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Objetivo geral:
Objetivos específicos:
Tempo estimado:
4 aulas – 3 horas e 20 minutos.
Recursos materiais:
Fonte impressa e quadro.
Metodologia:
Debate; aula expositiva; análise de fonte; avaliação somativa.
Desenvolvimento da aula:
O início da aula será feito com uma aproximação dos alunos com o tema
perguntando-lhes se eles sabem o que é um cortiço. Reunir as respostas e sintetizá-las,
explicando que o cortiço foi um tipo de moradia muito comum para as classes mais
pobres da sociedade do Rio de Janeiro no início da República, onde se reuniam diversas
famílias em grandes casarões, que não contavam com uma boa estrutura residencial.
Em seguida, será realizada a leitura dos seguintes trechos da obra “O Cortiço”,
de Aluísio Azevedo:
“E, naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa,
começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma
geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se
como larvas no esterco.”
A partir desse trecho, apresentar aos alunos a importante obra naturalista de
Aluísio Azevedo, explicando-lhes que a mesma é um retrato da realidade de vida nesses
cortiços. Por fim, será debatido com os alunos como eles imaginam que seria o
cotidiano dessas pessoas e sua condição de vida.
Em seguida, dar início à aula expositiva sobre a remodelação do Rio de Janeiro,
momento no qual esses cortiços foram destruídos sob certas justificativas, que serão
explicitadas em aula.
Com base no texto de Sidney Challoub, a exposição do tema contará com pontos
como: a estrutura ocupacional do Rio de Janeiro no final do século XIX, sua conjuntura
política, os conflitos sociais existentes, a reforma que estava sendo feita no estado – não
somente em âmbito geográfico mas também em caráter populacional –, assim como a
própria importância da capital no Brasil nesta época.
Com a chegada da República, não tardou para que as concepções de civilização,
modernidade e higiene fizessem com que fossem formuladas, por parte da elite,
políticas para delimitar o espaço urbano, eliminando o que se acreditara ser
inconveniente.
Challoub destaca a rapidez em que ocorreu a demolição dos cortiços, assim
como o descaso das autoridades públicas com o destino dos moradores do mesmo.
Desta forma, trata a ação das autoridades públicas a partir de dois pontos: a construção
da assimilação de classes pobres a classes perigosas e a ideia de que a administração da
cidade deveria ser pautada apenas em critérios científicos. Ambos pontos podem ser
discutidos com os alunos para o entendimento das consequências causadas, como a
exclusão de parte da sociedade para o privilégio de outra.
Desta forma a aula expositiva será baseada nos seguintes pontos:
• Estrutura ocupacional do Rio de Janeiro: Com a destruição dos cortiços, supõe-
se que iniciou a formação das favelas;
• Tentativa de se modernizar a capital se espelhando no modelo europeu;
• Conjuntura política do Brasil, especificamente da capital: O autoritarismo
presente na ação de Barata Ribeiro;
• Classes pobres x classes perigosas: Duas expressões que estavam sendo
utilizadas para relatar a mesma realidade. Os pobres eram vistos como perigosos pois a
ociosidade e falta de acúmulo de capital era diretamente relacionada à vícios, e os vícios
por conseguinte, relacionados ao perigo à sociedade. Outra consequência dessa
realidade era a de que os negros eram os principais suspeitos, uma vez que não havia
mais o domínio sobre eles devido ao fim da escravidão e buscava-se manter o domínio
sobre outros aspectos. Além desse aspecto, as classes pobres eram também vistas como
perigosas por serem relacionadas com as doenças e epidemias que surgiam na cidade,
tal argumento foi também utilizado para a exclusão dessa parte da população.
Para finalizar a aula, será distribuída a capa da Revista Illustrada, n°656. Nesta
edição a capa é composta por uma imagem em que uma cabeça de porco está posta em
um prato, com uma lágrima em seu olho, sendo “devorada” por uma barata. Tal figura
faz alusão ao episódio da destruição do famoso cortiço Cabeça de porco pelo prefeito
Barata Ribeiro.
Na Revista Illustrada, o evento foi saudado com um humor asqueroso: o leitor
foi servido de um prato com uma enorme cabeça de porco, de olhos entreabertos e
fisionomia lacrimejante, e sobre a qual se achava uma barata devidamente cascuda e
repugnante. A reputação do cortiço demolido e a atividade do inseto na cabeça do porco
eram descritas em versinhos:
Será pedido aos alunos que olhem a imagem e leiam o poema que se segue,
assim iniciando um debate sobre o que eles acham que se trata esta capa. Após as
opiniões expostas, explicar-se-á a relação da imagem com o episódio da derrubada do
cortiço “Cabeça de Porco”, um dos mais famosos do período em questão.
Avaliação:
Após a apresentação do tema e aula expositiva sobre o mesmo, será pedido aos
alunos que refaçam uma capa de revista sobre o tema “Cortiços” fazendo uma análise
sobre forma como eram tratados no fim do século XIX.
Dessa forma, será avaliada a elaboração do caráter crítico dos alunos e o
entendimento sobre o tema exposto no trabalho. A avaliação será somativa e contará
como complemento à prova.
Bibliografia:
CHALHOUB, Sidney; Cap.1 “Cortiços” em Cidade Febril. São Paulo, Companhia das
Letras, 1996, pp.15-60.
O Cortiço, de Aluízio Azevedo. Disponível em Domínio Público.