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Regimes e Sistemas de

Governo
Uma análise sobre a filosofia e história política, desde a Grécia Antiga
até as formas de governos modernos e suas teorias de apoio.

Professor Rafael Alves


Jean Jacques Rousseau e o Estado
Nacional

Pensamento Político Propriedade privada Estado Nacional


Jean Jacques Rousseau foi um Para Rousseau, a propriedade O Estado Nacional é uma forma
filósofo, escritor e compositor privada é um fator que de organização política em que
suíço que viveu no século XVIII. contribui para a desigualdade a soberania é exercida por uma
Ele é conhecido por suas ideias entre os seres humanos. Ele entidade política centralizada
sobre teoria social e política, argumenta que a propriedade que representa uma nação
que tiveram um impacto privada surge quando alguém específica. É caracterizado pela
duradouro no pensamento marca um pedaço de terra combinação de um território
moderno. Uma de suas como sua propriedade definido, um povo comum, uma
contribuições mais importantes exclusiva. Isso cria identidade cultural
foi a ideia de um contrato desigualdade, pois alguns compartilhada e uma
social, que ele desenvolveu em indivíduos acumulam riqueza e autoridade política central que
seu livro "O Contrato Social" recursos enquanto outros ficam exerce poder sobre esse
(1762). excluídos e empobrecidos. território e seus habitantes.

A ideia de um contrato social é Rousseau acreditava que a O Estado Nacional geralmente


baseada na crença de que as propriedade privada levava à surge a partir do processo de
pessoas têm um direito natural corrupção moral e à formação e consolidação de
à liberdade e à igualdade, mas competição desenfreada. Ele uma nação. Uma nação é um
que esses direitos são argumentava que a propriedade grupo de pessoas que
frequentemente violados pelas privada levava à criação de compartilham laços culturais,
estruturas da sociedade. De classes sociais e gerava históricos, linguísticos ou
acordo com Rousseau, a conflitos e divisões na étnicos, e que têm um
melhor maneira de superar sociedade. Além disso, sentimento de identidade
esses problemas é criar um Rousseau via a propriedade coletiva. O Estado Nacional
contrato social no qual os privada como uma forma de busca fornecer uma estrutura
indivíduos concordem em abrir alienação, onde as pessoas são política e legal para garantir a
mão de alguns de seus direitos separadas de sua verdadeira unidade e a estabilidade dessa
em troca de proteção e natureza e da comunidade. nação.
segurança fornecidas pelo
No entanto, Rousseau não era O Estado Nacional exerce
governo. Dessa forma, o
totalmente contrário à autoridade sobre seu território,
governo se torna um
propriedade. Ele fazia uma estabelecendo leis, governando
representante do povo, e o
distinção entre propriedade e oferecendo serviços públicos
povo tem uma voz em como é
pessoal (como pertences aos cidadãos. Ele mantém
governado.
pessoais e necessidades instituições políticas, como o
Ao longo de sua vida, Rousseau básicas) e a propriedade governo central, o parlamento,
também escreveu privada excessiva, que o sistema judiciário e a
extensivamente sobre considerava prejudicial para a administração pública, para
educação, moralidade e sociedade. Rousseau defendia gerir os assuntos do Estado.
natureza humana. Ele uma visão mais igualitária da
Além disso, o Estado Nacional
argumentou que a sociedade propriedade, na qual os
geralmente busca proteger a
corrompe a natureza humana e recursos e a riqueza fossem
soberania e a integridade
que as pessoas precisam compartilhados de forma mais
territorial, defendendo suas
retornar a um estado mais equitativa entre os membros da
fronteiras e representando seus
natural e autêntico para sociedade.
interesses no cenário
alcançar a verdadeira felicidade
internacional. Isso inclui a
e liberdade.
participação em acordos
O legado de Rousseau é um internacionais, a negociação de
testemunho do poder tratados e a defesa de seus
duradouro das ideias. Seu direitos e interesses no âmbito
trabalho continua a moldar global.
nossa compreensão do mundo
e nosso lugar nele, e sua visão
de uma sociedade justa e
equitativa permanece uma
fonte de esperança e inspiração
para as pessoas ao redor do
mundo.
Monarquia e República
Monarquia
Governo comandado por um soberano, geralmente hereditário. A monarquia é uma forma de
governo que prevaleceu por séculos.

República
Forma de governo onde não existe um rei ou um czar, ou outro governante com status
semelhante. O poder é exercido pelo povo, diretamente ou através de representantes.

Monarquia Absoluta Monarquia parlamentarista


Na foto, Rei Mswati III da Essuatini, é um Na foto, Rei Charles III da Inglaterra, é um
moderno monarca absoluto. monarca representativo de uma monarquia
parlamentarista

A monarquia absolutista é um sistema de


governo em que o monarca possui poderes A monarquia parlamentarista é um sistema de
políticos e autoridade absolutos. Nesse sistema, governo em que um monarca é o chefe de
o monarca detém o controle sobre todos os Estado, enquanto o poder legislativo é exercido
aspectos do governo, sem a existência de um por um parlamento eleito pelo povo. Nesse
parlamento ou de uma divisão clara de poderes. sistema, o monarca desempenha um papel
principalmente cerimonial e representativo,
No contexto da monarquia absolutista, o
enquanto o poder executivo é exercido pelo
monarca exerce poderes executivos, legislativos
primeiro-ministro ou pelo chefe de governo, que
e judiciais de forma concentrada. Ele toma
é responsável pela administração do país.
decisões unilaterais, promulga leis, coleta
impostos e exerce controle sobre as forças No contexto da monarquia parlamentarista, o
militares. As leis e políticas são estabelecidas monarca tem um papel simbólico e
pelo monarca, sem a necessidade de aprovação representativo, sendo o símbolo da unidade
ou consulta a qualquer órgão representativo do nacional e da continuidade histórica. Ele
povo. geralmente exerce funções cerimoniais, como
representar o país em eventos internacionais,
O monarca absoluto é considerado a autoridade
sancionar leis e nomear o primeiro-ministro. No
máxima e governa de acordo com sua vontade e
entanto, o monarca não possui poderes políticos
interesses pessoais, sem prestação de contas ou
significativos e está sujeito ao controle e
limitações significativas. Sua posição é
supervisão do parlamento.
frequentemente transmitida por hereditariedade,
passando de geração em geração dentro de uma
família real.

Democracia
A democracia é um sistema dinâmico, que permite a diversidade de opiniões e a possibilidade de
mudanças pacíficas. Os cidadãos têm o direito de criticar o governo, propor alternativas, formar
partidos políticos e buscar a proteção de seus direitos. Através do diálogo, do debate e da
negociação, as decisões democráticas buscam alcançar o bem comum e atender às necessidades e
aspirações da sociedade como um todo. Além disso, a democracia é caracterizada pelo respeito aos
direitos individuais e às liberdades fundamentais. Isso inclui a liberdade de expressão, de imprensa,
de associação e de manifestação pacífica. Em um sistema democrático, os cidadãos têm o direito de
expressar suas opiniões, debater questões públicas e participar ativamente na vida política e social
do país.
Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim
sobre o Estado

Karl Marx Max Weber


Acreditava que o Estado Acreditava que o Estado é a Émile Durkheim
deveria ser uma ferramenta única fonte legítima de
Acreditava que o Estado era
para a revolução. A luta de poder, e que o Estado
necessário para regular a
classes é o motor do moderno é uma evolução
interação social. Deve
progresso. burocrática.
buscar o equilíbrio e a
solidariedade na sociedade.
Ideia de Revolução e História do
Anarquismo

1 Anarquismo

O anarquismo é uma corrente política


que rejeita a ideia de Estado e defende
Revolução 2 a organização social horizontal, onde
O desejo de liberdade sempre toda autoridade é rejeitada.
impulsionou a luta contra as formas
de governo autoritárias, sejam
monarquias ou ditaduras. Essa busca
3 Pensadores Anarquistas
por liberdade sempre conduziu a lutas
Os pensadores anarquistas, como
sangrentas.
Mikhail Bakunin e Piotr Kropotkin,
acreditavam que a revolução era a
única forma de mudar o mundo. Eles
também criam em uma sociedade
sem Estado e sem propriedade
privada.
A Monarquia Brasileira

Império Brasileiro Dom Pedro II

O Brasil foi governado pela monarquia de 1822 O imperador Dom Pedro II apoiou a
até 1889. Durante esse período, o país passou modernização do país e também aboliu a
por profundas transformações sociais e escravidão no Brasil, consolidando sua posição
econômicas. como um dos monarcas mais progressistas da
época.
O Negro no II Reinado

O Segundo Reinado no Brasil, que ocorreu entre os anos de 1840 e 1889, foi um período marcado
pela intensa exploração do trabalho escravo, em que muitas pessoas negras foram trazidas da África
para trabalhar nas lavouras e nas cidades. A escravidão foi uma das bases econômicas do país na
época, e a maioria dos negros eram tratados como propriedade, sem direitos e sem garantias.

Nem todos os escravos eram iguais. Existiam diferentes tipos de escravizados, que variavam de
acordo com a cor da pele, o local de origem e a habilidade profissional.

Os escravos africanos, por exemplo, eram considerados mais caros e mais resistentes ao trabalho, e
eram usados principalmente nas lavouras de cana-de-açúcar. Eles eram trazidos da África em navios
negreiros, em condições desumanas e insalubres, e muitos morriam durante a viagem. Uma vez no
Brasil, eram vendidos em leilões e distribuídos para trabalhar nas fazendas. Lá, eram submetidos a
longas jornadas de trabalho, sem descanso adequado e sem nenhuma garantia de direitos ou
liberdade.

Já os escravos crioulos, que eram nascidos no Brasil, eram considerados mais adaptados ao clima e
ao trabalho, e eram usados principalmente nas cidades e nas minas de ouro. Eles eram filhos de
escravos africanos ou de mães já nascidas no Brasil, e muitas vezes eram educados pelos próprios
senhores de escravos. Isso não significava, no entanto, que eles tivessem uma vida melhor ou
menos difícil que os escravos africanos. Eles também eram submetidos a duras condições de
trabalho, e muitas vezes eram tratados com violência e desrespeito.

No Segundo Reinado do Brasil, existia uma população negra livre que, apesar de minoritária,
ocupava diferentes posições sociais. Alguns negros livres conseguiam ascender na carreira militar,
na burocracia estatal ou no comércio, e chegavam a fazer parte da elite da época.

Entre esses negros livres estavam os irmãos Rebouças, que se destacaram como engenheiros e
inventores. Antônio Rebouças e André Rebouças foram responsáveis por projetos importantes,
como a construção de ferrovias e a instalação de sistemas de abastecimento de água em diversas
cidades brasileiras. Eles também participaram ativamente do movimento

abolicionista, lutando pela libertação dos escravos e pela igualdade racial no país.

Mesmo assim, a população negra livre enfrentava muitas dificuldades e preconceitos na sociedade
brasileira da época. Eles eram vistos como inferiores e muitas vezes eram discriminados ou
excluídos do convívio social. A luta pela abolição da escravatura e pela igualdade racial no Brasil só
seria alcançada muitos anos depois, com muita resistência e mobilização por parte dos próprios
negros e de seus aliados.

Mas apesar dessas diferenças, todos os escravizados sofriam com as duras condições de trabalho,
os maus tratos e a falta de liberdade. Durante o Segundo Reinado, houve muitas revoltas e
movimentos de resistência por parte dos negros, que lutavam por seus direitos e por sua liberdade.
Muitos deles eram perseguidos e punidos com violência, mas mesmo assim continuavam a lutar
pela sua dignidade e pelo fim da escravidão.

No ano de 1888 foi estabelecida a lei áurea, que aboliu oficialmente a escravidão no Brasil. Esse foi
um marco importante na história do país, pois pôs fim a uma prática cruel e desumana que havia
durado séculos. .

A abolição da escravatura foi fruto de muitas lutas e resistências por parte dos próprios escravos,
que se rebelaram e fugiram das fazendas em busca de liberdade. Mas também foi resultado de
pressões internacionais e de mudanças políticas no país. Além disso, a abolição foi uma forma de
modernizar a economia brasileira, que precisava se adaptar às novas exigências do mercado
mundial.

A abolição não significou o fim das desigualdades raciais no Brasil. Embora os escravos fossem
formalmente livres, muitos continuaram a viver em condições precárias, sem acesso à educação, à
saúde, ao trabalho e à moradia digna. Além disso, a abolição não veio acompanhada de nenhuma
política de reparação ou de inclusão social para os negros, que foram deixados à própria sorte em
uma sociedade que ainda os via como inferiores.
Proclamação da República Brasileira
Causas Debates
A proclamação da República foi motivada pela Os debates sobre a mudança de regime foram
crise econômica e os sentimentos republicanos longos e difíceis. Até que Marechal Deodoro da
que já existiam no país. Além disso, a figura do Fonseca liderou um golpe republicano que
imperador perdeu força ao longo dos anos. mudou a história do país para sempre.

A nova bandeira

A Bandeira do Brasil de 1889 é um símbolo histórico do país que representa a transição para a
República. Após a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, a bandeira nacional
brasileira passou por algumas modificações em seu design para refletir essa mudança política.

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