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Análise Dinâmica de

3.1 Capital de Giro

SUMÁRIO
3.1.1 CONCEITOS E FUNDAMENTOS ....................................................................................................... 2
3.1.2 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DAS CONTAS .................................................................................... 2
3.1.3 Fontes de Financiamento da NCG ................................................................................................. 5
3.1.4 O EFEITO TESOURA ........................................................................................................................ 7
3.1.5 CAUSAS PROVÁVEIS DE PROBLEMAS NO CURTO PRAZO: .......................................................... 11
3.1.6 Reclassificação Funcional da DRE ................................................................................................ 12
3.1.7 O ativo econômico ....................................................................................................................... 13
Exercícios de Fixação............................................................................................................................. 14
Análise Dinâmica de Capital de Giro 2

3.1.1 CONCEITOS E FUNDAMENTOS


O modelo dinâmico de gestão financeira é um enfoque atual e adequado às empresas na sociedade
moderna. A empresa é tratada como um organismo vivo que tem relacionamentos complexos e sua
sobrevivência interessa a todos os parceiros da organização: acionistas, financiadores, fornecedores,
empregados, clientes e governo.

Para tanto, se faz necessário um acompanhamento constante de sua situação econômico-financeira. O


modelo dinâmico de gestão financeira é um instrumento de análise para acompanhamento da situação
econômico-financeira das empresas, servindo como ferramenta para a tomada de decisões.

O modelo dinâmico de gestão financeira tem como base os relatórios contábeis, principalmente o
Balanço Patrimonial e DRE. Estes relatórios são adaptados para tornar a contabilidade funcional e
gerencial, dando à contabilidade um enfoque sistêmico.

Para ser funcional, a contabilidade tem que deixar transparecer, na estrutura de seus demonstrativos, a
imagem da empresa nos níveis operacional, tático e estratégico, ou seja, temos que reclassificar as
contas na linha dessa funcionalidade, agrupando as várias rubricas, não só pelo critério de tempo, mas
levando em consideração sua relação com as operações da empresa.

3.1.2 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DAS CONTAS

Um dos pré-requisitos da análise financeira com ênfase na liquidez, ou seja, considerando que a
empresa não vai encerrar suas atividades, mas continuará no mercado, é uma reclassificação das contas
dos vários demonstrativos. Isso implica em agrupar essas últimas por afinidade, em obediência aos
novos objetivos de utilização dos dados financeiros.

a. Balanço Patrimonial

Define-se em três grupos básicos de contas: estratégicas, operacionais e táticas. Por estratégicas são as
contas cuja movimentação está vinculada à Alta Administração da empresa. Por operacionais são as
contas que tem relação com as atividades da empresa, sejam elas da área industrial ou de prestação de
serviços, vale dizer, que se vinculam ao negócio da empresa. As táticas são as contas de curto e
curtíssimo prazo vinculadas à tesouraria da empresa. Esses três grupos típicos, homogêneos ente si,
devem, no entanto, ser enfocados como um sistema que retrata a empresa como um todo. Uma
premissa elementar da classificação funcional é que a caracterização em quaisquer das três rubricas
(estratégica, operacional e tática) não se prende somente ao nome da conta, mas também ao seu
conteúdo.

Outro aspecto a ser considerado é que toda classificação, e, portanto toda análise reflete um nível de
precisão variável, dependendo do maior ou menor conhecimento que se tem da empresa e de seus
procedimentos contábeis.

A classificação funcional começa pelas contas operacionais. Observando-se uma empresa industrial
verifica-se que seu sistema produtivo se assemelha a uma roda girando a uma certa rotação, conforme o
tipo de negócio. As operações se repetem constantemente no mesmo ritmo médio, a menos que se
venham a introduzir mudanças estruturais no processo produtivo. Na verdade, cada atividade gira a
uma certa cadência, que lhe é própria. Só pára com a extinção da empresa.

b. Contas Operacionais do Balanço Patrimonial - NCG


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Observam-se algumas contas no balanço patrimonial, sejam elas fontes ou aplicações ou aplicações de
recursos (do passivo ou do ativo), guardam estreita afinidade com as várias fases do processo produtivo.
Os estoques sejam eles de matérias-primas, semi-acabados, ou acabados, as duplicatas a receber, as
contas a pagar dos fornecedores, salários e encargos, impostos ligados à produção, são todos eles
consignados no balanço patrimonial. Daí a reclassificação funcional das contas operacionais é imediata e
toma o seguinte formato:

APLICAÇÕES FONTES

Duplicatas a Receber (Clientes) Duplicatas a Pagar (Fornecedores)


Estoques Salários e Encargos
Outras Contas Operacionais Impostos ligados à Produção
Essas contas estão sempre girando conforme seu ciclo, sendo sua reposição automática. São chamadas
de CONTAS CÍCLICAS. A diferença entre contas cíclicas do Ativo e as Contas do Passivo é chamado de
NCG (Necessidade de Capital de Giro).

O conceito de NCG mede a defasagem de tempo e valor ente as operações que as contas representam,
sendo a fórmula assim:

NCG = (CLIENTES + ESTOQUES) - (FORNECEDORES + SALÁRIOS + ENCARGOS + IMPOSTOS)


Ou
NCG = (CONTAS CÍCLICAS DO ATIVO) - (CONTAS CÍCLICAS DO PASIVO)
O estudo da Necessidade de Capital de Giro (NCG) resultou da dinâmica do funcionamento da empresa
e das contas estritamente operacionais como Clientes, Estoque e Fornecedores. Assim, o que na
concepção tradicional de Análise de Balanço representaria elementos positivos para a liquidez, foi
revisto e interpretado como fator de demanda de recursos financeiros.

As contas operacionais ou cíclicas guardam estreita relação com as atividades relacionadas ao objetivo
social da empresa, e representam o conjunto de bens, direitos e obrigações necessárias à manutenção
de um nível de faturamento desejável. Foram denominadas cíclicas para dar uma idéia de movimento
circular, em decorrência de sua característica de renovação automática de acordo com o ritmo do
negócio.

Os Ativos Operacionais (Investimento Operacional em Giro ou Aplicação de Capital de Giro ou


Aplicação de Recursos em Giro) são os bens e direitos que compõe o ciclo de operações da empresa,
entendido como o intervalo compreendido entre a entrada das compras (bens e serviços) e o
recebimento das vendas e medido pelo somatório do prazo médio de estocagem e o de recebimento
das vendas. Esses ativos operacionais compreendem os estoques (matéria-prima, produtos em
elaboração e produtos acabados), mercadorias em trânsito, importações em curso (matéria-prima),
despesas antecipadas, os valores a receber de clientes (menos a Provisão para Devedores Duvidosos) e
outras aplicações relacionadas às atividades normais da empresa. Também devem ser considerados
como Ativos Operacionais os adiantamentos a fornecedores, a clientes, a funcionários e ao governo,
quando este último estiver relacionado a antecipações de impostos e contribuições sobre vendas.
Impostos e Contribuições sobre o Lucro não são considerados Ativos Operacionais.

Os Passivos Operacionais (Financiamento Operacional em Giro ou Fontes de Capital de Giro ou


Captação de Recursos para Giro) são as obrigações decorrentes diretamente da aquisição de bens e
serviços necessários à consecução dos objetivos sociais da empresa, sendo o principal deles os
Fornecedores (de matéria-prima/ mercadorias). Outros recursos de terceiros, quando aplicados
diretamente na operação são também considerados Passivos Operacionais como, por exemplo, salários
a pagar, comissões a pagar, encargos sociais a recolher (INSS, FGTS), adiantamento de clientes, impostos
e contribuições sobre vendas, contas a pagar administrativas e outras fontes relacionadas às atividades
normais da empresa.

Em resumo, o Ativo Circulante Operacional ou Cíclico – ACO é o investimento que decorre


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automaticamente das atividades de compra/ produção/ estocagem/ venda, enquanto o Passivo


Circulante Operacional ou Cíclico – PCO é o financiamento, também automático, que decorre dessas
atividades.

No caso das contas de Adiantamentos e Despesas Antecipadas, cabe, nestes casos, identificar se tais
contas refletem atividades permanentes ou esporádicas da empresa. No caso de expressarem atividades
permanentes, seriam inclusos juntamente com as demais inicialmente tratadas (Duplicatas a Receber,
Estoques, Fornecedores, Obrigações Fiscais e Trabalhistas), casos contrários, não devem ser
consideradas operacionais.

ACO > PCO: é a situação normal na maioria das empresas. Há uma NCG para a qual a empresa deve
encontrar fontes adequadas de financiamentos.

ACO = PCO: neste caso a NCG é igual a zero e, portanto, a empresa não tem necessidade de
financiamentos para o giro.

ACO < PCO: a empresa tem mais financiamentos operacionais do que investimentos operacionais.
Sobram recursos das atividades operacionais, os quais poderão ser usados para aplicação no mercado
financeiro ou para expansão da planta fixa (investimentos no Ativo Permanente).

A Necessidade de Capital de Giro é muito sensível às modificações que ocorrem no ambiente econômico
em que a empresa opera. Modificações nas políticas de crédito e cobrança, produção, estocagem,
logística de distribuição ou prazo com fornecedores podem alterar significativamente a NCG.

A NCG também está diretamente relacionada ao Lucro Operacional. As contas cíclicas representam a
contrapartida das contas de receitas e despesas que determinam o Lucro Operacional, antes do
resultado financeiro e da depreciação.

Outra característica da NCG é a sua relação direta com o Ciclo Financeiro ou de caixa. Este
relacionamento permite determinar e projetar seu montante a partir da combinação do volume de
vendas e dos prazos de estocagem, recebimento e pagamento.

Neste contexto, o relacionamento da NCG com as Vendas Brutas determina-se um parâmetro que
reflete as necessidades de capitais para o giro dos negócios e suas dimensões em relação ao nível de
atividades. Com isto definimos este parâmetro como Ciclo Financeiro - CF:

NCG - Nec. de Cap. de Giro x n.º de dias do período*


Vendas Brutas

* Período a que se refere o volume das Vendas Brutas; exemplo: vendas anuais, período de 360 dias; vendas
mensais, período de 30 dias etc.

O Ciclo Financeiro calculado desta forma está expresso em "dias de vendas", ou seja, indica o número de
dias das vendas que a empresa destina ao financiamento das necessidades de capital de giro.

Como exemplo, a Demonstração de Resultado abaixo apresenta os valores necessários ao cálculo do


Ciclo Financeiro, considerando uma NCG de $760.291 e $861.301 para os exercícios de 20x0 e 20x1,
respectivamente:

Demonstração de Resultados Parcial ($ mil)

20X1 20X0
Receita Operacional Bruta 4.270.165 3.305.127
(-) Vendas Canceladas (62.901) (22.381)
(-) Impostos s/Vendas (1.136.978) (793.520)
Receita Operacional Líquida 3.070.286 2.489.226
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Ciclo Financeiro (CF):

20X0 = 760.291 x 360 = 83 dias


3.282.746*
20X1 = 861.301 x 360 = 74 dias
4.207.264*
* Receita Operacional Bruta (-) Vendas Canceladas

No caso acima, no ano de 20X0 a empresa destinava 83 dias de seu faturamento para financiar as
necessidades de recursos para o giro dos negócios enquanto no ano de 20X1 este número caiu para 74
dias. Em termos de fontes e aplicações de recursos, a economia obtida pela redução de 83 para 74 dias
(nove dias) pode ser assim avaliada: sendo as vendas brutas em 20X1 de $ 4.207.264 mil caso o Ciclo
Financeiro fosse mantido no mesmo nível de 20X0 - 83 dias, a variável NCG - Necessidade de Capital de
Giro - seria de $ 970.008 mil ($ 4.207.264 mil multiplicado por 83/360). Considerando que a NCG real foi
de $ 861.301, temos uma economia de recursos da ordem de $ 108.707 ($ 970.008 mil menos $ 861.301
mil).

O Ciclo Financeiro calculado desta forma apresenta-se como um parâmetro importante, à medida que
podemos concluir: o dimensionamento dos recursos necessários para o giro dos negócios - medido pela
NCG - Necessidade de Capital de Giro - é dado pelo Ciclo Financeiro e pelo montante das Vendas Brutas.

Exemplo: Determinada empresa estima o faturamento anual de $ 450.000 para o ano de 20X2, sendo o
seu Ciclo Financeiro de 90 dias. O volume de capital necessário para manter o giro dos negócios será de
$ 112.500 (90/360 multiplicado por $ 450.000).

3.1.3 Fontes de Financiamento da NCG


Para financiar a Necessidade de Capital de Giro, a empresa pode contar normalmente com três tipos de
financiamento:

• Capital Circulante Próprio;


• Empréstimos e financiamentos bancários de longo Prazo; e
• Empréstimos bancários de curto prazo e duplicatas descontadas.
Na figura abaixo é possível localizar a Necessidade de Capital de Giro no Balanço.
Valor total do AC.
ESTOQUES FORNECEDORES Financiamento automático do
Representa o investimento
total em giro. Para efeito giro com que a empresa pode contar.
de análise do Capital de DUPLICATAS A
Giro devem ser expurgados
eventuais AC não
Operacionais (como Este vazio mostra os
empréstimos a controladas RECEBER financiamentos que a empresa
e títulos a receber de venda precisa obter para financiar a
de Ativo Permanente). NCG correspondente área do Ativo
Circulante.

Localização da necessidade de Capital de Giro no Balanço.


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Na figura abaixo, complemento da figura acima, ressalta-se exatamente as fontes de cobertura


da necessidade de Capital de Giro.

Dupl.
Descontadas, Fontes de
Empr. Banc
financiamento
Financiament
da
os
Bancários de necessidade
Longo Prazo de
capital de giro
ATIVO
c. Contas Operacionais do BalançoPATRIMÔNIO
PERMANENTE
Patrimonial - CDG
LÍQUIDO

Outro grupo funcional considera contas de longo prazo, são de natureza estratégica. Seu ciclo se dá a
um ritmo de período tão longo que, à primeira vista, parece estacionária se compararmos com as
cíclicas (operacionais). No balanço as contas do Passivo Não Circulante aparecem assim:

APLICAÇÕES FONTES
Empréstimos a longo prazo a terceiros Empréstimos Bancários a Longo Prazo
Aplicações financeiras a longo prazo Financiamentos a Longo Prazo
Títulos a receber a longo prazo Capital Social
Imobilizado Reservas
Diferido Lucros Suspensos
O denominador comum de todas essas contas é fato de todas elas serem de longo prazo, tendo-se o
nome genérico de Permanentes. A diferença entre as contas permanentes do Passivo (Fontes) e contas
permanentes do Ativo (Aplicações) obtém-se o CDG. Sendo a fórmula:

CDG = (CONTAS PERMANENTES DO PASSIVO) - (CONTAS PERMANENTES DO ATIVO)


OU
CDG = (PATRIMÔNIO LÍQUIDO + EXÍGIVEL A LONGO PRAZO) - (REALIZÁVEL A LONGO PRAZO + ATIVO
PERMANENTE)
Essa definição é mais usual do modelo tradicional, no entanto, difere no seu cálculo. No modelo
dinâmico é calculada por meio de contas de longo prazo e não pelo circulante ou contas de curto prazo,
apesar de o resultado matemático ser o mesmo. Essa diferença de enfoques tem repercussões
importantes nas análises.

d. Contas Operacionais do Balanço Patrimonial - T

Para fechar a classificação funcional do balanço restam as contas de curto e curtíssimo prazo que não
guardam relação com o processo produtivo, sendo consideradas contas táticas, pois não guardam
relacionamento com estratégias de longo prazo. Sua variação é aleatória e, geralmente, estão ligadas à
tesouraria da empresa. No ativo são identificadas pelas seguintes contas: caixa, saldo positivo em
bancos conta movimento, as aplicações de curto e curtíssimo prazo. No passivo são as contas de
empréstimos bancários de curto prazo, sejam elas lastreados por notas promissórias, títulos
descontados (geralmente são contas redutoras de clientes, tendo-se que reclassificá-las para o passivo
circulante), os dividendos e o imposto de renda a pagar no exercício, e ainda as prestações de
financiamentos a longo prazo exigíveis no curto prazo.

Com a classificação funcional essas contas são chamadas de erráticas. Pelo método de diferenças, já

T = (Contas Erráticas do Ativo) - (Contas Erráticas do Passivo)

aplicado anteriormente, chegaremos ao conceito de Saldo de Tesouraria (T), assim definido:

Pode-se agora formular o modelo funcional dinâmico do balanço patrimonial, sendo:


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CDG - NCG = T, expressão que se pode desdobrar em dois formatos de representação:

FORMATO DO BALANÇO FUNCIONAL

APLICAÇÕES FONTES
T

NCG CDG

ou

$
CDG

T
NCG

Tempo

3.1.4 O EFEITO TESOURA


O Efeito Tesoura é um indicador que evidencia o descontrole no crescimento das fontes onerosas de
recursos no curto prazo. Ocorre quando o Saldo de Tesouraria (ST) apresenta-se cada vez mais negativo
a cada exercício, variando em níveis superiores ao crescimento da NCG.

O Saldo de Tesouraria é obtido pela diferença entre as contas do Ativo Circulante e do Passivo Circulante
que não guardam relação com a atividade operacional da empresa. Essas contas, chamadas de
financeiras ou erráticas, foram segregadas das contas cíclicas ou operacionais por não guardarem
relação direta com o ciclo operacional, e estão associadas à administração da tesouraria, daí a sua
natureza financeira.

Os Ativos Financeiros são compostos pelas Disponibilidades (Caixa e Bancos) e pelas aplicações em
Títulos e Valores Mobiliários (Aplicações Financeiras), mantidos para reduzir o risco de flutuações diárias
de entradas e saídas de caixa. Também figuram neste grupo outros ativos de curto prazo não inerentes
ao objeto social da empresa como, por exemplo, os créditos concedidos a terceiros, valores vinculados e
impostos e contribuições sobre o lucro a recuperar.

Os Passivos Financeiros são empréstimos de curto prazo obtidos para cobrir necessidades de caixa, são
também denominados passivos onerosos de curto prazo. Figuram nesse grupo: Empréstimos e
Financiamentos, Debêntures, Dividendos a Pagar, Dívidas com Pessoas Ligadas à Empresa, Imposto de
Renda e Contribuição Social a Recolher.
Análise Dinâmica de Capital de Giro 8

O Saldo de Tesouraria é calculado pelas equações:


T = ACF – PCF ou T = CDG - NCG
Saldo de Tesouraria positivo significa que a empresa tem disponibilidades de recursos que poderão ficar
aplicados no mercado financeiro e utilizados a qualquer momento aproveitando oportunidades de
negócios. Se negativo demonstra dependência de fontes onerosas de recursos de curto prazo.

O Saldo de Tesouraria que, período após período se revele crescentemente negativo evidencia que a
empresa caminha para a insolvência ou overtrade. É importante observar que o fato isolado de o saldo
de tesouraria ser negativo não é preocupante. Grave é a tendência!

Antes da análise do Efeito Tesoura como modelo simplificado de previsão de falência, a fim de reforçar
o entendimento do significado da variáveis já apuradas, Saldo de Tesouraria e Necessidade de Capital de
Giro, vamos avaliar, por meio de um exemplo, o instrumento analítico que é obtido na reclassificação do
Grupo Circulante do Balanço Patrimonial.

Sejam duas empresas, com as seguintes posições financeiras:

Empresa A Empresa B
Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa 300 Fornecedores 300 Caixa 200 Fornecedores 100
Dupl. Receber 200 Obrig. Fiscais 100 Dupl. Receber 400 Obrig. Fiscais 50
Estoques 400 Empréstimos 200 Estoques 300 Empréstimos 450
900 600 900 600
Como pode ser observado, o índice de Liquidez é o mesmo para as duas:

Ativo Circulante = 900 = 1,5


Passivo Circulante 600
Contudo, se reclassificarmos o Circulante de acordo com o modelo que estamos desenvolvendo,
teremos:

Empresa A Empresa B
Duplicatas a Receber 200 400
(+) Estoques 400 300
(-) Obrigações Fiscais 100 50
(-) Fornecedores 300 100
(=) NCG 200 550

Caixa 300 200


(-) Empréstimos 200 450
(=) Saldo de Tesouraria 100 (250)
Apesar de as duas empresas apresentarem mesmo índice de Liquidez Corrente (1,5), a situação
financeira de curto prazo é bem diferente.

A empresa “A” possui recursos financeiros suficientes para cobrir suas obrigações com Bancos e a
empresa “B” não.

O indicador de Liquidez Corrente 1,5 expressa a seguinte realidade: se as duas empresas fossem
liquidadas na data do Balanço, a realização do Ativo Circulante seria suficiente – e com sobra de 50% -
para liquidar os compromissos registrados no Passivo Circulante. Ocorre que as empresas não são
liquidadas nas datas de Balanço.
Análise Dinâmica de Capital de Giro 9

A existência da empresa pressupõe a continuidade e, o que é mais importante, o crescimento como


objetivo. As duas variáveis apuradas – a NCG – Necessidade de Capital de Giro e o ST – Saldo de
Tesouraria – expressam esta realidade.

O Saldo de Tesouraria positivo da empresa “A” indica que a mesma possui recursos de longo prazo (de
terceiros ou próprios) para dar cobertura às necessidades de recursos para o giro dos negócios e ainda
aplicar no mercado financeiro ou, simplesmente, mantê-los em caixa.

O Saldo de Tesouraria negativo da empresa “B” indica a insuficiência de recursos de longo prazo (de
terceiros ou próprios) e a tomada de empréstimos de curto prazo para cobrir tais necessidades.

Para a análise do Efeito Tesoura, deve-se observar se o Saldo de Tesouraria (ST) está cada vez mais
negativo, variando em proporção superior à NCG. A tendência é dada pela relação [ST / NCG], sendo que
a NCG deverá ser considerada sem o seu sinal (+/-). Resultado decrescente evidencia que a empresa
recorre cada vez mais, a empréstimos onerosos a curto prazo. Para melhor avaliar o Efeito Tesoura,
deve-se observar o comportamento do indicador em diversos períodos.

Para melhor compreensão do assunto, tomemos, para análise, dois exemplos.

Exemplo 1: A empresa Y apresenta os seguintes números nos últimos cinco exercícios:

ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano5


NCG 250 600 1.200 2.400 4.800
CDG 200 300 400 400 500
CDG/NCG 0,80 0,50 0,34 0,17 0,10
ST -50 -300 -800 -2.000 -4.300
ST/NCG -0.20 -0.50 -0.66 -0.83 -0.89

5000 NCG

4000
3000
2000
1000
CDG
0
-1000 19X1 19X2 19X3 19X4 19X5
-2000
-3000
-4000 ST
-5000

Analisando os dados acima temos que:


Análise Dinâmica de Capital de Giro 10

8a NCG da empresa está aumentando substancialmente a cada ano;


8o CDG tem-se mantido estável (possivelmente a empresa não está tendo lucro ou o lucro está sendo
distribuído);
8como a empresa não consegue financiar sua necessidade de capital de giro com as fontes internas de
recursos, vem recorrendo cada vez mais a empréstimos bancários, evidenciado pelo ST negativo e
decrescente;
8o ST é negativo e está aumentando proporcionalmente em níveis maiores que a NCG (ST/ NCG),
confirmando, assim, o “efeito tesoura”. Na prática, significa que, se o banco credor não renovar os
empréstimos, a empresa quebra imediatamente. Por outro lado, se o banco continuar a rolar suas
dívidas, a empresa quebrará do mesmo jeito, dentro de pouco tempo, pois os encargos financeiros
provocarão prejuízos cada vez maiores.
A única solução para uma empresa na situação descrita acima é a capitalização (injeção de recursos
novos dos sócios) conjugada com uma completa revisão de prazos e margens de lucro. Exemplo 2:
Analisando o gráfico da empresa Z, temos que a empresa apresenta a mesma NCG da empresa Y e
também está com o ST cada vez mais negativo.

Uma análise superficial poderia induzir a dizer que a empresa está passando por dificuldade financeira,
pois o ST é negativo e a linha da NCG está se distanciando da linha do CDG a cada ano. Ocorre que a
relação percentual entre a NCG e o CDG se mantém.Veja no quadro a seguir:

ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano 5


NCG 250 600 1.200 2.400 4.800
CDG 200 480 960 1.920 3.840
CDG / NCG 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80
ST -50 -120 -240 -480 -960
ST / NCG -0.20 -0.20 -0.20 -0.20 -0.20
Essa empresa, apesar de apresentar a mesma NCG da empresa Y (exemplo 1) em todos os anos, vem
financiando essa necessidade de duas formas: capital de giro (maior parte) e financiamentos bancários.

6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
-1000 19X1 19X2 19X3 19X4 19X5
-2000
NCG CDG CDG/NCG ST ST/NCG

O Saldo de Tesouraria (negativo), no entanto, representa 20% da NCG. Isso acontece, normalmente, em
empresas que estão aumentando o volume de vendas. O endividamento bancário financia um
percentual das vendas e o lucro da atividade, que é reinvestido, garante à empresa boa parte do
financiamento necessário.

Admitindo-se que, repentinamente, a empresa deixe de contar com o financiamento bancário, bastará a
ela fazer uma pequena redução nas suas vendas a prazo, para ajustar sua NCG ao CDG disponível.
Análise Dinâmica de Capital de Giro 11

3.1.5 CAUSAS PROVÁVEIS DE PROBLEMAS NO CURTO PRAZO:


As seguintes ocorrências podem causar problemas na administração dos recursos do curto prazo:

- crescimento real das vendas a prazo, em percentuais muito elevados, sem correspondente obtenção
de prazo de fornecedores;
- imobilizações com recursos onerosos de curto prazo;
- prejuízos;
- distribuição excessiva de lucros;
- dependência sistemática a empréstimos de curto prazo, com pagamento de altas taxas de juros;
- ciclo financeiro crescente.
A NCG é um instrumento que nos permite visualizar, com bom grau de confiabilidade, a efetiva
necessidade de capital de giro da empresa, mantido seu nível de atividade. Todavia, tal como nos
demais sinalizadores econômico-financeiros, há que se observar a performance de outros indicadores -
inclusive NCG/ Vendas - , e estes com o setor, permitindo, assim, verificar o desempenho global da
empresa. A NCG positiva, se crescente, período após período, pode ser indicador de anomalia
empresarial. O crescimento da NCG pode acontecer, também, por força de expansão dos negócios da
empresa. O que não pode (ou não deve) ocorrer é o crescimento da NCG em proporção superior ao
volume das vendas. O quadro seguinte constitui instrumento verificador dessa anomalia, com
interpretação mais detalhada.

Dificuldades de obtenção de ( + ) Adiantamento a


Matéria-prima/produto Fornecedores

Concessão de maiores prazos, ( + ) Duplicatas a


Receber
(+) Financiamento
Especulação, redução da ( + ) Estoques
demanda
(+)Desp. Financeiras
Redução de prazos (oligopólio), ( - ) Fornecedores
falta de matéria-prima/produtos
( - ) L. Líquido
Redução nos prazos de impostos ( - ) Despesas
Provisionadas

Novos concorrentes ( - ) Adiantamento de


Clientes

A combinação crônica desses fatores tende a provocar desequilíbrio econômico-financeiro (overtrade)


na empresa, podendo levá-la à falência.
Análise Dinâmica de Capital de Giro 12

QUADRO DIAGNÓSTICO DE SITUAÇÃO FINANCEIRA DA EMPRESA

Tipo CDG = ST + NCG Interpretação


1 + = + + - Situação de Excelente Liquidez
2 + = + + + Situação Financeira Sólida
3 + = - + + Situação Financeira Insatisfatória
4 - = + + - Alto Risco de Insolvência
5 - = - + - Situação Financeira Muito Ruim
6 - = - + + Péssimo

3.1.6 Reclassificação Funcional da DRE


A classificação funcional da DRE retrata os lucros auferidos ou prejuízo incorrido pela empresa. O
formato da DRE reclassificada respeita o formato “cascata” da DRE no seu formato tradicional. Dessa
forma, definem-se os vários níveis de lucro, das operações ao autofinanciamento como demonstrado no
quadro 1.

Quadro 3.1.6.1 - Classificação Funcional DRE de 1º Nível

• VENDAS LÍQUIDAS (Receitas Brutas - Deduções)


• (-) CMV/ CPV/ CSV (Custo das Mercadorias, Produtos ou Serviços Vendidos)
• (-) DA - Despesas Administrativas
• (-) DV ou DC - Despesas de Venda ou Comerciais
• (+) Depreciações incorridas na produção
• (=) LBO (Lucro Bruto Operacional) ou V - (CPV + DA + DV - Dep) = LBO
• LBO (1º Nível) => reflete a produtividade do negócio
O que diferencia o DRE tradicional do DRE classificado é a Depreciação que se trata de uma fonte de
financiamento da empresa. O primeiro nível de LBO reflete a produtividade e a eficiência operacional da
empresa.

Os demais níveis refletem operações e repartição do lucro operacional com os parceiros da empresa,
como:

• Governo
• Instituições Financeiras e Fornecedores (quando do pagamento de despesas financeiras)
• Acionistas/ Investidores
Definem-se os vários níveis de valor adicionado conforme apresentado no quadro 2.

Quadro 3.1.6.2 - Níveis de financiamento e autofinanciamento

• LBO - 1º Nível
• (-) Despesas Financeiras Líquidas (Despesas Financeiras - Receitas Financeiras)
• (-) Imposto de Renda e Contribuição Social.
• (=) CAPACIDADE DE AUTOFINANCIAMENTO (2º Nível)
• (-) Dividendos e distribuição de lucros
• (=) AUTOFINANCIAMENTO => CDG (3º Nível)
O autofinanciamento é a principal fonte de crescimento do Capital de Giro (CDG), pois se incorpora ao
Patrimônio Líquido da empresa. Já a capacidade de autofinanciamento representa recursos que podem
ser distribuídos aos acionistas e proprietários conforme for a decisão destes, podendo ser uma parte ou
no todo.
Análise Dinâmica de Capital de Giro 13

O cash flow, na definição americana, mede os recursos finais para investimento, é dado pela expressão:

CASH FLOW = Lucro Líquido do exercício + DEPRECIAÇÕES

Compõe-se de uma parcela de recursos novos e outra de recursos de reposição para recompor os
“desgastes” dos ativos fixos.

3.1.7 O ativo econômico


O Ativo Econômico de uma empresa é conjunto de recursos de que ela dispõe e que são financiadas
tradicionalmente pelo passivo do Balanço Patrimonial. Na reclassificação de balanços o Ativo Econômico
ganha características que não eram reveladas anteriormente. Verificou-se na classificação de contas que
os ativos são divididos em cíclicos, permanentes e erráticos quando há reservas de tesouraria. No
quadro 3 descrevem os itens do Ativo Econômico.

Quadro 3.1.7.1 - Itens do Ativo Econômico


ATIVO NCG Engloba e mede os investimentos operacionais, ou seja, o conjunto
de bens cíclicos necessários para manter a firma funcionando em
determinado nível de faturamento.
Crescendo faturamento e produção faz-se necessário aporte de
novos recursos nas várias contas cíclicas para se manter em novo
patamar.
ATIVOS Parcelas diretamente ligada à produção como máquinas e edifícios e
PERMANENTES outras que representam ativos de precaução de longo prazo, físicos
ou financeiros, que podem ser desmobilizados nas fases de
crescimento ou de crise. São de longo prazo.
ATIVOS DE Podem ser conjunturais ou, também, guardarem uma característica
TESOURARIA de precaução, quando resultam de uma política deliberada da
organização
FONTES Recursos Próprios (Patrimônio Líquido) e Recursos de terceiros de
Longo Prazo.

A equação de Ativo Econômico é a seguinte: AE = T + NCG + AP

O que todo empresário deseja é minimizar a necessidade de ativos no seu negócio, ou seja, reduzir ao
máximo a intensidade capitalística (I), medida por:

I = NCG + AP
VB
Nota-se que, no numerador, coloca-se o capital investido as aplicações cíclicas do NCG, que em alguns
de tipos de negócios podem ser tão ou mais representativos do que os investimentos nos ativos
permanentes. Referencia-se, desta maneira, o Ativo Econômico em relação às vendas
Análise Dinâmica de Capital de Giro 14

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Sejam duas empresas, com as seguintes posições financeiras:

EMPRESA A EMPRESA B
Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Passivo
Circulante Circulante
Caixa 360 Fornecedores 360 Caixa 240 Fornecedores 120
Duplicatas a 240 Obrigações Fiscais 120 Duplicatas a 480 Obrigações Fiscais 60
Receber Receber
Estoques 480 Empréstimos 240 Estoques 360 Empréstimos 540
1.080 720 1.080 720
Apesar de as duas empresas apresentarem mesmo Índice de Liquidez Corrente (LC = 1,5), a situação
financeira a curto prazo é bem diferente. Tal afirmação está baseada no fato de que a:

a. Empresa “A” apresenta um Saldo de Tesouraria Negativo enquanto a Empresa “B” apresenta um
Saldo de Tesouraria Positivo.
b. Empresa “A” apresenta uma Necessidade de Capital de Giro negativa e a Empresa “B” apresenta
uma Necessidade de Capital de Giro positiva.
c. Empresa “A” apresenta um Saldo de Tesouraria Positivo enquanto a Empresa “B” apresenta um
Saldo de Tesouraria Negativo.
d. Empresa “A” apresenta uma Necessidade de Capital de Giro positiva e a Empresa “B” apresenta
uma Necessidade de Capital de Giro negativa.
2. O quadro a seguir apresenta os Balanços Patrimoniais dos períodos de 2006, 2005 e 2004 da empresa
de capital aberto Lojas Americanas S.A.

Código Descrição da Conta 31/12/2006 31/12/2005 31/12/2004


1 Ativo Total 4.730.636 2.886.674 2.062.895
1.01 Ativo Circulante 3.741.644 2.127.467 1.575.494
1.01.01 Disponibilidades 1.228.655 766.493 636.292
1.01.02 Créditos 1.595.286 754.044 358.484
1.01.03 Estoques 748.244 511.632 437.410
1.01.04.01 Impostos a Recuperar 43.845 59.449 99.074
1.01.04.02 Imp. Renda e Contrib. Social Diferido 45.394 11.557 11.104
1.01.04.03 Despesas Antecipadas 26.936 13.614 10.545
1.01.04.04 Demais Contas a Receber 53.284 10.678 22.585
1.02 Ativo Não Circulante 988.992 759.207 487.401
1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 264.277 276.983 200.855
1.02.02 Ativo Permanente 724.715 482.224 286.546
1.02.02.01 Investimentos 0 748 43.469
1.02.02.02 Imobilizado 257.273 210.117 157.963
1.02.02.03 Intangível 281.114 174.228 0
1.02.02.04 Diferido 186.328 97.131 85.114
Análise Dinâmica de Capital de Giro 15

Código Descrição da Conta 31/12/2006 31/12/2005 31/12/2004


2 Passivo Total 4.730.636 2.886.674 2.062.895
2.01 Passivo Circulante 3.060.647 1.598.188 1.182.547
Reclassificado Antecipações de cartões de créditos 421.630 121.512 0
2.01.01 Empréstimos e Financiamentos 768.003 491.795 161.206
2.01.02 Debêntures 14.507 22.245 231.877
2.01.03 Fornecedores 1.056.261 721.906 599.604
2.01.04 Impostos, Taxas e Contribuições 134.192 115.261 79.220
2.01.05 Dividendos a Pagar 0 0 185
2.01.06 Provisões 486.623 47.925 28.718
2.01.08 Outros 179.431 77.544 81.737
2.02 Passivo Não Circulante 1.669.989 1.288.486 880.348
2.02.01 Passivo Exigível a Longo Prazo 1.164.080 976.257 682.315
2.02.01.01 Empréstimos e Financiamentos 756.433 522.682 481.663
2.02.01.02 Debêntures 199.934 199.934 0
2.02.01.03 Provisões 204.026 253.641 200.652
2.02.01.06 Outros 3.687 0 0
2.03 Part. de Acionistas Não Controladores 174.993 16.555 9.284
2.04 Patrimônio Líquido 330.916 295.674 188.749
2.04.01 Capital Social Realizado 153.931 103.890 113.113
2.04.04 Reservas de Lucro 176.985 191.784 75.636

Código Descrição da Conta 2006 2005 2004


3.01 Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 5.020.042 3.639.888 2.949.224
3.02 Deduções da Receita Bruta -1.235.949 -872.798 -671.095
3.03 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 3.784.093 2.767.090 2.278.129
3.04 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -2.616.914 -1.927.342 -1.573.940
3.05 Resultado Bruto 1.167.179 839.748 704.189
3.06 Despesas/Receitas Operacionais -924.957 -742.400 -609.177
3.06.01 Com Vendas -635.635 -453.810 -374.732
3.06.02 Gerais e Administrativas -77.322 -55.370 -54.707
3.06.03 Financeiras -126.467 -170.512 -128.628
3.06.05 Outras Despesas Operacionais -85.533 -62.708 -50.720
3.06.06 Resultado da Equivalência Patrimonial 0 0 -390
3.07 Resultado Operacional 242.222 97.348 95.012
3.08 Resultado Não Operacional -61.786 78.368 -19.245
3.09 Resultado Antes Tributação/Participações 180.436 175.716 75.767
3.10 Provisão para IR e Contribuição Social -67.466 -19.307 -18.419
3.11 IR Diferido 23.105 38.490 12.041
3.12 Participações/Contribuições Estatutárias -7.163 -10.231 -200
3.14 Part. de Acionistas Não Controladores -5.391 -8.520 -5.054
3.15 Lucro/Prejuízo do Período 123.521 176.148 64.135

Decomposição de Contas a Receber Consolidado


2006 2005 2004
Cartões de crédito 1.431.893 732.074 338.608
Antecipações de cartões de créditos -421.630 -121.512
Total Líquido de cartões de crédito 1.010.263 610.562 338.608
Débitos eletrônicos e cheques 17.614 7.247 5.044
Financiamentos a clientes 91.207
Outras contas a receber 86.568 18.482 18.236
1.205.652 636.291 361.888
Provisão para créditos de liquidação duvidosa -31.996 -3.759 -3.404
1.173.656 632.532 358.484
Análise Dinâmica de Capital de Giro 16

Com base nos Balanços Patrimoniais apresentados, pede-se:


a)
Variáveis 2004 2005 2006
Aplicação de Recursos em Giro
Captação de Recursos em Giro
NCG
CDG
CDG/NCG
Ativos Financeiros
Passivos Financeiros
ST
ST/NCG
CF
AE
I
Interpretação
b) Elabore um diagnóstico da empresa, verificando a ocorrência ou não do “Efeito Tesoura”.

3. Com base nas informações extraídas do Balanço Patrimonial das Lojas Brasileiras, calcule o que se
pede:

a.

Variáveis 2004 2005 2006


Ativo Circulante 451.977 454.700 638.222
Passivo Circulante 309.102 320.788 473.538
Ativos Cíclicos 388.940 339.499 341.105
Passivos Cíclicos 267.655 292.825 374.785
NCG
CDG
CDG/NCG
Ativos Financeiros 63.037 115.201 297.117
Passivos Financeiros 41.447 27.963 98.753
ST
ST/NCG
b. Considerando que as Vendas Brutas das Lojas Brasileiras, em 2006, foram de R$ 1.652.261, calcule o
Ciclo Financeiro em dias daquele ano.
4. Determinada empresa estima um faturamento anual de $557.000 para o ano de 2008, sendo
o seu Ciclo Financeiro de 38 dias. O volume de capital necessário para manter o giro dos negócios será
de $______________________. Caso o Ciclo Financeiro dessa empresa caia para 20 dias, em 2008, em
termos de fontes e aplicações de recursos, qual será a economia obtida pela empresa em decorrência
dessa redução em 18 dias, mantendo-se a previsão de vendas?

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