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MÉTODOS E TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS

PRIMEIRA PARTE

O que é empresa?
É uma organização econômica em que são reunidos e combinados fatores de produção,
desenvolvendo uma determinada atividade com objetivo de lucro.

Elementos ou Recursos de uma Empresa

Para que uma empresa consiga atingir seu objetivo, é necessária a união de quatro elementos ou
recursos, a saber:

1. Humanos: são os funcionários organizados em uma hierarquia. É o elemento mais importante


para que a empresa alcance seus objetivos.

2. Materiais: são as máquinas que se destinam a produzir bens e serviços.

3. Técnicos: são as habilidades para desenvolver o objeto social da empresa, ou seja, saber lidar
com o que se propõe a fazer.

4. Financeiros: é de fundamental importância, é o capital empregado na produção dos bens, na


atividade comercial e/ou serviços.

Pessoa Física
É o indivíduo ou pessoa natural dotada de vontade própria e capaz de direitos e obrigações.

Pessoa Jurídica

Há duas formas de entender a pessoa jurídica, a saber:


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Empresário: um novo tipo de opção àquelas pessoas que pretendem se inscrever como pessoa
jurídica, independente de ser comerciante ou prestador de serviços, em que o titular responde
ilimitadamente por todos os atos praticados pela empresa.

Sociedade: a união de dois ou mais sócios que têm responsabilidade sólida e limitada perante os
compromissos assumidos.

Missão da Empresa
A partir do conceito de negócio formulado e definida a forma jurídica, deve-se desenvolver a
declaração de missão da empresa em termos das metas que deverão ser atingidas, relacionadas à:
natureza e qualidade dos produtos e/ou serviços oferecidos, preços, relacionamento com os clientes,
com os funcionários e com outras empresas do setor, características do ambiente de trabalho e estilo
de administração, incorporação de novas técnicas e tecnologias, perspectivas de crescimento e
lucros, relacionamento com a comunidade e com o meio ambiente.

Razão Social

Todo empreendedor, ao formalizar seu negócio, tem que indicar o nome empresarial, que pode ser
de duas espécies.

Firma: é o nome utilizado pelo empresário individual, pelas sociedades em nome coletivo, de
capital e indústria e em comandita simples. Opcionalmente pode ser utilizado pelas sociedades
limitadas.

A sociedade em comandita simples é a caracterizada pela existência de dois tipos de sócios: os


sócios comanditários e os comanditados.
Os sócios comanditários têm responsabilidade limitada em relação às obrigações contraídas
pela sociedade empresária, respondendo, apenas, pela integralização das quotas subscritas.
Contribuem, apenas, com o capital subscrito, não contribuindo de nenhuma outra forma para o
funcionamento da empresa, ficando alheios, inclusive, à administração da mesma.
Já os sócios comanditados contribuem com capital e trabalho, além de serem responsáveis
pela administração da empresa. Sua responsabilidade perante terceiros é ilimitada, devendo
saldar as obrigações contraídas pela sociedade. A firma ou razão social da sociedade somente pode
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conter nomes de sócios comanditados, sendo que a presença do nome de sócio comanditário faz
presumir que o mesmo é comanditado, passando a responder de forma ilimitada.
Essa forma de sociedade (sócios comanditados) é pouco utilizada nos dias atuais, uma vez que seus
sócios possuem responsabilidade ilimitada. Este tipo de sociedade possui uma regra específica em
caso de falecimento do sócio comanditado que é a continuidade da sociedade pelos sucessores do
"de cujus", que designarão quem os represente na sociedade, salvo disposição contratual. Na falta
de um sócio comanditado, os comanditários, para evitar a solução de continuidade, nomearão um
administrador pelo prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias para tocar a sociedade nesse período.
Dissolução: Estão contidas no art. 1033 do Código Civil, pela falência e pela falta de uma das
modalidades de sócio num período superior a 180 dias.
"De cujus" é uma expressão forense que se usa no lugar do nome do falecido, ou autor da herança,
nos termos de um inventário. Não recebe flexão de gênero, sendo usada para masculino ou
feminino.

Denominação: é o nome utilizado pelas sociedades anônimas e cooperativas e, opcionalmente,


pelas sociedades limitadas e em comandita por ações.

Nome Fantasia

Também conhecido como nome comercial ou nome de fachada, é a designação utilizada por uma
instituição, seja ela de ordem pública ou privada, sob a qual ela se torna conhecida do público. Essa
denominação opõe-se à razão social, que é o nome utilizado perante os órgãos públicos de registro
das pessoas jurídicas.

O nome fantasia pode ser formado a partir de palavras ou expressões contidas na própria razão
social, bem como a partir da criatividade do empresário.

Em conformidade com o direito comercial, o registro de um nome fantasia dá-se perante os órgãos
de registro de marca e patentes, resguardando o direito a sua utilização ao primeiro que o registra.

Marcas
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O assunto é regulado pela Lei n. 9279 de 14 de maio de 1996 e interpreta como marca todo o sinal
distintivo (palavra, figura símbolo, etc.) visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos
e serviços de outros iguais ou semelhantes, de origens diversas, bem como certifica a sua
conformidade com determinadas normas ou especificações técnicas. Qualquer pessoa tanto física
quanto jurídica que esteja exercendo atividade legalizada e efetiva pode requerer o registro de uma
marca, que se obtém pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial- INPI.

A marca registrada perante o INPI garante ao seu proprietário o direito de uso exclusivo em todo o
território nacional e seu ramo de atividade econômica.

ATENÇÃO:

O nascimento de uma sociedade empresarial personificada ocorre com o arquivamento de seu


estatuto social na Junta Comercial do Estado ou no Cartório correspondente, quando for o caso. A
Junta Comercial do estado é uma autarquia do governo estadual, incumbida do registro de empresas
e atividades afins. As empresas passam a ter uma existência legal ao se registrarem na Junta
Comercial, capacitando-se, então, para exercerem direitos e contraírem obrigações.

O nome comercial ou empresarial ganha, desta forma, proteção no âmbito do Estado em cuja junta
comercial se efetivou o tal arquivamento, podendo ser tal proteção ampliada para os demais estados
mediante procedimento próprio nas juntas comerciais correspondentes de cada Estado.

A abrangência territorial e a forma da proteção do nome empresarial não podem ser confundidas
com a garantia concedida através do efetivo registro da marca ou nome Fantasia junto ao INPI -
Instituto Nacional de Propriedade Industrial.

A propriedade do nome empresarial é garantida pela constituição federal, código civil brasileiro e
convenção da união de paris. Direito que nasce no ato de arquivamento do contrato social no
registro de abertura da Empresa. O nome empresarial é o termo que a designa e tem a função de
identificar o sujeito de direitos (empresário individual ou sociedade empresarial), é necessariamente
composto por palavras ou expressões e representa um direito personalíssimo.

A formação do nome empresarial varia de acordo com o tipo societário que determina se a empresa
registrará uma firma ou uma denominação social, adotando terminologias típicas para cada tipo. Já
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o nome fantasia que identifica produtos ou serviços, é aquele que normalmente passa a identificar o
empreendimento e é comumente confundido com a marca. Como o nome empresarial designa o
empresário ou sociedade empresarial, o nome fantasia é a forma de ligar o produto ou serviço
oferecido pela empresa ao nome empresarial.

É como se a empresa fosse uma pessoa de nome difícil de lembrar ou muito complicado e ganha
um "apelido" pelo qual se torna conhecida e que destaca a característica principal da mesma. Para
que este "apelido" ganhe proteção, ele precisa ser devidamente registrado no INPI, tornando-se a
marcado produto ou serviço oferecido pela empresa. Devemos observar que o nome fantasia não
goza de proteção sem o seu devido registro como marca e que tal registro é facultativo.

O simples registro da marca amplia a proteção do nome fantasia para todo o território nacional no
segmento de atuação da empresa. As marcas são sinais distintivos que identificam, direta ou
indiretamente, produtos ou serviços. A identificação se realiza através da aposição do sinal no
produto ou no resultado do serviço, na embalagem, nas notas fiscais expedidas, nos anúncios, nos
uniformes dos empregados, nos veículos, etc.

O expressivo número de depósitos de marcas que o Instituto Nacional da Propriedade Industrial


(INPI) recebe anualmente mostra que o empresário vem tomando consciência da importância do
registro de marcas, não apenas de forma a garantir um direito, mas principalmente em função do
reconhecimento cada vez mais frequente de que a marca se constitui num importante ativo para as
empresas. A marca registrada garante ao seu proprietário o direito de uso exclusivo em todo o
território nacional em seu ramo de atividade econômica. Ao mesmo tempo, sua percepção pelo
consumidor pode resultar em agregação de valor aos produtos ou serviços por ela identificados.

A marca, quando bem gerenciada, ajuda a fidelizar o consumo, estabelecendo, assim, identidades
duradouras - afinal, o registro de uma marca pode ser prorrogado indefinidamente – num mercado
cada vez mais competitivo. Podemos concluir que, partindo da abertura de uma empresa, surge a
necessidade de providenciar o registro do Nome Fantasia como Marca. Embora esta seja uma
faculdade do Empresário e não uma obrigatoriedade, o registro da fantasia como marca torna
definitiva e certa sua propriedade.

Assim, o futuro da marca é incorporar-se ao patrimônio da empresa e seu valor, muitas vezes, é
superior ao valor dos bens patrimoniais móveis e imóveis que a mesma possui.
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A Razão Social ou denominação social ou firma empresarial são sinônimos de uma mesma coisa
– o nome legal da empresa. É ela que aparece nos contratos, cartão de CNPJ, no alvará da empresa,
no talão de cheque do banco, enfim, em todos os locais onde se é obrigado a utilizar o nome formal
da empresa. Ele é obrigatório, inclusive é o primeiro item que aparece no contrato social da
empresa.

A razão social é formada por 2 partes: 1) uma identificação própria, por exemplo GLOBEX; e 2)
indicação de sua área de atuação COMÉRCIO, então temos a razão social GLOBEX COMÉRCIO.
E, após o nome, deve-se indicar o tipo de empresa limitada (LTDA), sociedade anônima (S/A),
empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI), etc. Cuidado com as armadilhas.
Imagine uma empresa que desenvolva sistemas e comércio varejista de equipamentos de
informática. Se seguirmos ao pé da letra a razão social, serial XPTO DESENVOLVIMENTO DE
SOFTWARE E COMÉRCIO VAREJISTA DE PRODUTOS DE INFORMÁTICA LTDA. Imagine
ter que escrever tudo isso a cada contrato, nota fiscal ou formulário. Basta colocar XPTO
SOFTWARE LTDA que cumpre a exigência legal. A razão social deve conter a identificação do(s)
ramo(s) principal da empresa.

Já o nome fantasia seria o apelido comercial ou marca empresarial, e não precisa ter relação
com a razão social. A XPTO SOFTWARE LTDA pode ter o nome fantasia “Piauí sistemas”.
Inclusive posso colocar mais de um nome fantasia no contrato social, ou ter um nome fantasia por
filial.

Então está tudo resolvido? Não. Na verdade, aqui encontramos o real problema. Tanto a razão
social quanto o nome fantasia são registrados em órgãos estaduais. Portanto, posso ter uma XPTO
SOFTWARE LTDA no Rio, outra em São Paulo e uma terceira no Acre. E todas serão válidas. O
pior é que até o momento, não existe restrição de nomes fantasias coincidentes nas juntas
comerciais.

Aí que surge a MARCA. Legalmente, a marca é uma propriedade industrial que, via em regra, tem
como finalidade garantir a exclusividade da utilização da marca em determinado ramo de atuação
em todo território nacional. E não só o nome (marca), mas como uma imagem/símbolo (logotipo).
A MARCA, portanto, se constitui em um direito e, como tal, pode ser vendido.

O registro da marca só é válido quando feito no INPI, e só pode ser realizado pelos próprios sócios
da empresa ou por um advogado nomeado para isso. Não pode ser realiado nem pelo contador,
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esposa, irmão, pai, nem funcionário da empresa. Só os próprios sócios ou advogados nomeados, o
que muitas vezes encarece o processo e leva alguns anos para ter o registro definitivo aprovado.

Contrato Social

Para constituirmos uma sociedade (que é a união de duas ou mais pessoas), é necessária a
elaboração do Contrato Social, pois é o instrumento jurídico que irá reger e definir por meio de suas
normas a nova empresa.

As cláusulas contratuais refletem as disposições de vontade dos sócios, modelando o funcionamento


da sociedade e definindo seus contornos mais peculiares. É importante destacar que o contrato das
limitadas é composto por cláusulas contratuais essenciais ou obrigatórias, sem as quais não podem
ser arquivados no registro competente, e de cláusulas facultativas, que são livres, representando a
expressão máxima da autonomia da vontade dos sócios.

Legalização da Empresa

Para legalização definitiva de uma empresa, algumas providências devem ser tomadas antes do
efetivo início de suas atividades nos seguintes organismos:

Receita Federal

A partir de 1998, a Secretaria de Receita Federal alterou o sistema de Cadastramento das Empresas
Nacionais. Onde antes tínhamos o CGC (cadastro geral de contribuinte), hoje temos o CNPJ
(Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica ).

O formato referente à numeração em nada foi alterado, permanecendo os mesmos números para as
empresas já inscritas no CGC.

Exemplo: 61.286.647/0001-16
Os números após a barra correspondem à unidade da empresa.
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Os dois últimos números correspondem ao dígito verificador que testa se o CNPJ é verdadeiro ou
falso.

Esse sistema foi desenvolvido para melhorar as informações e controle da Receita Federal. Junto
com esse sistema foram implantadas pela Secretaria políticas para o desenvolvimento de tecnologia
e informação.

Inscrição Estadual

Para abrir um negócio também é preciso registrar a empresa na Junta Comercial e na Receita
Federal. Pedir a licença de funcionamento na Sucom – Superintendência de Uso e Ordenamento do
Solo, da Prefeitura.

Inscrição Estadual é o número de registro das pessoas jurídicas em qualquer estado do Brasil. Seria
como o CPF das pessoas jurídicas. A Inscrição Estadual é obrigatória para a indústria e serviços de
transporte intermunicipal e interestadual, empresas dos setores do comércio, também estão
incluídos os serviços de comunicação e energia. Ela é necessária para a inscrição no ICMS (Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

No Brasil, a Inscrição Estadual (IE) é o registro do contribuinte no cadastro do ICMS mantido pela
Receita Estadual. Com a inscrição, o contribuinte do ICMS passa a ter o registro formal do seu
negócio, junto à Receita Estadual do estado onde está estabelecido.
Em alguns estados, o registro é solicitado com o preenchimento da Ficha Cadastral - FC. Essa ficha
deve ser preenchida toda vez que o contribuinte fizer qualquer alteração cadastral.
Em 2012, a maioria dos estados brasileiros já estão integrados com o Cadastro Sincronizado da
Receita Federal Brasileira, onde podem ser realizadas inúmeras operações relacionadas com CNPJ e
a Inscrição Estadual, não sendo mais necessário o preenchimento de FC.

Empresas não contribuintes do ICMS estão desobrigadas de possuir inscrição Estadual, sendo o
caso, por exemplo, dos bancos, hospitais, laboratórios e de todas as outras empresas prestadoras de
serviços sujeitos ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN.
A inscrição estadual é para as empresas que necessitam comprar e revender mercadorias ou
comprar matéria-prima. A comercialização de mercadorias exige a emissão de nota fiscal para
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controle dessa transação. Já as empresas que fazem prestação de serviço não a giro de mercadorias
são isentas deste cadastro na receita estadual e suas notas ficais são realizadas para a prefeitura, que
controlara os serviços realizados na cidade. Assim sendo, é a prefeitura que cobrará o Imposto
Sobre Serviços – ISS.

Inscrição Municipal

Para finalizarmos o processo de abertura e para que possamos colocar a empresa em


funcionamento, é necessária uma inscrição municipal e, posteriormente, requerer o alvará ou
licença de funcionamento.

Modelos Organizacionais de Empresas

Organizar significa estruturar e integrar as atividades desenvolvidas em uma empresa, distribuindo-


se por departamentos, setores, seções, etc., conforme suas necessidades. Ao organizar uma empresa,
agrupam-se as suas atividades em determinados órgãos, atribuindo-lhes cargos ou funções, além de
definir as relações de hierarquia (autoridade) entre cada um desses órgãos.

Assim sendo, obtém-se a estrutura organizacional que é a forma de “arrumação” de uma empresa de
maneira a oferecer-lhe maiores probabilidades de obter bons resultados.

Áreas e Setores Funcionais

Área funcional é diferente de estrutura. Para entendermos melhor áreas, departamentos e setores,
temos que nos ater ao organograma, que é a representação gráfica da estrutura organizacional da
empresa, considerados os departamentos, setores e seções e a inter-relação existente entre eles.

A empresa é um sistema, cujo aspecto principal é a interligação das suas partes. Didaticamente,
podemos apresentar a estrutura interna das empresas observando o seu porte, os produtos
confeccionados, a área geograficamente ocupada, etc.

Analisando a estrutura empresarial quanto às funções internas, temos:


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1. Áreas: constituídas por departamentos e setores. Assim temos, por exemplo, a área comercial
constituída pelo departamento de marketing, responsável pelos setores de pesquisa, compras,
vendas e telemarketing. Considerando a tomada de decisão, entendemos nas áreas as decisões
estratégicas, envolvendo toda a empresa. Em relação ao tempo, tais decisões são, normalmente, de
longo prazo, apresentando resultados dos departamentos ao longo do período.

2. Departamentos: segundo nível de uma organização, responsáveis pelos setores. As tomadas de


decisões são basicamente táticas, compreendendo os departamentos específicos e em relação ao
tempo podem ser de médio ou curto prazo.

3. Setores: terceiro nível de uma organização; compreende a operacionalização das atividades. O


foco das decisões é operacional, de curto prazo.

Hierarquia

Quando se fala em hierarquia, surge-se imediatamente um conceito de chefia. Na realidade


hierarquia significa mais que esse conceito e precisa ser vista e entendida amplamente pela
importância que representa para a empresa. As relações de autoridade fundamentam-se na estrutura
organizacional de subordinação, enquanto as relações de responsabilidade são as definidas pelas
ordens e orientações recebidas e a quem devem passar contas do trabalho realizado. A relação
existente entre a autoridade e a responsabilidade forma uma rede definida como hierarquia, cujas
relações de autoridade podem apresentar-se em dois níveis: vertical e horizontal.

Organogramas

O organograma é uma representação gráfica da estrutura hierárquica da empresa. Pode ter várias
formas, desde a mais comum, conhecida como organograma tradicional, até formas bem pouco
usuais, como uma flor.

Na criação de um organograma deve-se levar em consideração que ele é uma representação da


organização em determinado momento e pode, portanto, mudar. Para isto ele deve ser flexível e de
fácil interpretação. Quando o organograma é bem estruturado ele permite aos componentes da
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organização saber exatamente quais suas responsabilidades, suas funções e a quem devem se
reportar.

Eis alguns tipos de organogramas:


- Organograma vertical (também chamado de clássico)- há uma representação de todas as
posições hierárquicas da empresa. Ou seja, cada cargo é representado graficamente de cima para
baixo na tabela, conforme a posição na empresa, criando, assim, uma estrutura organizacional mais
eficaz. É mais usado para representar claramente a hierarquia na empresa.
- Organograma circular (ou radial)- é usado quando se quer ressaltar o trabalho em grupo, não há
a preocupação em representar a hierarquia. É o mais usado em instituições modernas ou do terceiro
setor onde o se quer ressaltar a importância do trabalho em grupo.
- Organograma horizontal- criado com base na hierarquia da empresa, mas tem essa característica
amenizada pelo fato dessa relação ser representada horizontalmente, ou seja, o cargo mais baixo na
hierarquia não está numa posição abaixo dos outros (o que pode ser interpretado como
discriminação, ou que ele tem menos importância), mas ao lado.
- Organograma funcional- é parecido com o organograma vertical, mas ele representa não as
relações hierárquicas, e, sim, as relações funcionais da organização. É uma representação gráfica da
estrutura organizacional. Na prática, a estrutura básica consiste em dividir os colaboradores em
vários departamentos, de acordo com as especialidades e funções que desempenham na corporação.
- Organograma matricial é usado para representar a estrutura das organizações que não
apresentam uma definição clara das unidades funcionais, mas grupos de trabalhos por projetos que
podem ser temporários (estrutura informal). Ele permite uma organização mais flexível dos cargos e
funções dentro da empresa, indicando a hierarquia dentro dos projetos em execução.

EXEMPLOS DE ORGANOGRAMAS

Organograma Vertical ou Clássico


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Organograma Circular ou Radial

Organograma Horizontal
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Organograma Funcional

Organograma Matricial
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ATIVIDADE FIM E ATIVIDADE MEIO DE UMA EMPRESA OU ORGANIZAÇÃO

Primeiro temos que esclarecer a definição do que é atividade-fim e atividade-meio do empregador,


o que pode e o que não pode ser terceirizado, exercido por prestadores de serviços, autônomos.
Atividade-fim é a finalidade principal do negócio e as correlatas. Para simplificar nós damos um
exemplo: Uma empresa Transportadora não pode ter motoristas autônomos, porque a finalidade do
negócio é o transporte rodoviário de mercadorias. Logo, essencial para que a empresa funcione a
existência dos motoristas. Uma Construtora não pode ter engenheiros autônomos, pelo mesmo
motivo, e assim por diante.
Para compreender melhor o que é atividade-fim, leia o contrato social da empresa e verifique qual o
objetivo social, assim ficará mais fácil de perceber o que é fim e o que é meio. Seguindo os mesmos
exemplos anteriores para definirmos o que venha a ser atividade-meio, imagine que a
Transportadora e a Construtora terceirizam, repassam para prestadores de serviços e autônomos, as
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atividades de manutenção dos seus equipamentos, máquinas, tratores, caminhões. Isso é permitido
por Lei, considerando que ambos os ramos de negócio não foram criados para “viverem” de
manutenção de frota e de equipamentos.
As atividades-meio, classicamente terceirizadas, são: a limpeza, a segurança e a manutenção
patrimonial, exceto para as empresas que são criadas com esse objetivo comercial, de fazer esse
serviço. Para os que terceirizam atividade-fim, visando a redução (aparente) de custos, o risco
(também aparente) que existe é na chegada da fiscalização do Ministério do Trabalho ser detectado
que tais atividades não estão sendo exercidas por empregados, e isso tem sido alvo de multas e da
exigência do pagamento de todos os diretos (como se empregados fossem) retroativamente.
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SEGUNDA PARTE

1 PRIVATIZAÇÃO

A privatização ocorre quando o governo vende empresas estatais para a iniciativa privada
(empresas nacionais, grupos de investimentos, multinacionais). Desta forma a empresa torna-se
privada. Geralmente, a privatização ocorre quando uma empresa estatal não está gerando os lucros
necessários para competir no mercado ou quando ela passa por dificuldades financeiras. No Brasil,
na década de 1990, várias empresas estatais foram privatizadas, como, por exemplo: Telesp,
Companhia Vale do Rio Doce, Banespa entre outras. A privatização ocorreu e está ocorrendo em
diversos países do mundo, pois é uma das características do mundo globalizado em que vivemos.

2 PUBLICIZAÇÃO

Movimento introdutor de um novo modelo de administração pública baseado em alianças


estratégicas entre o Estado e a sociedade. Publicização é a transferência da gestão de serviços e
atividades, não exclusivas do Estado, para o setor público não-estatal, assegurando o caráter público
à entidade de direito privado, bem como autonomia administrativa e financeira. O Estado passa de
executor ou prestador direto de serviços para regulador, provedor ou promotor destes,
principalmente dos serviços sociais, como educação e saúde que são essenciais para o
desenvolvimento, na medida em que envolvem investimento em capital humano. Como provedor
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desses serviços, o Estado continuará a subsidiá-los, buscando, ao mesmo tempo, o controle social
direto e a participação da sociedade.

Destaca-se ainda, que as organizações sociais estão enquadradas no chamado "terceiro setor", assim
entendido aquele que é composto por entidades da sociedade civil de fins públicos e não lucrativos;
esse terceiro setor coexiste com o "primeiro setor", que é o Estado, e o "segundo setor", que é o
mercado

3 DIFERENÇA ENTRE PRIVATIZAÇÃO E PUBLICIZAÇÃO

A diferença básica entre privatização e publicização é que a primeira é um processo de devolução à


iniciativa privada de empreendimentos produtivos com fins lucrativos e que podem ser controlados
pelo mercado. Este processo foi conduzido com o objetivo de liberar o Estado destas atividades e
ajustar a situação fiscal.
Já a publicização é um processo de transferir para o setor não-governamental sem fins lucrativos
atividades que, apesar de não serem exclusivas do Estado, devem ser incentivadas pelo Estado como
saúde, educação, pesquisa científica, cultura, etc.

4 CONCESSÃO

Concessão pública é o contrato entre a Administração Pública e uma empresa particular, pelo qual
o governo transfere ao segundo a execução de um serviço público, para que este o exerça em seu
próprio nome e por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuário, em regime de monopólio
ou não. A concessão dá a uma empresa privada o direito de administrar e operar um serviço
público por um período de tempo. Após o término do contrato, todas as obras e investimentos
realizados ficam para o poder concedente ( Governo Federal, Estados e Prefeituras) e para a
população. A Concessão pública, no Brasil, refere-se mais claramente às construções,
manutenções e tarifações das rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, linhas e pontos fixos no
território nacional.
5 TERCEIRIZAÇÃO

Terceirização é um processo de transferência a terceiros das atividades acessórias e de apoio ao


objetivo da empresa (atividade de meio), permitindo que esta concentre seus esforços na sua
atividade principal (atividade fim). Uma tendência moderna que consiste na concentração de
esforços nas atividades essenciais, delegando ao Parceiro (prestador) as complementares.
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Aplicação da Terceirização
Os projetos da terceirização podem ser implantados tanto nas empresas públicas como nas privadas
nas seguintes áreas: Serviços de alimentação, serviços de conservação patrimonial, de limpeza, de
copeiragem, serviços monitoramento, serviços de manutenção geral, predial, jardinagem,
telefonistas, transporte para funcionário, serviço de mensageiro, distribuição interna, de
correspondência, serviços de telefonia, serviço de recepção, serviço de digitação, serviços de
processamento de dados, distribuição de produtos, serviços de movimentação interna de materiais,
administração de Recursos Humanos, administração de relações trabalhistas, serviços de secretárias
e outros.
Vantagens Empresariais com a Terceirização

A terceirização traz para as empresas várias vantagens:

• Proporciona a concentração dos recursos liberados para área produtiva, melhorando a qualidade e
competitividade do produto;
• Incrementa a produtividade;
• Reduz os controles;
• Libera a supervisão para outras atividades produtivas;
• Reduz as perdas;
• Evita o sucateamento dos equipamentos;
• Libera recursos para a aplicação em outras tecnologias;
• Concentra esforços na criação de novos produtos;
• Reduz os custos administrativos e de pessoal;
• Transforma os custos fixos em variáveis;
• Gera ganhos de competitividade;
• Pulveriza a ação sindical;
• Aperfeiçoa o uso de espaço colocado em disponibilidade;
• Aumenta a especialização;
• Agiliza as decisões;
• Simplifica a estrutura empresarial;
• Proporciona o aumento do lucro;
• Proporciona a somatória das qualidades na atividade-meio;
• Gera melhoria na administração do tempo;
• Gera efetividade e eficiência;
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• Diminui o nível hierárquico;


• Proporciona melhor distribuição de renda;
• Gera mais empregos para novas empresas;
• Reduz o passivo trabalhista.

As Atividades Exclusivas são os setores em que são prestados os serviços que só o Estado pode
realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado – o poder de regulamentar,
fiscalizar e fomentar. Como exemplos, temos: a cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, etc.
Os Serviços Não-Exclusivos correspondem aos setores onde o Estado atua simultaneamente com
outras organizações públicas não-estatais e privadas. As instituições deste setor não possuem o
poder de Estado. Este, entretanto, está presente, porque os serviços envolvem direitos humanos
fundamentais, como os da educação e da saúde. São exemplos desse setor: as universidades, os
hospitais, os centros de pesquisa.
A Produção de Bens e Serviços para o Mercado corresponde à área de atuação das empresas. É
caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro que ainda permanecem no aparelho
do Estado como, por exemplo, as do setor de infraestrutura. Estão no Estado, seja porque faltou
capital ao setor privado para realizar o investimento, seja porque são atividades naturalmente
monopolistas, nas quais o controle via mercado não é possível, tornando-se necessária, no caso de
privatização, a regulamentação rígida.
Outro aspecto interessante a ser abordado é o referente às formas de propriedade. Ao lado das
tradicionais formas de propriedade conhecidas, a propriedade estatal e a propriedade privada, é
acrescentada uma terceira, qual seja: a propriedade pública não-estatal. Esta é constituída por
organizações sem fins lucrativos, que não são propriedade de nenhum indivíduo ou grupo e estão
orientadas diretamente para o atendimento do interesse público.
Para cada setor do Estado acima indicado, corresponde um determinado tipo de propriedade que
deve predominar. Senão vejamos. A propriedade estatal deve estar presente no núcleo estratégico e
nas atividades exclusivas de Estado. Já para o setor não-exclusivo, a propriedade deve ser a pública
não-estatal e em se tratando do setor de produção de bens e serviços, a propriedade,
necessariamente, deve ser a privada.
Para finalizar, daremos o conceito de publicização, que é a descentralização para o setor público
não-estatal da execução de serviços que não envolvem, necessariamente, o exercício do poder de
Estado, mas deve ser subsidiado pelo Estado, como são exemplos os serviços de saúde, educação,
cultura e pesquisa científica. Em outras palavras, por meio da publicização transfere-se para o setor
público não-estatal a produção dos serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado,
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estabelecendo-se um sistema de parceria entre Estado e sociedade para seu funcionamento e


controle.
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TERCEIRA PARTE

TEMAS DIVERSOS

1 COMUNISMO

O comunismo é uma estrutura socioeconômica e uma ideologia política que pretende promover o
estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classe e apátrida (sem pátria), baseada na
propriedade comum e no controle dos meios de produção e da propriedade em geral. Karl Marx
postulou que o comunismo seria a fase final na sociedade humana, o que seria alcançado através de
uma revolução proletária. O "comunismo puro", no sentido marxista refere-se a uma sociedade sem
classes, sem Estado e livre de opressão, onde as decisões sobre o que produzir e quais as políticas
devem prosseguir são tomadas democraticamente, permitindo que cada membro da sociedade
possa participar do processo decisório, tanto na esfera política e econômica da vida. Em suma, o
comunismo pode ser definido como uma doutrina ou ideologia (propostas sociais, políticas e
econômicas) que visa a criação de uma sociedade sem classes sociais. De acordo com esta
ideologia, os meios de produção (fábricas, fazendas, minas, etc) e a prestação de serviços
deixariam de ser privados, tornando-se públicos. Deve-se ressaltar, aqui, que, na verdade, o
comunismo não preza a democracia.

ATENÇÃO:
Atualmente, existem no mundo cinco países comunistas: Laos, Coréia do Norte, Vietnã, China e
Cuba. Esse último é o único país fora da Ásia que mantém um regime comunista.
O comunismo de hoje sofreu várias adaptações. Isso porque os países tiveram que se abrir e se
relacionar com as demais nações do mundo. A China, por exemplo, criou “áreas capitalistas”
dentro do país.
A adaptação nem sempre é simples. Em alguns casos, como o de Cuba e da Coréia do Norte, há
um embargo dos Estados Unidos, ou seja, os norte-americanos não vendem nem compram produtos
desses dois lugares. Isso dificulta o acesso da população às novas tecnologias e a alguns bens.
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Contudo, os Estados Unidos e Cuba estão fazendo negociações em Washington com o objetivo de
restaurar as relações diplomáticas e cessar o embargo.

2 CAPITALISMO
Capitalismo é um sistema econômico caracterizado pela propriedade privada dos meios de
produção, pela existência de mercados livres e de trabalho assalariado. Na historiografia
ocidental, a ascensão do capitalismo é comumente associada ao fim do feudalismo, ocorrido na
Europa no final da Idade Média. Outras condições comumente associadas ao capitalismo são: a
presença de agentes que investem em troca de um lucro futuro; o respeito a leis e contratos; a
existência de financiamento, moeda e juro; a ocupação de trabalhadores segundo um mercado de
trabalho. Em síntese, o capitalismo é um sistema socioeconômico em que os meios de produção
(terras, fábricas, máquinas, edifícios), a prestação de serviços e o capital (dinheiro) são propriedade
privada, ou seja, tem um dono. As sociedades modernas possuem, em geral, economias mistas,
adotando conceitos análogos aos capitalistas.
FASES DO CAPITALISMO
- Capitalismo Comercial ou mercantil: consolidou-se entre os séculos XV e XVIII. É o chamado
Mercantilismo. As grandes potências da época (Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra e França)
exploravam novas terras e comercializavam escravos, metais preciosos etc. com a intenção de
enriquecer.
- Capitalismo Industrial: foi a época da Revolução Industrial.
- Capitalismo Financeiro: após a Segunda Guerra, algumas empresas começaram a exportar meios
de produção por causa da alta concorrência e do crescimento da indústria.
O capitalismo vem sofrendo modificações desde a Revolução Industrial até hoje. No início do
século XX, algumas empresas se uniram para controlar preços e matérias-primas impedindo que
outras empresas menores tenham a chance de competir no mercado. Nessa época várias empresas se
fundiram, dando origem às transnacionais (também conhecidas como multinacionais). São elas:
Exxon, Texaco, IBM, Microsoft, Nike, dentre outras.
OBS.: O nome transnacional expressa melhor a ideia de que essas empresas atuam além de seu
país. O termo multinacional nos levava a concluir que a empresa tinha várias nacionalidades. Por
esta razão, o termo foi substituído.
ATENÇÃO:
21

A união de grandes empresas trouxe prejuízo para as pequenas empresas que não conseguem
competir no mercado nas mesmas condições. Dessa forma, elas acabam sendo “devoradas” pelos
gigantes ou conseguem, apenas, uma parcela muito pequena no mercado.
Visando sempre o lucro e o progresso, grandes empresas passaram a valorizar seus empregados
oferecendo-lhes benefícios no intuito de conseguir extrair deles a vontade de trabalhar.
Consequentemente, essa vontade e dedicação ao trabalho levarão o empregado a desempenhar o
serviço com mais capricho e alegria, contribuindo para o sucesso da empresa.
Infelizmente, muitas empresas não investem em seus operários e muitos deles trabalham sem a
menor motivação, apenas fazem o que é preciso para se manterem no emprego e assegurar o bem-
estar de sua família.
EXEMPLOS DE PAÍSES CAPITALISTAS: Brasil, Estados Unidos, França, Portugal,
Alemanha, Japão, Suíça, Espanha, Grécia, Uruguai, Equador, México, enfim todos os países do
mundo, excetuando-se China, Cuba, Coréia do Norte, Vietnã e Laos.
3 GLOBALIZAÇÃO
A globalização é um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural e
política, que teria sido impulsionado pelo barateamento dos meios de transporte e comunicação dos
países do mundo no final do século XX e início do século XXI. É um fenômeno gerado pela
necessidade da dinâmica do capitalismo de formar uma aldeia global que permita maiores
mercados para os países centrais (ditos desenvolvidos) cujos mercados internos já estão saturados.
O processo de globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam pessoas, ou
seja, interliga o mundo, levando em consideração aspectos econômicos, sociais, culturais e
políticos. Com isso, gerando a fase da expansão capitalista, onde é possível realizar transações
financeiras, expandir seu negócio até então restrito ao seu mercado de atuação para mercados
distantes e emergentes, sem, necessariamente, um investimento alto de capital financeiro, pois a
comunicação no mundo globalizado permite tal expansão, porém, obtém-se como consequência o
aumento acirrado da concorrência.
Aspectos positivos da globalização financeira:
Os aspectos considerados positivos são mais facilmente identificáveis e de maior aceitação. De
modo geral, supõe-se que a maior oferta de capitais disponível aos países emergentes, o acesso
desimpedido de seus governos e empresas aos recursos de uma poupança virtualmente mundial e os
baixos custos de informação e de transação prevalecentes, devem contribuir para se obter:
- Maior disponibilidade de poupança, condição necessária para a elevação da taxa de crescimento
econômico;
22

- Maior eficiência nos investimentos, direcionando os recursos existentes para as oportunidades


mais produtivas;
- Disponibilidade de instrumentos para melhor gerenciamento de riscos financeiros, por parte de
governos e empresas;
- Maior facilidade de financiamento de déficits fiscais, já que os governos deixam de depender
apenas dos mercados domésticos.
Aspectos negativos da globalização financeira:
- A globalização prega a massificação da sociedade, tanto nas formas de convívio como nos
procedimentos éticos;
- Julgam irrelevantes os valores locais e regionais contemplando apenas as opções competitivas,
orientadas para o mercado internacional;
- Apresenta riscos tanto para o indivíduo, como para a sociedade, principalmente quando não é bem
compreendida e administrada;
- A globalização acabou com a nacionalidade dos produtos e aumentou ainda mais a febre do
consumo;
- Os produtos nacionais perderam muito o poder de competição e várias indústrias diminuíram seus
faturamentos. Consequência inevitável disso: desemprego.
- A globalização está transformando o planeta Terra numa nação única, ignorando as fronteiras que
delimitam seus territórios. É difícil imaginar o mundo como um país unificado, porque as
implicações políticas, culturais, religiosas e étnicas dessa unificação não são fáceis de ser
administradas. Mas o que se observa, na prática, é que muitas fronteiras estão perdendo sua razão
de ser.

O QUE É O TERCEIRO SETOR?

O Primeiro Setor é o governo, que é o responsável pelas questões sociais. O Segundo Setor é o
privado, responsável pelas questões individuais. Com a falência do Estado, o setor privado começou
a ajudar nas questões sociais através das inúmeras instituições que compõem o chamado Terceiro
Setor. Ou seja, o Terceiro Setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não-
governamentais que têm como objetivo gerar serviços de caráter público.

OLIGOPÓLIO
23

Na economia, oligopólio (do grego oligos, poucos + polens, vender) é uma forma evoluída de
monopólio, no qual um grupo de empresas promove o domínio de determinada oferta de produtos
e/ou serviços, como empresas de mineração, alumínio, aço, construtores, automóveis, cimentos,
laboratórios farmacêuticos, aviação, comunicação e bancos.
MONOPÓLIO
Em economia, monopólio (do grego monos, um + polein, vender) é como se denomina uma
situação de concorrência imperfeita, em que uma empresa detém o mercado de um determinado
produto ou serviço, impondo preços aos que comercializam. Os monopólios podem surgir devido a
características particulares de mercado ou devido à regulamentação governamental, o monopólio
coercitivo.

Teoria do Monopólio
No Monopólio há somente um vendedor no mercado para um bem sem substituto e há barreiras na
entrada de empresas que mencionem vender o mesmo bem ou um bem substituto, protegendo o
monopolista da concorrência. Tal como no caso de concorrência perfeita os exemplos de monopólio
na sua forma pura são raros, mas a teoria do monopólio elucida o comportamento de empresas que
se aproximam de condicoes de monopólio puro. Ter o poder de monopólio significa simplesmente o
vendedor ter algum controle sobre o preço do produto..

CARTEL
É um acordo explícito ou implícito entre concorrentes para, principalmente, fixação de preços ou
cotas de produção, divisão de clientes e de mercados de atuação ou, por meio da ação coordenada
entre os participantes, eliminar a concorrência e aumentar os preços dos produtos, obtendo maiores
lucros, em prejuízo do bem-estar do consumidor.
Os cartéis normalmente ocorrem em mercados oligopolísticos, nos quais existe um pequeno número
de empresas e, geralmente, envolve produtos homogêneos. Na prática, o cartel opera como um
monopóplio, isto é, como se fosse uma única empresa. Os cartéis são considerados a mais grave
lesão à concorrência e prejudicam os consumidores ao aumentar preços e restringir a oferta,
tornando os bens e serviços mais caros ou indisponíveis.
Ao limitar a concorrência artificialmente, os membros de um cartel também prejudicam a inovação,
impedindo que novos produtos e processos produtivos surjam no mercado. Os cartéis resultam em
perdas de bem-estar do consumidor e, em longo prazo, perda de competitividade da economia como
um todo.
24

Segundo estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),


os cartéis geram um sobrepreço estimado entre 10 e 20% comparado ao preço em um mercado
competitivo, causando prejuízos de centenas de bilhões de reais aos consumidores anualmente.
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QUARTA PARTE

Responsabilidade Social

O mundo empresarial vem se empenhando, nos últimos anos, em uma ampla e profunda revisão do
seu papel e da sua responsabilidade social, hoje, revestida de um novo significado. Já foi o tempo
em que, para uma organização empresarial ser considerada socialmente responsável, bastava gerar
empregos, pagar impostos e produzir algum bem ou serviço para o mercado. Isso, na verdade, é seu
propósito econômico. Atualmente, o papel reservado à empresa, no conjunto da vida social, está em
plena expansão com a adoção de práticas e compromissos perante a sociedade. Além de gerar
resultados para remunerar o capital nela investido, por meio do atendimento das necessidades e
expectativas de seus clientes, a empresa deve ter compromissos com os seus colaboradores e com a
coletividade para se tornar socialmente responsável.

As pessoas que têm o senso crítico aguçado acreditam que o desenvolvimento sustentável seja
possível, ou seja, os programas de educação ambiental devem ser colocados energicamente, de
forma a fazer com que os cidadãos tomem conhecimento da importância de tal tema e passem a
defender, impavidamente, o meio ambiente.

O que é, então, o desenvolvimento sustentável senão o equilíbrio entre a tecnologia e o ambiente,


revelando-se os diversos grupos sociais de uma nação e, também, dos diferentes países na busca da
equidade e justiça social, assim definido pelos estudiosos do assunto.

Resíduos, impactos ambientais e poluição

Temos que mudar urgentemente a interpretação e o modo de entendimento que temos sobre o lixo
ou resíduo. As práticas ambientalmente corretas resultam em promissoras alternativas de geração de
25

renda por meio de crescente comercialização dos subprodutos originários de diversos processos
industriais.

Esses subprodutos agregam valor a todos os processos da empresa e promovem a sustentabilidade


ambiental por meio da reciclagem, reuso ou reutilização desses componentes.
A preocupação das empresas e, inclusive, dos técnicos ambientais no sentido de comercializar esses
subprodutos dá-se muito mais pelo compromisso da preservação ambiental e da saúde humana do
que simplesmente como fator de seu reaproveitamento efetivo.

Os resíduos sólidos, em função de sua natureza, podem gerar impactos à atmosfera, ao solo, ao
lençol freático e ao ecossistema, durante todo o seu ciclo de vida tanto nas dependências da empresa
quanto fora delas.

De acordo com a Lei n.6938/81, que institui a Política Nacional de Meio Ambiente, e a 9605/98,
que trata dos crimes ambientais, a responsabilidade pela reparação de qualquer dano ambiental é
objetiva e solidária.

Isso significa que a empresa será chamada para remediar qualquer passivo gerado devido à má
gestão de resíduos, independente do fato gerador. Sua responsabilidade não cessa quando os
resíduos deixam suas instalações, perdurando durante todo o tempo que ele representar risco
ambiental, incluindo sua destinação final.

Qualidade Total

A Qualidade Total é um sistema voltado para propiciar satisfação ao cliente, gerando produtos e
serviços de forma organizada e econômica, estruturado de forma que todos os funcionários da
organização possam participar e contribuir com os esforços de desenvolvimento, manutenção e
melhoria da qualidade de forma global.

Esse sistema fundamenta-se na "adequação ao uso" e na "ausência de defeitos", através de


resultados de melhor qualidade na produção com menores custos. Porém, é muito importante
observar que esse processo não pode ser setorial. A qualidade só será alcançada se toda a empresa
estiver funcionando em perfeita sintonia (produção, marketing, vendas, finanças e administração).
26

A ideia é que a melhor forma de garantir um produto final sem erros é fazer com que todas as partes
da organização trabalhem de forma "livre de erros". Assim, pode-se dizer que a Qualidade Total é a
total mobilização dos colaboradores da empresa em busca de produtos e serviços com qualidade.
Existem vários caminhos para se chegar à Qualidade Total, mas todos eles passam por uma gestão
administrativa construída sobre dados e fatos e orientada, sempre, para a satisfação total do cliente,
a Gestão pela Qualidade Total.

A Gestão da Qualidade Total é uma abordagem sistemática de melhoria contínua da produtividade,


onde todos os colaboradores da empresa aplicam métodos administrativos na melhoria permanente
da qualidade de todos os seus produtos e serviços. Somente integrando métodos e pessoas, torna-se
possível prestar um serviço que atenda com qualidade às necessidades dos clientes. Este objetivo
básico da GQT direciona a empresa para desenvolver novos processos, visando à produtividade, à
competitividade e, sobretudo, à sua sobrevivência. A implantação da GQT inicia-se com os
programas que visam preparar a empresa para a Qualidade Total, a partir da sincronia dos
elementos da produção: homem, materiais, máquinas e ambiente.

Na GQT, cada parte da operação é um elo em uma rede interconectada de fluxos físicos e de
informação. Essa parte é vista como um fornecedor (interno) de outras partes, que são seus clientes
(internos).
27

QUINTA PARTE

LIBERALISMO

Liberalismo é o nome dado à doutrina que prega a defesa da liberdade política e econômica. Neste
sentido, os liberais são contrários ao forte controle do estado na economia e na vida das pessoas. Em
outras palavras, o liberalismo defende a ideia de que o Estado deve dar liberdade ao povo, e deve agir
apenas se alguém lesar o próximo (conhecido como Princípio do Dano). No mais, em boa parte do
tempo, as pessoas são livres para fazer o que quiserem, o que traz a ideia de livre mercado.

O liberalismo surgiu da concepção de um grupo de pensadores imersos na realidade da Europa dos


séculos XVII e XVIII. Vigorava ainda a filosofia do absolutismo em praticamente todos os governos
europeus, pois o rei, como legítimo representante de Deus na terra, teria natural primazia sobre todos os
assuntos que envolvessem a nação. As ideias iluministas vão, gradualmente, implodir tal sistema de
excessiva intervenção do estado, auxiliadas pelo espírito empreendedor e autônomo da burguesia,
abrindo espaço para outras possibilidades na relação entre os homens e o mundo. O burguês, que se
lançava ao mundo para o comércio e usava a somente a própria iniciativa para alcançar seus objetivos,
destoava de todo um período anterior onde os homens colocavam-se subservientes ao pensamento
religioso.

Então, como uma reação natural à ordem anterior de coisas, vários pensadores se mobilizam no esforço
de dar sentido àquele mundo que se transformava. Surge um ponto fundamental do pensamento liberal
quando é concebida a ideia de que o homem tinha toda sua individualidade formada antes de perceber
sua existência em sociedade. Para o liberalismo, o indivíduo estabelecia uma relação entre seus valores
próprios e a sociedade.

Além de construir uma imagem positiva do indivíduo, o liberalismo vai defender a ideia de igualdade
entre todos. O direito que o homem tem de agir pelo uso da sua própria razão, segundo o liberalismo, só
poderia garantir-se pela defesa das liberdades. No aspecto político, o liberalismo vai demonstrar que um
regime monárquico, comandado pelas vontades individuais de um rei, não pode colaborar na garantia à
28

liberdade, pois a vontade do rei subjuga o interesse social, impedindo os princípios de liberdade e
igualdade.

O pensamento liberal reinou hegemônico até o início do século XX. As mudanças trazidas pelas duas
revoluções industriais, a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa de 1917, e mais tarde, da quebra
da bolsa de Nova Iorque em 1929, fizeram com que a doutrina liberal entrasse em declínio. Mais
recentemente, na década de 90, surge o neoliberalismo, resgatando boa parte do ideal liberal clássico.

O que é Liberalismo

O liberalismo é uma doutrina político-econômica e sistema doutrinário que se caracteriza pela sua atitude
de abertura e tolerância a vários níveis. De acordo com essa doutrina, o interesse geral requer o respeito
pela liberdade cívica, econômica e da consciência dos cidadãos.

O liberalismo surgiu na época do iluminismo contra a tendência absolutista e indica que a razão humana
e o direito inalienável à ação e realização própria, livre e sem limites, são o melhor caminho para a
satisfação dos desejos e necessidades da humanidade. Este otimismo da razão exigia não só a liberdade
de pensamento, mas, também a liberdade política e econômica.

O liberalismo acreditava no progresso da humanidade a partir da livre concorrência das forças sociais e
era contrário às acusações das autoridades (religiosas ou estatais) sobre a conduta do indivíduo, tanto no
campo ideológico como no campo material, devido à sua desconfiança básica sobre todo o tipo de
obrigação (individual e coletiva).

Na sua origem, o liberalismo defendia não só as liberdades individuais, como, também, a de todos os
povos, e chegou mesmo a colaborar com os novos movimentos de libertação nacional surgidos durante o
século XIX, tanto na Europa como nos territórios ultramarinos (sobretudo na América Latina).

No âmbito político, o liberalismo deu os seus primeiros passos com a revolução francesa e americana; os
direitos humanos constituirão, seguidamente, o seu primeiro ato de fé político.

O liberalismo foi a ideologia política da burguesia (liberal), a qual, amparada por essa ideologia,
conseguiu conquistar uma posição predominante durante o século XIX e até à I Guerra Mundial, altura
em que se tornou a força política dominante em quase todo o mundo ocidental.

O princípio da liberdade na vida econômica, proclamado pelo liberalismo, se desenvolveu primeiramente


em condições de grandes desigualdades sociais (como consequência da falhada libertação do
29

campesinato na Europa, guerras napoleônicas e do rápido crescimento demográfico), e posteriormente


teve uma forte reação através das doutrinas socialistas e comunistas, cujos movimentos se tornaram
opositores do liberalismo bem mais fortes do que as correntes conservadoras e tradicionais.

O fracasso do liberalismo face aos grandes problemas políticos e sociais que, depois da I Guerra
Mundial, surgiram na Europa central teve como consequência que a Alemanha, Itália e outros países
mergulhassem em crises profundas e prolongadas, que contribuiu para o florescimento de sistemas
totalitários (fascismo, nacional-socialismo, falangismo, etc.).

Posteriormente à II Guerra Mundial e face a outros movimentos de tendência democrata-cristã ou social-


democrata, o liberalismo ressurgiu, pretendendo constituir de novo uma opção no campo político e
econômico.

Liberalismo Econômico

Do ponto de vista econômico, o liberalismo vem dos fisiocratas, de A. Smith e da teoria do livre
cambismo (comércio livre, desenvolvida por eles). O liberalismo esteve intimamente relacionado com o
capitalismo e foi a base do desenvolvimento econômico industrial do século XIX, especialmente da
expansão econômica da Inglaterra em todo o mundo.

Liberalismo Político

O liberalismo político implicava a restrição do poder estatal, não permitindo que o Estado interfira em
alguns direitos fundamentais como o direito à vida, à felicidade e à liberdade.

Liberalismo Social

O propósito do liberalismo social é defender os direitos humanos e as liberdades civis dos cidadãos
contra possíveis atos de opressão do Estado. No entanto, o liberalismo social vai além disso, mas indica
que o Estado deve proporcionar aos cidadãos oportunidades a nível econômico, de saúde, de educação,
etc.
30

NEOLIBERALISMO

Introdução

Pode-se definir o neoliberalismo como um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que
defende a não participação do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total
liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento econômico e o
desenvolvimento social de um país.

Surgiu na década de 1970, através da Escola Monetarista do economista Milton Friedman, como uma
solução para a crise que atingiu a economia mundial em 1973, provocada pelo aumento excessivo no
preço do petróleo.

Características do Neoliberalismo (princípios básicos):

- mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;

- pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;

- política de privatização de empresas estatais;

- livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;

- abertura da economia para a entrada de multinacionais;

- adoção de medidas contra o protecionismo econômico;

- desburocratização do estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar o


funcionamento das atividades econômicas;

- diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente;

- posição contrária aos impostos e tributos excessivos;

- aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico;

- contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do estado, ou seja, a lei da oferta e
demanda é suficiente para regular os preços;

- a base da economia deve ser formada por empresas privadas;


31

- defesa dos princípios econômicos do capitalismo.

Críticas ao neoliberalismo

Os críticos ao sistema afirmam que a economia neoliberal só beneficia as grandes potências econômicas
e as empresas multinacionais. Os países pobres ou em processo de desenvolvimento (Brasil, por
exemplo) sofrem com os resultados de uma política neoliberal. Nestes países, são apontadas como causas
do neoliberalismo: desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e dependência do capital
internacional.

Pontos positivos

Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz de proporcionar o desenvolvimento


econômico e social de um país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais competitiva,
proporciona o desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação
caírem.

Exemplos de governos que adotaram políticas econômicas neoliberais nos últimos anos:

- No Brasil: Fernando Collor de Melo (1990 - 1992) e Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2003)

- No Chile: Eduardo Frei (1994 - 2000), Ricardo Lagos (2000 - 2006) e Michelle Bachelet (2006 - 2010)

- Nos Estados Unidos: Ronald Reagan (1981 - 1989), George Bush (1989 - 1993) e George W. Bush
(2001- 2009)

- No México: Vicente Fox Quesada (2000 - 2006)

- No Reino Unido: Margaret Thatcher (1979 - 1990)

Principais teóricos do Neoliberalismo:

- Friedrich Hayek (Escola Austríaca)

- Leopold von Wiese

- Ludwig von Mises

- Milton Friedman (Escola Monetarista, Escola de Chicago)


32

ESTADO MÍNIMO

Concepção fundada nos pressupostos da reação conservadora que deu origem ao neoliberalismo. A ideia
de Estado Mínimo pressupõe um deslocamento das atribuições do Estado perante a economia e a
sociedade. Preconiza-se a não-intervenção, e este afastamento em prol da liberdade individual e da
competição entre os agentes econômicos, segundo o neoliberalismo, é o pressuposto da prosperidade
econômica. A única forma de regulação econômica, portanto, deve ser feita pelas forças do mercado, as
mais racionais e eficientes possíveis. Ao Estado Mínimo cabe garantir a ordem, a legalidade e concentrar
seu papel executivo naqueles serviços mínimos necessários para tanto: policiamento, forças armadas,
poderes executivo, legislativo e judiciário, n etc. Abrindo mão, portanto, de toda e qualquer forma de
atuação econômica direta, como é o caso das empresas estatais. A concepção de Estado mínimo surge
como reação ao padrão de acumulação vigente durante grande parte do século XX, em que o Estado
financiava não só a acumulação do capital, mas também a reprodução da força de trabalho, via políticas
sociais. Na medida em que este Estado deixa de financiar esta última, torna-se, ele próprio, “máximo”
para o capital. O suporte do fundo público (estatal) ao capital não só não deixa de ser aporte necessário ao
processo de acumulação, como também ele se maximiza diante das necessidades cada vez mais exigentes
do capital financeiro internacional.

Para o seu estudo é fundamental a consulta às obras de István Mészaros, Para além do capital (2002);
Francisco de Oliveira, Os direitos do antivalor (1998).

Sobre o impacto da concepção de Estado mínimo nas políticas educacionais no Brasil, ver Pablo Gentili
e Tomaz Tadeu da Silva (orgs.) Neoliberalismo, qualidade total e educação (1994); Escola S.A.: quem
ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo (1996); Pablo Gentili (Org.), Pedagogia
da exclusão: o neoliberalismo e a crise da escola pública (1995); Universidades na penumbra:
neoliberalismo e reestruturação universitária (2001); Marilena Chauí, Escritos sobre a universidade
(2001); João dos Reis Silva Jr., Reforma do Estado e da educação no Brasil de FHC (2002).

KEYNESIANISMO

Keynesianismo é a teoria econômica consolidada pelo economista inglês John Maynard Keynes. Keynes
em seu livro Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (General theory of employment, interest and
money) e que consiste numa organização político-econômica, oposta às concepções neoliberalistas,
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fundamentada na afirmação do Estado como agente indispensável de controle da economia, com objetivo
de conduzir a um sistema de pleno emprego. Tais teorias tiveram uma enorme influência na renovação
das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado.

A teoria atribuiu ao Estado o direito e o dever de conceder benefícios sociais que garantam à população
um padrão mínimo de vida como a criação do salário-mínimo, do salário-desemprego, da redução da
jornada de trabalho (que então superava 12 horas diárias) e assistência médica gratuita. O Keynesianismo
ficou conhecido também como "Estado de Bem-Estar Social", ou "Estado Escandinavo" tendo sido
originalmente adotado pelas políticas econômicas inauguradas por Roosevelt com o New Deal, que
respaldaram, no início da década de 1930, a intervenção do Estado na Economia com o objetivo de tentar
reverter uma depressão e uma crise social que ficou conhecida como a crise de 1929 e, quase
simultaneamente, por Hjalmar Horace Greeley Schacht na Alemanha Nazista. Cerca de 3 anos mais
tarde, em 1936, essas políticas econômicas foram teorizadas e racionalizadas por Keynes em sua obra
clássica Teoria geral do emprego, do juro e da moeda. A escola de pensamento econômico keynesiana
tem suas origens no livro escrito por John M. Keynes chamado "Teoria Geral do Emprego, Juros e
Moeda". Rapidamente muitos economistas aderiram a esta escola, o que foi chamado de revolução
keynesiana.

Escandinávia: é uma região geográfica, cultural, linguística e política do norte da Europa. Do ponto de
vista geopolítico, o termo é equivalente aos países nórdicos: Dinamarca, Noruega e Suécia.

ESTADO DO BEM-ESTAR SOCIAL

A partir da década de 1930, então, expandiu-se o modelo chamado de Estado de Bem-Estar Social, no
qual o Estado é organizador da política e da economia, encarregando-se da promoção e defesa social. O
Estado atua ao lado de sindicatos e empresas privadas, atendendo às características de cada país, com
o intuito de garantir serviços públicos e proteção à população. Os países europeus foram os primeiros e
principais incorporadores do modelo que agradou os defensores da social-democracia. A principal
referência no continente veio da região escandinava. Até hoje, Noruega, Suécia, Dinamarca e
Finlândia são destaques na aplicação do Estado de Bem-Estar Social e são países que estão no topo do
ranking de melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
34

ESCOLA MONETARISTA

Monetarismo é uma teoria econômica que defende que é possível manter a estabilidade de uma
economia capitalista através de instrumentos monetários, pelo controle do volume de moeda disponível e
de outros meios de pagamento. Foi a principal teoria de oposição ao keynesianismo. Até o século X, foi
respaldado pela "teoria quantitativa do dinheiro" de Irwin Fisher, formalizando-se na equação onde o
nível geral de preços equivalia à quantidade de dinheiro multiplicada por sua "velocidade de circulação"
dividida pelo volume de transações. Os principais defensores do monetarismo, em épocas recentes, foram
os economistas da Escola de Chicago, liderados por George Stigler e Milton Friedman, ambos laureados
com o Prémio Nobel da Economia. Suas ideias são associadas à teoria neoclássica da formação de preços
e ao liberalismo econômico. Adotam o fundamentalismo de livre mercado como sua ideologia e refutam
e rejeitam o Keynesianismo em favor do monetarismo; abominam qualquer regulamentação da economia
em favor de um laissez-faire quase absoluto.

Laissez-faire é, hoje, a expressão-símbolo do liberalismo econômico, na versão mais pura de capitalismo


de que o mercado deve funcionar livremente, sem interferência e com apenas o suficiente regulamentos
para proteger os direitos de propriedade. Esta filosofia tornou-se dominante nos Estados Unidos e nos
países ricos da Europa durante o final do século XIX até o início do século XX.

LOBBY

O lobby, na política, é, por definição, toda e qualquer prática exercida por pessoas ou empresas para
influenciar os espaços decisórios do poder público, atuando tanto no Executivo quanto no
Legislativo, sendo mais frequente nesse último setor mencionado. O conjunto de pessoas e
instituições que procura influenciar as decisões públicas é chamado de grupo de pressão.

Basicamente, o lobby é uma forma de comunicar, debater ou de tentar convencer parlamentares ou


executivos do governo (além de funcionários próximos, como assessores e secretários) a tomar uma
determinada decisão para atender a interesses particulares ou gerais.

Nem sempre o lobby deve ser considerado uma prática errônea, imoral ou negativa. Por exemplo, se
um grupo civil realiza um abaixo-assinado para a não aprovação ou sanção de uma lei, há aí um
caso de lobby sendo praticado. No entanto, essa prática é mais comum na chamada “política de
bastidores”, em que grupos ou bancadas organizadas atuam nos corredores do parlamento para
influenciar políticos a aprovarem ou reprovarem determinadas ações públicas.
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No Brasil, o conceito de lobby vem ganhando uma conotação negativa, sendo comumente
relacionado com a corrupção, mas sua concepção original não prevê essa prática como algo ilícito,
haja vista que qualquer cidadão pode conversar ou promover um debate com políticos eleitos para o
atendimento de seus interesses.

A grande questão em torno dessa discussão está no fato de que, em alguns casos, lobistas (assim
chamado o “agente” responsável por facilitar ou operacionalizar as práticas de lobby) fornecem
propina ou suborno, atuando ilicitamente ou sem o conhecimento público a fim de atender a
interesses específicos.

ADVOCACY

A prática do advocacy é uma atividade de extrema importância na busca de uma democracia justa e
representativa, que fortalece a participação de diferentes atores sociais nos debates de interesse
público.

O advocacy, sem tradução literal para a língua portuguesa, consiste de um conjunto de ações que
visam influenciar a formulação, aprovação e execução de políticas públicas junto aos poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário e à sociedade por meio do trabalho em redes e a mobilização
da mídia.

Trata-se de tema de interesse para organizações do Terceiro Setor e pesquisadores que objetivam
provocar mudanças na sociedade a partir de políticas públicas nas áreas da saúde, meio ambiente,
direitos humanos, crianças e adolescentes, educação, direito do consumidor, trabalho, entre outras.

Na prática:

Um exemplo bastante fácil de entender: imagine uma comunidade cortada por uma rodovia, onde os
moradores são obrigados a atravessar de um lado para outro de forma precária, por falta de uma
passarela. A mesma comunidade tem como vizinhos uma fábrica ou qualquer outra empresa
privada.

Nessa comunidade existe uma ONG que representa os moradores do bairro e que sempre está
pronta para tentar resolver qualquer tipo de questão. Por ser mais influente do que a comunidade
avulsa, a entidade pressiona o poder público para a construção de uma passarela. Paralelamente, a
ONG - por ser mais maleável e influente do que os órgãos governamentais - pode procurar o dono
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da empresa vizinha e pedir o financiamento da obra. E, sendo a representante-líder da comunidade,


também pode realizar uma campanha para que as pessoas utilizem a passarela.

Outro exemplo de funcionamento do advocacy é a existência de um projeto ambiental que reflita


diretamente em uma comunidade de pescadores. A ONG que representa (ou que deseja representar)
esses pescadores pode formar uma comissão permanente de contato com os órgãos públicos para
que haja entendimento entre as partes.

Aí é que entra a relação do advocacy com o setor de comunicação da ONG: o objetivo dessa ação
será o de facilitar o diálogo e promover campanhas de conscientização para ambos os lados,
mostrando que o projeto ambiental é bom para os pescadores, e, ao mesmo tempo, obter alterações
de algumas questões do projeto, a fim de mostrar que ali vivem famílias que dependem da pesca.

Em menor grau também é possível uma pessoa ou um grupo se engajar na defesa de uma causa,
fazendo seu advocacy particular, escrevendo cartas aos jornais, contatando políticos, organizando
reuniões comunitárias, participando de protestos públicos, ou se engajando em qualquer outro meio
de ação que promova mudanças sociais e nas políticas públicas.
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BIBLIOGRAFIA

BARBOSA, Alexandre de Freitas. O mundo globalizado: Política, Sociedade e Economia. São


Paulo: Contexto, 2001.

BOUDREAUX, Donald J. Menos Estado e Mais Liberdade: O Essencial do Pensamento de F.


A. Hayek. Barueri – SP: Faro Editorial, 2018.

CABRAL, Eloísa Helena de Souza. Terceiro Setor: Gestão e Controle Social. São Paulo: Saraiva,
2014.

DELGADO, Maurício Godinho; PORTO, Lorena Vasconcelos. O estado de bem-estar social no


século XXI. São Paulo: LTr, 2018.

GONÇALVES, Claudinei Pereira. MÉTODOS E TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS. Curitiba:


LT, 2014.

PONCHIROLLI, Osmar. Ética e Responsabilidade Social Empresarial. Curitiba: Juruá, 2007.

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