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Resumo: Filosofia

Nicolau Maquiavel

Trata-se de uma época de transicão e de grande


instabilidade social e política em que a Itália não
unificada constituiu um mosaico de Estados com
dimensões territoriais, regimes políticos, estágios
de desenvolvimento econômico e até mesmo
culturas muito diversas. Nessa época, Estados
regionais estavam em constante conflito, a maior
parte dos governantes não conseguia se manter no
poder. Maquiavel cresceu e atuou como secretário
e diplomata do governo.

Questão central de “ O Príncipe ” é como deve


agir o governante para estabelecer ordem
instaurando e mantendo um Estado estável. Ele
rompe com o pensamento greco-medieval no que
se refere a natureza da ordem política e também a
conduta e as virtudes requeridas de um bom
governante.

Para Aristóteles, a ordem política é algo natural


que antecede os próprios seres humanos e decorre
de sua necessidade. Para Maquiavel, ela é
construida pelas pessoas no intuito de evitar o
caos e a barbarie e uma vez alcancada não é
definitiva, devendo ser fruto da atencão e do
trabalho constantes daquele que está no exercício
do poder. Nada é certo, necessário e estável no
espaco da política. Enquanto Platão descreve uma
pólis ideal, governada por filósofos pois fariam
leis boas e justas, governam guiados pela ideia do
bem, Maquiavel se apresenta como o autor da
verdade efetiva das coisas, recusa qualquer
idealizacão da vida política e que não deixa de
considerar a feiura da verdade sobre a natureza
humana em sua reflexão sobre o poder.

A obra de Maquiavel é um reflexo do clima de


instabilidade e de incerteza de sua própria época.
Considera como o governo e governante
deveriam ser e não como de fato eram. Seu ponto
de partida é a realidade tal como ela é, e não
como se gostaria que ela fosse, isso é o realismo
político.

A política para ele nada mais é do que uma


consequencia da natureza humana. Ao procurar as
causas das acões dos homens, Maquiavel
acreditava acha-las nos comportamentos e
atitudes que se repetem ao longo da história, que
são constantes. Não baseado em desígnios
divinos, mas sim em uma natureza humana e a
existencia de tracos humanos imutaveis. Entre ser
amado e temido, tracos negativos de nossa
natureza como o conflito e anarquia são
necessários. O ideal seria ser ao mesmo tempo
amado e temido entretanto, os individuos só
respeitam aquele que eles temem, ao contrario do
amor que é voluvel, o temor nunca falha pois é
mantido pelo medo da punicão. Maquiavel se
volta contra a visão clássica do ser humano,
segundo a qual haveria na pessoa uma propencão
natural para o bem, para a ordem, e para a
construcão da vida boa em sociedade. Sua
concepcão do indivíduo é como um ser mau
movido por paixões e desejos puramente egoístas.
O conflito originado da luta das pessoas pela
satisfacão de seus interesses e necessidades
justifica a existencia do poder. A política se
apresenta como atividade coletiva, sendo o estado
o poder central. O detentor do poder pode e deve
fazer tudo para assegurar tal cargo, inclusive da
forca e da crueldade quando necessário.
Um fator social de instabilidade do poder trata-se
da presenca inevitável de duas forcas opostas,
uma delas o desejo popular de evitar a oprecão
dos poderosos e a outra da tendencia dos mesmos
poderosos para comandar e oprimir o povo.

Há duas respostas para o problema: monarquia


exigida quando a nacão se encontra em desordem
tomada pela corrupcão e carente de um
governante forte capaz de instaurar o poder
político. A segunda é a república, ou regime da
maioria, apropriada para quando a sociedade já
econtrou formas de equilíbrio. Trata-se do regime
de liberdade, em que o Estado se apresenta como
o mediador entre o povo, que almeja ser livre, e
os poderosos. Para ele, o regime republicano é o
melhor sistema para manter a liberdade. As
cidades crescem em riqueza e poder quando são
livres, pois só nessa condicão o interesse comum
é respeitado.

A Itália necessitava ser restaurada e unificada


pela figura de um princípe capaz de fundar um
Estado e lhe garantir a estabilidade. No terreno da
política o que vale é a eficácia das acões. O
homem de virtu não é o moralmente bom, mas
aquele que se mostra capaz de lhe dar com o
conjunto das circunstancias produzidas pelo acaso
(a fortuna) e que não dependem de seu controle
tendo as habilidades necessárias para conquistar e
manter o poder, trazendo prosperidade e honra
para seu governo.

Contratualista é aquele filósofo que afirma que o


Estado ou a sociedade são fruto de um contrato
firmado entre as pessoas garantindo um benefício
múltuo. Vivendo incialmente num estado natural
sem poder e organizacão, os indivíduos firmam
um pacto por regras sociais e subordinacão
política, frutos de consenso. A aceitacão das
pessoas em prol de um bem comum dão origem
ao Estado como instancia supraindividual cuja o
papel é garantir a sociedade por meio do
arbitramento de conflitos e interesses do
monopólio do uso da forca.

O contratualismo se vale de um recurso ficcional.


Não pretende desecrever como de fato se
originaram as instituicões políticas, mas sim
encontrar um meio de pensar como elas podem
ter se originado e justificar sua legitimidade.
Hobbes

O ser humano deve fazer tudo aquilo que for


necessário para assegurar sua conservacão. Se
eles se encontram em condicão de guerra são
todos contra todos. É um constante temor e perigo
de morte violenta e a vida do homem e solitária,
pobre e curta. Um dos principais defensores do
poder absoluto do Estado. Para o liberalismo, a
liberdade do indivíduo é o valor supremo, ele foi
um grande crítico dessa concepcão.

Para ele o Estado seria uma pessoa de cujos atos


uma grande multidão, por meio de pactos
recíprocos uns com os outros foi instituida de
modo que o uso da forca e os recursos de todos
assegure a paz e a defesa comum.

Se não existissem regras sociais, uma situacão


onde não houvessem instituicões governamentais,
cada pessoa estaria livre para fazer o que quisesse
e haveria uma guerra constante de todos contra
todos, na qual seria o estado de natureza, onde o
homem se comportaria como “o lobo do próprio
homem”. Devido ao fato de as necessiades
básicas serem iguais e não havendo o suficiente
para todos, elas teriam que competir pelos
mesmos bens escassos.

Sua visão do ser humano é como egoista,


violento, interesseiro, e mau, propenso ao conflito
e a constante guerra contra seus semelhantes.
Num tal estado, a hostilidade é constante e as
pessoas vivem, por não haver um poder comum,
no temor recíproco e permanente da morte
violenta.

Enquanto um poder capaz de impor ordem e de


estabelecer um governo comum que determine
regras para garantir a paz, a justica e a
prosperidade social, o Estado é uma necessidade
para os homens que antes viviamno estado de
natureza. Para Hobbes o que faz os homens
tenderem para a vida num Estado capaz de lhes
garantir tais beneficios é o medo da morte e o
desejo e a esperanca de conseguir pelo trabalho
aquelas coisas necessárias para uma vida pacífica
e confortável.

Assim é que as pessoas concordam em celebrar


entre si um pacto ou um contrato social por meio
do qual aceitam restringir suas próprias vontades
através de leis capazes de assegurar a paz que
permite a conservacão da vida. Fruto do consenso
das vontades é fundado artificialmente pelos
sujeitos entre si e firmado por esses com o
soberano, dando assim origem a sociedade civil.
Por meio dele os indivíduos transferem ao Estado
todos seus poderes, direitos, liberdades devendo
obediencia irrestrita.

Funcão do pacto formado é promover a passagem


do estado de guerra para o estado de paz,
instituindo o poder soberano. Possui três atributos
fundamentais.

Por se tratar de um pacto de submissão estipulado


entre indivíduos,

O poder oriundo é irrevogável na medida que


consiste em atribuir a um terceiro (o soberano)
situado acima das partes, o poder que cada um
tem um estado de natureza, que é de caráter
absoluto por ser esse terceiro ao qual o poder é
atribuido a uma única pessoa, o poder é
indivisível, se o soberano por fraqueza ou
negligência, não cumpre sua tarefa essencial que
é evitar que os cidadãos caiam novamente no
estado de natureza se torna justificada a
desobediencia civil.

Para ele, o soberano de um Estado tem poder


absoluto ou ilimitado, visto encontrar-se acima
das próprias leis podendo fazelas revogalas ou
abolilas. O contrato que estabelece a soberania do
Estado não o sujeita a nenhuma obrigacão, a não
ser a de garantir a tranquilidade e o bem estar dos
contratantes, os súditos. Para Hobbes, tanto poder
conferido ao Estado soberano se justifica uma vez
que o poder soberano é menos prejudicial do que
a ausência de um tal poder.

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