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DO CAPITAL DE
GIRO
Introdução
O capital de giro (CDG) é um dos elementos que influenciam as decisões
estratégicas de uma organização e é alvo de muito estudos acadêmicos.
O mundo está globalizado há décadas, e a competividade empresarial
é o resultado desse fenômeno. Por essa razão, há uma preocupação
por parte dos acadêmicos e gestores em aplicar análises e modelos
sofisticados na área financeira.
Assim, neste capítulo, você vai estudar o modelo tradicional de
análise financeira, muito comum na literatura. Na sequência, você vai
compreender o modelo de Fleuriet, que tem uma perspectiva distinta
da tradicional, propondo uma análise dinâmica, que considera os ciclos
operacional e financeiro da empresa. Por fim, você vai aprender sobre os
contextos em que ocorre a necessidade líquida de CDG.
Ativo Passivo
Bancos Debêntures
Clientes Fornecedores
Investimentos
CDG = (Passivo não cíclico + Patrimônio líquido) – (Ativo não cíclico) (2)
Segundo Viera (2008, p. 86), “[…] quando os recursos de longo prazo originários do
capital de giro não são suficientes para satisfazer à demanda operacional de recursos
representada pela necessidade de capital de giro, a empresa precisa utilizar fonte de
curto prazo, com o objetivo de complementar o financiamento das suas atividades”.
O ST poderá ser utilizado como complemento.
O resultado positivo indica que o CDG é próprio, e, por essa razão, o ativo
circulante é superior às obrigações existentes no passivo circulante para o
mesmo período. Essa é uma situação financeira favorável e representa uma
boa capacidade para o financiamento das dívidas com capital próprio.
Quando o resultado é negativo, conforme mostra a Figura 4, o CGL no curto
prazo é financiado pelo capital de terceiros (empréstimos e financiamentos),
e o ativo circulante é inferior às obrigações presentes no passivo circulante.
Essa é uma situação de alerta: o endividamento cresceu e as despesas também,
assim, a solvência poderá ficar comprometida no longo prazo.
Gestão do capital de giro: modelo de Fleuriet 9
O CDG na análise financeira poderá ser classificado como fixo ou variável. Segundo
Assaf Neto e Silva (2002), o CDG fixo será a quantidade necessária para manter o ativo
circulante e garantir as operações da organização. O CDG variável corresponde aos
recursos extraordinários para atender às necessidades sazonais, como antecipação das
compras de insumo, maiores volumes de vendas em alguns períodos ou contingências
não previstas.
Estas são as principais formas para financiar as NCGs, e cada uma delas
tem suas peculiaridades para prazos, despesas e volumes. O uso dessas fontes
deverá contribuir para ganhos positivos nos ciclos econômico e financeiro.
Assim, a empresa terá condições suficientes para manter uma boa saúde
financeira no curto e no longo prazo.
A gestão do CDG é uma tarefa estratégica e que merece uma atenção ímpar,
para proporcionar resultados econômicos e financeiros positivos, bem como
criar valor para os negócios da empresa no curto e no longo prazo. Logo, a
compreensão do modelo dinâmico de Fleuriet e as ferramentas para análise
das necessidades líquidas do CDG ganham maior relevância.
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
FLEURIET, M.; KEHDY, R.; BLANC, G. O modelo Fleuriet: a dinâmica financeira das empresas
brasileiras. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6. ed.
São Paulo: Atlas, 2003.
ROCHA, I.; KLANN, R. C.; HEIN, N. Utilização do modelo Fleuriet na análise da gestão do
capital de giro de empresas brasileiras do setor de siderurgia. In: CONGRESSO BRASI-
LEIRO DE CUSTOS, 17., 2010, Belo Horizonte. Anais eletrônicos [...]. Disponível em: https://
anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/download/835/835. Acesso em: 26 abr. 2020.
THEISS JÚNIOR, F.C.; WILHELM, P.P.H. Análise do capital de giro: modelo Fleuriet versus
modelo tradicional. In: ENCONTRO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM ADMINISTRAÇÃO, 24., 2000, Florianópolis. Anais […]. Florianópolis: ENANPAD, 2000.
VIEIRA, M. V. Administração estratégica de capital de giro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Leitura recomendada
MARQUES, J. A. V. C.; BRAGA, R. Análise dinâmica do capital de giro: o modelo Fleuriet.
Revista de Administração de Empresas, v. 35, nº. 3, p. 49–63, mai./jun. 1995. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n3/a07v35n3.pdf. Acesso em: 26 abr. 2020.
Gestão do capital de giro: modelo de Fleuriet 11
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