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O PODER AO LONGO DA HISTÓRA

ASPECTOS MARCANTES DA DEMOCRACIA GREGA


A ÁGORA - O PODER DO CIDADÃO

(Democracia Direta)
Igualdade perante a lei (ISONOMIA)

Igualdade acesso aos cargos públicos (ISOCRACIA)

Igualdade para falar nas Assembleias (ISEGORIA)

“O grego é livre, os demais povos são escravos”


O ESTADO E A INSTAURAÇÃO DO PODER INSTITUCIONAL

Constituído o Estado, surge o “PODER


INSTITUCIONAL”, entendido como o poder que a própria
pessoa tem, porém não mais por inerência física ou mental,
e sim, em virtude do cargo ou posição que ocupa na
“instituição” chamada Estado.
É o poder que permite, por exemplo, ao juiz, um ser
humano como os demais, possa julgar o seu próprio
semelhante, absolvendo-o ou condenando-o à pena de
reclusão ou adjudicando-lhes bens ou dele os tirando.
É o poder do Estado distribuído por seus agentes a
fim de cumprir o pacto social.
O PODER SIMBÓLICO – A FORÇA INVÍSIVEL AOS
NOSSOS ATOS

Esse poder, que se exerce pela ausência de


importância dada a sua existência, poder ignorado, que
fundamenta e movimenta uma série de outros poderes e
atos. O poder que está por trás, escondido nas
entrelinhas e que é cunhado com este propósito.
“O poder simbólico é, com efeito, esse poder
invisível o qual só pode ser exercido com a
cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe
estão sujeitos ou mesmo que o exercem” (BOURDIEU).
Bourdieu assinala que é através do que ele chama
de sistemas simbólicos, a língua, a arte, a religião, que o
poder simbólico se edifica e se revela.
O CONCEITO (MODERNO) DE POLÍTICA

ARISTÓTELES: um conjunto de reflexões sobre os princípios que


regem a vida dos cidadãos no Estado. As relações de Poder na
Sociedade. Nesse sentido, política significa a arte de governar, de
gerir o destino da cidade, a arte do bem comum (Pólis).

MAQUIAVEL: a luta pela obtenção e manutenção do Poder.


Dessacraliza a Política e a separa da Ética.

MAX WEBER: o poder é a capacidade de impor sua vontade, apesar


das resistências. O uso legítimo da força, monopólio do Estado, só
poderá se efetivar se houver o amparo da Lei (Ex: a Constituição).

NORBERTO BOBBIO: o conceito moderno de política está associado


estreitamente ao conceito de PODER. A Política é o processo de
formação, distribuição e exercício do poder.
AUTORIDADE E FORÇA SEGUNDO HANNAH ARENDT
(1906-1975)

Para Hannah Arendt (1906-1975) “autoridade implica


uma obediência na qual os homens retêm sua liberdade”, o
PODER, para Arendt, é inerente a toda comunidade política
e resulta da capacidade de agir conjuntamente.
Por outro lado, a violência, que é instrumental, se
funda na categoria meio-fim, e quando recobrada no âmbito
do político é responsável por fazer desaparecer o poder.
Segundo Arendt, o poder é inerente a qualquer
comunidade política e resulta da capacidade humana para
agir conjuntamente, sob o consenso de todos. Por fim, para
ela poder e violência são assuntos opostos, onde um
predomina o outro desaparece.
O que essas três formas de PODER
têm em comum?

Elas contribuem conjuntamente para instituir


e manter uma sociedade de desiguais divididas
em:
• fortes e fracos, com base no poder político;
• ricos e pobres, com base no poder econômico;
• sábios e ignorantes, com base no poder
ideológico.
Genericamente, em superiores e inferiores.
(Bobbio, Estado, Governo e Sociedade).
A RACIONALIZAÇÃO DO MUNDO E A BUROCRACIA
A racionalização do mundo é crescente em
todas as áreas. A burocracia toma conta de todas as
instituições – governo, escola, religião, (...) [e
turismo/lazer, certo?.
Os burocratas são profissionais da
impessoalidade, seguem “regras” e daí vem seu
“poder”. Professor do tipo “tradicional”, por exemplo,
é burocrata da educação – distribui programa de
disciplina, ministra aulas, impõe avaliações, distribui
notas e aprova (ou não) alunos – é um poder
instituído, burocrático, dominação racional legal,
como diz Weber e, por isso, mais “desencantado”.
DESENCANTAMENTO DO MUNDO
MAX WEBER E O ESTADO MODERNO

O Estado Moderno, sob a perspectiva weberiana,


é um estado racional que detém o monopólio do uso
legítimo da força física dentro do território que
controla. O Estado é, para Weber, dotado de
legitimidade e dominação legal (condições que
possibilita sua manutenção).
WEBER SE AFASTA DA DEFINIÇÃO DO ESTADO
PELAS FUNÇÕES QUE ELE EXERCE.

Não esquecer: POLÍTICA É LUTA PELO PODER


(lembra Maquiavel).
POLÍTICA, PARA WEBER, É A LUTA PELO PODER
A essência da política, então, é a luta pelo
poder/dominação. Um “mercado político”, com
tremenda competição, etc. A vitória daqueles que
alcançam o poder – por que meios for (o que lembra
Maquiavel) – é o processo de “seleção social” (que
não é a mesma coisa do que a seleção natural de
Darwin).
A dominação – que interfere em todas as
relações sociais – é que mantém a ordem legítima e a
coesão social.
A coesão social, diferente do que afirmava
Durkheim, é pela “força” e não pelo “consenso”.
OS TIPOS DE DOMINAÇÃO (PODER) EM MAX WEBER

Por que e como as relações sociais se mantêm?

 Resposta de Weber: por conta da dominação ou produção de


legitimidade – submissão de um grupo a um “mandato”,
aceitação de uma “autoridade” (alguém que “representa” o
coletivo). Aí, então, entra a questão do “poder”.
 Poder é a probabilidade de impor sua vontade, VENCENDO
RESISTÊNCIA. Os meios para alcançá-lo são muito variados:
emprego da violência, palavra/oratória, sufrágio, sugestão,
engano grosseiro, tática no parlamento, tradições, etc.
 A dominação pode ser por interesses (tráfico ou jogo de
interesses) ou por autoridade (mandar, obedecer, influência). Mas
sempre o dominador influi na conduta dos dominados.
Para WEBER Os tipos de DOMINAÇÃO são três:
TRADICIONAL, CARISMÁTICA E A RACIONAL-LEGAL:
IDEAIS
 TRADICIONAL: “autoridade do ‘ontem eterno’
[passado, tradições, etc.] (...) dá orientação habitual
para o conformismo”. O tipo de dominação
Tradicional se efetiva em virtude da crença na
santidade das ordenações e dos poderes senhoriais
de há muito tempo já existentes, sendo um dos
exemplos mais evidentes e puros, a patriarcal.
Caracteriza-se por obediência cega em virtude
da pretensa dignidade do dominador, por fidelidade
contumaz a essa pessoa. A monarquia também
guarda muito dessa dominação.
CARIMÁSTICA: autoridade com base no dom pessoal
de uma pessoa ou líder. A dominação Carismática é a
que se dá em virtude da devoção afetiva à pessoa do
senhor e os seus dotes considerados quase
sobrenaturais e, particularmente, a faculdades tidas
como mágicas, revelações ou heroísmo, poder
intelectual ou de oratória.
O sempre novo, o extra cotidiano, o inaudito e o
arrebatamento emotivo que provocam constituem
força de devoção pessoal. Seus tipos mais puros são a
dominação do profeta, de herói guerreiro e do grande
demagogo. Foram, dentre outros, grandes exemplos
desse tipo de arrastamento Hitler, Kennedy, Getúlio
Vargas, Antônio Conselheiro e Padre Cícero.
RACIONAL-LEGAL: A Dominação Racional-Legal (onde
qualquer direito pode ser criado e modificado através
de um estatuto sancionado corretamente), tendo a
“burocracia” como sendo o tipo mais puro desta
dominação. A obediência se presta não à pessoa, em
virtude de direito próprio, mas à regra, que se conhece
competente para designar a quem e em que extensão
se há de obedecer.
Weber classifica este tipo de dominação como
sendo estável, uma vez que é baseada em normas que
são criadas e modificadas através de um estatuto
sancionado corretamente. Ou seja, o poder de
autoridade é legalmente assegurado por um código
legal como a Constituição do país.
A RETÓRICA E O DISVIRTUAMENTO SOFISTA

A arte de falar bem, conhecida pelos gregos


antigos como retórica (rhêtorikê), advém do
conjunto de técnicas antigas que compunham a
atividade política, filosófica e cultural da pólis.
Arte, nesse sentido, é entendida como
técnica e é sinônimo do modo de operar, modo de
fazer, ou como fazer. Portanto, a retórica é o estudo
e o ensinamento de um modo de falar bem, com
eloquência, articulando as palavras de modo a
convencer o interlocutor.
O termo areté é frequentemente traduzido
como “virtude”, mas sua real significação remete-
nos à ideia de “excelência”
A ERÍSTICA – A ARTE DE GANHAR A DISCUSSÃO

Na Filosofia e na retórica, a Erística (de Éris, a


deusa grega do caos, contenda e discórdia) refere-se
a argumentos que visam contestar com êxito o
argumento de outra pessoa, em vez de procurar a
verdade.
É característico dos erísticos pensar em
alguns argumentos como uma maneira de derrotar o
outro lado, em se mostrando que um oponente deve
concordar com a negação daquilo em que ele
inicialmente acreditava". A Erística está em
argumentar em prol do conflito, em vez de resolvê-lo.

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