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FACULDADE DE DIREITO

Curso de Licenciatura em Direito


Turno:Diurno
Disciplina:História do Direito Moçambicano
Tema:O direito tradicional na perspectiva dos direitos humanos contemporâneo

Discentes: Docente: Mestre Joaquim Fumo


Carolina,Cecilia
Machava,Telma
Alberto,Telma
Rodrigues,Vanessa
Mabjaia,Deyse
Domingos,Mirves Noémia
Comboio,Noémia Alberto
Lanje,Márcia
Paco,Izalina
Brito,Jorge

Maputo,março,2023
ĺndice
1.Introdução ............................................................................................................................... 1

2.Direito tradicional na perspectiva dos Direitos humanos contemporâneos ............................ 2

2.1Sociedade Tradicional ....................................................................................................... 2

2.2 O poder político dos Yao ................................................................................................. 3

2.4.Exercício de poder judicial pelos chefes .......................................................................... 4

3.Características do direito tradicional. ..................................................................................... 5

4.ORDEM SOCIAL DO DIREITO TRADICIONAL............................................................... 6

4.1Organização social do Direito Tradicional ....................................................................... 6

5.Mitologia ................................................................................................................................. 7

6.Direito tradicional ................................................................................................................... 8

6.1Direito tradicional da familia ............................................................................................ 9

7.1.1Direito das obrigações................................................................................................ 9

7.1.2Casos judicias........................................................................................................... 10

7.1.3Crimes e suas penalidades ....................................................................................... 10

7.1.4Adultério .................................................................................................................. 10

7.1.5Homicidio ................................................................................................................ 10

7.1.6Feitiçaria .................................................................................................................. 11

8.Direito criminal conseutudinário .......................................................................................... 11

8.1.Crimes e penalidades ..................................................................................................... 12

8.1.1. Homicidio voluntário ............................................................................................. 12

8.1.2.Ofensas corporais .................................................................................................... 12

8.1.3.O crime de furto ...................................................................................................... 12

8.1.4.Os crimes de injúria,difamação e ameaças ............................................................. 13

8.1.5.O adultério .............................................................................................................. 13

6.1.6.Crime de feitiçaria................................................................................................... 13
9.1.7.O crime de fogo posto e de dano ............................................................................ 14

8.1.8.Infanticidio,aborto e incesto.................................................................................... 14

8.1.9.O regicídio e o crime da rebelião ............................................................................ 14

8.1.10.Abuso de poder ..................................................................................................... 14

9.Direito civil tradicional ......................................................................................................... 14

10.Direitos Humanos ............................................................................................................... 16

10.1.Caracteristicas dos Direitos Humanos ......................................................................... 18

10.1.2.Relação entre direitos tradicionais e direitos humanos contemporâneos.............. 20


1.Introdução
O presente trabalho visa abordar sobre o direito tradicional na perspectiva dos direitos
humanos contemporâneos. Direito tradicional é aquele que se baseia nos costumes de certas
sociedades, os costumes servem como ordem ou regras de funcionamento pra tais sociedades,
são normas sistemáticas das sociedades precárias ou rurais. Os costumes servem de leis,
embora não existisse um dispositivo legal onde estabelecessem as mesmas. Falaremos sobre:
a hegemonia do paradigma tradicional de direito na sociedade tradicional onde há o poder
político dos Yao. A hierarquização é definida pelos costumes através: do plano familiar, no
plano oficial e o exercício de poder judicial. Será abordado sobre as características do direito
tradicional, a mitologia- que é um conjunto de crenças compostas por uma série de narrativas
de um determinado povo, a ordem social- neste caso, a organização social, suas principais
bases da organização era: Família, Clã, tribo e reino. E por fim, referiremos sobre o direito
tradicional de família, direito criminal e direito civil tradicional. Quanto ao direito criminal
trata especificamente dos crimes e suas determinadas punições, porventura, o direito civil
tradicional que é o ramo do direito que inclui normas, regras e leis.

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2.Direito tradicional na perspectiva dos Direitos humanos contemporâneos

2.1Sociedade Tradicional
O direito tradicional ou consuetudinário é aquele que se baseia nos costumes de certas
sociedades e não na lei propriamente dita, pois os costumes servem como ordem ou regras de
funcionamento para tais sociedades, de outra forma, são normas sistemáticas das sociedades
rurais, que fazem prática dos mesmos. Esses costumes que se constituem como leis,
estabelecem um condicionalismo nas relações entre a sociedade, estabelecem um
proteccionismo dos interesses individuais e sobretudo os interesses gerais.
O Direito tradicional é uma série de costumes, práticas e crenças que são aceites como regras
obrigatórias de conduta pelos povos indígenas e comunidades locais. É visto como uma parte
intrínseca dos seus sistemas sociais e económicos e modos de vida.
O que caracteriza o direito tradicional é precisamente o fato de consistir num grupo de
costumes que são reconhecidos e partilhados colectivamente por uma comunidade, por um
povo, grupo étnico ou religioso.
Dando um exemplo do povo Yao que são um povo Bantu que se fixou na região entre
Rovuma e Lugenda, o povo Yao estava organizado em tribo, dentro da tribo, a povoação era
a unidade social de maior projecção. Cada povoação tinha o seu chefe privativo, e um
número variável de povoações podia estar agrupado sob autoridade de um chefe, também
subalterno, que, alem das atribuições normais do seu cargo, dispunha das que lhe fossem
delegadas pelo suserano. Vários grupos de povoações formavam a tribo que dispunha de
território bem delimitado por acidentes geográficos, aceites pelas tribos limítrofes, de um
poder central personificado pelo chefe; de uma organização política e administrativa servida
pelos conselheiros do chefe pelos chefes subalternos e seus conselheiros. De um poder
judicial exercido directa e pessoalmente pelo detentor do poder político e de uma estrutura
social e familiar muito bem concebida.
A migração das tribos Yao foi pacífica, tendo-se estabelecido nos territórios que escolheram,
sem nenhuma resistência. Segundo AMARAL, Manuel Gama pela brandura de costumes
deste povo, as suas essenciais ocupações são pacíficas: o comércio e a agricultura.
Passado muito tempo, o poder dividiu-se, como consequência da divisão em tribos, pelas
grandes distancias das povoações, das dificuldades das comunicações; da ambição dos chefes
subalternos. Os chefes mais aguerridos e os que lutaram pela unidade foram da
tribo,Amasaninga: Mataka e Makanjila ambos aspirando a hegemonia. Depois de lutas
constantes, os seus sucessores acabaram por assentar na divisão do poder.

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2.2 O poder político dos Yao
Inicialmente, após a dispersão do povo Yao, a tribo era uma comunidade territorial rígida por
normas jurídicas consuetudinárias a que todos se sujeitavam e dirigida por uma autoridade
centralizada (personificada pelo chefe) que em si reunia todos os poderes. Durante a
migração e enquanto se acomodavam no território que escolheram, a coesão manteve se
intacta, por interesse universalmente reconhecido, consolidados no território que escolheram
iniciou se o processo de fragmentação em sultanatos. A fragmentação do poder politico
dentro das tribos era bem aceite não só pela generalidade da população como também pelos
políticos moderados mais influentes. A tendência é a divisão em chegados
independentemente da pequena extensão territorial e de relativamente pequena população.
Apesar dessa autonomia, os chegados estiveram sob o domínio de chefes poderosos ( Mataca
e Makanjila). Os verdadeiros sultanatos de inspiração árabe, tiveram duração efémera e o que
persiste realmente são chefados e chefados subalterno. A administração portuguesa manteve,
dentro do possível e com ajustamentos que se impuseram, esta divisão territorial sob
designação de regedorias, chefados de grupos de povoações e chefados de povoação.
A regedoria e chefiada por um regedor, tem uma circunscrição territorial bem definida,
englobando, normalmente, vários chefados de grupo de povoações, chefiados por um chefe
de grupo de povoações e este varias povoações cada uma chefiada por um chefe de povoação.
A povoação é considerada pelos Yao como uma comunidade inconfundível dentro da
regedoria e é de facto, a base de toda a estrutura política e social. A povoação é formada por
varrias famílias (mbumba).
A hierarquização é bem definida pelos costumes:
No plano familiar:
a) Os homens e as mulheres comuns estão subordinados ao irmão mais velho; ao tio, ao
irmão mais velho da mãe; ao chefe da família (asyene mbumba, a á anganga (Abibi));
b) O irmão mais velho esta subordinado ao tio, irmão mais velho da mãe e ao asyene
mbumba;
c) As mulheres da mbumba estão subordinadas á primeira mulher só asyne mbumba;
d) A mulher deve, ainda especial respeito á avó maternas á irmã mais velha.

O irmão mais velho de várias irmãs, eventual fundador de uma nova mbumba goza de
consideração especial na família e é considerado “ incamila ca pa mbumba” – “um pilar da
mbumba”, tendo o privilegio reconhecido de poder realizar, pelo menos, um casamento
virolocal.

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No plano oficial:
a) Todos os habitantes da povoação devem obediência ao chefe da povoação, ao chefe
do grupo e ao regedor;
b) O chefe da povoação deve obediência ao chefe de grupo e ao regedor;
c) O chefe de grupo deve obediência ao regedor.

A resolução de conflitos decorre, primeiro, no plano familiar, com o irmão mais velho, com o
tio ou com o asyene mbumba ou ainda com a Abibi, sendo, entretanto, livre de apresentarem
problema ao chefe da povoação ou mesmo ao regedor.
Os chefes de qualquer hierarquia, são os representantes do povo e tem o dever de tudo fazer
para assegurar o seu bem-estar. Esta representação é exercida tanto em relação a assuntos de
natureza temporal como também de natureza espiritual.
Com o estabelecimento da disciplina legal portuguesa no país, as funções governativas dos
chefes cessaram, teoricamente, pois que na prática continuo a ver os chefes tradicionais os
seus verdadeiros governantes, sujeitos, sim, a uma autoridade superior, longínqua e de
presença insuficientemente materializada. As autoridades tradicionais foram se tornando
insignificantes, são hoje considerados auxiliares da administracao civís.

2.4.Exercício de poder judicial pelos chefes


Um dos atributos de mais relevância no exercício do poder absoluto é o de domínio de justiça
ou exercício pessoal de poder julgar. Entre os Yao a faculdade de poder julgar pertencia ao
Sultani, como “dono das terras” e aos subalternos por sua delegação.
As questões suscitadas entre membros da mesma povoação eram julgadas pelo respectivo
chefe, assessorado pelos notáveis: entre membros de povoações distintas reunia se, na
povoação a que pertencia o queixoso, uma espécie de tribunal colectivo presidido pelos
chefes das povoações do queixoso e do arguido, assim se realizava o julgamento, ficando a
execução da pena que viesse a ser aplicada a cargo do chefe da povoação da parte ofendida.
Era costume apresentar directamente ao Sultani as questões de mais gravidade e as que
tivessem como arguido pessoa de grande influência na povoação, deste modo se livrando os
chefes subalternos de prejuízo político que lhe podia acarretar o facto de terem de condenar
pessoa da qualidade na sua própria povoação.
Para opinarmos sobre o comportamento de um povo temos de nos identificar com o seu modo
de pensar e a sua própria noção de justiça e do bem e do mal; não podemos apreciar o

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comportamento de uma tribo africana, isolada de contactos com o Mundo, á luz da
Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Elaborado por:RODRIGUES,Vanessa.

3.Características do direito tradicional.


- O direito tradicional não é escrito nem codificado e vigora sem presença do Estado;

- O direito tradicional baseava se das crenças mágicas religiosa;


- Os chefes tradicionais resolviam os conflitos e o bem estar familiar bem como da
comunidade;
- Os seus poderes estendiam se ao campo social, política, jurídico e religioso, quando a
família cresce os chefes a dada altura substituem os chefes em determinadas funções e é daí
onde surgem os subchefes das aldeias e “chefes familiares” que também desempenhavam
funções idênticas dos chefes e velhos;
- O chefe pertencia a linhagem que a comunidade conhecesse como autoridades de sangue e
maior antiguidade, isto é, elegia se chefe de quem pertencia a uma descendência do fundador
da sociedade ou estado;

- O direito tradicional também é caracterizado por ter direitos ainda em formação, em


gestação, longe das instituições que conhecemos e que são definidas nos sistemas romanista
ou do common law, não há definição do que é a justiça, regra jurídica etc..;

- E não existe definição entre a religião, moral e direito, estando essas funções sociais
bastante interligadas e confundidas;
- No direito tradicional a fonte pode ser considerada quase exclusivamente o costume, ou seja
a forma tradicional de viver em comunidade, as normas estabelecidas consensualmente pelos
membros do grupo;
Elaborado por:Machava,Telma Gaspar

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4.ORDEM SOCIAL DO DIREITO TRADICIONAL

4.1Organização social do Direito Tradicional


A organização social do direito tradicional ou consuetudinario baseava-se com base de
sanguinidade real, que se exige uma transmissão de herança e de preferência que as liguem a
uma das genealogias biológicas que toda pessoa recebe ou transmite: paterno ou materno mas
também com sanguinidade de parentesco que são tios, primos, sobrinhos, avôs, netos. As
sociedades adoptam um sistema de descendência cujo ponto de referência se situa num dos
progenitores ou em ambos e é unilateral. Na organização social do Direito Tradicional
tinham: linhagem patrilinear e matrilinear. As principais bases da organização tradicional era:
família, clã, tribo e reino.
 Família

consiste na união sanguínea entre pai, mãe e filhos e era a primeira célula de organização do
Direito Tradicional.
 Clã

É o conjunto de várias famílias conjugais e linhagem em círculos concêntricos escaladas.


Os bantu não podem viver sem família nem clã, pois são dois grupos fundamentais e vitais
que dão sentido e consistência a sua vida. A família e o clã são células iniciais, vivificantes e
essencialmente comunitária que definem a cultura do indivíduo bantu.
 Tribo

É o conjunto de vários clãs que tinham a origem comum pela mesma língua, religião, tradição
e costumes.
 Reino

É o conjunto de tribos com finalidade linguística, vivendo num determinado espaço


geográfico limitado e tem os mesmos interesses comuns.
 Organização sócio-político

Rei
Ancião
Mambo
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Fumo
Chefe das aldeias
Chefe ou Rei
Está hierarquia basea-se no direito ancestral e numa concepção religiosa e profana
simultaneamente e participa da sacralidade que imprega está sociedade. O Chefe deve ser
descente em linha directa do fundador do grupo, vc só assim se reúne as condições inata que
confirmam a sua predestinação para patriarca, sacerdote, juiz, protector e condutor da
comunidade. O Rei é o sangue e o espírito dos antepassados, pessoa sagrada responsável pela
comunidade perante os antepassados por intermédio dele.
Por: Andinho, Telma Alberto Rosse

5.Mitologia
Mitologia são narrativas que relatam um acontecimento ocorrido no tempo
primordial , também podemos dizer que é um conjunto de crenças compostas por
uma série de narrativas de um determinado povo chamadas "mito".

Mito
Mito têm origem no grego Mythos que significa " narrativa", explicar algo que era
desconhecido do povo e sua palavra era sagrada, porque era uma revelação divina ,etc.
O mito era narrada de forma irrefutável e inquestionável, a origem de alguma coisa, da terra,
da água, das doenças, da vida,dos homens, dos astros celestes, do fogo, dos animais, do bem
e do mal , das guerras ,assim por diante. Ou mesmo os mitos explicam, a seu modo, a origem
daquilo que gerava duvida, curiosidade nos homens.

O Poeta que narrava os mitos era de alta confiança era considerado o escolhido
dos deuses para narrar os fatos passados.
Este seria o narrador que ele próprio presenciou ou ouvido de quem o tivesse presenciado era
chamado "Poeta Rapsodo".

Funções do mito

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Servia para colocar ordem no trono , na sociedade, organizar o povo explicar sobre os
fenómenos , quem não cumpria com as ordens era castigado.

Laje Márcia José.

6.Direito tradicional
O direito tradicional ou consuetudinárias é aquele que se baseia nos costumes de certas
sociedades, não na lei propriamente dita, pois os costumes servem como ordem ou lei de
funcionamento para tais sociedades, de outra forma são normas sistemáticas das sociedades
precárias ou rurais, que fazem a prática dos mesmo. Esses costumes que se constituem como
leis, estabelecem, um condicionamento nas relações entre sociedades, estabelecem
protecionismo dos interesses individuais e sobretudo os interesses gerais.
Não existe um dispositivo legal quiçá se tenham estabelecidos essas leis, pois são os
costumes que servem de leis ou seja os costumes não são uma lei aprovada por qualquer seja
o órgão, mas sim lei que partem do espírito ou ser interior de cada um dos homens da
sociedade que não exteriorizam de forma com que a sociedade não floresça ou não seja
protagonista arbitrariamente os coflitos.

Segundo O autor Gonçalves Cota “o respeito por determinados sentimentos é a força


essencial dos preceitos de conduta social e gera o direito” , isto é, o direito tradicional tem
como fundamento o respeito por determinados sentimentos que se encontram no interior da
sociedade tradicional. Entretanto, o autor Gonçalves Cota diz nos ainda que “a ofensa
dirigida a esses sentimentos determina a reação coletiva e dita a necessidade da lei penal
“neste trecho percebo que a quando da violação do sentimento de cada membro da sociedade
dita uma necessidade penal, que por sinal era geralmente a repreensão social, dependendo do
tipo de ofensa.

Para alguns analistas jurídicos ou especialista nesta matéria (Direito) vêm do direito
tradicional como um elemento muito paupérrimo ou precário, pois se trata de algo muito
antigo, que diz ao sistema jurídico em que se baseavam as sociedades africanas atrasadas.
Costumes representam fontes cruciais do direito, pois as normas jurídicas grande parte delas,
advém dos modos de convivência social, isto é, da interação diária na como sociedade,
Entretanto o direito contemporâneo ou o Direito positivo que vigora, valoriza negativamente

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nos costumes, colocando o direito tradicional (de costume) como elementos paupérrimo,
inferior, atrasado, algo precedente a constituição ou as leis propriamente ditas.
Segundo os escritos de Henrique Abraches, o direito tradicional ou consuetudinário e o
sistema de normas que, nas sociedades rurais que o praticam, condicionam e ratifica as
relações interpessoais dentro do grupo e para fora dele, ao mesmo tempo que protegem os
interesses individuais e também ou sobretudo coletivos.

Segundo o direito informal direito consuetudinário são os direitos consensuais que se


estabelecem numa, determinada comunidade sem a necessidade de leis que o tornem legítimo
De acordo com o autor Henry Junod “os Bantus tem um sentido muito forte de justiça ”,
acreditam na ordem e no cumprimento da lei embora seja de costume que é oque sempre tem
feito na sociedade.

Elaborado por Carolina Cecília.

6.1Direito tradicional da familia


É um ramo do direito que contêm normas juridicas relacionadas com a estrutura, organização
e protecção da familia , ramo que trata das relações familiares e das obrigações e direitos
decorrentes dessas relações ou seja , é o ramo do direito que regula e estabelece as normas da
convivência familiar .
O direito tradicional ou consuetudinário é o sistema de normas que , nas sociedades rurais
que praticam . Condiciona e rectifica as relações interpessoais dentro do grupo e para fora
dele, ao mesmo tempo que colectivos .
Segundo o dicionário informal , direito consuetudinário são os direitos concessuais que
estabelece numa determinada comunidade sem necessidade de leis que tornem legitimos
legalmente. De acordo com o autor Henry junod os bantu tem um sentido forte de justiça
acreditam na ordem e no cumprimento da lei , embora seja de costume que é que sempre tem
feito na sociedade bantu.

7.1.1Direito das obrigações


É um ramo pertecente ao direito civil e trata do complexo de normas que regem as relações
juridicas , têm como objectivo as prestações de uma pessoa a favor da outra.

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7.1.2Casos judicias
Segundo Henri A.junod na corte tsona não havia separação de poderes, pelo que o chefe
tradicional , ajudado pelos seus conselheiros (conselho anciões) , conserva em suas maõs o
poder legislativo , o poder executivo e o poder judicial , visto que eram autoridades supremas
e das suas decisões não havia pelo.
Os bantu tinham um sentido de justiça muito forte , acreditavam na ordem social e no
cumprimento da lei quem embora naõ fosse escrita , era universalmente conhecida a lei era o
que sempre se fez .
Encontramos perante a figura de direito de obrigações no direito tradicional no que diz
respeito aos direitos e obrigações juridicias inerentes as relações que estabelece com outros
sujeitos juridicos. Segundo Junod naõ era possivel afirmar que os tsongas conheciam a
diferença exata entre os casos do processo penal e os casos do processo civil , pois um só
tribunal julga a todos os casos são designados pela mesma designação denominado milandjo.
Esta visaõ resulta do facto de na sociedade tradicional em alguns casos , perante um certo
tipo legal de crime que pela natureza no direito positivo merece um tratamento criminal ou
civil no direito tradicional, segundo as várias formas costumeiras de resolução de conflitos ,
abre espaço para responsabilidade como forma de substutuir inferiozando o direito criminal
pelos membros da sociedade se comparado com direito contemporâneo.

7.1.3Crimes e suas penalidades


Adultério, Homicidio, feitiçaria, roubo, crimes de fogo.

7.1.4Adultério
Segundo o manual Henry junod os tribunais puniam o adulterio duma forma severa, sempre
que a mulher fosse casada a multa era de valor de um lobolo ( lovolo) inteiro. Entre os
Nkunas quando acusado é interrogado em secreto nega, consultava e os ossos ou o curandeiro
especializado na adivinhação de Kumissa ( sexta parte) e os que conderados culpados têm de
pagar uma multa seplementar de dois bois , o mesmo não acontecia com raparigas.

7.1.5Homicidio
É feita distinção entre homicidio involutário que é um acidente( NHANGA( e o assasino
premeditado.
O homicidio involutário – Henry Junod descreve o processo da seguinte maneira , se fores a
matar um homem por acidente numa actividade de casa , procura resolver directamente com
os pais do morto. Se forem bons amigos os pais dão uma filha , pois não irás ousar oferecer a

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sua propria filha abertamente , portanto a prior poderiam recusar por ferir aquilo que são
sentimentos.
Eles fazem se acompanhar dez enxadas e uma noite entregam dizendo aqui esta a gordura
para untar a nossa filha , a ideia esta neste costume não de que uma pessoa humana é a
compensaçaõ natural que se dá a familia dimuida o meio de recuperar a sua perda , os casos
homicio involutário não levados ao chefe.
Homicidio involutário-era punido com a morte

7.1.6Feitiçaria
É o maior crime que pode cometer . Equivale a um assassinato ou pior ainda ao homicidio . A
mulher acusada de feitiçaria ainda que seja esposa exemplar é escorraçada do lar a votada é
repulsa é sempre fundamentada para o divorcio.

Elaborado por:PACO,Izalina

8.Direito criminal conseutudinário


Certos usos e costumes dos indigenas so podem interresar a formulação da lei penal pela
natureza dos seus sentimentos com aqueles relacionados.
Como diz Garofalo é nos sentimentos e não propriamente nas acções que se deve procurar a
causa do crime.Isto equivale a dizer que o estado e a civilização dos meios indigenas deve ser
aquilatado pelo senso moral comum a cada agrupamento étnico da colónia.
As ideias e os sentimentos morais são fenómenos correlativos no dominio do consciente e do
subconsciente das sociedades e dos individuos.O conhecimento de um descobre os outros.
É evidente que as crenças dos indigenas e as suas superstições são manifestações ideativas e
que os sentimentos correlativos se confundem com elas,na sua genêse.Esta
circunstância,pode parecer um obstáculo a interpretação exactas das causas psiquicas de
certas acções incrimináveis dos indigenas.Mas a distinção entre a ideia e o sentimentimento
só pode ter um interesse especulativo se for a do nosso terreno.O que interessa ao juiz no
julgamento do crime da natureza mistica é conhecer apenas a crença ou superstição que
impulsionou a acção.Esse conhecimento lhe bastará para deduzir aproximadamente o grau de
revolta e indignação contra os supostos autores desses males que actuaram na consciência do
agente e bem assim a natureza do sentimento ferido ou ameaçado.

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8.1.Crimes e penalidades
Vamos tratar do direito penal conseutudinário dos indigenas desta colonia.Para simplificar o
assunto diremos desde já que por via de regra nem a tentativa, nem o crime frustado eram
punidos pela justiça indigena,a não ser que o ofendido fosse chefe,sub chefe,ou conselheiro
do chefe.

8.1.1. Homicidio voluntário


No Sul do Save,não so os batsonga,como os bachope e batonga,puniam o crime de
homicidio voluntário com a pena de morte por enforcamento,azagaiada e fogueira.Mais tarde
a pena capital foi substituida pela reparação civil.O culpado devia pagar uma indemnização
constituida pelo preço de um lobolo a familia da vitima.Em vez de lobolo era costume
também,a familia do réu entregar a familia da vitíma uma rapariga;não com o fim de alinear
perpetuamente,mas para que desse a luz um filho ou filha que por sua vez suprisse a pessoa
da vitima,no seu grupo familiar.
Nos povos dos antigos territórios da Companhia de Moçambique,o homicida era punido com
pena de morte,ou em alguns casos era penalizado com multa e indemnização constituida pelo
dobro de preco de um lobolo.
Os povos de Quelimane adoptavam o mesmo sistema de penas para homicidios.
Os grupos macuas puniam com multa e indemnização constituida pela entrega duma pessoa
da familia do culpado da vitima.

8.1.2.Ofensas corporais
De um modo geral este crime gerava a obrigação civil de indeminizar o ofendido.
No distrito do Tete,por exemplo,além de ser obrigado a pagar panos ao queixoso,devia cortar
lenha para ele enquanto durasse o periodo da doença com ou sem impossibilidade para o
trabalho.

8.1.3.O crime de furto


O crime de furto foi punido com espancamento ou simples indemnização.

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Nada há de particular a por em evidência a não ser que a reparação podia constituir-se pelo
sistema de entrega de uma pessoa da familia do autor do crime a pessoa do lesado,sempre que
aquele nao dispusesse de outros recursos patrimoniais
O furto era uma causa de servidão.O individuo dado em pagamento,não só se submetia
implicitamente a condição de escravo,como também perdia o direito,a favor do seu Senhor,de
toda sua descendência,como acontecia em Manica,Mussorize e Inhaminga.

8.1.4.Os crimes de injúria,difamação e ameaças


As consequências dos factos de injúria,difamação e ameaças podiam ir desde a pena de morte
até a simples conciliaçço,levada a efeito pelas próprias familias das partes.
Os povos do Sul de Save não atribuem,verdadeiramnete a injúria verbal a natureza de crime a
não ser em casos excepcionais como o de menosprezo pelo chilosso ou chibongo de
alguém(nome do primitivo genearca duma familia),sobretudo quando cometido por um
individuo desse chilosso ou chibongo.

8.1.5.O adultério
A infidelidade da mulher raras vezes constituia crime.Mais do que nenhum outro facto ilicito
a resolução deste pertencia aos próprios interessados e seus parentes.A reacção da natureza
punitiva quase não passava do marido ofendido,mesmo nos casos em que era admitida a pena
de morte(Macondes,Ibo).No distrito de Porto Amélia a pena de morte era aplicada somente a
aquele que tivesse relações com qualquer mulher do régulo;e no distrito de Tete;o marido,se
pretendia divorciar-se,espancava a adultéra em público;no caso contrário,espancava-a dentro
de casa.O adultério,porém ,importa,fundamentalmente,a indemnização,a favor do marido
ofendido,paga pelo cúmplice da adúltera,na hipotése daquele não pretender o divórcio,sendo
a familia da mulher obrigada a devolução do preço do lobolo.

6.1.6.Crime de feitiçaria
Antigamente em toda colónia a pessoa acusada de feitiçaria devidamente constatada pelo
mágico,era,com poucas excepções,condenada a morte.Os sistemas de execução consistiam no
enforcamento,na decapitação,no golpeamento com azagaia e na morte pelo fogo,sendo esta
última o meio mais frequentemente adoptado para tais criminisos.

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9.1.7.O crime de fogo posto e de dano
O simples crime de fogo posto nunca originou obrigação propriamente da natureza penal.O
incendiário tornava se apenas responsavél pelos prejuízos causados,pagando-os com valores
comerciais ou construindo a sua custa uma palhota idêntica a que ele destruira.
Em Quionga além da indimnização impunha-se ao autor do fogo posto a prisão.

8.1.8.Infanticidio,aborto e incesto
O infanticidio e o incesto podem considerar-se crimes desconhecidos entre os indigenas.A
mulher indígena não tem razões de ordem social para incubrir a maternidade quanto ao
incesto bastará dizer que ele e tabo entre individuos de sexo diferente que pertenciam ao
mesmo clã primitivo com um parente meramente convencional.
O crime de aborto é muito raro.Temos noticias apenas de alguns casos ocorridos no litoral do
distrito de Mocambique entre mulheres macúas que se entregam a prostituição com
individuos não indigenas.

8.1.9.O regicídio e o crime da rebelião


Na maioria dos casos o simples atentado contra a pessoa do chefe politico dum agregado
indgena era punido com a morte,ficando a familia do réu sujeita a indemnizações pesadas.
O crime da rebelião determinava algumas vezes a morte do criminoso,outras a sua escravidão
perpétua e ainda,embora raramente a sua expulsão das terras do regúlo.

8.1.10.Abuso de poder
Como a justiça se personificava no individuo que exercesse a autoridade,quer este fosse
simples chefe de familia,quer fosse chefe politico dum povo-não existia tribunal competente
para os julgar.A forma de reagir contra a crueldade dum chefe de familia era o desforço e
contra a tirania excessiva dum régulo era a revolta,o regicidio,a Guerra civil.
Elaborado por:Comboio,Noémia Alberto

9.Direito civil tradicional


Direito civil- é o ramo do direito que inclui normas, regras e princípios. Esses princípios
regulamentam os procedimentos judiciais, com objectivo de administrar o direito e resolver

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conflitos de natureza civil. Visa garantir a integridade física e mental, a vida e a segurança
dos povos, compreende os direitos e deveres de todo o cidadão assim como suas relações em
sociedade.

Direito civil tradicional- os chefes dos estados tradicionais faziam ligações com os
antepassados, presentes na vida comunitária, cuja influência benéfica deve ser cuidada pela
sua proximidade com os antepassados, cuja qualidade, poder, conhecimentos superiores,
podem arrancar-lhes favores ou torná-los propícios. Os chefes tradicionais resolviam os
conflitos e o bem-estar familiar bem como da comunidade, os seus poderes estendiam-se no
campo social, político, jurídico e religioso. Segundo Henri A. Junod na corte tsonga não
havia separação de poderes, pelo que o chefe tradicional, e os seus conselheiros (conselho de
anciãos) conserva em suas mãos o poder legislativo, o poder executivo e o poder judicial,
visto que era autoridade suprema e das suas decisões não havia apelo.
Os bantus tinham um sentido de justiça muito forte, acreditavam na ordem social e no
cumprimento da lei que embora não fosse escrita, era universalmente conhecida, a lei era o de
costume.

Uma das normas vigentes neste período- segundo Gonçalves Cota, quanto ao homicídio
voluntário, no sul de save, os batonga, batxangana, bachope, puniam o crime de homicídio
voluntário, com pena de morte por enforcamento, azagaia e fogueira. Porém, esta lei foi
substituída pela reparação civil, onde o culpado devia pagar uma indemnização.
Constituída pelo preço de um lobolo á família da vítima. A título de compensação da perda
dum dos seus membros, para além do lobolo, a família do réu podia optar em entregar á
família da vítima, uma rapariga , não com o fim de a alienar perpetuamente, mas para que
desse a luz a um filho ou filha, que suprisse a pessoa da vítima no seu grupo familiar, com
este acto a obrigação dava-se por cumprida e a mãe da rapariga tinha o direito de exigir a
devolução desta, a não ser que lhe fosse pago o lobolo.
Quando um irmão matava o outro, só o pai ou quem representasse a autoridade parternal
tinha competência para punir com a pena capital ou com uma mais severa, conforme as
circunstâncias ou desejo do julgador.
Será crime um irmão matar o outro, não será quando um pai matar um filho ou um sobrinho
uterino, conforme o regime em que reopousar á família. Isto significa que, um mesmo facto
pode ser justo ou injusto consoante a qualidade da pessoa que comete, ou a qualidade da
pessoa ofendida.
15
As normas vigentes quanto ao crime de fogo posto e de fogo é a seguinte: o incendiário
tornava-se apenas responsável pelos prejuízos causados pagando-os com valores comerciais
ou construindo a sua custa uma palhota idêntica à que que ele construíra. Se em virtude do
incêndio, alguém perecia, era o criminoso então obrigado a pagar tanto as pessoas quanto às
vítimas, ou condenado à morte no caso de não dispor de parentes em número suficiente para
cumprir a obrigação.

Segundo Gonçalves Cota, o direito tradicional não atendia atenuantes. Era essencialmente
objectivo é simples. Via-se apenas os factos e as suas consequências (onde serão acordados
no contexto do direito criminal). A não ser em casos muito especiais, quando leva-se em
consideração o parentesco entre as partes para agravar ou atenuar a responsabilidade, os
menores eram irresponsáveis mas os seus progenitores respondiam pelos danos que eles
causavam. Qualquer delito involuntário, até o homicídio não era punido criminalidade. O
facto gerava apenas responsabilidade civil. As ofensas corporais por exemplo geravam a
obrigação civil de indemnizar ao ofendido.
Elaborado por:MABJAIA,Deyse Victor

10.Direitos Humanos
Os direitos humanos, surgiram da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH),
Preâmbulo em 10 de dezembro de 1948, é o ultimo documento descrito na caminhada
histórica deste artigo. Segundo (PIOVESAN.2004 ) a declaração de 1948 inovou
extraordinariamente a gramática dos direitos humanos, ao introduzir a chamada concepção
contemporânea de direitos humanos, marcada pela universalidade e indivisibilidade desses
direitos.
Devido a seu carácter universalizante, tornou-se referência autorizada para o trato de
diferentes situações que tenham o objetivo de assegurar a integridade humana, condição
necessária à continuidade da vida em sociedade ( GIMARÃES) .

Os direitos humanos são um conjunto de prerrogativas que se estendem a todas as pessoas,


independente de qualquer distinção.
Eles abrangem aspectos civis, políticos, sociais, culturais e econômicos.

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Para ampliar a compreensão, observe a definição da ONU, a Organização das Nações Unidas:
“Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de
raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição.”
A noção de normas básicas para convivência em sociedade existe há muitos séculos,
aparecendo em diversas civilizações ao longo da história.
A consolidação dos direitos humanos e sua universalização se deram após a Segunda Guerra
Mundial, justamente como contraponto a esse período sombrio da humanidade, no qual
muitas pessoas tiveram seu direito à existência completamente extirpado.

Mas, mesmo antes de seu reconhecimento em qualquer declaração ou tratado, o conceito já


existia na prática.
Isso porque não se trata de uma invenção. Os direitos humanos não foram criados.
Na verdade, quando falamos de sua consolidação, nos referimos ao momento em que foram
reconhecidos em escala global e institucionalizados por meio dos esforços da ONU.
A universalidade, aliás, é um dos pontos mais importantes do que concebemos como direitos
humanos na modernidade.
Isso significa que eles se aplicam a todos os homens, mulheres e crianças – sem distinção.
É o que reforça a ONU, mais uma vez, no trecho abaixo:
“Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de
expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros. Todos merecem estes
direitos, sem discriminação.”
Ao mesmo tempo em que são universais, os direitos humanos pertencem a todas as pessoas e
não a uma determinada entidade – nem mesmo à ONU.
A ressalva é importante, pois esse grupo de prerrogativas é defendido por organizações
nacionais e internacionais, com atuação dedicada à defesa e preservação dos direitos
humanos.

O objetivo é garantir o mínimo para a vida humana ser digna e respeitada segundo as
próprias liberdades. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os direitos
humanos significam a garantia de proteção às pessoas.
Elaborado por:DOMINGOS,Mirves Noémia Cabral.

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10.1.Caracteristicas dos Direitos Humanos

 Historicidade – os direitos humanos não nasceram em momentos històricos mas sim


foram surgindo, apresentam natureza historica , advindo do cristianismo , superando
diversas revelacoes ate chegaremos dias actuais.

 Universalidade : Os direitos humanos não se destinam apenas a grupos isolados, mas


sim a todas pessoas isolados , alcançam a todos humanos , isto è, são inerentes ao ser
humano, esta com o ser humano onde quer que esteja , independentimente da raça ,
nacionalidade, status social, nacionalidade , ete ;

 Imprevisibilidade: Os direitos humanos são exercitaveis a qualquer tempo não se


perdem, por exemplo são admitidas restricoes pontuais aos direitos humanos, mas
finda aquela situação, voltam os direitos humanos a serem plenamente assegurados ;

 Essencialicidade : Os direitos humanos são essenciais, os direitos humanos são


inerentes ao ser humano, tendo por base os valores supremos do homem , a sua
dignidade ;

 Irruniciaveis : Os direitos humanos não pode ser objecto de renuncia por seus
titulares, pois ninguem pode abrir a mão da pròpria natureza ;

 Indivisibilidade : Na medida em que eles surgem ao mesmo tempo , o gozo dos


direitos civis e politicos nao fazem sentido se nao forem acompanhados , eles estao
entre si . Este direito faz um agrupamento dos direitos humanos por geracoes .

 Intrasmissiveis : Os direitos humanos não são transmissiveis de geração para geração


;

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 Inalienabilidade : Os direitos humanos não podem ser vendidos ou alienados , isto è,
não existe a possibilidade de transferencia a qualquer titulo desses direitos, isto è, não
são objecto de negòcio juridico ;

 Interdepêndencia : Cada direito esta ligado a outros direitos, apartir desta


caracteristica, pode-se reivindicar a outros direitos;

 Essenciabilidade : os direitos humanos são inerentes ao ser humano , tendo por base
os valores supremo do homem, a sua dignidade;

 Inviobabilidade : E o dever do estado , bem como dos particulares, não violar os


direitos humanos, nao podem ser violados por leis infraconstitucionais, nem por atos
administrativos de gente de agente de poder publico ,sob pena a responsabilidade
civil, penal e administrative ;

 Efetividade : Significa fazer incidir na relidade social, isto è, transformar o “ dever


ser “ em “ser “. A administração pùblica deve criar mecanismos coersivos aptos a
efetivação dos direitos humanos;

 *Limitimidade : Os direitos humanos não são limitados , e em decorrência da


limitabilidade que se defende, por exemplo, a inexistencia de direitos absolutos, os
direitos sofrem restriçoes nos momentos constitucionais de crise;

 Vedação ao Retrocesso : A evolução dos direitos humanos é crescente , os direitos


humanos jamais podem ser diminuidos ou reduzidos no seu aspecto de proteção , isto
é, o estado não pode proteger menos do que ja vem protegendo;

Elaborado por:Machava,Telma Gaspar

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10.1.2.Relação entre direitos tradicionais e direitos humanos contemporâneos
A partir da identificação de pretensos vícios, contradições e insuficiências da Teoria
Tradicional, defende a necessidade de uma nova concepção dos Direitos Humanos.
Identificando a Teoria Tradicional dos Direitos Humanos como a proposta tradicional-
formalista e a Teoria Crítica como a crítica-libertadora de Direitos Humanos, assenta: No
interregno de rupturas paradigmáticas e de novos horizontes abertos pelo globalíssimo
neoliberal e pelo sistema-mundo capitalista, importa avançar na direção de uma concepção de
direitos humanos não mais meramente formalista, estatista e monocultura. ara isso, a adesão
é com um referencial critico dos direitos humanos em sua dimensão de resist ncia, de
liberação e de intercultural idade. No caráter formalista, estatal e monocultura dos Direitos
Humanos concebidos pela Teoria Tradicional reside, pois, uma primeira censura da Teoria
Crítica, que sustenta que os Direitos Humanos devem ser predeterminados sem que se
confundam necessariamente com os direitos estatais positivados e de modo que sejam
interpretados de um ponto de vista completo, local e intercultural
Em síntese, trazer para o espaço de lutas históricas por diversidade e pluralidade, os
fundamentos do diálogo e dá práxis intercultural nos marcos de uma nova concepção de
direitos humanos. A monocultura idade dos Direitos Humanos associa-se a uma das mais
fortes críticas realizadas à Teoria Tradicional: o universalismo abstrato desses direitos.
Argumenta-se, então, que essa situação evita o ponto central dos Direitos Humanos e torna
invisível o fato de que sua universalidade é uma questão cultural do ocidente.
Comentando Boaventura de Souza Santos e dando conta de que a universalidade é
representada no discurso globalizante dos Direitos Humanos em seu viés clássico. Os
Direitos Humanos poderiam ser visualizados, portanto, como uma nova forma de
colonialismo ocidental. Para Souza Santos os Direitos Humanos, concebidos como direitos
universais, tendem a operar como localismo globalizado, uma forma de globalização de cima
para baixo, uma arma do Ocidente contra o resto do mundo, de sorte que a abrangência global
é obtida à custa da legitimidade local. O autor conclui, diante disso, pela necessidade de que
os Direitos Humanos sejam reconceitualizados como multiculturais, resultando de um
diálogo intercultural e de uma hermenêutica diatópica sobre a dignidade humana, a fim de
operar como forma de globalização de baixo para cima ou contra hegemônica. Combatendo o
universalismo abstrato,

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Alberga a compreensão dominante desses direitos, essenciais à sobrevivência e dignidade do
ser humano, oriundos da sua própria ontologia. Nessa concepção, cristalizada notadamente na
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, os Direitos Humanos jazem na
assunção da dignidade humana, da liberdade e da igualdade como inerentes a todos pela
natureza humana, sendo reconhecidos, então, como direitos do homem abstrato e, por isso,
afirmados universais. Trata-se de visão, ademais, baseada em uma construção jus naturalista,
europeia, liberal e individualista, cuja essência reside na positivação, sendo os Direitos
Humanos idealizados como pontos de chegada.
Elaborado por:Brito,Jorge Miguel

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Conclusão
Após pesquisas feitas,pudemos concluir que o direito tradicional era um direito baseado no
costume,que constituiam leis ou normas de funcionamento para tais sociedades,mas com a
insuficiência do direito tradicional é defendida a necessidade de existência do direitos
humanos contemporâneos que fortalecem o entendimento dos valores morais da sociedade de
forma justa.

22
Referências Bibliográficas
COTA,Gonçalves-Mitologia e Direito Consuetudinário
Biblioteca do Arquivo Histórico de Moçambique.Cota 511;
ALMEIDA, R. R. dá S. M. T. de; MANENTE, R. R. Teoria Crítica dos Direitos Humanos:
racionalidade de resistência. In: PRONER, C. et al. (coord.). 70º Aniversario de lá Declaração
Universal de Derechos Humanos: la protección internacional de los Derechos Humanos en
cuestión. Valencia: Tirant lo Blanch, 2018. p. 559-564. BAENA,
BATISTA, V. O.; LOPES, R. de A. L. Direitos Humanos: o embate entre a Teoria
Tradicional e a Teoria Crítica. In: CONGRESSO NACIONAL DO CONPEDI, XXIII. 2014,
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CANÇADO TRINDADE, A. A. Tratado de Direito Internacional dos Direitos Humanos.
Volume I. Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris, 1997.
GALLARDO, H. Teoria crítica: matriz e possibilidades de Direitos Humanos. Tradução de
Patrícia Fernandes. São Paulo: Editora Unesp, 2014.
MAZZUOLI, V. de O. Curso de Direitos Humanos. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: Método, 2019. PRADAL,
TOMAZONI, L. R. Breves apontamentos sobre a teoria Crítica dos Direitos Humanos. 2017.
Disponível em: http://www.salacriminal.com/home/breves-apontamentos-sobre-a-teoria-
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23
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Sites de internet:
(https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/12388/Os-direitos-humanos-no-seculo-XXI

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