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DIREITO EMPRESARIAL

AULA 03 E 04
REGISTRO DO EMPRESÁRIO
 São 3 os atos de registro de empresa praticados pela Junta Comercial:
1. Matrícula: ato de inscrição dos chamados auxiliares do comércio: leiloeiros, tradutores
públicos, intérpretes comerciais etc.
2. Arquivamento: ato de inscrição do empresário individual bem como o ato de registro de
constituição, alteração e dissolução das sociedades empresárias, grupos de sociedades,
consórcios, empresas mercantis autorizadas a funcionar no País. Qualquer modificação na
inscrição do empresário é feita através da averbação.
3. Autenticação: ato de registro das escriturações (livros comerciais e fichas escriturais)
das empresas mercantis e dos agentes auxiliares do comércio, conferindo regularidade ao
documento.
 Obs.: Inatividade da empresa: empresário individual e sociedade empresária que não
procedem a qualquer arquivamento na Junta Comercial no período de 10 anos e não
comunicam ao órgão que ainda se encontram em atividade. Consequência:
cancelamento do registro e perda da proteção do nome empresarial.
NOME EMPRESARIAL
 É o elemento de identificação do empresário e da sociedade empresária perante terceiros
no exercício de sua atividade econômica. Não pode ser objeto de alienação. Pode ser de
duas espécies:
1. Firma (razão social): constituída pelo nome civil do empresário individual ou dos sócios da
sociedade empresária. Além de identidade do empresário, é também sua assinatura.
CC, Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou
abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de
atividade.
Ex. Nome civil do empresário individual: Antônio de Souza. Pode usar como firma: “Antônio de
Souza roupas e calçados”, “A.S. Roupas e calçados”, “Antônio de Souza”, etc.
Sócios: Antônio de Souza, Fabiana de Melo e Pedro Siqueira. Pode usar como firma: “Antônio de
Souza, Fabiana de Melo & Pedro Siqueira”, “Souza, Melo e Siqueira roupas e calçados”,
“Antônio de Souza & Cia”, “A. Souza, F. Melo & P. Siqueira Roupas e Calçados”, etc.
 2. Denominação: constituída pelo nome civil dos sócios ou um elemento fantasia. Deverá
indicar o objeto a ser explorado pela sociedade. É elemento de identificação do exercente
da atividade empresarial. O representante legal da empresa assina com sua assinatura civil,
não podendo assinar a denominação.
 Ex.: “Antônio de Souza, Fabiana de Melo & Pedro Siqueira Roupas e calçados Limitada”
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
 Refere-se ao complexo de bens, materiais e imateriais, que constituem o
instrumento utilizado pelo empresário para a exploração da sua atividade
empresarial. É chamado de patrimônio de afetação.
CC, Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado,
para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
 O local onde o empresário exerce suas atividades (ponto de negócio) é apenas
um dos elementos que compõem o estabelecimento empresarial, sendo
composto também por outros bens materiais (equipamento, máquinas etc) e
até mesmo bens imateriais (marca, patente de invenção etc).
 ESTABELECIMENTO ≠ EMPRESA (corresponde a atividade)
 ESTABELECIMENTO ≠ EMPRESÁRIO (PF ou PJ que explora as atividades
empresariais e é titular de direitos e obrigações decorrentes da atividade
empresarial)
 ESTABELECIMENTO ≠ PATRIMÔNIO (compreende as relações jurídicas – direitos
e obrigações – do seu titular).
CONTRATO DE TRESPASSE
 Trespasse refere-se ao contrato oneroso de transferência do estabelecimento empresarial.
 CC, Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos,
translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.
Significa que o estabelecimento pode ser negociado como um todo unitário (universalidade de
fato).
 CC, Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do
estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da
inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas
Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.
Portanto, é condição de eficácia perante terceiros, o registro do contrato de trespasse na Junta
Comercial e a sua posterior publicação.
 CC, Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a
eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do
consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.
Para a Lei 11.101/2005 (lei de falência),caso o art. 1145 não seja respeitado pode ser decretado o
trespasse irregular e consequentemente a decretação da quebra do empresário.
 III Jornada de Direito Civil - Enunciado 234: Quando do trespasse do estabelecimento
empresarial, o contrato de locação do respectivo ponto não se transmite automaticamente ao
adquirente.

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