, das associações e fundações (Art.
Tais direitos da personalidade teriam várias características, a seguir elencadas.
1.155, parágrafo único do Código Civil de 2002).
Os direitos da personalidade seriam oponíveis erga omnes na medida em que seriam
Essa diferenciação é importante tanto para os empresários individuais quanto para as
oponíveis contra todos. Vale dizer, os direitos da personalidade são protegidos contra
sociedades, na medida em que é com o nome empresarial que serão assumidas as
todos, eles implicam uma obrigação negativa geral de não praticar qualquer ato que
obrigações relativas ao exercício da empresa. Além disso, é esse nome que servirá de
possam prejudicá-los. Na mesma linha, seriam direitos necessários, na medida em que
referência nas relações do empresário com o público em geral (clientela e
estão diretamente ligados à existência da personalidade jurídica, ou seja, quem tem
potencialmente clientes).
personalidade jurídica tem direitos da personalidade.
Tais direitos também seriam irrenunciáveis, porquanto não poderiam ser eliminados por Portanto, se o nome pode ser transferido, se ele tem um valor econômico, ele não é
um ato de vontade do seu titular. Essa falta de disponibilidade sobre tais direitos, um direito da personalidade.
garante a eles uma vida paralela à vida do seu titular. Outrossim, tais direitos seriam 1.1.2 – Direito de propriedade
imprescritíveis, no sentido de que a qualquer tempo podem ser tomadas as medidas João da Gama Cerqueira identifica o nome como um dos elementos da propriedade
necessárias para afastar qualquer violação aos direitos da personalidade. industrial e consequentemente, dentro da sua concepção, reconhece um direito de
Além disso, os direitos da personalidade seriam direitos extrapatrimoniais, vale dizer, propriedade sobre o nome empresarial. Dentro da mesma linha de entendimento, se
sem valor econômico, não suscetíveis de avaliação em dinheiro. Qualquer indenização pronunciou Giuseppe Valeri.
pela violação a um direito da personalidade tem por objetivo apenas garantir o Interpretando o disposto no artigo 1.164 do Código Civil, Sérgio Campinho reconhece
equivalente ao valor de tais direitos. no nome empresarial a condição de um bem patrimonial, integrante do estabelecimento,
Por fim os direitos da personalidade seriam intransmissíveis, inalienáveis e ao afirmar que o nome pode ser alienado desde que atendidas as condições do parágrafo
impenhoráveis. Tais direitos são ligados ao indivíduo por um nexo orgânico o que único do citado dispositivo.
inviabiliza a separação do sujeito originário. Pode haver um certo grau de disposição em Outro adepto dessa linha é Francesco Ferrara Júnior o qual afirma que o nome tem um
relação a alguns, justamente para facilitar a melhor fruição por parte de seu titular. A valor econômico, porque a ele se vincula a clientela, goza de proteção erga omnes, na
intransmissibilidade seria decorrente do próprio objeto dos direitos da personalidade, na medida em que seu uso exclusivo é reservado ao seu titular. Com esses dados ele
medida em que a possibilidade de mudança do titular não seria possível em tais casos. conclui que o direito sobre o nome é um direito de propriedade sobre um bem
Por não possuir todas estas características é que entendemos que o direito ao nome incorpóreo.
empresarial não é um direito da personalidade. O nome empresarial tem um valor Também discordamos desse entendimento pelas razões já expostas, na medida em
econômico que é inerente ao seu papel de sinal distintivo perante a clientela. que a possibilidade de utilização do nome por mais de uma pessoa retira a
Alterando-se o nome empresarial se dilui a clientela, de modo que não se pode exclusividade que seria inerente ao direito de propriedade.
negar que o nome tenha um valor econômico.
A regra do artigo 1164 do Código Civil deve ser interpretada com bastante cuidado, 1.1.3 – Direito pessoal
uma vez que a interpretação literal não lhe dá os reais contornos. O nome empresarial J. X. Carvalho de Mendonça reconhece a importância econômica do nome empresarial,
pode ser usado por outras pessoas desde que haja alienação do estabelecimento, mas afasta a concepção de direito de propriedade sobre o mesmo. Assevera que o nome
permissão expressa no contrato e que o adquirente use o nome precedido do seu próprio não pode ser considerado uma coisa objeto de comércio. Alega ainda que a proteção
na condição de sucessor. Mesmo que o antigo titular do estabelecimento deixe de existir, absoluta não é exclusiva dos direitos, sendo possível a configuração dos direitos
o nome pode continuar a ser usado, o que afasta a condição de atributo da personalidade pessoais, concluindo nesse sentido.
jurídica. Adotamos esta opinião, porquanto o nome empresarial tem um valor econômico,
Tal regra visa a compatibilizar os interesses do empresário numa eventual alienação do não é ligado exclusivamente à personalidade do empresário e não há exclusividade.
nome empresarial que pode assumir um valor econômico, com o interesse dos Em suma, o direito sobre o nome empresarial é um direito pessoal.
consumidores em não ser enganados a respeito da proveniência e qualidade de bens ou 1.2 – TIPOS DE NOME EMPRESARIAL
serviços negociados sob determinado nome empresarial. O empresário sempre exerce sua atividade por meio do nome empresarial. Há várias
formas de compor o nome empresarial e em função dessas formas há vários tipos de

nome empresarial, quais sejam: a firma individual, a razão social e a denominação. A 7.Usando a inicial do prenome e abstraindo um sobrenome: a) J. Carvalho de
firma individual diz respeito apenas ao empresário individual, já as sociedades podem Mendonça; b) J. Xavier Carvalho e c) J. Xavier de Mendonça.
usar dois tipos de nome empresarial, a firma ou razão social e a denominação. A adoção 8.Usando a inicial do prenome e abstraindo dois sobrenomes: a) J. Xavier, b) J.
deste ou daquele tipo depende da forma societária adotada. Carvalho e c) J. de Mendonça.
1.2.1 – Firma individual 9.Usando a inicial para um dos sobrenomes: a) José X. Carvalho de Mendonça, b) José
O empresário individual exerce a atividade empresarial por meio da chamada firma Xavier C. de Mendonça, c) José Xavier Carvalho de M.
individual que é composta por seu nome completo ou abreviado, acrescido 10.Usando a inicial para dois sobrenomes: a) José X. C. de Mendonça.
facultativamente de designação mais precisa de sua pessoa ou gênero de atividade 11.Usando a inicial para o prenome e dois sobrenomes: a) J. X. C de Mendonça.
(Código Civil – art. 1.156). Há na firma dois tipos de elementos: o elemento nominal e Outras formas ainda se mostrariam possíveis escrevendo-se o prenome ou os
os elementos complementares. sobrenomes pelas primeiras letras e não apenas pela primeira. Em todos os exemplos
O elemento nominal da firma individual é o próprio nome civil do empresário dados aparecem pelo menos dois elementos do nome civil do empresário; contudo, nada
individual, essencial para a composição da firma. Na composição da firma individual impede que o nome seja formado por apenas um dos elementos do nome civil do
pode-se usar o nome completo do empresário, não havendo qualquer implicação maior empresário, desde que acompanhado de uma indicação que precise melhor sua
de ordem jurídica. Além do nome completo, a lei permite também expressamente a pessoa ou seu gênero de atividade. Não se admite firma composta apenas das iniciais
utilização do nome civil do empresário de forma abreviada, não havendo qualquer do empresário, na medida em que não há o caráter identificador apenas nas iniciais.
regra mais específica sobre essa menção. Ao lado do elemento nominal, que é sempre obrigatório, podem ser acrescidos
No caso de abreviatura do nome do empresário, pode-se elaborar vários nomes elementos complementares agnome, por exemplo, para melhor identificar a pessoa
empresariais, tendo em vista o grande número de probabilidades que se apresentam, do empresário (Exemplos: Júnior, Filho ou Apelidos: Xuxa, Pelé, Todo Duro, Maguila,
com a utilização de abreviaturas propriamente ditas, com a retirada de alguns elementos Zé do Gás, etc...) ou seu ramo de atuação (Ex.: B.F. Pimentel Comércio de
do nome. Usando a criatividade de Justino Vasconcelos, vejamos as várias firmas Computadores-Empresa Individual). Estes elementos complementares não formam
individuais que podem ser feitas a partir do nome de José Xavier Carvalho de por si só a firma individual. Eles são sempre facultativos e têm como limite o princípio
Mendonça. da veracidade, isto é, não podem traduzir nenhuma ideia falsa.
1.Deixando de lado o prenome: Xavier Carvalho de Mendonça. 1.2.2 – Razão social
2.Deixando de lado um sobrenome: a) José Carvalho de Mendonça, b) José Xavier A razão social é espécie de nome empresarial para sociedades empresárias que se
Carvalho e c) José Xavier de Mendonça. caracteriza pela utilização do nome de sócios na sua composição. Tal espécie de nome
3.Deixando dois sobrenomes de lado: a) José Xavier, b) José Carvalho e c) José de empresarial pode ser usado nas sociedades em nome coletivo, em comandita simples,
Mendonça. limitadas e em comandita por ações. Nas limitadas e nas comanditas por ações pode
4.Deixando-se de lado o prenome e um sobrenome: a) Carvalho de Mendonça, b) ser adotada também uma denominação.
Xavier Carvalho e c) Xavier de Mendonça. São elementos obrigatórios para a razão social, o elemento nominal e o elemento
5.Usando apenas a inicial do prenome: J. Xavier Carvalho de Mendonça. pluralizador. Também podem ser colocados elementos complementares que melhor
6.Usando a inicial do prenome e de um sobrenome: a) J. X. Carvalho de Mendonça, b) identifiquem a sociedade. Por fim, podem ser exigidos elementos específicos para
J. Xavier C. de Mendonça e c) José Xavier Carvalho de M. determinadas sociedades.
O elemento nominal é a indicação completa ou parcial do nome de um, alguns ou todos expressamente a atividade exercida para as sociedades limitadas (art. 1.158, § 2º do
os sócios. Tal elemento serve para identificar pelo menos uma pessoa que faça parte da Código Civil), para as sociedades anônimas (art. 1.160 do Código Civil) e para as
sociedade e tenha responsabilidade ilimitada pelas obrigações da sociedade (art.1.157 sociedades em comandita por ações (art. 1.161 do Código Civil de 2002), únicas
do Código Civil), ressalvada menção expressa em sentido contrário na razão social das sociedades empresárias que podem adotar denominação. Excepcionalmente admite-se a
sociedades limitadas. Assim sendo, nada obsta que se indique apenas o prenome, ou um indicação de nome de sócios na denominação da limitada, ou o nome de fundador,
sobrenome do sócio. acionista ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da sociedade anônima.
O segundo elemento obrigatório é o elemento pluralizador que consiste na indicação de A exigência de indicação da atividade exercida representa um retrocesso em relação ao
que a sociedade possui pelo menos dois sócios. Tal elemento pode consistir no regime anterior que não exigia a indicação da atividade exercida. A nosso ver, o regime
aditamento da expressão e companhia, e cia ou qualquer outra que denote a pluralidade anterior era melhor porque nem sempre é fácil identificar a atividade exercida quando
de sócios. há uma grande diversificação e em segundo lugar as expressões de fantasia por si só já
A par dos elementos obrigatórios, a razão social das sociedades pode ser aditada de eram suficientes para identificar a sociedade.
outros elementos que melhor identifiquem a sociedade, como por exemplo, a indicação Além do elemento objetivo, a denominação das sociedades limitadas, das sociedades
mais precisa dos sócios com a indicação de sua naturalidade ou da própria atividade. anônimas e das sociedades em comandita por ações exige um elemento sacramental
Em regra, esses elementos complementares são facultativos, não sendo essenciais que identifique o tipo societário. Nas sociedades limitadas, exige-se a expressão
para a validade do nome empresarial. "limitada" ou "Ltda". Nas sociedades em comandita por ações exige-se a expressão
Por fim, é certo que em determinadas sociedades como a limitada, a lei exige um "comandita por ações" ou C/A ao final do nome. Nas sociedades anônimas, exige-se a
elemento sacramental que identifique a própria espécie societária, como por exemplo, expressão "sociedade anônima" ou "companhia" ou ainda "Cia" por extenso ou
a expressão "limitada" ou "Ltda" nas sociedades limitadas. abreviadamente.
A título ilustrativo, vejamos os seguintes exemplos de razão social: Casas José Silva Como exemplos de denominação, temos: BANCO DO BRASIL S/A(sempre virá no
Ltda, Irmãos Correia e Cia Ltda, Carvalho de Mendonça e Companhia, Correia e final do nome), COMPANHIA ou CIA(virá sempre no início da denominação)
irmãos. BRASILEIRA DE DISTRIBUIÇÃO, PANIFICADORA PORTUGUESA LTDA,
1.2.3 - Denominação INDÚSTRIA DE SEDAS FAMA COMANDITA POR AÇÕES.
A denominação caracteriza-se pela não utilização do nome dos sócios, podendo se
usar uma expressão de fantasia (ou nome de fantasia= seria o título do 2. – PRINCÍPIO DA VERACIDADE:
estabelecimento), a indicação do local, ou apenas a indicação do objeto social. Ela pode Qualquer que seja o tipo de nome empresarial- denominação, firma ou razão social – o
ser adotada nas sociedades limitadas e nas sociedades em comandita por ações, nome empresarial deve obedecer aos princípios da veracidade e da novidade (art. 34, da
sendo obrigatória nas sociedades anônimas. Lei 8.934/94).

Na denominação das sociedades empresárias, temos dois tipos de elementos Pelo princípio da veracidade, não se pode traduzir uma ideia falsa no nome empresarial.

obrigatórios, quais sejam, o objetivo e o sacramental. Além desses elementos, Trata-se de princípio cujo objetivo é a proteção dos terceiros que lidam com a

podemos ter elementos complementares que auxiliem na identificação da sociedade. sociedade, para que não sejam enganados pelas indicações do nome. Não se pode

Com o Código Civil de 2002, o elemento objetivo passa necessariamente a indicar a indicar uma atividade que não seja exercida (Ex.: uma padaria que coloque no seu nome

atividade que está sendo exercida pela sociedade. A denominação deve indicar a expressão construtora). Também não se admite a indicação na razão social do nome de

uma pessoa que não seja sócio. No Brasil, em atenção ao princípio da veracidade, deve
ser excluído o nome de sócio falecido ou que tenha se retirado (art. 1.165 do Código
Civil).
3. – PRINCÍPIO DA NOVIDADE
Pelo princípio da novidade, o nome empresarial deve se distinguir de outros nomes
empresariais no mesmo registro (art. 1.163 do Código Civil). Quem registra um nome
empresarial tem direito a exclusividade do uso desse nome (Obs.: é considerado
como ativo intangível ou imaterial de propriedade do empresário, no sentido lato).
Tendo em vista a função do nome empresarial, que é de distinção em relação a outros
empresários, não se pode admitir nomes iguais ou semelhantes que possam causar
confusão junto ao público.
O princípio da novidade está preenchido quando um nome se apresenta como
suficiente para distinguir um sujeito de outros. Não basta um elemento diferenciador
qualquer, é essencial que o nome além de diferente não possa ser confundido com
outros nomes empresariais. O nome empresarial não pode ser idêntico, nem
semelhante a outros já existentes no mesmo âmbito de proteção. A distinção entre os
nomes deve ser suficiente para que uma pessoa, usando a atenção que normalmente se
usa, possa distinguir os dois nomes.

Você também pode gostar