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Maputo,março,2023
ĺndice
1.Introdução ............................................................................................................................... 1
5.Mitologia ................................................................................................................................. 7
7.1.2Casos judicias........................................................................................................... 10
7.1.4Adultério .................................................................................................................. 10
7.1.5Homicidio ................................................................................................................ 10
7.1.6Feitiçaria .................................................................................................................. 11
6.1.6.Crime de feitiçaria................................................................................................... 13
9.1.7.O crime de fogo posto e de dano ............................................................................ 14
8.1.8.Infanticidio,aborto e incesto.................................................................................... 14
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2.Direito tradicional na perspectiva dos Direitos humanos contemporâneos
2.1Sociedade Tradicional
O direito tradicional ou consuetudinário é aquele que se baseia nos costumes de certas
sociedades e não na lei propriamente dita, pois os costumes servem como ordem ou regras de
funcionamento para tais sociedades, de outra forma, são normas sistemáticas das sociedades
rurais, que fazem prática dos mesmos. Esses costumes que se constituem como leis,
estabelecem um condicionalismo nas relações entre a sociedade, estabelecem um
proteccionismo dos interesses individuais e sobretudo os interesses gerais.
O Direito tradicional é uma série de costumes, práticas e crenças que são aceites como regras
obrigatórias de conduta pelos povos indígenas e comunidades locais. É visto como uma parte
intrínseca dos seus sistemas sociais e económicos e modos de vida.
O que caracteriza o direito tradicional é precisamente o fato de consistir num grupo de
costumes que são reconhecidos e partilhados colectivamente por uma comunidade, por um
povo, grupo étnico ou religioso.
Dando um exemplo do povo Yao que são um povo Bantu que se fixou na região entre
Rovuma e Lugenda, o povo Yao estava organizado em tribo, dentro da tribo, a povoação era
a unidade social de maior projecção. Cada povoação tinha o seu chefe privativo, e um
número variável de povoações podia estar agrupado sob autoridade de um chefe, também
subalterno, que, alem das atribuições normais do seu cargo, dispunha das que lhe fossem
delegadas pelo suserano. Vários grupos de povoações formavam a tribo que dispunha de
território bem delimitado por acidentes geográficos, aceites pelas tribos limítrofes, de um
poder central personificado pelo chefe; de uma organização política e administrativa servida
pelos conselheiros do chefe pelos chefes subalternos e seus conselheiros. De um poder
judicial exercido directa e pessoalmente pelo detentor do poder político e de uma estrutura
social e familiar muito bem concebida.
A migração das tribos Yao foi pacífica, tendo-se estabelecido nos territórios que escolheram,
sem nenhuma resistência. Segundo AMARAL, Manuel Gama pela brandura de costumes
deste povo, as suas essenciais ocupações são pacíficas: o comércio e a agricultura.
Passado muito tempo, o poder dividiu-se, como consequência da divisão em tribos, pelas
grandes distancias das povoações, das dificuldades das comunicações; da ambição dos chefes
subalternos. Os chefes mais aguerridos e os que lutaram pela unidade foram da
tribo,Amasaninga: Mataka e Makanjila ambos aspirando a hegemonia. Depois de lutas
constantes, os seus sucessores acabaram por assentar na divisão do poder.
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2.2 O poder político dos Yao
Inicialmente, após a dispersão do povo Yao, a tribo era uma comunidade territorial rígida por
normas jurídicas consuetudinárias a que todos se sujeitavam e dirigida por uma autoridade
centralizada (personificada pelo chefe) que em si reunia todos os poderes. Durante a
migração e enquanto se acomodavam no território que escolheram, a coesão manteve se
intacta, por interesse universalmente reconhecido, consolidados no território que escolheram
iniciou se o processo de fragmentação em sultanatos. A fragmentação do poder politico
dentro das tribos era bem aceite não só pela generalidade da população como também pelos
políticos moderados mais influentes. A tendência é a divisão em chegados
independentemente da pequena extensão territorial e de relativamente pequena população.
Apesar dessa autonomia, os chegados estiveram sob o domínio de chefes poderosos ( Mataca
e Makanjila). Os verdadeiros sultanatos de inspiração árabe, tiveram duração efémera e o que
persiste realmente são chefados e chefados subalterno. A administração portuguesa manteve,
dentro do possível e com ajustamentos que se impuseram, esta divisão territorial sob
designação de regedorias, chefados de grupos de povoações e chefados de povoação.
A regedoria e chefiada por um regedor, tem uma circunscrição territorial bem definida,
englobando, normalmente, vários chefados de grupo de povoações, chefiados por um chefe
de grupo de povoações e este varias povoações cada uma chefiada por um chefe de povoação.
A povoação é considerada pelos Yao como uma comunidade inconfundível dentro da
regedoria e é de facto, a base de toda a estrutura política e social. A povoação é formada por
varrias famílias (mbumba).
A hierarquização é bem definida pelos costumes:
No plano familiar:
a) Os homens e as mulheres comuns estão subordinados ao irmão mais velho; ao tio, ao
irmão mais velho da mãe; ao chefe da família (asyene mbumba, a á anganga (Abibi));
b) O irmão mais velho esta subordinado ao tio, irmão mais velho da mãe e ao asyene
mbumba;
c) As mulheres da mbumba estão subordinadas á primeira mulher só asyne mbumba;
d) A mulher deve, ainda especial respeito á avó maternas á irmã mais velha.
O irmão mais velho de várias irmãs, eventual fundador de uma nova mbumba goza de
consideração especial na família e é considerado “ incamila ca pa mbumba” – “um pilar da
mbumba”, tendo o privilegio reconhecido de poder realizar, pelo menos, um casamento
virolocal.
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No plano oficial:
a) Todos os habitantes da povoação devem obediência ao chefe da povoação, ao chefe
do grupo e ao regedor;
b) O chefe da povoação deve obediência ao chefe de grupo e ao regedor;
c) O chefe de grupo deve obediência ao regedor.
A resolução de conflitos decorre, primeiro, no plano familiar, com o irmão mais velho, com o
tio ou com o asyene mbumba ou ainda com a Abibi, sendo, entretanto, livre de apresentarem
problema ao chefe da povoação ou mesmo ao regedor.
Os chefes de qualquer hierarquia, são os representantes do povo e tem o dever de tudo fazer
para assegurar o seu bem-estar. Esta representação é exercida tanto em relação a assuntos de
natureza temporal como também de natureza espiritual.
Com o estabelecimento da disciplina legal portuguesa no país, as funções governativas dos
chefes cessaram, teoricamente, pois que na prática continuo a ver os chefes tradicionais os
seus verdadeiros governantes, sujeitos, sim, a uma autoridade superior, longínqua e de
presença insuficientemente materializada. As autoridades tradicionais foram se tornando
insignificantes, são hoje considerados auxiliares da administracao civís.
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comportamento de uma tribo africana, isolada de contactos com o Mundo, á luz da
Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Elaborado por:RODRIGUES,Vanessa.
- E não existe definição entre a religião, moral e direito, estando essas funções sociais
bastante interligadas e confundidas;
- No direito tradicional a fonte pode ser considerada quase exclusivamente o costume, ou seja
a forma tradicional de viver em comunidade, as normas estabelecidas consensualmente pelos
membros do grupo;
Elaborado por:Machava,Telma Gaspar
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4.ORDEM SOCIAL DO DIREITO TRADICIONAL
consiste na união sanguínea entre pai, mãe e filhos e era a primeira célula de organização do
Direito Tradicional.
Clã
É o conjunto de vários clãs que tinham a origem comum pela mesma língua, religião, tradição
e costumes.
Reino
Rei
Ancião
Mambo
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Fumo
Chefe das aldeias
Chefe ou Rei
Está hierarquia basea-se no direito ancestral e numa concepção religiosa e profana
simultaneamente e participa da sacralidade que imprega está sociedade. O Chefe deve ser
descente em linha directa do fundador do grupo, vc só assim se reúne as condições inata que
confirmam a sua predestinação para patriarca, sacerdote, juiz, protector e condutor da
comunidade. O Rei é o sangue e o espírito dos antepassados, pessoa sagrada responsável pela
comunidade perante os antepassados por intermédio dele.
Por: Andinho, Telma Alberto Rosse
5.Mitologia
Mitologia são narrativas que relatam um acontecimento ocorrido no tempo
primordial , também podemos dizer que é um conjunto de crenças compostas por
uma série de narrativas de um determinado povo chamadas "mito".
Mito
Mito têm origem no grego Mythos que significa " narrativa", explicar algo que era
desconhecido do povo e sua palavra era sagrada, porque era uma revelação divina ,etc.
O mito era narrada de forma irrefutável e inquestionável, a origem de alguma coisa, da terra,
da água, das doenças, da vida,dos homens, dos astros celestes, do fogo, dos animais, do bem
e do mal , das guerras ,assim por diante. Ou mesmo os mitos explicam, a seu modo, a origem
daquilo que gerava duvida, curiosidade nos homens.
O Poeta que narrava os mitos era de alta confiança era considerado o escolhido
dos deuses para narrar os fatos passados.
Este seria o narrador que ele próprio presenciou ou ouvido de quem o tivesse presenciado era
chamado "Poeta Rapsodo".
Funções do mito
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Servia para colocar ordem no trono , na sociedade, organizar o povo explicar sobre os
fenómenos , quem não cumpria com as ordens era castigado.
6.Direito tradicional
O direito tradicional ou consuetudinárias é aquele que se baseia nos costumes de certas
sociedades, não na lei propriamente dita, pois os costumes servem como ordem ou lei de
funcionamento para tais sociedades, de outra forma são normas sistemáticas das sociedades
precárias ou rurais, que fazem a prática dos mesmo. Esses costumes que se constituem como
leis, estabelecem, um condicionamento nas relações entre sociedades, estabelecem
protecionismo dos interesses individuais e sobretudo os interesses gerais.
Não existe um dispositivo legal quiçá se tenham estabelecidos essas leis, pois são os
costumes que servem de leis ou seja os costumes não são uma lei aprovada por qualquer seja
o órgão, mas sim lei que partem do espírito ou ser interior de cada um dos homens da
sociedade que não exteriorizam de forma com que a sociedade não floresça ou não seja
protagonista arbitrariamente os coflitos.
Para alguns analistas jurídicos ou especialista nesta matéria (Direito) vêm do direito
tradicional como um elemento muito paupérrimo ou precário, pois se trata de algo muito
antigo, que diz ao sistema jurídico em que se baseavam as sociedades africanas atrasadas.
Costumes representam fontes cruciais do direito, pois as normas jurídicas grande parte delas,
advém dos modos de convivência social, isto é, da interação diária na como sociedade,
Entretanto o direito contemporâneo ou o Direito positivo que vigora, valoriza negativamente
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nos costumes, colocando o direito tradicional (de costume) como elementos paupérrimo,
inferior, atrasado, algo precedente a constituição ou as leis propriamente ditas.
Segundo os escritos de Henrique Abraches, o direito tradicional ou consuetudinário e o
sistema de normas que, nas sociedades rurais que o praticam, condicionam e ratifica as
relações interpessoais dentro do grupo e para fora dele, ao mesmo tempo que protegem os
interesses individuais e também ou sobretudo coletivos.
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7.1.2Casos judicias
Segundo Henri A.junod na corte tsona não havia separação de poderes, pelo que o chefe
tradicional , ajudado pelos seus conselheiros (conselho anciões) , conserva em suas maõs o
poder legislativo , o poder executivo e o poder judicial , visto que eram autoridades supremas
e das suas decisões não havia pelo.
Os bantu tinham um sentido de justiça muito forte , acreditavam na ordem social e no
cumprimento da lei quem embora naõ fosse escrita , era universalmente conhecida a lei era o
que sempre se fez .
Encontramos perante a figura de direito de obrigações no direito tradicional no que diz
respeito aos direitos e obrigações juridicias inerentes as relações que estabelece com outros
sujeitos juridicos. Segundo Junod naõ era possivel afirmar que os tsongas conheciam a
diferença exata entre os casos do processo penal e os casos do processo civil , pois um só
tribunal julga a todos os casos são designados pela mesma designação denominado milandjo.
Esta visaõ resulta do facto de na sociedade tradicional em alguns casos , perante um certo
tipo legal de crime que pela natureza no direito positivo merece um tratamento criminal ou
civil no direito tradicional, segundo as várias formas costumeiras de resolução de conflitos ,
abre espaço para responsabilidade como forma de substutuir inferiozando o direito criminal
pelos membros da sociedade se comparado com direito contemporâneo.
7.1.4Adultério
Segundo o manual Henry junod os tribunais puniam o adulterio duma forma severa, sempre
que a mulher fosse casada a multa era de valor de um lobolo ( lovolo) inteiro. Entre os
Nkunas quando acusado é interrogado em secreto nega, consultava e os ossos ou o curandeiro
especializado na adivinhação de Kumissa ( sexta parte) e os que conderados culpados têm de
pagar uma multa seplementar de dois bois , o mesmo não acontecia com raparigas.
7.1.5Homicidio
É feita distinção entre homicidio involutário que é um acidente( NHANGA( e o assasino
premeditado.
O homicidio involutário – Henry Junod descreve o processo da seguinte maneira , se fores a
matar um homem por acidente numa actividade de casa , procura resolver directamente com
os pais do morto. Se forem bons amigos os pais dão uma filha , pois não irás ousar oferecer a
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sua propria filha abertamente , portanto a prior poderiam recusar por ferir aquilo que são
sentimentos.
Eles fazem se acompanhar dez enxadas e uma noite entregam dizendo aqui esta a gordura
para untar a nossa filha , a ideia esta neste costume não de que uma pessoa humana é a
compensaçaõ natural que se dá a familia dimuida o meio de recuperar a sua perda , os casos
homicio involutário não levados ao chefe.
Homicidio involutário-era punido com a morte
7.1.6Feitiçaria
É o maior crime que pode cometer . Equivale a um assassinato ou pior ainda ao homicidio . A
mulher acusada de feitiçaria ainda que seja esposa exemplar é escorraçada do lar a votada é
repulsa é sempre fundamentada para o divorcio.
Elaborado por:PACO,Izalina
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8.1.Crimes e penalidades
Vamos tratar do direito penal conseutudinário dos indigenas desta colonia.Para simplificar o
assunto diremos desde já que por via de regra nem a tentativa, nem o crime frustado eram
punidos pela justiça indigena,a não ser que o ofendido fosse chefe,sub chefe,ou conselheiro
do chefe.
8.1.2.Ofensas corporais
De um modo geral este crime gerava a obrigação civil de indeminizar o ofendido.
No distrito do Tete,por exemplo,além de ser obrigado a pagar panos ao queixoso,devia cortar
lenha para ele enquanto durasse o periodo da doença com ou sem impossibilidade para o
trabalho.
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Nada há de particular a por em evidência a não ser que a reparação podia constituir-se pelo
sistema de entrega de uma pessoa da familia do autor do crime a pessoa do lesado,sempre que
aquele nao dispusesse de outros recursos patrimoniais
O furto era uma causa de servidão.O individuo dado em pagamento,não só se submetia
implicitamente a condição de escravo,como também perdia o direito,a favor do seu Senhor,de
toda sua descendência,como acontecia em Manica,Mussorize e Inhaminga.
8.1.5.O adultério
A infidelidade da mulher raras vezes constituia crime.Mais do que nenhum outro facto ilicito
a resolução deste pertencia aos próprios interessados e seus parentes.A reacção da natureza
punitiva quase não passava do marido ofendido,mesmo nos casos em que era admitida a pena
de morte(Macondes,Ibo).No distrito de Porto Amélia a pena de morte era aplicada somente a
aquele que tivesse relações com qualquer mulher do régulo;e no distrito de Tete;o marido,se
pretendia divorciar-se,espancava a adultéra em público;no caso contrário,espancava-a dentro
de casa.O adultério,porém ,importa,fundamentalmente,a indemnização,a favor do marido
ofendido,paga pelo cúmplice da adúltera,na hipotése daquele não pretender o divórcio,sendo
a familia da mulher obrigada a devolução do preço do lobolo.
6.1.6.Crime de feitiçaria
Antigamente em toda colónia a pessoa acusada de feitiçaria devidamente constatada pelo
mágico,era,com poucas excepções,condenada a morte.Os sistemas de execução consistiam no
enforcamento,na decapitação,no golpeamento com azagaia e na morte pelo fogo,sendo esta
última o meio mais frequentemente adoptado para tais criminisos.
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9.1.7.O crime de fogo posto e de dano
O simples crime de fogo posto nunca originou obrigação propriamente da natureza penal.O
incendiário tornava se apenas responsavél pelos prejuízos causados,pagando-os com valores
comerciais ou construindo a sua custa uma palhota idêntica a que ele destruira.
Em Quionga além da indimnização impunha-se ao autor do fogo posto a prisão.
8.1.8.Infanticidio,aborto e incesto
O infanticidio e o incesto podem considerar-se crimes desconhecidos entre os indigenas.A
mulher indígena não tem razões de ordem social para incubrir a maternidade quanto ao
incesto bastará dizer que ele e tabo entre individuos de sexo diferente que pertenciam ao
mesmo clã primitivo com um parente meramente convencional.
O crime de aborto é muito raro.Temos noticias apenas de alguns casos ocorridos no litoral do
distrito de Mocambique entre mulheres macúas que se entregam a prostituição com
individuos não indigenas.
8.1.10.Abuso de poder
Como a justiça se personificava no individuo que exercesse a autoridade,quer este fosse
simples chefe de familia,quer fosse chefe politico dum povo-não existia tribunal competente
para os julgar.A forma de reagir contra a crueldade dum chefe de familia era o desforço e
contra a tirania excessiva dum régulo era a revolta,o regicidio,a Guerra civil.
Elaborado por:Comboio,Noémia Alberto
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conflitos de natureza civil. Visa garantir a integridade física e mental, a vida e a segurança
dos povos, compreende os direitos e deveres de todo o cidadão assim como suas relações em
sociedade.
Direito civil tradicional- os chefes dos estados tradicionais faziam ligações com os
antepassados, presentes na vida comunitária, cuja influência benéfica deve ser cuidada pela
sua proximidade com os antepassados, cuja qualidade, poder, conhecimentos superiores,
podem arrancar-lhes favores ou torná-los propícios. Os chefes tradicionais resolviam os
conflitos e o bem-estar familiar bem como da comunidade, os seus poderes estendiam-se no
campo social, político, jurídico e religioso. Segundo Henri A. Junod na corte tsonga não
havia separação de poderes, pelo que o chefe tradicional, e os seus conselheiros (conselho de
anciãos) conserva em suas mãos o poder legislativo, o poder executivo e o poder judicial,
visto que era autoridade suprema e das suas decisões não havia apelo.
Os bantus tinham um sentido de justiça muito forte, acreditavam na ordem social e no
cumprimento da lei que embora não fosse escrita, era universalmente conhecida, a lei era o de
costume.
Uma das normas vigentes neste período- segundo Gonçalves Cota, quanto ao homicídio
voluntário, no sul de save, os batonga, batxangana, bachope, puniam o crime de homicídio
voluntário, com pena de morte por enforcamento, azagaia e fogueira. Porém, esta lei foi
substituída pela reparação civil, onde o culpado devia pagar uma indemnização.
Constituída pelo preço de um lobolo á família da vítima. A título de compensação da perda
dum dos seus membros, para além do lobolo, a família do réu podia optar em entregar á
família da vítima, uma rapariga , não com o fim de a alienar perpetuamente, mas para que
desse a luz a um filho ou filha, que suprisse a pessoa da vítima no seu grupo familiar, com
este acto a obrigação dava-se por cumprida e a mãe da rapariga tinha o direito de exigir a
devolução desta, a não ser que lhe fosse pago o lobolo.
Quando um irmão matava o outro, só o pai ou quem representasse a autoridade parternal
tinha competência para punir com a pena capital ou com uma mais severa, conforme as
circunstâncias ou desejo do julgador.
Será crime um irmão matar o outro, não será quando um pai matar um filho ou um sobrinho
uterino, conforme o regime em que reopousar á família. Isto significa que, um mesmo facto
pode ser justo ou injusto consoante a qualidade da pessoa que comete, ou a qualidade da
pessoa ofendida.
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As normas vigentes quanto ao crime de fogo posto e de fogo é a seguinte: o incendiário
tornava-se apenas responsável pelos prejuízos causados pagando-os com valores comerciais
ou construindo a sua custa uma palhota idêntica à que que ele construíra. Se em virtude do
incêndio, alguém perecia, era o criminoso então obrigado a pagar tanto as pessoas quanto às
vítimas, ou condenado à morte no caso de não dispor de parentes em número suficiente para
cumprir a obrigação.
Segundo Gonçalves Cota, o direito tradicional não atendia atenuantes. Era essencialmente
objectivo é simples. Via-se apenas os factos e as suas consequências (onde serão acordados
no contexto do direito criminal). A não ser em casos muito especiais, quando leva-se em
consideração o parentesco entre as partes para agravar ou atenuar a responsabilidade, os
menores eram irresponsáveis mas os seus progenitores respondiam pelos danos que eles
causavam. Qualquer delito involuntário, até o homicídio não era punido criminalidade. O
facto gerava apenas responsabilidade civil. As ofensas corporais por exemplo geravam a
obrigação civil de indemnizar ao ofendido.
Elaborado por:MABJAIA,Deyse Victor
10.Direitos Humanos
Os direitos humanos, surgiram da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH),
Preâmbulo em 10 de dezembro de 1948, é o ultimo documento descrito na caminhada
histórica deste artigo. Segundo (PIOVESAN.2004 ) a declaração de 1948 inovou
extraordinariamente a gramática dos direitos humanos, ao introduzir a chamada concepção
contemporânea de direitos humanos, marcada pela universalidade e indivisibilidade desses
direitos.
Devido a seu carácter universalizante, tornou-se referência autorizada para o trato de
diferentes situações que tenham o objetivo de assegurar a integridade humana, condição
necessária à continuidade da vida em sociedade ( GIMARÃES) .
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Para ampliar a compreensão, observe a definição da ONU, a Organização das Nações Unidas:
“Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de
raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição.”
A noção de normas básicas para convivência em sociedade existe há muitos séculos,
aparecendo em diversas civilizações ao longo da história.
A consolidação dos direitos humanos e sua universalização se deram após a Segunda Guerra
Mundial, justamente como contraponto a esse período sombrio da humanidade, no qual
muitas pessoas tiveram seu direito à existência completamente extirpado.
O objetivo é garantir o mínimo para a vida humana ser digna e respeitada segundo as
próprias liberdades. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os direitos
humanos significam a garantia de proteção às pessoas.
Elaborado por:DOMINGOS,Mirves Noémia Cabral.
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10.1.Caracteristicas dos Direitos Humanos
Irruniciaveis : Os direitos humanos não pode ser objecto de renuncia por seus
titulares, pois ninguem pode abrir a mão da pròpria natureza ;
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Inalienabilidade : Os direitos humanos não podem ser vendidos ou alienados , isto è,
não existe a possibilidade de transferencia a qualquer titulo desses direitos, isto è, não
são objecto de negòcio juridico ;
Essenciabilidade : os direitos humanos são inerentes ao ser humano , tendo por base
os valores supremo do homem, a sua dignidade;
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10.1.2.Relação entre direitos tradicionais e direitos humanos contemporâneos
A partir da identificação de pretensos vícios, contradições e insuficiências da Teoria
Tradicional, defende a necessidade de uma nova concepção dos Direitos Humanos.
Identificando a Teoria Tradicional dos Direitos Humanos como a proposta tradicional-
formalista e a Teoria Crítica como a crítica-libertadora de Direitos Humanos, assenta: No
interregno de rupturas paradigmáticas e de novos horizontes abertos pelo globalíssimo
neoliberal e pelo sistema-mundo capitalista, importa avançar na direção de uma concepção de
direitos humanos não mais meramente formalista, estatista e monocultura. ara isso, a adesão
é com um referencial critico dos direitos humanos em sua dimensão de resist ncia, de
liberação e de intercultural idade. No caráter formalista, estatal e monocultura dos Direitos
Humanos concebidos pela Teoria Tradicional reside, pois, uma primeira censura da Teoria
Crítica, que sustenta que os Direitos Humanos devem ser predeterminados sem que se
confundam necessariamente com os direitos estatais positivados e de modo que sejam
interpretados de um ponto de vista completo, local e intercultural
Em síntese, trazer para o espaço de lutas históricas por diversidade e pluralidade, os
fundamentos do diálogo e dá práxis intercultural nos marcos de uma nova concepção de
direitos humanos. A monocultura idade dos Direitos Humanos associa-se a uma das mais
fortes críticas realizadas à Teoria Tradicional: o universalismo abstrato desses direitos.
Argumenta-se, então, que essa situação evita o ponto central dos Direitos Humanos e torna
invisível o fato de que sua universalidade é uma questão cultural do ocidente.
Comentando Boaventura de Souza Santos e dando conta de que a universalidade é
representada no discurso globalizante dos Direitos Humanos em seu viés clássico. Os
Direitos Humanos poderiam ser visualizados, portanto, como uma nova forma de
colonialismo ocidental. Para Souza Santos os Direitos Humanos, concebidos como direitos
universais, tendem a operar como localismo globalizado, uma forma de globalização de cima
para baixo, uma arma do Ocidente contra o resto do mundo, de sorte que a abrangência global
é obtida à custa da legitimidade local. O autor conclui, diante disso, pela necessidade de que
os Direitos Humanos sejam reconceitualizados como multiculturais, resultando de um
diálogo intercultural e de uma hermenêutica diatópica sobre a dignidade humana, a fim de
operar como forma de globalização de baixo para cima ou contra hegemônica. Combatendo o
universalismo abstrato,
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Alberga a compreensão dominante desses direitos, essenciais à sobrevivência e dignidade do
ser humano, oriundos da sua própria ontologia. Nessa concepção, cristalizada notadamente na
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, os Direitos Humanos jazem na
assunção da dignidade humana, da liberdade e da igualdade como inerentes a todos pela
natureza humana, sendo reconhecidos, então, como direitos do homem abstrato e, por isso,
afirmados universais. Trata-se de visão, ademais, baseada em uma construção jus naturalista,
europeia, liberal e individualista, cuja essência reside na positivação, sendo os Direitos
Humanos idealizados como pontos de chegada.
Elaborado por:Brito,Jorge Miguel
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Conclusão
Após pesquisas feitas,pudemos concluir que o direito tradicional era um direito baseado no
costume,que constituiam leis ou normas de funcionamento para tais sociedades,mas com a
insuficiência do direito tradicional é defendida a necessidade de existência do direitos
humanos contemporâneos que fortalecem o entendimento dos valores morais da sociedade de
forma justa.
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Referências Bibliográficas
COTA,Gonçalves-Mitologia e Direito Consuetudinário
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