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LFG

INTENSIVO I
DIREITO EMPRESARIAL
Prof. Alexandre Gialuca

Livro Empresarial e Consumidor.pdf O CC/2002 adota a teoria da


empresa, de origem italiana. Cf. art.
TEORIA GERAL DO 2045 do CC/2002, foi revogada a Parte I
DIREITO EMPRESARIAL do CCom/1850.
Material de Apoio - D. Empresarial - O CC/2002, ao revogar a Parte I
Alexandre Gialluca - Aula 01.pdf do CCom, definiu a figura do
1. Código Comercial de 1850 empresário.
Este diploma, com se observa, é
anterior ao CC/2002. Era composto da 3. Empresário
“Parte I – Do Comércio em Geral” 3.1. Incidência
(comerciante e sociedade comercial); e Empresário é o gênero, que possui
da “Parte II – Do Comércio Marítimo”; hoje três espécies:
e “Parte III – Das Quebras” (falência e i) empresário individual (pessoa
concordata). Antes do CC/2002, a parte natural);
III já havia sido revogada pelo DL ii) sociedade empresária (pessoa
7661/45 (antiga Lei de Falências, tb. já jurídica);
revogada pela LRF – Lei n. iii) EIRELI – empresa individual
11.101/2005). de responsabilidade limitada (pessoa
Comerciante para o CCom era a jurídica).
pessoa física, enquanto a pessoa jurídica O empresário individual possui
a sociedade comercial. Para que uma CNPJ, mas isso não significa que se
pessoa natural ou pessoa jurídica fosse tornou pessoa jurídica. Assim também
enquadrada como comerciante, era acontece com o condomínio. O
necessário que praticasse atos de empresário individual tem o CNPJ para
comércio. Aqui, o primeiro problema, possuir o mesmo tratamento tributário
pois os atos de comércio não vinham da pessoa jurídica.
expressos no CCom, sendo necessário
recorrer ao Regulamento n. 737/ , art. 3.2. Conceito de empresário
19, que trazia quais os atos classificados CC, 966: “Considera-se
como mercantis, que eram muito empresário quem exerce
poucos. Assim, adotava-se a teoria dos profissionalmente atividade econômica
atos de comércio, de origem francesa, organizada para a produção ou a
desde o Código de Napoleão. circulação de bens ou de serviços.”
Essa teoria não conseguia “Profissionalmente”. Profissional
responder a muitas questões de ordem é aquilo que tem habitualidade,
prática. Ex.: uma sociedade imobiliária continuidade, que faz daquela atividade
(de compra e venda de imóveis) não sua profissão, seu sustento. Não admite
poderia ser caracterizada como a forma eventual, esporádica.
comercial (“empresarial”), de forma que “Atividade econômica”. Em linhas
não estaria sujeita a falência ou gerais, significa a finalidade lucrativa.
concordata. “Organizada”. I. é, organização
empresarial, vale dizer, para fins de
2. CC/2002 concurso, é a reunião dos quatro fatores
de produção: capital, mão de obra,

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matéria-prima, tecnologia. Essa Obs.2: clínica de ortopedida. Se
resposta, para fins de concurso, na um médico montou sozinho uma
prática possui insuficiências, pois em clínica, teremos a figura do profissional
alguns casos, p. ex., não é necessária a liberal/autônomo. Se for uma pessoa
mão de obra. jurídica, teremos uma sociedade simples
“Produção ou a circulação de ou EIRELI simples (cf. art. 982 do CC).
bens ou de serviços”. Pode ser produção Isto, mesmo que haja concurso de
de bens ou serviços, bem como empregados, na atividade meio.
circulação de bens ou serviços. Essa Contudo, se o exercício da
parte do conceito é que faz os bancos profissão constituir “elemento de
serem atividade empresarial, pois empresa”, será atividade empresarial. O
circulam serviços. Exemplo de elemento de empresa é sinônimo de
circulação de serviços é a agência de impessoalidade de organização dos
turismo (transporte aéreo, hospedagem, fatores de produção. Ex.: no exemplo da
alimentação etc.). clínica, imagine-se que a pessoa vai ser
Perceba-se que nesse caso foi atendida num hospital, em que o médico
resolvida a questão da aplicação da que se apresenta ali de forma impessoal
recuperação judicial para várias (médico que estava no plantão), além de
empresas que, sob a égide da teoria dos constar a hospedagem e a
atos de comércio, não o poderiam. comercialização de remédios, exames,
Perceba-se que passamos de uma refeição etc. Assim, o hospital não é a
análise objetiva para outra, subjetiva, de mesma coisa que uma clínica de
forma a abranger as atividades que ortopedia.
alcançam maior nível de complexidade. Atenção! A sociedade de
advogados não pode assumir forma
3.3. Agentes econômicos excluídos do empresarial em nenhum hipótese.
conceito de empresário Obs. 3: JDC, 194 – “Os
a) atividade comercial sem profissionais liberais não são
organização empresarial. Exemplos: um considerados empresários, salvo se a
consultor da Jequiti (cosméticos); uma organização dos fatores de produção
costureira que trabalha sobre pequenas for mais importante que a atividade
encomendas; uma pessoa que, mesmo pessoal desenvolvida.”
com habitualidade, vende trufas. c) cooperativa – cf. art. 982, p. ú.;
b) art. 966, p. ú. do CC: “Não se d) empresário rural que não possui
considera empresário quem exerce registro na Junta Comercial – cf. art.
profissão intelectual de natureza 971.
científica [v. g., médico, contador,
arquiteto], literária [v. g., autor, 4. Empresário individual
jornalista] ou artística [v. g., desenhista, 4.1. Conceito
artista plástico, cantor, ator, dançarino, É a pessoa natural que
fotógrafo], ainda com concurso de individualmente exerce uma atividade
auxiliares ou colaboradores, salvo se o econômica organizada para a produção
exercício da profissão constituir ou circulação de bens ou de serviços.
elemento de empresa.” O empresário individual possui
Obs.1: essa exclusão decorre do CNPJ mas não é pessoa jurídica.
papel secundário que a organização
assume nessas atividades. Nelas, o 4.2. Requisitos
essencial é a atividade pessoal que não Para exercer atividade empresária
se compatibiliza com o conceito de como empresário individual, devemos
empresário.

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preencher os seguintes requisitos (art. do cônjuge do sócio casado; já no art.
972): 1647, I, em regra, o cônjuge precisa de
i) estar em pleno gozo da autorização conjugal para vender um
capacidade civil; bem imóvel. Cf. CC, 978: “O
ii) não incidir em impedimento empresário casado pode, sem
legal. Exemplos: juízes, promotores, necessidade de outorga conjugal,
delegados, procuradores, delegados não qualquer que seja o regime de bens,
podem ser empresários individuais. alienar os imóveis que integrem o
Obs.: tais pessoas, contudo, patrimônio da empresa ou gravá-los de
podem ser sócios de uma “sociedade”, ônus real.”
desde que não administradores. Contudo, na prática, esse art. 978
exemplo: possuir ações da Petrobrás, ou é aplicado cum grano salis. Por quê?
investir em uma sociedade promissora. Isto porque, no momento da destinação
Obs. 2: conferir no material a do imóvel para a atividade empresarial,
longa lista com todos os que são aí sim, é necessária a outorga conjugal
impedidos de exercerem atividade (o oficial registrador exigirá essa
empresária como empresário individual. autorização). A partir de então, pode ser
aplicado o que previsto no art. 978.
4.3. Incapaz Dessa forma existe, sim, autorização do
O incapaz não pode iniciar uma cônjuge. Cf. JDC, 58: “O empresário
atividade empresarial. Ex.: um individual casado é o destinatário da
adolescente de 12 anos criou um norma do art. 978 do CCB e não
aplicativo para compra de material depende da outorga conjugal para
escolar (start up); mesmo assim, não alienar ou gravar de ônus real o imóvel
poderá iniciar uma atividade utilizado no exercício da empresa,
empresarial. Contudo, pode ser sócio de desde que exista prévia averbação de
uma sociedade empresarial. autorização conjugal à conferência do
Apesar de não poder iniciar, pode imóvel ao patrimônio empresarial no
“continuar” uma atividade já em cartório de registro de imóveis, com a
andamento, cf. CC, 974: “Poderá o consequente averbação do ato à
incapaz por meio de representante ou margem de sua inscrição no registro
devidamente assistido, continuar a público de empresas mercantis.”
empresa antes exercida por ele
enquanto capaz, por seus pais ou pelo Material de Apoio - D. Empresarial -
autor de herança.” Ou seja, são dois Alexandre Gialluca - Aula 02.pdf
casos: i) sucessão; ou ii) incapacidade 4.5. Responsabilidade do empresário
superveniente. Será necessário uma individual
autorização judicial por meio de alvará, Trata-se de uma responsabilidade
cf. art. 974, § 1º, ouvido o MP e ilimitada, vale dizer, a pessoa natural
assistente social, podendo ser revogado responde com seus bens pessoais por
a qualquer tempo. dívidas empresariais contraídas.
Exemplo: Um posto de gasolina,
4.4. Empresário casado (CC, 978) montado sob a forma de empresário
Este artigo é alvo de muita individual. O empresário individual
cobrança em concurso, porque se João da Silva, titular do posto de
confunde com a previsão do art. 1647, I. gasolina, possui bens utilizados para a
No art. 978 consta a previsão de que o atividade, bem como bens pessoais
imóvel que faz parte do patrimônio da (ações, ouro, imóveis, veículos etc.).
sociedade, aplicado na atividade, para Por conta da crise e do aumento do
ser vendido, não necessita autorização preço dos combustíveis, começam a

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surgir dívidas, e os bens do posto não de afetação), deve ser feita prova hábil
são suficiente para quitá-las. Nesse da imunidade do patrimônio quando
caso, a responsabilidade pelo necessário.
pagamento pode recair sobre os bens No momento em que o menor
pessoais, mesmo que contraídas pela atingir a maioridade, o benefício do CC,
atividade empresarial. 974, § 2º deixa de lhe ser aplicável.
Contudo, deve ser observada uma
ordem a ser seguida, cf. JDCom, 5: Enfim, como se percebe, é um
“Quanto às obrigações decorrentes de enorme risco o exercício da atividade
sua atividade, o empresário individual empresarial sob a forma de empresário
tipificado no art. 966 do Código Civil individual. Assim, para fugir a esse
responderá primeiramente com os bens risco, a prática era a constituição de
vinculados à exploração de sua uma sociedade (limitada ou S/A) e,
atividade econômica, nos termos do art. nesse caso, é necessária a presença de
1.024 do Código Civil.” Este enunciado sócio. Essa situação gerava, por sua vez,
trata do benefício de ordem do CC, a implantação de um sócio que, na
1.024: verdade, não o era, mas apenas no
“Art. 1.024. Os bens particulares contrato social figurava como tal. Por
dos sócios não podem ser executados por isso, foi criada a terceira opção, da
dívidas da sociedade, senão depois de
executados os bens sociais.”
EIRELI, a diante estudada.
Ou seja, no exemplo acima, os
bens utilizados no posto de gasolina 5. EIRELI (CC, 980-A)
devem ser executados em primeiro
lugar. 5.1. Conceito
Essa regra do art. 1.024 comporta Empresa individual de
alguma exceção? Sim: no caso do responsabilidade limitada. É uma nova
incapaz, prevalece a regra do art. 974 do pessoa jurídica de direito privado,
CC (o incapaz que continuou na constituída por um único indivíduo.
atividade empresarial): Vale dizer, responsabilidade limitada
“Art. 974. Poderá o incapaz, por significa que o titular da EIRELI não
meio de representante ou devidamente responde com seus bens pessoais por
assistido, continuar a empresa antes dívidas empresariais contraídas pela
exercida por ele enquanto capaz, por seus pessoa jurídica.
pais ou pelo autor de herança.
(...)
§ 2º Não ficam sujeitos ao 5.2. Desconsideração da personalidade
resultado da empresa os bens que o jurídica
incapaz já possuía, ao tempo da sucessão Cabe desconsideração da
ou da interdição, desde que estranhos ao personalidade jurídica, cf. JDC, 470: “O
acervo daquela, devendo tais fatos
constar do alvará que conceder a
patrimônio da empresa individual de
autorização. responsabilidade limitada responderá
(...)” pelas dívidas da pessoa jurídica, não se
Assim, ainda no exemplo acima, confundindo com o patrimônio da
se o filho de João da Silva, o Júnior, pessoa natural que a constitui, sem
continuasse a tocar o posto de gasolina prejuízo da aplicação do instituto da
após sua morte, a fazenda que ele desconsideração da personalidade
recebeu de herança do avô, lá no Estado jurídica.”.
do Tocantins, não estaria sujeita a O próprio art. 980-A possui seis
responsabilidade patrimonial. parágrafos. Perceba que o § 4º foi
Se não constar do alvará judicial a vetado, que previa que em qualquer
reserva dos bens (espécie de patrimônio situação o patrimônio da pessoa natural

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que a constituiu não se confundiria com as regras das sociedades limitadas,
o da EIRELI e, nas razões do veto, a desde que compatíveis.
expressão “em qualquer situação” foi Exemplo: é possível o
entendida como óbice à aplicação do condomínio de cota na sociedade
CC, 50. limitada (art. 1056, § 1º). Contudo, na
JDC, 470: “O patrimônio da EIRELI, que é empresa individual, não
empresa individual de responsabilidade é possível o condomínio de cotas, já que
limitada responderá pelas dívidas da não há sociedade na EIRELI, que
pessoa jurídica, não se confundindo admite um único titular.
com o patrimônio da pessoa natural
que a constitui, sem prejuízo da 5.5. Limitação
aplicação do instituto da CC, 980-A, § 2º. A pessoa natural
desconsideração da personalidade que constituir EIRELI somente poderá
jurídica.” figurar em uma única empresa dessa
modalidade. Ou seja, uma EIRELI por
5.3. Capital mínimo CPF.
A) Valor
CC, 980-A, caput: não poderá ser 5.6. Titular
inferior a 100 (cem) vezes o valor do Uma primeira corrente entende
salário mínimo. Por isso recebeu o que somente a pessoa natural pode ser
apelido de “PJ100”. titular de EIRELI. Instrução normativa
Esse valor, no ato da constituição, DNRC, 117 tem essa disposição
deve ser pago (integralizado), e não expressa. JDC, 468: “A empresa
apenas subscrito (prometido). individual de responsabilidade limitada
B) Formas de integralização só poderá ser constituída por pessoa
Dinheiro, bens móveis e imóveis. natural.”
E a prestação de serviços? Cf. art. 980- Isso porque a ideia central da
A, aplica-se as regras de sociedade EIRELI é acabar com a informalidade
limitada e, dentre elas, no art. 1055, § do empresário individual. Além disso,
2º, há vedação à integralização através há uma ideia de isonomia de tratamento,
da prestação de serviços. Ou seja, na pois há possibilidade de se interpretar o
EIRELI, não é possível a integralização CC, 980-A, § 2º como autorização para
do capital social por prestação de a pessoa jurídica estabelecer quantas
serviços. EIRELI quisesse, enquanto a natural só
Obs.: na transferência de bens poderia estabelecer uma. Trata-se do
imóveis do patrimônio de uma pessoa entendimento majoritário a ser adotado
para a integralização do capital social de em provas objetivas de concurso.
sociedade da qual tenha entrado, há A segunda corrente, que entende
imunidade sobre o ITBI que incidiria que tanto a pessoa natural quanto a
(cf. CRFB, 156, II, § 2º, I. pessoa jurídica podem constituir
JDCom, 4: “Uma vez subscrito e EIRELI porque: 1) a lei não proíbe
efetivamente integralizado, o capital da expressamente; 2) o art. 980-A, caput,
EIRELI não sofrerá nenhum influência utiliza a expressão pessoa; 3) o art. 980-
decorrente de ulteriores alterações no A, § 6º, determina a aplicação de regras
salário mínimo.” Ou seja, não é de sociedade limitada, que prevê tanto
necessário ficar constantemente que pessoa natural quanto jurídica
atualizando o capital mínimo. podem ser sócias.
5.4. Aplicação subsidiária
CC, 980-A, § 6º. Quando não há 5.7. Administrador
regra específica da EIRELI, aplicam-se

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O art. 980-A não trata do tema.
Aplicam-se subsidiariamente as regras 6.1. Registro
da sociedade limitada. Assim, tanto o A) o registro é obrigatório.
titular da EIRELI quanto o não titular
podem ser administradores. B) competência
Lei n. 8934/94 (Registro Público
5.8. Natureza simples da Empresas Mercantis), que estabelece
A princípio, a EIRELI tem o SINREM - Sistema Nacional de
natureza empresária, mas a doutrina Registro de Empresas Mercantis. É
admite também a natureza simples nas composto pelo DREI – Departamento
hipóteses do art. 966, p. ú. (atividade de Registro Empresarial e Integração
intelectual de natureza científica, (cf. Decreto n. 8001/2013, que extingui
literária ou artística). o DNRC – Departamento Nacional de
O cuidado aqui é quanto ao Registro de Comércio, órgão federal
escritório de advocacia, que não pode se normatizador e fiscalizador) e pelas
constituir sob a forma de EIRELI (cf. Juntas Comerciais (órgãos estaduais
EAOAB, art. 17, que proíbe a executores).
responsabilidade limitada na
advocacia). Contudo, recentemente, NR C) Consequências da ausência de
L13247 dada ao art. 15, permitiu a registro
formação da sociedade unipessoal de Principais consequências:
advocacia. Enfim: advogado não pode 1) responsabilidade ilimitada nos
ter EIRELI, mas pode ter sociedade casos das EIRELI e das sociedades
unipessoal de advocacia. empresárias que teriam a
responsabilidade limitada.
5.9. Transformação 2) impossibilidade de pedir
O empresário individual não recuperação judicial ou falência de
precisa dar baixa na sua atividade terceiro;
empresarial para constituir uma 3) não obterá CND;
EIRELI, bastando apenas que opere a 4) não participará de licitação.
transformação de um tipo no outro.
No caso da sociedade empresária, D) Atos de registro
ela também pode se transformar em Lei n. 8934/94, art. 32:
EIRELI, desde que previamente ocorra 1) matrícula – registro dos
a concentração das cotas em um único auxiliares do comércio (aqueles não
sócio, independentemente das razões empresários que auxiliam a atividade
que levaram a ela (cf. CC, 980-A, § 3º). empresarial), como o leiloeiro, o
Contudo, no momento da tradutor e o intérprete;
transformação, o capital deverá ser em 2) arquivamento – atos
valor igual ou superior ao mínimo constitutivos, modificativos e extintivos
exigido para a constituição da EIRELI. do empresário individual, da sociedade
Assim, a EIRELI pode ser empresária e da EIRELI;
originária, desde a sua constituição, ou 3) autenticação – livros e
derivada, decorrente da transformação escrituração do empresário.
de outro tipo de atividade empresarial. Obs.: mandado de segurança
preventivo contra ato do Presidente da
6. Obrigações empresariais Junta Comercial para alcançar o
Aplicam-se ao empresário arquivamento de uma EIRELI
individual, à EIRELI, e às sociedades constituída por uma sociedade
empresárias. empresária. Junta comercial. Temas de

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subordinação administrativa. - especial – como o livro de
Competência da Justiça Estadual. registro de duplicatas (é especial porque
Temas de analise/subordinação técnica apenas o empresário que emite
(atividade fim). Competência da Justiça duplicatas precisa possuí-lo);
Federal. RE 199793. - comum – é o livro diário (CC,
1.180).
E) Exceção: registro facultativo “Art. 1.180. Além dos demais
CC, 971: atividade rural. “O livros exigidos por lei, é indispensável o
Diário, que pode ser substituído por
empresário cuja atividade rural fichas no caso de escrituração
constitua sua principal profissão, mecanizada ou eletrônica.
“pode”, observadas as formalidades de Parágrafo único. A adoção de
que tratam o art. 968 e seus parágrafos, fichas não dispensa o uso de livro
requerer inscrição no Registro Público apropriado para o lançamento do balanço
patrimonial e do de resultado
de Empresas mercantis da respectiva econômico.”
sede caso em que, depois de inscrito, Está dispensado da escrituração o
ficará equiparado, para todos os pequeno empresário:
efeitos, ao empresário sujeito a “CAPÍTULO IV
registro.” Da Escrituração
Art. 1.179. O empresário e a
F) Natureza jurídica do registro sociedade empresária são obrigados a
seguir um sistema de contabilidade,
Para o empresário comum, o mecanizado ou não, com base na
registro é mera condição de escrituração uniforme de seus livros, em
regularidade. JDC, 198: “a inscrição do correspondência com a documentação
empresário na junta comercial não é respectiva, e a levantar anualmente o
requisito para sua caracterização balanço patrimonial e o de resultado
econômico.
admitindo-se o exercício da empresa
§ 1º Salvo o disposto no art.
sem essa providência. O empresário 1.180, o número e a espécie de livros
irregular. ; 199. “a inscrição do ficam a critério dos interessados.
empresário ou da sociedade empresária § 2º É dispensado das exigências
é requisito delineador de sua deste artigo o pequeno empresário a
que se refere o art. 970.”
regularidade e não da sua
caracterização.” 202: “O registro do Cuidado: o pequeno empresário,
empresário so sociedade rural na junta ou “micro empreendedor individual”
comercial é facultativo e de natureza não se confunde com a micro empresa e
constitutiva, sujeitando-o ao regime a empresa de pequeno porte (cf. LC,
jurídico empresarial. É inaplicável esse 123/2006, art. 3º):
Sociedade empresária,
regime ao empresário sou sociedade sociedade simples,
rural ao que não...” empresário individual
ME e a EIRELI, que
Material de Apoio - D. Empresarial - auferir receita bruta
Alexandre Gialluca - Aula 03.pdf anual igual ou inferior
a R$360.000,00
6.2. Escrituração dos livros comerciais Sociedade empresária,
A) o dever de escriturar é o dever sociedade simples,
de manter a organização de uma empresário individual
contabilidade própria, mantendo a e a EIRELI, que
anotação de todos os atos da empresa. EPP auferir receita bruta
anual superior a
B) Classificação dos livros R$360,000,00
1) facultativos, como o caixa e o e igual ou inferior a
razão; R$3.600.000,00.
2) obrigatórios: MEI Empresário

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individual, com § 2º Achando-se os livros em
receita bruta anual outra jurisdição, nela se fará o exame,
(pequeno empresário)
igual ou inferior a perante o respectivo juiz.”
R$60.000,00. Alguns vêm defendendo que se
aplica, atualmente o CPC, 420:
C) Consequências da ausência de “Art. 420. O juiz pode ordenar, a
escrituração requerimento da parte, a exibição
integral dos livros empresariais e dos
- inexistência de eficácia
documentos do arquivo:
probatória dos livros empresariais; I - na liquidação de sociedade;
- Art. 178 da L11101/2005 (LFR): II - na sucessão por morte de
deixar de elaborar, escriturar ou sócio;
autenticar, antes ou depois da sentença III - quando e como determinar a
que decretar a falência, que conceder a lei.”
recuperação judicial ou homologar o Contudo, na análise detida dos
plano de recuperação extrajudicial, os dois dispositivos, revela que houve
documentos de escrituração contábil apenas repetição do que já era previsto
obrigatórios: Pena – detenção de 1 a 2 no CC, 1191 com a novidade de ser
anos, e multa, se o fato não constitui necessário o requerimento da parte.
crime mais grave. Este dispositivo se 2) exibição parcial – é admitida
refere ao livro diário. Deixar de em qualquer ação judicial. Essa
escriturar, a principio, não é crime, mas exibição parcial pode ser ordenada de
se houver a decretação da falência, ofício pelo juiz, cf. CPC, 421:
“Art. 421. O juiz pode, de ofício,
recuperação judicial ou homologação de ordenar à parte a exibição parcial dos
plano de recuperação extrajudicial sem livros e dos documentos, extraindo-se
os livros em ordem regular, configura- deles a suma que interessar ao litígio,
se o tipo do art. 178 da L11101. bem como reproduções autenticadas.”
3) a sigilosidade não se aplica às
D) Princípio da sigilosidade autoridades fazendárias, quando do
“Art. 1.190. Ressalvados os casos exercício da fiscalização do pagamento
previstos em lei, nenhuma autoridade, de tributos:
juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, “Art. 1.193. As restrições
poderá fazer ou ordenar diligência para estabelecidas neste Capítulo ao exame da
verificar se o empresário ou a sociedade escrituração, em parte ou por inteiro, não
empresária observam, ou não, em seus se aplicam às autoridades fazendárias, no
livros e fichas, as formalidades exercício da fiscalização do pagamento
prescritas em lei.” de impostos [na verdade, tributos em
Art. 1190 CC. Exceções: geral], nos termos estritos das
1) exibição integral – CC, 1191: respectivas leis especiais.”
“Art. 1.191. O juiz só poderá Para evitar abusos, por ocasião
autorizar a exibição integral dos livros e das fiscalizações, temos a STF, 439:
papéis de escrituração quando necessária “Estão sujeitos à fiscalização tributária
para resolver questões relativas a
sucessão, comunhão ou sociedade,
e previdenciária quaisquer livros
administração ou gestão à conta de comerciais, limitados o exame aos
outrem, ou em caso de falência. pontos objeto da investigação”.
§ 1º O juiz ou tribunal que
conhecer de medida cautelar ou de ação E) Consequência da ausência de
pode, a requerimento ou de ofício,
ordenar que os livros de qualquer das
apresentação dos livros:
“Art. 1.192. Recusada a
partes, ou de ambas, sejam examinados
apresentação dos livros, nos casos do
na presença do empresário ou da
artigo antecedente, serão apreendidos
sociedade empresária a que pertencerem,
judicialmente [busca e apreensão dos
ou de pessoas por estes nomeadas, para
livros] e, no do seu § 1º, ter-se-á como
deles se extrair o que interessar à
verdadeiro o alegado pela parte contrária
questão.

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para se provar pelos livros [presunção “Art. 417. Os livros
relativa de veracidade]. empresariais provam contra seu autor,
Parágrafo único. A confissão sendo lícito ao empresário, todavia,
resultante da recusa pode ser elidida por demonstrar, por todos os meios
prova documental em contrário.” permitidos em direito, que os
lançamentos não correspondem à
F) Falsificação dos livros verdade dos fatos.”
comerciais Ou seja, os dados servem como
“Art. 297 - Falsificar, no todo prova contra aqueles que o contabilizou.
ou em parte, documento público, ou “Art. 418. Os livros empresariais
alterar documento público verdadeiro: que preencham os requisitos exigidos por
Pena - reclusão, de dois a seis lei provam a favor de seu autor no litígio
anos, e multa. entre empresários.”
§ 1º - Se o agente é funcionário Ou seja, os livros empresariais
público, e comete o crime prevalecendo- que preencham os requisitos provam a
se do cargo, aumenta-se a pena de sexta favor de seu autor no litígio entre
parte.
§ 2º - Para os efeitos penais,
empresários.
equiparam-se a documento público o Como requisitos, temos:
emanado de entidade paraestatal, o título 1) intrínsecos – art. 1183:
ao portador ou transmissível por utilização de técnica apropriada; idioma
endosso, as ações de sociedade em português; não ter borraduras,
comercial, os livros mercantis e o
testamento particular.
entrelinhas, rasuras etc;
§ 3º Nas mesmas penas incorre 2) requisitos extrínsecos – visam
quem insere ou faz inserir: (Incluído pela conferir segurança jurídica: termo de
Lei nº 9.983, de 2000) abertura, termos de encerramento e
I – na folha de pagamento ou em autenticação na junta comercial (cf. CC,
documento de informações que seja
destinado a fazer prova perante a
1181).
“Art. 1.181. Salvo disposição
previdência social, pessoa que não
especial de lei, os livros obrigatórios e,
possua a qualidade de segurado
se for o caso, as fichas, antes de postos
obrigatório; (Incluído pela Lei nº 9.983,
em uso, devem ser autenticados no
de 2000)
Registro Público de Empresas Mercantis.
II – na Carteira de Trabalho e
Parágrafo único. A autenticação
Previdência Social do empregado ou em
não se fará sem que esteja inscrito o
documento que deva produzir efeito
empresário, ou a sociedade empresária,
perante a previdência social, declaração
que poderá fazer autenticar livros não
falsa ou diversa da que deveria ter sido
obrigatórios.
escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de
(...)
2000)
Art. 1.183. A escrituração será
III – em documento contábil ou
feita em idioma e moeda corrente
em qualquer outro documento
nacionais e em forma contábil, por
relacionado com as obrigações da
ordem cronológica de dia, mês e ano,
empresa perante a previdência social,
sem intervalos em branco, nem
declaração falsa ou diversa da que
entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou
deveria ter constado. (Incluído pela Lei
transportes para as margens.
nº 9.983, de 2000)
Parágrafo único. É permitido o
§ 4º Nas mesmas penas incorre
uso de código de números ou de
quem omite, nos documentos
abreviaturas, que constem de livro
mencionados no § 3º, nome do segurado
próprio, regularmente autenticado.”
e seus dados pessoais, a remuneração, a
vigência do contrato de trabalho ou de
prestação de serviços. (Incluído pela Lei 6.3. Demonstrações contábeis
nº 9.983, de 2000)” periódicas:
São dois balanços:
G) Força probante Patrimonial (CC, 1188) – ativo e
No CPC: passivo;

9
Resultado econômico (CC, 1189) - Cléber Masson;
– lucros e perdas; - C. Masson
“Art. 1.188. O balanço “Art. 1.156. O empresário opera
patrimonial deverá exprimir, com sob firma constituída por seu nome,
fidelidade e clareza, a situação real da completo ou abreviado, aditando-lhe, se
empresa e, atendidas as peculiaridades quiser, designação mais precisa da sua
desta, bem como as disposições das leis pessoa ou do gênero de atividade.”
especiais, indicará, distintamente, o ativo B) Firma social ou razão social –
e o passivo. aplicas-se à sociedade que possui sócio
Parágrafo único. Lei especial
disporá sobre as informações que
com responsabilidade ilimitada.
acompanharão o balanço patrimonial, em A composição fica: nome(s) do(s)
caso de sociedades coligadas. sócio(s) (completo ou abreviado) +
Art. 1.189. O balanço de resultado ramo de atividade (facultativamente):
econômico, ou demonstração da conta de - Cleber Masson e Nestor Távora
lucros e perdas, acompanhará o balanço
patrimonial e dele constarão crédito e
Night Club;
débito, na forma da lei especial.” - C. Masson e N. Távora Casa de
massagem;
7. Nome empresarial - C. Masson e Cia.
Exemplo de sociedade que
7.1. Conceito utilizam essa denominação: sociedade
É o elemento de identificação do em nome coletivo.
empresário individual, sociedade D) Denominação – aplicação:
empresária e EIRELI. sociedade que possui sócio de
responsabilidade limitada.
7.2. Modalidades Composição: expressão
i) firma – duas espécies: linguística (frase, termo, palavra, letras
a) firma individual; etc.). Exemplos: Divina Gula
b) firma social (= “razão social”). “Restaurante”, Net “Serviços de
ii) denominação Comunicação”, Camil “Alimentos”, Cê
Ki Sabe “Motel”.
7.3. Aplicação/composição A sociedade limitada e a anônima
A) firma individual – para a figura utilizam denominação.
do empresário individual. É composto O nome de sócio pode ser
pelo nome civil do empresário, colocado na denominação, mas de
completo ou abreviado. maneira excepcional, quando for para
Exemplos: homenagea-lo, quando ele foi o
Cléber Rogério Masson: responsável pelo êxito da sociedade.
- C. R. Masson; Ex.: Camargo Correa, Odebretch.

Firma Denominação
Empresário individual Sim Não
Sociedade em nome
Sim Não
coletivo (ilimitada)
Sociedade em comandita
Sim Não
simples
Sociedade anônima (CC,
Não Sim
1160)
Sociedade cooperativa
Não Sim
(CC, 1159)
Sociedade limitada Art.
Sim Sim
1158
10
EIRELI (Art. 980-A, §) Sim Sim
Sociedade em comandita
Sim Sim
por ações
Sociedade em conta de
Não tem Não tem
participação (art. 1162)
Exemplos: permitido nela figurar o nome de um ou
1) Sociedade limitada (CC, 1158): mais sócios.
§ 3º A omissão da palavra
- Firma social: Cléberr Masson e "limitada" determina a responsabilidade
Nestór Távora Night Club Ltda; solidária e ilimitada dos administradores
Denominação: A Bela e a Fera que assim empregarem a firma ou a
Night Club Ltda. denominação da sociedade.
Obs.: cf. art. 1158, § 3º, dispõe Art. 1.159. A sociedade
cooperativa funciona sob denominação
sobre a obrigatoriedade da expressão integrada pelo vocábulo "cooperativa".
“limitada”, sob pena de Art. 1.160. A sociedade anônima
responsabilidade ilimitada dos opera sob denominação designativa do
administradores. objeto social, integrada pelas expressões
2) EIRELI: "sociedade anônima" ou "companhia",
por extenso ou abreviadamente.
- firma: Fernanda Marinela Parágrafo único. Pode constar da
Instituto de Cabelo EIRELI; denominação o nome do fundador,
- denominação: Nana Nenê Buffet acionista, ou pessoa que haja concorrido
Infantil EIRELI. para o bom êxito da formação da
3) sociedade anônima – deve empresa.
Art. 1.161. A sociedade em
possuir a expressão S/A no início, meio
comandita por ações pode, em lugar de
ou fim, ou a expressão Companhia no firma, adotar denominação designativa
início ou meio. Exemplos: Cia brasileira do objeto social, aditada da expressão
de Distribuição; Porto Seguros Cia de "comandita por ações".
Seguros. Art. 1.162. A sociedade em conta
de participação não pode ter firma ou
*A expressão “companhia” no final
denominação.
representa outros tipos societários. Art. 1.163. O nome de empresário
4) sociedade em conta de deve distinguir-se de qualquer outro já
participação inscrito no mesmo registro.
“Art. 1.157. A sociedade em que Parágrafo único. Se o empresário
houver sócios de responsabilidade tiver nome idêntico ao de outros já
ilimitada operará sob firma, na qual inscritos, deverá acrescentar designação
somente os nomes daqueles poderão que o distinga.
figurar, bastando para formá-la aditar ao Art. 1.164. O nome empresarial
nome de um deles a expressão "e não pode ser objeto de alienação.
companhia" ou sua abreviatura. Parágrafo único. O adquirente de
Parágrafo único. Ficam solidária e estabelecimento, por ato entre vivos,
ilimitadamente responsáveis pelas pode, se o contrato o permitir, usar o
obrigações contraídas sob a firma social nome do alienante, precedido do seu
aqueles que, por seus nomes, figurarem próprio, com a qualificação de sucessor.
na firma da sociedade de que trata este Art. 1.165. O nome de sócio que
artigo. vier a falecer, for excluído ou se retirar,
Art. 1.158. Pode a sociedade não pode ser conservado na firma social.
limitada adotar firma ou denominação, Art. 1.159. A sociedade
integradas pela palavra final "limitada" cooperativa funciona sob denominação
ou a sua abreviatura. integrada pelo vocábulo "cooperativa".
§ 1º A firma será composta com o Art. 1.160. A sociedade
nome de um ou mais sócios, desde que anônima opera sob denominação
pessoas físicas, de modo indicativo da designativa do objeto social, integrada
relação social. pelas expressões "sociedade anônima" ou
§ 2º A denominação deve "companhia", por extenso ou
designar o objeto da sociedade, sendo abreviadamente.

11
Parágrafo único. Pode constar exclusivo, temos que arquivar em todas
da denominação o nome do fundador, unidades da Federação os atos
acionista, ou pessoa que haja concorrido
para o bom êxito da formação da
constitutivos da sociedade, empresário
empresa. ou EIRELI.
Art. 1.161. A sociedade em Art. 1.166. A inscrição do
comandita por ações pode, em lugar de empresário, ou dos atos constitutivos das
firma, adotar denominação designativa pessoas jurídicas, ou as respectivas
do objeto social, aditada da expressão averbações, no registro próprio,
"comandita por ações". asseguram o uso exclusivo do nome nos
Art. 1.162. A sociedade em limites do respectivo Estado.
conta de participação não pode ter firma Parágrafo único. O uso previsto
ou denominação. neste artigo estender-se-á a todo o
Art. 1.163. O nome de território nacional, se registrado na forma
empresário deve distinguir-se de da lei especial.
qualquer outro já inscrito no mesmo
registro. 7.5. Princípio da novidade (Lei n.
Parágrafo único. Se o 8934/94, artigos 33 e 34)
empresário tiver nome idêntico ao de
outros já inscritos, deverá acrescentar
i) princípio da novidade – não
designação que o distinga. poderão coexistir na mesma unidade
Art. 1.164. O nome empresarial federativa dois nomes empresariais
não pode ser objeto de alienação. idênticos ou semelhantes, prevalecendo
Parágrafo único. O adquirente aquele já protegido pelo prévio
de estabelecimento, por ato entre vivos,
pode, se o contrato o permitir, usar o
arquivamento;
nome do alienante, precedido do seu ii) princípio da veracidade –
próprio, com a qualificação de sucessor. também chamado princípio da
(...) autenticidade. Impõe que a firma
Art. 1.166. A inscrição do individual ou social seja composta a
empresário, ou dos atos constitutivos das
partir do nome do empresário ou dos
pessoas jurídicas, ou as respectivas
averbações, no registro próprio, sócios respectivamente (ex.: art. 1165).
asseguram o uso exclusivo do nome nos “Art. 1.165. O nome de sócio que
limites do respectivo Estado. vier a falecer, for excluído ou se retirar,
Parágrafo único. O uso previsto não pode ser conservado na firma
neste artigo estender-se-á a todo o social.”
território nacional, se registrado na forma Essa regra não deve ser
da lei especial. confundida com a possibilidade
Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, excepcional de constar na
a qualquer tempo, ação para anular a
“denominação”, como forma de
inscrição do nome empresarial feita com
violação da lei ou do contrato. homenagem, o nome de sócio falecido
Art. 1.168. A inscrição do nome que contribui para o êxito da atividade.
empresarial será cancelada, a
requerimento de qualquer interessado, (...)
quando cessar o exercício da atividade “Art. 1.167. Cabe ao prejudicado,
para que foi adotado, ou quando ultimar- a qualquer tempo, ação para anular a
se a liquidação da sociedade que o inscrição do nome empresarial feita com
inscreveu. violação da lei ou do contrato.
Art. 1.168. A inscrição do nome
empresarial será cancelada, a
7.3. Proteção ao nome empresarial requerimento de qualquer interessado,
A proteção ao nome empresarial quando cessar o exercício da atividade
decorre automaticamente do registro do para que foi adotado, ou quando ultimar-
empresário, da sociedade empresária e se a liquidação da sociedade que o
da EIRELI na Junta Comercial. inscreveu.”
Cf. CC, 1.166, a proteção tem
âmbito estadual. Para garantir seu uso

12
Material de Apoio - D. Empresarial - inscrição do nome empresarial feita com
Alexandre Gialluca - Aula 04.pdf violação da lei ou do contrato.”
7.6. Nome empresarial é diferente de
marca 7.9. Cancelamento
O nome empresarial é o elemento No caso de dissolução da
de identificação de um produto ou um sociedade ou da cessação da atividade,
serviço, registrado na Junta Comercial, bem como na inatividade prevista no
com proteção no âmbito estadual. art. 60 da Lei n. 8934/94.
“Art. 60. A firma individual ou a
A marca é o elemento de sociedade que não proceder a qualquer
identificação da pessoa física ou a arquivamento no período de dez anos
pessoa jurídica, com registro no INPI, e consecutivos deverá comunicar à junta
proteção em âmbito federal. comercial que deseja manter-se em
funcionamento.
§ 1º Na ausência dessa
7.7. Diferença entre nome comunicação, a empresa mercantil será
empresarial e título de estabelecimento considerada inativa, promovendo a junta
empresarial comercial o cancelamento do registro,
O nome empresarial é o elemento com a perda automática da proteção ao
de identificação de pessoa jurídica ou nome empresarial.
§ 2º A empresa mercantil deverá
natural. O título do estabelecimento é o ser notificada previamente pela junta
que chamamos de apelido comercial comercial, mediante comunicação direta
dado a um estabelecimento, devendo ou por edital, para os fins deste artigo.
tecnicamente ser chamado de nome § 3º A junta comercial fará
fantasia. comunicação do cancelamento às
autoridades arrecadadoras, no prazo de
Exemplos: 1) companhia
até dez dias.
Brasileira de Distribuição, cujo nome § 4º A reativação da empresa
fantasia utilizado é “Pão de Açúcar”; 2) obedecerá aos mesmos procedimentos
Via Varejo S/A, antiga Globex requeridos para sua constituição.”
Utilidades Domésticas S/A, cujo nome
fantasia utilizado em seus 8. Estabelecimento comercial
estabelecimentos é “Ponto Frio”. Também chamado de fundo de
O título de estabelecimento comércio ou azienda. CC, 1.142 ao
comercial não têm proteção especial. 1.149.
Nesse caso, a melhor saída é utilizar o
título do estabelecimento como uma 8.1. Conceito (CC, art. 1.142)
marca. Complexo de bens, organizados.
Refere-se aos bens materiais (ou
7.8. Características corpóreos) e aos bens imateriais (ou
a) Não pode ser objeto de incorpóreos). Exemplos de bens
alienação (art. 1.164 do CC); incorpóreos: veículos, imóveis,
b) CC, 1.167 – a qualquer tempo o equipamentos, mobiliário, mercadoria,
prejudicado poderá ajuizar ação de maquinário. Exemplos de bens
anulação do nome empresarial. imateriais: marca, ponto comercial,
“Art. 1.164. O nome empresarial patente, domínio de internet.
não pode ser objeto de alienação. “TÍTULO III
Parágrafo único. O adquirente de Do Estabelecimento
estabelecimento, por ato entre vivos, CAPÍTULO ÚNICO
óde, se o contrato o permitir, usar o DISPOSIÇÕES GERAIS
nome do alienante, precedido do seu Art. 1.142. Considera-se
próprio, com a qualificação de sucessor. estabelecimento todo complexo de bens
(...) organizado, para exercício da
Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a empresa, por empresário, ou por
qualquer tempo, ação para anular a sociedade empresária.

13
O estabelecimento não pode ser
confundido com o patrimônio. Art. 1.146. O adquirente do
estabelecimento responde pelo
pagamento dos débitos anteriores à
8.2. Natureza jurídica transferência, desde que regularmente
O estabelecimento é uma contabilizados, continuando o devedor
universalidade de fato, e não primitivo solidariamente obrigado
universalidade de bens (esta é o pelo prazo de um ano, a partir, quanto
conjunto de bens decorrente da vontade aos créditos vencidos, da publicação, e,
quanto aos outros, da data do
da lei. Exemplo: massa falida, herança). vencimento.
O estabelecimento não é sujeito de
direito, mas um “objeto unitário” de C) Eficácia
direito: “Art. 1.145. Se ao alienante não
“Art. 1.143. Pode o restarem bens suficientes para solver o
estabelecimento ser objeto unitário de seu passivo, a eficácia da alienação do
direitos e de negócios jurídicos, estabelecimento depende do pagamento
translativos ou constitutivos, que sejam de todos os credores, ou do
compatíveis com a sua natureza.” consentimento destes, de modo expresso
ou tácito, em trinta dias a partir de sua
8.3. Trespasse notificação.”
É o nome que se dá para o Vale lembrar que, segundo a STJ,
contrato de compra e venda de 451, é legítima penhora da sede do
estabelecimento empresarial. No estabelecimento comercial (melhor
trespasse, haverá transferência da explicando o que a súmula quer dizer,
titularidade do estabelecimento. todo estabelecimento é sujeito a
Não se confunde com a cessão de penhora, bem como se trata de medida
cotas, em que não ocorre a transferência excepcional).
da titularidade do estabelecimento, mas A eficácia do trespasse, então,
sim a modificação do quadro de sócios. depende ou da manutenção de
a) CC, 1144: patrimônio suficiente para saldar os
Art. 1.144. O contrato que tenha demais débitos, do pagamento de todos
por objeto a alienação, o usufruto ou os credores ou da anuência destes.
arrendamento do estabelecimento, só
produzirá efeitos quanto a terceiros
depois de averbado à margem da D) Concorrência
inscrição do empresário, ou da “Art. 1.147. Não havendo
sociedade empresária, no Registro autorização expressa, o alienante do
Público de Empresas Mercantis, e de estabelecimento não pode fazer
publicado na imprensa oficial. concorrência ao adquirente, nos cinco
anos subseqüentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de
B) Responsabilidade por dívidas arrendamento ou usufruto do
anteriores estabelecimento, a proibição prevista
Com exceção da dívida trabalhista neste artigo persistirá durante o prazo do
(CLT 10 e 448) e tributária (CTN, 133), contrato.”
que têm previsões legais próprias, o Quem define se pode ou não é o
adquirente responde pelas dívidas do contrato de trespasse. Não havendo
estabelecimento adquirido. previsão, aplica-se o art. 1147.
O alienante continua
respondendo, solidariamente, da E) Sub-rogação do adquirente nos
seguinte forma: 1) quanto às dívidas contratos de exploração do
vencidas, pelo prazo de um ano a contra estabelecimento
Art. 1.148. Salvo disposição em
da publicação; 2) quanto aos vincendos, contrário, a transferência importa a
até um ano contados da data do sub-rogação do adquirente nos
vencimento.
14
contratos estipulados para exploração
do estabelecimento, se não tiverem A propriedade intelectual tem por
caráter pessoal, podendo os terceiros
rescindir o contrato em noventa dias a
espécies o direito autoral (Direito Civil)
contar da publicação da transferência, e a propriedade industrial (Direito
se ocorrer justa causa, ressalvada, neste Empresarial).
caso, a responsabilidade do alienante.
Esta regra protege o investimento, 1. Finalidade da lei
mantendo o adquirente no mesmo Garantir exclusividade de uso dos
patamar do anterior proprietário do bens de propriedade industrial, por um
estabelecimento. determinado período.
Exclusividade engloba:
8.4. Aviamento ou “goodwill of trade” i) produção própria;
Nada mais é que o potencial de ii) licença de uso (royalties).
lucratividade de um estabelecimento A intenção é a recuperação do
empresarial. A articulação dos bens que investimento, bem como o lucro.
integram o estabelecimento agregou-lhe A propriedade industrial tem tanto
um valor de mercado empresarial, interesse social (quando se cria um novo
chamado aviamento. produto, estamos atendendo a uma
demanda social) quanto visa também o
8.5. Proteção do ponto comercial. Ação desenvolvimento tecnológico.
renovatória (Lei n. 8245/91, art. 51)
A) requisitos: 2. Bens de propriedade industrial
1) contrato escrito e com prazo i) invenção;
determinado; ii) modelo de utilidade;
2) contrato ou soma ininterrupta iii) desenho industrial;
dos contratos (com acessio temporis de iv) marca.
até 3 meses, conforme a jurisprudência)
20

Improrrogável
tem que totalizar o prazo mínimo de 5 anos
Invenção Patente
anos;
“Depósito”

3) é necessário que o locatário 15 Modelo de


esteja explorando o mesmo ramo de anos utilidade
atividade nos últimos 3 (três) anos. INPI
B) Prazo: 10 Desenho
anos industrial
Prorrogável

“”Art. 51. Nas locações de


Registro

imóveis destinados ao comércio, o


Concessão

locatário terá direito a renovação do 10


contrato, por igual prazo, desde que, Marca
anos
cumulativamente: (...)
§ 5º Do direito a renovação decai
aquele que não propuser a ação no
interregno de um ano, no máximo, até 3. Patente
seis meses, no mínimo, anteriores à data Conceito. É um título de
da finalização do prazo do contrato em monopólio temporário sobre uma
vigor.”
invenção ou modelo de utilidade,
*****
outorgado pelo Estado aos inventores
ou outras pessoas naturais ou jurídicas
detentoras de direitos sobre a criação
Material de Apoio - D. Empresarial -
para exploração econômica. Em
Alexandre Gialluca - Aula 05.pdf
contrapartida, o inventor se obriga a
LEI N. 9279/96
revelar detalhadamente todo o conteúdo
PROPRIEDADE INDUSTRIAL
técnico da matéria protegida pela
patente.

15
Bens patenteáveis: invenção e químicas e os respectivos processos de
modelo de utilidade. obtenção ou modificação, quando
resultantes de transformação do núcleo
atômico; e
3.1. Invenção III - o todo ou parte dos seres
A) Conceito vivos, exceto os microorganismos
A invenção, de modo geral, transgênicos que atendam aos três
consiste na criação de uma coisa até requisitos de patenteabilidade - novidade,
atividade inventiva e aplicação industrial
então inexistente. - previstos no art. 8º e que não sejam
A descoberta, por sua vez, é a mera descoberta.
revelação de uma coisa existente na Parágrafo único. Para os fins
natureza. desta Lei, microorganismos transgênicos
B) Requisitos da invenção são organismos, exceto o todo ou parte
de plantas ou de animais, que expressem,
- novidade; mediante intervenção humana direta em
- atividade inventiva; sua composição genética, uma
- aplicação industrial; característica normalmente não
- não ter impedimento legal. alcançável pela espécie em condições
Novidade significa aquilo que não naturais.”
está compreendido no estado da O inciso II tenta evitar a criação
técnica. de material bélico nuclear.
O “estado da técnica” é O inciso III aparece muito em
constituído por tudo aquilo tornado provas: seres vivos, no todo ou em
acessível ao público antes da data do parte, não podem ser patenteados, com
depósito do pedido de patente, por exceção dos microorganismos
descrição escrita ou oral, por uso ou transgênicos (desde que não sejam mera
qualquer outro meio, no Brasil ou no descoberta).
exterior.
Atividade inventiva. Sempre que, 3.2. Modelo de utilidade
para um especialista no assunto, não A) Conceito
decorra de maneira obvia ou evidente É o objeto de uso prático, ou parte
do estado da técnica. Representa deste, suscetível de aplicação industrial,
avanço, progresso. Exemplos: sair da que apresente nova forma ou
borracha umedecida e passar para o disposição, envolvendo ato inventivo,
corretivo; sair da navalha e passar par o que resulte em melhoria funcional no
barbeador. seu uso ou em sua fabricação.
Fabricação industrial. Deve ser
possível à fabricação em massa. 3.3. Não é considerado invenção nem
Exemplo negativo de Fábio Ulhôa: criar modelo de utilidade (art. 10):
um motor super eficiente cujo I – descobertas, teorias científicas
combustível não existe na Terra. e métodos matemáticos;
Não ter impedimento legal, cf. art. II – concepções puramente
18 da L9279: abstratas;
“Seção III III – planos, métodos comerciais,
Das Invenções e Dos Modelos de educativos e financeiros, etc.; [podem
Utilidade Não Patenteáveis eventualmente ser objeto de proteção de
Art. 18. Não são patenteáveis: direito autoral]
I - o que for contrário à moral, aos
bons costumes e à segurança, à ordem e à IV – obras literárias,
saúde públicas; arquitetônicas ou artísticas; [direito
II - as substâncias, matérias, autoral]
misturas, elementos ou produtos de V – programas de computador;
qualquer espécie, bem como a [direito autoral]
modificação de suas propriedades físico-
VI – regras de jogo;
16
VII – técnicas e métodos (quinze) anos contados da data de
operatórios ou cirúrgicos. depósito.
“Art. 10. Não se considera Parágrafo único. O prazo de
invenção nem modelo de utilidade: vigência não será inferior a 10 (dez) anos
I - descobertas, teorias científicas para a patente de invenção e a 7 (sete)
e métodos matemáticos; anos para a patente de modelo de
II - concepções puramente utilidade, a contar da data de concessão,
abstratas; ressalvada a hipótese de o INPI estar
III - esquemas, planos, princípios impedido de proceder ao exame de
ou métodos comerciais, contábeis, mérito do pedido, por pendência judicial
financeiros, educativos, publicitários, de comprovada ou por motivo de força
sorteio e de fiscalização; maior.”
IV - as obras literárias,
arquitetônicas, artísticas e científicas ou 3.6. Licença compulsória
qualquer criação estética; Art. 71 da L9279 – caso de
V - programas de computador em interesse público ou de emergência
si;
VI - apresentação de informações;
nacional. Exemplo típico foi o que
VII - regras de jogo; ocorreu quanto aos “coquetéis” de
VIII - técnicas e métodos medicamentos para os portadores da
operatórios ou cirúrgicos, bem como AIDS. Outro exemplo: Decreto n.
métodos terapêuticos ou de diagnóstico, 6108/2007.
para aplicação no corpo humano ou
animal; e
Características: sem
IX - o todo ou parte de seres vivos exclusividade; temporária; remuneração
naturais e materiais biológicos para o titular da patente; deve ser
encontrados na natureza, ou ainda que declarada por ato do Poder Executivo
dela isolados, inclusive o genoma ou federal.
germoplasma de qualquer ser vivo “Art. 71. Nos casos de
natural e os processos biológicos emergência nacional ou interesse
naturais.” público, declarados em ato do Poder
Executivo Federal, desde que o titular da
3.4. Titularidade da patente patente ou seu licenciado não atenda a
No Brasil prevalece o sistema essa necessidade, poderá ser concedida,
declarativo, ou seja, titular é aquele que de ofício, licença compulsória,
temporária e não exclusiva, para a
realizou o depósito, por primeiro, da exploração da patente, sem prejuízo dos
patente. Há uma presunção de que direitos do respectivo titular.
titular é aquele que efetuou o depósito Parágrafo único. O ato de
no INPI. concessão da licença estabelecerá seu
prazo de vigência e a possibilidade de
prorrogação.”
3.5. Prazo de vigência
Art. 40:
3.7. Formas de extinção da patente
- 20 anos para invenção;
A) expiração do prazo de
- 15 anos para modelo de
vigência;
utilidade.
B) renúncia do titular;
O prazo é contado da data do
C) falta de pagamento de
depósito. Contudo, cf. o art. 40, p. ú.,
retribuição anual;
não será menor que 10 (dez) anos para
D) Caducidade (demonstrar que
patente de invenção e 7 (sete) anos
não houve utilização, o que é de prova
patente de modelo de utilidade.
“Seção II
muito difícil);
Da Vigência da Patente E) inobservância do disposto no
Art. 40. A patente de invenção art. 217 da L9279.
vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos e a “Art. 217. A pessoa domiciliada
de modelo de utilidade pelo prazo 15 no exterior deverá constituir e manter
procurador devidamente qualificado e

17
domiciliado no País, com poderes para outro que pretenda a mesma
representá-la administrativa e classificação (exemplo: o sinal “SOL” é
judicialmente, inclusive para receber
citações.”
distintivo, usado em farina de trigo,
cerveja, iogurte). Por isso, é possível
3.8. Segredo industrial “VEJA” revista semanal e “VEJA”
Exemplos: Coca-Cola; Guaraná; desinfetante.
Channel 5; Johnnie Walker. Marca notória é aquela
Trata-se de todo processo, ostensivamente pública e conhecida
método, fórmula, dispositivo ou técnica internacionalmente. Será protegida no
que não seja de conhecimento público, País ainda que não tenha registro. O
possua valor econômico para seu Brasil é signatário da Convenção da
detentor ainda que potencial, e que União de Paris, pelo qual os Países
como não é levado para patente, garante signatários comprometeram-se a
proteção à informação por tempo proteger a marca notória ainda que ela
indeterminado. não seja objeto de registro naquele País.
Marca de alto renome é aquela
4. Registro que recebe proteção especial em todos
Confere direito de propriedade os ramos de atividade (L9279, art. 125).
MARCA NOTÓRIA ALTO RENOME
temporária sobre marca ou desenho Internacional Não necessariamente
industrial, pelo qual assegura o seu uso internacional.
exclusivo em todo o território nacional. Proteção mesmo que Precisa de registro.
São bens registráveis: desenho não registrada.
industrial e a marca. Só é protegida dentro Protegida dentro de
de um ramo de todos os ramos de
atividade específico. atividade.
4.1. Desenho industrial
É a forma plástica ornamental de
4.3. Prazo de vigência
um objeto ou o conjunto ornamental de
- desenho industrial: 10 (dez) anos
linhas e cores que possa ser aplicado a
do depósito, com possibilidade de três
um produto, proporcionando resultado
prorrogações de 5 anos (ou seja,
visual novo e original na sua
prorrogação máxima de 15 anos);
configuração externa e que possa servir
- marca: 10 (dez) anos da
de tipo de fabricação industrial. É
concessão. Não tem limite de
também chamado design.
prorrogação. Mas sempre por igual
período (de 10 em 10 anos).
4.2. Marca (art. 122)
A) Conceito
4.4. Formas de extinção do registro
É o sinal distintivo, visualmente
A) Expiração do prazo de
perceptível, não compreendido nas
vigência;
proibições legais.
B) Pela renúncia do seu titular;
Obs.: sinal sonoro não pode ser
C) Pela inobservância do art. 217;
registrado.
D) Pela caducidade. Atenção:
B) Requisitos da marca
tratando-se de não utilização da marca
- novidade relativa;
por mais de 5 anos (cf. caso famoso
- não coincidência com marca
Jogo do Milhão).
notória;
- não ter impedimento legal.
Novidade relativa. No INPI há
uma classificação de produtos e
serviços, e a especificidade do produto
numa delas é que gera conflito com

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